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A Santificação do Corpo
É preciso entender que todo cristão deve trazer em si a marca de “santidade ao Senhor”, à
semelhança do sacerdote da lei mosaica, que trazia esta inscrição na mitra (Ex.28:36-39).
Portanto queremos trazer luz sobre o processo de santificação e, em especial, a santificação
do corpo, uma vez que vivemos dias em que a imoralidade que impera no mundo tem entrado
pelos portões da Igreja.
É necessário começar estabelecendo fundamentos da doutrina de santificação, portanto quero
iniciar pelo que considero o fundamento principal deste assunto:
“À igreja de Deus que está em Corinto, aos SANTIFICADOS em Cristo Jesus, CHAMADOS
PARA SEREM SANTOS, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor
Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. – I Coríntios 1:2
O texto acima nos mostra que a santificação tem duas etapas:
Inicial – “santificados em Cristo Jesus”;
Progressiva – “chamados para serem santos”.
Quando a Bíblia usa o termo “santificados” em Cristo Jesus, não fala de algo que está
acontecendo, mas sim de algo que já aconteceu; está no tempo passado. Vários outros textos
confirmam que ao encontrarmos Jesus e nascermos de novo, fomos santificados (At.26:18, I
Co.6:11, etc). Todo o passado de pecado foi removido e a sujeira espiritual foi lavada
(Tt.3:5); tornamo-nos novas criaturas e as coisas velhas já passaram (II Co.5:17).
Por outro lado, a mesma Bíblia mostra que depois de termos passado por esta santificação,
ainda há necessidade de algo mais, pois o mesmo texto também diz: “chamados para serem
santos”. Estes mesmos que foram santificados inicialmente (uma experiência instantânea) são
chamados para SEREM santos. Em outras palavras, o que Deus começou agora deve ser
mantido e desenvolvido por cada um de nós.
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá a Deus” – Hebreus
12:14
Ao falar sobre seguir a santificação, a Bíblia está falando de um processo. Esta carta foi
dirigida a pessoas cristãs, portanto já haviam passado pela santificação inicial do novo
nascimento. Porém, elas necessitavam de algo mais: um processo de santificação. E o que
diferencia estas duas etapas da santificação?
O fato do homem ser tripartido (composto de três partes distintas), bem como o da salvação
divina tocar de modo distinto cada uma destas partes:
“E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso ESPÍRITO e ALMA e
CORPO sejam conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”
– I Tessalonicenses 5:23
Quando o apóstolo Paulo fala sobre Deus nos santificar “completamente”, está falando sobre
o nosso ser inteiro, que é composto de espírito, alma e corpo.
Seu espírito é a parte de si que tem consciência de Deus e das coisas espirituais. Sua alma é a
parte de si que tem consciência de si mesmo. Já seu corpo é a parte de si que tem consciência
das coisas naturais. A salvação divina atinge cada uma destas três partes da seguinte maneira:
Espírito – já passou pela santificação inicial que se deu na ocasião da regeneração (II
Co.1:21 – Tg.1:18 – I Pe.1:21). Agora se desenvolve mediante o processo de crescimento (I
Pe.2:2 – Ef.5:15) que corresponde ao crescimento natural (I Co.3:1-3 – Hb.5:13,14);
Alma – é a nossa personalidade; sede das emoções, intelecto e vontade. Não é regenerada,
mas restaurada (Tg.1:21) pela Palavra de Deus. Enquanto a santificação do espírito é inicial e
imediata, a santificação progressiva tem seu lugar na alma e no corpo. É o processo de
mudança de valores (Lc.5:33-39 – Ef.4:23 – Jr.18:1-6 – Rm.12:1,2) que também chamamos
de desenvolver a salvação (Fl.1:6 e 2:12) e despir-se do velho homem (Ef.4:20 a 5:21);
Corpo – nosso corpo só será totalmente santificado depois de transformado (Rm.8:23 –
Fl.2:21 – I Co.15:50-53). Até que isto aconteça, a santificação do corpo é o processo contínuo
de sujeitar a carne (I Co.9:27), guardar-se da imoralidade (I Co.6:13-20 – I Ts.4:1-8) e usar
adequadamente os membros do corpo. A santificação do corpo abrange ainda a nossa forma
de falar e de vestir (Ef.4:25,29 – I Tm.2:9,10).
O que aconteceu em nosso espírito – a regeneração – é o que chamamos de santificação
inicial. Porém o processo de restauração da alma e sujeição da carne é o que chamamos de
santificação progressiva. Ao destacar cada uma das três partes que compõem nosso ser
enquanto falava da santificação, o apóstolo Paulo estava nos mostrando a necessidade de
trabalharmos com cada parte em separado. Escrevendo aos Coríntios, ele falou sobre nos
purificarmos das imundícies tanto da carne como do espírito (II Co.7:1).
Reconhecida esta diferença, avancemos em nossa meditação considerando o que a Bíblia fala
sobre a santificação do corpo, que é o enfoque deste estudo:
“Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da
prostituição, QUE CADA UM DE VÓS SAIBA POSSUIR O SEU VASO EM SANTIDADE
E HONRA, não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus;
ninguém iluda ou defraude nisso a seu irmão, porque o Senhor é vingador de todas estas
coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque Deus não nos chamou para
a imundície, mas para a santificação. Portanto, quem rejeita isso não rejeita ao homem, mas
sim a Deus, que vos dá o seu Espírito Santo” – I Tessalonicenses 4:3-8
Diante do que as Sagradas Escrituras afirmam neste texto, podemos extrair cinco princípios:
1) Abster-se da prostituição;
2) Possuir o corpo em santidade e honra;
3) Não iludir ou defraudar o irmão nesta área;
4) Deus é vingador;
5) Rejeitar a santificação é rejeitar a Deus.
Examinemos o que a Bíblia tem a dizer sobre cada um deles…
Abster-se da prostituição
O maior inimigo da santificação do corpo é, sem dúvida alguma, a prostituição. É
interessante notar que este tipo de pecado não desaparece automaticamente da vida de alguém
que nasceu de novo, senão a Bíblia não diria justamente aos nascidos de novo para absterem-
se deste tipo de pecado. É impressionante a quantia de vezes em que a Bíblia adverte seus
leitores (o povo de Deus) quanto aos perigos deste tipo de pecado! A prostituição (este termo
inclui todos os pecados de ordem sexual) é um pecado diferente dos demais:
“Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete, é fora do corpo; mas o
que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” – I Coríntios 6:18
Há algo por trás deste tipo de pecado que ainda não temos percebido. O que Paulo está
enfatizando na carta aos irmãos de Corinto é o valor e santidade que o corpo deve ter como
templo do Espírito Santo. Observe o contexto deste texto:
“Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos; Deus, porém, aniquilará,
tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, mas para o Senhor, e o
Senhor para o corpo. Ora, Deus não somente ressuscitou ao Senhor, mas também nos
ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo?
Tomarei pois os membros de Cristo, e os farei membros de uma meretriz? De modo nenhum.
Ou não sabeis que o que se une à meretriz, faz-se um só corpo com ela? Porque, como foi
dito, os dois serão uma só carne. Mas o que se une ao Senhor é um só espírito com ele. Fugi
da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se
prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do
Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós
mesmos? Porque fostes comprados por preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo” – I
Coríntios 6:13-20
Quando meditamos nesta porção bíblica a ponto de deixa-la penetrar em nosso íntimo, uma
nova consciência vai se formando. Abster-se da prostituição é um imperativo para todo
cristão porque seu corpo é templo do Espírito Santo de Deus! O corpo não foi feito pelo
Criador para se prostituir, e sim para carregar em si a presença de Deus, o que não pode
acontecer quando o santuário é maculado.
Deus criou o corpo do homem com um destino bem definido. Assim como Ele fez o
estômago para os alimentos (e vice-versa), o que revela um propósito e destino bem
específico, assim também projetou e idealizou o corpo para ser seu santuário. Desde o início
Deus queria fazer de nós sua habitação. O corpo não foi criado para a prostituição, mas para
ser SANTO de modo a servir como morada de um Deus santo!
O coração que, verdadeiramente, ama a Deus, busca as coisas do alto, ou seja, as coisas que
agradam a Deus e são inspiradas por Ele. Precisamos refletir a respeito do que tem ocupado
os nossos pensamentos e acerca do que está em primeiro lugar em nosso coração. Portanto,
reflita comigo a respeito da centralidade de Cristo em seu próprio viver. Responda
sinceramente: A partir de que você toma as decisões em sua vida? Você ora sinceramente
dependendo do Senhor para tomar as suas decisões, por mais simples que sejam? As coisas
terrenas lhe preocupam e absorvem seu tempo mais que as coisas espirituais? Seja honesto:
você tem mais prazer nas coisas daqui, como lazer (futebol, esporte, hobby…), seu trabalho
secular (sua empresa, seu serviço…), sua comida preferida, do que com as coisas
concernentes ao Reino de Deus? O que tem ocupado o centro de suas atenções e
pensamentos? Realmente o Senhor Jesus tem ocupado o centro de suas prioridades ou apenas
um cantinho no fundo de seu coração?
Se você tem percebido que Jesus não está sendo o Rei e Senhor absoluto de sua vida, que Ele
não está no centro de seu viver, que não tem sido honrado com o melhor de seus sonhos e
pensamentos, então confesse isto agora mesmo a Ele. Arrependa-se e peça-lhe para
transformar a sua mente. O Senhor pode retirar de sobre você o fardo das preocupações
mundanas e trazer o bálsamo de seu reino de paz sobre sua mente e coração. Ore para que o
Senhor mude suas inclinações e pensamentos e receba sua doce paz.
Negligência na leitura da Palavra de Deus
Leia com cuidado os seguintes versos: “Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei
medita de dia e de noite.” (Sl 1.2.) “Meditarei nos teus preceitos e às tuas veredas terei
respeito. Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei da tua palavra.” (Sl 119.15-16).
Nestes versículos, vemos que a vontade de Deus é que nossa mente esteja cheia, saturada
com a palavra revelada nas Escrituras Sagradas. Entretanto, isto somente pode acontecer se
nós a lermos com diligência e perseverança. Se diariamente escolhermos ler e meditar nos
preceitos maravilhosos da Bíblia Sagrada. Então responda: Você já criou o hábito salutar de
ler diariamente a Palavra de Deus e meditar nela? Você tem um momento para estar a sós
com Deus e receber dele instruções em sua Palavra? Versos chave da Bíblia têm sido
decorados por você ou ocupam um lugar especial na sua mente? Você realmente tem buscado
ler e meditar na Palavra de Deus?
Quem ama ao Senhor, também ama a sua Palavra. Se você tem negligenciado a leitura
bíblica, trocando-a por outros tipos de leitura ou lazer, confesse isso a Deus e retome a
seriedade da vida cristã. Não se importar com a leitura bíblica significa negligenciar o próprio
Deus. É não se importar com Ele. O próprio Jesus nos diz: “Se vós permanecerdes em mim, e
as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e vos será feito.”,/i>
(João 15.7.) Comece agora mesmo a separar um tempo especial de oração e leitura da
Palavra; um momento para estar a sós com Deus.
Estes textos revelam o sentimento de Deus quanto ao louvor insincero com rituais religiosos e
vazios, sem nenhum valor para o Senhor. A essência da adoração está em um coração contrito
e quebrantado diante do Senhor, em genuína reverência e submissão à sua vontade.
Muitos cristãos têm-se esquecido da santidade do Senhor e o buscam apenas para suprir as
suas necessidades pessoais. Outros estão envolvidos em pecados e ainda esperam que Deus
responda às suas orações e receba seu louvor maculado. Parece que muitos se esqueceram
que pecar de maneira voluntária e habitual é como desprezar e pisotear o precioso sangue de
Jesus (Hb 10.29).
Há os que tomam a ceia do Senhor sem levarem em conta a santidade do Senhor e desse
memorial. É necessário um exame interior, um acerto da vida, pedido de perdão, e então
participar do pão e do vinho. Em 1 Co. 11.28-30, o apóstolo Paulo afirma que entre o povo de
Deus há “muitos enfermos e não poucos que dormem” por não discernirem o corpo de Cristo.
Pensando nestes textos, responda: Quando você vem participar dos cultos, realmente está em
obediência ao Senhor e deseja adorá-lo de coração? Sua mente está cheia do temor de Deus
para louvá-lo com devoção? Você tem participado da ceia do Senhor de maneira indevida?
Com o coração cheio de mágoas, ressentimentos, sem uma limpeza interior pelo sangue do
Cordeiro? Você canta da “boca para fora” os louvores a Deus? Você ouve as mensagens do
pastor e procura colocar em prática, imediatamente, o que aprendeu?
Não continue irreverente diante do Senhor. Se assim tem sido sua vida, arrependa-se,
confesse ao Senhor suas faltas e deixe-se ser banhado pelo sangue purificador de Jesus, e,
então, limpo, tome a ceia, cante e adore ao Senhor de todo coração.
Busque santidade
Reflita na mensagem desses versos: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor.” (Hb. 12.14.) E o apóstolo João nos diz: “Amados, agora somos
filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele
se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque havemos de vê-lo como Ele é. E, a si
mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança.” (1 João 3.2-3.)
Buscar a santidade deve ser a prioridade na vida do cristão. Esta busca envolve a sua mente,
principalmente. A palavra que foi traduzida do grego para “buscar” significa “perseguir
intensamente ou com paixão”. Quando se está cheio do Espírito Santo, há um desejo
primordial de buscar a face do Senhor, a sua santidade em todas as áreas do ser.
A leitura da Palavra e a oração são fundamentais para a santidade se operar no viver cristão.
Há uma sede e uma fome das coisas de Deus no coração do convertido que só pode ser
saciada com a leitura diária da Bíblia, comunhão com Deus em oração e com os irmãos para
o serviço ao Senhor, para que o crescimento espiritual se opere.
Buscar santidade é exercício diário. Reflita a respeito dessas verdades e responda: Você tem
desejado cada vez mais ser parecido com Cristo em santidade? Você tem tirado tempo para
crescer espiritualmente e buscar a santidade? Você tem buscado colocar em prática o que o
Espírito Santo tem ensinado através da leitura bíblica ou das mensagens proclamadas por
homens de Deus? Santidade ao Senhor, isto é o que você mais busca atualmente?
Jesus nos diz para “buscar em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça, e as demais coisas
nos serão acrescentadas.” (Mt. 6.33.) Se você não tem colocado o Senhor e o seu reino em
primeiro lugar em sua vida, então peça perdão ao Senhor. Confesse sua negligência em
buscá-lo de todo o coração. Deixe o seu coração ser quebrantado pelo Senhor e comece a
buscá-lo com mais intensidade. Busque a santificação em sua mente: deixe a Palavra de Deus
“lavar” seu interior. Peça que o Senhor lhe dê em coração faminto por santidade genuína.
Com toda a certeza, saiba que o Senhor vai responder a esta oração.
Evidências da santificação
Após a conversão, passamos pelo processo da santificação que terminará somente na
glorificação.
No livro de Colossenses, no capítulo 2, Paulo trata sobre a evidência da verdadeira
conversão.
Após a conversão, passamos pelo processo da santificação que termina somente na
glorificação.
Assim, no capítulo 3, do mesmo livro de Colossenses, nos versículos de 12 a 17, Paulo vai
apresentar 3 verdades que gostaria de destacar.
A santificação está fundamentada nas bênçãos já recebidas de Deus. Nós só podemos ser
santos porque recebemos determinadas bênçãos de Deus que são fatos concretos na vida e na
nossa história.
2. O segundo fundamento pelo qual podemos ser santos é porque você foi separado para
ser propriedade exclusiva de Deus (vs 12)
Existem dois aspectos na santificação: a santificação posicional e a santificação processual.
No momento em que você creu no Senhor Jesus, foi feito santo, foi separado, foi feito
propriedade exclusiva de Deus. Deus não divide você com mais ninguém. Você é dele e
totalmente dele. Agora que você foi, posicionalmente, colocado como separado para Deus,
está entrando num processo contínuo e progressivo de santificação.
3. Você pode e deve ser santo, porque você é amado de Deus: santo e amado
Quando nossos irmãos puritanos, no passado, encontravam alguém com a auto-estima
achatada, duvidando do cuidado de Deus, eles faziam a seguinte pergunta:
“Você acha pouco o fato de você ser amado por Deus? Se Deus é a pessoa mais importante do
universo, se Deus é o criador de todas coisas, se Deus é o mantenedor da vida, se Deus tem as
rédeas da história em suas mãos, se Deus ama você, você acha isso pouco? Você é amado.”
4.Você pode ser santo, porque você foi perdoado (vs 13)
Você foi perdoado por Deus. Não importa quão grave tenha sido o seu pecado, não importa
quão profundo você tenha caído, não importa quão longe você tenha ido, não importa quantas
vezes você tenha caído; Deus é o Deus que perdoou você por causa do sacrifício do seu filho.
Então essa é a base, este é o alicerce, é a coluna que mantém de pé o edifício da sua
santificação.
Revesti-vos!
1. Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia (vs 12)
Santificação não tem a ver somente com nossa relação vertical com Deus. Santificação tem a
ver, também, com a nossa relação horizontal, como você lida com as pessoas. Não é uma
questão mística de uma relação verticalizada, mas santificação tem a ver com como você trata
seu pai, sua mãe, seu marido e etc. Santificação tem a ver com relacionamento. Você não
pode ser espiritual, orar 3 horas por dia, mas de repente, em casa, você grita com as pessoas,
é indelicado com seu cônjuge.
Ternos afetos traz a ideia de que isso vem das entranhas, vem das vísceras. Você deve olhar
para as pessoas com misericórdia e não com dureza e sentimento de vingança, revide. Você
precisa de ternos afetos de misericórdia! É inclinar seu coração com misericórdia pela miséria
do outro. Você sente suas entranhas se moverem de compaixão pelo próximo!
2. Revesti-vos de bondade
Barnabé é chamado de bom. Barnabé foi homem bom porque sempre pensou nos outros. Ser
bom é identificar a necessidade do outro e supri-la. Seus atos visam ajudar, suprir, atender a
necessidade do outro. Paulo diz, então, que se queremos ser santos, precisamos colocar esta
vestimenta da bondade nas nossas palavras, nas nossas ações, nos nossos gestos.
3. Revesti-vos de humildade
Humildade não é complexo de inferioridade. Humildade é se aproximar do outro pensando
que ele está numa posição superior a você.
Humildade é quando você não olha de cima para baixo e não despreza o próximo no seu
coração. É buscar o interesse do outro mais do que a seus próprios interesses.
4. Revesti-vos de mansidão
Ser manso não é ser fraco! Ser manso é ser como um animal que foi domesticado. É força sob
controlo. Ser manso é poder sob domínio.
Ser manso é ter domínio próprio e não usar a sua força para esmagar alguém, mas ajudar.
5. Revesti-vos de longanimidade
Essa palavra significa paciência. Paciência com pessoas difíceis.
A ideia de longanimidade é de ânimo esticado ao máximo! Se você quer ser santo tem que ter
longanimidade, longa paciência.
6. Suporte os seus irmãos, suportai-vos uns aos outros
Suportar o irmão, não é aquela ideia estoica de ter que aguentar aquele irmão? A ideia não é
de aguentar, mas é servir de suporte. Oferecer o ombro.
A nossa tendência é evitar as pessoas. Mas se você quer ser santo sirva de suporte ao seu
irmão.
7. Revesti-vos de perdão
Não há cristianismo sem perdão. Perdão não é questão de justiça, perdão é questão de
misericórdia.
Mas porque devemos perdoar? Porque nós temos queixas uns dos outros. Nós vamos falar
coisas que as pessoas não entendem. Você faz coisas que acha certo, mas o outro acha errado.
Alguém ficará triste com você. As pessoas nos frustram e nós frustramos as pessoas.
Portanto, não existe saúde emocional sem perdão, nem no casamento nem na igreja. A base
do perdão é porque você foi perdoado.
8. Revesti-vos do amor (vs 14)
A palavra vínculo é curiosa: a manga da minha blusa está ligada ao restante dela. O vínculo é
essa costura que liga as duas partes. Vínculo é aquilo que une todas as demais virtudes para
fazer sentido, porque sem amor não há cristianismo. Não há cristão sem amor. Jesus Cristo
foi claro:
“ … nisto conhecerão todos que sois meus discípulos se tiverdes amor uns pelos outros.” –
João 13:35
Então é hora de você sondar seu coração: Senhor, eu amo verdadeiramente?
Conclusão
Você deve ser santo por causa daquilo que Deus fez por você. Você deve ser santo e usar
progressiva e constantemente as vestimentas espirituais que Deus providencia pra você.
Você deve ser santo, e é possível ser santo, mediante o uso dos recursos que Deus
providenciou para você.
Que recursos são esses? São 3:
1. Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração
“Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração para a qual também fostes chamados em
um só corpo, domine em vossos corações, e sede agradecidos.” – Colossenses 3: 15
Notem a ideia de árbitro. Lembramos de futebol. Ele está em campo para, quando o jogador
comete uma falta, parar o jogo. Se a falta foi leve, só para o jogo e manda bater a falta. Se a
falta for mais intensa, cartão amarelo. Se a falta foi grave, cartão vermelho para ele.
O que Paulo está dizendo é que você pode identificar uma vida de santidade com um árbitro
que está dentro de você. Esse árbitro se chama “A paz de Cristo”. Se você não está tendo paz
no seu coração, pare para se examinar. Corrija sua vida! A paz de Cristo é o árbitro do seu
coração!
2. O segundo recurso é a Palavra de Cristo
Para a palavra de Cristo habitar em você, você precisa começar a ler. Você quer se santo, é
necessário ler a Bíblia para que essa palavra “habite ricamente em vós”.
Quando isso acontecer, você vai poder instruir e aconselhar.
Se você não tem os valores de Deus como você vai aconselhar? Você vai aconselhar para o
mal? Quando você está cheio da palavra em vez de murmuração, sua boca terá adoração, terá
gratidão.
3. O nome de Cristo (vs 17)
“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ou em ação, fazei-o em nome do Senhor
Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. – Colossenses 3:17
O que você tem falado, você pode falar em nome de Cristo? O que você está fazendo, está
fazendo em nome de Cristo?
Se você quer ser santo é necessário pensar o que você faz, onde você vai, com quem você vai,
porque você não pode fazer nada que não seja em nome de Cristo, dando por isso graças a
Deus Pai.
Que Deus nos ajude sermos santos, porque foi para a santificação que Ele nos escolheu e sem
santificação ninguém verá o Senhor.
4. A santificação é uma exigência para ser observada hoje. Se Deus vai fazer maravilhas
amanhã e se a condição indispensável para essas maravilhas é a santificação do povo, então,
devemos nos santificar hoje. Não podemos adiar essa ordenança divina. A santificação é para
hoje e não apenas para a eternidade. Na eternidade seremos glorificados. Mas, aqui começa o
processo da santificação. Hoje é o dia de nos consagrarmos a Deus. Agora é o tempo de
colocarmos tudo sobre o altar e voltarmo-nos para o Senhor de todo o nosso coração.
A páscoa foi instituída para marcar a libertação de Israel da escravidão no Egito. O cordeiro
foi imolado e seu sangue aspergido no batente das portas. De igual modo, Cristo, nosso
Cordeiro pascal, foi imolado. Isso tem a ver com nossa redenção. Nessa festa, o fermento
deveria ser removido de todas as casas, e isso tem a ver com a santificação. O fermento que
leveda a massa é um símbolo do pecado que se infiltra em nossa vida e nos contamina.
Não podemos participar da páscoa com coração impuro, mente poluída e vida contaminada.
Palavras sujas, atitudes grosseiras, pensamentos maus precisam ser banidos da nossa vida.
Assim como vestes sujas precisam ser despojadas, precisamos lançar fora o velho fermento,
uma vez que somos nova massa. Recebemos um novo coração, uma nova mente, uma nova
vida. Fazemos parte de uma nova família e temos uma nova pátria.
Somos o povo de Deus, separado do mundo, para ser luz no mundo. Não podemos imitar o
mundo, ser amigos do mundo nem amarmos o mundo. Devemos nos inconformar com o
mundo para não sermos condenados com ele. Somos um povo santo, sem fermento, sem
contaminação. Fomos salvos do pecado e não no pecado. Fomos salvos para a santidade. Por
isso, devemos andar em novidade de vida, lançando fora o velho fermento.
Santidade ao Senhor!!!
A busca por uma vida de acordo com o padrão bíblico de santidade, ao que parece, é uma luta
atemporal. Uma luta eterna que só se findará no dia da gloriosa vinda do Senhor.
Os tempos podem ter mudado; a igreja e as pessoas também, contudo a exigência divina
acerca da conduta da vida dos cristãos ainda é a mesma que foi feita aos israelitas na ocasião
da peregrinação rumo à terra prometida: “Consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo”
(Lv 20.7). Jesus, no sermão do monte, elevou essa exigência ao declarar: “Sejam perfeitos
como perfeito é o Pai celeste de vocês” (Mt 5.48). Seria um erro descabido por parte dos
cristãos pensar que esse padrão tenha mudado na contemporaneidade. Para mostrar a
relevância desse padrão bíblico de santidade o teólogo inglês John Stott (1986) disse o
seguinte: “O chamado que Cristo nos faz é novo, não apenas porque é uma ordem para
sermos ‘perfeitos’, mais do que ‘santos’, mas também por causa da descrição que faz do Deus
que devemos imitar” (STOTT, 1986, p. 123).
Ao que parece maior dificuldade que impede o homem de alcançar tal meta, a saber, uma
vida de santidade, não é o mundo que jaz em pecado, mas o pecado residente no próprio
homem, e dessa forma ele encontra toda sorte de obstáculos em sua busca por uma vida santa.
A igreja independente da época em que vive é chamada a viver uma vida de diligente
santidade. No tocante a isto o teólogo reformado holandês Joel Beeke (2005) diz: “o crente
que não cultiva diligentemente a santidade não terá a verdadeira certeza de sua própria
salvação, nem obedecerá a exortação de Pedro no sentido de buscar essa certeza (II Pe 1.10)”
(BEEKE, 2005, pp. 81-82).
Contudo, as próprias Escrituras exorta a igreja que virão dias terríveis; dias em que os
homens não suportarão a sã doutrina, e o homens teriam aparência piedosa (II Tm 3.1,5; 4.3),
ao que parece esses difíceis e terríveis dias chegaram e a necessidade por uma vida de
santidade mais autêntica chegou com eles, e a igreja outra vez é confrontada com a exigência
de uma vida santa em meio ao caos doutrinário e moral que Paulo exortou séculos antes.
Sobre a necessidade de uma vida de santidade autêntica e visível hoje Lopes (2008) diz:
“A santidade é visível aos olhos humanos. Não acontece apenas no âmbito das relações
invisíveis entre os crentes e Deus. Se por um lado já fomos santificados e glorificados em
Cristo nas regiões celestiais – coisa que não podemos sentir nem ver -, somos exortados a nos
santificar diariamente pela mortificação da natureza pecaminosa pelo revestimento das
virtudes cristãs” (LOPES, 2008, pp. 123-124).
O mundo em pecado tem que ver na igreja um reflexo da santidade de Deus. A igreja tem que
ter a consciência de que a mentira, o suborno, a soberba, a profanação do santo nome de
Deus, o egoísmo, a injustiça social, e orgulho ainda são pecados. Tal consciência só é
possível por uma vida autêntica de santidade de acordo com os ensinos bíblicos. Em dias
como os de hoje ao que se vê um paradigma tão importante para vida cristã, a saber, um viver
de acordo com o padrão bíblico de santidade, precisa ser resgatado.
Beeke (2005) falando acerca da necessidade da igreja viver em santidade diz o seguinte:
“responder a chamada à santidade é uma tarefa diária. É uma chamada absoluta e radical, que
envolve a essência da fé e prática religiosa” (BEEKE, 2005, p. 85). Dessa maneira, Beeke
encara a vida de santidade como uma vida radical onde o cristão tem que se entregar
devotadamente em uma prática diária.
A igreja contemporânea necessita entender que a para se viver de um modo santo, precisa ter
uma genuína vida onde a prática devocional se faça presente. Acerca disso Lopes (2008, p.
125) discorre: “eu ainda acredito, depois de todos esses anos de crente, pastor e professor de
interpretação bíblica que a leitura diária, junto com a meditação e oração a Deus, são meios
indispensáveis para nos santificarmos (Sl 1)”. Se não houver vida devocional na igreja, não
há um testemunho eficaz por parte da igreja, pois como refletir uma coisa que não se vive?
Sobre esse mesmo ponto de vista Beeke (2005, p. 91) diz o seguinte: “As Escrituras são o
caminho primário à santidade e o crescimento espiritual – levando em conta que o Espírito,
como Mestre, abençoará a leitura e o estudo da Palavra de Deus”. Pela óptica dos dois
teólogos a igreja deve se esforçar em um exercício devocional constante, através do qual se
fortalecerá para viver de acordo com o padrão bíblico de santidade.
Ainda enfocando santidade bíblica Lopes (2008) conclui: “A santificação precisa de
referenciais morais objetivos e fixos. Sem eles, a santificação descamba para o misticismo, o
pragmatismo, o paganismo. O referencial seguro do caminho da santidade é a Palavra de
Deus, nossa única regra de fé e prática. Ela é a lâmpada para os meus pés e luz para os meus
caminhos (Sl 119.105)” (LOPES, 2008, p. 126).
O chamado de Deus para a sua igreja é um chamado à santidade. Contudo, ao longo dos
tempos vê-se que ela sempre enfrentou dificuldades para viver de modo digno desse
chamado. Deus escolheu um povo para que seja santo. O alvo da escolha soberana de Deus é
que a sua igreja seja santa e irrepreensível perante Ele (Ef 1.4). Independente da época a
igreja deve sempre buscar viver em santidade.
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira
Santificação
“Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os
que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do
Senhor” (2Tm 2.19).
Hoje em dia, diante de tantas oportunidades que o mundo nos oferece para pecar, caminhar
rente à santidade é uma escolha. A facilidade do erro é tão difundida pelo mundo atual, que
somos confrontados todos os dias com palavras de deboche do tipo "careta", "Bíblia",
"aleluia" e por aí vai. Tudo isso pela melhor escolha que fazemos todos os dias:
SANTIDADE.
O nosso Senhor já nos dizia que "no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o
mundo." (João 16.33). Mas nosso conforto é esse: ter a recompensa da vida eterna com
Cristo, a partir de uma decisão nossa de se abster de uma vida de pecado.
Por um momento o inimigo de nossas almas poderá tentar nos impedir de caminhar ao céu
com enganações do tipo "faça, ninguém está vendo", "não dá nada", "é só um pouquinho, não
faz mal". Mas feliz é aquele que persevera em santidade!
Não prego uma santidade de aparência, de usos e costumes, uma santidade de viver sob
máscaras. A santidade que apregoo é de transformação radical de vida, de quebra do orgulho,
da derrubada do egoísmo, da confissão da tentação e do pecado e do quebrantamento diante
de Cristo.
Quando erramos o alvo (pecado), estamos um passo a menos da caminhada rumo ao céu.
Deixe o Evangelho transformar sua vida. Que o inconformismo com a situação podre desse
mundo tome conta de você.
"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente,
para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Romanos 12:2
Jhonatas Souza
Santificação e conversão
Qual a importância dessa pergunta? Essa não é uma pergunta abstrata sobre teologia; é uma
questão do mundo real tanto para o evangelismo quanto para o ministério. Ela está no cerne
de uma das maiores pragas do evangelicalismo – o membro de igreja que não é convertido.
Essa pergunta está na raiz da controvérsia da “salvação pelo senhorio”, bem como da questão
problemática do assim chamado “crente carnal”, dois assuntos pastorais intensamente
práticos. Além disso, esse problema se relaciona diretamente com os pais cristãos que
anseiam pela conversão de seus filhos. Colocando a pergunta de uma outra forma, uma
pessoa que não vive como um cristão dedicado pode ir para o céu? Se não, e se dizemos que
uma vida cristã é necessária para a salvação, não estaríamos contradizendo o ensino bíblico
da salvação pela graça, e não pelas obras?
Em um sentido, podemos dizer que a santificação não tem nenhuma relação com a
regeneração ou com a justificação. E, ainda assim, podemos dizer que ela tem toda relação
com o fato de alguém demonstrar que já as experimentou. (Note declarações semelhantes a
“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque...”na carta de 1 João). A
santificação sozinha não salva, mas não há salvação sem ela. Como Paulo disse aos crentes
de Tessalónica: “... Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do
Espírito e fé na verdade” (2 Tessalonicenses 2.13). A experiência de salvação começa com a
regeneração e a justificação, continua com a santificação e é completa na glorificação. Todos
que são regenerados e justificados estão sendo santificados. Todos que estão sendo
santificados serão, finalmente, glorificados. Embora possamos distinguir entre regeneração,
justificação, santificação e glorificação, nós não devemos separá-las. Em outras palavras, a
pessoa que verdadeiramente experimenta uma irá experimentar todas elas (e na ordem que
está listada).
Então, o antigo resumo teológico de que nós “fomos salvos, estamos sendo salvos e seremos
salvos” se aplica aqui. A santificação não está inclusa na parte do “fomos salvos” da salvação,
mas é um sinônimo da parte do “estamos sendo salvos”. E sem santificação, não há o
“seremos salvos". Pois como Hebreus 12.14 ensina: “Segui a paz com todos e a santificação,
sem a qual ninguém verá o Senhor”.
Como eu busco “...a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor?” Diferente da
regeneração, há muito esforço humano cheio do Espírito envolvido na santificação. Por um
lado, “Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”
(Filipenses 2.13). Por outro lado, em 1 Timóteo 4.7, recebemos essa ordem: "Exercita-te,
pessoalmente, na piedade”. Deus usa os meios de graça para nos santificar, sendo os
principais deles as disciplinas espirituais que fazemos pessoalmente e corporativamente. No
âmbito pessoal, elas incluem o receber da Palavra de Deus, a oração, a adoração particular, o
jejum, o silêncio, a solidão etc. Isso é equilibrado pelas disciplinas que praticamos com a
igreja: a adoração pública, o ouvir da palavra de Deus pregada, a oração corporativa, a
comunhão etc. E em tudo isso, nossa confiança não está em nós mesmos, mas em Deus.
Como Paulo coloca: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós
há-de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.6).
Donald Whitney
Considere-se morto
“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus” (Rm 6.11).
Nossa morte com Cristo é um fato legal e consumado e, por isso, deve ser matéria do nosso
conhecimento. (Foto: Getty Immages)
Nossa morte com Cristo é um fato legal e consumado e, por isso, deve ser matéria do nosso
conhecimento. (Foto: Getty Immages)
Você deve andar com sua certidão de óbito no bolso. Eu explico! É que o apóstolo Paulo está
respondendo à pergunta insinuadora dos libertinos: “Permaneceremos no pecado, para que
seja a graça mais abundante?” (Rm 6.1). Esses expoentes da licenciosidade, haviam
entendido mal o ensino apostólico: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm
5.20). O argumento do veterano apóstolo é demolidor às pretensões imorais dos libertinos:
Não podemos viver para o pecado, se para o pecado já morremos (Rm 6.2). Na verdade, nós
já fomos batizados com Cristo na sua morte (Rm 6.3). Fomos sepultados com Cristo na morte
pelo batismo (Rm 6.4). Devemos saber que foi crucificado com Cristo o nosso velho homem
(Rm 6.6). Refutando, portanto, os libertinos e ensinando a igreja sobre a nova vida em Cristo,
Paulo faz uma transição da justificação para a santificação, destacando três verdades
sublimes:
Em primeiro lugar, o que devemos saber (Rm 6.6). Devemos saber que já foi crucificado
com Cristo o nosso velho homem. O velho homem não é o nosso homem interior, mas o
nosso homem anterior. Nossa morte com Cristo é um fato legal e consumado e, por isso, deve
ser matéria do nosso conhecimento. Fomos crucificados com ele. Morremos com ele. Sua
morte foi a nossa morte, pois estávamos nele. Como Cristo ressuscitou para não mais morrer,
nós ressuscitamos com ele para uma nova vida. Sendo assim, morremos para o pecado de
uma vez para sempre, para vivermos para Deus também para sempre. O apóstolo Paulo diz
que esse não é um assunto para sentirmos, mas para sabermos. Essa verdade deve dominar
nossa mente mais do que agitar nosso coração.
Em segundo lugar, o que devemos considerar (Rm 6.11). Apóstolo Paulo dá mais um passo
rumo ao ensino sobre nossa santificação e diz que precisamos considerar-nos mortos para o
pecado. Nossa morte legal para o pecado deve ser agora considerada experimental e
constantemente por nós. Sempre que o pecado quiser impor sobre nós o seu reinado,
precisamos tirar a certidão de óbito do bolso e dizer que não vamos mais atender às suas
ordens porque estamos mortos. Paulo é categórico em informar que “quem morreu está
justificado do pecado” (Rm 6.7). O reinado do pecado sobre o nosso corpo mortal acabou.
Não precisamos mais obedecer às suas paixões. Esse rei perverso que nos mantinha no
cativeiro foi destituído. Fomos libertados. Somos livres. Quando a tentação bater à porta do
nosso coração com seus encantos e apelos, devemos considerar isso: estamos mortos!
Em terceiro lugar, o que devemos oferecer (Rm 6. 13). Ao sabermos que fomos crucificados
com Cristo e considerarmos que estamos mortos em Cristo e vivos para Deus, não temos
mais obrigação de oferecer os membros do nosso corpo ao pecado, como instrumentos de
iniquidade. A contrário, devemos oferecer-nos a Deus, como ressurretos dentre os mortos e os
membros do nosso corpo como instrumentos de justiça. Nossos olhos não devem mais
contemplar o que é mal. Nossos ouvidos não devem mais se dispor a ouvir o que não edifica.
Nosso paladar não deve mais degustar o que nos é prejudicial. Nossas mãos não devem
praticar o mal nem os nossos pés andar por caminhos tortuosos. O pecado não tem mais
domínio sobre nós, uma vez que não estamos mais debaixo da lei, e sim da graça. O reinado
da graça nos faz verdadeiramente livres; livres não para pecar, mas livres para vivermos em
santidade.