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210 do CPC):
2- Não existe uma lide, ou seja, não há conflito de interesses entre duas pessoas, mas
apenas um negócio jurídico, com a efetiva presença do juiz.
4- Nessa jurisdição não é conveniente falar em partes, mas interessados, pois essa
denominação deixa transparecer que as pessoas estão em posições antagônicas, o que não é
verdade em se tratando de jurisdição voluntária.
5- A doutrina também diz ser impróprio falar em ação, pois esta é definida como o direito
que a parte possui de buscar o efetivo exercício da atividade jurisdicional. Assim também
diz Ada Pellegrini Grinover et. al. (2003, p.156): “Além disso, pressupondo-se não se tratar
de atividade jurisdicional, seria impróprio falar em ação, pois esta se conceitua como o
direito (ou poder) de provocar o exercício da atividade jurisdicional, não administrativa”.
6- Outro ponto importante falado pela doutrina é que no caso de jurisdição voluntária não
existe processo, e sim procedimento, visto que isso só seria possível nos casos de jurisdição
contenciosa. Entende também Ada Pellegrini Grinover et. al. (2003, p.156): “Fala a
doutrina, por outro lado, em procedimento, e não processo, pois este seria também ligado
ao exercício da função jurisdicional contenciosa e da ação”.
7- Nessa jurisdição, o magistrado não aplica a controvérsia existente entre duas partes,
substituindo a vontade delas, há atos de vontade dos interessados, em que existem negócios
jurídicos privados que serão administrados pelo Poder Judiciário. Por isso não há o que se
falar em imutabilidade das decisões judiciais, pois as decisões em jurisdição voluntária só
produzem coisa julgada formal e não material, fazendo com que se admita que a discussão
da matéria no âmbito de um processo findo seja apreciada dentro de outra demanda
judicial, que revisite os mesmos elementos da ação finda. Também leciona neste mesmo
assunto Cássio Scarpinella Bueno (2008, p.256):
10- Pode ocorrer uma controvérsia entre os interessados na jurisdição voluntária, como bem
explica Ada Pellegrini Grinover et. al. (2003, p.155):
11- Não existe o caráter substitutivo da jurisdição contenciosa, pois no caso da jurisdição
voluntária, o magistrado não impõe uma sentença para os interessados, mas a intervenção
do Estado-juiz é importante para dar legitimidade, validez e eficiência ao negócio jurídico.
Reforça também esse entendimento Fredier Didier Jr. (2008, p. 72): “Consiste na
circunstância de o Estado, ao apreciar o pedido, substituir a vontade das partes, aplicando
ao caso concreto a ‘vontade’ da norma jurídica. Em verdade, trata-se do verdadeiro critério
diferencial dessa função estatal”.
7- Através do princípio da adstrição, previsto nos artigos 128 e 460 do Código de Processo
Civil, o magistrado só pode conferir as partes na sentença aquilo que foi pleiteado em juízo,
sob pena de nulidade do julgado.
Misael Montenegro Filho (2007, p.546) fala sobre o princípio da adstrição: “ Significa dizer
que o juiz, no momento em que profere a sentença judicial, apenas pode conferir à parte a
totalidade ou a parcialidade (no caso de procedência parcial) do bem da vida disputado em
juízo”.
3-CONCLUSÃO
Então, a jurisdição voluntária, apesar de ter princípios próprios, (isto é, não existir processo
e sim, procedimento; os protagonistas não se chamam partes, mas interessados; a coisa
julgada opera diferentemente, etc.), está tratada nos Códigos de Processo, como
fundamental parte da atuação do Poder Judiciário.
E, em última análise, quando fiscaliza direitos indisponíveis nos negócios privados, está
fazendo valer a legalidade, o interesse público e a manutenção dos bens especialmente
protegidos pela ordem jurídica.