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APOSTILA

PREPARATÓRIA

IFNMG
INSTITUTO FEDERAL
DO NORTE DE MINAS GERAIS

ASSISTENTE EM
ADMINISTRAÇÃO
- LÍNGUA PORTUGUESA
- LEGISLAÇÃO
- INFORMÁTICA
- ADMINISTRAÇÃO GERAL
- GESTÃO PÚBLICA
- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

NORTE DE MINAS GERAIS


INSTITUTO FEDERAL DO
NORTE DE MINAS GERAIS

Língua Portuguesa
Legislação
Informática
Administração Geral
Gestão Pública
Administração Pública
2016 FOCUS CONCURSOS
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a reprodução
de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer
meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos, fotográfi-
cos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às características gráficas.

APOSTILA PREPARATÓRIA PARA ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO DO


IFNMG
Organizadores:

Vitor Matheus Krewer, Marcelo Adriano Ferreira

DIRETORIA EXECUTIVA
Evaldo Roberto da Silva
Ruy Wagner Astrath

PRODUÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
05
DIAGRAMAÇÃO
Liora Vanessa Coutinho
Willian Brognoli

CAPA/ILUSTRAÇÃO
Rafael Lutinski

DIREÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira

REVISÃO
Vítor Matheus Krewer

NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos Gerais e Específicos

Publicado em Julho/2016
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno, dar tudo que verá aqui e compreender bem.
Desejamos que todo esse esforço se transforme em
Este material foi concebido para que você tivesse questões corretas e aprovações em concursos.
a oportunidade de entrar em contato com os conteú-
dos necessários para realizar a prova do seu concurso. Bons estudos!
Muito esforço foi empregado para que fosse possível
chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta.
Na verdade, esse material é o resultado do trabalho
dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à
preparação de candidatos para a realização de concur-
sos públicos.
A sugestão é que você faça um estudo sistemáti-
co com o que está neste livro. Dito de outra maneira:
você não deve pular partes deste material, pois há uma
ideia de unicidade entre tudo que está aqui publicado.
Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada li-
nha dos textos será fundamental (serão fundamentais
em sua coletividade) para que sua preparação seja ple-
na.
Caso o seu objetivo seja a aprovação em um con-
curso público, saiba que partilhamos desse mesmo ob-
jetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu
sucesso! Por isso, desejamos muita força, concentração
e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos
aqui apresentados, ou seja, para que você possa estu-

PROFESSOR
Pablo Jamilk
PROPOSTA DA APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O CONCURSO DE
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO DO INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE
MINAS GERAIS

O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame do IFNMG.
Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos recursos
didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assuntos lecio-
nados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida, prática
e objetiva.

Conhecimentos Básicos e Específicos trônica Calc (LibreOffice versão 3): criação, edição, for-
matação e impressão; utilização de fórmulas; geração de
LÍNGUA PORTUGUESA gráficos; classificação e organização de dados. Conceitos
Compreensão e interpretação de textos. Gêneros básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramen-
e tipos de texto. Articulação textual: operadores se- tas, aplicativos e procedimentos associados à internet.
quenciais, expressões referenciais. Coesão e coerên- Fundamentos de microinformática: hardware e softwa-
cia textual. Identificação, definição, classificação, fle- re. Serviços de internet: conceitos, correio eletrônico, lis-
xão e emprego das classes de palavras; formação de tas de e-mail; grupos de discussão, navegação, busca e
palavras. Verbos: flexão, conjugação, vozes, correlação pesquisa; navegador Google Chrome. Noções de Redes:
entre tempos e modos verbais. Concordância verbal e arquitetura cliente/servidor, equipamentos de rede (ro-
nominal. Regência verbal e nominal. Crase. Colocação teador, switch, access point).
pronominal. Estrutura da oração e do período: aspec-
tos sintáticos e semânticos. Acentuação gráfica. Orto- ADMINISTRAÇÃO GERAL
grafia. Pontuação. Variação linguística. Redação oficial Fundamentos básicos de administração: conceitos,
e técnica. características e finalidade. Funções administrativas:
planejamento, organização, controle e direção. Rotinas
LEGISLAÇÃO administrativas: técnicas de arquivo e protocolo (Por- 09
Constituição Federal de 1988: Título I - Princípios taria Interministerial MJ/MPOG Nº 1.677/2015). Racio-
Fundamentais; Título II - dos Direitos e Garantias Fun- nalização do trabalho. Técnicas administrativas e or-
damentais; Título III - Da Organização do Estado. Lei ganizacionais. Delegação de poderes: centralização e
Nº 8112, de 11/12/90. Lei Nº 11.091, de 12/01/2005. Lei Nº descentralização. Liderança. Comunicação. . Etiqueta no
11.892, de 29/12/2008. Lei Nº 8666, de 21/06/1993. Pre- trabalho. Ética e responsabilidade social. Relações hu-
gão Eletrônico. Sistema de registro de preços - Decre- manas: trabalho em equipe, comunicação interpessoal,
to Nº 7.892, de 23/01/2013. Normas relativas às trans- atendimento ao público.
ferências de recursos da União mediante convênios e
contratos de repasse (Decreto Federal Nº 6.170/2007). GESTÃO PÚBLICA
Processo Administrativo no âmbito da Administração Orçamento público: princípios orçamentários, orça-
Pública Federal (Lei Federal N° 9.784/99). Estatuto do mento na Constituição Brasileira de 1988, classificações
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do orçamentárias, créditos adicionais, execução do orça-
Norte de Minas Gerais. Decreto Nº 1.171, de 22/06/94. mento. Controle da execução orçamentária: controles
Logística sustentável (Decreto Nº 7.746/2012). Estatu- interno e externo. Contrato administrativo: conceito, for-
to do IFNMG, Portaria Nº 92, de 18 agosto de 2009, malização, alteração, execução, inexecução e rescisão.
alterado pela Portaria Nº 122, de 12 de maio de 2010, Compras: modalidades de compra, cadastro de fornece-
publicado no Diário Oficial da União de 17 de maio de dores, compras no setor público, edital de licitações.
2010. Gestão patrimonial: controle de bens, inventário, alter-
ações e baixa de bens (Instrução Normativa SEDAP/PR
INFORMÁTICA Nº 205/1988).
Sistemas operacionais: conhecimentos do ambien-
te Windows 10. Conceito, interface de janelas, funções, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
acessórios e utilitários (Linux e MS Windows 10); confi- Modelos de gestão patrimonialista, burocrática e
gurações básicas do Sistema Operacional (painel de con- gerencial e o processo de mudança na Administração
trole); organização de pastas e arquivos; operações de Pública Brasileira. Governabilidade, governança, accou-
manipulação de pastas e arquivos (criar, copiar, mover, ntability e ética.
excluir e renomear). Editor de texto Writer (LibreOffice
versão 3): criação, edição, formatação e impressão; cria-
ção e manipulação de tabelas; inserção e formatação de
gráficos e figuras; geração de mala direta. Planilha ele-
LÍNGUA
PORTUGUESA
PROFESSOR
Pablo Jamilk
Professor de Língua Portuguesa, Redação e Redação
Oficial. Formado em Letras pela Universidade Estadual
do Oeste do Paraná. Mestre em Letras pela Universida-
de Estadual do Oeste do Paraná. Doutorando em Letras
pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Espe-
cialista em concursos públicos, é professor em diversos
estados do Brasil.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA................................................................................................................................... 15
Introdução...................................................................................................................................................................................................................................................... 1 5
Morfologia: classes de palavras............................................................................................................................................................................................................ 1 5
Artigo............................................................................................................................................................................................................................................................... 1 5
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 16

2. MORFOLOGIA.......................................................................................................................................................................................... 16
Adjetivo........................................................................................................................................................................................................................................................... 16
Classificação Quanto ao Sentido........................................................................................................................................................................................................... 16
Classificação Quanto à Expressão........................................................................................................................................................................................................ 16
Adjetivo x Locução Adjetiva................................................................................................................................................................................................................... 16
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 19
Advérbio......................................................................................................................................................................................................................................................... 19
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 19
Conjunção....................................................................................................................................................................................................................................................... 20
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 20
Preposição...................................................................................................................................................................................................................................................... 21
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 21
Pronome.......................................................................................................................................................................................................................................................... 21
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 24
Substantivo.................................................................................................................................................................................................................................................... 24

3. SINTAXE.....................................................................................................................................................................................................26
Sujeito.............................................................................................................................................................................................................................................................. 27
Predicado........................................................................................................................................................................................................................................................ 28
Termos Integrantes.................................................................................................................................................................................................................................... 28
Vozes Verbais................................................................................................................................................................................................................................................ 28
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 29
Tempos e Modos verbais.......................................................................................................................................................................................................................... 29
Formas Nominais do Verbo..................................................................................................................................................................................................................... 30
Complementos Verbais............................................................................................................................................................................................................................. 30
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 31

4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA....................................................................................................................................................................32 13
Antecedentes................................................................................................................................................................................................................................................. 32
Encontros vocálicos.................................................................................................................................................................................................................................... 32
Regras de Acentuação............................................................................................................................................................................................................................... 32
Alterações do Novo Acordo Ortográfico............................................................................................................................................................................................ 33
Questão Gabaritada................................................................................................................................................................................................................................... 33

5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL .....................................................................................................................................34


Conceituação................................................................................................................................................................................................................................................. 34
Concordância Verbal................................................................................................................................................................................................................................. 34
Regras com Verbos Impessoais............................................................................................................................................................................................................. 35
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 35
Concordância Nominal............................................................................................................................................................................................................................. 36
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 37

6. CRASE.........................................................................................................................................................................................................37
Casos Proibitivos......................................................................................................................................................................................................................................... 38
Casos Obrigatórios..................................................................................................................................................................................................................................... 38
Casos Facultativos....................................................................................................................................................................................................................................... 39
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 39

7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL..............................................................................................................................................................39
Posições dos Pronomes – Casos de Colocação ............................................................................................................................................................................... 40
Colocação Facultativa................................................................................................................................................................................................................................ 41
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 41

8. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ..................................................................................................................................................42


Principais Casos de Regência Verbal: ............................................................................................................................................................................................... 42
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 43
Regência Nominal....................................................................................................................................................................................................................................... 44
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 44

9. PONTUAÇÃO ...........................................................................................................................................................................................45
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 46
Ponto Final – Pausa Total......................................................................................................................................................................................................................... 46
Ponto-e-Vírgula – Pausa Maior do que uma Vírgula e Menor do que um Ponto Final.................................................................................................. 46
SUMÁRIO

Dois-Pontos – Indicam Algum Tipo de Apresentação ................................................................................................................................................................. 47


Aspas – Indicativo de Destaque. .......................................................................................................................................................................................................... 47
Reticências (...).............................................................................................................................................................................................................................................. 47
Parênteses...................................................................................................................................................................................................................................................... 48
Travessão........................................................................................................................................................................................................................................................ 48
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 48

10. ORTOGRAFIA.........................................................................................................................................................................................48
Definição......................................................................................................................................................................................................................................................... 48
Emprego de “E” e “I”................................................................................................................................................................................................................................... 48
Empregaremos o “I”................................................................................................................................................................................................................................... 49
Orientações sobre a Grafia do Fonema /S/...................................................................................................................................................................................... 49
Emprego do SC............................................................................................................................................................................................................................................. 50
Grafia da Letra “S” com Som de “Z”..................................................................................................................................................................................................... 50
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 5 1

11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS........................................................................................................................................................ 51


Tipologia Textual......................................................................................................................................................................................................................................... 5 1
Texto Narrativo............................................................................................................................................................................................................................................ 5 1
Texto Descritivo:.......................................................................................................................................................................................................................................... 5 1
Texto Dissertativo....................................................................................................................................................................................................................................... 52
Leitura e Interpretação de Textos........................................................................................................................................................................................................ 52
Vícios de Leitura.......................................................................................................................................................................................................................................... 52
Organização Leitora................................................................................................................................................................................................................................... 52

12. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM..................................................................................................................................54


Figuras de Linguagem.............................................................................................................................................................................................................................. 54
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 55

13. REESCRITURA DE SENTENÇAS ...................................................................................................................................................55


Substituição................................................................................................................................................................................................................................................... 55
Deslocamento................................................................................................................................................................................................................................................ 56
Paralelismo.................................................................................................................................................................................................................................................... 56
Variação Linguística.................................................................................................................................................................................................................................. 57
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 57
14
14. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS....................................................................................................................................................59
Campo Semântico....................................................................................................................................................................................................................................... 59
Sinonímia e Antonímia............................................................................................................................................................................................................................. 59
Hiperonímia e Hiponímia........................................................................................................................................................................................................................ 59
Homonímia e Paronímia.......................................................................................................................................................................................................................... 59
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 67

15. REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS......................................................................................................................75


Aspectos da Correspondência Oficial................................................................................................................................................................................................. 75
Documentos Norteadores da Comunicação Oficial....................................................................................................................................................................... 76
Os Vocativos e Pronomes de Tratamento Mais Utilizados......................................................................................................................................................... 77
Concordância dos Termos Relacionados aos Pronomes de Tratamento.............................................................................................................................. 78
Os Fechos Adequados para Cada Correspondência..................................................................................................................................................................... 78
Identificação do Signatário..................................................................................................................................................................................................................... 78
Normas Gerais para Elaboração para Documentos Oficiais..................................................................................................................................................... 79
Destaques....................................................................................................................................................................................................................................................... 79
Documentos .................................................................................................................................................................................................................................................. 82
Aviso................................................................................................................................................................................................................................................................. 82
Ofício................................................................................................................................................................................................................................................................ 82
Memorando................................................................................................................................................................................................................................................... 83
Requerimento............................................................................................................................................................................................................................................... 83
Ata..................................................................................................................................................................................................................................................................... 84
Parecer............................................................................................................................................................................................................................................................ 84
Atestado.......................................................................................................................................................................................................................................................... 85
Certidão........................................................................................................................................................................................................................................................... 85
Apostila........................................................................................................................................................................................................................................................... 85
Declaração...................................................................................................................................................................................................................................................... 86
Portaria .......................................................................................................................................................................................................................................................... 86
Telegrama....................................................................................................................................................................................................................................................... 87
Exposição de Motivos................................................................................................................................................................................................................................ 87
Mensagem...................................................................................................................................................................................................................................................... 89
Fax..................................................................................................................................................................................................................................................................... 89
Correio Eletrônico....................................................................................................................................................................................................................................... 90
CAPÍTULO 01 - Como Estudar Língua Portuguesa

1. COMO ESTUDAR LÍNGUA mais simples para construir uma base sólida para a re-
flexão sobre a Língua Portuguesa.
PORTUGUESA
Artigo: termo que particulariza um substantivo.
Introdução Ex.: o, a, um, uma.

A parte inicial desse material se volta para a orienta- Adjetivo: termo que qualifica, caracteriza ou indica
ção a respeito de como estudar os conteúdos dessa dis- a origem de outro.
ciplina. É preciso que você faça todos os apontamentos Ex.: interessante, quadrado, alemão.
necessários, a fim de que sua estratégia de estudo seja
produtiva. Vamos ao trabalho! Advérbio: termo que imprime uma circunstância
Teoria: recomendo que você estude teoria em 30 % sobre verbo, adjetivo ou advérbio.
do seu tempo de estudo. Quer dizer: leia e decore as re- Ex.: mal, bem, velozmente.
gras gramaticais.
Prática: recomendo que você faça exercícios em Conjunção: termo de função conectiva que pode
40% do seu tempo de estudo. Quem quer passar tem que criar relações de sentido.
conhecer o inimigo, ou seja, a prova. Ex.: mas, que, embora.
Leitura: recomendo que você use os outros 30% para
a leitura de textos de natureza variada. Assim, não terá Interjeição: termo que indica um estado emotivo
problemas com interpretação na prova. momentâneo.
Ex.: Ai! Ufa! Eita!
Níveis de Análise da Língua:
Numeral: termo que indica quantidade, posição,
Fonético / Fonológico: parte da análise que estuda multiplicação ou fração.
os sons, sua emissão e articulação. Ex.: sete, quarto, décuplo, terço.
Morfológico: parte da análise que estuda a estrutu-
ra e a classificação das palavras. Preposição: termo de natureza conectiva que im-
Sintático: parte da análise que estuda a função das prime uma relação de regência.
palavras em uma sentença. Ex.: a, de, em, para.
Semântico: parte da análise que investiga o signifi-
cado dos termos. Pronome: termo que retoma ou substitui outro no 15
Pragmático: parte da análise que estuda o sentido texto.
que a expressões assumem em um contexto. Ex.: cujo, lhe, me, ele.

Substantivo: termo que nomeia seres, ações ou


Exemplos: anote os termos da conceitos da língua.
análise. Ex.: pedra, Jonas, fé, humanidade.
O aluno fez a prova.
Verbo: termo que indica ação, estado, mudança de
estado ou fenômeno natural e pode ser conjugado.
Morfologicamente falando, temos a se- Ex.: ler, parecer, ficar, esquentar.
guinte análise:
O = artigo. A partir de agora, estudaremos esses termos mais
pontualmente. Apesar disso, já posso antecipar que os
Aluno = substantivo.
conteúdos mais importantes e mais cobrados em concur-
Fez = verbo. sos são: advérbios, conjunções, preposições, pronomes e
A = artigo. verbos.
Prova = substantivo.
Artigo
Sintaticamente falando, temos a se-
Termo que define ou indefine um substantivo, par-
guinte análise: ticularizando-o de alguma forma. Trata-se da partícula
O aluno = sujeito. gramatical que precede um substantivo.
Fez a prova = predicado verbal.
A prova = objeto direto. Classificação:
• Definidos: o, a, os, as.
• Indefinidos: um, uma, uns, umas.

Morfologia: classes de palavras


Iniciemos o nosso estudo pela Morfologia. Assim, é
LÍNGUA PORTUGUESA

Emprego do Artigo: dica a origem de outro”. Vejamos os exemplos:

1 – Definição ou indefinição de termo. • Casa vermelha.


Ex.: Ontem, eu vi o aluno da Sandra. • Pessoa eficiente.
Ex.: Ontem, eu vi um aluno da Sandra. • Caneta alemã.

2 – Substantivação de termo: Veja que “vermelha” indica a característica da casa;


Ex.: O falar de Juliana é algo que me encanta. “eficiente” indica uma qualidade da pessoa; e “alemã”
indica a origem da caneta. No estudo dos adjetivos, o
3 – Generalização de termo (ausência do arti- mais importante é identificar seu sentido e sua classi-
go) ficação.
Ex.: O aluno gosta de estudar.
Ex.: Aluno gosta de estudar. Classificação Quanto ao Sentido
4 – Emprego com “todo”: Restritivo: adjetivo que exprime característica que
Ex.: O evento ocorreu em toda cidade. não faz parte do substantivo, portanto restringe o seu
Ex.: O evento ocorreu em toda a cidade. sentido.

5 – Como termo de realce:


Ex.: Aquela menina é “a” dentista. Exemplos: cachorro inteligente,
menina dedicada.
Observação: mudança de sentido pela flexão:
Ex.: O caixa / A caixa. Explicativo: adjetivo que exprime característica
Ex.: O cobra / A cobra. que já faz parte do substantivo, portanto explica o seu
sentido.

Questões Gabaritadas Exemplos: treva escura, animal


1 - (IBFC) Veja as três palavras que seguem. mortal.
Complete as lacunas com o artigo.___ púbis;___
16
cal;__mascote. Em concordância com o gênero
das palavras apresentadas, assinale abaixo a al- Classificação Quanto à Expressão
ternativa que completa, correta e respectivamen-
te, as lacunas. Objetivo: indica caraterística, não depende da sub-
jetividade.
a. o/a/a
b. a/a/o.
c. o/o/a Exemplos: Roupa verde.
d. a/o/o

Resposta: A Subjetivo: indica qualidade, depende de uma aná-


lise subjetiva.
2 - (MB) Assinale a opção em que a palavra
destacada é um artigo. Exemplos: Menina interessante.
a. Foi a pé para casa. Gentílico: indica origem
b. O aluno fez a prova a lápis.
c. Chegamos a São Paulo no inverno.
d. Convidaram a mãe para as férias. Exemplos: Comida francesa.
e. Não a deixaram de fora da festa.

Resposta: D
Adjetivo x Locução Adjetiva
2. MORFOLOGIA Essencialmente, a distinção entre um adjetivo e uma
locução adjetiva está na formação desses elementos. Um
Adjetivo adjetivo possui apenas um termo, ao passo que a locução
adjetiva possui mais de um termo. Veja a diferença:
Podemos tomar como definição de adjetivo a seguinte
sentença “termo que qualifica, caracteriza ou in- Ela fez a sua leitura do dia.
Ela fez a sua leitura diária.
LEGISLAÇÃO
PROFESSOR PROFESSOR
Willian Prates Robson Fachini
Professor de Direito Constitucional, Administrativo, Experiência em concursos públicos desde 1999, ten-
Tributário e Processo Civil em diversos preparatórios do sido aprovado em diversos concursos. Formado em
para concursos públicos. Aprovado em mais de 13 con- tecnologia em gestão pública pelo instituto tecnológico
cursos públicos e vestibulares de universidades públi- da Universidade Federal do Paraná e pós graduando em
cas, entre os quais: Ministério Público da União, Banco MBA em gestão pública. Professor de direito adminis-
Central do Brasil, Corpo de Bombeiros Militar do Estado trativo em cursos preparatórios para concursos desde
de Minas Gerais e Polícia Civil do Estado de Minas Ge- 2010.
rais.

PROFESSOR
Tiago Zanolla
Professor de Ética no Serviço Público, Conhecimen-
tos Bancários e Direito Regimental. Formado em Enge-
nharia de Produção pela Universidade Pan-Americana
de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados
no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
Apresentação do Material....................................................................................................................................................................................................................... 95

1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS..........................................................................................................................................................95
Análise dos Artigos 1º-4º.......................................................................................................................................................................................................................... 95
Formas de Governo.................................................................................................................................................................................................................................... 95
Formas de Estado........................................................................................................................................................................................................................................ 96
Regime Político............................................................................................................................................................................................................................................ 97
Regime ou Sistema de Governo............................................................................................................................................................................................................ 97
Fundamentos da República Federativa Brasil................................................................................................................................................................................ 98
Tripartição dos Poderes............................................................................................................................................................................................................................ 98
Objetivos Fundamentais.......................................................................................................................................................................................................................... 99
Princípios das Relações Internacionais............................................................................................................................................................................................. 99
Objetivos Internacionais.......................................................................................................................................................................................................................... 99
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................100

2. EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS........................................................................................................................ 101


Tipos de Eficácia.........................................................................................................................................................................................................................................101
Espécies de Normas de Eficácia Limitada......................................................................................................................................................................................102
Definidoras de Princípios Programáticos.......................................................................................................................................................................................102
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................102

3. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS...................................................................................................................103


Diferença entre Direitos e Garantias................................................................................................................................................................................................103
Titularidade dos Direitos e Garantias Fundamentais................................................................................................................................................................103
Gerações ou Dimensões de Direitos Fundamentais...................................................................................................................................................................103
Características dos Direitos Fundamentais...................................................................................................................................................................................104
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos............................................................................................................................................................................ 105
Direito à Igualdade................................................................................................................................................................................................................................... 105
Origem............................................................................................................................................................................................................................................................121
Possíveis Nomes.........................................................................................................................................................................................................................................121
Remédios Constitucionais..................................................................................................................................................................................................................... 125
Questão Gabaritada.................................................................................................................................................................................................................................130

4. DIREITOS SOCIAIS.............................................................................................................................................................................. 131 93


Direitos Sociais em Espécie...................................................................................................................................................................................................................131
Direito Individual do Trabalho............................................................................................................................................................................................................ 132
Direitos Coletivo do Trabalho – Direito Sindical.......................................................................................................................................................................... 136

5. DIREITOS DA NACIONALIDADE...................................................................................................................................................138
Nacionalidade Primária ou Originária............................................................................................................................................................................................ 139
Nacionalidade Secundária ou Adquirida........................................................................................................................................................................................ 139
Distinções entre Brasileiro Nato e Naturalizado.........................................................................................................................................................................140
Hipóteses de Perda da Nacionalidade..............................................................................................................................................................................................140
Idioma e Símbolos Nacionais................................................................................................................................................................................................................141
Questões Gabaritadas..............................................................................................................................................................................................................................141

6. DIREITOS POLÍTICOS.........................................................................................................................................................................142
O Voto Como Forma de Democracia Indireta................................................................................................................................................................................ 142
Instrumentos de Democracia Direta................................................................................................................................................................................................. 143
Capacidade Eleitoral Ativa.................................................................................................................................................................................................................... 143
Capacidade Eleitoral Passiva............................................................................................................................................................................................................... 143
Direitos Políticos Negativos.................................................................................................................................................................................................................. 144
Princípio da Anualidade da Lei Eleitoral........................................................................................................................................................................................ 147
Partidos Políticos....................................................................................................................................................................................................................................... 147
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 148

7. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO.............................................................................................149


Reorganização dos Limites Territoriais........................................................................................................................................................................................... 149
Autonomia x Soberania.......................................................................................................................................................................................................................... 150
Principais Garantias da Federação.................................................................................................................................................................................................... 150
Repartição de Competências e Cláusula Pétrea............................................................................................................................................................................151
Diferença entre Competências Administrativas e Legislativas..............................................................................................................................................151
Competências da União.......................................................................................................................................................................................................................... 152
Competência dos Estados-Membros................................................................................................................................................................................................. 153
Competência do Distrito Federal........................................................................................................................................................................................................ 154
Competência dos Municípios............................................................................................................................................................................................................... 154
Competência Administrativa Comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.......................................................................................... 154
Competência Legislativa Concorrente da União, Estados e Distrito Federal................................................................................................................... 154
SUMÁRIO

8. LEI 8.112/90 – ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO...............................................................156


Título I – Das Disposições Preliminares.......................................................................................................................................................................................... 156
Título II - Do Provimento, Vacância, Remoção, Reditribuição e Substituição................................................................................................................ 158
Título III – Dos Direitos e Vantagens................................................................................................................................................................................................. 164
Título IV – Do Regime Disciplinar..................................................................................................................................................................................................... 174
Processo Administrativo Disciplinar................................................................................................................................................................................................ 178
Da Seguridade Social do Servidor...................................................................................................................................................................................................... 183
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 188

9. PROCESSO ADMINISTRATIVO.......................................................................................................................................................188
Conceito de Processo Administrativo............................................................................................................................................................................................... 189
Classificação dos Processos Administrativos................................................................................................................................................................................ 189
Disposições Gerais da Lei 9.784/99................................................................................................................................................................................................... 189

10. LICITAÇÃO...........................................................................................................................................................................................206
Base Constitucional.................................................................................................................................................................................................................................206
Competência Legislativa........................................................................................................................................................................................................................206
LEI 8.666/93................................................................................................................................................................................................................................................207
Contratação Direta....................................................................................................................................................................................................................................209
Questões Comentadas............................................................................................................................................................................................................................. 212
Lei 10.520/02 - Pregão............................................................................................................................................................................................................................ 213
Convênios, Contratos de Repasse e Termos de Execução Descentralizada...................................................................................................................... 214
Decreto 6.170/2007................................................................................................................................................................................................................................... 215
Celebração de Convênios e Contratos de Repasse...................................................................................................................................................................... 216
Celebração de Termo de Execução Descentralizada.................................................................................................................................................................. 219
Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – Siconv e Portal dos Convênios...................................................................................... 219
Padronização dos Objetos......................................................................................................................................................................................................................220

11. DECRETO Nº 7.892, DE 23 DE JANEIRO DE 2013.................................................................................................................220

12. DECRETO 1.171/1994 - INTRODUÇÃO....................................................................................................................................... 223


Das Regras Deontológicas.....................................................................................................................................................................................................................225
Dos Principais Deveres Do Servidor Público ..............................................................................................................................................................................228
Das Vedações ao Servidor Público.....................................................................................................................................................................................................230
Das Comissões De Ética – Decreto 1.171...........................................................................................................................................................................................232
94
13. LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL - DECRETO Nº 7.746, DE 5 DE JUNHO DE 2012............................................................ 233
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................235

14. LEI 11.892/2008.................................................................................................................................................................................. 236

15. LEI 11.091/2005...................................................................................................................................................................................240

16. ESTATUTO DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO NORTE DE MINAS


GERAIS......................................................................................................................................................................................................... 244
CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais

Apresentação do Material Republicana

A presente obras foi elaborada na medida certa para República vem do latim “res”, que significa coisa, e
aqueles que estão se preparando para concursos públi- pública, que significa algo que é público, do povo.
cos (nível médio ou superior) – tribunais, carreiras admi- Desse modo, a coisa, que é o poder, é do povo, que o
nistrativas, carreira policial, carreira fiscal etc. exerce diretamente ou por meio de representantes elei-
Os temas são abordados na profundidade necessária, tos (art. 1º, parágrafo único, CF/88).
em sintonia com o entendimento doutrinário majoritário Na república, os governantes chegam ao poder atra-
e jurisprudência dos tribunais superiores (notadamente vés das eleições, cujo mandato é exercido por prazo de-
o Supremo Tribunal Federal), bem como o entendimento terminado, e, ainda, devem prestar contas aos governa-
das principais bancas organizadoras de concursos públi- dos, de modo que na república há a responsabilidade do
cos do Brasil. governante.
Obra indicada para aqueles que estão no início dos Na Forma de Governo Republicana os governantes
estudos, bem como para aqueles que desejam aprofun- chegam ao Poder através de eleições, exercem manda-
dar os conhecimentos em alguns temas do Direito Cons- to por prazo determinado, devendo ainda prestar contas
titucional. aos governados, ou seja, na República temos a responsa-
bilidade do Governante.

1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Exemplo: Brasil – O Presidente
Os princípios fundamentais são tratados na Consti- da República chega ao poder através de
tuição Federal de 1988 (CF/88) entre os artigos 1º e 4º.
eleição, para exercer mandato por 4 anos,
É tema que se relaciona com a parte estrutural do Es-
tado, onde são abordados fundamentos, objetivos, prin- representando os anseios do povo. Caso co-
cípios que regerem as relações internacionais do Brasil, menta algum crime de responsabilidade,
bem como os objetivos internacionais. será processado e julgado por tal crime,
cuja condenação gera a perda do cargo,
Análise dos Artigos 1º-4º suspensão de direitos políticos etc.
95
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe- A forma de governo republicano possui as seguintes
deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem características:
como fundamentos: [...].
• Eletividade;
Do dispositivo acima é possível extrair: • Temporalidade;
• Representatividade popular, pois os gover-
• Forma de governo (república); nantes são eleitos para representar o povo;
• Forma de Estado (federado); • Responsabilidade do governante.
• Regime político (democrático).
Monarquia
Implicitamente também é possível extrair o regime
ou sistema de governo adotado pelo Brasil, que é o pre- Na monarquia, o poder é exercido por uma única
sidencialismo. pessoa – o rei e sua família real. O povo não é titular do
poder.
Formas de Governo Na forma de governo monárquico, o governante che-
ga ao poder pelo fato de pertencer à família real, e o
A forma de governo trata da relação governante-go- exercício do poder se dá de forma vitalícia (não há elei-
vernado, notadamente no que se relaciona ao exercício ções “reais”), de modo que não há representatividade po-
do poder. no que tange ao exercício do poder. Analisar pular. O governante é irresponsável, pois não há presta-
forma de governo é analisar fonte do poder. ção de contas de seus atos.
A monarquia possui as seguintes características:
Como os governantes adquirem o poder?
O exercício do poder é de forma temporária ou • Hereditariedade;
vitalícia? • Vitaliciedade;
Há responsabilidade dos governantes perante • Não representatividade popular, pois o rei
os governados? não é eleito pelo povo (cidadãos);
• Irresponsabilidade do governante, pois este
não presta conta dos seus atos.
LEGISLAÇÃO

Estado unitário (Brasil Império), e, posteriormente, sur-


República Monarquia
giram entes dotados de autonomia (Estados-membros,
Eletividade Hereditariedade Distrito Federal e Municípios).
Temporalidade Vitaliciedade
Estado Federado: é formado por vários entes po-
líticos dotados de autonomia. Porém, tais entes, não são
Representatividade popular Não-representatividade dotados de poder de secessão (separação). Em regra, são
popular
organizados por uma Constituição Federal.
Responsabilidade do Governan- Irresponsabilidade do gover-
te – deve prestar contas nante – Não prestação de contas

Exemplo: Brasil – É formado pela


Prosseguindo com os desdobramentos do caput do
art. 1º, temos que o Brasil é uma República Federativa, União, Estados, Distrito Federal e Municí-
e isso diz respeito à Forma de Estado adotada pelo Brasil. pios, que são entes dotados de capacidade
política, ou seja, podem legislar, se organi-
Formas de Estado zarem administrativamente etc.

A forma de estado diz respeito à distribuição espacial


do poder, ou seja, como o poder é geograficamente distri- Estado Confederado: é formado por vários entes
buído dentro do território. soberanos, e, geralmente, são organizados por meio de
tratados e acordos internacionais.
Estado Unitário

No Estado unitário existe apenas um ente com


capacidade política no território, o que não impede Exemplo: União Europeia – é for-
a realização de descentralizações administrativas. mada por vários países que se juntaram
Assim, é possível a existência de governos regionais, para constituir um Estado Confederado,
frutos de descentralização administrativa. No entanto,
um bloco econômico. A organização é fei-
estes governos não possuem poderes políticos (mas sim,
administrativos), de modo que não são dotados de auto- ta por meio de um tratado internacional,
nomia. e cada ente (país) que compõe o Estado
96
confederado pode deixá-lo quando bem
entenderem.
Exemplo: Portugal é um Estado
unitário, pois o país não é dividido em en-
Quadro Comparativo
tes federados. O que existe é descentrali-
zação administrativa, onde são formadas
Estado Composto Estado Composto
as províncias, mas qualquer obra, por me- Federado Confederado
nor que seja, é feita pelo governo central,
Organizado por uma consti- Organizados através de um tra-
pois os administradores das províncias tuição. tado internacional
não possuem nenhuma capacidade políti- Não possuem poder de seces- Possuem poder de secessão.
ca, não possuem autonomia. A divisão em são.

províncias é simplesmente para facilitar Os entes são dotados de Auto- Os entes são dotados de Sobe-
nomia. rania.
a constatação e solução de problemas. As
decisões nacionais, regionais e locais
partem de um único centro de poder. Prosseguindo com os desdobramento do caput do art.
1º da CF/88, constata-se que a República Federativa do
Brasil é formada pela união indissolúvel dos Esta-
Estado Composto dos, Municípios e DF.
A referida indissolubilidade é consequência do mo-
Já no Estado composto há a presença de vários delo federado de Estado adotado pelo Brasil, pois os en-
entes políticos, ou seja, vários são os entes dotados de tes federados não possuem poder de secessão.
capacidade política (descentralização). Assim, os Estados-membros, Municípios e DF que
Dependendo da composição do Estado, este poderá compõem a República Federativa do Brasil não podem
ser federado (entes autônomos) ou confederado (entes abandonar a mesma para formar um novo Estado fede-
soberanos). Importante ressaltar que o modelo de Esta- rado, ou seja, um novo país.
do federal brasileiro é do tipo segregador (fruto de mo-
vimento centrífugo), pois inicialmente o Brasil era um
CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais

Presidencialismo
Exemplo: O Estado de Minas
Gerais não pode se separar da República No presidencialismo os Poderes Executivo e Legisla-
Federativa do Brasil para formar um novo tivo são independentes, de modo que cada um deles
exerce a sua competência sem que a vontade de um es-
país, pois uma das características do Esta-
teja vinculada à vontade do outro.
do federado é a indissolubilidade.

Não confunda indissolubilidade (não secessão), Exemplo: No Brasil, uma vez elei-
com reorganização de limites territoriais internos, to o presidente, o mesmo cumprirá o seu
pois estes últimos são permitidos pela CF/88, aten- mandato por prazo certo, independente-
didos os requisitos. Por exemplo, é possível a fusão
de dois ou mais municípios para a formação de um mente da vontade do legislativo. Mesmo
novo município, o mesmo ocorrendo em relação aos que o legislativo não apoie o seu plano de
Estados, mas todos continuam pertencendo à Repú- governo, o presidente cumprirá todo o seu
blica Federativa do Brasil. mandato. O mesmo acontece com o legis-
Importante frisar que a República Federativa consti- lativo que, independentemente da vontade
tui um Estado democrático de Direito, que corresponde do executivo, os mesmos cumprirão seu
ao regime político adotado pelo Brasil. mandato por prazo certo.

Regime Político
No presidencialismo, a chefia do Poder Executivo
O regime político diz respeito à participação do povo é monocrática, de modo que o Presidente é, ao mesmo
(cidadãos) na tomada decisões do Estado. São basica- tempo, Chefe de Estado e Chefe de Governo.
mente 2 regimes: o autocrático e o democrático. Chefia de Estado: está relacionada com a repre-
No regime autocrático, os cidadãos não participam sentação do país como Estado soberano perante outros
da tomada de decisões, ou seja, a vontade dos cidadãos Estados soberanos.
é desconsiderada.
Já no regime democrático, os cidadãos participam da 97
tomada de decisões, de modo que a sua vontade é de Exemplo: quando o Presidente da
suma importância no processo estatal decisório.
Na democracia, todo o poder emana do povo, e o República viaja para firmar um acordo co-
exercício pode ser direto ou indireto. mercial com outro país, está atuando como
Assim, a democracia direta é aquela exercida atra- chefe de Estado, ou mesmo quando recebe
vés do voto, onde são eleitos representantes. uma representação diplomática de outro
Já na democracia indireta, os cidadãos participam
da tomada de decisões através de instrumentos consti- país, por exemplo, a visita de uma Presi-
tucionalmente previstos, que podem ser memorizados dente.
através do seguinte macete (rol exemplificativo):

PRIDA Chefia de Governo: está relacionada com a gestão


Plebiscito / Referendo / Iniciativa Popular de Lei da coisa pública, da máquina administrativa. Cuida de
/ Denúncia ao Tribunal de Contas / Ação Popular. assuntos de interesse predominantemente interno.

A Constituição Federal Brasileira adota os dois mo-


delos de democracia – direita e indireta – o que recebe
Exemplo: Quando o Presidente da
o nome de democracia semidireta ou plebiscitária.
República convoca uma reunião de minis-
Regime ou Sistema de Governo tros para cuidar dos rumos da economia.

Diz respeito ao modo como os Poderes Executivo


e Legislativo se relacionam. A depender do tipo de O chefe do poder executivo responde pelo seu go-
relação entre tais poderes, a vontade de um pode ou não verno diretamente perante o povo, e não perante o po-
interferir na vontade do outro. der legislativo. No Brasil, por mais que os parlamentares
Importante ressaltar que o art. 1º da Constituição Fe- (deputados federais e senadores) não apoiem o plano de
deral não diz nada sobre o regime ou sistema de gover- governo do Presidente da República, o mesmo não é des-
no, de modo que o assunto será abordado simplesmente tituído do cargo por tal motivo.
para finalizar o raciocínio até então desenvolvido.
INFORMÁTICA
PROFESSOR
Vitor Krewer
Graduado em Processos Gerenciais e graduando em
Tecnologia da Informação pela UniCesumar - Centro
Universitário de Maringá. Envolvido na área de con-
cursos públicos como escritor, organizador e editor no
Focus Concursos desde 2012.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................253

1. NOÇÕES BÁSICAS (DE USUÁRIO) SOBRE A INSTALAÇÃO DE APLICATIVOS E FUNCIONAMENTO DE


COMPUTADORES PESSOAIS............................................................................................................................................................... 253
Hardware......................................................................................................................................................................................................................................................253
Tipos de Computadores e Dispositivos.............................................................................................................................................................................................254
Conceito........................................................................................................................................................................................................................................................254
Tipos de Hardware...................................................................................................................................................................................................................................255
BIOS e CMOS..............................................................................................................................................................................................................................................257
Software....................................................................................................................................................................................................................................................... 260
Sistemas Operacionais.......................................................................................................................................................................................................................... 260
Licenças........................................................................................................................................................................................................................................................ 261
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................263

2. SISTEMA OPERANCIONAL WINDOWS 10 e LINUX............................................................................................................. 264


Sistemas Operacionais...........................................................................................................................................................................................................................264
Windows 10..................................................................................................................................................................................................................................................264
Explorador de Arquivos.........................................................................................................................................................................................................................268
Menu Iniciar...............................................................................................................................................................................................................................................268
Configurações.............................................................................................................................................................................................................................................269
Teclas de Atalho no Windows 10........................................................................................................................................................................................................269
Linux..............................................................................................................................................................................................................................................................270
Licenças de software...............................................................................................................................................................................................................................270
Interfaces Gráficas...................................................................................................................................................................................................................................270
Estrutura dos Diretórios do Sistema................................................................................................................................................................................................. 271

3. SUITE LIBREOFFICE.......................................................................................................................................................................... 273


Libre Office Writer...................................................................................................................................................................................................................................273
Libreoffice Calc..........................................................................................................................................................................................................................................282

4. NOÇÕES CONSISTENTES DE TRABALHO COM COMPUTADORES EM REDE INTERNA, AMBIENTE WINDOWS


E LINUX. ..................................................................................................................................................................................................... 289
Conceitos Básicos; Ferramentas; Aplicativos e Procedimentos de Internet e Intranet...............................................................................................289
Definição.......................................................................................................................................................................................................................................................289 251
Componentes e Meios Físicos de Comunicação. ........................................................................................................................................................................ 290
Topologia das Redes................................................................................................................................................................................................................................. 291
Protocolos de Comunicação. ................................................................................................................................................................................................................ 291
Principais Protocolos...............................................................................................................................................................................................................................292
Tipos de Rede Quanto ao Tamanho...................................................................................................................................................................................................293

5.NOÇÕES CONSISTENTES DE USO DE INTERNET PARA INFORMAÇÃO (INTERNET EXPLORER E MOZILLA


FIREFOX) E COMUNICAÇÃO (MICROSOFT – OUTLOOK EXPRESS). ................................................................................ 295
Google Chrome...........................................................................................................................................................................................................................................295
Programas de Correio Eletrônico (Outlook Express, Mozilla Thunderbird e Similares). ..........................................................................................297
Thunderbird............................................................................................................................................................................................................................................... 302
CAPÍTULO 01 - Noções Básicas (de Usuário) sobre a Instalação de Aplicativos
e Funcionamento de Computadores Pessoais.

Introdução mentos novas palavras serão apresentadas, cada


uma com seu significado e contexto, tornando ne-
A parte inicial desta apostila é voltada para a orien- cessário anotar e estudar com frequência.
tação de como estudar os tópicos de informática e, para • No decorrer no conteúdo, vários termos e
isso, é necessário que você utilize métodos como apon- parágrafos estarão destacados, isso ocorre para
tamentos e observações relacionados aos tópicos em que dar mais ênfase ao conteúdo descrito, sendo re-
houver mais dificuldade de assimilação, feito isso, suas corrente em provas ou essencial para a compre-
anotações se tornaram uma poderosa estratégia de estu- ensão da matéria, portanto, faça anotações.
do em termos de produtividade. Informática é uma disci- • O conteúdo relacionado a redes de compu-
plina prática, portanto, sua assimilação tem mais eficacia tadores, pragas virtuais, protocolos são extrema-
quando aplicada. mente recorrentes pelas bancas em provas e con-
É muito comum muitos “concurseiros” relacionarem cursos, fique atento aos conceitos e as diferenças
informática como uma disciplina fácil de ser estudada, entre eles.
mas, difícil de ser entendida, fato que se deve ao vocabu- • Quando o assunto for Hardware e Software,
lário próprio, contudo, na maioria das vezes, a utilização muitos termos em inglês são utilizados, além é
de termos em inglês para dar nome, funcionalidade, re- claro de abreviações e siglas dos mesmos, é im-
cursos e componentes relacionados a área é parte inte- portante não confundir um com o outro e destacar
grante do estudo da matéria, tendo a informática uma a diferença entre função, conceito e classificação.
linguagem própria, assim com todas as disciplinas. • Os Navegadores (browser) possuem prati-
Pensando nisso, o presente material foi elaborado camente as mesmas funções, sendo assim, você
com base no último edital e focado nestas facilidades e deve aprender todas e decorar as diferenças. Mui-
dificuldades dos alunos, que na maioria das vezes, são tas vezes é nelas que a questão estará se pautan-
usuários da informática num mundo cada vez mais co- do para levar o “concurseiro” desatento ao erro.
nectado e digitalizado, a chamada cultura de rede.
Sobre como estudar informática, vamos elencar al- O conteúdo presente neste material é focado no últi-
guns pontos fundamentais para a fixação da matéria, mo edital, e foi organizado, na medida do possível, res-
lembrando que no dia da prova você não terá um com- peitando a ordem dos tópicos do edital e da forma mais
putador para lembrar o local dos arquivos e os botões a didática possível, visando otimizar o tempo de estudo.
serem clicados, então a melhor forma de aprender in-
formática é fazendo uso dela enquanto estuda. Vamos à 1. NOÇÕES BÁSICAS 253
alguns itens:
(DE USUÁRIO) SOBRE A
• Enquanto estiver estudando, principalmente INSTALAÇÃO DE APLICATIVOS
quando se tratar de programas específicos como o
próprio sistema operacional, seja ele Windows ou E FUNCIONAMENTO DE
Linux, navegue entre as opções e funcionalidades COMPUTADORES PESSOAIS.
descritas. O segredo da memorização de coman-
dos na informática é a prática, como é o caso das Neste capítulo será abordado o tópico referente aos
teclas de atalho, que geralmente tem pelo tomado conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias;
pelo menos uma questão da prova. ferramentas; aplicativos e procedimentos de informáti-
• Durante o estudo da matéria, é de suma im- ca: tipos de computadores; conceitos de hardware e de
portância elaborar suas próprias notas de aula, o software; instalação de periféricos. O objetivo e expor o
que pode e deve ser feito utilizando a ferramen- conteúdo relativo aos elementos básicos de hardware e
ta MS Word ou LibreOffice/BrOffice, editores de software recorrentes em provas e concursos.
texto utilizados nesta apostila. Fazendo uso dos
recursos de edição descrito, ficará cada vez mais
fácil de memorizar a localização de funções dos Hardware
itens cobrados na prova.
• Programas como o MS Excel e Calc tem o ob- Todo computador é constituído de componentes e
jetivo de fornecer instruções para que os cálculos peças que se conectam e se comunicam entre si, levan-
sejam feitos, portanto, quando estiver estudando do instruções e devolvendo informações para o usuário.
as funções, tenha aberto, se possível, o programa Este elemento físico denominado de hardware é nosso
para criar suas próprias fórmulas ou utilizar a de assunto a ser estudado.
provas anteriores. Só existe uma forma de apren- Os dispositivos de hardware podem ser considerados
der planilhas eletrônicas, e esta forma é fazendo desde peças esparsas de componentes de um computa-
uso delas. dor do tipo de desktop até notebooks e todos os dis-
• O presente material não tem a função de positivos portáteis relacionados a ideia de computação
torná-lo um técnico de informática, mas forne- móvel, como é o caso de smartphones, tablets e smar-
ce todo o aparato necessário para responder as twatches (relógios inteligentes).
questões dos concursos, portanto, em alguns mo-
INFORMÁTICA

Tipos de Computadores e Dispositivos Conceito


Os dispositivos relacionados a computação podem Podemos conceituar hardware como componentes fí-
ser do tipo: sicos que de um sistema computacional. Seu conjunto ou
Desktop: conceito desenvolvido para simbolizar a agrupamento de unidades funcionais como Processador,
ideia de “área de trabalho”, sendo um computador do memória principal, unidades de armazenamento e dis-
tipo desktop um microcomputador que se associa a positivos de entrada e saída é chamado de computador,
ideia da utilização em uma mesa; é aquele computador ou seja, tudo aquilo que você “pode tocar”.
que possui um monitor, gabinete (com todos os compo- A soma de todos os componentes de Hardware de
nentes de hardware dentro), mouse, teclado e geralmen- um computador são conectados e trabalham conforme
te uma conexão com a rede. É muito utilizado em escri- uma arquitetura base, portanto, a forma como é feita co-
tórios e casas, sendo os primeiros formatos associados a municação destes componentes segue um padrão, esse
computação portátil desenvolvida pela Apple e IBM no padrão nos chamamos de arquitetura dos computadores.
início dos anos 1980; denominada de computação pes- Sua definição vem de encontro com outro elemento, o
soal. Como mencionado, os computadores desktop são chamado software; enquanto o hardware é a parte física,
modulares e seus componentes podem ser facilmente ou software é o elemento lógico, ou seja, não podemos
melhorados ou substituídos, os chamados upgrades de tocar. São os programas do computador.
hardware; estando disponíveis em gabinetes dos mais A utilização e interação dos computadores possui três
variados estilos. elementos:
Com o advento dos notebooks, os desktops tiveram
uma grande queda na compra e utilização, porém, com • Físico: Hardware
o avanço e popularização dos denominados gamers, vol- • Lógico/Abstrato: Software
taram com ao mercado devido a já mencionada versati- • Operador: Peopleware ou usuário.
lidade na complementação e melhoria dos componentes
de hardware. Componentes físicos que somados possibilitam o pro-
cessamento de dados, resultando em informações, tor-
nando viável e a interação usuário/máquina.
Os principais componentes de hardware são:

• Placa-mãe
254 • Processadores
• Memória Principal ou RAM
• Unidades de Armazenamento
• Periféricos de Entrada e Saída (Teclado,
Mouse e Monitor)
Notebook: a grande distinção entre os notebooks e • Fonte de Energia
os desktops está no conceito de portabilidade dos, tendo
os notebooks hardwares como monitor, teclado, e caixas Organização dos Computadores
acústicas totalmente integrados, formando uma única
peça. Outro ponto é o fato de possuírem autonomia elé- Embora os computadores sejam concebidos como
trica por meio de uma bateria recarregável. algo “moderno”, sua história de desenvolvimento começa
Outro ponto importante é a presença de um dispo- no início de século passado; sendo a forma de como são
sitivo que substitui o mouse dos desktops chamado de organizados e estruturados, remonta aos anos 40.
touchpad; hardware constituído por uma superfície sen- A chamada Arquitetura dos computadores foi ela-
sível ao toque onde o usuário posiciona o ponteiro na tela borada por John von Neumann (1903-1957), matemático
por meio de movimentos dos dedos. Sendo acompanhado húngaro, idealizador da arquitetura básica de funcio-
de dois botões com as mesmas funções dos botões do namento dos computadores. Mesmo sendo considerada
mouse. historicamente como antiga, sua arquitetura continua
sendo a base para a criação dos mais modernos com-
putadores atuais, incluindo tablets e smartphones, afinal
de contas, sua capacidade de processamento se iguala a
de muitos computadores do padrão Desktop e Notebook.
CAPÍTULO 01 - Noções Básicas (de Usuário) sobre a Instalação de Aplicativos
e Funcionamento de Computadores Pessoais.

Von Neumann idealizou a comunicação dos compo- Placa Mãe


nentes seguindo a seguintes estruturas:
Dispositivos de entrada, como teclado e mouse en- A placa-mãe é o componente responsável por conec-
viaram instruções ao computador, dando início aos cha- tar e interligar todos os outros componentes do compu-
mados processos, sendo posteriormente devolvidos aos tador; possibilitando a comunicação entre processador
usuários como informação, resultados que serão exibi- com memória RAM, unidades de armazenamento, e
dos pelos dispositivos de saída como monitores, e im- dispositivos de saída. Trata se de um circuito impresso
pressora. responsável por interconectar os componentes.
Uma CPU (Central Processing Unit, ou Unidade Cen- A conexão é realizada através de sockets (proces-
tral de Processamento), o cérebro do sistema; constituída sador), slots (memória principal ou RAM) e Conectores
por uma ULA (Unidade Lógica e Aritmética), cuja função ou portas para demais componentes de armazenamento
será a de realizar cálculos; e uma Unidade de Controle, (HD) e entrada e saída (Teclado, Mouse e Monitores).
gerenciadora da comunicação da CPU com os compo- Socket: dispositivo mecânico destinado a conectar o
nentes externos. Os dois elementos listados, ULA e UC processador (CPU) por meio de um componente elétrico
são partes integrantes dos processadores, somados aos que realiza a comunicação por meio de uma placa de
registradores, pequenas unidades de memória integra- circuito impresso; o chamado barramento.
das cuja função é realizar seus cálculos internamente. Slots: sua função é conectar as memórias principais
Outro elemento importante é a unidade de memória, ou memória RAM a placa mãe.
na qual dados e instruções utilizadas pelo processador Conectores e Portas: A placa-mãe possibilita inter-
serão armazenados temporariamente. ligar novos dispositivos por meio de conectores e portas.
Andrew Tanenbaum, criador de sistemas operacio- Por elas podemos conectar dispositivos de armazena-
nais e grande perito em computação. Redesenhou a ar- mento e dispositivos de entrada e saída.
quitetura de von Neumann, demonstrando a presença de As portas que conectam novos dispositivos ao compu-
dois elementos: os registradores e o barramento. tador, como portas USB, serial e paralelas, são chamadas
de Drive. Algumas bancas tentam confundir Drive (Har-
dware) com Driver (Software). O último tem a função de
fazer funcionar o primeiro; trata se de um software de
sistema (programa) que faz a comunicação entre a má-
quina e o sistema operacional.

Barramento 255

É o caminho utilizado para haver a comunicação


entre os dispositivos conectados a uma placa-mãe. Sua
transmissão é compartilhada ou exclusiva de determi-
A ilustração de Tanenbaum demonstra o barramento nado componente. Em resumo, são vias de comunicação
como canal de comunicação entre os dispositivos de um para a transmissão de informação utilizando circuitos
computador, presente através de circuitos integrados das impressos na placa-mãe.
placa-mãe.
Enfim, para prosseguirmos no estudo do hardware, é
necessário compreender os principais componentes de
um computador. A partir dos próximos tópicos, começa-
remos o estudo dos componentes mais relevantes.

Tipos de Hardware
O computador é composto por várias peças, tendo
cada uma delas sua função especifica no funcionamento
Processador
do computador. Pensando nisso, será abordado cada um
dos elementos relacionados aos itens de hardware de um
O processador é o componente que recebe os dados
computador.
da memória RAM e processa por meio de instruções da-
das pelo sistema. Após o processamento dos dados, os
mesmos são devolvidos em forma de informação. Sua
função é ser o “cérebro do computador”. Também pode
ser chamado de CPU, termo em inglês que significa Uni-
dade Central de Processamento. É responsável por reali-
zar os cálculos necessários.
Sua principal função é controlar e executar instru-
ções contidas na memória principal através de opera-
INFORMÁTICA

ções básicas como somar, subtrair, comparar e movi- (Gigabytes) de RAM.


mentar dados. É basicamente composto por Unidade de Os computadores modernos, com seu contínuo avan-
Controle, Unidade Lógica e Aritmética, e registradores. ço, evidenciaram o fato de ser insustentável operar so-
mente com a “palavra” de 32bits, sendo assim, foi de-
senvolvida a arquitetura x64, com palavras de 64bits,
resolvendo o problema de memória, permitindo com até
16TB (Terabytes) de memória RAM.
No momento da compra de um computador, é im-
portante analisar qual arquitetura do processador, sendo
fator relevante ao desempenho e da versão do sistema
operacional.
Os processadores que utilizam a arquitetura de har-
dware de 64 bits são compatíveis com software de 32
Processadores Risc e Cisc bits, porém, o inverso não é verdadeiro; o mesmo se apli-
ca aos softwares do tipo aplicativo em relação ao sistema
Todos os dados enviados para processamento são operacional.
trabalhados dentro da ULA do processador, através do Sobre a velocidade de processamento, é importante
auxílio dos registradores, porém, indiferente da comple- salientar que não é apenas a velocidade do processador
xidade do software, todo processador opera um conjunto que determina o desempenho da máquina, sendo refe-
limitado de instruções. Com base nisso, os fabricantes rência a velocidade utilizada para efetuar cálculos in-
desenvolvem processadores com mais núcleos (cores) e ternos.
com maior capacidade. São fatores determinantes na velocidade e desempe-
As instruções são trabalhadas pela ótica de duas ar- nho dos processadores:
quiteturas dos processadores: a RISC e a CISC.
Os processadores RISC, sigla que significa Reduced • O clock da memória, velocidade na troca da-
Instruction Set Computer, temo característica operar dos com a memória RAM;
com um conjunto muito menor de instruções, sendo as- • Capacidade de armazenamento da memória
sim, os programadores têm a missão de desenvolver os cache;
seus programas com o foco na combinação de instruções • Capacidade de armazenamento da RAM, ve-
simples para operar tarefas complexas. locidade do disco rígido;
256 Em contrapartida, os processadores do tipo CISC, si- • Software utilizado; cada sistema operacional
gla que significa Complex Instruction Set Computer, ope- pode apresentar performance diferente, portanto,
ram um conjunto complexo (maior) de instruções, tendo temos o fator lógico como influência.
o programador maior facilidade na construção de pro-
gramas que exigem tarefas complexas, pois é presente Considerando condições iguais, podemos dizer que:
neste tipo de processador, instruções mais complexas
para operar algumas tarefas. • Maior o clock do processador, mais rápida é;
Atualmente os processadores são “mistos”, ou seja, há • Mais núcleos (core) presentes no processa-
uma combinação sendo chamado de RCISC. Os proces- dor, melhor é a performance;
sadores considerados RISC utilizam algumas instruções • Maior for a Capacidade de armazenamento
complexas, bem como os processadores CISC utilizam da memória cache, mais rápido será o processa-
algumas instruções simples. dor.
Vale mencionar que os processadores da Intel e AMD
(maiores fabricantes do mercado) utilizando o CISC. Processadores ARM
Processadores de 32 Bits e 64 Bits Atualmente os dispositivos móveis como smartpho-
nes e tablets tem ganhado a preferências dos usuários,
É comum lermos nas especificações de vários pro- fato devido ao fato de ser portáteis e realizarem a maio-
gramas o indicativo 32 bits e 64 bits. Os computadores ria das tarefas que um computador do tipo desktop ou
podem possuir processadores que trabalhavam com “pa- notebook faria. Estes dispositivos são construídos com a
lavras” de 32 ou 64 bits. Para o termo “Palavra”, podemos mesma arquitetura dos computadores, porém, com ele-
definir como o tamanho máximo de bits que o processa- mentos mais compactos. Esses processadores não possu-
dor pode operar de uma vez só, sendo indiferente o tipo am a mesma performance dos x86 ou x64, porém, tam-
de operação que será executado; se de soma, subtração, bém podem ser multicore.
etc. Por exemplo: um processador de 32 bits tem capaci-
dade de lidar com “pacotes” que armazenam até 32 bits. Memórias
Para se comunicar com a memória RAM, o processador
utilizará essa “palavra” para determinar os caminhos Dispositivos que armazenam dados ou instruções,
de memória e, fazendo uso de uma “palavra” de 32 bits, com o objetivo de transmiti-las ao processador (no caso
levando em consideração que o computador opera em da memória RAM) ou armazenar permanentemente
binário (0 ou 1), implica em ler memórias de até 4GB
ADMINISTRAÇÃO
GERAL
PROFESSOR PROFESSOR
Adriel Sá Tiago Zanolla
Professor de Direito Administrativo, Administração Professor de Ética no Serviço Público, Conhecimen-
Pública e Administração Geral em cursos preparatórios tos Bancários e Direito Regimental. Formado em Enge-
presenciais e à distância. Servidor do Ministério Públi- nharia de Produção pela Universidade Pan-Americana
co da União - área administrativa. Formado em Admi- de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados
nistração pela Universidade Federal de Santa Catarina, no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido
possuo especialização em Gestão Pública. Fui militar com concursos públicos desde 2009 é professor em di-
das Forças Armadas por 11 anos, atuando em diversas versos estados do Brasil.
áreas, tais como, Recursos Humanos, Comunicação So-
cial e Licitações e Contratos. Orientador de grupos fo-
cais de estudos. Coautor do livro “Direito Administrativo
Facilitado” para concursos, pelo Grupo Editorial Gen/
Método.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. ABORDAGENS CLÁSSICA, BUROCRÁTICA E SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO................................................... 309
Abordagem Clássica da Administração.......................................................................................................................................................................................... 309
Abordagem Burocrática da Administração....................................................................................................................................................................................311
Abordagem Sistêmica da Administração....................................................................................................................................................................................... 313
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 313

2. EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL APÓS 1930. REFORMAS ADMINISTRATIVAS. A


NOVA GESTÃO PÚBLICA.......................................................................................................................................................................314
Administração Patrimonialista........................................................................................................................................................................................................... 314
Gestão Pública Patrimonialista no Brasil....................................................................................................................................................................................... 314
Administração Pública Burocrática.................................................................................................................................................................................................. 315
Gestão Pública Burocrática No Brasil.............................................................................................................................................................................................. 317
Administração Pública Gerencial (Nova Administração Pública ou Modelo Pós-Burocrático)............................................................................... 319
Gestão pública gerencial no Brasil.................................................................................................................................................................................................... 321
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................325

3. PROCESSO ADMINISTRATIVO. FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO: PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO,


DIREÇÃO E CONTROLE......................................................................................................................................................................... 327
Planejamento..............................................................................................................................................................................................................................................328
Organização.................................................................................................................................................................................................................................................329
Direção......................................................................................................................................................................................................................................................... 330
Controle........................................................................................................................................................................................................................................................ 330
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 331

4.TÉCNICAS DE ARQUIVO E PROTOCOLO....................................................................................................................................331


Portaria Interministerial nº 1.677,...................................................................................................................................................................................................... 331
de 7 de Outubro de 2015 (*).................................................................................................................................................................................................................. 331
Atividades de Protocolo.......................................................................................................................................................................................................................... 331
Exigência......................................................................................................................................................................................................................................................336
Orientações Gerais...................................................................................................................................................................................................................................348
Glossário.......................................................................................................................................................................................................................................................349

5. GESTÃO DE PESSOAS.........................................................................................................................................................................351 307


Equilíbrio Organizacional e Relações Indivíduo/Organização.............................................................................................................................................. 351
Objetivos, Desafios e Características da Gestão de Pessoas...................................................................................................................................................352
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................358

6. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL................................................................................................................................... 359


Motivação.....................................................................................................................................................................................................................................................359
Liderança......................................................................................................................................................................................................................................................362
Desempenho................................................................................................................................................................................................................................................367
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 371

7. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA, E FUNCIONAL...................................................................................................... 372


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................372
Concentração e Desconcentração.......................................................................................................................................................................................................372
Centralização e Descentralização......................................................................................................................................................................................................372
Relações entre Desconcentração e Descentralização................................................................................................................................................................373
Administração Direta..............................................................................................................................................................................................................................373
Administração Indireta..........................................................................................................................................................................................................................373
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................373

8. ETIQUETA EMPRESARIAL.............................................................................................................................................................. 373


Comunicação...............................................................................................................................................................................................................................................375
Compromisso..............................................................................................................................................................................................................................................376
Cooperação..................................................................................................................................................................................................................................................377
Valores Partilhados..................................................................................................................................................................................................................................377
Conflito..........................................................................................................................................................................................................................................................377
Poder..............................................................................................................................................................................................................................................................377
Comportamento sem Oportunismo...................................................................................................................................................................................................377
Interdependência......................................................................................................................................................................................................................................378

9. EQUIPES DE TRABALHO................................................................................................................................................................. 378


Grupos...........................................................................................................................................................................................................................................................378
Equipes.......................................................................................................................................................................................................................................................... 381
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................386
SUMÁRIO

10. QUALIDADE NO ATENDIMENTO............................................................................................................................................... 386


Qualidade de Atendimento à Clientes..............................................................................................................................................................................................386

11. ÉTICA, MORAL, PRINCÍPIOS E VALORES............................................................................................................................... 389

12. ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA...................................................................................................... 393

308
CAPÍTULO 01 - Abordagens Clássica, Burocrática e Sistêmica da Administração

1. ABORDAGENS CLÁSSICA, acima de tudo, uma corrente de ideias desenvolvida por


engenheiros que procuravam elaborar uma engenharia
BUROCRÁTICA E SISTÊMICA DA industrial dentro de uma concepção pragmática.
ADMINISTRAÇÃO. - A ênfase nas tarefas é a principal característica
da Administração Científica.
- Defendia a organização linear caracterizada pela
Abordagem Clássica da Administração ênfase à centralização da autoridade (atuação direti-
va).
No início do século XX, dois personagens se desta-
cam nos primeiros trabalhos pioneiros a respeito da Ad- De outro lado, a corrente dos anatomistas e fisiologis-
ministração: tas da organização, desenvolvida na França, com os tra-
balhos pioneiros de Fayol. Essa escola, também chamada
- um americano (América do Norte) chamado de "Escola dos Chefes", teve como expoentes: Henri
Frederick Winslow Taylor, que iniciou a chama- Fayol (1841-1925), James D. Mooney, Lyndall F. Urwick
da Escola da Administração Científica, pre- (1891-1979), Luther Gulick e outros. A essa corrente cha-
ocupada em aumentar a eficiência da indústria maremos Teoria Clássica.
por meio da racionalização do trabalho operário;
- um turco (Europa), chamado Jules Henri - A preocupação básica era aumentar a eficiência
Fayol Barros Zacanti, que desenvolveu a chama- da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos
da Teoria Clássica, preocupada em aumentar a componentes da organização (departamentos) e de suas
eficiência da empresa por meio de sua organiza- inter-relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia
ção e da aplicação de princípios gerais da Admi- (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da or-
nistração em bases científicas. ganização.
- Nesse sentido, a abordagem da Corrente Anatômica
Portanto, desde logo, precisamos não confundir a e Fisiologista é uma abordagem inversa à da Adminis-
Abordagem Clássica com a Teoria Clássica. Esta insere- tração Científica: de cima para baixo (da direção para
-se no contexto daquela. Os autores e suas teorias (Escola a execução) e do todo (organização) para as suas partes
Científica - TAYLOR - e Teoria Clássica - FAYOL) consti- componentes (departamentos).
tuem as bases da chamada Abordagem Clássica da Ad- - Predominava a atenção para a estrutura organi-
ministração. zacional, para os elementos da Administração, os prin-
Vejamos o que Chiavenato (2003) escreve sobre essas cípios gerais da Administração e a departamentalização. 309
duas orientações que diferentes e, até certo ponto, opos- - Esse cuidado com a síntese e com a visão global
tas entre si, complementam-se com relativa coerência: permitia a melhor maneira de subdividir a empre-
De um lado, a Escola da Administração Científi- sa sob a centralização de um chefe principal. Foi uma
ca, desenvolvida nos Estados Unidos, a partir dos traba- corrente teórica e orientada administrativamente.
lhos de Taylor. Essa escola era formada principalmente - A ênfase na estrutura é a sua principal caracte-
por engenheiros, como Frederick Winslow Taylor (1856- rística.
1915), Henry Lawrence Gantt (1861-1919), Frank Bunker - Defendia a organização funcional caracterizada
Gilbreth (1868-1924), Harrington Emerson (1853-1931) e pela descentralização da autoridade (atuação partici-
outros. Henry Ford (1863-1947) costuma ser incluído pativa).
entre eles pela aplicação desses princípios em seus ne-
gócios.
Administração Científica
- A preocupação básica era aumentar a produtivida-
A abordagem básica da Escola da Administração
de da empresa por meio do aumento de eficiência no
Científica se baseia na ênfase colocada nas tarefas.
nível operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a
A preocupação inicial era eliminar o desperdício e per-
ênfase na análise e na divisão do trabalho do ope-
das sofridas pelas indústrias, elevando os níveis de pro-
rário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante
dutividade por meio da aplicação de métodos e técnicas
constituem a unidade fundamental da organização.
da engenharia industrial.
- Nesse sentido, a abordagem da Administração Cien-
A obra de Taylor, o seu livro "Shop Management", de
tífica é uma abordagem de baixo para cima (do ope-
1903, retratou o Estudo de Tempos e Movimentos
rário para o supervisor e gerente) e das partes (operário
(Motion-time Study), que possuía como premissas bási-
e seus cargos) para o todo (organização empresarial).
cas:
- Predominava a atenção para o método de traba-
lho, para os movimentos necessários à execução de uma
I. O objetivo da Administração é pagar sa-
tarefa, para o tempo padrão determinado para sua exe-
lários melhores e reduzir custos unitários
cução.
de produção.
- Esse cuidado analítico e detalhista permitia a es-
II. Para realizar tal objetivo, a Administração
pecialização do operário e o reagrupamento de mo-
deve aplicar métodos científicos de pesquisa
vimentos, operações, tarefas, cargos etc., que constituem
e experimentos (observação e mensuração) para
a chamada Organização Racional do Trabalho (ORT). Foi,
ADMINISTRAÇÃO GERAL

formular princípios e estabelecer processos pa- eficiente. Isso, no entanto, não quer dizer que os objetivos
dronizados que permitam o controle das opera- eram distintos, pois ambos os modelos buscavam a
ções fabris. eficiência organizacional.
III. Os empregados devem ser cientifica- Com a publicação em 1916 do livro "Administration
mente selecionados e colocados em seus pos- Industrielle et Générale", o autor afirma que em toda or-
tos com condições de trabalho adequadas para ganização, independentemente de tamanho ou natureza
que as normas possam ser cumpridas. de suas atividades, o conjunto de todas as suas operações
IV. Os empregados devem ser cientifica- pode ser dividido em seis grupos ou funções, a saber:
mente treinados para aperfeiçoar suas aptidões
e executar uma tarefa para que a produção nor- 01. Funções técnicas, relacionadas com a
mal seja cumprida. produção de bens ou de serviços da empresa.
V. A Administração precisa criar uma at- 02. Funções comerciais, relacionadas com
mosfera de íntima e cordial cooperação com compra, venda e permutação.
os trabalhadores para garantir a permanência 03. Funções financeiras, relacionadas com
desse ambiente psicológico. procura e gerência de capitais.
04. Funções de segurança, relacionadas com
Taylor também publica outra obra, o livro "The Prin- proteção e preservação dos bens e das pessoas.
cipies of Scientific Management", em 1911, no qual ele 05. Funções contábeis, relacionadas com in-
expressa três males presentes nas organizações de ventários, registros, balanços, custos e estatísticas.
sua época: 06. Funções administrativas, relacionadas
com a integração de cúpula das outras cinco fun-
I. Vadiagem sistemática dos operários, que re- ções.
duziam a produção acerca de um terço da que seria nor-
mal, para evitar a redução das tarifas de salários pela O autor denomina como funções essenciais a estes
gerência, com três causas determinantes para essa va- grupos de operações e que para cada função essencial
diagem: corresponde uma capacidade especial relacionada com
• O engano disseminado entre os trabalhado- a natureza e a importância da função. Cada uma dessas
res de que o maior rendimento do homem e da capacidades, ou funções, repousa em um conjunto de
máquina provoca desemprego. aptidões, qualidades e conhecimentos, assim resumidos:
• O sistema defeituoso de Administração que
310 força os operários à ociosidade no trabalho a fim • Qualidades físicas: saúde, vigor, destreza,
de proteger seus interesses pessoais. força muscular, agilidade, coordenação, rapidez e
• Os métodos empíricos ineficientes utilizados precisão.
nas empresas, com os quais o operário desperdiça • Qualidades intelectuais: aptidão para
grande parte de seu esforço e tempo. compreender, aprender e ter discernimento (ou
saber diferenciar), força e agilidades intelectuais,
II. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas habilidades analíticas, julgamento e engenhosida-
de trabalho e do tempo necessário para sua reali- de.
zação. • Qualidades morais: energia, firmeza, co-
III. Falta de uniformidade das técnicas e dos ragem de aceitar as responsabilidades, iniciativa,
métodos de trabalho. decisão, tato e dignidade.
• Cultura geral: conhecimentos variados que
A Administração Científica baseou-se no concei- não são exclusivamente da função exercida.
to de homo economicus, isto é, do homem econômi- • Conhecimentos especiais: relativos uni-
co. Segundo esse conceito, toda pessoa é concebida camente a função exercida, seja ela técnica, co-
como influenciada exclusivamente por recompensas mercial, financeira, administrativa, etc.
salariais, econômicas e materiais. Em síntese, o ho- • Experiência: conhecimento resultante da
mem procura o trabalho não porque gosta dele, mas prática das funções, adquirido na vivência de pro-
como um meio de ganhar a vida por meio do salário blemas reais e na própria realização de trabalho.
que o trabalho proporciona.
Interessante destacar que as funções administra-
Teoria Clássica tivas, segundo Fayol, coordenam e sincronizam
as demais funções da empresa, pairando sempre
Enquanto a Administração Científica era desenvolvi- acima delas. Isso não quer dizer que se concentra exclu-
da nos Estados Unidos, em 1916 surgia na Europa, origi- sivamente no topo da organização; pelo contrário, elas
nando-se na França, a Teoria Clássica da Adminis- se repartem proporcionalmente por todos os níveis da
tração. hierarquia da empresa.
No modelo americano, temos a ênfase na tarefa rea- As funções administrativas conhecidas contempora-
lizada pelo operário. No modelo europeu, a ênfase era na neamente pelas ações de planejar, organizar, dirigir
estrutura que a organização deveria possuir para ser e controlar (PODC) são oriundas do desenvolvimento
de Fayol e sua teoria. Vejamos.
CAPÍTULO 01 - Abordagens Clássica, Burocrática e Sistêmica da Administração

Fayol define o ato de administrar como prever, or-


Cadeia escalar É a linha de autoridade que vai
ganizar, comandar, coordenar e controlar. As funções do escalão mais alto ao mais
administrativas envolvem os elementos da Adminis- baixo em função do princípio
tração, isto é, as funções do administrador (POCCC): do comando.

Ordem Um lugar para cada coisa e


01. Prever: avalia o futuro e o aprovisiona- cada coisa em seu lugar. É a or-
mento dos recursos em função dele. dem material e humana.
02. Organizar: proporciona tudo o que é útil Equidade Amabilidade e justiça para al-
ao funcionamento da empresa. cançar a lealdade do pessoal.
03. Comandar: leva a organização a funcio-
nar. Seu objetivo é alcançar o máximo retorno de Estabilidade do A rotatividade do pessoal é
pessoal prejudicial para a eficiência da
todos os empregados no interesse dos aspectos organização. Quanto mais tem-
globais do negócio. po uma pessoa permanecer no
04. Coordenar: harmoniza todas as ativida- cargo, tanto melhor para a em-
presa.
des do negócio, facilitando seu trabalho e sucesso.
Sincroniza coisas e ações em proporções certas e Iniciativa A capacidade de visualizar um
adapta meios aos fins visados. plano e assegurar pessoalmente
o seu sucesso.
05. Controlar: consiste na verificação para
certificar se tudo ocorre em conformidade com Espírito de equipe A harmonia e a união entre as
o plano adotado, as instruções transmitidas e os pessoas são grandes forças para
a organização.
princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as
fraquezas e erros no intuito de retificá-los e pre-
venir a recorrência. Abordagem Burocrática da
Administração
Outro assunto constante em provas são os 14 princí-
pios gerais de Administração que Fayol desenvolveu A abordagem burocrática desenvolveu-se na Admi-
sua teoria, quais sejam: nistração por voltada década de 1940, adotando-se as
Divisão do trabalho Consiste na especialização das concepções formuladas anteriormente pelo economista
tarefas e das pessoas para au- e sociólogo Max Weber. Segundo essa teoria, a burocra-
mentar a eficiência.
cia é uma forma de organização humana que se baseia
311
Autoridade e Autoridade é o direito de dar na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos
responsabilidade ordens e o poder de esperar - a racionalidade, a fim de garantir a máxima eficiência
obediência. A responsabilidade
possível no alcance desses objetivos. Daí, diz-se que a
é uma consequência natural da
autoridade e significa o dever Teoria da Burocracia se baseia na teoria do homem or-
de prestar contas. Ambas de- ganizacional.
vem estar equilibradas entre si. Para Chiavenato (2000), a Teoria Burocrática apre-
Disciplina Depende de obediência, aplica- senta as seguintes vantagens:
ção, energia, comportamento e
respeito aos acordos estabele- • Racionalidade em relação aos objetivos da
cidos.
organização;
Unidade de comando Cada empregado deve receber • Precisão na definição do cargo e na operação,
ordens de apenas um superior. pelo conhecimento exato dos deveres;
É o princípio da autoridade úni- • Rapidez nas decisões, pois cada um conhece
ca.
o que deve ser feito;
Unidade de direção Uma cabeça e um plano para • Uniformidade de Interpretação garantida
cada conjunto de atividades que pela regulamentação específica e escrita;
tenham o mesmo objetivo.
• Uniformidade de rotinas e procedimentos
Subordinação dos Os interesses gerais da empre- que favorece a padronização;
interesses individuais sa devem sobrepor-se aos inte- • Continuidade da organização, através da
resses particulares das pessoas.
aos gerais substituição do pessoal que é afastado;
• Redução de atrito entre as pessoas, pois cada
Remuneração do Deve haver justa e garantida
funcionário conhece aquilo que é exigido dele e
pessoal satisfação para os empregados
e para a organização em termos quais os limites entre suas responsabilidades e as
de retribuição. do outro;
• Constância, pois os mesmos tipos de decisão
Centralização Refere-se à concentração da
autoridade sobre as atividades devem ser tomados nas mesmas circunstâncias;
vitais da organização no topo • Subordinação dos mais novos aos mais anti-
da hierarquia da organização. gos dentro de uma forma estrita e em conhecida,
de modo que o supervisor possa tomar decisões
que afetam o nível mais baixo;
ADMINISTRAÇÃO GERAL

• Confiabilidade, pois os mesmos tipos de de- mente:


cisão devem ser tomados nas mesmas circunstân- • CARACTERÍSTICAS
cias; 01. Caráter legal das normas e regulamentos.
• Benefícios sob o prisma das pessoas na orga- 02. Caráter formal das comunicações.
nização, pois a hierarquia é formalizada, o traba- 03. Caráter racional e divisão do trabalho.
lho é dividido entre as pessoas de maneira orde- 04. Impessoalidade nas relações.
nada, as pessoas são treinadas para se tornarem 05. Hierarquia de autoridade.
especialistas em suas áreas; elas podem fazer 06. Rotinas e procedimentos padronizados.
carreira na organização em função do seu mérito 07. Competência técnica e meritocracia.
pessoal e competência técnica. 08. Especialização da administração.
09. Profissionalização dos participantes.
Ao estudar as consequências previstas (ou desejadas) 10. Completa previsibilidade do funciona-
da burocracia, Robert K. Merton notou também as con- mento.
sequências imprevistas (ou não desejadas) que levam à
ineficiência e às imperfeições. Idalberto Chiavenato • VANTAGENS
apresenta a sequência desse estudo. Vejamos: 01. Racionalidade em relação ao alcance dos
objetivos da organização.
01. O modelo começa com a exigência de con- 02. Precisão na definição do cargo e na opera-
trole por parte da organização, a fim de reduzir ção, pelo conhecimento exato dos deveres.
a variabilidade do comportamento humano a pa- 03. Rapidez nas decisões, pois cada um co-
drões previsíveis, indispensáveis ao bom funcio- nhece o que deve ser feito e por quem e as ordens
namento da organização. e papéis tramitam através de canais preestabe-
02. Essa exigência de controle enfatiza a pre- lecidos.
visibilidade do comportamento, que é garantida 04. Unicidade de interpretação garantida pela
por meio da imposição de normas e regulamen- regulamentação específica e escrita. Por outro
tos. Assim, a organização estabelece os padrões lado, a informação é discreta, pois é fornecida
de procedimentos para as pessoas, institui as apenas a quem deve recebê-la.
penalidades pelo não cumprimento, bem como a 05. Uniformidade de rotinas e procedimentos
supervisão hierárquica para assegurar a obediên- que favorece a padronização, a redução de custos
cia. A ênfase sobre o cargo e a posição dos indiví- e erros, pois as rotinas são definidas por escrito.
312 duos diminui as relações personalizadas. 06. Continuidade da organização por meio
03. Mas a ênfase nas regras e sua forte im- da substituição do pessoal que é afastado. Além
posição leva as pessoas a justificarem sua ação disso, os critérios de seleção e escolha do pessoal
individual. baseiam-se na capacidade e na competência téc-
04. E conduz a consequências imprevistas nica.
(disfunções), tais como a rigidez no comporta- 07. Redução do atrito entre as pessoas, pois
mento e a defesa mútua na organização. cada funcionário conhece o que é exigido dele e
05. O que não atende às expectativas e an- quais os limites entre suas responsabilidades e as
seios da clientela, provocando dificuldades no dos outros.
atendimento ao público. 08. Constância, pois os mesmos tipos de deci-
06. Levando a um sentimento de defesa da são devem ser tomados nas mesmas circunstân-
ação individual, pois o burocrata não presta con- cias.
tas ao cliente, mas às regras da organização e ao 09. Confiabilidade, pois o negócio é conduzido
seu superior hierárquico. através de regras conhecidas, e os casos simila-
res são metodicamente tratados dentro da mesma
Assim, são consideradas DISFUNÇÕES DA BURO- maneira sistemática. As decisões são previsíveis e
CRACIA: o processo decisório, por ser despersonalizado no
sentido de excluir sentimentos irracionais, como
- Internalização das regras e exagerado apego aos amor, raiva, preferências pessoais, elimina a dis-
regulamentos; criminação pessoal.
- Excesso de formalismo e papelório; 10. Benefícios para as pessoas na organiza-
- Resistência às mudanças; ção, pois a hierarquia é formalizada, o trabalho é
- Despersonalização dos relacionamentos;; dividido entre as pessoas de maneira ordenada,
- Categorização como base do processo deci- as pessoas são treinadas para se tornarem espe-
sorial cialistas, podendo encarreirar-se na organização
- Superconformidade às rotinas e regulamen- em função de seu mérito pessoal e competência
tos; e técnica.
- Exibição de sinais de autoridade.

Segundo Max Weber, a burocracia tem as seguintes


características e as seguintes vantagens, respectiva-
CAPÍTULO 01 - Abordagens Clássica, Burocrática e Sistêmica da Administração

Abordagem Sistêmica da Administração que caracterizam a organização como um sistema


aberto.
Em meados de 1950, Ludwig von Bertalanffy, um
biólogo alemão, elaborou a teoria denominada Teoria - Entradas (inputs): aquilo que organização recebe
Geral dos Sistemas (TGS). Esse postulado, em sínte- do ambiente, justamente por não ser uma estrutura au-
se, tem sua base nos sistemas, que não podem ser com- tossuficiente.
preendidos apenas pela análise separada e exclusiva de - Transformação: sistemas abertos necessitam
cada uma de suas partes, mas sim na compreensão da transformar o que recebem do ambiente. Em síntese, é
dependência recíproca de todas as disciplinas e um arranjo das entradas (inputs) para gerar resultados.
da necessidade de sua integração. - Saídas (outputs): é a exportação dos resultados da
organização para o seu meio ambiente.
Teoria dos Sistemas - Retroação, retroalimentação, retroinforma-
ção ou feedback: comparação da saída com um critério
A palavra sistema denota um conjunto de elementos ou padrão previamente estabelecido. Esse conceito tem
interdependentes e interagentes ou um grupo de unida- por finalidade controlar ou monitorar. Também busca in-
des combinadas que formam um todo organizado. corporar ação-resposta para certas situações com parâ-
Afirma Chiavenato (2003) que os pressupostos bá- metros previamente estabelecidos; é nesse sentido que
sicos da Teoria dos Sistemas são: se diz que o feedback pode propiciar uma situação em
que o sistema se torne autorregulador.
a. Existe uma tendência para a integração das - Entropia negativa: entropia é um processo pelo
ciências naturais e sociais. qual todas as formas organizadas tendem à exaustão, à
b. b. Essa integração parece orientar-se rumo desorganização, à desintegração, à morte. Para sobrevi-
a uma teoria dos sistemas. ver, os sistemas abertos precisam mover-se para deterem
c. A teoria dos sistemas constitui o modo mais esse processo entrópico e se reabastecerem de energia.
abrangente de estudar os campos não-físicos do Esse movimento de resistência à entropia é chamado de
conhecimento científico, como as ciências sociais. entropia negativa.
d. A teoria dos sistemas desenvolve princí- - Homeostase dinâmica: é a preservação do cará-
pios unificadores que atravessam verticalmente ter do sistema aberto: o equilíbrio. Ou seja, é a reação às
os universos particulares das diversas ciências mudanças por intermédio do crescimento que assimila
envolvidas, visando ao objetivo da unidade da ci- as novas entradas de energia nas suas estruturas.
ência. - Diferenciação: é a tendência à multiplicação e à 313

e. A teoria dos sistemas conduz a uma inte- elaboração de funções, o que lhe proporciona multiplica-
gração na educação científica. ção de papéis e diferenciação interna. Os padrões difu-
sos e globais são substituídos por funções especializadas,
São premissas básicas dessa teoria: hierarquizadas e diferenciadas.
- Equifinalidade: enfatiza que um sistema pode al-
01. Os sistemas existem dentro de sis- cançar, por uma variedade de caminhos, o mesmo resul-
temas. Cada sistema é constituído de subsiste- tado final, partindo de diferentes condições iniciais.
mas e, ao mesmo tempo, faz parte de um sistema - Limites: a organização como um sistema aberto
maior, o suprassistema. Cada subsistema pode ser possui fronteiras entre o sistema e o ambiente.
detalhado em seus subsistemas componentes, e A Teoria dos Sistemas, de fato, revolucionou a ma-
assim por diante. Também o suprassistema faz neira de pensar na organização. Aspectos da abordagem
parte de um suprassistema maior. Esse encade- clássica de gestão (no sentido de tradicional, não confun-
amento parece ser infinito. As moléculas existem dir com a Teoria Clássica) são opostos aos aspectos da
dentro de células, que existem dentro de tecidos, abordagem sistêmica.
que compõem os órgãos, que compõem os orga-
nismos, e assim por diante. Questões Gabaritadas
02. Os sistemas são abertos. É uma decor-
rência da premissa anterior. Cada sistema exis- 1. CESPE - Técnico Federal de Controle Externo/
te dentro de um meio ambiente constituído por Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Adminis-
outros sistemas. Os sistemas abertos são caracte- trativa/2015 - Considerando as diversas escolas e
rizados por um processo infinito de intercâmbio teorias da administração, julgue o item.
com o seu ambiente para trocar energia e infor- A teoria da burocracia, proposta por Max Weber, sus-
mação. tentada pelo tripé racionalidade, impessoalidade e pro-
03. As funções de um sistema dependem fissionalismo, tem como principais objetivos a eficiência,
de sua estrutura. Cada sistema tem um objetivo a eficácia e a efetividade dos processos organizacionais.
ou finalidade que constitui seu papel no intercâm-
bio com outros sistemas dentro do meio ambiente. 2. CESPE - Técnico Federal de Controle Externo/
Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Adminis-
Ainda, é importante conhecermos outros conceitos trativa/2015 - Considerando as diversas escolas e
GESTÃO PÚBLICA
PROFESSOR PROFESSOR
Marcelo Adriano Robson Fachini
Ex-militar de carreira das Forças Armadas e atu- Experiência em concursos públicos desde 1999, ten-
almente servidor Público Federal, sendo aprovado em do sido aprovado em diversos concursos. Formado em
vários concursos, como Polícia Federal (2x), Polícia Ci- tecnologia em gestão pública pelo instituto tecnológico
vil do Distrito Federal, DEPEN, dentre outros .Formado da Universidade Federal do Paraná e pós graduando em
pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana). MBA em gestão pública. Professor de direito adminis-
Também professor da ANP (Academia Nacional de Polí- trativo em cursos preparatórios para concursos desde
cia) e instrutor nas matérias de Tiro, Uso Progressivo da 2010.
Força e Técnicas e Tecnologias não Letais.

PROFESSOR
Tiago Zanolla
Professor de Ética no Serviço Público, Conhecimen-
tos Bancários e Direito Regimental. Formado em Enge-
nharia de Produção pela Universidade Pan-Americana
de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados
no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. SISTEMA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO BRASILEIRO....................................................................................... 399
Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................399
Normas que Regulamentam a Atividade Orçamentária..........................................................................................................................................................399
Normas Regulamentadoras em Espécie......................................................................................................................................................................................... 400
SPOF - Sistema de Planejamento e Orçamento Federal ......................................................................................................................................................... 403
Instrumentos de Planejamento em Espécie................................................................................................................................................................................. 403
Competências Relacionadas aos Instrumentos Orçamentários........................................................................................................................................... 409
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 413

2. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO PPA, LDO E LOA....................................................................................................413


Introdução.................................................................................................................................................................................................................................................... 413
Plano Plurianual - PPA........................................................................................................................................................................................................................... 414
Função........................................................................................................................................................................................................................................................... 414
Vigência ....................................................................................................................................................................................................................................................... 415
Prazos............................................................................................................................................................................................................................................................ 416
Composição.................................................................................................................................................................................................................................................. 416
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO........................................................................................................................................................................................... 418
Função da LDO........................................................................................................................................................................................................................................... 418
Vigência ...................................................................................................................................................................................................................................................... 420
Prazos........................................................................................................................................................................................................................................................... 420
Conteúdo....................................................................................................................................................................................................................................................... 421
Lei Orçamentária Anual (LOA)............................................................................................................................................................................................................423
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................429

3. MECANISMOS DE AJUSTES ORÇAMENTÁRIOS....................................................................................................................430


Introdução................................................................................................................................................................................................................................................... 430
Ajustes ao PPA .......................................................................................................................................................................................................................................... 431
Ajustes à LDO............................................................................................................................................................................................................................................. 431
Classificação dos Créditos Adicionais.............................................................................................................................................................................................. 431
Créditos Adicionais Especiais..............................................................................................................................................................................................................433
Créditos Adicionais Extraordinários................................................................................................................................................................................................434
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................436

4. CICLO ORÇAMENTÁRIO (PROCESSO ORÇAMENTÁRIO)................................................................................................... 438 397


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................438
Definição.......................................................................................................................................................................................................................................................438
Ciclo Orçamentário em Sentido Amplo...........................................................................................................................................................................................438
Ciclo Orçamentário Em Sentido Estrito...........................................................................................................................................................................................439
Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal....................................................................................................................................................................439
Órgãos de Planejamento e Orçamento............................................................................................................................................................................................. 441
Elaboração dos Instrumentos de Planejamento e Orçamento...............................................................................................................................................445
Processo Legislativo dos Instrumentos Orçamentários (Tramitação)................................................................................................................................ 446
Sanção ..........................................................................................................................................................................................................................................................448
Execução.......................................................................................................................................................................................................................................................448
Controle da Execução do Orçamento................................................................................................................................................................................................454
Espécies de Controle Segundo Órgão Responsável:...................................................................................................................................................................455
Espécies de Controle Segundo Momento........................................................................................................................................................................................457
Avaliação......................................................................................................................................................................................................................................................458
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................458

5. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS.................................................................................................................................................... 459


Introdução ...................................................................................................................................................................................................................................................459
Fontes ........................................................................................................................................................................................................................................................... 460
Princípio da Legalidade (Legalidade Orçamentária)................................................................................................................................................................. 460
Princípio da Unidade (Totalidade).....................................................................................................................................................................................................462
Princípio da Unidade e os Orçamentos Previstos na CF..........................................................................................................................................................463
Princípio da Exclusividade...................................................................................................................................................................................................................463
Princípio da Universalidade.................................................................................................................................................................................................................465
Princípio da Anualidade (Periodicidade)........................................................................................................................................................................................467
Princípio da Publicidade........................................................................................................................................................................................................................467
Princípio do Orçamento Bruto.............................................................................................................................................................................................................468
Princípio do Equilíbrio Orçamentário (Formal)...........................................................................................................................................................................468
Equilíbrio no Brasil..................................................................................................................................................................................................................................468
Princípio da Transparência..................................................................................................................................................................................................................469
Princípio da Não-Afetação ou Não-Vinculação da Receita de Impostos...........................................................................................................................470
Princípio da Especificação, Especificidade ou Especialização (Discriminação da Despesa)..................................................................................... 471
Princípio da Programação ou Planejamento.................................................................................................................................................................................473
Princípio da Clareza ou Inteligibilidade.........................................................................................................................................................................................473
Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos.......................................................................................................................................................................473
Princípio do não Estorno de Verba (Proibição do Estorno de Verbas)................................................................................................................................474
Princípio da Precedência.......................................................................................................................................................................................................................475
SUMÁRIO

Princípio da Unidade de Caixa (Unidade de Tesouraria).........................................................................................................................................................475


Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................475

6. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS................................................................................................................................................ 477


Contratos Administrativos e Contratos da Administração......................................................................................................................................................477
Características dos Contratos Administrativos............................................................................................................................................................................477
Restrições a Oposição da Exceção do Contrato Não Cumprido............................................................................................................................................. 481
Exigência de Garantia............................................................................................................................................................................................................................. 481
Prazo de Duração dos Contratos Administrativos......................................................................................................................................................................482
Prorrogação do Prazo de Início de Etapas de Execução, de Conclusão e de Entrega do Objeto Contratado......................................................483
Recebimento do Objeto do Contrato..................................................................................................................................................................................................483
Extinção do Contrato Administrativo...............................................................................................................................................................................................484
Convênios, Contratos de Repasse e Termos de Execução Descentralizada......................................................................................................................485
Decreto 6.170/2007...................................................................................................................................................................................................................................485

7. GESTÃO PATRIMONIAL....................................................................................................................................................................490
Controle de Bens.......................................................................................................................................................................................................................................492
Inventário.....................................................................................................................................................................................................................................................495
Alterações e Baixa de Bens...................................................................................................................................................................................................................495
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................497

8. INSTRUÇÃO NORMATIVA SEDAP/PR Nº 205/1988.............................................................................................................. 498

398
CAPÍTULO 01 - Sistema de Planejamento e Orçamento Brasileiro

1. SISTEMA DE PLANEJAMENTO E A atividade orçamentária do Estado está inserida no


campo de atuação do Direito Financeiro.
ORÇAMENTO BRASILEIRO Segundo Art. 24, inc. I e II da Constituição, compete à
União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concor-
Introdução rentemente sobre direito financeiro e orçamento.

Constituição Federal
No Brasil a modelagem orçamentária adotada por Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Fede-
força de mandamento legal é o orçamento programa. ral legislar concorrentemente sobre:
Esse tipo de orçamento demanda a elaboração de todo I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômi-
um arcabouço planos e programas que sejam capazes de co e urbanístico;
II - orçamento;
otimizar o gasto público para disponibilizar o máximo
de bens e serviços para a população, para que de forma
eficiente, eficaz e efetiva, o máximo de necessidades pú- No entendimento de José Afonso da Silva, competên-
blicas sejam atendidas. cia “é a faculdade juridicamente atribuída a uma enti-
Por ser a atividade orçamentária uma atividade ex- dade, ou a um órgão, ou ainda a um agente do poder
tremamente sensível e importante, pois trata de recursos público para emitir decisões. Competências são as diver-
públicos e da satisfação de necessidades públicas, o or- sas modalidades de poder de que servem os órgãos ou
denamento jurídico brasileiro tem em seu bojo todo um entidades estatais para realizar suas funções”. A consti-
conjunto de normas que regulamentam essa atividade, tuição Federal deixa claro que a competência para legis-
além de normas que materializam o próprio planeja- lar sobre Direito Financeiro e orçamento é concorrente.
mento e execução orçamentária, além de organizações Na competência concorrente se prevê a possibilidade de
responsáveis pela elaboração, execução, controle e ava- disposição sobre o mesmo assunto ou matéria por mais
liação do Orçamento Público. de um ente federativo, nesse caso União, Estados e Dis-
trito Federal.
Porém, para que haja uma organização hierárquica
Normas que Regulamentam a Atividade na disposição da matéria, deve ocorrer uma divisão de
Orçamentária funções para regulamentação. Dentre os entes federati-
vos, no âmbito da legislação concorrente, a competência
Sendo um país democrático e um Estado de Direito, O da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais para
Brasil tem como regra a aplicação do princípio da legali- todos os entes, estabelecendo ainda normas específicas
para ela mesma. Aos Estados e ao Distrito Federal cabem 399
dade onde, segundo a Constituição Federal (art. 5º, caput,
e seu inciso II) todos são iguais perante a lei, sem distin- estabelecer suas próprias normas específicas, tendo por
ção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros base as normas gerais estabelecidas pela União. Porém,
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do a competência da União para legislar sobre normas ge-
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à rais não exclui a competência suplementar dos Estados.
propriedade, nos termos seguintes: ninguém será obri- Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Es-
gado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em tados exercerão a competência legislativa plena, para
virtude de lei. atender a suas peculiaridades. Porém, a superveniência
Analisando estritamente este dispositivo constitucio- de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da
nal, desconsiderando questões de ordem moral e ética, lei estadual, no que lhe for contrário.
significa que ao particular é permitido fazer tudo aquilo
que a lei não proibir, digo isso porque nem tudo que é Art. 24...
(...)
legal é moral. § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência
No âmbito Administrativo esse princípio é mais rígi- da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
do, pois, só é permitido à Administração Pública, fazer o § 2º A competência da União para legislar sobre normas
que a lei autoriza. gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Esta-
Sendo a atividade orçamentária extremamente sen- dos exercerão a competência legislativa plena, para atender
sível, já que interfere diretamente no funcionamento da a suas peculiaridades.
máquina estatal e no dispêndio de recursos públicos, ou § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
seja, de toda população, a regulamentação deve ser legí- suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
tima, abrangente e complexa o suficiente para garantir
eficiência, eficácia e efetividade, além de lisura, controle
e transparência. Questões Comentadas
No Brasil existe então um arcabouço complexo de
mandamentos que versam sobre essa atividade tão im- FCC - ACE (TCM-GO)/TCM-GO/Controle Ex-
portante. Vejamos os principais pontos sobre essa legis- terno/2015
lação. De acordo com a Constituição Federal, e m ma-
téria orçamentária, cabe à lei complementar,
Competência para legislar sobre direito finan-
ceiro e orçamento a. estabelecer normas de gestão financeira e
GESTÃO PÚBLICA

patrimonial da Administração direta e indireta, final do primeiro exercício financeiro do mandato presiden-
bem como condições para a instituição e funcio- cial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes
do encerramento do primeiro exercício financeiro e devol-
namento de fundos e estabelecer o Plano Pluria- vido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
nual. II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será en-
b. dispor sobre o exercício financeiro, a vigên- caminhado até oito meses e meio antes do encerramento do
cia, os prazos, a elaboração e a organização do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerra-
mento do primeiro período da sessão legislativa;
Plano Plurianual, da lei de diretrizes orçamentá- III - o projeto de lei orçamentária da União será enca-
rias e da lei orçamentária anual. minhado até quatro meses antes do encerramento do exer-
c. de iniciativa do Poder Executivo ou Legisla- cício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
tivo, estabelecer o Plano Plurianual, as diretrizes da sessão legislativa.
orçamentárias e os orçamentos anuais.
d. de iniciativa do Poder Legislativo, estabele-
cer o Plano Plurianual. CESPE - AUD (TCU)/TCU/2007
e. de iniciativa do Poder Legislativo, estabele- Acerca do direito financeiro, julgue o item que
cer o Plano Plurianual e as diretrizes orçamen- se segue.
tárias. É competência comum da União, dos estados,
do DF e dos municípios legislar sobre direito fi-
Gabarito: B nanceiro, cabendo à União o estabelecimento das
normas gerais.

Comentário: Segundo a Cons- Gabarito: Errado


tituição Federal (§ 9º, Art. 166), cabe à lei
complementar: Comentário: A para legislar so-
I - dispor sobre o exercício financeiro, a bre direito financeiro não envolve os mu-
vigência, os prazos, a elaboração e a orga- nicípios.
nização do plano plurianual, da lei de dire- Constituição Federal
trizes orçamentárias e da lei orçamentária Art. 24. Compete à União, aos Estados
anual; e ao Distrito Federal legislar concorrente-
400
II - estabelecer normas de gestão fi- mente sobre:
nanceira e patrimonial da administração I - direito tributário, financeiro, peni-
direta e indireta bem como condições para tenciário, econômico e urbanístico;
a instituição e funcionamento de fundos. II - orçamento;
III - dispor sobre critérios para a execu-
ção equitativa, além de procedimentos que
serão adotados quando houver impedi- Normas Regulamentadoras em Espécie
mentos legais e técnicos, cumprimento de
Constituição Federal
restos a pagar e limitação das programa- Como principal mandamento legal do ordenamento
ções de caráter obrigatório, para a realiza- jurídico brasileiro, a Constituição Federal é, em hierar-
ção do disposto no § 11 do art. 166. (Incluído quia, o principal norteador da atividade orçamentária,
para tanto, nela foi dedicado o Título VI inteiro à tributa-
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
ção e ao orçamento e dentro desse título o capítulo II às
Em razão da omissão legislativa, essa Finanças Públicas que em sua primeira seção (Art. 163
matéria ainda não foi totalmente regula- e 164) estabelece normas gerais sobre o assunto existem
mentada por lei, como determina o man- dispositivos que disciplinam matéria orçamentária, mes-
mo assim a Carta Magna.
damento constitucional, em parte ela é
A seção II (Art. 165 a 169) foi dedicada aos orçamen-
tratada pela lei 4320/64 lei complementar tos estabelecendo os principais instrumentos orçamen-
101/2000 IRF, e, em parte pelo at. 35º do tários, além de diversos regramentos que estudaremos
ADCT. ao longo desta obra.
Além dos principais mandamentos citados, em todo
Constituição Federal texto constitucional pode-se encontrar dispositivos rele-
ADCT vantes à matéria orçamentária, o que torna necessária,
Art. 35. por parte do aluno, uma pesquisa sobre tais dispositivos.
(...)
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que
se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes Lei 4.320 de 1964
normas: Elaborada sob o ordenamento jurídico da Constitui-
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o ção Federal de 1946, denominada Constituição “planeja-
CAPÍTULO 01 - Sistema de Planejamento e Orçamento Brasileiro

mentista”, a lei 4.320 de 17 de março de 1964, assinada Art. 169 - Determina o estabelecimento de limites para
pelo então presidente João Goulart estatuiu normas ge- as despesas com pessoal ativo e inativo da União a partir
de Lei Complementar. Neste sentido, a LRF revoga a Lei
rais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos Complementar n º 96, de 31 de maio de 1999, a chamada Lei
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Muni- Camata II;
cípios e do Distrito Federal. Art. 165 § 9º, inciso II - De acordo com este dispositivo,
Apesar de ter sido escrita em 1964, esta lei continua, cabe à Lei Complementar estabelecer normas de gestão fi-
nanceira e patrimonial da administração direta e indireta,
até hoje, definido as normas gerais para o orçamento bem como condições para a instituição e funcionamento de
anual e a contabilidade pública para União, estados e Fundos;
municípios, isso porque a maior parte do seu texto foi (...)
recepcionado pela atual Constituição, não havendo outra Art. 250 - de acordo com este artigo, com o objetivo de
assegurar recursos para o pagamento dos benefícios con-
lei que faça seu papel. cedidos pelo regime geral de previdência social, em adição
Importante estar atento ao fato de que essa lei é for- aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir
malmente ordinária, ou seja, foi elaborada com os ritos fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer natu-
e procedimento destinados à aprovação de uma lei or- reza, mediante lei que disporá sobre a natureza e adminis-
tração desse fundo.
dinária. Porém, a atual Constituição reservou a matéria
tratada por ela para lei complementar, dando a ela status
No § 1º de seu primeiro artigo, a LRF determinou seus
de lei complementar, ou seja, é uma lei formalmente or-
objetivos ao estabelecer que a responsabilidade na ges-
dinária e materialmente complementar, o que significa
tão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em
dizer que seu texto somente pode ser alterado ou revo-
que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de
gado por outra lei complementar.
afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cum-
Alguma confusão é gerada quando vem à tona a Lei
primento de metas de resultados entre receitas e despe-
Complementar 101 de 2000, a LRF (Lei de Responsabili-
sas e a obediência a limites e condições no que tange a
dade Fiscal), isso porque as duas tratam de algumas ma-
renúncia de receita, geração de despesas com pessoal,
térias afins, o pode fazer surgir a idéia de esta revogou
da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mo-
aquela, o que não é verdade. Ambas têm objetivos distin-
biliária, operações de crédito, inclusive por antecipação
tos, mas, por tratarem de matérias relacionadas, haven-
de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos
do conflito entre dispositivos da lei 4.320 com a LRF, pre-
a Pagar.
valece esta última, por se tratar de lei posterior. Servem
Em relação às leis orçamentárias, a LRF praticamen-
de exemplo o conceito de dívida fundada, alterado pela
te não se refere ao Plano Plurianual, dando total ênfase
LRF, o conceito legal de empresa estatal dependente, de
à Lei de Diretrizes Orçamentárias que ganhou grande
operações de crédito, também estabelecidos pela LRF. 401
importância no cenário orçamentário. A LRF ainda re-
Por fim, por ainda não existirem na época da elabo-
gulamentou alguns procedimentos importantes quanto à
ração da lei 4.320 de 64, não são regulamentos por ela
Lei Orçamentária Anual.
o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias,
tratando a lei somente da Lei Orçamentária Anual.
Decreto 200/67
O Decreto 200 de 1967 dispõe sobre a organização
Lei 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal
da Administração Federal, estabelece diretrizes para a
Outro regramento importante em matéria orçamen-
Reforma Administrativa e dá outras providências.
tária é a Lei Complementar nº. 101 de 04 de maio de
Em seu art. 7º estabelece que a ação governamental
2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Essa norma
obedecerá a planejamento que vise a promover o de-
estabelece regras de finanças públicas voltadas para a
senvolvimento econômico-social do País e a segurança
responsabilidade na gestão fiscal. Em particular, a LRF
nacional, norteando-se segundo planos e programas ela-
vem atender à prescrição do artigo 163 da Constituição:
borados, na forma do Título III, e compreenderá a elabo-
Art. 163 - Lei complementar disporá sobre: ração e atualização dos seguintes instrumentos básicos:
I. Finanças públicas;
II. Dívida pública externa e interna, incluída a das autar- a. plano geral de governo;
quias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder b. programas gerais, setoriais e regionais, de
Público;
III. Concessão de garantias pelas entidades públicas; duração plurianual;
IV. Emissão e resgate de títulos da dívida pública; c. orçamento-programa anual;
V. Fiscalização financeira da administração pública di- d. programação financeira de desembolso
reta e indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 40, de 2003)
VI. Operações de câmbio realizadas por órgãos e enti- Dedicou um título ao planejamento, orçamento-pro-
dades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- grama e programação financeira (Arts. 15 a 18) onde em
nicípios; seu art. 15 estabeleceu que a ação administrativa do Po-
VII. Compatibilização das funções das instituições ofi- der Executivo obedecerá a programas gerais, setoriais e
ciais de crédito da União, resguardadas as características e
condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvi- regionais de duração plurianual, elaborados através dos
mento regional. órgãos de planejamento, sob a orientação e a coordena-
ção superiores do Presidente da República.
Regulamentou ainda os seguintes dispositivos da Já o art. 16 previu que em cada ano, será elaborado
Carta Magna: um orçamento-programa, que pormenorizará a etapa do
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
PROFESSOR PROFESSOR
Adriel Sá Tiago Zanolla

Professor de Direito Administrativo, Administração Professor de Ética no Serviço Público, Co-nhecimen-


Pública e Administração Geral em cursos preparatórios tos Bancários e Direito Regimental. Formado em Enge-
presenciais e à distância. Servidor do Ministério Públi- nharia de Produção pela Universidade Pan-Americana
co da União - área administrativa. Formado em Admi- de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados no
nistração pela Universidade Federal de Santa Catarina, Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com
possuo especialização em Gestão Pública. Fui militar concursos públicos desde 2009 é professor em diversos
das Forças Armadas por 11 anos, atuando em diversas estados do Brasil.
áreas, tais como, Recursos Humanos, Comunicação So-
cial e Licitações e Contratos. Orientador de grupos fo-
cais de estudos. Coautor do livro “Direito Administrativo
Facilitado” para concursos, pelo Grupo Editorial Gen/
Método.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. PRINCIPAIS MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PATRIMONIALISTA, BUROCRÁTICO, NOVA GESTÃO
PÚBLICA E PAPÉIS DO ESTADO........................................................................................................................................................ 509
Modelos de Estado....................................................................................................................................................................................................................................509
Administração Pública Oligárquica e Patrimonial..................................................................................................................................................................... 510
Administração Pública Autoritária e Burocrática.......................................................................................................................................................................511
Administração Pública Gerencial (Nova Administração Pública ou Modelo Pós-Burocrático)................................................................................515

2. EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL APÓS 1930. REFORMAS ADMINISTRATIVAS. A


NOVA GESTÃO PÚBLICA.......................................................................................................................................................................519
Administração Patrimonialista........................................................................................................................................................................................................... 519
Gestão Pública Patrimonialista no Brasil....................................................................................................................................................................................... 519
Administração Pública Burocrática..................................................................................................................................................................................................520
Gestão Pública Burocrática no Brasil...............................................................................................................................................................................................522
Administração Pública Gerencial (Nova Administração Pública ou Modelo Pós-Burocrático)...............................................................................524
Gestão Pública Gerencial no Brasil...................................................................................................................................................................................................526
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................529

3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ÉTICA......................................................................................................................................... 530

507
CAPÍTULO 01 - Principais Modelos de Administração Pública: Patrimonialista, Burocrático, Nova Gestão Pública e Papéis do Estado

1. PRINCIPAIS MODELOS mento nacional; com isso, o Governo era o prin-


cipal elemento indutor, por meio de empresas
DE ADMINISTRAÇÃO públicas e sociedades de economia mista.
PÚBLICA: PATRIMONIALISTA, - No período entre 1964 ao início da década
de 1980 (governos militares), as ações de se-
BUROCRÁTICO, NOVA GESTÃO guridade e habitação tinham como principais
PÚBLICA E PAPÉIS DO ESTADO destinatários a classe média, excluindo-se,
portanto, a classe trabalhadora menos favore-
cida.
Modelos de Estado - No início da década de 1980, as crises eco-
nômicas fizeram, mais uma vez, as políticas
Estado Liberal públicas se concentrarem na área econômica.
- O período democrático que se inicia em
A Administração Pública evoluiu juntamente com 1985 e a Constituição de 1988, numa tentati-
a evolução do Estado. Assim, para uma compreen- va de superar o período de governos militares,
são mais fácil da evolução da Administração Pública, abarcam uma série de direitos sociouniversais,
precisamos entender todo o funcionamento do apara- sem que, no entanto, sejam efetivamente al-
to estatal em épocas distintas. cançados, em virtude, novamente, da crise fis-
O Estado Liberal surge em decorrência de dois cal e da falta de recursos.
principais pontos:
Estado Regulador
• Necessidade de rompimento com o mo-
delo Absolutista predominante até o século Após uma crise financeira, o Estado não mais
XVIII; e consegue, ele próprio, atender às crescentes deman-
• Ideias de liberdade disseminadas pela Re- das sociais da população. Surge, então, o Estado re-
volução Francesa. gulador.
Esse modelo de Estado buscar repassar ao par-
O Estado Liberal entendia que o papel do Estado ticular a responsabilidade pelo provimento de inú-
era o de garantir os direitos civis e políticos dos cida- meros serviços ou demandas sociais antes atribuídas
dãos, relacionados às liberdades individuais. aos órgãos estatais, além de ampliar a legitimidade
Assim, a postura estatal era eminentemente nega- das normas e das políticas públicas em geral. 509
tiva, no sentido de garantir que os indivíduos convi- No Estado Regulador, ele regula a economia, es-
vam em sociedade sem interferências estatais. Tinha tabelecendo regras de como os serviços devem
o Estado, pois, obrigação de não interferir e obriga- ser prestados pelos particulares à sociedade.
ção de impedir que os particulares interferissem uns Aqui, a intervenção na economia é indireta, como se
nos outros a ponto de prejudicar o exercício dos di- o Estado fosse direcionando seus rumos, bem como
reitos civis e políticos. os dos serviços.
Em suma, o Estado regulador busca um modelo
Estado do Bem-Estar equilibrado entre o modelo liberal e o modelo de bem
estar, procurando reduzir a máquina estatal, inclu-
O Estado Liberal, agindo apenas de forma negati- sive em razão de crises financeiras, mas ao mesmo
va (não interventiva) não conseguiu assegurar à so- tempo garantir os direitos fundamentais às pessoas,
ciedade o acesso às necessidades básicas. Daí é que ainda que os serviços prestados o sejam por particu-
surge o chamado Estado do bem estar ou Estado so- lares atuando mediante delegação estatal.
cial (Welfare State). Antes de passarmos aos estudos dos modelos de
Enquanto o Estado liberal estava atrelado aos ide- administração, um esquema pode ser apresentado
ais de liberdade da Revolução Francesa, o Estado do para resumir os pontos principais de modelos esta-
bem estar preconiza os ideais de igualdade. tais:
Assim, o Estado passa a ser produtor e provedor
de serviços à população, que, por sua vez, se tornou Questões Gabaritadas
cliente de tais serviços estatais. Dessa maneira, hou-
ve atuação positiva do Estado, com intervenção na Questão 1. CESPE - Técnico Judiciário (TRE
sociedade civil e consagração dos chamados direitos GO)/Administrativa/”Sem Especialidade”/2015
sociais. Julgue o item seguinte, referente à evolução
No Brasil, diz-se que não houve, de fato, a implan- dos modelos de administração pública.
tação do Estado do Bem-Estar Social, e sim a defesa Nas gestões que adotaram os modelos ge-
de interesses de uma minoria e em total desarmonia renciais de administração pública, os quais
com os interesses sociais. Isso ocorre pelos seguintes surgiram como uma fase de modernização do
fatos: modelo burocrático, o Estado permaneceu res-
- As ações do Estado entre os anos de 1930 ponsável pela formulação e execução de servi-
e 1960 visavam, principalmente, o desenvolvi-
GESTÃO DE PESSOAS

ços prestados à sociedade de forma direta. a administração pública brasileira vinculava-se ao


poder dos coronéis e das oligarquias agrárias
Gabarito: Errado baseadas na exportação de commodities. O nível de
poder não era central, mas local, caracterizado
Questão 2. CESPE – Auditor de Controle Ex- pelas elites rurais dominantes da época.
terno (TC-DF)/2012 Da análise das raízes históricas da organização
Mudanças na organização pública Alfa es- administrativa do Estado lusitano, as terras e o te-
tão sendo implementadas para propiciar o al- souro da Corte Real não se dissociavam do patrimô-
cance de resultados, seguindo modelos adota- nio que constituía a esfera de bens íntima do gover-
dos por organizações privadas. A Alfa também nante. Era um conjunto de possessões sob a égide de
facilitará o acesso do cidadão aos seus atos, re- disponibilidade do príncipe.
sultados, processos, custos operacionais e ad- O período entre 1889 e 1930 ficou conhecido tam-
ministrativos por meio de portal na Internet, o bém como República Oligárquica, República Velha
que elevará suas despesas com investimentos ou mesmo Primeira República. A República Oligár-
em TI. quica condiciona-se a coalizões das classes sociais
Com respeito a essa situação hipotética, jul- que governaram o país neste período.
gue os itens que se seguem. O novo regime político inaugurado em 1889, repu-
Se a Alfa for um órgão regulador do setor da blicano e federativo, era resultado de um rearranjo
sua área de atuação e se não intervier nos me- do poder conseguido pelas Forças Armadas e os la-
canismos de mercado para proteger determi- tifundiários do país, principalmente depois da abo-
nados grupos do mercado nacional, ela estará lição da escravidão em 1888. O princípio federativo
agindo em consonância com os pressupostos garantia autonomia às oligarquias estaduais no con-
do estado do bem-estar. trole político e econômico de seus currais eleitorais e
o exército se constituía como a principal instituição
Gabarito: Errado. política do país, interferindo em vários momentos na
composição da República brasileira.
Administração Pública Oligárquica e Esse contexto perdura até 1930: a política
dos governadores. Ocorre que esses tinham maior
Patrimonial concentração de poder em relação à União, mas de-
pendiam cada vez mais dos coronéis locais. Junta-se
510
A expressão oligarquia, em síntese, significa “go- a isso a insatisfação crescente dos militares e temos
verno de poucos”. Portanto, oligarquia pode ser en- como resultado a aliança de 1930, que levou ao Esta-
tendida como o regime político em que o poder é do burocrático e autoritário do primeiro governo de
exercido por um pequeno grupo de pessoas, perten- Getúlio Vargas.
centes ao mesmo partido, classe ou família.
A administração patrimonialista era baseada nos
Estados Absolutistas firmados nos séculos XVII e Questões Gabaritadas
XVIII, quando o patrimônio do monarca se con-
fundia com o patrimônio público. Daí ser o mo- Questão 1. CESPE - Técnico do Banco Cen-
delo de gestão referenciado a um Estado oligárquico. tral do Brasil/Área 1 - Suporte Técnico-Admi-
Esse modelo acarreta o clientelismo, a tro- nistrativo/2013
ca de favores, o prevalecimento de interesses Com referência aos principais modelos de
privados em detrimento do interesse público, administração pública e à gestão de pessoas,
a corrupção, o nepotismo, fazendo surgir uma julgue o item seguinte.
administração pública vinculada a interesses parti- Um dos principais modelos da administra-
culares, onde os cargos são considerados prebendas ção pública é o modelo burocrático, segundo
ou sinecuras1. o qual o Estado é uma extensão do poder so-
Na administração patrimonialista, o aparelho do berano, e o interesse público e o privado são
Estado funciona como uma extensão do poder do confusos, sem diferenciação entre os bens do
soberano, e os seus auxiliares, servidores, pos- governante e os bens públicos.
suem status de nobreza real. Nesse modelo, não
há um quadro formal de funcionários. Gabarito: Errado.

A Gestão Pública Oligárquica e Questão 9. FCC - Analista do Tesouro Esta-


Patrimonialista no Brasil dual (SEFAZ PI)/2015
Entre as características do modelo de gestão
No plano da gestão do Estado, de 1808 – transfe- administrativa patrimonialista pode ser apon-
rência da corte portuguesa para o Brasil - até 1930, tado, em uma análise crítica,

a. a ausência de carreiras administrativas,


1- Em síntese, prebenda é uma ocupação rendosa e com pouco trabalho. Sinecura
refere-se a emprego cujas funções não se exercem bem assim de clara distinção entre patrimônio
CAPÍTULO 01 - Principais Modelos de Administração Pública: Patrimonialista, Burocrático, Nova Gestão Pública e Papéis do Estado

público e privado. Caráter legal das normas e regulamentos -


b. o excesso de verticalização e padroniza- É baseada em uma legislação própria com
ção dos procedimentos. uma estrutura social razoavelmente orga-
c. a estrutura hierárquica inflexível, afas- nizada. Desta maneira, economizam esfor-
ços e possibilitam a padronização dentro da
tando a meritocracia e propiciando o abuso de organização.
poder pela autoridade central.
d. o apego exagerado às regras, privile- Caráter formal das comunicações - A co-
municação escrita é uma das principais
giando a forma em detrimento do interesse do peças da burocracia. As regras, decisões
cidadão. e ações administradas são formuladas e
e. a excessiva ênfase no conceito de supre- registradas por escrito. Com exceções, a
macia do interesse público sobre o privado, co- burocracia abre mão da utilização de for-
mulários e papelórios.
locando o administrado a serviço do Estado e
não o contrário. Caráter racional e divisão de trabalho -
Essa divisão sistemática ocorre para esta-
belecer as atribuições de cada participante,
Gabarito: A
os meios de obrigatoriedade e as condições
necessárias. Cada participante passa a ter
Administração Pública Autoritária e seu cargo específico, as funções específicas
e a sua específica esfera de competência e
Burocrática responsabilidade.

Impessoalidade nas relações - Essa distri-


O modelo de administração pública burocrática buição de atividades é feita de forma im-
surge na época do modelo estatal conhecido por Es- pessoal, ou seja, é feita em termos de car-
tado Liberal, cujos marcos caracterizadores foram gas e funções e não de pessoas envolvidas;
a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Sur- a administração burocrática é realizada
sem considerar as pessoas como pessoas,
ge com o objetivo de combater a corrupção e o mas como ocupantes de cargos e funções;
nepotismo patrimonialista, que permeavam as a burocracia precisa garantir sua continui-
administrações precedentes, sobretudo as baseadas dade ao longo do tempo: as pessoas vêm e
no modelo dos Estados Absolutistas. Características vão, os cargos e funções permanecem. É
garantia para o exercício isento da função.
Portanto, o controle dos abusos contra o patrimô-
nio público é uma das características almejadas pela Hierarquia da Autoridade - Estabelece os
administração pública burocrática. Daí se tratar de cargos segundo os princípios da hierar-
quia: cada cargo inferior deve estar sobre 511
uma modelo de Estado autoritário. controle e supervisão de um posto superior.
Segundo o Plano Diretor da Reforma do Aparelho Nenhum cargo fica sem controle ou super-
do Estado – PDRAE, no plano administrativo, a admi- visão.
nistração pública burocrática surgiu conjuntamente Rotina e procedimentos estandardizados
com o Estado liberal, exatamente como uma forma - É uma organização que fixa as regras e
de defender a coisa pública contra o patrimo- normas técnicas para o desempenho de
nialismo. Na medida, porém, que o Estado assumia cada cargo, cujas atividades devem ser
executadas de acordo coma as rotinas e
a responsabilidade pela defesa dos direitos sociais e procedimentos fixados pelas regras e nor-
crescia em dimensão, foi-se percebendo que os cus- mas técnicas.
tos dessa defesa podiam ser mais altos que os bene-
Competência técnica e meritocracia - É uma
fícios do controle.
organização na qual a escolha das pessoas
Vamos, agora, dar atenção às características e as é baseada no mérito e na competência téc-
vantagens do Estado autoritário e burocrático lista- nica e não em preferências pessoais. Esses
das por Matias-Pereira (2008) e Abrucio (1997). Esse critérios universais são racionais e leva em
conta a competência, o mérito e a capacida-
quadro-resumo sintetiza, praticamente, as respostas
de do funcionamento da relação ao cargo
para as questões de provas sobre o tema. ou função considerada. Daí a necessidade
de exames, concursos, testes e titulações
para a admissão para funcionários.

Especialização da administração - Deve


haver a separação entre a propriedade e a
administração, ou seja, os membros do cor-
po administracional devem estar comple-
tamente separados dos meios de produção.
GESTÃO DE PESSOAS

Profissionalização dos participantes - É Tipologias de Dominação


uma organização que se caracteriza pela
profissionalização de seus participan- Max Weber defende que a burocracia é um referen-
tes. Cada funcionário da burocracia é um cial teórico ancorado em seu esquema conceitual de ti-
profissional pelas seguintes razões: deve
ser um especialista, um assalariado, um pos de dominação. Desse modo, a obediência ao chefe
ocupante de cargo, ser nomeado por um político geralmente está assegurada por um “sistema
superior hierárquico, seu mandado será de dominação2”, assim representado: dominação tra-
Características por tempo indeterminado, segue carreira dicional, dominação carismática e dominação ra-
dentro da organização, é fiel ao cargo e se
identifica com os objetivos da empresa. cional-legal.

Completa previsibilidade do funcionamen- → A dominação tradicional (sociedade


to - As normas e regulamentos de uma or-
ganização são estabelecidos para padroni-
tradicional) ocorre na situação em que a obe-
zar o comportamento do funcionário, a fim diência se dá por motivos de hábito, onde tal
de atingir a máxima eficiência possível. comportamento já faz parte dos costumes e está
Racionalidade em relação ao alcance dos
enraizada na cultura da sociedade. Para Weber,
objetivos da organização. toda dominação tradicional tende ao patrimonia-
lismo. Exemplo: os filhos obedecem aos pais por
Precisão na definição do cargo e na opera-
uma relação de fidelidade há muito estabelecida
ção, pelo conhecimento exato dos deveres.
e respeitada.
Rapidez nas decisões, pois cada um conhe- → A dominação carismática (sociedade
ce o que deve ser feito e por quem e as or- carismática) sustenta-se pela crença dos su-
dens e papéis tramitam através de canais
preestabelecidos. bordinados nas qualidades dos superiores. Essas
qualidades podem ser naturais ou sobrenaturais.
Univocidade de interpretação garantida Exemplo: liderança destacada de membro de uma
pela regulamentação específica e escrita.
Por outro lado, a informação é discreta, pois equipe por suas capacidades técnicas e conceitu-
é fornecida apenas a quem deve recebê-la. ais ou uma liderança religiosa que arrebata mul-
tidões.
Uniformidade de rotinas e procedimentos
que favorecem a padronização, redução de
→ A dominação legal (sociedade legal)
custos e de erros, pois os procedimentos refere-se à submissão coletiva a um conjunto de
são definidos por escrito. regras formalmente definidas e aceitas por todos
512 os integrantes. Essas regras determinam a que
Continuidade da organização através da
substituição do pessoal que é afastado. e a quem se deve obedecer. Essa opção é a que
Além disso, os critérios de seleção e escolha descreve corretamente a concepção weberiana
do pessoal baseiam-se na capacidade e na de autoridade burocrática. Exemplo: empregado
competência técnica.
que recebe ordens de um superior, de acordo com
Vantagens Redução do atrito entre as pessoas, pois cláusulas de contrato assinado.
cada funcionário conhece aquilo que é exi-
gido dele e quais são os limites entre suas
responsabilidades e as dos outros.
A Gestão Pública Autoritária e Burocrática no
Constância, pois os mesmos tipos de deci- Brasil
são devem ser tomados nas mesmas cir-
cunstâncias.
Noções Introdutórias
Confiabilidade, pois o negócio é conduzido
de acordo com regras conhecidas, sendo Em suma, a implantação da administração pública
que grande número de casos similares são
burocrática é uma consequência clara da emergência de
metodicamente tratados dentro da mes-
ma maneira sistemática. As decisões são um capitalismo moderno no país.
previsíveis e o processo decisório, por ser Desde a revolução de 1930, Vargas permanece no
despersonalizado no sentido de excluir sen- poder por quinze anos, e nos últimos oito anos, sob um
timentos irracionais, como o amor, raiva,
regime estritamente autoritário. Esse governo lidera a
preferências pessoais, elimina a discrimi-
nação pessoal. transição, concentrando o poder da União sobre os Esta-
dos federados e as oligarquias locais, e dando impulso ao
Benefícios para as pessoas na organização, processo de industrialização.
pois a hierarquia é formalizada, o trabalho
é dividido entre as pessoas de maneira or- Na década de 1930 havia uma elite especializada
denada, as pessoas são treinadas para se que fomentava o espírito de reformas a uma nova vi-
tomarem especialistas em seus campos são da administração pública, associada a um projeto de
particulares, podendo encarreirar-se na or- governo de expansão e centralização das capacidades
ganização em função de seu mérito pessoal
e competência técnica. administrativas. Conjugando os interesses deste corpo
de funcionários federais e o governo, em 1935 Getúlio

2- Dominação é definida como a probabilidade de encontrar obediência a uma


norma de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis.

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