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“(...) na discussão referida por Heródoto, na sua História (Livro III, pag. 80-82),
entre três persas- Otanes, Megabises e Dario - sobre a melhor forma de
governo a adotar no seu país depois da morte de Cambises.”
“Otanes propôs entregar o poder (...): ‘minha opinião é que nenhum de nós
deve ser feito monarca’ (...). De que forma poderia não ser irregular o governo
monárquico se o monarca pode fazer o que quiser(...).”
"O governo do povo, porém, merece o mais belo dos nomes, ‘isotomia’; não faz
nada do que caracteriza o comportamento do monarca. Os cargos públicos são
distribuídos pela sorte; os magistrados precisam prestar contas do exercício do
poder; todas as decisões estão sujeitas a voto popular."
“Em terceiro lugar, Dario manifestou sua opinião (...). Entre as três formas de
governo, todas elas consideradas no seu estado perfeito, isto é, entre a melhor
democracia, a melhor oligarquia e a melhor monarquia, afirmo que a monarquia
é superior a todas. Nada poderia parecer melhor do que um só homem - o
melhor de todos; com seu discernimento, governaria o povo de modo
irrepreensível; como ninguém mais, saberia manter seus objetivos políticos a
salvo dos adversários.”
“Numa oligarquia, é fácil que nasçam graves conflitos pessoais entre os que
praticam a virtude pelo bem público (...) Por outro lado, quando é o povo que
governa, é impossível não haver corrupção na esfera dos negócios públicos, a
qual não provoca inimizades, mas sim sólidas alianças entre os malfeitores(...),
até que alguém assume a defesa do povo e põe fim às suas tramas, tomando-
lhes o lugar na admiração popular;(...) torna-se monarca.”
Platão
“Em várias das suas obras Platão (428-347 a.C.) fala das diversas
modalidades de constituição.(...) O diálogo de A República é, como todos
sabem, uma descrição da república ideal, que tem por objetivo a realização da
justiça entendida como atribuição a cada um da obrigação que lhe cabe,
de acordo com as próprias aptidões. Consiste na composição harmônica e
ordenada de três categorias de homens – os governantes-filósofos, os
guerreiros e os que se dedicam aos trabalhos produtivos. Trata-se de um
estado que nunca existiu em nenhum lugar.(...)”
“No que diz respeito á tipologia de A república, ela é menos original. Sua
única diferença, em comparação com a tipologia que se tornará clássica, a das
seis formas de governo- três boas e três más- é que em O Político a
democracia tem um só nome, o que não quer dizer que, diferentemente das
outras formas de governo, apresente um único modelo.(...)”
“Outra coisa a observar, (...) é o critério ou critérios com base nos quais
Platão distingue as formas boas das más.(...) veremos que esses critérios
são, em substância, dois: violência e consenso, legalidade e ilegalidade.
As formas boas são aquelas em que o governo não se baseia na violência, e
sim no consentimento ou na vontade dos cidadãos; onde ele atua de acordo
com leis estabelecidas, e não arbitrariamente.”
Aristóteles
Essa junção de duas formas ruins, é o que faz a politia figurar entre
formas boas. A união dos ricos com os pobres possibilita que os segmentos
sociais discutam interesses e cheguem à decisões equilibradas, atingindo a
esperada paz social.
Políbio
Jean Bodin (1530 – 1596) escreveu a obra de teoria política mais ampla e
sistemática desde a “ Política ” de Aristóteles. Há diversas semelhanças entre
as duas obras, incluindo os temas abordados. Entretanto, Bodin apresenta
soluções diversas para os problemas.
Contudo, poder absoluto não quer dizer poder ilimitado. Essas leis que
regem o soberano são leis naturais e divinas. Outros limites impostos ao
soberano são as leis fundamentais do Estado, as hoje chamadas leis
constitucionais. Assim, o rei fica impossibilitado de se tornar um tirano. De
acordo com este pensamento, percebe-se em Bodin a preocupação com a
esfera pública e privada, nesta última, o soberano só poderá inferir caso tenha
um motivo-confisco legítimo ou para salvação estatal. É, também, o precursor
da divisão entre Estado e Governo.
Hobbes
“Como Bodin, Hobbes não aceita duas das teses que caracterizaram durante
séculos a teoria das formas de governo: a distinção entre as formas boas e
más e o governo misto.”
Hobbes pensa que o poder do soberano não pode ser dividido, a não
ser pela sua destruição. A crítica ao governo misto é ao mesmo tempo uma
crítica à separação dos poderes.
Vico
Assim como Políbio, a teoria de Vico também é cíclica. As principais
categorias que Vico procura abranger são novamente as três formas clássicas
de governo: a aristocracia, a democracia e a monarquia; nessa ordem,
diferentemente da tradicional. Vico, se comparado aos autores passados,
possui visão progressista, do bom para o melhor, diferente de Platão.
Montesquieu
Montesquieu, assim como Vico, procura a existência de leis gerais que guiam a
formação e o desenvolvimento da sociedade humana. A diferença reside no
fato de que Montesquieu, além do estudo nos estados europeus, também
estuda estados extra-europeus. Também estuda as leis ao longo da história,
entretanto, é sobretudo espacial ou geográfica. Está interessado pela
explicação da variedade das sociedades humanas e seus respectivos
governos, não só no tempo, mas no espaço.
Despotismo
Mably afirma que não se pode traçar uma distinção entre o despotismo
legal e despotismo arbitrário, o defeito do despotismo é a concentração do
poder nas mãos de um só. O único remédio para o despotismo é o governo
misto, o qual Montesquieu chamou de governo moderado. Deve existir um
controle recíproco que garanta a estabilidade ao governo e liberdade aos
cidadãos, por isso, a divisão da autoridade.
Hegel
Hegel explica que a história passou por três tipos diversos de bases
geográficas: o altiplano, grandes estepes e planuras na Ásia Central e nações
pastoris; a planície fluvial, regiões de solo fértil que levam à agricultura; e a
zona costeira, onde se desenvolveu uma inclinação para o comércio e novas
condições ao progresso civil e de riquezas.
Antes o homem era natural, fora da história. Hegel afirma que esse
homem pré-histórico é o africano. Em sua obra, antes de citar o mundo ele
dedica algumas páginas à África afirmando que os negros são homens no
estado bruto, na sua total barbárie e, por conseguinte não possuem freios. O
que hoje pareceriam barbáries.
Marx
Marx foi muito influenciado pela Comuna de Paris, ele rasga elogios e
aponta certos pontos que seriam importantes à melhor forma de governo,
baseando-se no exemplo francês: a supressão dos chamados corpos
separados como o exército e a polícia; a transformação da administração
pública, da “burocracia” em corpos agentes responsáveis e demissíveis, a
serviço do poder popular; extensão do princípio da eletividade e, portanto, da
representação, sempre revogável, a outras funções públicas, como juiz;
eliminação do mandato imperativo, isto é, obrigação de os representantes
seguirem as instruções de seus eleitores sob pena de revogação do mandato e
amplo processo de descentralização, de modo a reduzir o mínimo o poder
central do Estado.
A Ditadura
A ditadura, portanto, era vista como forma positiva de governo, uma vez
que esse poder era limitado. Maquiavel ressalta ainda que o ditador tinha seu
poder limitado ao executivo, nada podia fazer sobrepondo-se ao Estado, ao
legislativo. Bodin também defende a ditadura, alegando que o ditador não era o
soberano, que na verdade era de quem o escolhia.
Rousseau diz que nem sempre a lei pode prever tudo, e sua suspensão
é justificada em certos casos. Neste momento, a ditadura é necessária para
manter a segurança pública. Rousseau ressalta o caráter temporário da
ditadura – em situações excepcionais – e a limitação do poder ditatorial ao
executivo, com o argumento de que o ditador pode fazer calar as leis, mas não
pode fazê-las falar.
Caso seja feita uma análise do ponto de vista dos autores que defendem
a ditadura clássica, a ditadura soberana deveria ser chamada tirânica, devido
ao seu poder extraconstitucional e constituinte, e não mais constituído. Na
história da ditadura moderna há também o exemplo da Conspiração dos Iguais,
por Babeuf e Buonarroti. Eles pregavam um governo revolucionário de poucas
pessoas, como a ditadura soberana de Schmitt. O objetivo final era um
socialismo igualitário. Para isso, era necessário um período de ditadura para
que fosse estabelecida ordem até a instituição de um governo igualitário.