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CONSÓRCIO ENGEVIX-THEMAG

PREFEITURA MUNICIPAL DE BREU BRANCO


Direção
Armênio Oliveira Barreirinhas
Prefeito Municipal José Antunes Sobrinho
Direção Geral
Mário Pereira Cavalcante Filho
Vice-prefeito Municipal Santo Bertin Neto
Direção Técnica
Olandismá Soares de Sá
Secretaria Municipal de Administração Coordenação
Zildo Alves de Araújo Marcos Funes Neto
Secretaria Municipal da Fazenda Coordenação Geral
João Gomes da Silva Josué Carvalho de Macedo
Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo Coordenação Técnica
José da Silva Equipe Técnica
Secretário Municipal de Agricultura Alessandra da Cunha Moraes – tecnóloga em sensoriamento remoto
Raimunda Prazeres da Silva Ana Cecília Parisi – arquiteta
Secretária Municipal de Saúde André Cobbe – arquiteto
Andréa Lepequer Brochado – engenheira agrônoma
Rosani Aparecida Loureiro
Bárbara Nunes – advogada
Secretária Municipal de Promoção Social e Trabalho
Cláudia Jeanne da Silva Barros – cientista social
João Catoia Varela Giovanni Cornacchia – engenheiro florestal
Secretária Municipal de Educação João Batista Cahué Flores – engenheiro civil
Wilson Rogério dos Santos José Armando Silva de Oliveira – engenheiro cartógrafo
Secretária Municipal de Cultura Desporto e Lazer Kleber José Carrera Ramos – arquiteto
Leonam Furtado Pereira de Souza – engenheiro agrônomo
Márcio Luiz Oliveira Oliveira Luiz Alberto Cordeiro – engenheiro civil
Secretária Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Maria Angélica Garcia – bióloga
Osório Pacheco Alves Filho Mônica Nunes – arquiteta
Coordenação do Plano Diretor de Breu Branco Paulo Cavalcanti – arquiteto
Rejane Jung Vianna – arquiteta
Grupo Gestor do Plano Diretor de Breu Branco Sônia Helena Taveira Camargo Cordeiro – arquiteta
Arnaldo Fernandes Vargens Apoio
João Catóia Varela
Osório Pacheco Alves Filho Abraão José Cavalcanti Neto
Arthur Henrique Moreira Oliveira Kallebe Lins de Oliveira Santos
Zildo Alves de Araújo Stênio Altoe Venâncio da Silva
Deusimar Gomes Lacerda
Adilson Slongo
Edson Marques de Alcântara
Antonio Matheus Pereira Melo
Iraneide de Fátima Cardoso da Silva
Maria José Campelo
Cícero Vieira do Nascimento
Otalmir das Mercês Pereira
Antonio Wilson da Silva Leite
Placildo Ferreira de Brito
Manoel Barbosa de Sousa
Lucimário Pompeu
PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE
BREU BRANCO
2006
APRESENTAÇÃO
Este documento técnico apresenta o Plano Diretor do Município de Breu Branco, instrumento
básico da política de desenvolvimento municipal e de ordenamento dos seus núcleos urbanos,
que em consonância com o Estatuto da Cidade, instaura um processo de planejamento e
gestão, com a participação da sociedade, visando à promoção do desenvolvimento municipal e
urbano em bases sustentáveis. Dele resulta o anteprojeto de Lei Complementar do Plano
Diretor.
O Plano Diretor do Município de Breu Branco, elaborado pelo Consórcio Engevix/Themag – CET
se estrutura em três capítulos coincidentes, do ponto de vista do método, com as três etapas de
desenvolvimento dos trabalhos.
Cabe, inicialmente, ressaltar, que todas as etapas do Plano foram objeto de avaliação coletiva
por parte da administração municipal e de representantes dos diferentes segmentos da
sociedade, o que ocorreu por meio de oficinas de planejamento participativo, culminando com a
Audiência Pública realizada em 02/09/2006, que aprovou as propostas constantes deste
documento comprometido com a democracia, com o desenvolvimento socioambiental
sustentável e com a diminuição das desigualdes sociais.
O primeiro capítulo do documento apresenta estudos e análises, os mais amplos possíveis, da
realidade atual do município, consideradas suas diferentes dimensões físico-territorial,
ambiental, econômica, sociocultural, urbanística e institucional. Examina, também, questões
internas do município e sua inserção regional, além de características da sede municipal
relacionadas à estrutura urbana e à oferta de serviços e de infra-estrutura urbanos. Tais estudos
permitiram a identificação de potencialidades e de limitações à promoção de seu
desenvolvimento sustentável, subsidiando a elaboração das etapas subseqüentes.
O capítulo II – Cenários de Desenvolvimento, correspondente à segunda etapa de elaboração do
Plano, apresenta possíveis cenários para o desenvolvimento municipal, os quais funcionam
como ferramentas para a exploração das possíveis circunstâncias futuras que submetidas a
modificações em suas dimensões econômicas, sociais, ambientais, territoriais etc, variam de
uma situação melhor e mais desejável a uma situação pior e indesejável. Da combinação das
diferentes situações levantadas é extraído o Cenário de Desenvolvimento adotado como Cenário
Futuro, que leva em consideração as condições organizacionais, sociais, políticas e financeiras e
o recorte temporal de dez anos.
Por fim, no capítulo III, são formulados, considerando o Cenário Futuro, o Objetivo Central do
Plano, as Diretrizes de Gerais de Desenvolvimento, as Linhas Estratégicas e seus respectivos
Programas de Ações, sendo ainda estabelecida a proposta de Ordenamento Territorial municipal
(Macrozoneamento) e urbano (Zoneamento), as áreas de intervenção urbana e controles
urbanísticos, com o fito de favorecer o processo de planejamento e a implementação adequada
do Plano Diretor, propiciando que o município alcance o cenário almejado.

ii
Nesse capítulo, é ainda apresentado o Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, com
indicação dos Instrumentos de Planejamento e Gestão, de sua Estrutura Organizacional, o
Sistema de Planejamento e Informação, incluídos mecanismos de monitoramento e avaliação,
formas de revisão e de modificação do Plano Diretor.
O município de Breu Branco, com a implementação do Plano Diretor, certamente dá um passo
decisivo para instaurar um sistema permanente de planejamento capaz de fazer frente aos
desafios impostos pela realidade.

iii
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................ ii
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................ ix
LISTA DE QUADROS.......................................................................................................................x
LISTA DE TABELAS.........................................................................................................................x
LISTA DE GRÁFICOS ..................................................................................................................... xi
LISTA DE SIGLAS ........................................................................................................................... xi
I REALIDADE ATUAL DO MUNICÍPIO........................................................................................1
1 ASPECTOS HISTÓRICOS ........................................................................................................2
2 INSERÇÃO REGIONAL.............................................................................................................5
2.1 LOCALIZAÇÃO ...................................................................................................................5
2.2 ACESSIBILIDADE E TRANSPORTE ..................................................................................6
2.2.1 Vias de Acesso...........................................................................................................6
2.2.2 Linhas de Ônibus Intermunicipais e Interestaduais ...................................................9
2.2.3 Aeródromos ..............................................................................................................11
2.2.4 Portos Fluviais ..........................................................................................................11
3 ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS .........................................................................................12
3.1 MEIO NATURAL................................................................................................................12
3.1.1 Aspectos Geofísicos.................................................................................................12
3.1.1.1 Geologia Regional ...................................................................................12
3.1.1.2 Geologia Local.........................................................................................13
3.1.1.3 Geomorfologia .........................................................................................15
3.1.1.4 Solos........................................................................................................16
3.1.1.5 Declividade ..............................................................................................23
3.1.1.6 Altimetria..................................................................................................23
3.1.1.7 Características Climáticas .......................................................................24
3.1.1.8 Uso e Cobertura Vegetal .........................................................................26
3.1.1.9 Hidrologia ................................................................................................27
3.1.1.10 Os Espaços Legalmente Protegidos .......................................................28
3.2 TERRITÓRIO MUNICIPAL................................................................................................33

iv
3.2.1 Utilização da Terra ...................................................................................................33
3.2.2 Estrutura Fundiária ...................................................................................................36
3.3 ESTRUTURA URBANA.....................................................................................................38
3.3.1 Configuração Urbana ...............................................................................................38
3.3.1.1 Assentamento Inicial ...............................................................................38
3.3.1.2 Estrutura Viária........................................................................................42
3.3.1.3 Espaços Públicos e Privados de Uso Público.........................................46
3.3.1.4 Cheios e Vazios Urbanos ........................................................................46
3.3.1.5 Tipologia Arquitetônica ............................................................................50
3.3.2 Patrimônio Histórico-Cultural....................................................................................50
3.3.3 Usos e Ocupação do Solo Urbano...........................................................................50
3.3.4 Habitação .................................................................................................................53
3.3.5 Distritos e Povoados.................................................................................................53
3.4 INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS URBANOS...............................................................58
3.4.1 Comunicações..........................................................................................................58
3.4.2 Energia Elétrica e Iluminação Pública......................................................................58
3.4.3 Saneamento Ambiental ............................................................................................60
3.4.3.1 Abastecimento de Água ..........................................................................60
3.4.3.2 Esgotamento Sanitário e Drenagem Pluvial ...........................................61
3.4.3.3 Limpeza Pública e Resíduos Sólidos ......................................................61
3.4.3.4 Transporte e Mobilidade Urbana.............................................................62
4 ASPECTOS SOCIAIS ..............................................................................................................65
4.1 DINÂMICA POPULACIONAL ............................................................................................65
4.2 CULTURA..........................................................................................................................68
4.3 EDUCAÇÃO ......................................................................................................................68
4.4 ESPORTE E LAZER .........................................................................................................71
4.5 JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA ................................................................................74
4.6 PROMOÇÃO SOCIAL .......................................................................................................75
4.7 SAÚDE ..............................................................................................................................77
5 ASPECTOS INSTITUCIONAIS................................................................................................83
5.1 ESTRUTURA DA GESTÃO MUNICIPAL..........................................................................83
5.2 LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DO MUNICÍPIO..............................................................84
5.3 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ......................................................89

v
5.4 TERCEIRO SETOR...........................................................................................................90
5.5 FINANÇAS MUNICIPAIS ..................................................................................................91
5.5.1 Análise da Receita....................................................................................................91
5.5.2 Análise da Despesa..................................................................................................92
6 DINÂMICA ECONÕMICA ........................................................................................................94
6.1 AGRICULTURA E PECUÁRIA ..........................................................................................94
6.2 ATIVIDADES EXTRATIVISTAS ........................................................................................99
6.3 PESCA.............................................................................................................................100
6.4 INDÚSTRIA .....................................................................................................................101
6.5 COMÉRCIO E SERVIÇOS..............................................................................................101
6.6 POTENCIALIDADE TURÍSTICA .....................................................................................102
6.7 PONTOS FORTES E FRACOS, OPORTUNIDADES E RISCOS ..................................105
II – CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO ..................................................................................109
1 O PLANO DIRETOR E O DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL E URBANO .........................110
2 CENÁRIOS ALTERNATIVOS DE DESENVOLVIMENTO.....................................................110
2.1 CONSTRUÇÃO DOS CENÁRIOS ALTERNATIVOS......................................................111
2.2 CENÁRIOS ALTERNATIVOS DE DESENVOLVIMENTO ..............................................111
2.2.1 Cenário Tendencial ................................................................................................111
2.2.2 Cenário de Desenvolvimento .................................................................................112
2.2.3 Dimensões e Atributos da Situação Atual, Cenário Tendencial e Cenário de
Desenvolvimento ...................................................................................................115
2.2.4 Cenário Futuro........................................................................................................122
III – PROPOSTA ...........................................................................................................................127
1 OBJETIVO CENTRAL............................................................................................................128
2 DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO ......................................................................129
3 LINHAS ESTRATÉGICAS .....................................................................................................131
4 PROGRAMAS DE AÇÃO.......................................................................................................132
4.1 LE 01 – MODERNIZAÇÃO, DIVERSIFICAÇÃO E VERTICALIZAÇÃO DAS
ATIVIDADES DA SILVICULTURA, AGRICULTURA, PECUÁRIA E PESCA .................132
4.2 LE 02 – EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL DA POTENCIALIDADE ECONÔMICA DO
LAGO DE TUCURUÍ PARA A PESCA, TURISMO E TRANSPORTE ............................134

vi
4.3 LE 03 – DESENVOLVIMENTO DO TURISMO SUSTENTÁVEL....................................135
4.4 LE 04 – FORTALECIMENTO DA ATIVIDADE MINERADORA ......................................136
4.5 LE 05 – MODERNIZAÇÃO DA PRODUÇÃO MADEIREIRA E CARVOEIRA ................136
4.6 LE 06 – PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE ...................................................................137
4.7 LE 07 – OFERTA DE EDUCAÇÃO DE QUALIDADE NAS DIFERENTES ÁREAS DO
CONHECIMENTO, PARTICULARMENTE AS LIGADAS À VOCAÇÃO ECONÔMICA
REGIONAL ......................................................................................................................139
4.8 LE 08 – UNIVERSALIZAÇÃO E MELHORIA DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE
SAÚDE ............................................................................................................................140
4.9 LE 09 – AMPLIAÇÃO DOS ESPAÇOS E OPORTUNIDADES DE CULTURA,
ESPORTE, ENTRETENIMENTO E LAZER PARA TODOS OS CIDADÃOS .................141
4.10 LE 10 – QUALIFICAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS ESPAÇOS URBANOS ....................142
4.11 LE 11 – MELHORIA DA OFERTA DE HABITAÇÃO E DE SANEAMENTO
AMBIENTAL ....................................................................................................................143
4.12 LE 12 – AMPLIAÇÃO E MELHORIA DOS SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA,
ILUMINAÇÃO PÚBLICA E COMUNICAÇÕES ...............................................................145
4.13 LE 13– IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE CIRCULAÇÃO E TRANSPORTES
EFICIENTE E MODERNO...............................................................................................145
4.14 LE 14 – MODERNIZAÇÃO E DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL E
URBANA..........................................................................................................................146
5 ORDENAMENTO TERRITORIAL..........................................................................................148
5.1 MACROZONEAMENTO DO MUNICÍPIO .......................................................................148
5.1.1 Macrozonas Ambientais .........................................................................................148
5.1.2 Macrozona Rural ....................................................................................................150
5.1.3 Macrozonas Urbanas .............................................................................................150
5.2 PROPOSTA URBANÍSTICA PARA A CIDADE DESEJADA ..........................................151
5.3 SISTEMA VIÁRIO URBANO ...........................................................................................155
5.4 DIRETRIZES PARA O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO.................................156
5.5 DIRETRIZES PARA O PARCELAMENTO DO SOLO URBANO....................................158
6 INDICAÇÕES PARA O SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO.............159
6.1 CONCEPÇÃO..................................................................................................................159
6.2 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ....................................................160
6.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .................................................................................162

vii
6.3.1 Conselho de Desenvolvimento Municipal ..............................................................162
6.3.2 Órgão Central de Planejamento.............................................................................163
6.3.3 Órgãos Executores das Ações de Desenvolvimento .............................................163
6.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS.................................................................164
6.4.1 Concepção .............................................................................................................164
6.4.2 Organismos Participantes ......................................................................................165
6.4.3 Conteúdo Básico ....................................................................................................165
6.4.4 Forma de Estruturação...........................................................................................166
6.5 MECANISMOS DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ...............................................167
6.6 PARTICIPAÇÃO POPULAR............................................................................................167
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................168
ANEXOS .......................................................................................................................................171
ANEXO 1 – MEIO NATURAL Mapa – Geologia...........................................................................172
ANEXO 2 – MEIO NATURAL Mapa – Geomorfologia .................................................................175
ANEXO 3 – MEIO NATURAL Classes de Dissecação.................................................................178
ANEXO 4 – MEIO NATURAL Classes de Solos, Caracterização Morfológica e Analítica ..........180
ANEXO 5 – MEIO NATURAL Mapa – Pedologia........................................................................186
ANEXO 6 – MEIO NATURAL Classes de Solos (área em km²) ..................................................189
ANEXO 7 – MEIO NATURAL Mapa – Declividade ......................................................................191
ANEXO 8 – MEIO NATURAL Classes de Declividade (área em km²).........................................193
ANEXO 9 – MEIO NATURAL Mapa – Altimetria ..........................................................................195
ANEXO 10 – MEIO NATURAL Classes de Altimetria (área em km²) ..........................................197
ANEXO 11 – MEIO NATURAL Mapa – Vegetação......................................................................199
ANEXO 12 – MEIO NATURAL Ocupação Territorial – Classes de Uso e Cobertura Vegetal.....201
ANEXO 13 – MEIO NATURAL Mapa – Localização...................................................................203
ANEXO 14 – MEIO NATURAL Mapa – Ocupação Territorial ......................................................205
ANEXO 15 – ASPECTOS SOCIAIS Características Social-demográficas dos Municípios da
Microrregião de Tucuruí .........................................................................................................207
ANEXO 16 – ORDENAMENTO TERRITORIAL Mapa – Macrozoneamento do Município .........227

viii
ANEXO 17 – ORDENAMENTO TERRITORIAL Zoneamento .....................................................229
ANEXO 18 – ORDENAMENTO TERRITORIAL Projetos Estruturantes e Hierarquização do
Sistema Viário ........................................................................................................................231
ANEXO 19 – ORDENAMENTO TERRITORIAL Projeto Estruturante 1 – PE1............................233
ANEXO 20 – ORDENAMENTO TERRITORIAL Projetos Estruturantes 2 e 3 – PE2 e PE3 .......235

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1.1 Inserção Regional de Breu Branco ............................................................................................. 5


Figura 2.2.2 Breu Branco e Municípios Vizinhos ............................................................................................ 6
Figura 2.2.1 Mapa Rodoviário – Breu Branco ................................................................................................. 8
Figura 2.2.2 Viação São Domingos parada no Posto de Gasolina – Linha para Pitinga – Breu
Branco........................................................................................................................................................... 10
Figura 2.2.3 Porto da Geleira, com Fábrica de Gelo Breu Branco................................................................ 11
Figura 3.1.1 Mapa Geológico Regional......................................................................................................... 12
Figura 3.1.2 Classificação Climática Segundo Köppen................................................................................. 24
Figura 3.1.3 Localização do Reservatório de Tucuruí................................................................................... 27
Figura 3.1.4 Área de Preservação Permanente: Desmatamento e Erosão .................................................. 29
Figura 3.1.6 Erosão nas proximidades do Igarapé Aratera (ao fundo).......................................................... 30
Figura 3.1.5 Igarapé Aratera – Exploração de areia e seixos nas margens.................................................. 30
Figura 3.1.7 Extravasamento do rio Mojuzinho............................................................................................. 31
Figura 3.1.8 Produção de Carvão ................................................................................................................. 31
Figura 3.1.10 Vicinidade de Residências ...................................................................................................... 32
Figura 3.1.9 Casa de Madeira....................................................................................................................... 32
Figura 3.3.1 Área urbana atual e o núcleo inicial .......................................................................................... 39
Figura 3.3.2 Uso do Solo na Área Central .................................................................................................... 40
Figura 3.3.3 Centro urbano ........................................................................................................................... 41
Figura 3.3.4 Configuração das quadras urbanas .......................................................................................... 43
Figura 3.3.5 Hierarquização do Sistema Viário............................................................................................. 45
Figura 3.3.6 Avenida Sebastião Camargo .................................................................................................... 47
Figura 3.3.6 Cenas Urbanas – Centro da Sede Municipal ............................................................................ 48
Figura 3.3.7 Configuração urbana nas áreas residenciais ............................................................................ 49
Figura 3.3.9 Cenas Urbanas – Sede Municipal............................................................................................. 51
Figura 3.3.10 Uso do Solo ............................................................................................................................ 52
Figura 3.3.11 Cenas Urbanas – Vila Mojuzinho e Sede Municipal ............................................................... 54
Figura 3.3.12 Cenas Urbanas – Sede Municipal........................................................................................... 55
Figura 3.3.13 Distrito e Povoados de Breu Branco e Vias de Acesso........................................................... 59
Figura 3.4.1 Área da Captação de Água....................................................................................................... 60

ix
Figura 3.4.2 Uso de Água: Acúmulo de Lixo à esquerda; e Lazer à direita .................................................. 60
Figura 3.4.3 Uso de Água: Lavagem de Veículos......................................................................................... 61
Figura 3.4.4 Escoamento de Águas Pluviais e de Esgoto............................................................................. 61
Figura 3.4.5 Escoamento de Esgotos: Sanitários e Pluviais diretamente para o Reservatório..................... 62
Figura 3.4.6 Aterro Sanitário ......................................................................................................................... 62
Figura 3.4.7 Lixo Inorgânico na Área do Aterro Sanitário ............................................................................. 63
Figura 2.1.1 Representação do Cenários ................................................................................................... 111
Figura5.2.1 Planta Diagramática da Cidade Desejada ............................................................................... 154
Figura 6.2.1 Processo de Institucionalização do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão................ 161

LISTA DE QUADROS

Quadro 2.2.1 Distância de Breu Branco às Principais Cidades da Região ..................................................... 7


Quadro 2.2.2 Transporte Rodoviário Intermunicipal ..................................................................................... 10
Quadro 3.1.1 Graus de Predisposição à Erosão........................................................................................... 22
Quadro 3.4.1 Frota de Veículos no município de Breu Branco ..................................................................... 63
Quadro 4.3.1 Distorção Idade-série segundo Escolas – município de Breu Branco..................................... 71
Quadro 6.5.1 Empresas e Ramo de Atividades de Breu Branco, Cadastradas na Associação
Comercial e Indústria de Breu Branco (ACIBB) .......................................................................................... 102
Quadro 5.1.1 Áreas, por Categoria do Macrozoneamento.......................................................................... 149

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.2.1 Linhas Interestaduais de Tucuruí ............................................................................................... 9


Tabela 3.1.1 Dados de Precipitação Pluviométrica....................................................................................... 25
Tabela 3.1.2 Dados de Temperatura, Umidade Relativa e Insolação........................................................... 25
Tabela 3.2.3 População projetada Breu Branco – 2010 a 2020.................................................................... 33
Tabela 3.2.4 Área dos estabelecimentos rurais, por grupos de área total, utilização das terras e
número de estabelecimentos em Breu Branco – 1996 ................................................................................. 35
Tabela 3.2.5 Propriedades por Grupos de Área em Breu Branco – 1996..................................................... 36
Tabela 3.2.6 Área dos estabelecimentos por grupos de área total e condição legal das terras em
Breu Branco – 1996 ...................................................................................................................................... 37
Tabela 3.2.7 Projetos de assentamento do Incra em Breu Branco – 2001 a 2005 ....................................... 37
Tabela 3.4.1 Consumidores e Consumos e Energia Elétrica por Classe 2000 – 2003................................. 58
Tabela 4.1.1 Composição da População do município de Breu Branco – 1993 e 2000 ............................... 65
Tabela 4.1.2 Composição da População do município de Breu Branco - 2006 ............................................ 66
Tabela 4.1.3 Participação % das Faixas Etárias dos Grupos Especiais na População – município
de Breu Branco ............................................................................................................................................. 67

x
Tabela 4.1.4 Participação % das Faixas Etárias Gênero e Razão de Sexo dos Grupos Especiais
município de Breu Branco............................................................................................................................. 67
Tabela 4.1.5 Razão de Dependência Total, de Jovens e Idosos e Índice de Envelhecimento
município de Breu Branco............................................................................................................................. 68
Tabela 4.3.1 Alunos Matriculados, por Tipo de Escola e Administração em 2005 – Breu Branco................ 69
Tabela 4.3.2 População Residente com Dez Anos ou Mais de Idade, por Nível de Instrução de
acordo com dados do IBGE – 2001 .............................................................................................................. 70
Tabela 4.5.1 Efetivo Policial em Breu Branco – 2005 ................................................................................... 74
Tabela 4.5.2 Ocorrências Atendidas pela Policia Militar, por Tipificação – out/dez 2005 ............................. 74
Tabela 4.7.1 Profissionais da Saúde em Breu Branco – 2005...................................................................... 79
Tabela 4.7.2 Agravos de Notificação Compulsória Notificados SINAN – 2005............................................. 81
Tabela 5.4.1 Análise da Receita ................................................................................................................... 91
Tabela 5.4.2 Análise da Despesa ................................................................................................................. 93
Tabela 6.1.1 Pessoal Ocupado na Agropecuária Segundo Grupo de Atividade Econômica – Breu
Branco........................................................................................................................................................... 95
Tabela 6.1.2 Áreas Cultivadas e Produção................................................................................................... 96
Tabela 6.1.3 Tipo e Efetivo do Rebanho em Breu Branco – 2004 ................................................................ 96
Tabela 6.1.4 Distribuição da POC por Posição na Ocupação e Categoria no Trabalho Principal –
2000 .............................................................................................................................................................. 97
Tabela 6.1.5 Número de Estabelecimentos e Empregados com Vínculos Empregatícios – 2000................ 98
Tabela 6.1.6 Renda da População em Salários Mínimos – 2000 ................................................................. 98
Tabela 6.1.7 Participação do PIB de Breu Branco na Região de Tucuruí – 2000......................................... 99
Tabela 6.2.1 Produção de Madeira em Breu Branco – 2000 ...................................................................... 100
Tabela 6.6.1 Atrativos e Potencialidades Naturais de Breu Branco – PA ................................................... 103

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 6.1.1 PIB de Breu Branco por Setor de Atividade............................................................................. 99

LISTA DE SIGLAS

APA – Área de Proteção Ambiental


APP – Áreas de Preservação Permanentes
Adepará – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará
Arie – Área de Relevante Interesse Ecológico
Amat – Associação de Municípios da Bacia Araguaia-Tocantins
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres
Basa – Banco da Amazônia S.A.

xi
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Civat – Centro de Valorização do Trabalho, Associação dos Bairros
Celpa – Centrais Elétricas do Pará S.A.
CPA – Centro de Pesquisas Ambientais
Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente
CNM – Confederação Nacional de Municípios
DataSUS – Banco de dados do Sistema Único de Saúde
Detran – Departamento Estadual de Trânsito
Denatran – Departamento Nacional de Trânsito
DMTU – Departamento Municipal de Trânsito Urbano
Eletronorte – Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.
Enest – União dos Estudantes Secundaristas de Tucuruí
FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador
Fomam – Fundo Municipal de Meio Ambiente
FNO – Fundo Constitucional de Financiamento do Norte
Funai – Fundação Nacional do Índio
Getat – Grupo Executivo das Terras do Araguaia e Tocantins
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
IDH-M - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano
Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Inpa – Instituto de Pesquisa da Amazônia
INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social
IRFGS – Índice de Responsabilidade Fiscal, de Gestão e Social
MEC – Ministério da Educação
OMS – Organização Mundial de Saúde
PA – Projeto de Assentamento
Paratur – Companhia Paraense de Turismo
PEA – População Economicamente Ativa
PIB – Produto Interno Bruto
Pnud – Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas
Procera – Programa de Crédito especial para Reforma Agrária
Procon – Coordenação Municipal de Defesa do Consumidor
Pirtuc – Plano de Inserção Regional da UHE Tucuruí
RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável
SCA – Secretaria de Coordenação da Amazônia
Sectam – Secretaria de Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará
SMDC – Sistema Municipal de Defesa do Consumidor
Sintepp – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará

xii
Sinsmut – Sindicato dos Serviços Públicos Municipais de Tucuruí
SUS – Sistema Único de Saúde
STR – Sindicato de Trabalhadores Rurais
Uepa – Universidade Estadual do Pará
UFPA – Universidade Federal do Pará
UHE – Usina Hidroelétrica

xiii
I REALIDADE ATUAL DO MUNICÍPIO

1
1 ASPECTOS HISTÓRICOS

O município de Breu Branco surgiu a partir de um pequeno povoado localizado à margem


esquerda do rio Tocantins, a 43 quilômetros de Alcobaça, atual Tucuruí, numa região
originalmente habitada pelos índios Asuriní.
O nome de vila de Breu Branco dado ao lugarejo resultou da existência abundante na região de
uma árvore natural da floresta amazônica, da família das Burseráceas (Protium pallidum), macia,
de odor agradável e fresco, denominada breu branco, que produz uma resina utilizada na
fabricação do breu. Apesar de apresentar um tronco fino, em comparação com o das grandes
árvores da floresta, pode crescer tanto quanto elas. Extraído pelo tronco da árvore, o breu,
inicialmente de cor branca e brilhante, lembrando um mineral, com o tempo, solidifica-se,
formando uma massa dura, esbranquiçada e cinzenta, ou cinza-esverdeada, quebradiça e
facilmente inflamável, com vários usos na cultura cabocla local.
Nos primeiros tempos do lugarejo, moravam no assentamento aproximadamente 127 pessoas,
das quais cerca de 80% viviam da caça, pesca, castanha-do-pará, extração de madeira e de um
pouco de lavoura. Com a construção da Estrada de Ferro Tocantins, para contornar o trecho
encachoeirado do rio e melhorar as condições de transporte de pessoas e de carga, houve um
deslocamento dessa população para as proximidades da ferrovia.
A ferrovia ligava Tucuruí (km 0) a Jatobal (km 117), com as estações intermediárias de
Arumateua, no km 25; Breu Branco, no km 43; Independência, no km 53; Pucuruí, no km 68;
Quilômetro 82, no km 82 e Remansão, no km 97. Em 1972, a Estrada de Ferro Tocantins foi
extinta, tendo suas atividades encerradas no ano seguinte. Os trilhos foram arrancados
definitivamente em 1974.
À época da ferrovia, a educação funcionava precariamente, com apenas duas salas de aulas,
uma mantida pela Estrada de Ferro Tocantins e outra, pela Igreja Católica e pais dos alunos,
assumindo, cada parte, 50% do salário da professora. As aulas limitavam-se à alfabetização e
às duas primeiras séries do ensino primário. Apenas em 1974, com a fundação da Escola
Gonçalo Vieira, passaram a ser oferecidas as 3ª e 4ª séries do ensino primário.
O atendimento de saúde era realizado em um único Posto Médico, sendo os medicamentos
fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde Pública.
O abastecimento de água era feito por meio de um poço público, construído pela Estrada de
Ferro Tocantins e insuficiente para atender a toda a população, o que forçava os moradores a
apanharem água em igarapés um pouco distantes.
A energia elétrica era gerada por meio de motor e distribuída no período das 19h às 22h horas,
sem capacidade de atendimento a todos os moradores.

2
Desde a criação da antiga vila até sua transferência definitiva para a margem direita do
Tocantins, o processo de estruturação político-institucional e de formação sociocultural do atual
município de Breu Branco foi influenciado pela implantação de grandes projetos federais na
região, iniciados no século XVII com a fiscalização militar para proteção da Amazônia brasileira.
No século XX, os projetos da Estrada de Ferro Tocantins, da rodovia Transamazônica e, mais
recentemente, da Usina Hidroelétrica – UHE Tucuruí foram determinantes para a ocupação e o
desenvolvimento da região.
Em 1960, teve início o processo de organização política de Breu Branco, com a eleição do
primeiro vereador da localidade, então vinculada ao município de Tucuruí.
No começo da década de setenta iniciou-se a construção da UHE Tucuruí. O reservatório a ser
formado pelo barramento do rio Tocantins deixaria toda a vila de Breu Branco submersa. Por
esta razão, houve a movimentação de algumas lideranças locais no sentido de transferir a
população para uma gleba da União, destinada à Aeronáutica, na margem oposta do rio. Além
da transferência da vila, as Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. – Eletronorte deveriam
reassentar alguns produtores rurais que também teriam suas glebas inundadas.
A remoção da população da vila ocorreu em 1984, tendo a Eletronorte elaborado e implantado
um projeto de parcelamento urbano, construído cerca de trezentas casas de madeira, providas
de abastecimento de água, esgotamento sanitário, energia elétrica e iluminação pública, para
abrigar a população a ser reassentada. Duzentos e cinqüenta casas foram entregues no
momento da remoção e as outras cinqüenta, no ano seguinte.
Os lotes rurais, entretanto, não foram disponibilizados, gerando descontentamento na população
atingida, que passou a reivindicar junto à empresa o seu pedaço de chão.
Na mesma ocasião, a cidade de Tucuruí, por sediar a UHE, sofria fortes pressões migratórias,
inclusive de pessoas desempregadas e sem qualificação adequada para serem absorvidas nas
obras. Como grande parte dessas pessoas era originária do campo, a demanda por terra na
região cresceu significativamente na década de oitenta.
Com vistas a solucionar as questões sociais decorrentes dessa demanda crescente, o governo
federal implantou na região o Grupo Executivo das Terras do Araguaia e Tocantins – Getat,
órgão federal que, juntamente com a Eletronorte, responsabilizar-se-ia pelo assentamento dos
remanejados em função da formação do lago da usina e, também, das pessoas vindas nos
fluxos migratórios.
Antes de o Getat promover os primeiros assentamentos, parte dessa população ocupou uma
área na margem direita do Tocantins, conhecida como Gleba da Aeronáutica, próxima ao sítio
onde fora implantada a nova vila de Breu Branco. Apesar dos esforços para remoção dos
ocupantes dessa gleba, isso não ocorreu, em virtude da mobilização e resistência oferecida pela
população.

3
Diante disso, a Eletronorte aproveitou parte da área ao longo da rodovia PA-263, que liga Breu
Branco a Goianésia do Pará, para assentar alguns atingidos pela barragem. Promoveu, então,
dois assentamentos: um deles próximo ao núcleo urbano e o outro na altura do km 42 da mesma
estrada, conhecido como PA Moju.
Além disso, foi criado o assentamento denominado Gleba Alcobaça, onde hoje é a região do
Pitinga, para onde foram transferidas famílias ocupantes de áreas na cidade de Tucuruí. Iniciou-
se, então, a colonização dessa porção do território, surgindo uma vila, denominada Placas, por
ter sido criada no local em que estava fixada a placa do projeto Getat. Essa vila serviu como o
primeiro ponto de apoio aos colonos oriundos da cidade de Tucuruí.
Posteriormente, foram surgindo outras vilas de apoio ao meio rural, como a vila do Areal,
fundada em 1987, a 30km da sede de Breu Branco. Todas as vilas atualmente são habitadas por
agricultores e desenvolveram características próprias.
A partir da remoção da antiga vila, inundada pelo reservatório da UHE, e dos primeiros
assentamentos rurais, iniciou-se o movimento pela emancipação, o que ocorreu em 1991. Por
meio da Lei n° 5.703, de 13 de dezembro de 1991, foi criado o município de Breu Branco,
desmembrado do município de Tucuruí, passando o novo território municipal a ser constituído
por áreas anteriormente pertencentes aos municípios de Tucuruí, Moju e Rondon do Pará.
A instalação oficial do município de Breu Branco, entretanto, só ocorreu em 1° de janeiro de
1993, tendo sido seus primeiros administradores o Prefeito Armênio Oliveira Barreirinhas e o
Vice-Prefeito Francisco Vilar de Araújo, que tiveram como encargos iniciais a organização do
município e a promoção da integração das localidades e vilas incorporadas ao novo território
que, até então, não tinham ligação econômica, política ou cultural com o município criado.
Com a emancipação, o município de Breu Branco experimentou um desenvolvimento constante,
fundamentado na exploração da madeira e do silício da região. Passou a atrair pessoas das
várias regiões do Brasil, particularmente nordestinos, em busca das oportunidades de trabalho
oferecidas pela implantação da Transamazônica e da UHE Tucuruí. A segunda etapa de
construção da UHE reforçou esse poder de atratividade da região e ampliou os fluxos
migratórios. Como Breu Branco oferecia condições de habitabilidade um pouco melhores que as
outras cidades, acabou por atrair famílias com melhores condições socioeconômicas.
Por ser um município bastante novo, a sua identidade cultural ainda está em processo de
formação, pela incorporação das características socioculturais de pessoas de diferentes origens,
vindas da antiga vila ou de outros territórios do Brasil para se estabelecer em Breu Branco.
Além da extração da madeira, principal atividade econômica do município – foram retirados 7 mil
metros cúbicos ao mês no final dos anos 1990 e início deste século –, e da exploração do silício,
Breu Branco cultiva maracujá, arroz, melancia, mandioca, banana, café, coco, feijão e milho.
São Sebastião, celebrado entre os dias 8 e 18 de janeiro, é o padroeiro de Breu Branco.

4
2 INSERÇÃO REGIONAL
Figura 2.1.1
Inserção Regional de Breu Branco
2.1 LOCALIZAÇÃO

2
Com superfície de 4.013,36km , Breu Branco localiza-se à margem direita do reservatório da
UHE Tucuruí, no médio Tocantins. De acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE, o município de Breu Branco insere-se na mesorregião sudeste
paraense, microrregião de Tucuruí e tem como limites, ao norte, os municípios de Baião e Moju;
ao sul, o município de Goianésia do Pará; a leste, os municípios de Goianésia do Pará, Tailândia
e Ipixuna do Pará; e a oeste, os municípios de Tucuruí e Baião.
A microrregião de Tucuruí faz parte da sub-bacia do Araguaia-Tocantins. A área desta sub-bacia
é de aproximadamente 123.989km², correspondente a 9,9% da área do Estado do Pará. Com
cerca de 274 mil habitantes, de acordo com o Censo Demográfico de 2000, realizado pelo IBGE,
apresenta baixa densidade populacional (2,2 hab/km²), com a população urbana (56%)
ligeiramente maior que a rural.
A microrregião de Tucuruí, compreendendo seis municípios, tem uma superfície de
2
33.087,80km , equivalentes a 2,6% do território do Pará, e uma população recenseada, em
2
2000, de 203.376 habitantes, o que resulta uma densidade demográfica de 6,15 hab/km .
Ainda segundo o IBGE, o índice de urbanização do Pará, em 2000, era de 66,5%, o da região
Norte, de 69,7% e a do país, de 81,2%. A microrregião de Tucuruí apresentava índice inferior,
tendo apenas os municípios de Tucuruí (82,5%) e Jacundá (84,5%), com taxas superiores às do
estado, da região e do país. Breu Branco registrava, em 2000, um índice de urbanização de
48,4%. O processo de urbanização na microrregião de Tucuruí é recente, coincidindo com a
retomada das obras da UHE, na década de noventa. Até então, todos os municípios nela
inseridos registravam maior contingente de habitantes na área rural.
A economia municipal é predominantemente apoiada no setor primário. Ainda se registram altos
índices de pobreza e nítidas carências de equipamentos e serviços públicos. O desenvolvimento
socioeconômico é incipiente, embora já se constatem claramente movimentos de articulação
política e surgimento de lideranças e de atores sociais, sobretudo nos movimentos religioso e
sindical.
A cidade de Breu Branco localiza-se às margens da PA-263, nas seguintes coordenadas
geográficas: 04º04'04" de latitude sul e 49º38'13" de longitude oeste, na altitude de 2m em
relação ao nível do mar.

5
A região é polarizada por Tucuruí, principal núcleo urbano da microrregião e onde fica a UHE de
mesmo nome. Devido à proximidade entre as sedes municipais de Breu Branco e Tucuruí, é
intensa a relação entre estas cidades no referente ao comércio, a trabalho e à utilização dos
Figura 2.2.2 equipamentos e serviços urbanos. Boa parte das demandas de Breu Branco é suprida por
Breu Branco e Municípios Vizinhos Tucuruí.
Breu Branco possui clima tropical úmido de monção e áreas de floresta, juquira e pastagens.
Seu relevo, de ondulações suaves, é cortado pelos rios Tocantins e Moju e seus afluentes.
O Censo Demográfico de 2000 registrou uma população de 32.907 habitantes no município, dos
quais 15.945 na área urbana e 16.969 na área rural. O Tribunal Regional Eleitoral registrava, em
julho de 2002, 18.254 eleitores em Breu Branco. A estimativa do IBGE para a população
municipal total, em julho de 2005, é de 44.147 habitantes.

2.2 ACESSIBILIDADE E TRANSPORTE

2.2.1 Vias de Acesso

A sede do município de Breu Branco está situada às margens da rodovia estadual PA-263, que
corresponde também à principal via de acesso terrestre aos distritos e povoados do município. A
rodovia PA-263, segundo informações oficiais do DNIT/MT, possui 72km de extensão,
interligando a PA-150 à PA-156, com travessia de balsa no rio Tocantins a jusante da barragem
da UHE.
No entanto, a rota rodoviária mais utilizada entre Breu Branco e Tucuruí acontece pela PA-263,
e trecho de rodovia conhecida como Estrada do Contorno que passa pela barragem da UHE, e
se interliga à BR-422, que dá acesso à cidade de Tucuruí, passando pela vila Permanente da
Eletronorte. Este percurso corresponde a 27km entre os núcleos urbanos.
A rota rodoviária entre Breu Branco e Belém, capital do Estado, consiste na PA-263, PA-150 e
PA-475.
A rota rodoviária entre Breu Branco e Marabá, pólo urbano regional do estado do Pará, envolve
a PA-263, PA-150 e BR-222.
A PA-150 é uma importante rodovia estadual que atende à região sul do estado do Pará, uma
vez que interliga Belém a Marabá. Esta rodovia começa em Redenção e termina em Belém. No
entanto o percurso entre Marabá e Belém passa pela PA-475, logo após o entroncamento com a
PA-256, tendo em vista que PA-150 não está implantada neste trecho. Estas rodovias são todas
pavimentadas.

6
As distâncias que separam Breu Branco das principais cidades da região estão indicadas no
quadro abaixo.

Quadro 2.2.1
Distância de Breu Branco às Principais Cidades da Região
Cidade Distância (km)
Belém 350
Tucuruí 35
Goianésia do Pará 59
Itupiranga 210
Jacundá 135
Nova Ipixuna 190
Novo Repartimento 90
Baião 270
Cametá 438
Marabá 230

O acesso a Breu Branco a partir de Belém pode, ser feito parcialmente por barco, a partir da
Baía do Guajará até o porto de Arapari, onde se liga ao sistema rodoviário, pela PA-150 e
PA-263.
A ligação intramunicipal, entre a cidade de Breu Branco e as diversas vilas, é feita por estradas
vicinais municipais.

7
Figura 2.2.1
Mapa Rodoviário – Breu Branco

8
2.2.2 Linhas de Ônibus Intermunicipais e Interestaduais

As linhas de ônibus interestaduais que servem ao município de Breu Branco correspondem às


linhas interestaduais que servem ao município de Tucuruí e que fazem paradas no terminal
rodoviário situado junto da PA-263. Os dados oficiais da Agência Nacional de Transportes
Terrestres – ANTT, para as linhas de Tucuruí e a respectiva demanda no ano 2004 estão
apresentadas na tabela a seguir.

Tabela 2.2.1
Linhas Interestaduais de Tucuruí
Linha Denominação N° Viagens Passageiros Transportados/Ano
Ano Ida Volta
Tucuruí (PA) - Parnaíba (PI) Via Teresina (PI) 414 3.482 3.468
Tucuruí (PA) - Parnaíba (PI) 104 311 316
Tucuruí (PA) - Parnaíba (PI) via Sobral 106 653 660
Tucuruí (PA) - Parnaíba (PI) via Imperatriz 672 9.001 8.427
Tucuruí (PA) - Parnaíba (PI) via Imperatriz 177 2.267 2.120
Tucuruí (PA) - São Luis (MA) via Pinheiro 105 1.374 1.339
Tucuruí (PA) - Timon (MA) 105 343 376
Total 1.683 17.431 16.706
Fonte ANTT – Anuário Estatístico 2005 – Ano Base 2004

Estas demandas retratam a movimentação de passageiros em todo o percurso das linhas, não
sendo possível aferir apenas as demandas do município de Breu Branco.
As linhas de ônibus intermunicipal e interestadual são operadas pelas empresas Viação Tucuruí,
Açailândia, Boa Esperança, Medianeira, São Geraldo e Transbrasiliana, e as linhas que atendem
às zonas rurais são operadas pela empresa Viação São Domingos e por ônibus do Produtor
Rural.
Para as zonas rurais as linhas atendem a cinco regiões, sendo: Pitinga, Nazaré de Patos, Jutaí,
Muru, Quatro Bocas e Boa Esperança.
Segundo informações levantadas em campo a Viação São Domingos realiza seis viagens diárias
para atendimento da região do Pitinga.
As linhas que atendem Breu Branco com diferentes destinos e horários de partida, conforme
informações obtidas junto aos guichês das empresas operadoras do transporte intermunicipal e
interestadual e à Prefeitura Municipal, estão apresentadas no Quadro 2.2.2.

9
Quadro 2.2.2
Transporte Rodoviário Intermunicipal
Empresa Origem Destino Horários de Partidas
Açailândia Breu Branco Imperatriz – MA 19:40
Boa Esperança Breu Branco Belém – PA 07:50, 09:50, 12:40, 16:40,
23:40 e 00:40 (Executivo)
Breu Branco São Luís – MA 07:50 e 09:30
Breu Branco Teresina - PI 6:30
Medianeira Breu Branco Foz do Iguaçu - PR 01:00
São Geraldo Breu Branco Teresina- PI 08:40
Breu Branco Feira de Santana - BA 14:00
Transbrasiliana Breu Branco Altamira – PA 23:59 e 05:30
Breu Branco São Paulo (Via Marabá) 8:40
Breu Branco Imperatriza - MA 17:40
Breu Branco Imperatriz - MA 17:00
Viação Tucuruí Breu Branco Tucuruí De hora em hora
Fonte: Prefeitura Municipal de Breu Branco
Figura 2.2.2
Viação São Domingos parada no Posto de Gasolina As linhas apresentadas no quadro também retornam dos seus destinos, porém em horários não
– Linha para Pitinga – Breu Branco muito bem definidos. A linha da Viação Tucuruí que faz o itinerário Breu Branco-Tucuruí é
operada por ônibus com características urbanas, transportando passageiros em pé, e os
horários são regulares, sendo as partidas de Breu Branco de hora em hora, nos períodos entre
7:00h e 12:00 horas e 14:00h e 18:00 horas. Cada viagem pode oferecer sete gratuidades para
idosos, deficientes e policiais.
O transporte rodoviário intermunicipal também é operado por cooperativas de transporte
alternativo que utilizam veículos de menor capacidade do tipo van e microônibus. Para Tucuruí
operam onze vans gerenciadas pela Cooperativa de Tucuruí – Comasp, com partidas todos os
dias em intervalos de meia hora, no período das 6:00h às 18:00h. Para Marabá são operadas
vans, gerenciadas pela Copermabi – Cooperativa de Transporte Alternativo de Marabá, que
também atendem aos deslocamentos para Goianésia do Pará, Jacundá e Nova Ipixuna.
Para o transporte de passageiros até as vilas municipais, há quatro ônibus da Viação São
Domingos e dois ônibus do Produtor Rural, com horários diários.

10
2.2.3 Aeródromos

No município de Breu Branco não existe aeroporto ou pista de pouso para vôos regulares. Não
foi informado se existem pistas de pouso para aeronaves particulares em fazendas situadas na
zona rural.
A população de Breu Branco nos seus deslocamentos via aérea podem utilizar o aeroporto,
administrado pela Eletronorte, situado no município de Tucuruí que possui vôos regulares. A
empresa aérea que opera no aeroporto de Tucuruí é a Total, com vôos regulares para Belém
(PA), Brasília (DF), Araguaína (TO) e Carajás (PA).

2.2.4 Portos Fluviais

Atualmente está em operação o Porto da Geleira, localizado na represa da UHE, na altura do


bairro do Japonês. Este porto funciona como um pequeno entreposto comercial, por onde
chegam as mercadorias do cultivo agrícola e da pesca local (mandioca, farinha de mandioca e
pesca), procedentes dos assentamentos localizados nas imediações da represa e que são
transportados para o mercado da cidade por intermédio de um caminhão da prefeitura. No porto
Figura 2.2.3 existe uma pequena fábrica de gelo que abastece os pescadores no retorno do comércio.
Porto da Geleira, com Fábrica de Gelo Está prevista a construção de dois novos portos, também destinados à movimentação de
Breu Branco mercadorias, e que vão se situar mais próximos ao mercado da cidade, sendo um no
prolongamento da Rua 1° de Janeiro, e o outro, no prolongamento da Rua 1° de Maio, ambos
nas imediações do bairro Bela Vista. Não está prevista a desativação do Porto da Geleira, que
continuará funcionando com sua fábrica de gelo.
A jusante do rio Tocantins existe ainda dois portos: Nazaré de Patos e Vila Muru. Estes portos
apresentam movimentação maior de passageiros e turistas com destino às praias de Nazaré e
Muru.

11
3 ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS

3.1 MEIO NATURAL

3.1.1 Aspectos Geofísicos

3.1.1.1 Geologia Regional


Figura 3.1.1 Na região onde se encontra o município de Breu Branco, a mesoregião sudeste do estado do
1
Mapa Geológico Regional 2
Pará , estão presentes três grandes entidades geológicas: o Cráton Amazônico, o Cinturão
Araguaia e a Bacia do Parnaíba.
O Cráton Amazônico subdivide-se em duas províncias geocronológicas identificadas como
Amazônica Central, composta pela crosta continental mais antiga do Cráton Amazônico (> 2.300
milhões de anos), que durante a evolução geológica foi cenário de expressivos eventos
3
magmáticos e sedimentares, e a província Maroni-Itacaiúnas , cujo padrão geocronológico
sugere que sua evolução aconteceu entre 2.200ma e 1.950ma sendo caracterizada por larga
exposição de unidades vulcânicas e sedimentares deformadas e metamorfisadas em vários
graus. Essas províncias situam-se na margem esquerda do rio Tocantins e as rochas presentes
agrupam-se no Complexo Xingu. No sudeste, a Província Metalogenética do Carajás representa
a região do Cráton Amazônico mais bem estudada.
O Cinturão Araguaia é um cinturão evolutivo com cerca de 1.000km de comprimento e 100km de
largura, que faz limites a oeste com o Cráton Amazônico e a leste com a Bacia do Parnaíba. É
composto por seqüências arenosas e argilosas metamorfisadas, algumas rochas carbonáticas e
numerosos corpos vulcânicos. Incluídos no Cinturão Araguaia, estão os Grupos Tocantins e
4
Tucuruí compostos por sedimentos de baixo grau metamórfico .
Predominantemente na margem direita e, secundariamente, na margem esquerda do rio
Tocantins encontra-se a bacia do Parnaíba que se desenvolveu a partir do período Siluriano e
esta sedimentação resultou em grandes coberturas de idades cretácea e terciária.

1
Tassinari e Macambira, 1999. (apud ELETRONORTE/CET – 2001. Geologia e Hidrogeologia).
2
Governo do Estado do Pará, 2006.
3
Tassinari e Macambira 1999 (apud, ELETRONORTE-CET, 2001: Geologia).
4
ELETRONORTE/CET - 2001: Geologia.

12
3.1.1.2 Geologia Local
a) Litologias do entorno do reservatório
Na região registram-se dois conjuntos litológicos. Tomando como referencial o reservatório da
UHE Tucuruí, na sua margem esquerda e parte do rio Tocantins, afloram rochas do Grupo
Tucuruí recobrindo litologias do Complexo Xingu.
Na margem direita e em grande parte do leito do rio Tocantins ocorrem rochas do Grupo
Tocantins. Os dois conjuntos litológicos são separados por uma Zona de Cisalhamento
denominada de Tucuruí, cujo traço coincide com o curso do rio Tocantins, que se estende por
cerca de 400km, com direção N-S e NNW-SSE, desde o paralelo 7°S até a região de Tucuruí,
5
onde se torna oculta sob sedimentos das formações Barreiras e Alter-do-Chão . Estruturalmente
é a feição de maior importância regional. Apesar de qualificada como falha, a rigor, é uma zona
de cisalhamento rúptil (fraturas e falhas)-dúctil (xistosidade) que sobrepõe o Grupo Tocantins ao
Grupo Tucuruí e, mais ao sul, ao Complexo Xingu.
O Grupo Tucuruí, na margem esquerda do rio Tocantins, recobre as litologias essencialmente
gnáissicas do Complexo Xingu. Representa uma cobertura tabular caracterizada na porção
basal por arenitos não aflorantes, sobrepostos por basaltos e grauvacas avermelhadas,
6
constituindo a Formação Morrote. . As rochas do Grupo Tucuruí têm sua idade atribuída à
primeira metade do Proterozóico Médio.
O Complexo Xingu, por sua vez, constitui-se das rochas mais antigas que ocorrem tanto na
margem esquerda do reservatório, quanto no leito do rio Tocantins. A litologia básica é composta
por gnaisses, anfibolitos e granulitos. Inicialmente foi atribuído ao intervalo
7
Arqueano/Proterozóico Inferior (BRASIL, 1974) ; porém, mais recentemente, vem sendo
confirmado como do Arqueano.
Na margem direita do reservatório e grande parte do leito do rio, ocorrem filitos, quartzitos e
xistos da formação Couto Magalhães, descrita como unidade basal do Grupo Tocantins.
Associados a esses sedimentos ocorrem corpos de rochas vulcânicas tanto anteriores, quanto
posteriores ao metamorfismo regional e anteriores à Zona de Cisalhamento de Tucuruí. O
metamorfismo desenvolvido foi de baixa a média pressão e sua idade situa-se entre o
8
Proterozóico Médio e Superior (HASUI et al, 1975, 1979, 1980).

5
Trouw et al. 1976 (apud ELETRONORTE/CET – 2001: Geologia).
6
Matta, 1980. (apud ELETRONORTE/CET – 2001: Geologia).
7
Brasil, 1974 (apud ELETRONORTE/CET –2001: Geologia.).
8
Hasul et al, 1975, 1979, 1980 (apud ELETRONORTE/CET –2001: Geologia).

13
As Formações Itapecuru e Codó, constituídas por arenitos e argilitos de idade cretácea são,
entre outras, o resultado da sedimentação do desenvolvimento das coberturas fanerozóicas,
como a Bacia do Parnaíba, a partir do Siluriano.
No Terciário, houve deposição de arenitos, siltitos e argilitos continentais, que constituem a
Formação Barreiras, e iniciou-se o processo de laterização dos solos submetidos às condições
climáticas específicas.
b) Litologias do município de Breu Branco
A área territorial do município de Breu Branco, em termos litológicos, apresenta a seguinte
distribuição:
- Aluviões Atuais (QH): constituídos por cascalhos, areias e argilas, estão concentrados em
ambas as margens do rio Moju, ocupando áreas de lagoas marginais à direita do rio
Tocantins, constituindo área de Refúgio da Vida Silvestre.
- Aluviões Antigos (QP): também formados por cascalhos, areias e argilas, situam-se numa
área a NE da cidade de Breu Branco, onde encontra-se construído um dique pertencente à
estrutura da usina.
- Formação Barreiras (Tb): composta de arenitos finos e arenitos conglomeráticos
ferruginosos, argilitos e siltitos, concentrada na porção centro-ocidental.
- Formação Itapecuru (ki): constituída por arenitos médios e grosseiros, avermelhados e
esbranquiçados, localmente cauliníticos, com expressiva extensão na porção centro-oriental
do município.
- Formação Codó (kc): encerra arenitos finos e pelitos, cinza esverdeados, com restos de
vegetais carbonizados e ocorre em pequena extensão na região entre os Igarapés Mamede
e Praia Alta.
- Grupo Tocantins (pEtq): formado por quartizitos com intercalações de filitos, ocorre nas ilhas
e margem do reservatório da UHE de Tucuruí, bem como no NW, estendendo-se em uma
faixa na margem do rio Tocantins, desde a jusante da barragem até às proximidades da foz
do igarapé Jacundá.
c) Recursos Minerais
A principal jazida mineral na área do município de Breu Branco está situada nos aluviões
pleistocênicos (antigos), a jusante dos denominados diques do rio Mojú. Estes aluviões são
constituídos por seixos arredondados de quartzo branco leitoso que, ao apresentarem alta
pureza, são utilizados para a produção de silício metálico, na unidade industrial da Camargo
Corrêa Metais.

14
Existe ainda a extração das areias quartzosas e de cascalhos para constituição de misturas de
concretos e argamassas utilizadas na construção civil. Os solos hidromórficos de textura argilosa
(Gleissolos), também são utilizados na indústria cerâmica local, servindo para a fabricação de
telhas e tijolos.
O mapa Geológico do município de Breu Branco, com sua respectiva legenda, apresenta o
detalhamento cartográfico deste tema (Anexo 1).

3.1.1.3 Geomorfologia
a) Características das Unidades Geomorfológicas
O municipio de Breu Branco, em termos de relevo e feições morfológicas do terreno, caracteriza-
se por apresentar:
- Áreas das Colinas Convexas e Interflúvios Tabulares (dctabl)
As Colinas são formas de erosão correspondentes a pequenas elevações do terreno, cuja
diferença altimétrica entre o plano de base e o ponto mais alto não ultrapassa 50m a 100m
apresentando topo convexo. Os Interflúvios tabulares são divisores de água de dimensão
variada, com vertentes, na maioria, convexa e bordos geralmente abruptos e marcados por
linhas de maior resistência à erosão.
Essas são as unidades geomorfológicas predominantes na área do município de Breu Branco
ocorrendo em praticamente todo o território. As classes de dissecação variam de muito fraca
(mf) a média (m).
- Colinas Convexas de Topo Aplainado (dctap)
São colinas convexas que se apresentam secionadas por planos horizontais, possivelmente
indicadores da ação de processos de pediplanação ocorridos no Terciário. A presença de
crostas lateríticas pode ser responsabilizada pelo aparecimento dessa feição. Essa classe
ocorre no SE do município e apresenta uma classe dissecação fraca e média (f e f).
- Colinas Convexas e Ravinas (dcr)
As ravinas são áreas deprimidas nas encostas de morros e colinas, originadas pelo trabalho
erosivo das águas de escoamento concentrado. Ocorrem em duas áreas: a primeira, em uma
faixa estreita ao longo da margem direita do rio Tocantins, desde a montante da barragem da
Usina Hidrelétrica Tucuruí até às proximidades da Vila Nazaré dos Patos, a jusante. A segunda,
ocorre na porção oriental, distribuindo-se como uma faixa, paralela à linha divisória com o
município de Goianésia do Pará. Em ambos os locais o grau de dissecação é médio (m).
- Plainos de Acumulação Fluvial (pf)

15
Os plainos de acumulação são áreas resultantes de processos de sedimentação fluvial ou
aluvial, ocorrem na margem direita do rio Tocantins, a jusante da barragem, e ao longo do curso
do Rio Moju, dentro do território municipal de Breu Branco.
- Plainos de Acumulação Aluvial (pl)
São áreas de sedimentação pleistocênica que se apresentam sob a forma de altos terraços e
diques marginais. São áreas inundadas e inundáveis e lagoas que ocorrem entre os diques
arenosos. São aplainadas e de relevo muito suave onde áreas deprimidas alternam com as
linhas de crista dos diques marginais. Ocorrem isoladamente em uma área denominada “Diques
do Moju” a NE, próxima à cidade de Breu Branco.
Os elementos do relevo e as classes de dissecação de relevo do município de Jacundá,
encontram-se no Anexo 2 e no Anexo 3, respectivamente.

3.1.1.4 Solos
9
a) Classes de Solos
A área do município de Breu Branco possui diferentes tipos de solos:
- Latossolos Vermelho-Amarelos – Compreende solos minerais não hidromórficos com
horizonte B latossólico, teor de Fe2O3 igual ou inferior a 110g/kg de TFSA. A relação
molecular Al2O3/Fe2O3, é maior que 3,14. As cores desse horizonte são usualmente de
matiz menos vermelha que 1,5YR, tendo valores normalmente maiores que 4,5YR e croma
igual ou maior que 6,0; não apresentam atração magnética. São solos profundos ou muito
profundos de seqüência de horizontes do tipo A-Bw-C, com aparência relativamente bem
individualizada, devido à distinção de cor, especialmente entre os horizontes A e B. O
horizonte A mais comum é o moderado. O horizonte B apresenta ampla variação de cor. A
estrutura é, em geral, muito pequena, granular, com aspecto de maciça porosa ou, no
máximo, em blocos subangulares moderadamente desenvolvidos. São geralmente porosos,
mas é pequena a diferença textural do A para o B ao longo do perfil. Do ponto de vista
químico, são solos predominantemente álicos, onde os teores de alumínio são bem
elevados nos 80cm superiores. São bem a acentuadamente drenados e o tipo de relevo
mais comum em que ocorrem é o ondulado. No Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos, 1999, são também denominados de Latossolos Vermelho-Amarelos.
- Podzólicos Vermelhos-Amarelos – Compreende solos minerais não-hidromórficos, com
horizonte A seguido de horizonte B textural, cores vermelhas e amarelas, teores de Fe2O3

9 ELETRONORTE/CET – 2001:Solos. Adaptado de acordo com as normas usadas pelo CNPS - Centro Nacional de Pesquisa do
Solo, da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

16
menor que 110g/kg, apresentando distinta individualização de horizontes. As variações das
características morfológicas e analíticas são acentuadas, com presença distintiva de
horizonte B textural que diverge do A, seja pela cor, seja pela diferença de textura e
complementação marcante de estrutura em blocos, sendo a textura média/argilosa ou muito
argilosa. A seqüência de horizontes é A-E-Bt-C ou A-Bt-C, onde o horizonte A mais
freqüente é o moderado, ocorrendo ocasionalmente outros tipos. De modo geral,
apresentam gradiente textural acentuado. O horizonte B é de cores vermelhas até amarelas
e o desenvolvimento da estrutura está estreitamente relacionado à textura; nos solos de
textura média, é raro ocorrer estrutura forte do tipo blocos, fato que é comum nos solos de
textura argilosa ou muito argilosa. Eventualmente, pedras podem estar presentes em alguns
desses solos. O horizonte C distingue-se do B pela diferença de variável combinação de
textura menos argilosa, cor menos viva, e menor desenvolvimento da estrutura e
serosidade. Do ponto de vista químico apresentam-se ácidos, com o pH atingindo valores
entre 4,0 e 5,5 e teores de alumínio elevados, considerados fito-tóxicos. A argila é de
atividade baixa, e é muito comum a ocorrência de concreções ferruginosas, com tamanho
variável, desde cascalho à matacões, estes últimos caracterizando a fase pedregosa I,
representando sério impedimento ao uso agrícola mecanizado, dependendo das proporções
em que acontecem. O relevo dominante é o forte ondulado e ondulado, que também dificulta
a utilização de máquinas agrícolas e favorece a erosão quando as áreas são desmatadas.
No Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, 1999, são denominados de Argissolos
Vermelho-Amarelos.
- Solos Petroplínticos – Compreende solos minerais, cuja principal característica é a
ocorrência, ao longo de todo o perfil, de quantidades apreciáveis de concreções lateríticas,
em conseqüência do intenso processo de oxirredução a que é submetido o solum, acrescido
de uma posterior exposição ao ar por agentes naturais ou pelo homem. Durante o processo
de sua formação há o aparecimento de cores avermelhadas, acompanhadas de
concentrações de ferro e lixiviação de bases, tornando o solo bastante ácido. Podem
apresentar tanto um horizonte B latossólico, (óxico), como um B argílico (textural). A
seqüência de horizontes é do tipo Ac-Bc- Cc, geralmente subdivididos. São solos
medianamente profundos, bem a moderadamente drenados, com horizonte Ac do tipo
moderado ou fraco. As cores dominantes neste horizonte são no matiz 10YR a 7,5YR, e a
espessura, geralmente não ultrapassa os 30cm. A textura do horizonte Bc varia de média a
argilosa sendo difícil verificar a estrutura em razão da grande quantidade de concreções.
Esta elevada concentração de concreções acarreta uma significativa diminuição do volume
real de terra, assim como da profundidade efetiva do solo, condicionando sérias limitações
ao uso agrícola, tanto pela fertilidade natural que é baixa, quanto pela dificuldade ao
desenvolvimento normal das raízes das plantas. A soma de bases, a capacidade de troca
de cátions e a saturação de bases apresentam valores pouco expressivos. O valor de Ki,
sempre inferior a 1,3, é um indicativo da presença de alumínio livre e do alto grau de

17
meteorização do solo. No Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, 1999, são
denominados de Plintossolos Pétricos.
- Gleissolos – Compreende solos hidromórficos, constituídos por material mineral, que
apresentam horizonte glei dentro dos primeiros 50cm da superfície do solo, ou a
profundidades entre 50cm e 125cm desde que imediatamente abaixo do horizonte A ou E
(gleizados ou não), ou precedidos por horizonte B incipiente, B textural ou C com presença
de mosqueados abundantes com cores de redução. São permanente ou periodicamente
saturados por água, salvo se artificialmente drenados. Caracteriza-se pela forte gleização,
em decorrência do regime de umidade redutor, que se processa em meio anaeróbico, com
muita deficiência ou mesmo ausência de oxigênio. O processo de gleização implica na
manifestação de cores acinzentadas, azuladas ou esverdeadas, devido a compostos
ferrosos resultantes da escassez de oxigênio. Provoca, também, a redução e solubilização
de ferro, promovendo translocação e reprecipitação dos seus compostos. São solos mal ou
muito mal drenados em condições naturais, que apresentam sequência de horizontes A-Cg,
tendo o horizonte A cores desde cinzentas até pretas, espessura normalmente entre 10cm e
50cm e teores médios e altos de carbono orgânico. Apresentam sérias limitações ao uso
agrícola, devido a presença do lençol freático elevado e ao risco de inundação ou
alagamentos freqüentes. A drenagem torna-se necessária para torná-los aptos a maior
número de culturas, pois em suas condições naturais são utilizados, quando possível,
apenas para o plantio de arroz, algumas pastagens e olericultura. A fertilidade natural é
variável (álicos e eutróficos); a limitação ao emprego de máquinas agrícolas é também
significativa. No Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, 1999, são denominados de
Gleissolos Háplicos.
- Areias Quatzosas – Compreende solos minerais não-hidromórficos que apresentam um
perfil pouco evoluído, com baixa atividade de argila e insignificantes valores de soma de
bases. O perfil característico é do tipo A-C, onde o horizonte superficial pode estar
fracamente diferenciado, sendo mais comum o A moderado ou fraco, com espessuras
variáveis. São muito permeáveis, com textura grosseira, areia ou areia franca, apresentando
conteúdo de argila abaixo de 150g/kg no horizonte C. Possuem coloração nas matizes 10 a
5 YR, e pouca diferenciação morfológica entre os horizontes. Os perfis desses solos são
bastante profundos, com espessuras totais quase sempre acima de 2 metros, com
drenagem excessiva, significativa porosidade e consistência muito friável; alguns perfis
podem apresentar características latossólicas. Devido às suas condições físicas, podem
apresentar severos riscos de erosão, principalmente se forem utilizados com manejo
inadequado. No Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, 1999, são denominados de
Neossolos Quartzarênicos.
- Podzol Hidromórfico – São solos formados sobre a ação da água e, caracteristicamente,
apresentam um horizonte superficial escurecido pela matéria orgânica sobre um horizonte
arenoso esbranquiçado, por vezes muito cascalhento. A fertilidade natural é muito baixa e

18
os teores de alumínio fitotóxico são elevados. São solos cuja profundidade é bastante
variável e a textura do solum é predominantemente arenosa, sendo menos comumente
textura média. A drenagem também é muito variável, havendo estreita relação entre
profundidade, grau de desenvolvimento, endurecimento ou cimentação do B e a drenagem
do solo. São solos muito pobres, moderada a fortemente ácidos, normalmente com
saturação por bases baixa, podendo ocorrer altos teores de alumínio extraível. Podem
apresentar fragipã, duripã, "ortstein" ou "orterde". São desenvolvidos principalmente de
materiais arenoquartzosos, sob condições de umidade elevada, em clima tropical, em relevo
plano, abaciamentos e depressões. Essas características, associadas a presença do lençol
freático próximo a superfície, durante grande parte do ano, constituem severas restrições ao
uso agrícola. No Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, 1999, são denominados de
Espodossolos Cárbicos.
Em termos de extensão, as maiores unidades de mapeamento correspondem aos Latossolos
Amarelos (unidades de mapeamento – LA1 a 3) e aos Solos Petroplínticos (unidades de
mapeamento – SP1 e 2).
Os Latossolos Amarelos, ocorrem dispersos em todo o município com concentrações na porção
setentrional, desde a margem direita do rio Tocantins e do reservatório (unidade de mapeamento
– LA1), passando pela porção central do município (unidades de mapeamento – LA1, 2 e 3), até
o limite com o município de Nova Ipixuna. Originam-se principalmente dos sedimentos derivados
de arenitos finos e conglomeráticos ferruginosos, argilitos e siltitos referidos à Formação
Barreiras, Terciário (Tb), ou recapeamentos dos sedimentos dessa formação sobre os arenitos
médios e grosseiros cauliníticos da Formação Itapecuru (ki), referida ao Cretáceo. Em termos de
compartimentação geomorfológica ocupam as colinas convexas de topo aplainado (dctap).
Os Latossolos Vermelho-Amarelos estão concentrados em uma significativa extensão na porção
oeste do município, na margem direita do rio Tocantins, a leste da cidade de Tucurui, desde as
proximidades de Breu Branco até aproximadamente à 20 km de Nazaré dos Patos, (unidade de
mapeamento – LV). Têm origem nos recapeamentos sedimentares de litologia diversificada com
predominância de rochas referidas a Formação Itapecuru (ki), do Cretáceo. As colinas convexas
de topo aplainado (dctap) é a feição geomorfológica dominante.
Os Podzólicos Vermelho-Amarelos, ocorrem ao Sul da área municipal, constituindo uma estreita
faixa marginal ao reservatório da UHE Tucurui e como solo dominante de algumas ilhas
localizadas em frente (unidade de mapeamento – PV). Derivam dos quartzitos com intercalações
de filitos pertencentes ao Grupo Tocantins (pEtq), referido ao Pré-Cambriano Superior.
Geomorfologicamente, estão situados na região das colinas convexas e interflúvios tabulares
(dctab)
A partir do eixo Breu Branco-Pitinga, na margem direita do reservatório, está localizada uma
extensão importante de Podzol Hidromórfico ((unidade de mapeamento – HP), solo derivado dos
sedimentos que constituem os Aluviões Antigos (QP), referidos ao Quaternário. Outra extensão

19
desses solos, porém de menor expressividade, ocorre concomitantemente com as Areias
Quartzosas (AQ), nas proximidades da margem direita do rio Tocantins. A feição geomorfológica
predominante é denominada de plainos de acumulação aluvial (pl).
Os Gleissolos de elevada fertilidade natural (unidade de mapeamento - G1) ocorrem na margem
direita do rio Tocantins, e os de baixa fertilidade situam-se em trechos das margens do rio Moju
(unidades de mapeamento – G2). Em ambos os casos, são formados em ambiente de
acumulação fluvial (pf), a partir de sedimentos aluvionares recentes (QH) referidos ao
Quaternário.
Os Solos Petroplínticos estão concentrados na porção centro-meridional da área municipal,
entre o rio Moju e o igarapé Rio Verde (unidade de mapeamento – SP1). Outras ocorrências
estão no limite leste municipal, abaixo de Goianésia do Pará, e no limite sul, próximo à margem
direita do reservatório (unidade de mapeamento – SP2) O material de origem advém da
meteorização de arenitos pertencentes à Formação Itapecuru (ki), referida ao Cretáceo. O
relevo onde estão situados esses solos é típico das áreas das colinas convexas e interflúvios
tabulares (dctab)
As informações mais detalhadas sobre os solos que ocorrem no município de Breu Branco,
incluindo as principais características morfológicas, físicas e químicas encontram-se no Anexo 4
e a sua distribuição encontra-se no Anexo 5.
b) A Predisposição à Erosão
Os solos não são estáticos, pelo contrário, encontram-se em estado de contínua modificação. As
enxurradas causadas pelas chuvas, os rios e os ventos desgastam a superfície da Terra,
transportando lentamente as partículas do solo. No estado natural do solo, a vegetação cobre-o
como um manto protetor, o que faz com que sua remoção seja muito lenta e, portanto,
compensada pelos contínuos processos de formação do solo. No entanto, quando o homem se
põe a cultivar a terra para o seu sustento, este equilíbrio benéfico pode ser rompido. Para
cultivar o solo é necessário destruir sua cobertura vegetal e arar a camada superficial. Estas
operações quando efetuadas sem o devido cuidado apressam grandemente a remoção dos
10
horizontes superficiais, promovendo a erosão acelerada .
A erosão acelerada pode ser tecnicamente definida como a remoção das partículas do solo das
partes mais altas, pela ação das águas da chuva ou dos ventos, e o transporte e deposição
destas partículas para as partes mais baixas do relevo, ou para o fundo dos lagos, rios e
oceanos.
Existem basicamente três tipos de erosão hídrica: a erosão laminar que se manifesta pela
remoção gradual de uma fina camada superficial de espessura relativamente uniforme, cobrindo

10
ELETRONORTE /CET – 2001: Solos.

20
praticamente todo o relevo; erosão em sulcos que é o desgaste em faixas estreitas dirigidas ao
longo dos maiores declives do terreno; erosão em voçorocas representada pelo deslocamento
de massas de solo, formando grandes desbarrancamentos ou cavidades. Desses três tipos, a
erosão laminar é a mais importante.
A maior ou menor suscetibilidade de um terreno à erosão pela água depende de uma série de
fatores, dos quais quatro são considerados como principais: clima da região, tipo de solo,
declividade do terreno e manejo do solo. Os fatores mais importantes do clima com respeito à
erosão são a distribuição, a quantidade e a intensidade das chuvas que, em forma de
aguaceiros, provoca em alguns minutos grandes enxurradas e intensa erosão.
Alguns tipos de solos são mais susceptíveis à erosão que outros, dependendo, especialmente,
de suas propriedades físicas, notadamente textura, permeabilidade e profundidade.
Assim, solos de textura arenosa são mais facilmente erodidos. A permeabilidade também é outro
fator importante. Da mesma forma, solos rasos (< 50cm de profundidade) são mais erodíveis
que os profundos (100-200cm de profundidade), porque neles a água das chuvas acumula-se
acima das rochas ou camada adensada, que é impermeável, encharcando-o mais rapidamente,
o que facilita o escoamento superficial e conseqüentemente o arraste do horizonte A.
O Quadro 3.1.1 abaixo, mostra, em síntese, os graus de predisposição à erosão de cada classe
11
de solo existente no município de Breu Branco, Considerando os seguintes tipos de manejo :
- Manejo A:
- métodos tradicionais de práticas agrícolas; baixo nível de conhecimento técnico;
- quase não há emprego de capital;
- utilização de trabalho braçal;
- emprego de tração animal com implementos leves;
- utilização de queimadas;
- abandono da terra com o declínio da produção.
- Manejo B:
- nível razoável de conhecimento técnico;
- alguma aplicação de capital e de resultados de pesquisas;
- uso restrito de máquinas;
- aplicação de fertilizante e calcário em quantidades razoáveis;
- rotação de culturas.
- Manejo C:

11
ELETRONORTE/CET-2001: Solos. Conforme metodologia adotada pelo CNPS/Embrapa.

21
- alto nível tecnológico;
- emprego suficiente de capital;
- uso de máquinas e implementos com tração motorizada;
- utilização intensiva dos resultados de pesquisas;
- adequada fertilização e calagem.
- Pastagem:
- sistema de implantação: derrubada, queima e introdução do capim;
- estabelecida em terras onde agricultura é inviável.
- Silvicultura:
- uso de terras com risco de erosão e impedimentos à mecanização;
- implantação para atendimento às exigências ecológicas.

Quadro 3.1.1
Graus de Predisposição à Erosão
Predisposição à Erosão se os Solos
Classes de Solos Unidades de forem usados com:
Predominantes Mapeamento Lavoura
Pastagem e Silvicultura
Manejo A Manejo B Manejo C
LA a A mod med sond LA1 L/M L N L/M
LA a A mod e fr arg sond e
LA2 M M L N/L
ond
LA a A mod e fr med pl LA3 L/M L N L/M
LV a A mod marg ond LV L/M L/M L/M L/M
PV d A mod med/arg
PV MF F F F
pedreg I fond
HP a A mod pl HQ N N N N
AQ a A mod pl AQ N N N N
SP a A mod marg mt casc
SP1 M M L/M L/M
sond e ond
SP a A mod marg mt casc
SP2 M M L/M L/M
sond
G e A mod indisc pl G1 N N N N/L
G a A mod indisc pl G2 N/L N N N/L
Graus de predisposição a erosão: N = nulo (relevo plano ou quase plano); L= ligeiro (declives suaves 2-6%); e M = moderado
(declives de 6-13%).

22
3.1.1.5 Declividade
O território do município de Breu Branco apresenta desde áreas com uma topografia quase
plana, em torno de 3% até áreas com declividade de 35%. (Anexo 7)
As áreas de menor declividade, entre 3% e 8%, ocorrem na parte ocidental do município, onde
está localizada a cidade de Breu Branco, predominantemente entre a margem esquerda do rio
Moju e as proximidades da margem do rio Tocantins e reservatório da UHE Tucuruí. Áreas
planas podem ser encontradas também no extremo NE, na região do igarapé Itapeuá, porém em
menores proporções. Por serem áreas de declives mais suaves, a maior parte do escoamento
superficial tende a ser de lento a médio. (Anexo 8)
O centro-sul e o SE do município, principalmente a região compreendida entre a margem direita
do rio Moju e a divisa com o município de Goianésia do Pará, são as regiões onde há maior
predominância de áreas com declividades mais altas que variam de 12% até 35%, onde,
consequentemente, o escoamento superficial tende a ser mais rápido. Declividades elevadas
podem ser encontradas também nas proximidades da margem do rio Tocantins, a jusante da
12
barragem da UHE Tucuruí, porém de forma isolada.
A declividade do terreno, assim como a textura, permeabilidade e a profundidade do solo devem
sempre ser consideradas no processo de tomada de decisão para a escolha das práticas
agrícolas, especialmente no que diz respeito ao preparo do solo (aradura, a gradagem,
sulcamento etc.). Onde a declividade não seja muito acentuada, o solo de maneira geral pode
ser trabalhado em curvas de nível com o emprego de mecanização utilizando a tração animal e
com certas limitações e cuidados com o uso de tratores.
Os solos de textura arenosa, bem como os solos pouco profundos (< 50 cm), quando não
observadas práticas de conservação, são mais facilmente erodidos pela água da chuva que, ao
se acumular acima da camada de rocha ou da camada mais adensada que é impermeável,
provoca o seu encharcamento, favorecendo o escorrimento superficial.

3.1.1.6 Altimetria
No território de Breu Branco predominam as colinas e suas diferentes associações, tais como,
as colinas convexas e interflúvios tabulares (divisores de água), colinas convexas e ravinas e

12
Ao Norte do município, nas proximidades do igarapé Aratério, podem ser observadas no mapa de declividade algumas formas
geométricas retangulares, bem definidas. Essas formas não devem ser interpretadas como representações de declividade do
terreno. Trata-se de representações de limites entre faixas de floresta nativa e áreas de reflorestamento. Esse fato decorre de
uma limitação do sistema de leitura do radar que não discrimina esse aspecto.

23
colinas convexas de topo aplainado. Neste contexto geomorfológico, a altimetria do município
13
tem amplitude entre cerca de 30 metros até 170metros de altitude, aproximadamente.
Altitudes variando entre 30 metros até 70 metros podem ser encontradas, principalmente, na
região compreendida entre a margem esquerda do rio Moju e o rio Tocantins. As mais baixas, na
cota dos 30 metros, são mais comuns ao longo do curso do rio Moju e no NW, onde se localizam
as vilas de Nazaré dos Patos e Nova Jutaí, já as altitudes acima de 30 metros até,
Figura 3.1.2 aproximadamente, 70 metros são mais freqüentes na área dos igarapés Cairari, Aratério,
Classificação Climática Segundo Köppen
Aratera, Jacundá, Muru e em menores proporções, no NE do município, na região do igarapé
Itapeuá.
No sul do município, na região da vila Quatro Bocas e no SW, até o limite da margem do
reservatório da UHE Tucuruí, especialmente nos divisores de água dos tributários dos igarapés
Pitinga, Mojuzinho e do rio Moju predomina o relevo mais movimentado com altitudes variando
acima dos 70 metros até 120 metros, aproximadamente. (Amexos 9 e 10)
As maiores elevações existentes no território de Breu Branco que variam acima dos 120 metros
até, aproximadamente, 170 metros, ocorrem na porção central do município, entre a margem
direita do rio Moju e a divisa com o município de Goianésia do Pará, bem como nos divisores de
água localizados no extremo SE, na região do Grotão do Sabino. (Anexo 9)

3.1.1.7 Características Climáticas


Tomando como referencial o Reservatório da Hidrelétrica Tucuruí, ocorre na área, segundo
Köppen, o clima tropical chuvoso, subtipo Am, que apresenta peculiaridades de clima de
monção com moderada estação seca e ocorrência de precipitação média mensal inferior a
14
60mm; também pode ser considerado um clima intermediário entre os subtipos Af e Aw .
O subtipo Am, de acordo com a variação da precipitação pluviométrica média anual, apresenta
na região as divisões denominadas Am3, onde se insere o município de Breu Branco e Am4 O
subtipo Am, de acordo com a variação da precipitação pluviométrica média anual, apresenta na
região as divisões denominadas Am3, onde se insere o município de Breu Branco e Am4 (figura
3.1.2), que têm as seguintes características:
Am3 – Subtipo climático que apresenta precipitação pluviométrica média anual variando de
2.000mm a 2.500mm; domina a parte norte da região do lago de Tucuruí.

13
A altimetria do território de Breu Branco foi obtida com base em um Modelo Digital de Elevação. Esse modelo utilizou
informações das diferentes variações existentes no dossel e que são detectadas pelas de leituras de radar, trata-se portanto de
valores de altimetria estimados.
14
ELETRONORTE/CET – 2001: Solos.

24
Am4 – Subtipo climático que apresenta precipitação pluviométrica média anual variando de
1.500mm a 2.000mm; domina a parte sul da região do lago de Tucuruí.
Em seguida, pode-se observar na Tabela 3.1.1 abaixo, os dados de precipitação pluviométrica
de estações próximas da região.

Tabela 3.1.1
Dados de Precipitação Pluviométrica
Coordenadas Precipitação Pluviométrica (mm)

Procedência
Geográficas

Estação

Longitude
Latitude

Altitude

Anual
Ago

Nov
Mar

Jun

Dez
Jan

Fev

Abr

Out
Mai
(m)

Set
Jul
Cametá Tucuruí Marabá

95,0

308,9

326,9

349,4

267,1

81,3

24,3

13,1

19,0

47,7

106,7

123,0

227,4

2689,8 2459,8 1895,6


02015' 03043' 05021'

49030' 49043' 49009'


INMET INMET INMET

40,0

368,0

440,4

438,7

381,2

227,9

90,2

51,8

30,6

30,7

51,0

42,9

152,5
23,9

299,1

327,2

425,7

429,9

310,8

206,6

185,7

108,3

65,6

65,0

99,6

166,3
Na Tabela 3.1.2 estão os dados médios anuais de temperatura, umidade relativa e insolação,
obtidos em estações meteorológicas, no período de 1961-1990.

Tabela 3.1.2
15
Dados de Temperatura, Umidade Relativa e Insolação
Temperatura (ºC) Umidade Insolação
Estação
Mínima Máxima Média Relativa (%) (horas)

Marabá 22,1 31,7 26,1 82,0 1.884,1


Tucuruí 22,1 32,5 26,4 87,0 2.040,4

15
BRASIL, 1992. Normais Climatológicas - (apud ELETRONORTE – 2001. Solos).

25
3.1.1.8 Uso e Cobertura Vegetal
2 16
O município de Breu Branco com seus 3.943km de área , no que se refere ao estágio da
cobertura vegetal, possui em, aproximadamente, 27% de seu território a presença da Floresta
Ombrófila. Esse tipo de formação vegetal é em geral a de maior expressividade na Região
Amazônica, e normalmente apresenta paisagem de dossel uniforme e grande ocorrência de
espécies arbóreas de porte alto.
Atualmente, no município, essa formação se encontra distribuída de maneira fragmentada, em
dimensões variadas, sendo poucos os casos de grandes áreas continuas e menos afetadas pelo
desmatamento, estas quase sempre restritas a reservas privadas.
Formações de Floresta Ombrófila podem ser encontradas: na região do igarapé Caiarí, no NW;
nos altos dos igarapés Morú, Aratera e Jacundá, a W; na região do Igarapé Pitinga e rio Mojú,
respectivamente, no SW e no S, locais onde ocorre a maior concentração de fragmentos; na
parte central ao longo da margem direita do rio Mojú; no NE, nas cabeceiras dos tributários de
margem esquerda do igarapé Itapeuá e no extremo SE nas cabeceiras de alguns dos tributários
da margem direita do igarapé Grotão do Sabino. (Anexo 11)
Existem, ainda, alguns locais onde a Floresta Ombrófila se encontra mesclada com a vegetação
secundária podendo ser resultado da regeneração natural da própria floresta, uma decorrência
de ações de desmatamento, de atividades agropecuárias ou mesmo de manejo florestal. Esse
tipo de associação se faz presente em aproximadamente 14% da área territorial do município e
concentra-se, principalmente; na região do igarapé Aratério e cabeceiras do igarapé Mamorana
Grande, ao N e ao longo do curso do rio Mojú, especialmente na sua margem direita.
Ocorre também no município de Breu Branco, a Floresta Ombrófila Aluvial, um subtipo da
Floresta Ombrófila, que, em geral, se encontra associada às proximidades dos cursos e corpos
d’água distribuindo-se em aproximadamente 3% da área de Breu Branco.
Essas três formações florestais recobrem, com maior ou menor concentração, aproximadamente
44% do território do município de Breu Branco.
Cerca de 35% da área territorial restante se encontra em uso pelas atividades agropecuárias, ou
são áreas de solo e/ou areia expostos, que corresponde a, aproximadamente, 14%. O espelho
d’água do reservatório da UHE Tucuruí representa cerca de 7% do território do município.
(Anexo 12).
As atividades agropecuárias, em termos de uso da terra, distribuem-se em praticamente todo o
município, porém o SE e o NW são as regiões onde ocorre a maior concentração de áreas
contínuas utilizadas para essa atividade.

16
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em <http://www.ibge.gov.br.Acesso em Agosto de 2006.

26
As áreas de solo e/ou de areia expostos, possivelmente, decorrência de abandono, atividade
mineraria ou até mesmos locais desmatados e/ou degradados tem sua maior concentração a
W-SW e no NE do município.

3.1.1.9 Hidrologia
a) A Bacia do rio Tocantins
A Bacia do rio Tocantins se espalha pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Pará e
Figura 3.1.3
Maranhão, além do Distrito Federal.
Localização do Reservatório de Tucuruí O clima da bacia está condicionado pela sua ampla extensão latitudinal e pelo seu sistema
característico de circulação atmosférica. Esses fatores conferem à bacia uma homogeneidade
climática, caracterizada por estações bem definidas e com pequena variabilidade de ano a ano.
A área apresenta três zonas relativamente homogêneas: a hiléa amazônica, ao norte; áreas de
transição, ao centro e savanas, ao sul. Ao longo dos 2.500km de extensão do rio Tocantins,
nota-se a mudança de um ecossistema frágil, o cerrado, em suas nascentes, até um ambiente
amazônico, na sua foz, na baía de Marajó.
A área de drenagem total da bacia do rio Tocantins é de 767.000km², distribuídos pelo próprio
rio Tocantins (343.000km²), o Araguaia (382.000km²) e o Itacaiúnas (42.000km). A área total de
contribuição para o reservatório da UHE Tucuruí, um dos limites municipais de Breu Branco, é
de 758.000km², dos quais 98% são controlados pelos postos de Marabá, no rio Tocantins e da
Fazenda Alegria, no rio Itaicaiúnas.
O reservatório da UHE Tucuruí (Figura 3.1.3), o maior corpo d’água artificial da região, é
formado pelo barramento do rio Tocantins a 7km a montante da cidade de Tucuruí, no Estado do
Pará. O espelho d’água cobre uma área de aproximadamente 3.246km².
b) O Regime Hidrológico
Os rios Tocantins e Araguaia têm, ambos, um regime fluvial do tipo tropical, com períodos de
cheias e de recessão bem definidos. O rio Itacaiúnas apresenta regime fluvial do tipo equatorial.
O rio Tocantins, apresentando um relevo monótono, de 200m a 500m, tem uma razoável
densidade de drenagem e afluentes de porte considerável. O período de estiagem ocorre de
agosto a outubro, e o de águas altas de fevereiro a abril. Seu hidrograma é caracterizado por
grandes vazões de pico e, tendo em vista a bacia ser desprovida de áreas alagadiças, existe um
alto potencial para formação de enchentes. O rio Araguaia, com altitudes variando de 100m a
850m, apresenta trechos suaves, intercalados por trechos de corredeiras e cachoeiras. A

27
densidade e o porte de seus afluentes são mais reduzidos. As grandes áreas marginais
17
inundáveis lhe conferem boa capacidade de regularização natural dos deflúvios .
As maiores vazões se verificam nos meses de fevereiro e março, no Tocantins, e em março e
abril no Araguaia. O atraso é explicado pelo maior poder de regularização de cheias na planície
da ilha do Bananal, no Araguaia. As menores vazões ocorrem nos meses de agosto e setembro,
para os dois rios, confirmando a defasagem de um mês entre os regimes fluviais.
As precipitações na região crescem do sul para o norte, variando de 1.580mm, no Alto Araguaia,
a 2.300mm na parte norte da bacia. Nota-se variação, também, entre a parte leste do rio
Tocantins (1.000mm) e a parte oeste da bacia do Araguaia (acima de 1.800mm). No período
chuvoso (janeiro a março), as médias mensais, em algumas localidades, superam os 300mm. A
evaporação em superfícies livres supera os 150mm mensais e atingem, na porção central da
bacia, 1.500mm anuais.
c) A Hidrografia do município de Breu branco
Os principais cursos d’água do sistema hidrográfico do município de Breu Branco são o rio Moju,
o principal, fluindo na direção NW, atravessando todo o território do município, e os seus
afluentes da margem esquerda, o rio Mojuzinho e os igarapés Pitinga e Mojuzinho. Na porção
setentrional, destacam-se os igarapés Aratério e Cariri, a NW, e a NE, o igarapé Itapeuá, este
também um afluente do rio Moju, porém, da margem direita. Dos tributários que deságuam na
margem direita do rio Tocantins destacam-se os igarapés Muru, Aratera e Jacundá, este último
próximo à vila de Nazaré dos Patos. A distribuição da rede hidrográfica no município encontra-se
detalhada no Anexo 13.

3.1.1.10 Os Espaços Legalmente Protegidos


a) Política e Legislação Ambiental e Unidades de Conservação
O município de Breu Branco estabeleceu, por meio da Lei Municipal n° 014/93 – Código de
Postura, Seções II e III, atribuições e procedimentos de conduta no que se refere à proteção
ambiental, proteção de árvores e de áreas verdes, porém, com ênfase na fiscalização. Não há,
no entanto, uma Legislação Ambiental específica para o município. A existência de uma
legislação adequada certamente facilitará a implementação de uma Política Ambiental,
especialmente se levada em consideração a rápida expansão urbana e a situação fundiária no
município, este um problema ainda a ser resolvido entre Incra e Iterpa, especialmente, no
tocante aos assentamentos.
Existe oficialmente uma Unidade de Conservação Estadual, que abrange parte da área territorial
do município de Breu Branco. É a Área de Proteção Ambiental do Lago de Tucuruí (APA Tucuruí),

17 ELETRONORTE/CET-2001: Hidrologia.

28
criada pela Lei Estadual n° 6.451, de 08/04/2002, de responsabilidade da Secretaria Executiva
de Ciência, Tecnologia Meio Ambiente do Estado do Pará – Sectam.
Figura 3.1.4
Área de Preservação Permanente: Existe, no entanto, a jusante da barragem, na região da foz do igarapé Muru, uma área que
Desmatamento e Erosão devido às suas características especiais (local de desova e reprodução de peixes e outros
organismos aquáticos) foi selecionada, em um estudo realizado no âmbito da Eletronorte para
identificar locais com potencial para a criação de unidades de conservação, para ser um
“Refúgio de Vida Silvestre – Lagoas Marginais a Jusante”.
Por representar, em termos preservação e de conservação da biodiversidade local, uma área de
relevante interesse é necessária articulação institucional e interinstitucional, de modo a
assegurar a sua proteção e manutenção, em conformidade com o estabelecido na Lei Municipal
n° 014/93 – Código de Postura.
Não existem registros oficiais de Unidade de Conservação Federal ou mesmo de Terra Indígena
na área do município. No entanto, de acordo com informações da Prefeitura, existem alguns
locais com potencial para a criação de áreas de preservação e/ou de conservação como, por
exemplo, as lagoas-berçário, às margens do rio Moju; peixes autóctones que só ocorrem no rio
Moju e em igarapés do município; cachoeiras existentes no rio Moju; sítios arqueológicos
(existem dois sítios arqueológicos na área do município); além de núcleos de populações
tradicionais, como as comunidades de quilombolas.
Integrado à Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Econômico – Semade existe também
um Departamento de Turismo responsável pela implantação do “Plano de Desenvolvimento
Turístico de Breu Branco – PA”. O objetivo é inventariar os atrativos naturais e culturais, bem
como, os equipamentos de hospedagem, alimentação, entretenimento e lazer que caracterizam
18
o potencial turístico do município .
O município de Breu Branco, desde o início da sua criação, teve sua economia baseada
fortemente no setor madeireiro extrativista e na pecuária extensiva. Desse modo a Floresta ao
ser derrubada foi sendo gradativamente substituída por pastagens (pecuária extensiva) e pela
agricultura de subsistência. Este processo, ocorrido em um prazo relativamente curto, não levou
em consideração a necessidade da proteção das áreas definidas pelo Código Florestal – Lei n°
4.771, de 15/09/1965, como sendo de preservação permanente, tais como: as margens de rios e
de igarapés, áreas de declividade acentuada, topo de elevações etc., que se encontram, hoje,
em muitos locais, alteradas ou, até mesmo, fortemente degradadas devido, principalmente, ao
desmatamento, combinado com processos erosivos. No perímetro urbano da cidade de Breu
Branco, a margem do reservatório de Tucuruí é um exemplo desse tipo de degradação. (Figura
3.1.4)

18 Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento – SEMAD (informação verbal).

29
Figura 3.1.6 b) As Áreas de Preservação Permanentes (APP)
Erosão nas proximidades do
Igarapé Aratera (ao fundo) Na zona rural, de maneira geral, a vegetação encontra-se bastante fragmentada em virtude de
desmatamentos e a tipologia predominante é a floresta secundária (regeneração). A floresta
original foi substituída pela pastagem na maior parte das terras. As poucas áreas de floresta
primária, ainda existentes, encontram-se ao longo de trechos do rio Moju e a Norte e a Nordeste
do município, onde existem também duas reservas florestais totalizando 45.000 hectares, ambas
de propriedade da Camargo Correa Metais – CCM que desenvolve ainda na região, atividade de
reflorestamento com eucalipto para fins industriais.
A vegetação existente nas margens do rio Tocantins especificamente no perímetro das vilas de
Muru, Nazaré dos Patos e Nova Jutaí, ainda que bastante alterada confere às margens do rio
proteção satisfatória, não tendo sido observado naqueles os locais, processos erosivos de
gravidade.
No que se refere aos cursos d’água, o igarapé Aratera, devido à sua beleza cênica e à facilidade
de acesso à estrada que liga Breu Branco às vilas de Muru, Roça Comprida, Nazaré dos Patos e
Nova Jutaí, é comumente utilizado pela população como opção de lazer, especialmente nas
proximidades da ponte. Nesse local a Mata Ciliar ainda é extensa o bastante para conferir
proteção às margens. No entanto são visíveis os sinais decorrentes do uso intensivo da área:
Figura 3.1.5 lixo nas margens e restos de fogueiras deixados pelos freqüentadores; havendo, também,
Igarapé Aratera – Exploração atividade de exploração de areia e seixos. (Figura 3.1.5)
de areia e seixos nas margens
Outro aspecto observado nas proximidades do igarapé foi um processo erosivo, na parte mais
elevada da estrada. É uma situação que necessita de uma obra de contenção, sob pena de não
somente ocasionar danos sérios à estrada, como, também, assorear o igarapé, cujo leito, de
pouca profundidade, se encontra no final da pendente. (Figura 3.1.6)
Informações adicionais mostram que a mata ciliar a jusante da ponte, em vários trechos ao longo
do curso do igarapé Aratera, especialmente nas proximidades da sua nascente, se encontra
muito reduzida devido especialmente à implantação de pastagens nas suas proximidades.
Outro curso d’água avaliado foi o igarapé Água Vermelha, assim denominado devido à coloração
de suas águas. Este igarapé é mais utilizado por moradores da vila de Roça Comprida e
vizinhanças como fonte de abastecimento e para serviços de lavagem de roupas e de utensílios
domésticos. Este manancial, assim como o Aratera, devido à sua posição estratégica de
proximidade com a vila, necessita ser conservado e utilizado adequadamente, especialmente,
suas nascentes, que se encontram em área de areias quartzosas.
No trajeto entre Breu Branco e Goianésia do Pará, foi possível observar um trecho do rio
Mojuzinho, na ponte próxima da localidade também denominada Mojuzinho. Devido às cheias
anuais, o rio apresentava grande extravasamento de água para fora de suas margens (Figura
3.1.7).

30
Esse rio, ainda possui, em diversos trechos ao longo de seu curso, as suas margens protegidas
por floresta.
Figura 3.1.8
Produção de Carvão Outros rios tais como o Moju e o igarapé Pitinga, os dois principais cursos d´água que cortam o
município, bem como seus tributários, também, necessitam de atenção especial para com as
áreas de preservação permanente – as suas margens. Dada a sua importância, esforços devem
ser direcionados no sentido de promover a sua conservação, combinando atividades de
fiscalização e de educação da população em geral, em especial os proprietários rurais que
possuam terras ao longo do curso desses rios.
Alguns dos cursos de água citados nascem e deságuam no território municipal e todos, de
maneira geral, ainda possuem bom caudal. A sua conservação, assim como a de outros com
perfil similar, deve ser entendida como uma estratégia para a garantia presente e futura de
disponibilidade de água de boa qualidade, de preservação de áreas de beleza cênica, de
recreação para a população e, principalmente, de manutenção de valioso patrimônio natural.
Todos esses aspectos necessitam ser contemplados nos projetos de expansão urbana e da
zona rural pretendidos pelo município.
De acordo informações locais, já existem cursos d´água que passaram da condição de perenes
para intermitentes, devido ao desmatamento.
c) Proteção do Solo

Figura 3.1.7
Considerando que boa parte dos solos do município se encontra hoje sob pastagens, sendo a
Extravasamento do rio Mojuzinho maioria delas formada sem muita tecnologia, a falta de um programa de reflorestamento ou de
manejo de pastagens adequado, pode implicar no início de rápidos processos erosivos ou no
agravamento daqueles já existentes. Por ocorrerem associados a um relevo ondulado –
predominante na área territorial do município de Breu Branco –, o solo sem a cobertura vegetal,
facilmente, torna-se propenso aos efeitos da erosão.
d) Qualidade do Ar
Além dos veículos automotores, as principais fontes de poluição do ar na área da cidade de Breu
Branco são: as emissões da fábrica de silício, a dos fornos de carvão (Figura 3.1.8), a queima de
serragem e a prática comum da queima de lixo. Aparentemente não existe no município a
divulgação de informação educativa no tocante a controle da poluição do ar e das suas
conseqüências e nem a ação combinada da fiscalização. O monitoramento periódico dos níveis
de emissões e o controle dos emissores, associados a campanhas educativas são importantes
passos para garantir a boa qualidade do ar.

31
Na zona rural há certamente o predomínio das emissões decorrentes das queimadas. Os
Figura 3.1.10 19
registros disponíveis mostram que entre os anos de 1996 e 2005 foram registrados em Breu
Vicinidade de Residências Branco 4.274 focos de calor. Estes registros levaram o Ibama a inserir Breu Branco, a partir de
1998, na lista de municípios do “Arco do Desflorestamento”, região crítica pela alta incidência de
focos de calor.
As emissões de fumaça em grande quantidade, em especial a das queimadas e carvoeiras,
afetam negativamente a qualidade do ar, não somente pelos gases tóxicos (CO2, CO, NO etc.)
que são liberados partir da queima, mas, também pela grande quantidade de partículas
existentes na fumaça, responsáveis, em grande parte, pelos sintomas alérgico-respiratórios que
tão freqüentemente afetam a população local.
Depois da grande quantidade de fumaça, a conseqüência mais comum decorrente da queimada
é o incêndio florestal. Responsável pela destruição da vegetação remanescente e do patrimônio
público e privado, o incêndio florestal afeta significativamente a qualidade de vida da população.
O município de Breu Branco, periodicamente, com maior ou menor intensidade, sofre efeitos
desse tipo de incêndio, provocado, na maioria das vezes, por queimadas feitas sem o devido
controle. Por não dispor de serviços de Corpo de Bombeiros ou mesmo de um programa
municipal de prevenção, os incêndios florestais e suas conseqüências tendem a se tornar uma
Figura 3.1.9 constante no município.
Casa de Madeira
Existe ainda outro aspecto relacionado a incêndios. Em determinados locais da sede do
município, em especial nas comunidades mais carentes, verifica-se que é a madeira (Figura
3.1.9), o principal material utilizado na construção de casas. Esse fato associado à proximidade
entre as residências (Figura 3.1.10), freqüentemente com as paredes das casas separadas
apenas por poucos centímetros, é propício à propagação de incêndios, seja em decorrência de
incêndio florestal que venha a atingir a área da periferia urbana, ou de um acidente doméstico
(fósforos, fogareiros, botijão de gás etc.). A condição de fácil propagação devido ao material
utilizado na construção, a proximidade entre as casas, a inexistência de estrutura de
atendimento local (bombeiros ou hidrantes), de campanha de prevenção ou ainda de um plano
de contingência, cria situação de risco permanente para população residente.

19
SECTAM – Pará. 2006

32
3.2 TERRITÓRIO MUNICIPAL

3.2.1 Utilização da Terra

O município de Breu Branco é formado pela sede municipal e por vinte localidades na área rural,
a saber: vilas do Muru, Nazaré de Patos, Placas (vila Oliveira Barreirinhas), Crioulas, Nova Jutaí,
Areal, Moju, Tracajá-Açu, Nossa Senhora dos Remédios, assentamento Boa Esperança, Monte
Alegre, assentamento São Paulo das Cachoeiras, Café Brasil, vila Água Azul, Santa Helena,
Sertãozinho, vila São José, Santa Luzia, Cravinote e assentamento Boa União. Não existem
distritos em Breu Branco.
2
O município possui 4.013,36km , sendo cerca de 60% pertencentes à zona rural. Da população
total, estimada pelo IBGE, em 44.149 habitantes para o ano de 2005, 51% habitam a zona rural
e 49% habitam a zona urbana. Portanto, Breu Branco, a exemplo vários municípios paraenses,
ainda tem maior contingente populacional na zona rural.
É importante projetar o crescimento populacional do município, especialmente das áreas rurais,
uma vez que será base para planejamentos futuros de equipamentos públicos e projetos de uso
e ocupação do solo, entre os quais se incluem os projetos de assentamento da reforma agrária,
implantados pelo Incra.
Segundo estudos demográficos elaborados pela Engevix, a taxa média geométrica anual de
crescimento populacional de Breu Branco, entre os anos de 2000 e 2006, foi de 6,09%, bastante
acima da taxa verificada no mesmo período para a microrregião de Tucuruí, que foi de 3,83%.
Em se mantendo esta taxa de crescimento, o município teria ao final de 2010 uma população de
54.251 habitantes. Isto significa um incremento real de 5.290 pessoas na zona rural, em 2010,
conforme se verifica na Tabela 3.2.3.

Tabela 3.2.3
População projetada Breu Branco – 2010 a 2020
Aumento real da
população rural em
Anos População Urbana População Rural População Total
relação ao ano de
2005
2010 26.446 27.805 54.251 5.290
2015 31.187 32.458 63.645 9.943
2020 35.380 36.824 72.204 14.309
Fonte: Projeção Demográfica Engevix, 2006

33
No que diz respeito à utilização da terra, os dados mais recentes são os do Censo Agropecuário
20
de 1996, realizado pelo IBGE . Provavelmente, passados mais de 10 anos, a distribuição da
terra deve ter sido alterada, assim como o número total de estabelecimentos rurais, que, em
1996, era de 3.323. Estima-se que atualmente este número seja de 5.000 estabelecimentos.
O comportamento da utilização da terra em Breu Branco apontava para o predomínio das matas
florestas naturais, em termos de área chegando a 52,53% do território, embora representasse
menos de 0,5% do total de estabelecimentos rurais do município, o que equivalia a 16
estabelecimentos. . Contudo, este percentual de matas e florestas nativas deve ter se alterado,
na última década, em função do aumento dos desmatamentos ocorridos nessa região do Pará.
Em relação às áreas ocupadas por pastagens plantadas, representavam 28,48% do total,
distribuídas entre 664 dos estabelecimentos, ou 19,9% do total. Com o aumento da pecuária
extensiva na região, o percentual de área ocupada por pastagem tendeu ao crescimento. Em
1996, o número de pecuaristas cadastrados era de 150, de acordo com o Censo Agropecuário
do IBGE. Atualmente, segundo dados da Adepará, existem 1.132 pecuaristas cadastrados.
Em termos de Unidades de Conservação (UC), o município conta com a Área de Proteção
Ambiental (Apa) do Lago de Tucuruí, que ocupa 568.667 hectares e abrange o território dos sete
municípios localizados no entorno do reservatório de Tucuruí. Além disso, está em estudo pelo
Ibama a criação da Reserva Extrativista (Resex) do Lago de Tucuruí, que ocupará 290 hectares
21
e beneficiará 1.000 famílias nos municípios da região de Tucuruí, entre eles, Breu Branco .

20 O Censo Agropecuário brasileiro é realizado a cada 10 anos. Em 2005 o IBGE não fez o censo e os dados disponíveis, de
1995, têm defasagem de 10 anos.
21http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./snuc/index.html&conteudo=./snuc/artigos/listas.html

34
Tabela 3.2.4
Área dos estabelecimentos rurais, por grupos de área total, utilização das terras
22
e número de estabelecimentos em Breu Branco – 1996
Variável
município Utilização das terras Área dos Área dos
Número de
estabelecimentos estabelecimentos
estabelecimentos
(hectare) (percentual)
Total 32.859,394 100,00 3.323
Lavouras permanentes 898,063 2,73 562
Lavouras temporárias 1.434,645 4,37 38
Lavouras temporárias
224,679 0,68 34
em descanso

Breu Branco
Pastagens naturais 236,320 0,72 436
Pastagens plantadas 9.357,465 28,48 664
Matas e florestas
17.259,726 52,53 16
naturais
Matas e florestas
177,938 0,54 507
artificiais
Terras produtivas não
2.914,968 8,87 504
utilizadas
Terras inaproveitáveis 355,590 1,08 562
Fonte: IBGE. Censo Agropecuário, 1996

22 Conceitos utilizados pelo IBGE: a) Lavouras permanentes: área plantada ou em preparo para o plantio de culturas de longa
duração, que após a colheita não necessitassem de novo plantio, produzindo por vários anos sucessivos. Foram incluídas nesta
categoria as áreas ocupadas por viveiros de mudas de culturas permanentes. b) Lavouras temporárias: áreas plantadas ou em
preparo para o plantio de culturas de curta duração (via de regra, menor que um ano) e que necessitam geralmente de novo
plantio após cada colheita, incluem-se também nesta categoria as áreas das plantas forrageiras destinadas ao corte. c) Terras
em descanso: terras habitualmente utilizadas para o plantio de lavouras temporárias, que em 31 de dezembro de 1995 se
encontravam em descanso, por prazo não superior a 4 anos em relação ao último ano de sua utilização. d) Pastagens naturais:
constituídas pelas áreas destinadas ao pastoreio do gado, sem terem sido formadas mediante plantio, ainda que tenham
recebido algum trato. e) Pastagens plantadas: áreas destinadas ao pastoreio e formadas mediante plantio. f) Matas naturais:
formadas pelas áreas de matas e florestas naturais utilizadas para extração de produtos ou conservadas como reservas
florestais. g) Matas plantadas: áreas plantadas ou em preparo para o plantio de essências florestais, incluindo as áreas
ocupadas com viveiros de mudas de essências florestais. h) Terras produtivas não utilizadas: áreas que se prestavam à
formação de culturas, pastos ou matas e não estivessem sendo usadas para tais finalidades. Foram incluídas as terras não
utilizadas por período superior a 4 anos. i) Terras inaproveitáveis: áreas imprestáveis para formação de culturas, pastos e matas,
tais como: areais, pântanos, encostas íngremes, pedreiras; e as formadas pelas áreas ocupadas com estradas, caminhos,
construções, canais de irrigação, açudes, etc.

35
3.2.2 Estrutura Fundiária

A distribuição das propriedades por grupo de área total está demonstrada na Tabela 3.2.5
Percebe-se que no cálculo acumulado mais de 73% das áreas do município estavam ocupadas
por propriedades com tamanho variando de 50ha a 500 hectares, em 1996. Não obstante uma
relativa concentração fundiária, dada pelo aumento da atividade pecuária, Breu Branco ainda
apresenta uma estrutura de minifúndios, resultante principalmente dos diferentes assentamentos
rurais organizados no município. Neste sentido é possível verificar que aproximadamente 25%
das propriedades possuem até 50 hectares.

Tabela 3.2.5
Propriedades por Grupos de Área em Breu Branco – 1996
Variável
Grupos de área total (ha)
Área dos estabelecimentos (ha) Área dos estabelecimentos (%)
Total 32.859,394 100,00
Menos de 1 59,393 0,18
1 a menos de 2 54,689 0,17
2 a menos de 5 734,062 2,23
5 a menos de 10 642,631 1,96
10 a menos de 20 685,582 2,09
20 a menos de 50 6.148,316 18,71
50 a menos de 100 7.436,538 22,63
100 a menos de 200 5.967,229 18,16
200 a menos de 500 4.694,176 14,29
500 a menos de 1.000 629,199 1,91
1.000 a menos de 2.000 2.903,579 8,84
2.000 a menos de 5.000 2.904,000 8,84
5.000 a menos de 10.000 - -
10.000 a menos de 100.000 - -
Sem declaração - -
Fonte: IBGE. Censo Agropecuário, 1996

No que diz respeito às condições legais e fundiárias dos produtores rurais de Breu Branco, a
situação, em 1996, indicava que 98% das terras eram próprias, conforme mostra a Tabela 3.2.6.

36
Tabela 3.2.6
Área dos estabelecimentos por grupos de área total e
condição legal das terras em Breu Branco – 1996
Variável
Condição legal das terras
Área dos estabelecimentos (ha) Área dos estabelecimentos (%)
Total 32.859,394 100,00
Terras próprias 32.321,306 98,36
Terras arrendadas 320,284 0,97
Terras em parceria 5,987 0,02
Terras ocupadas 211,817 0,64
Fonte: IBGE. Censo Agropecuário, 1996

Número de assentamentos e de famílias assentadas por projetos do Incra


Os mais importantes momentos da história da ocupação de Breu Branco, a exemplo de Tucuruí,
estão associados à usina hidrelétrica. Não por acaso, mais recentemente a partir do anúncio da
elevação do lago à cota 74 se intensificou o fluxo migratório para a região. Nada comparado ao
período da construção da usina, mas o suficiente para alterar a realidade local e deflagrar novos
processos de ocupação da terra, com a vinda de novos migrantes oriundos, principalmente, do
Nordeste (Maranhão e Piauí, em especial).
Muitos dos assentamentos de reforma agrária foram criados visando solucionar os problemas
advindos das migrações desordenadas. De acordo com dados da Superintendência Regional do
Incra, no Sul do Pará, foram criados cinco projetos de assentamentos, em Breu Branco, entre
1996 e 2002, como consta da tabela abaixo.

Tabela 3.2.7
Projetos de assentamento do Incra em Breu Branco – 2001 a 2005
Projeto Imóvel de origem Número de lotes Área (ha) Data da criação
PA São Paulo das Fazenda São Paulo das 140 9.870 13/09/1996
Cachoeiras Cachoeiras
PA Boa Esperança Fazenda Boa Esperança 56 1.400 21/08/1998
PA Santa Bárbara Gleba Alcobaça 164 5.855 10/05/2002
PA São Pedro Gleba Alcobaça 154 11.359 10/05/2002
PA Yasmin Gleba Alcobaça 135 8.805 10/05/2002
Fonte: Incra/Superintendência Regional do Sul do Pará, 2005

37
3.3 ESTRUTURA URBANA

3.3.1 Configuração Urbana

3.3.1.1 Assentamento Inicial


A cidade de Breu Branco, localizada a cerca de 28km a leste de Tucuruí, foi criada para abrigar
população ribeirinha do rio Tocantins que viria a ser atingida pela formação do lago da UHE
Tucuruí.
Sua implantação iniciou-se com a construção de cerca de 280 residências. Foi a partir do trecho
localizado entre uma via marginal à PA-263, denominada Av. Sebastião Camargo e o
reservatório da UHE Tucuruí, mais especificamente, entre as atuais Travessa Goiânia e Avenida
Afonso Pena (área indicada em laranja na Figura 3.3.1) que se constituiu o núcleo original da
cidade. Este trecho foi implantado com infra-estrutura de pavimentação, energia elétrica,
iluminação pública, coleta e tratamento de esgotos e água potável.
Com o passar do tempo a cidade se expandiu para nordeste, para sudoeste e para a margem
oposta da PA-263 (noroeste).
Atualmente a cidade se estrutura a partir do Centro e do Bairro Bela Vista, que correspondem ao
assentamento original, e pela formação de bairros residenciais tanto a nordeste do núcleo
original – bairros Continental e da Felicidade, como a sudoeste – bairros Novo Horizonte e do
Japonês.
À margem noroeste da rodovia surgiram invasões urbanas que constituem hoje os bairros da
Liberdade e da Conquista, este último, com cerca de 3 mil lotes é predominantemente
residencial, apresentando tendência de formação de comércio às margens da rodovia. Nesse
mesmo lado da rodovia, mais a sudoeste, foi projetado o loteamento Novo Horizonte (bairro
Santa Catarina), cujos alinhamentos viários não estão compatíveis com as ocupações
existentes.
Entre os bairros Santa Catarina e Liberdade há uma área ocupada por serrarias, tipo de
ocupação que também ocorre entre o bairro Continental e o bairro Felicidade.
Existe uma tendência de formação de comércio nos lotes marginais situados em ambos os lados
da rodovia PA-263.
O centro da cidade tem como referências a Praça da Bíblia e o Centro Comercial. Nesta região
se concentram vários equipamentos públicos, tais como delegacia, posto da polícia civil,
escolas, igrejas, postos de saúde, o centro comercial e o mercado. As atividades de comércio se
concentram no Centro Comercial e no Mercado, localizado junto ao terminal rodoviário, e nos
lotes voltados para a Av. Sebastião Correia.

38
Figura 3.3.1
Área urbana atual e o núcleo inicial

39
Figura 3.3.2
Uso do Solo na Área Central

40
Figura 3.3.3
Centro urbano

41
O município de Breu Branco possui uma das mais modernas fábricas de silício metálico, a CCM
– Camargo Corrêa Metais S.A.

3.3.1.2 Estrutura Viária


A maior parte da malha viária da sede municipal é ortogonal regular, lançada a partir da rodovia
até a margem do reservatório. Compõe-se de quadras de 120m x 60m e 144m x 60m em lotes
de 12m x 30m, e caixas de via com, em média, 14m de largura – desenho adotado no núcleo
inicial. As faixas de rolamento nas vias asfaltadas, salvo poucas exceções, têm largura entre 7m
e 8 metros.
Na cidade 25km de vias têm pavimentação, geralmente em C.B.U.Q., e calçadas para pedestre.
As vias pavimentadas se concentram no bairro Bela Vista e Centro, incluindo toda a Av.
Sebastião Corrêa. O restante das vias da área urbana não tem pavimentação e calçadas para
pedestres.
A pavimentação, em asfalto, atinge, aproximadamente, 30% da área urbana. O uso de pisos
intertravados, que é bastante comum na região, só é utilizado em áreas destinadas a pedestres,
em algumas praças e calçadas. As demais vias são encascalhadas. Na maior parte das vias, o
greide está elevado em relação aos lotes lindeiros.
Embora a hierarquia viária da cidade não seja clara, em virtude do desenho adotado para sua
malha viária, é evidente a importância da rodovia PA-263 – que no trecho urbano é denominada
Avenida Sebastião Camargo –, como via arterial. As demais vias da cidade, ainda que sejam
denominadas ruas, travessas ou avenidas não apresentam, necessariamente, características
que definam tal hierarquização. Foram denominadas avenidas as vias paralelas ou
perpendiculares à PA-263, cujo trajeto levava do núcleo inicial aos limites da área urbana. As
demais vias foram denominadas travessas e ruas, aleatoriamente.
A Av. Sebastião Camargo, juntamente com a PA-263 funciona como via principal arterial da
cidade, estruturando todo o sistema viário restante. Junto a ela se localizam equipamentos
públicos importantes como o terminal rodoviário, em construção, o mercado municipal e
estabelecimentos comerciais, na porção sul da área urbana, e serrarias com grande fluxo de
carga pesada, na porção norte do parcelamento. As interseções entre a rodovia e as vias
urbanas paralelas e perpendiculares se dão através de cruzamentos em nível, onde estão
estabelecidas regras de preferência com precária sinalização.

42
Figura 3.3.4
Configuração das quadras urbanas

43
Como vias principais da cidade, que se definem pela intensidade de uso e localização,
destacam-se três grupos, sendo:
- as vias que contornam o Bairro Belo Horizonte: Av. Palmas, Av. Beira Mar e Av. Goiânia
todas pavimentadas;
- as vias da área do Centro e do Bairro Bela Vista: Av. 15 de Novembro e Av. Getúlio Vargas,
perpendiculares à PA-263 e que contornam a Praça da Bíblia; Av. Minas Gerais e Av.
Belém; paralelas à PA-263 que apresentam uso comercial mais expressivo; Av. Juscelino
Kubitschek, que corta perpendicularmente o Bairro Bela Vista interligando o lago da UHE à
PA-263, com acesso ao bairro da Liberdade situado à margem direita da rodovia; e Av.
Antônio Private, paralela à PA-263, no ponto mediano do Centro e do Bairro Bela Vista,
dando acesso a área de captação de água; e
- as vias de acesso à zona rural: Rua das Crioulas e Rua da Vila da Galet que dão acesso ao
Porto da Balsa e a Santa Helena.
De maneira geral, as vias estão em bom estado de conservação, tanto as vias asfaltadas quanto
as não pavimentadas. O tráfego é pouco intenso.
Nas áreas a noroeste, ocupadas mais recentemente, entre a rodovia e a faixa de domínio das
linhas de transmissão, as vias não foram nem mesmo encascalhadas e, várias delas, se tornam
intransitáveis no período de chuvas mais intensas.
É precário o estado dos passeios públicos. Enquanto a maioria das vias tem revestimento
asfáltico ou em bloco de concreto de intertravado, as calçadas, geralmente muito largas, embora
até arborizadas em algumas vias, não são pavimentadas na maior parte da cidade. Onde
apresentam-se pavimentadas, na área central, com a maior presença de estabelecimentos
comerciais, são irregulares, desniveladas, em degraus e, comumente ocupadas por mercadorias
expostas pelo comércio. Em várias áreas, mesmo no centro os pedestres dividem a via
carroçável com automóveis e motos.
O sistema viário da porção situada entre a rodovia e o reservatório é pouco arborizado. A
arborização da cidade deve-se, principalmente, àquela de fundos de lotes residenciais. Pelo
porte das árvores existentes nas vias pode-se inferir que só recentemente houve algum esforço
de arborização destes espaços. As praças públicas, existentes em vários pontos da cidade são
bem arborizadas. Infelizmente há um costume local de poda das árvores de modo a formar
“esculturas verdes“ com formatos variados que limitam a área de sombra, tanto nas praças
quanto, e principalmente, nas vias públicas.

44
Figura 3.3.5
Hierarquização do Sistema Viário

45
A cidade, inicialmente implantada entre a PA-263 e o reservatório da UHE Tucuruí, cresceu para
o outro lado da rodovia, entre esta e a faixa de servidão das linhas de transmissão, trecho
inicialmente ocupado por madeireiras, postos de abastecimento e por pequeno lago artificial. A
rodovia e sua via marginal, Avenida Sebastião Camargo, hoje são estruturantes da área urbana
e palco de intenso tráfego de veículos motorizados (de passagem e locais) com grande tráfego
de pedestres, motos e bicicletas durante todo o período do dia.
O trecho entre a marginal e a rodovia é tratado paisagisticamente, arborizado e possui
iluminação e infra-estrutura de drenagem em uma extensão de aproximadamente 3km.

3.3.1.3 Espaços Públicos e Privados de Uso Público


No desenvolvimento da cidade não está clara a intenção de compor um sistema de áreas livres
de uso público – praças, vias arborizadas, áreas de proteção e parques. Quadras inteiras foram
reservadas para praças da mesma forma que para equipamentos educacionais, de saúde e para
os serviços públicos. Alguns dos caminhos que interligam estas áreas foram arborizados
independentemente de seu uso e/ou vocação. Assim, muitas vias onde se configura uma
concentração de atividades comerciais e de serviços não possuem arborização ou tratamento
que beneficie o pedestre. As praças são bem conservadas, tanto quanto à arborização e jardins,
quanto ao mobiliário – bancos e equipamentos, telefones públicos, lixeiras.
À margem do reservatório da UHE Tucuruí, ao longo da Avenida Beira Mar, entre as travessas
Sergipe e Goiânia, foi recentemente realizada uma grande obra de terraplenagem com cortes e
aterros e deposição de areia, formando uma “praia”, que é a maior área pública de lazer na
cidade. De uso sazonal, a praia artificial compete em popularidade com as praias naturais do rio
Tocantins. O local é dotado de um conjunto comercial para bares e restaurantes.

3.3.1.4 Cheios e Vazios Urbanos


Como abordado anteriormente, várias quadras foram preservadas para localização de praças e
de equipamentos urbanos, em toda área da cidade. Esta tem se mostrado uma medida positiva.
Algumas destas áreas estão sendo ocupadas com escolas, centros comunitários e mesmo áreas
de lazer.

46
Figura 3.3.6
Avenida Sebastião Camargo

47
Figura 3.3.6
Cenas Urbanas – Centro da Sede Municipal

48
Figura 3.3.7
Configuração urbana nas áreas residenciais

49
Com a expansão cidade – para noroeste da rodovia – que se deu através invasões e pela
criação de loteamentos implantados pela prefeitura para regularização e ordenamento de
invasões, madeireiras que lá se localizavam passaram a integrar o tecido urbano, constituindo
barreiras, inclusive, com a interrupção de vias. São áreas de baixa densidade, contando com
muitos lotes e pequenas casas de madeira e alvenaria, desocupadas. Nesse trecho da cidade
existem edificações ocupando áreas de preservação de cursos d’água e áreas alagáveis.

3.3.1.5 Tipologia Arquitetônica


Originalmente, as edificações utilizadas pela Eletronorte eram em madeira, tanto para as
habitações, quanto para os primeiros equipamentos – escolas e postos de saúde. Aos poucos a
madeira foi cedendo lugar à alvenaria. As edificações de alvenaria, no caso das residências,
repetem a tipologia daquelas construídas em madeira.
No trecho situado entre a Praça da Bíblia e a rodovia PA-263 e entre a Travessa Goiânia e a
Avenida Getúlio Vargas, que constitui o centro urbano, existem vários edifícios de dois e até três
pavimentos e maior densidade de ocupação dos lotes. Nesta área os lotes são utilizados até as
divisas laterais, e o térreo é, na maioria das vezes, ocupado por comércio bem diversificado.
O(s) pavimento(s) superior(es) é de escritórios e, alguns casos, apartamentos.
Excetuando nas áreas de invasões e loteamentos de criação recente, todos de baixa renda, as
construções são fiscalizadas pela prefeitura que, no entanto não possui um processo regular de
alvará e expedição de habite-se. Não é cobrado o IPTU e não existe cadastro imobiliário da
cidade.

3.3.2 Patrimônio Histórico-Cultural

Não há, na sede municipal, monumentos ou espaços urbanos de interesse cultural que
despertem o interesse para tombamento e ou preservação.

3.3.3 Usos e Ocupação do Solo Urbano

A Figura 3.1.10 apresenta a distribuição de usos na área urbana. Como em outras cidades da
região que se desenvolveram ao longo de rodovias, os usos comerciais, institucionais e de
serviços se localizam nas áreas lindeiras à rodovia. Breu Branco, no entanto, já apresenta um
crescimento bastante notável dessas atividades, a partir da rodovia, no sentido sudeste, para o
lado do reservatório, para além da Praça da Bíblia.

50
Figura 3.3.9
Cenas Urbanas – Sede Municipal

51
Figura 3.3.10
Uso do Solo

52
Com o desenvolvimento de atividades de lazer na praia artificial, ainda que sazonalmente, a o
centro urbano poderá crescer ainda mais no sentido sudeste. É de se notar que os
estabelecimentos de comércio e serviços da rodovia vão aos poucos se especializando e a área
interna formada, principalmente, pelas avenidas Minas Gerais, Belém e Getúlio Vargas
começam a abrigar estabelecimentos mais sofisticados.

3.3.4 Habitação

Em Breu Branco não há carência de espaços para habitação. Contudo a população de baixa
renda tem dificuldade para adquirir lote para construção de sua moradia.
O poder público tem regularizado áreas invadidas e criado loteamentos, na porção noroeste da
rodovia, aos quais as classes menos favorecidas não têm acesso. Essa classe social irá
2
construir suas precárias habitações de restos de madeira, com área de cerca de 16m , nas
margens de igarapés e na periferia das novas áreas de ocupação.
Essas áreas de ocupação mais recente se apresentam ainda pouco ocupadas, mas, a julgar
pela quantidade de anúncios de venda tanto de lotes quanto de imóveis semi-construídos têm
movimentado o mercado imobiliário. Essas áreas, bem como a maior parte do núcleo pioneiro,
não estão registradas em cartório e não estão legalmente regularizadas.
O município poderá promover o acesso à habitação, subvencionando, como tem feito, novas
construções nas áreas vazias dos novos parcelamentos e poderá prover novas áreas com a
possível desocupação de madeireiras que ocupam terrenos urbanos.

3.3.5 Distritos e Povoados

O município de Breu Banco é formado pela sua sede localizada junto à rodovia PA-263 e pelas
seguintes localidades situadas na zona rural:
− Ao Norte: Nova Jutaí, Nazaré dos Patos, Nossa Sra. dos Remédios, Café Brasil, Vila Muru,
Roça Comprida, Vila das Crioulas e Vila Califórnia;
− Ao Centro: Boa Esperança, Porto da Balsa, Santa Helena, Km 22, Mojuzinho e Três Torres;
− Ao Sul: Santa Luzia, Água Azul, Areal, Placas, Raimundo 18 e Quatro Bocas.

53
Figura 3.3.11
Cenas Urbanas – Vila Mojuzinho e Sede Municipal

54
Figura 3.3.12
Cenas Urbanas – Sede Municipal

55
Essas vilas, incorporadas ao município, contribuíram com suas características para a formação
da diversidade sociocultural de Breu Branco.
Nazaré dos Patos
A vila de Nazaré dos Patos, cujo nome é uma homenagem à santa padroeira da localidade, tem
mais de 360 anos e resultou de ocupação realizada pela família Santana à margem direita do
Tocantins. O nome original da localidade seria Nazaré dos Passos, mas por haver no rio, em
frente à vila, muitas pedras onde os patos costumavam pousar e sair em revoada quando da
passagem dos barcos, com o tempo, o nome passou a ser Nazaré dos Patos.
Durante muito tempo, a vila só era alcançada por via fluvial. Com a construção de um porto em
Nazaré dos Patos para descarregar peças e mercadorias para a obra da barragem, quando a
navegação do rio não permitia que as embarcações chegassem até a cidade de Tucuruí, foi
aberta uma estrada para a vila a fim de permitir o transporte dessas cargas até a obra, passando
pela vila de Breu Branco.
Vila de Muru
A Vila de Muru foi fundada em 1792, no território do município de Baião. Possui características
parecidas com as da vila de Nazaré dos Patos, tanto na sua origem como nos costumes e
tradições, ainda que os habitantes de ambas façam questão de manter sua identidade cultural
preservada. O nome do lugar é uma alusão a uma pedra grande que se parecia com um muro.
Com tempo a pronúncia foi modificando-se, passando a Muru.
A vila era formada inicialmente por apenas três casas, todas da família Santana, que vivia de
caça, pesca e lavoura. Após a emancipação de Tucuruí, Muru passou a pertencer àquele
município. A vila passou muito tempo sem transformações significativas, até a grande enchente
do rio Tocantins, em 1980, que obrigou a população a se deslocar para a parte mais alta da
localidade.
Com a emancipação de Breu Branco, a vila passou a integrar politicamente este município.
Culturalmente, entretanto, a aproximação se deu apenas após a construção de estradas,
instalação de rede elétrica e oferta dos serviços públicos municipais à localidade.
Vila das Crioulas
A vila das Crioulas foi formada com a chegada dos padres jesuítas, em 1920, que se instalaram
na região para serviços religiosos. A vinda dos padres da Companhia de Jesus foi acompanhada
de alguns casais de negros que se arrancharam numa localidade chamada de Pedreira, próxima
à Ilha do Meio.
Tal localidade, ocupada pelos casais negros, com o tempo, ficou conhecida pelos habitantes das
proximidades como “Ilha das Crioulas”, pelas características de seus primeiros habitantes. Assim

56
permaneceu até o ano de 1980 quando, por força da cheia do rio Tocantins, os moradores foram
obrigados a se mudar para terra firme, à margem direita do rio, nascendo a Vila das Crioulas.
Vila de Jutaí
A vila de Jutaí fica à margem direita do Tocantins, a 63km de Breu Branco. Originalmente
pertencente ao município de Baião, no processo de emancipação passou a fazer parte do
território de Breu Branco, porém só foi incorporada de fato ao município no ano de 1996. Sua
denominação é uma referência ao nome de uma árvore da região amazônica.
A primeira ocupação ocorreu na Ilha do Meio. A população permaneceu na ilha até a grande
enchente de 1980, quando os moradores se viram forçados a se mudar para a margem direita
do rio; a partir de então, a localidade passou a ser chamada de Nova Jutaí.
A vila de Jutaí sempre recebeu forte influência do município de Baião e de municípios vizinhos,
como Mocajuba. Ainda hoje é nítida a influência dos laços culturais de Baião. Porém, com a
construção de estradas e a oferta dos serviços públicos municipais por Breu Branco, os
habitantes de Nova Jutaí estão se integrando ao município.
Vila São João
A Vila São João fica à margem do rio Moju, cortada pela estrada estadual PA-263, que liga Breu
Branco a Goianésia do Pará. São João é uma vila formada por pessoas oriundas de outras
regiões do país, que aí se instalaram para desenvolver a agricultura e a industrialização da
madeira.
Vila de Quatro Bocas
Apesar de ter sempre pertencido geograficamente ao município de Breu Branco, a ocupação da
Vila de Quatro Bocas foi feita por pessoas ligadas a Goianésia do Pará, devido à proximidade da
vila com aquela cidade.
Somente no ano de 1996 a Prefeitura Municipal de Breu Branco assumiu oficialmente a
administração dessa localidade, implantando a infra-estrutura necessária para atender à
população e iniciar o processo de integração da vila a Breu Branco.
Vila Califórnia
A Vila Califórnia, fundada em 1984 para dar apoio às pessoas que colonizaram a região, foi
ocupada inicialmente por trabalhadores das terras do assentamento da Gleba da Aeronáutica,
próximo à estrada que liga Nazaré dos Patos à sede municipal de Breu Branco.
A seguir é apresentado o mapa do município com a localização dos povoados e respectivas vias
de acesso.

57
3.4 INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS URBANOS

3.4.1 Comunicações

A cidade conta com duas agências da Empresa Brasileira de Correios – ECT, TV por satélite,
telefone e acesso à internet, por meio de linha discada e banda larga, quatro rádios, com
freqüência modulada (sendo uma comunitária e três particulares), ainda não regularizadas
perante os órgãos competentes e jornal informativo.

3.4.2 Energia Elétrica e Iluminação Pública

A energia elétrica de Breu Branco é fornecida pela Celpa – Centrais Elétricas do Pará S.A. que
atende tanto a sede municipal como o interior.
O quadro apresentado abaixo indica, para a sede do município, por classe de consumidor, o
consumo de energia. Observa-se, para os anos apresentados, o constante crescimento de
consumidores e de energia elétrica, exceto para, ano do racionamento de energia.

Tabela 3.4.1
Consumidores e Consumos e Energia Elétrica por Classe 2000 – 2003
Anos/Classe

Classe 2000 2001 2002 2003


Consumi- Consumo Consumi Consumo Consumi- Consumo Consumi- Consumo
dores (Mw/h) -dores (Mw/h) dores (Mw/h) dores (Mw/h)

Residencial 3.120 3.884 3.498 3.781 3.939 3.891 5.260 4.665

Comercial 232 995 306 1.038 417 1.178 436 1.425

Industrial 37 6.424 38 6.083 37 6.029 35 6.563

Outros 61 1.418 97 1.513 169 1.966 249 2.885

Total 3.450 12.721 3.939 12.415 4.562 13.064 5.979 15.538

58
Figura 3.3.13
Distrito e Povoados de Breu Branco e Vias de Acesso

59
Para atender a uma população aproximada de 50 mil habitantes, existem 2.273 pontos de
Figura 3.4.1 iluminação pública distribuídos nas áreas urbana e rural. Na área urbana para 20 mil habitantes
Área da Captação de Água há 1.929 pontos, enquanto a área rural tem apenas 344 pontos para 30 mil habitantes.

3.4.3 Saneamento Ambiental

A sede do município de Breu Branco, localizada no lado direito da PA-263, sentido Breu Branco-
Tucuruí, é uma cidade planejada originada de um projeto de urbanismo que previa toda infra-
estrutura básica de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial e sistema
viário pavimentado.

3.4.3.1 Abastecimento de Água


Breu Branco possui um sistema de captação e de distribuição de água, operado pela Cosanpa,
que abastece apenas o núcleo urbano original construído pela Eletronorte. Após a captação a
água é bombeada para uma estação de tratamento onde é feita apenas a cloração. O
abastecimento de água atende a cerca de 50% da população da sede.
O sistema de distribuição de água foi implantado em três etapas distintas. A primeira etapa está
localizada na área central da sede do município, a segunda etapa sai da área central pela
Avenida Belém até a Avenida Rio Grande do Norte e as Ruas A, B, C e E, e a terceira, extensão
da primeira, segue pelas avenidas Minas Gerais, Parauapebas, Ceará, Piauí, Maranhão, Bahia e
Figura 3.4.2 São Luiz até a confluência da travessa Paraíba.
Uso de Água: Acúmulo de Lixo à esquerda; Existem também dois sistemas isolados localizados nos bairros Santa Catarina e Felicidade.
e Lazer à direita
As demais unidades habitacionais são alimentadas pelo sistema de poços privados.
As margens da lagoa de captação de água utilizada para o abastecimento da população, se
encontram desmatadas, além disso, a área foi invadida, e um grande número de casas de
madeira foi construído próximo às margens da lagoa (Figura 3.4.1). Essas casas não possuem
rede de esgoto e a grande maioria faz uso de poço “amazonas” para o abastecimento de água e
de fossa negra para dejetos.
Apesar de existirem, na Lei Municipal n° 014/93, normas para proteção ambiental, não há
regulamentação ou procedimentos específicos para a utilização dos mananciais para o consumo
e uso de águas. As margens dos igarapés são utilizadas pela população para o banho,
abastecimento de água, limpeza de utensílios domésticos, lazer e também como
estacionamento para lavagem de automóveis, tratores e implementos agrícolas (Figuras 3.4.2 e
3.4.3). O descarte de lixo nesses locais é comum. Jogado diretamente nas margens pelos
freqüentadores, acaba sendo carreado para a água pela ação do vento ou pelas enxurradas.

60
3.4.3.2 Esgotamento Sanitário e Drenagem Pluvial
Figura 3.4.3 Cerca de 80% das residências da cidade de Breu Branco não possuem rede de esgotos.
Uso de Água: Lavagem de Veículos Somente o centro da cidade é servido por rede de esgotamento sanitário e pluvial. A deposição
final dos dejetos sanitários é feita em uma lagoa de estabilização. Os efluentes dessa lagoa são
lançados diretamente no reservatório da UHE Tucuruí. Os esgotos oriundos da drenagem pluvial
são também lançados diretamente no reservatório. Nos outros locais da cidade o escoamento é
a céu aberto (Figura 3.4.4). A combinação das águas pluviais com a topografia (Figura 3.4.5)
favorece o carreamento de detritos diretamente para os cursos d´água e para a praia próxima à
cidade, localizada às margens do reservatório da hidrelétrica Tucuruí.

3.4.3.3 Limpeza Pública e Resíduos Sólidos


A limpeza pública no município de Breu Branco é de responsabilidade do Governo Municipal. Os
serviços prestados são realizados pela Secretaria de Meio Ambiente e Saneamento – Semasa.
São feitos os seguintes serviços:
- Manutenção de áreas verdes: irrigação e limpeza das praças e jardins, poda de árvores,
capina e roçagem de grama.
- Limpeza de logradouros públicos: limpeza com enxadas em ruas, praias e estádio, coleta de
entulhos e galhadas e pintura de meio-fio.
- Coleta e transporte de resíduos sólidos.
Figura 3.4.4 A limpeza urbana ocorre de segunda a sábado na sede municipal e, ocasionalmente, nas vilas
Escoamento de Águas Pluviais e de Esgoto do município. Os equipamentos utilizados para essa coleta são os seguintes:
- Carrinho coletor 05 unidades
- Enxada 30 unidades
- Pá 20 unidades
- Rastelo 15 unidades
A coleta de resíduos sólidos é realizada diariamente na sede do município e ocasionalmente nas
vilas do município. O lixo coletado na cidade é aterrado sem nenhum tipo de tratamento, a 4km
do centro da cidade, numa área que fica à margem da UHE Tucuruí, no aterro sanitário da
Eletronorte (Figura 3.4.6). Vale ressaltar que existe, também, um ponto de transbordo de lixo
localizado a 2km da cidade, próximo à subestação da Concessionária Elétrica Estadual.
Está em fase de conclusão uma parceria envolvendo o Governo de Breu Branco e a Eletronorte
para construção de um Aterro Sanitário próximo ao existente, que receberá todo o lixo coletado
no município. Além disto, será construída uma Usina de Compostagem e uma Usina de
Reciclagem. A previsão é de que estejam funcionando a partir de julho de 2006.

61
Figura 3.4.5 Os veículos de coleta utilizados na limpeza pública estão discriminados abaixo. Ressalta-se que
Escoamento de Esgotos: Sanitários e Pluviais são insuficientes para atender à demanda municipal atual, atendendo com eficiência somente a
diretamente para o Reservatório sede municipal.
– Caçamba basculante 04 veículos
- Caminhão compactador 02 veículos
- Caminhão poliguidaste 01 veículo
- Pá carregadeira 01 veículo
- Trator agrícola (Jerico) 02 veículos
Observou-se grande quantidade de lixo inorgânico (Figura 3.4.7) às margens do acesso ao
aterro sanitário. Ao que parece não foi, ainda, implantado o programa de reciclagem de lixo,
previsto desde 2001, em um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos elaborado pela
Secretaria de Coordenação da Amazônia – SCA conjuntamente com os municípios da área de
influência da hidrelétrica Tucuruí, da qual faz parte Breu Branco.
Nos bairros, em especial nos da periferia, é comum o lixo não ensacado ser abandonado em
pilhas ao longo das ruas, aparentemente aguardando ser recolhido. A cidade dispõe de lixeiras
públicas distribuídas nas ruas, mas a população parece colaborar muito pouco.
A serragem, originada do desdobro da madeira, enquanto aguarda destino, acumula-se em
grandes quantidades nos pátios das serrarias, a céu aberto, ou é despejada como entulho em
áreas públicas, freqüentemente próximas a cursos d’água, contribuindo para a degradação das
áreas de preservação permanente.
Figura 3.4.6
Aterro Sanitário Outro tipo de resíduo decorrente do desdobro da madeira, as aparas e costaneiras que também
eram descartados junto com a serragem, vêm sendo aproveitados na produção de carvão.

3.4.3.4 Transporte e Mobilidade Urbana


À margem da PA-263, na Av. Sebastião Correia está sendo construído o terminal rodoviário de
Breu Branco. Atualmente o terminal está funcionando de forma provisória no Mercado Municipal,
onde estão instalados os guichês das empresas operadoras do transporte intermunicipal e
interestadual. O Mercado serve também como ponto para as cooperativas de vans que fazem
linhas para Tucuruí e Marabá. Neste contexto a parada dos veículos para embarque e
desembarque de passageiros está ocorrendo ao longo da Av. Sebastião Corrêa, em trecho
localizado junto ao Mercado Municipal.
Neste local também está instalado o ponto de mototaxistas da cidade, cujos serviços são
gerenciados pela Antabb (Associação dos Moto-taxistas de Breu Branco). Segundo informações
fornecidas por esta associação existem quarenta mototáxis em operação, que atendem os
deslocamentos da população no interior da cidade e, eventualmente, para localidades mais

62
Figura 3.4.7 distantes, como Califórnia, Muru, Tracajá-açu e Mojuzinho. Cada mototaxista atende em média
Lixo Inorgânico na Área do Aterro Sanitário quinze passageiros por dia.
Na cidade existem ainda os serviços de táxi convencional operado por dez veículos e cujo ponto
de parada, também, está situado neste trecho da Av. Sebastião Corrêa.
Não existe serviço de transporte coletivo regular por ônibus urbano para os deslocamentos
internos da população na cidade, existe o transporte de passageiros operado irregularmente por
intermédio de ônibus e vans. Grande parte da população urbana se desloca a pé, por meio de
bicicletas ou mototáxi conforme mencionado anteriormente.
Os dados estatísticos do Denatran para a frota de veículos motorizados e registrados no
município de Breu Branco é apresentada no quadro a seguir.

Quadro 3.4.1
Frota de Veículos no município de Breu Branco
Tipo de Veículo Número
Automóvel 256
Caminhão 190
Caminhão Trator 21
Caminhonete 98
Caminhoneta 62
Ciclomotor 1
Microônibus 14
Motocicleta 724
Motoneta 151
Ônibus 38
Reboque 11
Semi-Reboque 31
Utilitário 1
Total 1.598
Fonte: Denatran – Estatística Janeiro/2006

A malha viária é pavimentada na área do Centro e Bairro Bela Vista, onde existem calçadas para
circulação de pedestres, o restante das vias não tem pavimentação e calçadas para pedestres.
Não existem ciclovias na cidade, apesar da grande movimentação de ciclistas nos horário de
trabalho, sobretudo na PA-263 decorrente dos deslocamentos dos trabalhadores da CCM –
Camargo Corrêa Metais S.A e da Galet (madeireira de compensados) que moram na cidade de
Breu Branco.

63
A sinalização viária existe apenas nas vias pavimentadas e não existe tratamento específico
para pessoas com deficiência de locomoção, sobretudo nas vias com calçadas para pedestres.
No centro da cidade, na Praça da Bíblia e na área entre o terminal rodoviário e o Mercado, os
espaços públicos são bem urbanizados, com calçadas para pedestre em boas condições de
circulação.
Os maiores conflitos entre o tráfego de veículos e pedestres estão na PA-263 e na sua marginal,
Av. Sebastião Corrêa, sobretudo no trecho entre as serrarias e o bairro da Liberdade. Neste
local existe intensa movimentação de pedestres, os quais atravessam a rodovia em direção ao
Mercado Municipal conflitando com o tráfego de carga pesada e de passagem na rodovia.

64
4 ASPECTOS SOCIAIS

4.1 DINÂMICA POPULACIONAL

Breu Branco é o quarto município da microrregião de Tucuruí em população (46.249 habitantes).


Sua recente emancipação, em 1993, justifica a presença de seus dados pelo IBGE somente a
partir de 2000 (Tabela 4.1.1). Sendo decorrente de mobilização populacional de um
assentamento anterior, ele origina-se, em 1993, com uma população total de 14.438 habitantes.

Tabela 4.1.1
Composição da População do município de Breu Branco – 1993 e 2000
Período 1993 2000
Faixa Distribuição Distribuição
Relativa Razão Relativa Razão
Etária Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total
Sexo Sexo
(anos) Masc. Fem. Masc. Fem.
0a4 1.092 1.069 2.161 -7,56 7,40 102,15 2.571 2.479 5.050 -17,81 17,17 103,71
5a9 1.180 1.137 2.317 -8,17 7,88 103,78 2.285 2.254 4.539 -15,83 15,61 101,38
10 a 14 1.014 1.046 2.060 -7,02 7,24 96,94 2.223 2.107 4.330 -15,40 14,59 105,51
15 a 19 793 809 1.602 -5,49 5,60 98,02 2.066 1.795 3.861 -14,31 12,43 115,10
20 a 24 589 644 1.233 -4,08 4,46 91,46 1.589 1.400 2.989 -11,01 9,70 113,50
25 a 29 511 578 1.089 -3,54 4,00 88,41 1.243 1.078 2.321 -8,61 7,47 115,31
30 a 34 504 514 1.018 -3,49 3,56 98,05 1.049 921 1.970 -7,27 6,38 113,90
35 a 39 437 408 845 -3,03 2,83 107,11 956 796 1.752 -6,62 5,51 120,10
40 a 44 344 294 638 -2,38 2,04 117,01 802 642 1.444 -5,55 4,45 124,92
45 a 49 242 203 445 -1,68 1,41 119,21 676 518 1.194 -4,68 3,59 130,50
50 a 54 201 146 347 -1,39 1,01 137,67 527 403 930 -3,65 2,79 130,77
55 a 59 140 104 244 -0,97 0,72 134,62 409 287 696 -2,83 1,99 142,51
60 a 64 101 71 172 -0,70 0,49 142,25 338 213 551 -2,34 1,48 158,69
65 a 69 69 51 120 -0,48 0,35 135,29 231 118 349 -1,60 0,82 195,76
70 a 74 37 33 70 -0,26 0,23 112,12 150 83 233 -1,04 0,57 180,72
75 a 79 27 19 46 -0,19 0,13 142,11 71 31 102 -0,49 0,21 229,03
80 e + 15 16 31 -0,10 0,11 93,75 68 67 135 -0,47 0,46 101,49
Total 7.296 7.142 14.438 17.254 15.192 32.446 -119,50 105,22 113,57

65
Tabela 4.1.2
Composição da População do município de Breu Branco - 2006
Período 2006
Faixa Distribuição
Relativa Razão
Etária Masc. Fem. Total
Sexo
(anos) Masc. Fem.
0a4 3.665 3.534 7.199 -25,38 24,48 103,71
5a9 3.257 3.214 6.471 -22,56 22,26 101,34
10 a 14 3.168 3.005 6.173 -21,94 20,81 105,42
15 a 19 2.945 2.558 5.503 -20,40 17,72 115,13
20 a 24 2.266 1.995 4.261 -15,69 13,82 113,58
25 a 29 1.772 1.536 3.308 -12,27 10,64 115,36
30 a 34 1.495 1.313 2.808 -10,35 9,09 113,86
35 a 39 1.363 1.134 2.497 -9,44 7,85 120,19
40 a 44 1.142 916 2.058 -7,91 6,34 124,67
45 a 49 963 739 1.702 -6,67 5,12 130,31
50 a 54 752 574 1.326 -5,21 3,98 131,01
55 a 59 583 409 992 -4,04 2,83 142,54
60 a 64 481 304 785 -3,33 2,11 158,22
65 a 69 329 168 497 -2,28 1,16 195,83
70 a 74 214 118 332 -1,48 0,82 181,36
75 a 79 101 44 145 -0,70 0,30 229,55
80 e + 97 95 192 -0,67 0,66 102,11
Total 24.593 21.656 46.249

No que concerne à participação relativa dos grupos etários especiais (faixas etárias de 0-15
anos e acima de 60 anos), algumas considerações merecem ser feitas. A faixa de 0-4 anos
apresenta participação alta na composição populacional (15,0%), e se mantém constante desde
o ano de sua implantação, o que revela o alto índice de fecundidade do município, destacando-
se, assim, dos demais da microrregião (Tabela 4.1.3).

66
Tabela 4.1.3
Participação % das Faixas Etárias dos Grupos Especiais na População – município de Breu Branco
Faixas 1993 2000 2006
Etárias Participação Participação Participação
(anos) População População População
Relativa % Relativa % Relativa %
0-4 2.161 15,0 5.050 15,6 7.199 15,6
5-14 4.377 30,2 8.869 27,4 12.644 27,3
15-64 7.633 53,0 17.708 54,5 25.240 54,6
. 267 1,8 819 2,5 1.166 2,5

Quanto à população feminina, constata-se que entre os anos de 1993 e 2000, houve um
decréscimo de sua participação populacional nas faixas de 20 a 39 anos, mantendo-se na
mesma proporção até o presente (Tabelas 4.1.3 e 4.1.4).

Tabela 4.1.4
Participação % das Faixas Etárias Gênero e Razão de Sexo dos Grupos Especiais
município de Breu Branco
Faixa 1993 2000 2006
Etária População População População
(anos) R.Sexo R.Sexo R.Sexo
Masc Fem. Masc Fem. Masc Fem.
0-4 1.092 1.069 102,0 2.571 2.479 103,0 3.665 3.534 103,0
5-14 2.194 2.183 100,0 4.508 4.361 103,0 6.425 6.219 103,0
15-59 3.862 3.771 102,0 9.655 8.053 120,0 13.762 11.478 119,0
60 148 119 124,0 520 299 173,0 741 425 174,0

A população economicamente ativa mantém sua representação estável entre 53%, em 1993, e
54%, em 2006 (Tabela 2.27). O índice da razão de sexo deste grupo revela-se equilibrado no
ano de 1980, aumentando progressivamente o seu valor, indicando um incremento significativo
de homens no município, principalmente nas faixas etárias de 45 a 64 anos (Tabela 2.28), entre
os anos de 1993 e 2000, mantendo-se o mesmo valor sem alterações até o ano de 2006.

67
Tabela 4.1.5
Razão de Dependência Total, de Jovens e Idosos e Índice de Envelhecimento
município de Breu Branco
Período 1980 1990 2000 2006
Razão de Dependência total - 0,892 0,832 0,832
Razão de Dependência jovem - 0,857 0,786 0,786
Razão de Dependência idoso - 0,035 0,046 0,046
Índice de envelhecimento - 0,041 0,059 0,059

A participação relativa da população idosa tem sido crescente ao longo dos anos, o que indica a
permanência deste grupo da população, no município.

4.2 CULTURA

Manifestações Culturais
Em Breu Branco, existem várias manifestações culturais, entre elas estão: Festividade de São
Sebastião Padroeiro da Cidade, Carnaval (animação de blocos e de trio elétrico), Festival Junino
(seis grupos juninos), Encontro Cultural da MPB (com artistas locais e de outras regiões), Troféu
“Vô João” (Prêmio Personalidade da Cultura e do Esporte, reunindo toda a sociedade de Breu
Branco).
No dia 13 de dezembro a cidade comemora seu aniversário, com apresentações culturais, ruas
de lazer e shows com bandas, além da queima de fogos, abrangendo toda a população e
cidades vizinhas.
Equipamentos Culturais
Segundo informações da Secretaria de Cultura do município, Breu Branco não dispõe de
equipamentos culturais, necessitando de parcerias com os governos federal, estadual ou
entidades que queiram contribuir para o desenvolvimento cultural.

4.3 EDUCAÇÃO

Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Educação do município, Breu Branco possuía ao
todo 46 escolas e 17.438 alunos regularmente matriculados, em 2005, distribuídos conforme

68
consta na Tabela 4.3.1. Não existem creches e funciona atualmente um Conselho de Educação,
regulamentado e instalado. A cidade conta, ainda, com uma biblioteca pública.

Tabela 4.3.1
Alunos Matriculados, por Tipo de Escola e Administração em 2005 – Breu Branco
Numero de Tipo de administração
Tipo de escola alunos %
matriculados Municipal Estadual Particular
Creche 0 0 - - -
Pré-escola 3.079 17,9 3.079 - -
Ensino fundamental (1ª a 4ª
7.270 42,2 7.270 - -
séries)
Ensino fundamental (5ª a 8ª
3.066 17,7 3.066 - -
séries)
Ensino médio 1.929 11,2 - 1.929 -
Educação de Jovens e Adultos 1.847 9,4 1.701 146 -
Terceiro grau 156 0,9 - - -
Educação especial 43 0,3 43 - -
Educação Especial (incluídos) 48 0,4 48 - -
Cursos Profissionalizantes não disponível - - - -
Total 17.438 100,0 15.207 2.075 -
Fonte: Secretaria de Educação de Breu Branco, 2005 e http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php

No que diz respeito ao nível de escolaridade da população acima de dez anos de idade, a
Tabela 4.3.2 mostra que 20,8% não têm qualquer instrução ou têm pelo menos um ano de
estudo. Além disso, 37,2% são analfabetos funcionais, ou seja, pessoas que tiveram quatro anos
ou menos de escolarização e, portanto, mesmo sabendo ler e escrever frases simples, não
possui habilidades necessárias para satisfazer demandas do seu dia-a-dia e para se
desenvolver pessoal e profissionalmente.
O IBGE classifica de analfabetos aqueles que não sabem ler nem escrever, semi-analfabetos
aqueles que sabem ler e escrever sem qualquer escolaridade, alfabetizados aqueles que
completaram apenas uma série escolar e alfabetizados básicos os que completaram o ciclo de
duas ou três séries.
23
Caso se considere, como sugere Ronaldo Conde Aguiar , que há uma grande parcela da
população brasileira alfabetizada, mas com “grande dificuldade de leitura e expressão escrita” e

23 Texto preliminar do Pré-Diagnóstico Social do Estado de Rondônia para o Projeto Úmidas, Brasília, 1996, p.6.

69
“cidadãos que apenas desenham o nome, mas são incapazes de transmitir uma informação
mais elaborada por escrito”, é plausível deduzir que um número maior de pessoas, mesmo
consideradas alfabetizadas pelo órgão oficial, dificilmente se encontram preparadas para um
mercado de trabalho exigente e seletivo ou para a realização plena das suas condições de
.24
cidadãos consumidores, produtores e participantes da vida do país
Ora, sabe-se que a População Economicamente Ativa (PEA) tem crescido, no Brasil, acima da
mercado de trabalho exigente e seletivo ou para a realização plena das suas condições de
.25
cidadãos consumidores, produtores e participantes da vida do país
capacidade de absorção do mercado e que o mercado retêm mais, em termos proporcionais,
aqueles que possuem maiores níveis de escolaridade. Neste contexto, é possível afirmar que os
analfabetos funcionais, pessoas que não conseguem concluir três anos de estudo, estão
fadados ao desemprego ou, quando muito, ao subemprego. Este é o caso de grande parte da
população de Breu Branco que se enquadra neste perfil.

Tabela 4.3.2
População Residente com Dez Anos ou Mais de Idade, por
Nível de Instrução de acordo com dados do IBGE – 2001
% em relação à população
Nível de Instrução População total acima de 10 anos de
idade
Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 4.777 20,8
1 a 3 anos de estudo 8.498 37,2
4 a 7 anos de estudo 6.897 30,1
8 a 10 anos de estudo 1.695 7,4
11 a 14 anos 745 3,2
15 anos ou mais de estudo 6 0,02
Fonte: IBGE, Resultados da Amostra do Censo Demográfico 2000 - Malha municipal digital do Brasil: situação em 2001. Rio de
Janeiro: IBGE, 2004.

As taxas anuais de repetência e evasão das escolas de Breu Branco são altas e correspondem
a 15,42% e 14,51%, respectivamente.
Abaixo o Quadro 4.3.1 apresenta a distorção idade-série, por localidade, em escolas municipais
de Breu Branco (sede municipal e distritos), segundo dados fornecidos pela Secretaria de
Educação do município.

24
Cf. SOUZA, Paulo Renato. Globalização e Educação: Rumos e Perspectivas. In: Humanidades. Brasília:Ed. UnB, 1997, p. 10
25
Cf. SOUZA, Paulo Renato. Globalização e Educação: Rumos e Perspectivas. In: Humanidades. Brasília:Ed. UnB, 1997, p. 10

70
Quadro 4.3.1
Distorção Idade-série segundo Escolas – município de Breu Branco
Escola Tipo %
Adriana Almeida Marinho Especial 00,0
Antonio Oliveira Santana Fundamental 95,6
Francisco de Assis R. de Jesus Infantil e Fundamental 54,6
Gonçalo Vieira Fundamental e EJA 24,9
João Batista de Oliveira Fundamental e EJA 56,7
Jorge Amado Infantil e Fundamental 41,2
José Lourenço Fundamental 50,4
Origem do Saber Infantil 00,0
Severo Alves Infantil e Fundamental 12,0
Antônio Ribeiro Infantil e Fundamental EJA 59,2
Boa União Infantil e Fundamental 43,2
Café Brasil Infantil e Fundamental 37,3
Castro Alves Infantil e Fundamental 20,1
Jutaí Infantil e Fundamental 49,0
Jutai II Infantil e Fundamental 66,7
Marci Sebastião Nunes Infantil e Fundamental EJA 66,6
Maria Conceição Catóia Infantil e Fundamental 58,8
Maximiano Santana Infantil e Fundamental 56,0

4.4 ESPORTE E LAZER

Equipamentos e eventos esportivos


Existem os seguintes equipamentos esportivos em Breu Branco:
- seis quadras esportivas (quatro na zona urbana duas na zona rural), todas, segundo
informações da Secretaria de Esporte, necessitando de reformas;
- quatro quadras de futebol de salão (todas medindo 40m x 20m), sem cobertura e sem
arquibancadas;
- duas quadras de futebol de areia (todas medindo 60m x 40m), sem arquibancadas;

71
- um Estádio Municipal – 20 de Julho – com dimensão de 140m x 100m e a seguinte
estrutura: cerca, arquibancadas, alambrado, sala de reuniões, cabine para autoridades,
todas de madeira, necessitando de melhoramentos. Iluminação necessita de reparos;
- um campo de futebol, com a seguinte estrutura: alambrado de madeira, sem
arquibancadas e necessitando de reformas.
Os eventos esportivos estão abaixo listados:
- Campeonato Municipal de futebol de campo adulto
- População: atletas e comunidade em geral
- Público presente: 3.000 pessoas
- Campeonato Municipal de futebol de campo sub 17 a 20 (idade)
- População atendida: atletas e comunidade em geral
- Público: 600 pessoas
- Corrida Ciclística contra saudade em memória do atleta “Josimar”
- População: atletas e comunidade em geral
- Público: 300 pessoas
- Torneio do trabalhador
- População: funcionários, atletas e comunidade em geral
- Público: 600 pessoas (zona urbana e zona rural)
- Jogos Estudantis
- População: alunos e comunidade em geral
- Público: 10.000 alunos
- Campeonato de Motocross
- População: Pilotos locais, pilotos de outras cidades e comunidade em geral
- Público: 2.500 pessoas
- Circuito de Corrida de Aventura, II Etapa Pólo Tocantins
- População: Atletas locais e de vários estados, comunidade em geral
- Público: 2.000 pessoas
- Campeonato de futsal Carlos José Carvalho de Souza “CARLINHOS”
- População atendida: atletas e comunidade em geral.
- Público: 1.000 pessoas

72
- Copa Pitinga de futsal
- População atendida: atletas e comunidades circunvizinhas
- Público: 500 pessoas
- Torneio de futebol de campo em comemoração ao dia do funcionário público
- População: funcionários, atletas e comunidade em geral
- Público: 1.000 pessoas
- Trilha de Motocross de Breu Branco
- População: pilotos e comunidades em geral
- Público: 6.000 pessoas
Equipamentos e eventos de lazer
O município de Breu Branco possui algumas áreas de lazer, tais como a praia artificial situada
na sede municipal e praias no interior, entre elas: Praia das Crioulas, Praia das Três Torres,
Praia da Vila Muru, Praia da Vila Nazaré de Patos e Praia de Nova Jutaí, além do igarapé
Aratera e o balneário Califórnia. Além das praias, a cidade possui duas praças: Praça da Bíblia
com 13,6ha, com passeios públicos pavimentados, jardineiras e bancos, um mirante, além de
contar com quadras esportivas e de futebol de areia, bastante utilizadas pela população local; e
a praça da rodoviária (ainda em construção).
A cidade conta ainda com as seguintes áreas de lazer:
- Balneário São Francisco: com acesso pela Estrada do Muru, funciona o ano inteiro. Conta
com um quiosque que abriga um bar e restaurante e a maior movimentação ocorre nos
domingos e feriados, com música e dança no período entre 8:00h e 18:00h;
- Praia do Galvão: localizada a jusante do rio Tocantins, dentro dos limites do município de
Breu Branco, onde era o antigo acampamento da Construtora Queiroz Galvão. Funciona no
período entre junho a outubro, quando baixa o nível d’água do rio e formam-se as praias. No
local existem vários quiosques que funcionam como bar/restaurante, ativados somente no
período de verão;
No período de inverno, o lazer da população local se concentra na atividade de pesca vinculada
à estrutura do município de Tucuruí. A Prefeitura de Breu Branco pretende construir uma praia
artificial, nas imediações do bairro Novo Horizonte, às margens do reservatório, que deverá
funcionar o ano inteiro.
Os eventos mais significativos citados pela Secretaria de Cultura são:
- Rave Fest Som Automotivo (disputa de som, público de 3.000 pessoas);
- Luzes de natal, que consiste em ornamentar a cidade nas datas de natal e ano novo;

73
- Réveillon, que atrai o público da própria cidade e de cidades circunvizinhas, com
bandas, apresentações de danças e queima de fogos;
- Ruas de Lazer com atividades esportivas e culturais para entretenimento dos cidadãos.

4.5 JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

Dados da Secretaria Especial de Defesa Social da Polícia Militar do Pará, mais especificamente
do 13° Batalhão da Polícia Militar, informam que Breu Branco conta com uma delegacia geral,
um posto da Polícia Civil e três viaturas em estado precário (S 10, Toyota e Moto Honda). O
efetivo policial do município está descrito na Tabela 4.5.1.

Tabela 4.5.1
Efetivo Policial em Breu Branco – 2005
Posto/Graduação Quantidade
1º Tenente 1
Sub Tenente 1
3º Sargento 2
Cabos 17
Soldados 4
Total 25
Fonte: Secretaria Especial de Defesa Social/Polícia Militar do Pará/Comando de Policiamento Regional IV/13º BPM – Batalhão
Alcobaça

As ocorrências atendidas pela Polícia Militar em Breu Branco, nos meses de outubro a
dezembro de 2005 são mostradas na Tabela 4.5.2.

Tabela 4.5.2
Ocorrências Atendidas pela Policia Militar, por Tipificação – out/dez 2005
Tipificação Outubro Novembro Dezembro
Atentado violento ao pudor 1 - 2
Furto 5 6 7
Lesão corporal - 1 4
Tentativa de homicídio - - 3
Porte ilegal de armas - 1 1
Estupro - - -
Invasão de Domicílio - - 1

74
Tipificação Outubro Novembro Dezembro
Roubo 5 6 3
Homicídio 1 1 1
Outros delitos 19 18 61
Total 31 33 83
Fonte: Secretaria Especial de Defesa Social/Polícia Militar do Pará/Comando de Policiamento Regional IV/13º BPM – Batalhão
Alcobaça

O tempo médio de espera para atendimento policial, no caso de ocorrências, é de cinco a dez
minutos. Quando a ocorrência é na zona rural o atendimento torna-se mais difícil e demorado,
pois o efetivo de policiais e o número de viaturas são pequenos, ficando, ainda, a sede
desguarnecida. Diariamente são empregadas duas viaturas para atendimento de ocorrências
policiais, sendo que uma faz cobertura do centro comercial, onde há maior movimentação de
pessoas e bens, e a outra atende ocorrências nos demais bairros.

4.6 PROMOÇÃO SOCIAL

Em Breu Branco existem equipamentos voltados para o atendimento social, tais como a Casa do
Colono, a Casa dos Idosos, a Casa das Freiras e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Atualmente existem os conselhos de Assistência e Ação Social e de Direitos da Criança e do
Adolescente.
A Secretaria de Promoção Social e Trabalho de Breu Branco, lista os seguintes programas,
projetos e atividades desenvolvidas no âmbito da assistência social:
Programas Federais
- Projeto Reconstruindo o Bem-Estar do Idoso – Programa federal, operacionalizado pela
Secretaria de Promoção Social e Trabalho, destinado a 200 idosos acima de 60 anos.
Tem como objetivo assegurar os direitos sociais dos idosos, criando condições para
promover sua autonomia, integração e participação na sociedade, conforme preconizam
a Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) e a Política Nacional do Idoso.
- Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) – Programa federal,
operacionalizado pela Secretaria de Promoção Social e Trabalho, destinado a famílias
com crianças na faixa etária de 7 a 15 anos, envolvidos em atividades consideradas
como as piores formas de trabalho infantil (penosas, insalubres ou degradantes),
conforme regulamento da Portaria n° 20, de 13 de setembro de 2001, da Secretaria de
Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego. O programa conta com 160

75
crianças e adolescentes na jornada ampliada, devendo permanecer pelo prazo máximo
de 4 anos. Para receber a bolsa prevista no programa (R$ 25,00), as famílias têm que
assumir compromissos como: freqüência mínima das crianças e adolescentes na escola
e na jornada ampliada equivalente a 75% do período total; afastamento definitivo das
crianças e adolescentes menores de 16 anos do trabalho, e participação das famílias
nas ações socioeducativas e de ampliação e geração de renda que lhes forem
oferecidas.
- Programa Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano – Programa federal,
operacionalizado pela Secretaria de Promoção Social e Trabalho, destinado a
adolescentes na faixa etária de 15 a 17 anos em situação de risco e vulnerabilidade
social, visando ao desenvolvimento pessoal, social e comunitário. Proporciona
capacitação teórica e prática, por meio de atividades que não configuram trabalho, mas
que possibilitem a permanência do jovem no sistema de ensino, preparando-o para
futura inserção no mercado de trabalho. Atualmente existem 25 jovens, que devem
permanecer no programa por 12 meses, recebendo uma bolsa no valor de (R$ 65,00).
- Programa Bolsa Família – É um programa federal de transferência de renda destinado
às famílias em situação de pobreza, com renda per capita de até R$ 100,00 mensais. O
Bolsa Família unificou todos os benefícios sociais (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação,
Cartão Alimentação e o Auxílio Gás) do governo federal em um único programa. Em
2005, estavam cadastradas no município, 2.521 famílias, sendo 1.495, na zona urbana e
1.026, na zona rural.
Projetos Municipais
- Projeto Criança é o Futuro – É um Projeto da Prefeitura Municipal de Breu Branco em
parceria com a Camargo Correia Metais (CCM), operacionalizado pela Secretaria de
Promoção Social e Trabalho. Tem como objetivo promover a inclusão social de famílias
em situação de risco, focando o atendimento de crianças e adolescentes sujeitas ao
trabalho infantil, delinqüência, ociosidade, abandono material e psicológico. Atualmente
o projeto conta com 70 crianças e adolescentes, na faixa etária de sete a quinze anos,
envolvendo também seus responsáveis diretos. A permanência no Projeto é de três
anos.
- Projeto Vir a Luz – Projeto municipal destinado a gestantes com renda per capita inferior
a ¼ do salário mínimo. Para participar é necessário apresentar o cartão de
acompanhamento pré-natal, sendo, também, verificadas das condições
socioeconômicas. Como parte do programa são realizadas palestras sobre
planejamento familiar, cuidados na gestação, DST/AIDS e sobre relações familiares e
responsabilidade da maternidade e paternidade. É também cedido um enxoval.

76
Atividades de Promoção Social
- Sistema Nacional de Emprego (SINE) – atendimento realizado a pessoas que procuram
emprego, onde são realizados cadastros e seleções para vagas de emprego nas
empresas locais.
- Posto de Identificação – solicitação de 1ª e 2ª via de documentos (Identidade) e 2ª via
de Registro de Nascimento.
- Benefícios do INSS – atendimento realizado a pessoas que necessitam requerer
benefícios sociais junto ao INSS: aposentadoria rural, benefício de prestação
continuada, aposentadoria por invalidez entre outros.
- Plantão Social – realizado por assistentes sociais que atendem situações emergenciais
(cesta básica, auxílio-funeral, auxílio-transporte, auxílio-documentos, entre outros),
atendimento a crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual,
atendimento a adolescentes infratores, situação de violência doméstica (principalmente
em relação a crianças, adolescentes e mulheres), idosos vítimas de abandono, maus
tratos e negligência, encaminhamento para o INSS para avaliação pericial, atendimento
a pessoas deficientes para concessão de órteses e próteses e requisição para Passe
Livre Interestadual.

4.7 SAÚDE

As condições de saúde em Breu Branco estão diretamente relacionadas às condições históricas


da sua formação (a construção da UHE Tucuruí na década de 70 e a instalação da segunda
etapa da UHE Tucuruí, no final da década de 90), à infra-estrutura instalada e ao ecossistema
local.
Em 1999, em decorrência do início da segunda etapa das obras da UHE Tucuruí, foi implantado
amplo programa de educação em saúde, vigilância epidemiológica e apoio às ações de
prevenção e controle de doenças. Este programa tem monitorado o perfil epidemiológico de
Breu Branco e apoiado medidas necessárias para a prevenção e o controle de doenças. Mas, de
maneira geral, os serviços de saúde de Breu Branco, a exemplo de todos os municípios de
montante da UHE Tucuruí, são bastante deficientes. Há carência de recursos financeiros, infra-
estruturais e humanos.
São fenômenos comuns à região da UHE Tucuruí e, conseqüentemente de Breu Branco, os
fluxos migratórios e as mudanças ambientais, cujas repercussões são:
- aumento desordenado da população;

77
- incremento acentuado das invasões urbanas e rurais e das ilhas do reservatório da UHE
Tucuruí;
- aumento da leishmaniose tegumentar, em Breu Branco, pelo incremento da atividade
rural;
- aumento das doenças de veiculação hídrica como diarréia e hepatite, por incremento da
população vivendo sem saneamento básico;
- introdução da leishmaniose visceral em Breu Branco;
- introdução de dengue clássico com epidemia explosiva e posterior endemização;
- formação de contingente de milhares de susceptíveis ao dengue hemorrágico;
- aumento acentuado da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Abaixo a lista de programas de saúde existentes em Breu Branco, segundo informações da
Secretaria de Saúde, em 2005.
- Agente Comunitário de Saúde;
- Farmácia Básica;
- Nacional de Imunização;
- Controle do Câncer Cérvico-Uterino;
- Combate a Carências Nutricionais;
- Controle da Tuberculose;
- Assistência Materno-infantil;
- Controle de Infecção respiratória Aguda;
- Controle de Doenças Diarréicas Agudas;
- Vigilância Epidemiológica;
- Doenças Sexualmente Transmissíveis;
- Saúde Bucal;
- Controle da Hanseníase;
- Saúde da Família.
Quanto às unidades de saúde, incluindo leitos hospitalares e demais equipamentos de
assistência médica, a situação é a seguinte: existe uma unidade mista de saúde, com 19 leitos
distribuídos entre obstetrícia (cinco), pediatria (sete), clinica médica (cinco) e cirurgia (dois). O
município dispõe também de sete postos de saúde na zona rural, duas unidades da família na
zona urbana e uma na zona rural.
No que diz respeito a equipamentos possui um aparelho de raios-X de 500a (não está ainda em
funcionamento por falta do espaço físico), um aparelho de ultra-sonografias, colposcópio,
detector fetal, incubador, aspirador, nebulizador, gabinete odontológico completo,
fotopolimerizador, raios-X odontológico.
Os profissionais de saúde disponíveis em Breu Branco constam da tabela abaixo.

78
Tabela 4.7.1
Profissionais da Saúde em Breu Branco – 2005
Nível de Escolaridade Categoria Profissional Número
Superior Médico 4
Enfermeiro 3
Odontólogo 1
Médio e Fundamental Ténico/auxiliar de enfermagem 6
Técnico de Laboratório 1
Agente Comunitário (PACS) 18
Agente Endemias 19
Total 52
Fonte: Secretaria de Saúde de Breu Branco

Em termos de divisão territorial para o atendimento de saúde, o quadro é o seguinte:


- unidade mista de saúde de Breu Branco atende à população dos bairros Centro, Bela
Vista, Continental, Novo Paraíso e Felicidade, bem como a zona rural;
- unidade de saúde da família da Conquista atende à população dos bairros Conquista,
Liberdade e Santa Catarina;
- unidade de saúde da família do Novo Horizonte atende à população dos bairros Novo
Horizonte e Japonês;
- unidade de saúde da família de Nossa Senhora dos Remédios atende à população das
localidades de Vila dos Remédios, Café Brasil, Monte Alegre, Acarari e Roça Comprida;
- cada posto atende suas respectivas localidades em Muru, Nazaré de Patos, Placa, Moju,
Jutaí, Quatro Bocas e Areal.
Os dados cedidos pela Secretaria de Saúde do município, relacionados aos óbitos de residentes
ou ocorridos em Breu Branco, segundo grupos de causas, estão dispostos nas Tabelas 1 e.2, do
Anexo 8 – Socioeconomia.
As causas de óbito refletem, entre outras coisas, o nível de saúde da população e a qualidade
dos serviços oferecidos. Em Breu Branco, de acordo com informações Banco de Dados do
Sistema Único de Saúde (DataSUS), em 2005, a maioria dos óbitos foi proveniente de causas
externas, representando 26% do total.
As mortes por causas externas ocorrem com mais freqüência em regiões de fronteira ou em
áreas de grande fluxo migratório, como é o caso da região de Tucuruí, onde está inserido Breu
Branco. Nestas áreas o estabelecimento de uma rotina de ordem e controle social é dificultada
pela ausência de relações duradouras e tradicionais entre as pessoas (parentesco, amizade,
compadrio). Segue lista com alguns motivos mais recorrentes, em geral, de mortes por causas
externas.

79
- Acidentes de Trânsito
- Agressão por Arma de Fogo
- Queda
- Lesão por Objeto Pérfuro-Cortante
- Agressão por Arma Branca
- Espancamento
- Estrangulamento
- Queimadura
- Soterramento
- Agressão por animais/insetos
- Procedimento Cirúrgico/Anestésico
- Afogamento
Os óbitos por causas mal definidas representam 25% do total. Uma em cada quatro pessoas
que morrem em Breu Branco, não tem a causa definida. Isto é decorrente, basicamente, de três
motivos:
- óbitos sem assistência médica, por dificuldade de acesso aos serviços
- registros inadequados por displicência do profissional que atendeu
- falta de esclarecimento da causa por falta de diagnósticos eficientes
26
No que diz respeito ao coeficiente de mortalidade infantil , em 2000 foi de 42,9 por 1.000
crianças nascidas vivas em Breu Branco. Numa comparação, o coeficiente de mortalidade
infantil para o Brasil, em 1999, foi de 37 por 1.000 nascidos vivos, ou seja, para cada 1.000
27
crianças nascidas em 1999 no Brasil, 37 morreram. Em 2003 este número decresceu
sensivelmente em Breu Branco, chegando a 14,9 mortes por cada 1.000 crianças nascidas
vivas. É importante considerar, contudo, que essa queda na taxa de mortalidade infantil, de 2000
para 2003 pode representar simplesmente problemas de sub-registro do dado, algo que ocorre
frequentemente nas regiões mais pobres do Brasil.
As doenças de notificação compulsória são aquelas cuja ocorrência de determinado agravo à
saúde ou surto, é feita às autoridades sanitárias, por profissionais de saúde ou qualquer
cidadão, visando à adoção das medidas de intervenção pertinentes. A Tabela 4.7.2 mostra as
doenças de notificação compulsória ocorridas em Breu Branco, em 2005.
A síndrome de corrimento cervical foi a doença de notificação compulsória que mais ocorreu em
Breu Branco, no ano de 2005, totalizando 498 casos. Pode estar associada a Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST), especialmente a gonorréia.

26
Este coeficiente é obtido pelo número de óbitos de menores de um ano de idade, em determinado período e local, divididos
pelo número de nascidos vivos desta mesma localidade e ano, expresso por mil nascidos vivos. Teoricamente, altas taxas de
mortalidade infantil refletem baixos níveis de saúde, de desenvolvimento socioeconômico e de condições de vida.
27
Informação disponível em http://www.saude.rj.gov.br/Guia_sus_cidadao/pg_16.shtml, acesso em 05/02/2006

80
A segunda maior ocorrência foi o atendimento anti-rábico, com 311 casos. Trata-se de
atendimento a pessoas que foram feridas por cães, principais fontes de transmissão de raiva
para humanos.
Por fim, estão os casos de hanseníase que totalizaram 102. Vale lembrar que a hanseníase é
uma doença causada por uma infecção crônica do Microbacterium de Hansen, que compromete
principalmente os nervos periféricos superficiais e a pele. Suas principais causas estão
associadas à falta de higiene e má alimentação.

Tabela 4.7.2
Agravos de Notificação Compulsória Notificados SINAN – 2005
Agravo Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Tot
Tuberculose 2 1 1 1 1 2 1 1 3 1 0 0 14
Hanseníase 11 7 8 10 6 8 6 12 10 9 8 7 102
Sífilis 7 1 6 2 4 4 7 2 1 0 1 0 35
Herpes Genital 2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3
Condiloma Acuminado 5 3 2 1 3 0 2 3 2 0 0 0 21
Dengue 12 20 41 3 3 2 0 0 0 0 0 0 81
Hepatite Viral 8 18 17 6 5 5 2 2 1 1 3 2 70
Leishmaniose Visceral 2 1 0 0 1 0 0 0 1 0 2 1 8
Leishmaniose Teg 10 5 10 4 4 3 0 4 7 12 5 5 70
Americana
Esquistossomose 1 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 3
Meningite 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Síndrome da Ulcera Genital 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Síndrome do Corrimento 83 44 23 5 2 48 122 145 15 11 0 0 498
Cervical
Síndrome do Corrimento 2 1 2 1 3 2 1 3 0 0 0 0 15
Uretral
Atendimento Anti-Rábico 17 13 20 22 23 36 32 42 31 22 24 29 311
Acidente Animais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Peçonhentos
Total 163 114 130 58 56 110 173 214 71 57 45 44 1235
Fonte: Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) Breu Branco

Entre as doenças da região, a malária é a mais significativa endemia. De 1991 a 2000, foram
registrados na região a montante da barragem de Tucuruí 176 mil casos de malária, destes, 11%
ocorreram em Breu Branco.

81
Já a dengue, causada pelo Aedes aegypti, mosquito vetor não apenas da dengue, mas da febre
amarela urbana, está amplamente disseminada na região de Breu Branco: no início de 2000
foram notificados mais de 100 casos suspeitos de dengue entre Breu Branco e Tucuruí.
Atualmente algumas medidas de controle foram intensificadas na região, carecendo revisão nos
números de ocorrência da doença.
Outra doença que chama a atenção é a hepatite, tendo sido registrados 30 casos em Breu
Branco, entre 1995 e 2000, o que corresponde a 26% de todos os casos registrados no período
entre os municípios a montante da UHE Tucuruí.
Encontram-se presentes em Breu Branco também as doenças sexualmente transmissíveis. A
partir de 1999, em virtude dos levantamentos realizados pelo Núcleo de Vigilância
Epidemiológica – Nuve e pelo Centro de Aconselhamento e Testagem Anônima de HIV, doenças
como a vaginite por Gardnerella vaginalis, a tricomoníase e a gonorréia passaram a ser
diagnosticadas. Para se ter uma idéia, em 1999, foram notificados 57 casos de DST, em Breu
Branco. Com a implantação do Nuve, em 2000, foram notificados 1.045 casos, o que significou
um incremento de 1.800%.
As campanhas de vacinação que ocorrem regularmente são: as do idoso; e multivacinação para
crianças menores de cinco anos e mulheres em idade fértil. Além disso, ocorre a campanha de
vacinação contra raiva animal. O município conta com o trabalho da vigilância sanitária,
implantado conforme Lei n° 390/05. A vigilância exerce ações de orientação, fiscalização,
cadastramento de estabelecimentos, expedição de licença de funcionamento.

82
5 ASPECTOS INSTITUCIONAIS

5.1 ESTRUTURA DA GESTÃO MUNICIPAL

A estrutura administrativa da Prefeitura Municipal, regulada pela Lei n° 368/2005, é composta


pelas Secretarias Municipais e pelos demais órgãos subordinados diretamente ao Prefeito
Municipal, sendo organizada em três níveis: Nível de Execução Supervisão e Coordenação
Superior, composto pelo Gabinete do Prefeito e Procuradoria e Controles Internos; Nível de
Execução Setorial; e Nível de Execução Intermediária, onde se localizam os diversos
departamentos vinculados às Secretarias.
- Gabinete do Prefeito
- Procuradoria e Controles Internos – Procin.
Tem por atividade básica patrocinar os feitos de natureza jurídica e fiscal de interesse do
município.
- Secretaria Municipal de Administração – Semad.
Responsável pela administração de recursos humanos e recursos materiais.
- Secretaria Municipal da Fazenda – Sefaz.
Entre outras atividades é responsável pela elaboração e execução da programação
orçamentária e financeira, administração fiscal e contábil.
- Secretaria Municipal de Educação – Semed.
Executar as atividades educacionais no município, especialmente as relativas ao pré-escolar,
ensino fundamental e ensino especial.
- Secretaria Municipal de Cultura, Desporto e Lazer – Seculd.
Promover a manutenção das atividades culturais desenvolvidas pelo município.
- Secretaria Municipal de Saúde – Semus.
Sua atividade básica é planejar, prestar e fiscalizar o atendimento médico-ambulatorial
preventivo, curativo e de urgência.
- Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Econômico – Semad.

83
Coordena a política de desenvolvimento econômico do município, tendo como pressuposto
básico a harmonização com o meio ambiente.
- Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo – Semob.
Responsável pelo desenvolvimento urbano, iluminação pública, estudos, projetos e execução de
obras públicas, pavimentação de estradas e de vias urbanas, licenciar e fiscalizar as obras de
particulares e a coleta e disposição de resíduo sólidos.
- Secretaria Municipal de Promoção Social e Trabalho – Seprot.
Realiza atividades de assistência e promoção social à população carente, articulando-se com
representações da sociedade civil.
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento – Semasa.
Responsável pela promoção e proteção ambiental do município, executando ou apoiando as
ações que visem à proteção da fauna e da flora e o combate a todas as formas de poluição.
Planejar e executar os serviços de saneamento em geral, com ênfase para o sistema de esgoto
sanitário.
- Secretaria Municipal de Transportes – Semut.
Responsável pela execução de obras de implantação e pavimentação de estradas e de vicinais,
execução de obras de manutenção de estradas e de vicinais, e pela infra-estrutura de transporte
e segurança no trânsito.
- Composição do quadro de pessoal
Conforme dados de 2003, a administração direta contava com um total de 1.133 funcionários
ativos, dos quais 1.125 estatutários.
- Informatização da Administração
A Administração Municipal conta com um centro de processamento de dados que interliga o
gabinete do Prefeito e todas as Secretarias. Estão informatizadas as áreas de tributos;
contabilidade; folha de pagamento; saúde; assistência social; e educação, com a interligação de
todas as escolas, inclusive as rurais.

5.2 LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DO MUNICÍPIO

A legislação tem um papel fundamental no desenvolvimento municipal, pois, balizado por ela o
município faz o planejamento de suas ações e de investimentos, gastos e arrecadação.

84
Lei Orgânica do município
A Lei Orgânica do município contempla um conjunto de leis básicas que define a estrutura e a
organização municipal para o fiel desempenho de suas funções. Ela funciona como uma espécie
de constituição municipal.
Para o processo de elaboração e implementação do Plano Diretor, merecem destaque os
seguintes pontos da Lei Orgânica:
- É competência privativa do município prover a tudo quanto diga respeito ao seu peculiar
interesse e ao bem-estar de sua população, cabendo-lhe, privativamente, entre outras, as
seguintes atribuições: planejar o uso e a ocupação do solo, em seu território, especialmente
em sua zona urbana; estabelecer normas de edificação, loteamento, arruamento e
zoneamento urbano, bem como, as limitações urbanísticas convenientes à ordenação do
seu território, proibindo o que não obedecer às normas previstas; exigir, na forma da lei, do
proprietário do solo urbano não edificado, subtilizado ou não utilizado, que, sob as penas da
lei, promova seu adequado aproveitamento. Estabelece ainda que as normas de loteamento
e arruamento deverão exigir reservas de áreas destinadas a zonas verdes e demais
logradouros públicos, bem como de vias de tráfego e de passagens de canalização pública,
de esgoto e de águas pluviais nos fundos dos vales.
- O Capítulo da Política Urbana estabelece, no Art. 159, que o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade, a garantia do bem-estar de sua população e o cumprimento da
função social da propriedade, objetivos da política urbana executada pelo Poder Público,
serão assegurados mediante:
- formulação e execução do planejamento urbano;
- cumprimento da função social da propriedade;
- distribuição espacial adequada da população, das atividades socioeconômicas, da infra-
estrutura básica e dos equipamentos urbanos comunitários;
- integração e complementaridade das atividades urbanas e rurais, no âmbito da área
polarizada pelo município; e
- participação comunitária no planejamento e controle da execução de programas que
lhes forem pertinentes.
- O artigo 161, define que a aprovação de loteamento somente se considerará definitiva
quando o loteador tiver completado a implantação da infra-estrutura de serviço públicos
essenciais, inerentes às vias públicas: pavimentação asfáltica, iluminação pública, rede de
abastecimento de água, esgoto sanitário e meio-fio. Estabelece ainda que é vedado à
Prefeitura, sob pena de responsabilidade, aprovar projeto de edificação ou conceder “habite-
se” à edificação em loteamento não aprovado definitivamente. Nas áreas definidas pelo

85
Plano Diretor como setores especiais, para o efeito de loteamento de interesse social, a
infra-estrutura mínima exigível será a de rede de abastecimento de água, de esgoto
sanitário e outros serviços públicos essenciais, a serem indicados pela Prefeitura.
- O Capítulo III refere-se à Política Rural, estabelecendo que o município assistirá os
trabalhos rurais e suas organizações legais, procurando proporcionar-lhes, entre outros
benefícios, saúde e bem-estar social, devendo ser estabelecida uma política de
desenvolvimento rural municipal, tendo por objetivo orientar e direcionar a ação do Poder
Público Municipal no planejamento e na execução das atividades de apoio à produção,
comercialização, transporte e abastecimento de insumos e produtos. Para operacionalizar
esta Política deverá ser criado, por lei, um Conselho Municipal de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, com representantes de produtores, trabalhadores rurais.
- O Capítulo da Política Minerária, Hídrica e Vegetal estabelece que a exploração de jazidas
ou depósitos de bens minerais, de emprego na construção civil e indústrias de qualquer
natureza, bem como de mata inativa, somente será autorizada pelo Poder Público Municipal
com licenciamento ambiental, mediante avaliação dos efeitos socioeconômicos e ambientais
da atividade. A avaliação que antecede o licenciamento (Estudo de Impacto Ambiental –
EIA) terá por base o zoneamento ecológico econômico do município.
É também definido, neste mesmo capítulo da Lei Orgânica, que o material necessário para
construção ou reforma de estradas vicinais nos limites do município, tais como, areia, seixo,
argila e cascalho, poderão ser retirados de qualquer propriedade rural, sendo assegurada
indenização ao proprietário, apenas pelas benfeitorias atingidas ou danificadas na abrangência
da jazida ou no acesso até a ela, o que será devidamente avaliado pela Comissão Permanente
de Finanças e Orçamentos da Câmara Municipal. Estabelece também que lei específica definirá
a cobrança de taxas pela retirada, por empresas privadas, desse material e de outros minerais
do município.
- O Título VII trata do turismo no município. O Art. 182 estabelece que o Poder Municipal
promoverá e incentivará o turismo, de forma integrada com a iniciativa privada, como fator
de Desenvolvimento Social e Econômico, adotando uma política que proporcione amplas
condições para o incremento do setor, compatibilizando a exploração dos recursos turísticos
com a preservação dos ecossistemas e com a proteção do patrimônio ecológico e histórico-
cultural do município, observadas as seguintes diretrizes e ações:
- criação de infra-estrutura econômica para o gerenciamento do setor;
- regulamentação do uso, ocupação e fruição dos bens naturais e culturais de interesse
turístico;
- apoio a programas de orientação do turismo e ao desenvolvimento de projetos turísticos
do município;

86
- incentivo ao turismo para a população, através de eventos culturais, esportivos e
estímulo à produção artesanal;
- criação do Conselho Municipal, integrado por representantes dos setores público e
privado, para implantação e acompanhamento de programas de desenvolvimento do
turismo.
- A ordem social, assunto do Título VII, trata da saúde, saneamento, meio ambiente,
previdência e assistência social; família, criança, adolescente, idoso e do deficiente; da
educação, cultura, do esporte e do lazer; e da mulher.
Neste Título merecem destaque entre outros:
- Deverá ser criado um Fundo Municipal de Saúde, que será administrado pela Secretaria
Municipal de Saúde, órgão de comando do Sistema Único de Saúde no âmbito
municipal, tendo o Conselho Municipal de Saúde como órgão de acompanhamento e
fiscalização na destinação e aplicação de verbas.
- Os munícipes têm direito aos serviços de saneamento, incluindo-se, entre outros, o
abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a drenagem urbana, a coleta e a
destinação final dos resíduos sólidos, controle de vetores transmissíveis de doenças,
bem como todas as atividades relevantes para a promoção e garantia da qualidade de
vida da população
- É dever do poder público municipal, garantir a infra-estrutura de saneamento básico,
previamente a qualquer serviço de pavimentação de vias urbanas. O não cumprimento
deste dispositivo implicará em crime de responsabilidade, com as sanções previstas em
lei.
- A coleta de lixo domiciliar far-se-á com a separação do lixo reciclável e seu
aproveitamento, sendo a parte não aproveitável destinada a aterros sanitários. É, ainda,
definido que todas as vias e logradouros públicos da cidade, assim como as praias
destinadas ao lazer da população, terão seu lixo recolhido, no máximo, a cada dois
dias.
- Os esgotos, deverão ser lançados em lagos de oxidação, sendo vedada a abertura de
fossas em nível superior ao dos poços e a menos de quinze metros de distância entre
eles.
- Em áreas residenciais do município não poderão ser implantadas indústrias e outros
agentes comprovadamente poluidores, devendo-se observar:
- a existência de áreas específicas para a implantação dessas atividades; e

87
- obrigatoriamente deverão ser instalados filtros e outros mecanismos técnicos a fim de
conservar e preservar o meio ambiente.
h) É proibido o lançamento ou liberação de poluentes no ar, no solo, no subsolo e nas águas
superficiais. As fontes degradantes do meio ambiente ficam obrigadas a possuir equipamentos
ou sistema de controle da poluição e a adotar medidas de segurança para evitar os riscos ou a
efetiva poluição das águas, do ar, do solo ou subsolo, assim como outros efeitos indesejáveis ao
bem estar.
Legislação de Ordenamento Territorial e Urbano
Perímetro Urbano
A Lei n° 160/02 dispõe sobre a delimitação da zona urbana, na sede do município.
A definição do Perímetro Urbano, de exclusiva competência municipal e definidora da área
urbana do município é instrumento de suma importância. Os limites oficiais entre as áreas
urbanas e rurais, definem as áreas de cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU e
do Imposto Territorial Rural – ITR.
Leis de Parcelamento do Solo e de Zoneamento.
A Lei n° 128/00 dispõe sobre o parcelamento, uso e ocupação do solo urbano, assuntos tratados
na mesma lei, em Títulos diferentes.
Abairramento e classificação do Sistema Viário Urbano
A Lei n° 260/03, estabelece o abairramento da sede do município, dividindo-o em sete bairros –
Novo Horizonte, Japonês, Centro, Bela Vista, Novo Paraíso, Continental e Felicidade. Esta
mesma Lei define ainda os limites dos bairros e classifica nominalmente todas as vias urbanas
divididas em avenidas, ruas e travessas.
Dá nomes às vias e logradouros públicos do município.
Código de Obras
Lei 020/93 dispõe sobre as construções no município, no que se refere à construção, reforma,
demolição ou acréscimo, de iniciativa pública ou privada.
Legislação de Saúde Pública e Polícia Administrativa
Código de Vigilância Sanitária – Lei n° 390/05
Legislação que regula as ações de vigilância sanitária sobre prédios, instalações, equipamentos,
produtos naturais ou industrializados, locais e atividades que, direta ou indiretamente, possam
produzir casos de agravos à saúde pública ou individual. Esta lei revoga parte do que dispõe o
Código de Posturas, lei n° 014/93, referente à fiscalização sanitária.

88
Código de Posturas – Lei n° 014/93-GP
Esta Lei contém medidas de polícia administrativa a cargo do município em matéria de higiene
pública, costumes locais e funcionamento dos estabelecimentos industriais, comerciais e
prestadores de serviços, estatuindo as necessárias relações entre o poder público local e os
munícipes.
O Capítulo II desta Lei trata da proteção ambiental, sendo o único instrumento legal a se referir
explicitamente a esta matéria.
Código Tributário
Aprovado pela Lei n° 273/03, o Código Tributário do Breu Branco dispõe sobre fatos geradores,
incidências, contribuintes, responsáveis, bases de cálculo, alíquotas, lançamentos e
arrecadação de cada tributo, disciplinando a aplicação de penalidades, a concessão de isenções
e administração tributária.

5.3 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

Órgãos de Participação e Representação


Os órgãos colegiados que ensejam a participação popular na gestão de políticas públicas, estão
abaixo relacionados.
- Conselho Municipal do Bem-estar Social (Lei n° 017/93 modificada pela Lei n° 022/94). Esta
mesma lei promove a criação do Fundo Municipal do Bem-estar Social.
- Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Conselho Tutelar (Lei n°
326/04, revoga a Lei n° 054/97 e é modificada pela Lei n° 378/05).
- Conselho Municipal de Saúde (Lei n° 027/94, modificada pela Lei n° 090/98)
- Conselho Integrado de Justiça e Segurança
- Conselho Municipal de Educação
- Conselho Municipal de Alimentação Escolar (Lei n° 039/95)
- Conselhos Escolares, em número de 16, nas escolas do município e Conselho Municipal de
Acompanhamento do Fundef
- Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável Rural (Lei n° 052/97, modificada pela
Lei n° 167/02)

89
- Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Lei n° 063/97)
- Conselho Municipal de Turismo (Lei n° 086/97)
Plano Plurianual – PPA
O Plano Plurianual obrigatório para os municípios, tem a duração de quatro anos. É responsável
pela projeção do planejamento e investimento do governo neste período. Ao entrar no exercício
do mandato, o prefeito deve encontrar um Plano em vigência, desde o prefeito anterior, e deve
segui-lo no seu primeiro ano de mandato. Ao longo deste primeiro ano, o prefeito deverá
formular um novo Plano, a ser aprovado pela Câmara Municipal, que vigorará a partir do
segundo ano de seu mandato, pelos próximos quatro anos.
O Plano Plurianual será também importante, para o município, na posterior elaboração da Lei de
Diretrizes Orçamentárias e da Lei de Orçamento Anual, visto que ambas devem seguir os
objetivos traçados no Plano, sendo vedada a sua contrariedade.
As ações propostas pelo Plano Diretor, obrigatoriamente, deverão constar do PPA.
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO
A Lei de Diretrizes Orçamentárias é o instrumento legal que estabelece as linhas gerais a serem
observadas na administração dos recursos disponíveis no orçamento municipal. Deve estar
baseada no Plano Plurianual de Investimentos e servir de instrumento auxiliar para a elaboração
da Lei de Orçamento Anual. A Lei de Diretrizes Orçamentárias trata das questões orçamentárias
mais gerais, enquanto as questões mais específicas são tratadas pela Lei de Orçamento Anual.
Lei de Orçamento Anual – LOA
A Lei de Orçamento Anual também é obrigatória e deve ser elaborada todo ano para aplicação
no ano subseqüente. Ela discrimina as receitas e as despesas previstas para o ano seguinte e,
em princípio, orienta o município como dispor de seus recursos financeiros. Deve seguir as
diretrizes traçadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e no Plano Plurianual de Investimentos,
aprovados na Câmara Municipal.

5.4 TERCEIRO SETOR

O município conta com mais de cinqüenta associações ligadas ao meio rural, sindicatos de
trabalhadores, diferentes confissões religiosas, entidades estudantis, associações patronais, que
compõem as forças da sociedade civil organizada do município.

90
5.5 FINANÇAS MUNICIPAIS

5.5.1 Análise da Receita

A Receita e a Despesa do município foram analisadas nos exercícios 2003, 2004 e 2005, a partir
dos Balanços Gerais.
A Tabela 5.4.1 apresenta uma análise da receita municipal, mostrando que a receita total da
Prefeitura Municipal, em 2003, foi R$ 16.839.823,60, passando a R$ 19.872.547,79, em 2004,
chegando a R$ 25.055.965,27, em 2005, ou seja, teve um aumento da ordem de 50%.
Neste período, a receita própria passou de 14,7% da receita bruta para 7,4% e as transferências
correntes passaram de R$ 14.413.228,36 para R$ 24.588.624,42, o que corresponde a 91,9%
da receita bruta.
No componente das receitas próprias, as receitas tributárias, maior fonte de receita municipal,
mantiveram-se na ordem de 4% da receita bruta.

Tabela 5.4.1
Análise da Receita
Ano
Especificações 2003 2004 2005
R$ % R$ % R$ %
Receita Total (A)+(B)-(C) 16.839.823,60 19.872.547,79 25.055.965,37
Receita Bruta (A)+(B) 17.992.250,32 100,00 21.338.241,80 100,0 26.741.908,21 100,0
A. Receitas Correntes 17.057.426,34 94,8 21.020.639,80 98,5 26.574.258,19 99,4
1 Receitas Tributárias 720.819,38 4,0 870.578,23 4,1 1.297.241,00 4,9
1.1 Impostos 647.978,86 1.236.128,76
1.2 Taxas 72.840,52 61.112,24
2 Receitas de Contribuições 520,00 364.236,32
3 Receitas Patrimoniais 17.457,75 11.427,00 59.508,88
4 Receita de Serviços 497,43 178.919,09 264.647,57
5 Outras Receitas Correntes 1.905.959,42 62.712,99 0,00
5.1 Indenizações/utilização dos rec. hídricos 1.810.389,49 0,00
5.2 Outras 95.069,93 0,00
Receita Própria(1)+(2)+(3)+(4)+(5) 2.644.733,98 14,7 1.124.157,31 5,3 1.985.634,53 7,4
6 Transferências Correntes 14.413.228,36 80,1 19.896.482,49 93,2 24.588.624,42 91,9

91
Ano
Especificações 2003 2004 2005
R$ % R$ % R$ %
6.1 Intergovernamentais 15.412.774,88 24.447.426,42
6.1.1 União 6.978.970,08 13.098.534,00
6.1.2 Estado 2.909.355,34 3.417.576,87 4.153.598,50
6.1.3 Multigovernamentais 5.524.449,46 5.976.761,43 7.196.293,16
6.2 Transferências de Convênios 152.844,20 141.198,00
B. Receitas de Capital 934.787,98 5,2 317.602,00 1,5 167.650,82 4,9
1 Operações de Crédito
2 Alienação de Bens
3.Transferência de Capital 934.787,98 317.602,22 167.650,82
3.1Transferência de Convênios da União 615.322.98 205.639,92 117.650,82
3.2 Transferência de Convênio dos Estados 319.465.00 111.962,30 50.000,00
4 Outras Receitas de Capital 0,00 0,00 0,00
5 Amortização de Empréstimos 0,00 0,00 0,00
6 Outras Receitas de Capital 0,00 0,00 0,00
C. Deduções da Receita Corrente -1.152.390,72 -1.465.694,01 -1.685.942,84

5.5.2 Análise da Despesa

A Tabela 5.4.2 abaixo, mostra as despesas por função, no período 2003-2005.


Verifica-se certa estabilidade nos gastos neste período, com destaque para administração,
saúde e educação, cujos valores em conjunto correspondem a mais de 70% das despesas
municipais. O restante das despesas, incluindo os investimentos em infra-estrutura, gestão
ambiental, cultura, esporte e lazer são de pequena monta.

92
Tabela 5.4.2
Análise da Despesa
Função 2003 (R$) % 2004 (R$) % 2005 (R$) %
Legislativa 560.657,90 3,086 623.232,46 2,882 776.145,86 3,088
Administração 3.063.254,95 16,864 3.578.881,55 16,554 4.085.787,17 16,256
Segurança Pública
Assistência Social 388.766,31 2,140 1.134.606,89 5,248 1.257.895,76 5,004
Previdência Social
Saúde 3.016.896,94 16,609 4.202.185,63 19,437 4.420.029,49 17,586
Trabalho
Educação 8.140.402,89 44,816 8.728.940,93 40,376 9.742.294,92 38,793
Cultura 4.018,00 0,022 16.003,75 0,074 66.044,62 0,262
Urbanismo 569.063,60 3,132 341.126,06 1,577 707.901,53 2,816
Habitação 274.078,52 1,267 5.410,00 0,021
Saneamento 65.074,25 0,301 1.050.487,97 4,179
Gestão Ambiental 1.079.385,87 5,942 1.085.737,81 5,022 0,00
Agricultura 698.029,06 3,842 699.487,98 3,235 778.990,77 3,099
Indústria
Comércio e Serviço 53.608,20 0,295 240.798,33 1,113 12.421,19 0,049
Comunicações
Transporte 1.635.104,83 6,505
Desporto e Lazer 3.732,00 0,020 12.513,00 0,057 19.457,10 0,077
Encargos Especiais 585.983,96 3,226 616.096,02 2,849 439.562,90 1,748
Reservas de Contingência
Total 18.163,799,68 100,0 21.618.763,18 100,0 25.132.950,61 100,0

93
6 DINÂMICA ECONÕMICA

6.1 AGRICULTURA E PECUÁRIA

O município conta hoje com 22 associações de produtores rurais, com média de vinte sócios
cada uma, onde são desenvolvidos projetos de agricultura familiar por meio do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf.
Os projetos do Pronaf são, na agricultura, produção de pimenta do reino, café, mandioca, cacau,
cupuaçu, maracujá e banana; e na pecuária, criação de gado leiteiro e de gado de corte. Todos
são elaborados e fiscalizados pela Emater.
Os projetos mais relevantes atualmente são os de criação de gado e os de cultivo de pimenta do
reino. No período de 2005/06 a Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento
Econômico (Semade) vem implantando, juntamente com produtores interessados, a cultura do
açaí e reforçando a cultura do maracujá, a criação de pequenos animais e a agricultura de
subsistência. A Semade busca ainda a parceria da Embrapa, Sagri – Secretaria Executiva de
Agricultura do Pará, Ministério da Agricultura e Nova Amafruta, para capacitação de
funcionários, técnicos e produtores rurais.
Apesar de a agricultura ter o seu destaque na economia, é preciso lembrar que a produção é
quase toda feita manualmente, ocorrendo, assim, baixa taxa de produtividade para os pequenos
produtores, sendo grande parte da produção consumida pela população. Poucos produtos são
vendidos para os municípios vizinhos. Entretanto os grandes produtores fazem plantios
mecanizados, com correção do solo de acordo com indicações da Embrapa-Belém, conseguindo
assim alta produtividade e boa qualidade para comercialização.
A causa da desigualdade de produção x comercialização entre o pequeno e o grande produtor
deve-se ao perfil do solo existente no município que se caracteriza, predominantemente, pela
baixa fertilidade, precisando ser corrigido para receber as culturas, caso contrário, a produção
será muito baixa e a qualidade não será satisfatória para a comercialização. Há, contudo, solos
com fertilidade regular, bons para o plantio de diversas culturas como arroz, milho, mandioca,
feijão e fruticultura em geral e solos arenosos, também de baixa fertilidade, próprios para o
plantio da mandioca, batata doce, melancia, abacaxi e caju. Encontram-se ainda solos argilosos,
com alta fertilidade, propícios para o plantio de qualquer cultura, como cereais, legumes e
fruticultura em geral. Todos os tipos de solo são adequados para a pastagem, porém é
necessário identificar o mais adequado para cada tipo de capim.

94
A Semade já pleiteou projetos da mecanização agrícola, para os pequenos produtores, no
entanto a maioria deles se encontra irregular junto aos bancos, fonte credora para
desenvolvimento dos projetos.
O aumento das áreas de pasto, a existência de fazendas de valor comercial alto e a extensa
área rural de Breu Branco, são fatores que tem contribuído para a expansão da criação de gado
de corte, considerada como uma das principais fontes de renda do município. O órgão
responsável pelas informações do setor primário no estado, Agencia de Defesa Agropecuária do
Pará (Adepará), em parceria com a Semade, faz o cadastramento de todos os produtores rurais;
controle de vacinação; emissão de Guia de Trânsito Animal; cursos de capacitação de pequenos
produtores de pecuária; manejo de gado leiteiro e corte; manejo de pequenos animais;
orientação na formação de pastagens, campineiras e silagem da época do verão.
Segundo a Adepará, hoje o município conta com 1.132 pecuaristas cadastrados e um total de
114.762 cabeças de bovinos, sendo 4.069 de corte, 625 de leite e 110.068 misto.
O mercado consumidor do gado de corte são os frigoríficos de Castanhal e Cametá, no estado
do Pará, e o Nordeste do Brasil, além do próprio município. O transporte dos animais vivos é
feito em caminhões-gaiola, até o abate, nas empresas frigoríficas.
A produção de leite é de aproximadamente de 1.500 litros/dia, podendo ser por produtor;
fazendas e/ou pecuarista. O leite é comercializado no próprio município e em cooperativas de
Tucuruí, sendo, também, utilizado na fabricação de queijos e doces caseiros ou de derivados em
geral.

Tabela 6.1.1
Pessoal Ocupado na Agropecuária Segundo Grupo de Atividade Econômica – Breu Branco
Grupo de atividade econômica Total %
Horticultura e produtos de viveiro 0 00,00
Lavoura permanente 354 16,74
Lavoura temporária 834 39,43
Pecuária 329 15,56
Pesca e aqüicultura 9 0,43
Produção de carvão vegetal 87 4,11
Produção mista (lavoura e pecuária) 258 12,20
Silvicultura e exploração florestal 244 11,54
Total 2.115 100,00
Fonte: Contagem da População 1996, IBGE.

95
Áreas cultivadas e produção
A tabela a seguir traz as áreas agrícolas cultivadas em Breu Branco, com os respectivos
cultivos.

Tabela 6.1.2
Áreas Cultivadas e Produção
Cultivo Unidade produzida Unidade Plantada (ha)
Lavouras Permanentes
Banana 2.500t 200
Cacau 25t 20
Café 12t 15
Coco da Bahia 2.500 frutos 200
Laranja 357t 30
Pimenta do Reino 512t 205
Urucum 64t 80
Lavouras Temporárias
Arroz (casca) 6.840t 3.600
Mandioca 9.600t 800
Milho (grão) 1.090t 1.500
Feijão 120t 300
Fontes: IBGE, Produção da Extração Vegetal e Silvicultura 2003; Malha municipal digital do Brasil: situação em 2001. Rio de
Janeiro: IBGE, 2005.

Tabela 6.1.3
Tipo e Efetivo do Rebanho em Breu Branco – 2004
Variável
Tipo de rebanho
Efetivo dos rebanhos (Cabeças) Efetivo dos rebanhos (%)
Bovino 114.762 70,65
Suíno 3.982 2,40
Eqüino 1.887 1,14
Asinino 181 0,11
Muar 585 0,35
Ovino 3.225 1,94
Galinhas 6.319 3,80
Galos, Frangas, Frangos e Pintos 31.593 19,02

96
Variável
Tipo de rebanho
Efetivo dos rebanhos (Cabeças) Efetivo dos rebanhos (%)
Caprino 979 0,59
Total 163.513 100,00
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal.

Nível de emprego gerado e rendimento dos trabalhadores


Existem 5.559 pessoas empregadas em Breu Branco. O que significa 58% da População
Ocupada (POC) que é de 9.588 pessoas. O emprego gerado em Breu Branco deve ser dividido
por categorias: empregados, empregadores e por conta própria (Tabela 6.1.4).

Tabela 6.1.4
Distribuição da POC por Posição na Ocupação e Categoria no Trabalho Principal – 2000
Posição Pessoas Ocupadas %
Empregados 5.559 57,98
Com carteira de trabalho assinada 1.293 23,26
Militares e funcionários públicos estatutários 824 14,82
Outros sem carteira de trabalho assinada 3.442 61,92
Empregadores 212 2,21
Conta própria 3.010 31,39
Não remunerados em ajuda a membro do domicílio 648 6,76
Trabalhadores na produção do próprio consumo 159 1,66
Total 9.588 100,00
Fonte: Censo Demográfico 2000. Elaboração: SEPOF/DIEPI/GEDE

A Tabela 6.1.5 permite verificar o número de estabelecimentos por setor de atividade e o


respectivo número de empregados, sendo possível identificar o grau de informalidade do
emprego em Breu Branco, considerando que das 9.588 pessoas ocupadas, apenas 1.914 têm
vínculo empregatício formalizado, ou seja, cerca de 20% da POC.

97
Tabela 6.1.5
Número de Estabelecimentos e Empregados com Vínculos Empregatícios – 2000
Setor da atividade Numero de empresas Numero de empregados
Indústria de Transformação 33 1.144
Serviços Industriais de Utilidade Pública 2 14
Construção Civil 3 1
Comércio 41 183
Serviços 15 55
Administração Pública 1 504
Agropecuária 12 13
Total 107 1.914
Fonte: Censo Demográfico 2000. Elaboração: SEPOF/DIEPI/GEDE

No que diz respeito à renda do trabalhador de Breu Branco, é possível perceber que no
acumulado 75% ganham até três salários mínimos. Quase 9% da população não têm
rendimento.

Tabela 6.1.6
Renda da População em Salários Mínimos – 2000
Intervalo de renda (R$) Renda média mensal domiciliar (%)
Até 1 sm 32,18
De 1 a 2 sm 31,73
De 2 a 3 sm 11,16
De 3 a 5 sm 8,79
De 5 a 10 sm 4,94
De 10 a 20 sm 1,18
Mais de 20 sm 1,20
Sem rendimento 8,82
IBGE, Censo Demográfico 2000. Elaborado por SEPOF/DIEPI/GEDE, disponível em
http://www.sepof.pa.gov.br/estatistica/ESTATISTICAS_MUNICIPAIS/Mesorr_Sudeste/Paragominas/Goianesia.pdf , acesso em
08/02/2006.

Participação no PIB local e regional


No contexto da microrregião de Tucuruí, Breu Branco responde por apenas 7,5% do PIB.
Apesar da importância das atividades agropecuárias, o Produto Interno Bruto (PIB) de Breu
Branco (da ordem de 120 mil reais) é dominado pela indústria, madeireira, em especial.

98
Gráfico 6.1.1
PIB de Breu Branco por Setor de Atividade Tabela 6.1.7
Participação do PIB de Breu Branco na Região de Tucuruí – 2000
% participação no PIB
município PIB (R$ 1.000,00) da região da UHE PIB per capita (R$/hab)
Tucuruí
Serviços 30
Nova Ipixuna 29.307,00 1,8 2.275,00
Goianésia do Pará 79.254,00 4,9 3.024,00
Industria 45 Jacundá 99.869,00 6,2 2.283,00
Breu Branco 120.525,00 7,5 3.164,00
Itupiranga 121.427,00 7,6 2.167,00
Agropecuária
25 Tucuruí 1.158.539,00 72,0 14.583,00
e extrativismo
Regional UHE Tucurui 1.608.920,00 100,0 -
0 10 20 30 40 50 IBGE, Censo Demográfico 2000 Elaborado por SEPOF/DIEPI/GEDE, disponível em
http://www.sepof.pa.gov.br/estatistica/ESTATISTICAS_MUNICIPAIS/Mesorr_Sudeste/Paragominas/Goianesia.pdf, acesso em
08/02/2006.

6.2 ATIVIDADES EXTRATIVISTAS

Extrativismo Vegetal
Como já foi mencionado anteriormente, o município de Breu Branco tem boa parte de sua
economia voltada para o setor primário. Neste setor da economia tem importância,
especialmente, a atividade extrativista vegetal, seguida da exploração das culturas de
subsistência tais como o fruto do açaí, bacaba, pequi, bacuri, ingá, oxi, cipó titica, taguara e
ouriços de castanha para confecção de utensílios artesanais, contudo a extração da madeira é a
mais que se destaca.
A exploração da madeira é responsável pela grande oferta de empregos diretos e indiretos,
formais e informais no município de Breu Branco. Há vinte anos a exploração irregular da
madeira foi intensa na região, fato que causou o declínio e a escassez de madeiras nobres,
como o ipê e a castanheira.
Apesar do declínio das madeiras nobres, a atividade extrativista vegetal da madeira, ainda é a
que mais se destaca como atividade econômica do município, com a exploração de algumas
espécies de valor econômico como a jarana, acapu, maçaranduba, angelim, melancieira, cipó
titica etc. Ligadas à extração da madeira existem outras atividades como, as pequenas
movelarias, marcenarias, artesanato, laminadora e as carvoeiras.

99
Segundo a Associação de Madeireiros de Breu Branco (AMBB), o município possui 21 serrarias,
todas legalizadas perante aos órgãos governamentais. Geram cerca de 800 empregos diretos e
indiretos.
A produção de carvão vegetal a partir de cavacos de serrarias e de áreas de extração de
madeira, tornou-se fonte alternativa de renda e emprego, desde a instalação de indústrias
produtoras do ferro-gusa, matéria prima do aço, na região, no inicio dos anos 80.
A produção do carvão vegetal, elemento da cadeia produtiva das indústrias, vem crescendo,
dada a facilidade de manejo e o baixo custo de sua produção, que é feita artesanalmente em
fornos. Uma estimativa aproximada indica que o setor emprega cerca de 600 pessoas,
entretanto não há estatística do volume de produção.
A Associação Breuense de Carvoeiros (ABC) conta com 170 associados, classificados em
pequeno, médio e grande portes.

Tabela 6.2.1
Produção de Madeira em Breu Branco – 2000
Produto Unidade
Madeira (carvão vegetal) 14.518t
Madeira (lenha) 38.784m3
Madeira (tora) 130.944m3
Fontes: IBGE, Produção da Extração Vegetal e Silvicultura 2003; Malha municipal digital do Brasil: situação em 2001.

Atualmente, parte da produção da madeira e de seus derivados é destinada a consumidores da


própria região; do Nordeste; do Sul e Sudeste do Brasil, e outra parte destina-se aos mercados
internacionais como Europa, América do Norte e América do Sul. Como suporte às empresas e
serrarias do município, o setor de transporte e logística foi favorecido. Os principais meios de
transportes para o escoamento da produção são caminhões trucks, carretas, bi-trens e rodo-
trem, além de navios cargueiros do porto de Belém.
A extração mineral é outra atividade que, ao lado da extração vegetal, é responsável por grande
número de empregos e pela geração de renda no município. Neste ramo, a Camargo Correia
Metais S/A, instalada no município desde 1988, é considerada a empresa mais importante e
maior da microrregião, explorando cerca de 20% da produção de silício do país.

6.3 PESCA

Apesar da localização privilegiada às margens de um dos maiores lagos artificiais do país, dos
inúmeros igarapés que drenam o município e do fato de ser cortado pelos caudalosos rios Moju

100
e Tocantins, a pesca ainda é artesanal no município, e responde por baixos percentuais na
economia local.
Cerca de 1.058 famílias, que se encontram distribuídas nas áreas montante e jusante do rio
Tocantins, produzem 300kg/família por mês de pescado. A produção serve como alimento
próprio e como fonte de renda para essas famílias. A comercialização se restringe ao município
e ao Quilômetro Onze.

6.4 INDÚSTRIA

Apesar da importância das atividades agropecuárias, o Produto Interno Bruto (PIB) de Breu
Branco (da ordem de 32 milhões de reais) é dominado pela indústria, madeireira e sílica, em
especial. Não por acaso as indústrias de transformação totalizavam 49 unidades em 2003, com
cerca de 1.300 pessoas ocupadas.
A empresa Camargo Correia Metais S.A., instalada no município desde 1988, é considerada
uma das mais importantes do país e a maior da microrregião, explorando 17% da produção de
silício do país. A produção e comercialização do silício metálico é para fins metalúrgico, químico
e eletrônico. Além disso, a produção de sílica ativa é utilizada na construção civil.

6.5 COMÉRCIO E SERVIÇOS

O setor terciário – comércio e prestação de serviços – é o segundo em importância econômica


para o município.
O setor de serviços, representado pelas as repartições e órgãos públicos, bancos e prestadoras
de serviços como a Cosanpa (Companhia de Saneamento do Pará), absorve grande parte da
mão-de-obra fixa.
O comércio varejista e atacadista é considerado insuficiente para atender à demanda, pela falta
de diversificação. Outro problema do comércio é que nem todos os estabelecimentos são
legalmente instituídos.
A Associação de Indústria e Comércio de Breu Branco – ACIBB, computa apenas 59
estabelecimentos cadastrados, estima, entretanto, que o número de estabelecimentos
comerciais seja superior a 200.

101
Quadro 6.5.1
Empresas e Ramo de Atividades de Breu Branco, Cadastradas na
Associação Comercial e Indústria de Breu Branco (ACIBB)
Ramo de Atividade Número de Empresas Cadastradas
Confecção 3
Confecção e Decoração 1
Confecção e Calçados 2
Confecção e Calçados e Material de Esportivo 2
Alimentício 7
Material de Construção 4
Análises Clínicas 1
Farmacêutico 2
Papelaria 1
Calçados 1
Informática 2
Eletro Eletrônico 1
Madeireiro 3
Veterinária 1
Carrocerias 1
Mobiliário e eletro-eletrônicos 2
Lotérico 1
Contabilidade 1
Telefonia 1
Autopeças 2
Metalúrgico 1

6.6 POTENCIALIDADE TURÍSTICA

O sudeste do Pará apresenta conhecida vocação para atividades turísticas baseadas no tripé
história-cultura-natureza. A região conhecida como Araguaia-Tocantins, onde se insere o
município de Breu Branco, apresenta paisagens naturais paradisíacas e tem atraído visitantes
de todo o Brasil e do mundo, nos últimos anos. O Araguaia-Tocantins, representante da
Amazônia Brasileira, apresenta abundante fauna e flora e tem como destaque uma das maiores

102
represas artificiais do mundo. A região é privilegiada do ponto de vista turístico, tanto por seus
atrativos naturais, como por seu acervo histórico-cultural.
Essa região abrange os municípios Abel Figueiredo, Água Azul do Norte, Bannach, Bom Jesus
do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Breu Branco, Canaã dos Carajás, Conceição do
Araguaia, Cumarú do Norte, Curionópolis, Dom Elizeu, Eldorado do Carajás, Floresta do
Araguaia, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento,
Ourilândia do Norte, Palestina do Pará, Parauapebas, Pau D´Arco, Piçarra, Redenção, Rio
Maria, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São Domingos do
Araguaia, São Félix do Xingu, São Geraldo do Araguaia, São João do Araguaia, Sapucaia,
Tucumã, Tucuruí, Ulianópolis e Xinguara.
Marabá e Tucuruí, portões de entrada aérea dessa região, concentram a maior e mais
diversificada infra-estrutura turística.
A atividade turística na região teve impulso após os grandes eventos que acontecem em torno
do lago de Tucuruí, como o Torneio de Pesca Esportiva – Topam, o carnaval fora de época –
Carnaré e exposições agropecuárias que acontecem na cidade de Tucuruí.
Breu Branco além de contar com a UHE e o lago de Tucuruí, com o rio Tocantins, praias de
água doce, abriga, também, um sítio arqueológico. Seu acervo paisagístico, em conjunto com a
região, constitui atrativo para o segmento do turismo ecológico. Suas belas praias são, muitas
vezes, utilizadas como se fossem da sua vizinha Tucuruí.
A tabela abaixo exibe um inventário dos atrativos naturais de Breu Branco, mostrando aqueles
parcialmente explorados e os que possuem potencial para atrair turistas que apreciam a
natureza e o lazer.

Tabela 6.6.1
Atrativos e Potencialidades Naturais de Breu Branco – PA
Local Atrativo Potencial Características Mais Visitados
Praia Artificial x x Ondas fracas e barracas x
Rio Tocantins x x Paisagem e pesca x
Mirante da praia x Paisagem
Praia Queiroz Galvão x x Água doce, árvores e barracas x
Praia da Vila Muru x x Água doce, peixes e vegetação x
Ilha Crioulas x x Vegetação, peixes e ondas fracas x
Praia da Vila Nazaré dos Patos x x Água doce, peixes e vegetação x
Praia da Vila Jutaí x x Ondas fracas, peixes e vegetação x
Balneário Califórnia x x Piscina natural, esportes e x
vegetação

103
Local Atrativo Potencial Características Mais Visitados
Praia da Vila Crioulas x x Água doce, peixes e vegetação x
Igarapé Aratera x x Água doce e cristalina, açaizal e x
peixes
Fazenda Vitória x x Igarapé, açaizal e barracas
Fazenda CCM x Fauna e flora
Lago da UHE Tucuruí x x Peixes e vegetação x
Rio Moju x x Peixes e vegetação
Igarapé Pitinga x Peixes e vegetação
Praia e Ilha do Meio x Peixes e vegetação
CachoeiraJararaca x Peixes e vegetação
Ilha Urubu x Peixes e vegetação
Cachoeira da Vila Muru x Peixes e vegetação
Sítio da D. Santa x Peixes,vegetação e açaizal
Lagos Internos da Vila Crioulas x Peixes e vegetação
Dique I x x Peixes e vegetação x
Dique II x x Peixes e vegetação x
Total 15 24 13
Fonte: Departamento de Turismo

A região das praias de água doce de Breu Branco é composta por mais de quatro vilas, entre as
quais, Nazaré dos Patos, Jutaí, Muru e Crioulas, todas com belas paisagens. É uma região onde
se encontram as culturas indígenas e afro-descendentes, remanescentes de quilombolas, além
de outras representações.
A região é propícia aos esportes radicais, em meio à natureza, sendo também beneficiada pelo
binômio sol-praia. A região das praias acolhe todos os gostos, sabores, temperaturas e
sensações. A pesca abundante é outro fator atrativo para o turista.
O município de Breu Branco sofre, contudo, com o déficit de infra-estrutura e de equipamentos
turísticos.
A oferta hoteleira existente hoje em Breu Branco, perfaz o total de 130 unidades habitacionais e
295 leitos, dos quais todos são considerados de classe econômica simples.
Os equipamentos de hospedagem do município de Breu Branco não podem ser enquadrados
nos parâmetros da ABIH – Associação Brasileira de Industria e Hotéis, e da Embratur – Empresa
Brasileira de Turismo, por não estarem cadastrados em nenhum destes órgãos. Em muitos
casos não estão sequer legalmente constituídos como empresas.

104
Os hotéis de classe simples econômica oferecem o mínimo de instalações e equipamentos aos
hóspedes, como, por exemplo, estacionamento, televisão e ventiladores.
No que tange aos equipamentos de alimentação, o município conta com, aproximadamente, dez
estabelecimentos, entre lanchonetes, pizzarias, churrascarias e restaurantes. Na zona rural
apenas a Vila das Placas tem dois restaurantes. Todos os estabelecimentos possuem
características simples e rústicas.
Segundo o Departamento de Turismo de Breu Branco, a atividade turística, embora incipiente,
não tem sido controlada, necessitando de planejamento, principalmente no que diz ao turismo
ecológico, ao turismo de aventura e ao turismo contemplativo. As Áreas de Preservação
Ambiental, conforme proposta daquele Departamento, devem se vincular ao ecoturismo, de
baixa densidade, como atividade capaz de conciliar a preservação do meio ambiente natural e a
geração de emprego e renda.

6.7 PONTOS FORTES E FRACOS, OPORTUNIDADES E RISCOS

Durante a fase de análise da realidade atual, foram identificadas as principais vantagens –


pontos fortes – e limitações – pontos fracos – existentes no município, entendidos como
fatores favorecedores ou dificultadores do seu desenvolvimento.
Foram eles agrupados nos seguintes temas: Ordenamento Territorial, Meio Ambiente, Aspectos
Econômicos, Aspectos Sócio-culturais, Aspectos Urbanísticos, Infra-estrutura e Serviços
Públicos e Aspectos Institucionais.
Da mesma forma, foram observados, por meio da análise das externalidades, ou seja, dos
fatores externos ao município, portanto fora da sua governabilidade, mas que podem afetar,
positiva ou negativamente, o seu desenvolvimento, as Oportunidades e Riscos para o
processo de desenvolvimento municipal e urbano de Breu Branco.
Esses fatores foram analisados coletivamente pelos diferentes atores locais, tendo-se chegado à
conclusão de que são importantes para o processo de desenvolvimento os pontos fortes e
fracos, as oportunidades e riscos listados a seguir.

105
Realidade Atual de Breu Branco
Pontos Fortes Pontos Fracos
Ordenamento Territorial
Boa distribuição espacial das vilas Freqüência insatisfatória do transporte das vilas para a cidade
Situação fundiária não regularizada em grande parte das
Terras produtivas
propriedades
Área rural bem desenvolvida Manutenção precária das estradas vicinais
Malha de estradas vicinais Precariedade na Estrada da Mamorana
Subutilização das rampas e balsas em Nazaré dos Patos e
Rampas e balsas em Nazaré dos Patos e Muru
Muru
Meio Ambiente
Lago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí Áreas degradadas
Lagoas, cachoeiras e igarapés Educação ambiental limitada aos alunos
Praias preservadas e limpas Inexistência de políticas ambientais locais
Matas ainda existentes Desmatamento
Disponibilidade de áreas passíveis de serem Ocupação desordenada no entorno do lago que abastece a
transformadas em Unidades de Conservação sede do município
Poluição do ar e do lago
Alagamento em algumas áreas
Acúmulo de serragem
Aspectos Econômicos
Jazidas de areia e seixo Dificuldade de obtenção de terras para a agricultura familiar
Grande produção de arroz, milho e mandioca Precariedade do processo produtivo do carvão
Grande rebanho bovino e caprino Dificuldades de assistência técnica e acesso a financiamentos
Produção de carvão Produção pesqueira pouco estruturada
Silício metálico Poucas indústrias
Terra boa para mecanização
Produção das olarias
Indústria madeireira
Opções de comércio e serviços
Aspectos Socioculturais
Saúde - rede básica com um Hospital e varias
Precariedade no ensino médio
unidades de saúde - PSF
Trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde - ACS Carência de cursos profissionalizantes

106
Realidade Atual de Breu Branco
Pontos Fortes Pontos Fracos
Ensino Fundamental Precariedade no atendimento hospitalar
Capacitação especializada insatisfatória dos profissionais de
Projeto de inclusão digital
educação
Inclusão social das pessoas portadoras de
Insegurança
deficiência
Organização em associações, núcleos e
Habilitação/reabilitação das pessoas portadoras de deficiências
comunidades
Igrejas e associações religiosas Vigilância sanitária insuficiente
Biblioteca pública Desigualdade social
Poucas oportunidades de lazer
Condições de trabalho nas carvoarias
Trabalho infantil
Aspectos Urbanísticos
Boa configuração urbana Terrenos baldios
Vias bem dimensionadas Sinalização informativa e de trânsito insuficiente
Opções de comércio e serviços Vários bairros sem pavimentação nem calçadas
Poucos vazios urbanos Rodovia cortando a cidade
Manutenção de áreas verdes – paisagismo Habitações precárias em alguns bairros e vilas
Acessos inexistentes aos logradouros e prédios públicos para
Boa estrutura urbana em algumas vilas
os portadores de deficiência ou restrição de locomoção
Baixo índice de habitações subnormais
Infra-estrutura e Serviços Públicos
Energia elétrica Custo e má qualidade da energia elétrica
Iluminação pública precária
Asfalto Terrenos baldios
Limpeza pública Inexistência de saneamento básico
Abertura de poços artesianos na área rural para
Lançamento de esgotos no lago, próximo à praia
abastecimento de água
Inexistência de água tratada
Animais soltos nas ruas
Coleta, tratamento e disposição de lixo insuficiente e precários
Aspectos Institucionais

107
Realidade Atual de Breu Branco
Pontos Fortes Pontos Fracos
Descentralização da gestão da educação e da
Prefeitura inacabada
saúde
Rede de comunicação entre as escolas e a
Inexistência de administração descentralizada nas vilas
coordenação pedagógica
Informatização da gestão municipal Pouca participação popular no processo decisório
Não há fiscalização efetiva
Grande dependência das transferências de recursos federais e
estaduais
Não implantação definitiva da comarca já criada para Breu
Branco
Oportunidades Riscos
Construção da eclusa no reservatório de Tucuruí Diminuição do incentivo a agricultura
Construção da PA -151 interligando as áreas a
Influência do setor madeireiro
montante e jusante da UHE Tucuruí
Implantação do porto da COSIPAR Extinção do pescado
Decisões políticas dos governos federal e estadual
Impedimento da construção da transposição e eclusas

108
II – CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO

109
1 O PLANO DIRETOR E O DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL E URBANO

O Plano Diretor do município de Breu Branco, instrumento básico da política de desenvolvimento


municipal e de ordenamento dos seus núcleos urbanos, instaura um processo de planejamento
e gestão, com a participação da sociedade, visando a promoção do desenvolvimento municipal e
urbano em bases sustentáveis.
O Plano Diretor não é o único instrumento para a política de desenvolvimento do município e de
seus núcleos urbanos. Tal política demanda desdobramentos em outros instrumentos que
detalhem as ações a serem implementadas nos diversos aspectos da dinâmica socioeconômica,
de modo a permitir a estruturação de um sistema de planejamento e gestão continuado e
participativo.
Esse sistema deve estar fundamentado em uma base de informações sistematicamente
estruturadas e continuamente atualizadas, para permitir o monitoramento da execução dos
programas de ação propostos pelo Plano Diretor, orientar eventuais ajustes e correções no
decorrer do processo e possibilitar a avaliação dos resultados alcançados.

2 CENÁRIOS ALTERNATIVOS DE DESENVOLVIMENTO

O cenário é a descrição de um futuro possível, imaginável ou desejável para o município.


O cenário explora as diferentes variáveis observadas no município e sua relação com o mundo
exterior. Examina os aspectos a serem mudados ou a serem mantidos na transição da situação
atual para a situação desejada, sempre se valendo das oportunidades e vantagens identificadas,
e na superação das fragilidades existentes com redução dos riscos para essa transição.
Um cenário bem construído traduz, com clareza, uma situação futura possível e identifica as
alternativas de desenvolvimento em direção a esta situação.
Para a formulação do Plano Diretor é feita uma análise objetiva da situação atual, seguida da
construção de cenários alternativos de desenvolvimento para o município e da seleção de um
desses cenários, como o cenário futuro, desejável e possível, a ser alcançado por meio de
estratégias e ações claramente definidas na proposta do Plano Diretor.

110
2.1 CONSTRUÇÃO DOS CENÁRIOS ALTERNATIVOS

Figura 2.1.1 Os cenários alternativos, dentre os quais o cenário futuro, são referências para as propostas do
Representação do Cenários Plano Diretor, sendo capazes de apresentar visões globais que consideram os aspectos físico-
ambientais, econômicos, socioculturais, urbanísticos e institucionais.
A construção de cenários pode ter a representação apresentada na figura 2.1.1.
O cenário tendencial é aquele segundo o qual as tendências observadas nos últimos anos
permanecem inalteradas, enquanto os demais cenários representam estágios diferentes do
desenvolvimento, em intervalos de tempos definidos e condicionados ao nível de desempenho
do processo de planejamento e gestão.
A seleção de um desses cenários como o cenário futuro considera as aspirações da sociedade
local, passíveis de realização com os recursos disponíveis, as condições locais e regionais e o
horizonte temporal definido para a implementação das estratégias e ações necessárias ao
alcance desse cenário.

2.2 CENÁRIOS ALTERNATIVOS DE DESENVOLVIMENTO

As análises, o diagnóstico da realidade atual, as entrevistas, reuniões e oficinas realizadas


durante a fase de conhecimento da realidade atual possibilitaram a construção de 4 cenários
alternativos para Breu Branco dos quais, após uma verificação de viabilidade, acabaram
resultando 2 cenários:
Cenário Tendencial;
Cenário de Desenvolvimento.
A construção desses cenários considerou o horizonte temporal estabelecido pelo Estatuto da
Cidade, segundo o qual o Plano Diretor deve ser revisto no prazo máximo de 10 anos. No
entanto, a implementação das estratégias do Plano Diretor, aliada à dinâmica regional e
nacional, poderá exigir reformulações a intervalos diferentes e em graus de profundidade
variados, como resultado do sistema de monitoramento a ser implantado para avaliar a
implementação do Plano Diretor.

2.2.1 Cenário Tendencial

Segundo esse cenário são mantidas as tendências de desenvolvimento atuais. O município


prossegue em ritmo de desenvolvimento semelhante ao que vem sendo observado nos últimos

111
tempos. Os investimentos públicos federais e estaduais são pequenos e insuficientes para
aumentar a atratividade de Breu Branco.
Observa-se algum desenvolvimento agrícola pontual, sem aporte tecnológico e com reduzido
suporte técnico ao pequeno produtor rural.
A exploração da madeira e a produção de carvão não apresentam qualquer melhoria, o que
amplia a degradação ambiental.
O turismo desenvolve-se devagar e localmente, com baixa atratividade para os investimentos
privados, que permanecem reduzidos.
Na sede do município, o saneamento básico apresenta pouca melhoria, a usina de tratamento
de lixo é implantada, a educação e saúde permanecem inalteradas, o transporte escolar
mantém-se inadequado na área rural e a obra do terminal rodoviário continua paralisada. O
trânsito no trecho urbano da rodovia PA-263 continua problemático e os melhores
estabelecimentos comerciais e de serviços seguem sua tendência de se afastar da rodovia.
As vilas mantêm seu ritmo de crescimento, com a mesma configuração urbana. A integração
entre elas e a sede municipal não avança e não se efetiva a gestão descentralizada nas vilas.
A capacidade de planejamento e gestão apresenta melhoras devidas à implantação da rede
informatizada na sede municipal e nas vilas, mas não se verifica aumento significativo da
participação popular no processo de desenvolvimento. Permanece o nível de dependência das
transferências constitucionais de recursos.
O Cenário Tendencial serve de sinalizador e de “alerta” para os responsáveis pelo planejamento
e gestão, pois deixa evidentes os aspectos que poderão ser mais facilmente implementados e
aqueles que demandarão esforços mais intensos para que sejam superadas tendências
indesejáveis, a fim de alterar o processo para a direção pretendida pela visão de futuro
formulada pelos atores sociais.

2.2.2 Cenário de Desenvolvimento

O Cenário de Desenvolvimento retrata a visão de futuro formulada coletivamente em debates e


oficinas de planejamento, realizadas com a participação de representantes dos diferentes
segmentos sociais, e passa a ser referência para a formulação das propostas do Plano Diretor
de Breu Branco, apresentadas nos itens subseqüentes deste documento.
Segundo esse cenário, o município consegue explorar suas potencialidades e reduzir as
fragilidades internas, com aproveitamento das oportunidades e o controle dos riscos para o
desenvolvimento, dentro de um contexto regional de inter-relacionamento com os demais
municípios situados ao redor do lago de Tucuruí.

112
De acordo com esse cenário, o município começa um processo organizado de planejamento e
gestão em nível local, que lhe confere ganhos sucessivos de crescimento econômico e
desenvolvimento social, com respeito à identidade cultural e ao meio ambiente. As articulações
intermunicipais e com as demais esferas de governo fortalecem-se, tornando possível a
execução conjunta de programas de ação de interesse comum.
Define-se uma política de recuperação das Áreas de Preservação Permanente, que se inicia
pela recomposição das matas ciliares e das reservas legais, na área rural, pelas margens do
lago onde se dá a captação de água para abastecimento de grande parte da sede municipal e
na orla do lago de Tucuruí.
As estradas vicinais recebem manutenção periódica e o transporte entre as vilas e a sede
municipal regulariza-se, em condições satisfatórias.
A pecuária e a agricultura desenvolvem-se, com incorporação tecnológica mais avançada, e se
diversificam, pelo desenvolvimento da pecuária de pequenos animais e o fortalecimento da
agricultura familiar. A assistência técnica e o apoio financeiro aos pequenos produtores
apresentam melhorias e ampliam as possibilidades de verticalização da produção, bem como do
surgimento de formas associativas de produção e comercialização dos produtos rurais e de
agroindústrias. O ganho de produtividade e competitividade possibilita o atendimento ao
mercado regional.
Assim como as atividades agrícolas, o setor pesqueiro desenvolve-se de forma associativa e
com uma visão de integração regional. A colônia de pescadores organiza-se e articula-se com
as demais existentes nos municípios ao redor do lago de Tucuruí, possibilitando o
beneficiamento e comercialização do pescado de forma mais lucrativa para os trabalhadores do
setor. A piscicultura e aqüicultura ganham expressão no município e na região.
A exploração da madeira passa a ser feita de forma sustentável, adotando a prática do
reflorestamento e do manejo das áreas florestadas. A verticalização da exploração da madeira
de reflorestamento amplia-se em indústrias de móveis e aproveitamento dos resíduos (aparas,
serragem), gerando novas atividades econômicas.
A produção carvoeira sofre um processo de reestruturação e passa a ser desenvolvida com
respeito às normas ambientais e à legislação trabalhista.
O turismo organiza-se no município e na região, nas modalidades de turismo de natureza,
ecoturismo, turismo náutico e pesca esportiva, por meio da exploração sustentável do potencial
do lago de Tucuruí e demais atrativos naturais. Breu Branco torna-se alternativa turística para
acesso e uso do lago e das praias naturais a jusante da barragem da UHE Tucuruí, no Rio
Tocantins. Surgem empreendimentos turísticos na Cidade e na área rural. Os prestadores de
serviços turísticos são capacitados e se ampliam os meios de hospedagem e os serviços de
alimentação.

113
Na sede municipal, observa-se significativa melhoria da infra-estrutura básica e dos serviços
urbanos. A cobertura dos sistemas de abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e
coleta, tratamento e disposição final do lixo é ampliada. O fornecimento de energia elétrica
estabiliza-se e a iluminação pública melhora.
A Cidade aproxima-se mais do lago, desenvolvendo tendência já existente, e cresce para a orla
ainda desocupada ou ocupada por madeireiras, que se transferem para área mais adequada às
atividades industriais.
Promove-se a integração da Cidade com o lago de Tucuruí por meio da criação de um sistema
de áreas verdes e equipamentos de lazer que se complementam e se integram com a praia.
O espaço urbano da Cidade melhora com a hierarquização do sistema viário, valorização da
circulação de pedestres, implantação de ciclovias, resultando melhores condições de mobilidade
e acessibilidade para todos os habitantes. O deslocamento da PA-263 para fora do perímetro
urbano possibilita a valorização do trecho urbano dessa rodovia como via arterial, com
arborização, calçadas e praças nas áreas situadas a noroeste.
As vilas recebem maior atenção por parte da Administração Municipal e começam a ter melhor
tratamento do seu espaço urbano. Conseguem uma administração descentralizada, mesmo que
não tenham, ainda, alcançado as mesmas coberturas de infra-estrutura básica e serviços
urbanos que a sede municipal.
O processo de regularização fundiária por meio da demarcação das reservas legais das
propriedades rurais e aprovação e registro dos loteamentos urbanos e respectivas unidades
imobiliárias ganha força. Ampliam-se os procedimentos de facilitação da regularização da
propriedade dos imóveis e se implanta, no município, uma política habitacional que favorece a
melhoria das condições de habitabilidade na sede municipal e nas vilas.
A educação, saúde e segurança pública melhoram. Ampliam-se as possibilidades de
capacitação profissional nos diferentes níveis pela implantação de escolas profissionalizantes no
município e na região. Crescem as oportunidades de trabalho pela diversidade percebida nas
atividades econômicas.
A gestão municipal e urbana melhora pela progressiva capacitação das equipes técnicas, a
participação popular estrutura-se e passa a ser mais efetiva. A implementação do Plano Diretor
favorece a captação de investimentos públicos federais e estaduais.
O quadro a seguir relaciona, comparativamente, as dimensões e atributos da situação atual e
dos 2 cenários mencionados.

114
2.2.3 Dimensões e Atributos da Situação Atual, Cenário Tendencial
e Cenário de Desenvolvimento

N° Situação Atual Cenário Tendencial Cenário de Desenvolvimento


Rede estruturada de núcleos urbanos, composta pela sede
Vilas melhoradas favorecem a estruturação de uma rede
01 Boa distribuição espacial das vilas. municipal e vilas, possibilita melhor distribuição da
de núcleos urbanos.
população e das atividades econômicas.
Situação fundiária não regularizada em grande parte das Regularização fundiária efetivada pelos organismos
02 Processo de regularização fundiária avança lentamente.
propriedades. competentes.
Malha de estradas vicinais bem conservada durante todo o
Boa malha de estradas vicinais, ainda que com Manutenção das estradas vicinais melhora durante os ano.
03
manutenção precária. meses sem chuva.
Estrada Mamorana e para Placas pavimentadas.
Ordenamento Territorial e Aspectos Ambientais

Freqüência insatisfatória de transporte das vilas para a Alguma melhoria nos serviços de transportes das vilas Linhas de transportes regulares entre as vilas e a Cidade,
04
sede municipal. para a sede municipal. com freqüência satisfatória.
Infra-estrutura de rampas e balsas em Nazaré dos Patos e Rampas e balsas em Nazaré dos Patos e Muru ainda Malha de estradas vicinais, rampas e balsas em Nazaré
05
Muru subutilizada. subutilizadas. dos Patos e Muru utilizadas de forma racional.
06 Inexistência de política ambiental local. Política ambiental estabelecida. Política ambiental implementada.
Visão regional para o aproveitamento do lago.
Lago de Tucuruí degradado por poluição nas áreas urbana
07 Poluição do ar e do lago. Águas do lago não poluídas pelo controle das atividades
e rural.
poluentes.
Proteção da APP do lago de Tucuruí garante a
conservação das áreas não comprometidas e inicia a
Áreas degradadas na APP do lago de Tucuruí e nas Degradação da APP do lago de Tucuruí nas áreas recuperação daquelas degradadas.
08
demais APPs. ribeirinhas e das demais APPs.
Madeira submersa extraída.
Demais APPs em processo de recuperação.
Praias, lagos, cachoeiras e igarapés razoavelmente Praias, lagos, cachoeiras e igarapés melhor protegidos
09 Praias preservadas e limpas.
preservados e limpos. passam a ser utilizados como atrativos turísticos.
Matas ainda existentes, mas ameaçadas pelo Florestas remanescentes protegidas.
10 Redução das matas existentes pelo desmatamento.
desmatamento. Projetos de reflorestamento em andamento.
Reservas legais em processo de regularização e Reservas legais regularizadas, demarcadas e em processo
11 Reservas legais das propriedades rurais não respeitadas.
demarcação. de recuperação.
Estudos de alternativas de aproveitamento sustentável da
Serragem resultante das madeireiras não tratada e Acúmulo crescente de serragem nas áreas próximas às serragem possibilitam geração de emprego, distribuição de
12
indevidamente depositada em áreas urbanas. madeireiras. renda, diminuição da poluição e liberação das áreas
usadas para sua estocagem.
APA do Lago de Tucuruí implantada.
13 APA do Lago de Tucuruí criada, mas não implantada. Lentidão na implantação da APA do Lago de Tucuruí.
Novas Unidades de Conservação criadas.

115
N° Situação Atual Cenário Tendencial Cenário de Desenvolvimento
Ocupação do entorno do lago que abastece a sede do
Ocupação desordenada no entorno do lago que abastece Ocupação do entorno do lago que abastece a sede do
14 município regularizada com recuperação da Área de
a sede do município. município controlada.
Preservação Permanente.
Área rural desenvolve-se pela incorporação de inovações
Melhor aproveitamento da área rural por introdução de
15 Área rural bem desenvolvida, comparativamente à região. tecnológicas, com ganho de produtividade e
melhoria tecnológica.
competitividade regional.
Produção de grãos absorve inovações tecnológicas e
Produção de grãos mantida, porém com pouco emprego
16 Grande produção de arroz, milho e mandioca. ganha produtividade e competitividade, facilitando a
de práticas tecnológicas e baixa produtividade.
comercialização no mercado regional.
Agricultura familiar organiza-se e se fortalece por meio da
Dificuldade de obtenção de terras para a agricultura adoção de iniciativas de verticalização e do associativismo.
17 Agricultura familiar pouco fortalecida.
familiar. Cooperativas para a comercialização dos produtos
agrícolas implantadas.
Incorporação tecnológica e combate às zoonoses elevam
a qualidade genética dos rebanhos e aumentam a
produtividade e competitividade da pecuária bovina.
Apesar dos grandes rebanhos, a pecuária continua com Produção leiteira fortalecida.
Aspectos Econômicos

18 Grande rebanho bovino e caprino.


baixa produtividade e competitividade. Diversificação da pecuária com a criação de pequenos
animais e verticalização da produção.
Indústria de beneficiamento do leite.
Frigorífico para pequenos animais.
Melhorias da assistência técnica e do acesso ao crédito
Dificuldades de assistência técnica e acesso a Assistência técnica e acesso ao crédito para os pequenos
19 ampliam e fortalecem a agricultura familiar e favorecem o
financiamentos. empresários e produtores rurais insatisfatórios.
surgimento de novas micro e pequenas empresas.
Exploração das jazidas de areia, quartzo e seixo com
respeito às normas ambientais eleva a qualidade do
material extraído e facilita a sua comercialização.
Exploração de jazidas de areia, quartzo e seixo sem Jazidas de areia, quartzo e seixo continuam a ser
20 Áreas degradadas em processo de recuperação, com seu
controle. exploradas sem controle.
aproveitamento para a implantação de tanques de
piscicultura, desde que comprovada a sua viabilidade por
estudos técnicos e econômico-financeiros.
Ganhos tecnológicos potencializam a exploração do silício
21 Silício metálico explorado convenientemente. Exploração do silício metálico mantém os padrões atuais.
metálico, com incremento de produtividade.
Produção oleira organizada, com adoção de práticas
modernas e controle de qualidade.
22 Produção das olarias não organizada satisfatoriamente. Produção das olarias continua devastando as APPs. Áreas de extração da argila em processo de recuperação,
com seu aproveitamento para a implantação de tanques
de piscicultura, desde que comprovada a sua viabilidade
por estudos técnicos e econômico-financeiros.

116
N° Situação Atual Cenário Tendencial Cenário de Desenvolvimento
Aproveitamento sustentável dos resíduos da madeira
Resíduos da madeira (aparas, serragem) continuam pouco possibilita novas atividades econômicas, com progressivo
23 Resíduos da madeira não aproveitados.
aproveitados. ganho de reconhecimento pela qualidade dos produtos
resultantes.
Produção de carvão organizada de acordo com a
Produção de carvão segue sem controle e mantém a
24 Precariedade do processo produtivo do carvão. legislação ambiental e trabalhista e pela adoção de
poluição e a precariedade.
práticas tecnológicas adequadas.
Setor carvoeiro organizado, com reflorestamento para a
Produção carvoeira começa a se estruturar e apresenta sua produção, equipamentos adequados, planos de saúde
25 Produção carvoeira muito precária
Aspectos Econômicos

alguma melhoria. para os trabalhadores, em respeito às normas ambientais


e legislação trabalhista.
Turismo desenvolve-se de forma organizada, com uma
visão regional e sustentável, particularmente nas
modalidades de ecoturismo, turismo de natureza e turismo
Turismo continua mal estruturado, com poucos rural.
26 Turismo pouco estruturado.
empreendimentos e qualidade de serviços inadequada. Surgimento de novos empreendimentos e melhoria da
qualidade dos serviços turísticos.
Artesanato desenvolvido, com possível aproveitamento de
material reciclável, como produção associada ao turismo.
Parque Industrial criado atrai novos empreendimentos
27 Poucas indústrias. Surgimento de alguns estabelecimentos industriais.
industriais.
Manutenção da estrutura e da diversidade atual do Melhoria local na oferta de bens e serviços reduz a
28 Opções diversificadas de comércio e serviços.
comércio e dos serviços. dependência em relação a Tucuruí.
29 Existência de analfabetismo. Redução gradativa do analfabetismo. Erradicação do analfabetismo
Ensino fundamental de qualidade para toda a população.
Ensino médio de qualidade na sede municipal e nas
principais vilas.
Aspectos Sócio-culturais

Qualidade do Ensino Fundamental e precariedade do Educação Infantil e Creches com inclusão do Portador de
30 Melhora gradual da educação básica.
Ensino Médio. Necessidades Especiais.
Escolas adequadas, com inclusão digital, no Ensino Infantil
e Fundamental
Educação urbanística e ambiental para toda a população.
Escolas profissionalizantes voltadas para a vocação do
município implantadas.
Escolas Família Rural implantadas a montante e a jusante
31 Carência de cursos profissionalizantes. Desenvolvimento de cursos profissionalizantes.
da represa.
Instituições de ensino superior de diferentes áreas
implantadas na microrregião.
Capacitação especializada insatisfatória dos profissionais Programa de formação continuada dos profissionais de Profissionais e gestores de educação bem capacitados e
32
de educação. educação em desenvolvimento. permanentemente atualizados.

117
N° Situação Atual Cenário Tendencial Cenário de Desenvolvimento
Projeto de inclusão digital para a rede escolar aberto à Manutenção do projeto de inclusão digital para a rede Projeto de inclusão digital para a rede escolar aberto à
33
população. escolar aberto à população na sede municipal. população e expandido para as principais vilas
Melhoria significativa dos serviços de atenção básica à
saúde de toda a população.
Programas setoriais de saúde implantados nas áreas
urbanas.
Hospital equipado, com especialistas bem capacitados em
clínica médica, cirurgia, pediatria, odontologia, geriatria,
Rede básica de saúde implantada, com um Hospital e psiquiatria e maternidade.
várias unidades de saúde – PSF, trabalho dos Agentes Melhora gradativa dos serviços de atenção básica à
34 Postos de Saúde da Família com qualidade e distribuição
Comunitários de Saúde – ACS, apesar da precariedade no saúde.
atendimento hospitalar. adequada para atendimento aos bairros da Cidade e às
vilas.
Agentes Comunitários de Saúde bem qualificados em
saúde pública e preventiva, com equipamentos e
transporte adequados.
Possibilidade de remoção rápida de doentes graves para
Aspectos Sócio-culturais

toda a população.
Vigilância sanitária continua insuficiente em cobertura e Vigilância sanitária com cobertura e qualidade adequadas.
35 Vigilância sanitária insuficiente.
qualidade.
Oportunidades de trabalho ampliadas pela diversificação
36 Poucas oportunidades de trabalho Oportunidades de trabalho continuam reduzidas. econômica em evolução.
Redução do desemprego e do trabalho informal.
Erradicação do trabalho infantil, com recondução das
Existência de trabalho infantil em diversas atividades crianças à escola.
37 Redução gradativa do trabalho infantil.
econômicas Adoção da prática do aluno-aprendiz, conforme
recomenda a legislação.
Melhoria significativa do sistema de segurança pública em
38 Insegurança pública. Manutenção dos níveis atuais de segurança pública. todo o município.
Redução dos níveis de violência e criminalidade.
Biblioteca pública equipada e informatizada na sede
39 Existência de Biblioteca Pública na sede municipal. Biblioteca Pública melhor equipada na sede municipal. municipal.
Biblioteca volante nas vilas.
Inclusão social das pessoas portadoras de deficiência, por
Melhoria gradativa no projeto de habilitação/reabilitação Centro de habilitação e reabilitação especializada para os
40 meio de projeto de habilitação/reabilitação das pessoas
das pessoas portadoras de deficiências. portadores de deficiência.
portadoras de deficiências, ainda que insuficientes.
Organização social fortalecida.
Organização social em associações, núcleos e
41 Organização social mais bem estruturada. Associações e entidades civis com sede própria,
comunidades, pastorais e associações religiosas.
integradas à comunidade e dotadas de Internet.
42 Desigualdade social Progressiva redução da desigualdade social. Significativa redução da desigualdade social.

118
N° Situação Atual Cenário Tendencial Cenário de Desenvolvimento
Melhoria da qualidade da configuração urbana da sede
municipal e nas vilas.
Manutenção do padrão de configuração urbana na sede
43 Boa configuração urbana. Sistema viário hierarquizado e tratado paisagisticamente
municipal e das vilas.
na sede municipal e nas vilas.
Orla ribeirinha das vilas tratada.
Ampliação da pavimentação das vias na sede municipal. Vias pavimentadas, sinalizadas, arborizadas e com
Vias bem dimensionadas, mas sem calçadas em vários calçadas, na sede municipal e vilas.
44 Início de implantação de calçadas e de alguma
bairros.
sinalização. Ciclovias implantadas.
Separação entre o trânsito local nas vias laterais e o
tráfego rodoviário no trecho urbano da rodovia PA-263, e
Separação entre o trânsito local nas vias laterais e o
45 Rodovia cortando a cidade. posterior transformação do seu trecho urbano em avenida
tráfego rodoviário no trecho urbano da rodovia PA-263.
principal, com transferência da rodovia para local mais
adequado
Sinalização urbana e de trânsito implantada na sede
municipal e nas vilas.
46 Sinalização informativa e de trânsito insuficiente. Sinalização urbana e de trânsito insuficiente.
Aspectos Urbanísticos

População conscientizada quanto ao respeito à sinalização


de trânsito, especialmente as faixas de pedestres.
Terrenos baldios adquiridos pela Prefeitura Municipal, por
meio dos instrumentos jurídicos adequados, e utilizados
para a implementação de política habitacional ou atração
47 Poucos vazios urbanos, ainda que haja terrenos baldios. Pequena redução de vazios urbanos. de novos empreendimentos.
Redução significativa e aproveitamento dos vazios
urbanos.
Alagamentos resolvidos por meio da implantação da infra-
48 Alagamento de algumas áreas. Redução gradativa dos alagamentos.
estrutura necessária.
Baixo índice de habitações subnormais. Manutenção dos índices de ocorrência de habitação Boas condições de habitabilidade para toda a população.
49
Habitações precárias em alguns bairros e vilas. subnormal. Política de produção de habitações populares.
50 Transporte coletivo insuficiente Melhoria do transporte coletivo na sede municipal. Transporte coletivo satisfatório na Cidade e para as vilas.
Logradouros públicos e sinalização de trânsito adaptados
Acessos inexistentes aos logradouros e prédios públicos Acessibilidade dos portadores de deficiências ou restrição para os portadores de deficiência.
51 para os portadores de deficiência ou restrição de de locomoção aos logradouros e espaços públicos em
locomoção. níveis precários. Logradouros e espaços públicos com facilidade de acesso
aos portadores de deficiência ou limitações de locomoção.
Mobiliário urbano em número e qualidade satisfatórios na
52 Mobiliário urbano em número e qualidade insatisfatórios. Mobiliário urbano em número e qualidade insatisfatórios.
sede municipal e nas vilas.
Praia da sede municipal tratada e equipada, com alto nível
de utilização.
53 Praia da sede municipal pouco usada. Uso da praia da sede municipal melhora gradativamente.
Demais praias conservadas e valorizadas como pontos
turísticos

119
N° Situação Atual Cenário Tendencial Cenário de Desenvolvimento
Fornecimento de energia elétrica sem oscilações e cortes
Fornecimento de energia elétrica de má qualidade e com Melhoria no fornecimento de energia elétrica nas áreas para a área urbana e rural, com sistema de tarifas
54 socialmente justo.
custos elevados. urbana e rural, com custo ainda elevado.
Subestação da Celpa ampliada.
Iluminação pública de boa qualidade na sede municipal e
55 Iluminação pública precária. Iluminação pública com pouca melhoria.
nas vilas.
Aspectos de Infra-estrutura e serviços públicos

Inexistência de água tratada. Fornecimento de água tratada para a sede municipal e


56 Abertura de poços artesianos na área rural para Parte da sede municipal com água tratada. vilas.
abastecimento de água. Serviço de abastecimento de água não privatizado.
Expansão da rede de coleta do esgotamento sanitário para
os bairros mais consolidados.
Ampliação do sistema fossa séptica/sumidouro onde não
houver rede de coleta.
Manutenção do sistema de esgotamento sanitário nas
57 Lançamento de esgotos no lago, próximo à praia. Reabilitação da rede atual e da Estação de Tratamento de
atuais condições insatisfatórias.
Esgoto – ETE.
Sistema adequado implantado nas vilas,
Sistema de esgotamento sanitário por fossa
séptica/sumidouro na área rural.
Expansão da rede de drenagem em consonância com a
Crescimento da área pavimentada sem implantação de
58 Sistema de drenagem insuficiente. expansão da pavimentação e nas áreas anteriormente
drenagem.
pavimentadas.
Ampliação do sistema de coleta, tratamento e disposição
final do lixo para toda a sede municipal e vilas.
Coleta, tratamento e disposição de lixo insuficientes e Ampliação da coleta e instalação da usina de tratamento Coleta seletiva e reciclagem do lixo implantadas.
59
precários. de lixo. População conscientizada quanto à importância de
acondicionamento adequado do lixo.
Tratamento de vasilhames de agrotóxicos.
Transporte urbano, entre as vilas e entre elas e a sede Serviços de transporte urbano, entre vilas e entre elas e a Serviços de transporte urbano, entre vilas e entre elas e a
60
municipal insuficiente. sede municipal com pequena melhora. sede municipal regularizado em níveis satisfatórios.
61 Terminal Rodoviário inacabado. Conclusão das obras do Terminal Rodoviário. Terminal Rodoviário implantado e operando regularmente.
Administração descentralizada.
Inexistência de administração descentralizada nas vilas.
62 Gradativa descentralização da gestão municipal. Representantes das vilas eleitos pelos moradores para
Descentralização da gestão da educação e da saúde.
Institucionais

favorecer a administração descentralizada das mesmas.


Aspectos

Gestão informatizada em todas as áreas.


Informatização da gestão municipal em andamento.
Sistema de informações municipais estruturado e
63 Rede de comunicação entre as escolas e a coordenação Gestão municipal informatizada em todas as áreas.
permanentemente atualizado.
pedagógica.
Processo de planejamento e gestão implantado.
Fiscalização estruturada e funcionando de forma integrada
64 Não há fiscalização efetiva. Fiscalização estrutura-se lentamente.
entre as várias áreas da Administração Municipal.

120
N° Situação Atual Cenário Tendencial Cenário de Desenvolvimento
Dependência elevada das transferências de recursos Diminuição da dependência de transferência de recursos
Grande dependência das transferências de recursos federais e estaduais. federais e estaduais.
65
federais e estaduais.
Melhoria na arrecadação própria. Aumento progressivo da arrecadação própria do município.
Pequeno aumento da participação popular na gestão Efetiva participação popular no processo de planejamento
66 Pouca participação popular no processo decisório.
municipal. e gestão.
Estabelecimento de acordos intermunicipais para
Investimentos municipais em áreas urbanas de vilas, Investimentos municipais em áreas urbanas de vilas,
67 investimentos conjuntos nas vilas localizadas fora do
localizadas em outros municípios. localizadas em outros municípios.
território municipal.
Não implantação definitiva da comarca já criada para Breu
68 Comarca efetivamente implantada. Comarca efetivamente implantada.
Branco.
69 IDH em níveis insatisfatórios. Pequena melhoria do IDH. IDH melhorado para níveis satisfatórios.

121
2.2.4 Cenário Futuro

Dos debates e análises sobre esses dois cenários, resultou o Cenário Futuro, assumido como
referência para as propostas do Plano Diretor. Os principais atributos do Cenário Futuro,
relativos a cada uma das dimensões em que ele se desdobra, são os seguintes:
Cenário Futuro
Rede estruturada de núcleos urbanos, composta pela sede municipal e vilas, possibilita melhor distribuição da
população e das atividades econômicas.
Regularização fundiária efetivada pelos organismos competentes.
Malha de estradas vicinais bem conservadas durante todo o ano.
Estrada Mamorana e para Placas pavimentadas.

Ordenamento Territorial e Meio Ambiente


Linhas de transportes regulares entre as vilas e a Cidade, com freqüência satisfatória.
Malha de estradas vicinais, rampas e balsas em Nazaré dos Patos e Muru utilizadas de forma racional.
Política ambiental implementada e gestão ambiental eficiente.
Visão regional para o aproveitamento do lago.
Águas do lago não poluídas pelo controle das atividades nele exercidas.
Proteção da APP do lago de Tucuruí garante a conservação das áreas não comprometidas e inicia a
recuperação daquelas degradadas.
Madeira submersa extraída.
Demais APPs em processo de recuperação.
Praias, lagos, cachoeiras e igarapés melhor protegidos passam a ser utilizados como atrativos turísticos.
Florestas remanescentes protegidas.
Projetos de reflorestamento em andamento.
Reservas legais regularizadas, demarcadas e em processo de recuperação.
Estudos de alternativas de aproveitamento sustentável da serragem possibilitam geração de emprego,
distribuição de renda, diminuição da poluição e liberação das áreas usadas para sua estocagem.
APA do lago de Tucuruí implantada.
Novas Unidades de Conservação criadas.
Ocupação do entorno do lago que abastece a sede do município regularizada com recuperação da Área de
Preservação Permanente.

122
Cenário Futuro
Área rural desenvolve-se pela incorporação de inovações tecnológicas, com ganho de produtividade e
competitividade regional.
Produção de grãos absorve inovações tecnológicas e ganha produtividade e competitividade, facilitando a
comercialização no mercado regional.
Agricultura familiar se organiza e se fortalece por meio da adoção de iniciativas de verticalização e do
associativismo.
Cooperativas para a comercialização dos produtos agrícolas implantadas.
Melhorias da assistência técnica e do acesso ao crédito ampliam e fortalecem a agricultura familiar e favorecem
o surgimento de novas micro e pequenas empresas.
Incorporação tecnológica e combate às zoonoses elevam a qualidade genética dos rebanhos e aumentam a
produtividade e competitividade da pecuária bovina.
Produção leiteira fortalecida.
Diversificação da pecuária com a criação de pequenos animais e verticalização da produção.
Indústria de beneficiamento do leite e frigorífico para pequenos animais implantados.

Aspectos Econômicos
Exploração das jazidas de areia, quartzo e seixo com respeito às normas ambientais eleva a qualidade do
material extraído e facilita a sua comercialização.
Áreas degradadas em processo de recuperação, com seu aproveitamento para a implantação de tanques de
piscicultura, desde que comprovada a sua viabilidade por estudos técnicos e econômico-financeiros.
Ganhos tecnológicos potencializam a exploração do silício metálico, com incremento de produtividade.
Produção oleira organizada, com adoção de práticas modernas e controle de qualidade.
Áreas de extração da argila em processo de recuperação, com seu aproveitamento para a implantação de
tanques de piscicultura, desde que comprovada a sua viabilidade por estudos técnicos e econômico-
financeiros.
Aproveitamento sustentável dos resíduos da madeira possibilita novas atividades econômicas, com progressivo
ganho de reconhecimento pela qualidade dos produtos resultantes.
Produção de carvão organizada de acordo com a legislação ambiental e trabalhista e pela adoção de práticas
tecnológicas adequadas.
Setor carvoeiro organizado, com reflorestamento para a sua produção, equipamentos adequados, planos de
saúde para os trabalhadores, em respeito às normas ambientais e à legislação trabalhista.
Turismo desenvolve-se de forma organizada, com uma visão regional e sustentável, particularmente nas
modalidades de ecoturismo, turismo de natureza e turismo rural.
Surgimento de novos empreendimentos e melhoria da qualidade dos serviços turísticos.
Artesanato desenvolvido, com possível aproveitamento de material reciclável, como produção associada ao
turismo.
Parque Industrial criado atrai novos empreendimentos industriais.
Melhoria local na oferta de bens e serviços reduz a dependência em relação a Tucuruí.

123
Cenário Futuro
Erradicação do analfabetismo.
Ensino fundamental de qualidade para toda a população.
Ensino médio de qualidade na sede municipal e nas principais vilas.
Educação Infantil e Creches com inclusão do Portador de Necessidades Especiais.
Escolas adequadas, com inclusão digital no Ensino Infantil e Fundamental.
Educação urbanística e ambiental para toda a população.
Escolas profissionalizantes voltadas para a vocação do município implantadas.
Escolas Família Rural implantadas a montante e a jusante da represa.
Instituições de ensino superior de diferentes áreas implantadas na microrregião.
Profissionais e gestores de educação bem capacitados e permanentemente atualizados.
Projeto de inclusão digital para a rede escolar aberto à população e expandido para as principais vilas.
Melhoria significativa dos serviços de atenção básica à saúde de toda a população.

Aspectos Sócio-culturais
Programas setoriais de saúde implantados nas áreas urbanas.
Hospital equipado, com especialistas bem capacitados em clínica médica, cirurgia, pediatria, odontologia,
geriatria, psiquiatria e maternidade.
Postos de Saúde da Família com qualidade e distribuição adequada para atendimento aos bairros da Cidade e
às vilas.
Agentes Comunitários de Saúde bem qualificados em saúde pública e medicina preventiva, com equipamentos
e transporte adequados.
Possibilidade de remoção rápida de doentes graves para toda a população.
Vigilância sanitária com cobertura e qualidade adequadas.
Oportunidades de trabalho ampliadas pela diversificação econômica em evolução.
Redução do desemprego e do trabalho informal.
Erradicação do trabalho infantil, com recondução das crianças à escola.
Adoção da prática do aluno-aprendiz, conforme recomenda a legislação.
Melhoria significativa do sistema de segurança pública em todo o município.
Redução dos níveis de violência e criminalidade.
Biblioteca pública equipada e informatizada na sede municipal.
Biblioteca volante nas vilas.
Centro de habilitação e reabilitação especializada para os portadores de deficiência.
Organização social fortalecida.
Associações e entidades civis com sede própria, integradas à comunidade e dotadas de INTERNET.
Significativa redução da desigualdade social.

124
Cenário Futuro
Melhoria da qualidade da configuração urbana da sede municipal e nas vilas.

Vias pavimentadas, sinalizadas, arborizadas e com calçadas, na sede municipal e nas vilas.
Ciclovias implantadas.
Separação entre o tráfego rodoviário, no trecho urbano da rodovia PA-263, e o trânsito local, nas vias laterais a
ela, e posterior transformação do seu trecho urbano em avenida principal, com transferência da rodovia para
local mais adequado.
Sinalização urbana e de trânsito implantada na sede municipal e nas vilas.
População conscientizada quanto ao respeito à sinalização de trânsito, especialmente as faixas de pedestres.

Aspectos Urbanísticos e Infra-estrutura


Terrenos baldios adquiridos pela Prefeitura Municipal, por meio dos instrumentos jurídicos adequados, e
utilizados para a implementação de política habitacional ou atração de novos empreendimentos.
Redução significativa e aproveitamento dos vazios urbanos.
Alagamentos resolvidos por meio da implantação da infra-estrutura necessária.
Boas condições de habitabilidade para toda a população.
Política de produção de habitações populares implementada.
Transporte coletivo satisfatório na Cidade e para as vilas.
Logradouros públicos e sinalização de trânsito adaptados para os portadores de deficiência.
Logradouros e espaços públicos com facilidade de acesso aos portadores de deficiência ou limitações de
locomoção.
Mobiliário urbano em número e qualidade satisfatórios na sede municipal e nas vilas.
Praia da sede municipal tratada e equipada, com alto nível de utilização.
Demais praias conservadas e valorizadas como pontos turísticos
Fornecimento de energia elétrica sem oscilações e cortes para a área urbana e rural, com sistema de tarifas
socialmente justo.
Subestação da Celpa ampliada.
Iluminação pública de boa qualidade na sede municipal e nas vilas
Fornecimento de água tratada para a sede municipal e vilas.
Serviço de abastecimento de água não privatizado.
Expansão da rede de coleta do esgotamento sanitário para os bairros mais consolidados da Cidade.
Ampliação do sistema fossa séptica/sumidouro onde não houver rede de coleta na Cidade.
Reabilitação da rede atual e da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE.
Sistema adequado implantado nas vilas.
Sistema de esgotamento sanitário por fossa séptica/sumidouro na área rural.

125
Cenário Futuro
Ampliação do sistema de coleta, tratamento e disposição final do lixo para toda a sede municipal e vilas.
Coleta seletiva e reciclagem do lixo implantadas.
População conscientizada quanto à importância de acondicionamento adequado do lixo.
Tratamento de vasilhames de agrotóxicos.
Implantação de drenagem nas áreas já pavimentadas.
Expansão da rede de drenagem em consonância com a expansão da pavimentação.
Serviços de transporte urbano, entre vilas e entre elas e a sede municipal regularizado em níveis satisfatórios.
Terminal Rodoviário implantado e operando regularmente.
Administração descentralizada.
Representantes das vilas eleitos pelos moradores para favorecer a administração descentralizada das mesmas.
Gestão informatizada em todas as áreas.

Aspectos Institucionais
Sistema de informações municipais estruturado e permanentemente atualizado.
Processo de planejamento e gestão implantado
Fiscalização estruturada e funcionando de forma integrada entre as várias áreas da Administração Municipal.
Diminuição da dependência de transferência de recursos federais e estaduais.
Aumento progressivo da arrecadação própria do município.
Efetiva participação popular no processo de planejamento e gestão.
Estabelecimento de acordos intermunicipais para investimentos conjuntos nas vilas localizadas fora do território
municipal.
Comarca efetivamente implantada.
IDH melhorado para níveis satisfatórios.

Como mencionado, este Cenário é referência para as propostas do Plano Diretor de Breu
Branco, apresentadas nos itens subseqüentes.

126
III – PROPOSTA

127
1 OBJETIVO CENTRAL

A definição do Cenário de Desenvolvimento, como a antevisão da situação a ser alcançada no


processo de desenvolvimento pretendido pelos diferentes atores sociais, levou à formulação do
seguinte Objetivo Central, a ser entendido como a “missão” do município, a ser cumprida,
conjuntamente, pelo Poder Público e por todos os setores da sociedade organizada de Breu
Branco.
Breu Branco alcançará o desenvolvimento sustentável mediante:
Valorização e preservação dos recursos naturais, da qualidade ambiental e da paisagem;
Fortalecimento da vocação agropecuária, pesqueira, mineradora e turística;
Ordenamento do território de forma a assegurar adequado equilíbrio entre as atividades
urbanas e rurais;
Fortalecimento da rede de núcleos urbanos para possibilitar uma distribuição equilibrada da
população e das atividades econômicas, sem prejuízo da qualidade ambiental;
Inclusão social, com moradia digna, equipamentos urbanos e comunitários, circulação e
transporte de qualidade para todos;
Valorização da diversidade cultural.

128
2 DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO

Para alcançar o objetivo proposto e o cenário futuro pretendido, o desenvolvimento sustentável


de Breu Branco deverá pautar-se nas seguintes diretrizes:
O Plano Diretor deve ser entendido como o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana para o município. A partir dele deve ser instaurado
um processo de planejamento e gestão municipal e urbana, compartilhado entre o Poder
Público e os diferentes atores sociais, conforme a diretriz de gestão democrática
estabelecida pelo Estatuto da Cidade;
O Plano Diretor, além de orientar todo esse processo, estabelece diretrizes e linhas
estratégicas para o alcance do Cenário de Desenvolvimento pretendido, por meio da
implementação de programas de ação orientados pelo princípio da sustentabilidade;
O desenvolvimento sustentável do município deverá ser alcançado por meio da
implementação de linhas estratégicas e programas de ação voltados para a melhoria da
qualidade de vida de todos os seus habitantes;
O desenvolvimento do município de Breu Branco deverá ter sempre em conta o contexto
regional. Para tanto, suas linhas estratégicas e programas de ação serão estabelecidos
considerando a complementaridade com Municípios próximos, objetivando o
desenvolvimento integrado da região;
Todas as propostas do Plano Diretor deverão basear-se na interpretação correta da
realidade do município e da região em que ele se insere, a fim de serem definidos e
dimensionados na medida adequada da complexidade dos aspectos a serem tratados;
A proteção e o respeito ao meio ambiente natural e construído e ao patrimônio cultural
deverão ser considerados em todas as atividades públicas e privadas exercidas no território
do município.
O ordenamento territorial do município deverá promover a estruturação de uma rede
equilibrada de núcleos urbanos formada pela sede municipal e as principais vilas, para uma
adequada distribuição da população e das atividades econômicas, bem como a integração
rural-urbana; deverá, ainda, assegurar a diversidade de usos do solo por diferentes
atividades não conflitivas, garantir o equilíbrio entre a utilização sustentável dos recursos
naturais e a proteção ambiental e favorecer a descentralização da gestão municipal;
As atividades econômicas a serem estimuladas no município deverão criar oportunidades de
trabalho e de distribuição de renda para a população, possibilitar o fortalecimento da receita
municipal e a inserção do município no processo de desenvolvimento regional. Nesse

129
sentido, deverá ser fomentada a implantação de novos empreendimentos agroindustriais,
industriais, turísticos, comerciais e de prestação de serviços, de natureza e porte adequados
à proteção da qualidade ambiental;
A incorporação de avanços tecnológicos que possibilitem ganhos de produtividade e
competitividade pelas diferentes atividades econômicas deve ocorrer sem prejuízo da
qualidade ambiental;
O processo de planejamento e gestão a ser instaurado a partir da aprovação do Plano
Diretor deverá possibilitar o amplo debate entre o Poder Público e os diversos atores sociais,
por meio da implantação de um sistema de planejamento e gestão compartilhada, apoiado
em informações sistematicamente estruturadas e atualizadas para orientar a tomada de
decisões, o monitoramento da execução das ações, os ajustes necessários durante o
decorrer do processo e a avaliação dos resultados obtidos.

130
3 LINHAS ESTRATÉGICAS

As diretrizes para o desenvolvimento sustentável de Breu Branco deverão ter sua viabilidade
assegurada por meio das seguintes linhas estratégicas:

LE 01 − Modernização, diversificação e verticalização das atividades da silvicultura,


agricultura, pecuária e pesca;

LE 02 − Exploração sustentável da potencialidade econômica do lago de Tucuruí para a


pesca, turismo e transporte;

LE 03 − Desenvolvimento do turismo sustentável;

LE 04 − Fortalecimento da atividade mineradora;

LE 05 − Modernização da produção madeireira e carvoeira;

LE 06 − Proteção do meio ambiente;

LE 07 − Oferta de educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento,


particularmente as ligadas à vocação econômica regional;

LE 08 − Universalização e melhoria da qualidade dos serviços de saúde;

LE 09 − Ampliação dos espaços e das oportunidades de cultura, esporte, entretenimento e


lazer para todos os cidadãos;

LE 10 − Qualificação e valorização dos espaços urbanos;

LE 11 − Melhoria da oferta de habitação e de saneamento ambiental;

LE 12 − Ampliação e melhoria dos serviços de energia elétrica, iluminação pública e


comunicações;

LE 13 − Implantação de sistema de circulação e transportes eficiente e moderno;

LE 14 − Modernização e democratização da gestão municipal e urbana.

131
4 PROGRAMAS DE AÇÃO

Cada uma das Linhas Estratégicas propostas deverá ser implementada por um conjunto de
Programas de Ação independentes, mas complementares, de modo a assegurar o alcance do
escopo da Linha Estratégica.

4.1 LE 01 – MODERNIZAÇÃO, DIVERSIFICAÇÃO E VERTICALIZAÇÃO DAS


ATIVIDADES DA SILVICULTURA, AGRICULTURA, PECUÁRIA E PESCA

Tem o escopo de ampliar as alternativas de exploração sustentável das propriedades rurais, por
meio da incorporação de maiores níveis tecnológicos, melhor utilização dos recursos naturais,
diversificação e verticalização dos produtos, adoção de formas associativas de produção e
comercialização e implantação de agroindústrias.
Sua implementação será feita por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Estabelecer e implementar uma política agrícola para o município;

PA 02 − Fomentar a capacitação dos produtores rurais e o incremento do nível tecnológico


na agricultura e pecuária;

PA 03 − Promover a ampliação e o fortalecimento da criação de pequenos animais,


particularmente entre as pequenas e médias propriedades;

PA 04 − Fomentar a produção de grãos de forma associativa e por meio da agricultura


familiar;

PA 05 − Fomentar o desenvolvimento sustentável da silvicultura, horticultura e fruticultura;

PA 06 − Aproveitar o potencial da biodiversidade local para sua utilização com fins


fitoterápicos;

PA 07 − Implantar no município cursos profissionalizantes voltados para as ciências


agrárias;

132
PA 08 − Promover a verticalização da produção para agregar valor aos produtos
agropecuários;

PA 09 − Promover gestões juntos aos órgãos de assistência técnica e extensão rural para
manter atendimento permanente ao município, com vistas à ampliação e melhoria
do assessoramento aos produtores rurais, particularmente no caso das pequenas e
médias propriedades;

PA 10 − Promover gestões junto aos organismos financiadores para facilitação ao crédito e


flexibilização das exigências de garantias, como forma de viabilizar a capacidade
produtiva dos pequenos e médios produtores rurais;

PA 11 − Fortalecer a bacia leiteira do município, de forma articulada com a regional;

PA 12 − Fortalecer a atuação das patrulhas motomecanizadas de apoio ao produtor rural;

PA 13 − Capacitar os profissionais da pesca nos diferentes níveis;

PA 14 − Fomentar a melhoria da assistência técnica e do acesso ao crédito para os


profissionais da pesca;

PA 15 − Fortalecer a colônia de pescadores, de forma articulada com as demais da região.

PA 16 − Promover a implantação de um sistema de normalização, padronização, inspeção e


fiscalização dos produtos de origem animal e vegetal;

PA 17 − Fomentar o empreendedorismo e as formas associativas de produção e


comercialização dos produtos;

PA 18 − Apoiar a implantação de espaços de venda direta do produtor ao consumidor final;

PA 19 − Fomentar a criação de um pólo regional de agronegócios.

133
4.2 LE 02 – EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL DA POTENCIALIDADE ECONÔMICA
DO LAGO DE TUCURUÍ PARA A PESCA, TURISMO E TRANSPORTE

Tem o escopo de promover o aproveitamento sustentável do lago, seja para atividades


esportivas e de lazer oferecidas pela lâmina de água, seja em relação às possibilidades
econômicas de pesca, aqüicultura e piscicultura, seja para a implantação de transporte fluvial
para os demais municípios ao redor do lago.
Sua implementação deve ocorrer por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Articular-se com os municípios ao redor do lago para o estabelecimento do plano


de uso do lago.

PA 02 − Fomentar estudos e pesquisas de viabilidade técnica e econômico-financeira sobre


as potencialidades do lago para a pesca, aqüicultura e piscicultura.

PA 03 − Promover estudos e a posterior delimitação dos locais de criatório e soltura de


peixes, das áreas pesqueiras e definir normas para a prática da pesca esportiva no
lago.

PA 04 − Fomentar o fortalecimento da atividade pesqueira, de forma associativa e integrada


regionalmente.

PA 05 − Inventariar e classificar os atrativos turísticos ligados ao lago.

PA 06 − Implantar circuitos turísticos pelo lago, ampliando seu uso para lazer e
entretenimento, desde que tenham sua viabilidade comprovada por estudos
técnicos e econômico-financeiros.

PA 07 − Assegurar o acesso e a conservação das praias para oferecer oportunidades de


lazer à população e aumentar a atratividade turística do município.

PA 08 − Articular-se com os órgãos federais competentes para disciplinar o uso e ocupação


das ilhas do lago.

PA 09 − Estudar a viabilidade de implantação de transporte hidroviário entre a sede


municipal e os municípios ao redor do lago.

134
4.3 LE 03 – DESENVOLVIMENTO DO TURISMO SUSTENTÁVEL

Tem o escopo de aproveitar os recursos naturais representados pelo lago de Tucuruí, lagoas,
cachoeiras, igarapés e praias para o desenvolvimento sustentável do turismo, nas modalidades
de turismo de natureza, turismo de aventura, ecoturismo, turismo náutico e pesca esportiva.
Sua implementação deverá ocorrer por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Inventariar e classificar os atrativos turísticos do município.

PA 02 − Fomentar a ampliação e melhoria dos estabelecimentos de hospedagem,


alimentação e demais serviços turísticos.

PA 03 − Capacitar os prestadores de serviços turísticos.

PA 04 − Implantar Serviço de Informações e de Acolhimento ao Turista.

PA 05 − Melhorar a acessibilidade aos balneários, lagoas, cachoeiras e praias.

PA 06 − Fomentar a estruturação, implementação e divulgação de produtos e roteiros


turísticos, articulados com os roteiros regionais e estaduais e com o Programa de
Regionalização do Turismo.

PA 07 − Fomentar o desenvolvimento do artesanato, como produção associada ao turismo.

PA 08 − Organizar e divulgar o calendário turístico local de forma articulada com o regional


e estadual.

PA 09 − Promover a educação da população para o acolhimento aos turistas.

PA 10 − Estabelecer formas de articulação permanente com os órgãos estaduais e federais


promotores do turismo para o desenvolvimento de ações integradas com vistas ao
desenvolvimento do setor.

135
4.4 LE 04 – FORTALECIMENTO DA ATIVIDADE MINERADORA

Tem o escopo de promover a exploração sustentável dos recursos minerais existentes no


município e o fortalecimento de seu papel de supridor desses recursos para a região.
Sua implementação dar-se-á mediante os seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Fomentar a ampliação da produção e distribuição de areia, seixo e quartzo para o


mercado regional.

PA 02 − Fomentar o aumento da produção oleira e sua distribuição regional.

PA 03 − Fiscalizar, juntamente com os demais órgãos responsáveis, o cumprimento das


normas trabalhistas e exigências ambientais quanto à exploração mineral e aos
passivos resultantes da atividade.

PA 04 − Promover a ação articulada entre os diferentes empreendimentos mineradores para


o desenvolvimento sustentável do setor.

PA 05 − Fomentar a realização de estudos de viabilidade técnica e econômico-financeira do


aproveitamento das áreas degradadas pela extração de areia, quartzo, seixo e
argila para a implantação de tanques de aqüicultura, piscicultura ou para atividades
de lazer para a população.

4.5 LE 05 – MODERNIZAÇÃO DA PRODUÇÃO MADEIREIRA E CARVOEIRA

Tem o escopo de fomentar a reestruturação dos setores madeireiro e carvoeiro, por meio de
projetos de reflorestamento e manejo sustentável das florestas e incremento do nível tecnológico
para ganho de produtividade e competitividade, em respeito à legislação ambiental e trabalhista.
Sua implementação será viabilizada por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Fomentar a ampliação dos projetos de reflorestamento.

PA 02 − Fomentar a modernização do maquinário e a capacitação profissional nos


diferentes níveis da atividade madeireira e carvoeira.

136
PA 03 − Fomentar o beneficiamento e verticalização da produção madeireira.

PA 04 − Fomentar o aproveitamento dos resíduos da madeira.

PA 05 − Fomentar a introdução de espécies de madeira adequadas à produção do carvão.

PA 06 − Fomentar a estruturação do setor carvoeiro em bases sustentáveis, com


aproveitamento dos subprodutos resultantes da carbonização da madeira.

PA 07 − Fiscalizar, juntamente com os órgãos competentes, as condições de trabalho e de


segurança tanto no setor madeireiro quanto no de carvoejamento.

PA 08 − Fomentar a adoção de formas associativas de produção do carvão.

PA 09 − Promover gestões junto aos organismos financiadores para facilitação ao crédito e


flexibilização das exigências de garantias, como forma de viabilizar a capacidade
produtiva dos pequenos carvoeiros.

PA 10 − Fomentar estudos e pesquisas visando o aproveitamento da serragem, com vistas


a liberar as áreas usadas para sua estocagem como espaços urbanos para outros
usos. (ou usos mais adequados).

PA 11 − Fomentar a transferência dos estabelecimentos madeireiros e carvoeiros para área


destinada a atividades produtivas, fora do centro da Cidade.

4.6 LE 06 – PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE

Tem o escopo de promover a melhoria da qualidade do meio ambiente natural e construído e


dos ecossistemas existentes, assim como o equilíbrio entre a utilização sustentável dos recursos
naturais e ambientais e o desenvolvimento do município, por meio do estabelecimento de
programas articulados com as organizações ambientais do Estado, o governo federal,
organizações não governamentais e o empresariado; a proteção das Áreas de Preservação
Permanente, monumentos naturais, Unidades de Conservação e demais áreas de interesse
ambiental; a regularização e fiscalização de atividades poluidoras e a promoção de reuso e
aproveitamento de resíduos.
Esta linha estratégica será implementada por meio dos seguintes Programas de Ação:

137
PA 01 − Definir e implementar uma Política Ambiental Municipal.

PA 02 − Elaborar Zoneamento Ecológico-Econômico do município e da região, em


articulação com o governo estadual.

PA 03 − Implementar programa de recuperação de áreas degradadas.

PA 04 − Delimitar, proteger e recuperar as Áreas de Preservação Permanente - APP.

PA 05 − Proteger e conservar as áreas delimitadas para Refúgio de Vida Silvestre e de


organismos aquáticos das lagoas marginais a jusante da barragem da UHE
Tucuruí, com a criação de Unidade de Conservação.

PA 06 − Regulamentar e implementar o Sistema Municipal de Meio Ambiente.

PA 07 − Fomentar programas de reflorestamento e de manejo florestal nas propriedades


rurais e nas áreas desmatadas.

PA 08 − Implementar programa de controle de usos e de monitoramento da qualidade dos


recursos hídricos.

PA 09 − Implementar Programa de Controle da Poluição.

PA 10 − Fomentar programas de reaproveitamento de resíduos com adoção de melhores


técnicas de produção.

PA 11 − Fomentar a produção de lenha nas propriedades rurais, por meio da introdução de


espécies adequadas.

PA 12 − Implementar programa de educação ambiental em todo o município.

PA 13 − Promover a gestão compartilhada da APA do Lago de Tucuruí e das áreas de


interesse ambiental existentes no município.

PA 14 − Fomentar a proteção das áreas de interesse ambiental nas propriedades privadas.

PA 15 − Implementar programa de recuperação dos cursos d água e nascentes nas áreas


públicas e privadas.

138
4.7 LE 07 – OFERTA DE EDUCAÇÃO DE QUALIDADE NAS DIFERENTES ÁREAS
DO CONHECIMENTO, PARTICULARMENTE AS LIGADAS À VOCAÇÃO
ECONÔMICA REGIONAL

Tem o escopo de erradicar o analfabetismo e melhorar os níveis de escolaridade da população,


pela oferta de acesso à educação a toda a população; ampliar, diversificar e distribuir
adequadamente as instituições de ensino; aprimorar a qualidade dos serviços prestados;
fomentar a criação de novos cursos, particularmente os compatíveis com a vocação econômica
regional.
Sua implementação será feita mediante os seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Ampliar e modernizar o número de creches e escolas de educação infantil para


atender à demanda na sede municipal e nas vilas.

PA 02 − Promover a melhoria da educação básica, inclusive para os portadores de


necessidades educativas especiais.

PA 03 − Melhorar a distribuição e as instalações físicas e implantar bibliotecas, laboratórios,


salas de informática, auditórios e quadras esportivas na rede municipal de ensino.

PA 04 − Fomentar a modernização da rede estadual e particular de ensino.

PA 05 − Fortalecer a educação de jovens e adultos.

PA 06 − Garantir merenda e transporte escolar de qualidade para todos os alunos.

PA 07 − Fomentar a implantação de cursos profissionalizantes no nível médio, tecnológico e


superior, de forma integrada com a região, orientados pela vocação econômica
local e regional.

PA 08 − Promover a prática de atividades culturais e esportivas como atividades extra-


curriculares nas escolas.

PA 09 − Promover a formação continuada dos profissionais e gestores da educação.

PA 10 − Incentivar a criação de novos estabelecimentos educacionais, nos diferentes níveis.

139
PA 11 − Estabelecer parcerias com o setor produtivo para o desenvolvimento de programas
de educação e trabalho.

PA 12 − Fomentar o intercâmbio e cooperação com instituições de ensino e de pesquisa


para o desenvolvimento de pesquisas experimentais e aplicadas à realidade local e
regional.

PA 13 − Estabelecer parcerias intermunicipais para a melhoria regional dos níveis


educacionais.

PA 14 − Promover a realização de eventos voltados para o desenvolvimento do setor


educacional.

4.8 LE 08 – UNIVERSALIZAÇÃO E MELHORIA DA QUALIDADE


DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Tem o escopo de ampliar a atenção básica à saúde a toda a população; distribuir


adequadamente os equipamentos de saúde; hierarquizar a rede de Unidades de Saúde segundo
a demanda da população e melhorar a qualidade dos serviços prestados.
Sua implementação será feita por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Estender a cobertura de atendimento dos programas de atenção básica à saúde


para toda a população.

PA 02 − Ampliar e distribuir adequadamente a rede de Unidades de Saúde em todo o


município.

PA 03 − Adequar os equipamentos das Unidades de Saúde às necessidades da


hierarquização da rede de atendimento.

PA 04 − Ampliar e distribuir adequadamente as equipes de saúde, nas diferentes


especialidades, de acordo com a hierarquização da rede de Unidades de Saúde do
município.

PA 05 − Dotar o Hospital Municipal com unidade de emergência devidamente equipada.

140
PA 06 − Fortalecer a implementação dos programas setoriais de saúde.

PA 07 − Garantir o acesso da população aos medicamentos básicos e essenciais.

PA 08 − Ampliar e fortalecer as ações de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental.

PA 09 − Fortalecer as ações e campanhas de medicina preventiva e saúde pública.

PA 10 − Fomentar a implantação de serviços de apoio ao diagnóstico.

PA 11 − Implantar programa de formação continuada e permanente dos profissionais e


gestores de saúde.

PA 12 − Estabelecer consórcios regionais para a ampliação e desenvolvimento de ações na


área da saúde.

4.9 LE 09 – AMPLIAÇÃO DOS ESPAÇOS E OPORTUNIDADES DE CULTURA,


ESPORTE, ENTRETENIMENTO E LAZER PARA TODOS OS CIDADÃOS

Tem o escopo de ampliar e distribuir os espaços e oportunidades de acesso à cultura, esporte,


entretenimento e lazer para toda a população, bem como de reconhecer os valores culturais e
esportivos locais.
Sua implementação será possível por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Definir e implementar políticas municipais setoriais para a cultura e esportes.

PA 02 − Ampliar e adequar a distribuição dos equipamentos culturais, esportivos, de


entretenimento e lazer na sede municipal e nas vilas.

PA 03 − Fomentar a realização de eventos para divulgação das tradições culturais e das


manifestações populares.

PA 04 − Garantir o acesso de crianças e jovens às atividades de formação artística e


esportiva.

141
PA 05 − Valorizar os artistas, artesãos e atletas locais.

PA 06 − Promover a realização de eventos culturais e esportivos no âmbito local e regional.

4.10 LE 10 – QUALIFICAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS ESPAÇOS URBANOS

Tem o escopo de estruturar uma rede equilibrada de núcleos urbanos, constituída pela sede
municipal e vilas, por meio do ordenamento e valorização dos seus espaços, disciplinamento do
uso e ocupação do solo, hierarquização do sistema viário, melhoria da mobilidade e
acessibilidade, implantação e manutenção de mobiliário urbano adequado e de tratamento
paisagístico que propiciem a adequada distribuição da população e das atividades econômicas.
Sua implementação será feita por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Demarcar topograficamente o perímetro urbano da sede municipal, com


incorporação das ilhas lindeiras, e das vilas.

PA 02 − Definir as zonas de uso e regulamentar os usos e ocupações permitidos em cada


uma delas.

PA 03 − Hierarquizar e sinalizar o sistema viário, com atenção para o transporte coletivo e a


integração entre os bairros.

PA 04 − Implantar sistema de circulação de pedestres que favoreça a mobilidade e


acessibilidade de todas as pessoas aos logradouros e espaços públicos, com
atenção aos portadores de deficiência ou restrições de locomoção.

PA 05 − Implantar sistemas diferenciados de pavimentação, compatíveis com o volume de


tráfego, nas diferentes categorias de vias da sede municipal e das vilas.

PA 06 − Criar sistema de áreas verdes, composto por Áreas de Preservação Permanente,


praças, jardins e outros espaços públicos na sede municipal e nas vilas.

PA 07 − Implantar e manter mobiliário urbano adequado e de qualidade na sede municipal e


nas vilas.

142
PA 08 − Elaborar e aprovar Código de Edificações.

PA 09 − Aprimorar os mecanismos de fiscalização em relação ao cumprimento das normas


urbanísticas e edilícias.

PA 10 − Dar tratamento à orla do lago de Tucuruí como espaço para atividades culturais,
turísticas, de entretenimento e lazer.

PA 11 − Promover a instalação de equipamentos institucionais, culturais, esportivos, de


comércio e serviços nos bairros da sede municipal e nas vilas, para fortalecer
subcentros e reduzir a dependência em relação à sede municipal.

PA 12 − Disciplinar a construção e o uso das calçadas pelos comerciantes formais e


informais.

PA 13 − Implementar programa de arborização municipal para o estabelecer uma relação


área verde/habitante adequada.

PA 14 − Fomentar o uso das ilhas localizadas no perímetro urbano, em frente à sede


municipal, para atividades turísticas, de entretenimento e lazer.

PA 15 − Delimitar área e prover infra-estrutura necessária para a instalação de atividades


produtivas fora do centro da Cidade, para onde deve ser fomentada a transferência
das madeireiras e carvoeiras.

4.11 LE 11 – MELHORIA DA OFERTA DE HABITAÇÃO


E DE SANEAMENTO AMBIENTAL

Tem o escopo de promover a oferta de habitação adequada a toda a população, atendida por
infra-estrutura básica e serviços públicos, acesso facilitado aos equipamentos comunitários e
aos serviços de transporte; promover a regularização fundiária, urbanística e edilícia das
habitações, reduzindo a segregação socioespacial. Objetiva, ainda, assegurar os serviços de
abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário, drenagem pluvial, limpeza urbana e
coleta de lixo para toda a população.
Sua implementação será feita por meio dos seguintes Programas de Ação:

143
PA 01 − Estabelecer e implementar Política Municipal de Habitação.

PA 02 − Promover a oferta de áreas urbanizadas para atender à demanda habitacional.

PA 03 − Promover a regularização fundiária, urbanística e edilícia das habitações.

PA 04 − Prover assistência técnica profissional para a construção e melhoria de habitações


da população de menor poder aquisitivo.

PA 05 − Promover gestões junto aos órgãos de financiamento habitacional para facilitar o


acesso ao crédito com vistas à aquisição, construção ou melhoria da habitação.

PA 06 − Reestruturar o sistema de captação, tratamento e distribuição de água para


atendimento a todos os moradores.

PA 07 − Oferecer serviços de coleta e tratamento de esgotamento sanitário para a sede


municipal e vilas.

PA 08 − Recuperar e ampliar o sistema de tratamento de esgoto, com solução adequada


para a condução, tratamento e lançamento dos efluentes.

PA 09 − Orientar a população rural quanto à melhoria das condições sanitárias, por meio da
construção de fossas sépticas e sumidouros.

PA 10 − Ampliar o sistema de drenagem pluvial para toda a área urbana da sede municipal
e das vilas.

PA 11 − Ampliar e melhorar os serviços de limpeza urbana na sede municipal e vilas.

PA 12 − Estabelecer coleta seletiva, tratamento e disposição final de resíduos sólidos e


reciclagem de materiais na sede municipal e vilas.

PA 13 − Implantar usina de tratamento do lixo, com redução gradativa do uso do aterro


sanitário.

PA 14 − Orientar os proprietários rurais quanto ao tratamento do lixo e do vasilhame de


agrotóxicos.

144
4.12 LE 12 – AMPLIAÇÃO E MELHORIA DOS SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA,
ILUMINAÇÃO PÚBLICA E COMUNICAÇÕES

Tem o escopo de assegurar os serviços de fornecimento de energia elétrica e iluminação pública


e comunicações, inclusive com amplo acesso à Internet, a toda a população
Sua implementação será feita por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Promover gestões junto à concessionária, visando assegurar o fornecimento


regular de energia elétrica a toda a população da área urbana e rural, sem
oscilações ou cortes no fornecimento.

PA 02 − Garantir iluminação pública adequada em toda a sede municipal e vilas.

PA 03 − Promover gestões junto aos órgãos competentes para a adequada distribuição dos
serviços postais e de telefonia fixa e móvel na sede municipal e vilas.

PA 04 − Ampliar os programas de inclusão digital.

4.13 LE 13– IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE CIRCULAÇÃO


E TRANSPORTES EFICIENTE E MODERNO

Tem o escopo de facilitar a mobilidade urbana e permitir a interligação entre os bairros, bem
como entre a Cidade e os demais núcleos urbanos; assegurar tarifas acessíveis e integradas;
garantir a observância das necessidades dos portadores de deficiência ou restrições de
locomoção.
Sua implementação será feita por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Promover a estruturação e implantação de sistema adequado de transporte coletivo


urbano na sede municipal e entre ela e as vilas.

PA 02 − Regulamentar e fiscalizar os serviços de transportes urbanos coletivos e de táxis.

PA 03 − Fomentar a capacitação dos profissionais de serviços de transportes urbanos


coletivos e de táxis.

145
PA 04 − Ampliar e melhorar o transporte escolar.

PA 05 − Fomentar a implantação de infra-estrutura de transportes para atendimento às


pessoas portadoras de deficiência ou restrição de locomoção.

PA 06 − Melhorar e conservar a malha rodoviária municipal.

PA 07 − Desenvolver estudos de viabilidade para a adequação do atual Terminal Rodoviário


como Terminal Urbano e implantação de Terminal Interurbano fora do centro da
sede municipal.

4.14 LE 14 – MODERNIZAÇÃO E DEMOCRATIZAÇÃO


DA GESTÃO MUNICIPAL E URBANA

Tem o escopo de promover a adequação da Administração Municipal para a estruturação e


implantação do sistema de planejamento e gestão participativa, capaz de implementar o
processo de desenvolvimento pretendido a partir da implementação e monitoramento do Plano
Diretor de Breu Branco.
Sua implementação deverá ocorrer por meio dos seguintes Programas de Ação:

PA 01 − Implantar o Sistema de Planejamento e Gestão proposto pelo Plano Diretor de Breu


Branco.

PA 02 − Adequar a estrutura organizacional da Administração Municipal ao Sistema de


Planejamento e Gestão proposto.

PA 03 − Ampliar a capacidade de planejamento e gestão municipal.

PA 04 − Promover a integração das diferentes áreas da Administração Municipal.

PA 05 − Promover capacitação continuada das equipes da Administração Municipal para as


funções previstas pelo Sistema de Planejamento e Gestão proposto.

PA 06 − Ampliar e manter atualizado o Sistema de Informações Municipais.

146
PA 07 − Melhorar a arrecadação própria do município.

PA 08 − Fortalecer a capacidade de fiscalização municipal, com mecanismos de integração


entre as diferentes áreas.

PA 09 − Promover a regularização fundiária e edilícia dos imóveis.

PA 10 − Promover a formalização das atividades econômicas dos diferentes setores da


economia existentes no município.

PA 11 − Definir o abairramento da sede municipal com vistas à descentralização das ações


de planejamento e gestão;

PA 12 − Fomentar a melhoria da infra-estrutura e a capacitação do sistema policial.

PA 13 − Fomentar a prática do planejamento participativo.

PA 14 − Promover a descentralização da Administração Municipal para as vilas.

PA 15 − Garantir transparência na divulgação das ações da gestão municipal.

147
5 ORDENAMENTO TERRITORIAL

5.1 MACROZONEAMENTO DO MUNICÍPIO

O ordenamento territorial do município de Breu Branco é definido pelo Macrozoneamento


Municipal, o qual estabelece a divisão do território em áreas homogêneas e integradas,
denominadas macrozonas, com a finalidade de favorecer o planejamento e a implementação
adequada do Objetivo Central, Diretrizes, Linhas Estratégicas e Programas de Ação
estabelecidos pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável.
A localização de Breu Branco próxima à Usina Hidrelétrica Tucuruí, abrangendo áreas banhadas
tanto pelo rio Tocantins, a jusante da barragem, quanto pelo lago de Tucuruí a montante, é, de
certa forma, privilegiada. A cidade pode se aproveitar dos equipamentos de escala regional
existentes na cidade vizinha, Tucuruí, e das facilidades de ter seu território a montante e jusante
da barragem.
Essa situação, somada à riqueza paisagística do sítio onde se encontra a cidade condicionam as
propostas de ordenamento e de ocupação territorial e a distribuição da população e das
atividades econômicas, de forma a estabelecer uma rede de núcleos urbanos bem distribuída,
de tal sorte que se reduzam as pressões sobre a sede municipal.
Com base nas premissas, nos objetivos e nas diretrizes do Plano Diretor, ficam estabelecidas as
seguintes categorias de Macrozonas no município de Breu Branco: Macrozona Ambiental;
Macrozona Rural; e Macrozona Urbana – Anexo 16

5.1.1 Macrozonas Ambientais

Áreas que devido às suas características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,


biológica, arqueológica e cultural, exigem tratamento especial para assegurar o equilíbrio e a
conservação dos ecossistemas, bem como a qualidade de vida da população.
Ficam definidas as seguintes macrozonas:
- Macrozona Ambiental 1 – MZA 1 – corresponde à área do território do município que
está contida na Área de Proteção Ambiental do Lago de Tucuruí – APA Lago de
Tucuruí, incluído o espelho d’água do reservatório da UHE Tucuruí.

148
- Macrozona Ambiental 2 – MZA 2 – compreende parte do território de Breu Branco que
abrange as Lagoas Marginais e respectivas áreas de influência, localizadas na margem
direita do rio Tocantins, a jusante da barragem da UHE Tucuruí.
2
A Macrozona Ambiental 1 representa aproximadamente 10% (391,15km ) do território do
28
município de Breu Branco que, conforme o IBGE é de 3.943km2.
2
A Macrozona Ambiental 2 representa aproximadamente 0,7% (27,21km ) do território do
município.
29
O Quadro 5.1.1 mostra por categoria do Macrozoneamento, suas respectivas áreas :

Quadro 5.1.1
Áreas, por Categoria do Macrozoneamento
2
Macrozonas km %
Macrozona Ambiental 1 391,15 9,92
Macrozona Ambiental 2 27,21 0,69
Macrozona Rural 1 3.522,68 89,34
Macrozonas Urbanas 1,97 0,05
Área total do município 3.943 100,00

A ocupação territorial e usos admissíveis na Macrozona Ambiental 1, que compreende a APA do


Lago de Tucuruí, serão aqueles estabelecidos pelo Plano de Manejo de Uso Múltiplo da APA,
conforme previsto na Lei Estadual n° 6.451, de 8 de Abril de 2002.
A Macrozona Ambiental 2 possui importante diversidade biológica. As Lagoas Marginais de
jusante, que configuram esta macrozona, são locais de reprodução e desova de peixes e outros
organismos aquáticos, sendo, por este motivo, de grande importância para a recuperação do
estoque pesqueiro. Segundo estudo realizado pela Eletronorte, as Lagoas Marginais devem
30
constituir uma unidade de conservação na categoria de Refúgio de Vida Silvestre .
A proteção da Macrozona Ambiental 2 irá demandar do município de Breu Branco uma interação
com o órgão ambiental competente para efetivá-la como Unidade de Conservação, de modo a
garantir sua proteção e a conservação dos seus ecossistemas.

28
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em <http://www.ibge.gov.br. Acesso em Agosto de 2006.
29
Áreas calculadas por meio do uso de bases cartográficas disponibilizadas pelo IBGE na escala 1:2.500.000
30
ELETRONORTE/CET-2001: Estudos Ambientais Associados à elevação do nível d’água do reservatório até a cota 74.
Caracterização Ambiental – Flora.

149
5.1.2 Macrozona Rural

Áreas do território do município que tiveram seus ecossistemas alterados durante a ocupação
para usos extrativistas e agrícolas e se destinam às atividades agropecuárias, de extração
vegetal, extração mineral, agroindustriais e turísticas.
Fica estabelecida a:
- Macrozona Rural 1 – MZR 1 – A Macrozona Rural 1 compreende a área do município
de Breu Branco excluídas as Macrozonas Ambientais e a Urbana.
2
A Macrozona Rural 1 representa 3.522,68km , cerca de 89% da área territorial do município de
Breu Branco.
A Macrozona Rural 1 será destinada às atividades relacionadas com a agropecuária; ao
extrativismo mineral e vegetal; ao agronegócio e ao turismo. O uso e ocupação do solo da
Macrozona Rural 1 deverão ser orientados por Zoneamento Econômico-Ecológico, observadas
também as legislações ambiental e fundiária.
As áreas de Preservação Permanente – APP da Macrozona Rural 1 deverão se submeter a
processo de recuperação, enfocando, particularmente, as margens dos rios e igarapés.

5.1.3 Macrozonas Urbanas

Compostas de áreas utilizadas para fins urbanos, tendo os seus componentes ambientais, em
função da urbanização, sido modificados. Compreende os terrenos parcelados e os ainda não
parcelados, mas destinados ao crescimento previsto para os núcleos urbanos.
O estabelecimento das Macrozonas Urbanas visa à criação de uma rede de núcleos urbanos
distribuída no território municipal, de forma a promover melhor integração entre as áreas urbana
e rural, a criar novas centralidades, além da sede municipal e a oferecer a toda a população
oportunidades e facilidades de acesso aos serviços públicos que devem se distribuir por toda
rede de núcleos urbanos.
Tal rede deverá reduzir a dependência da população em relação à Cidade de Breu Branco e
oferecer alternativas de espaços funcionais e aprazíveis, por meio da definição de elementos
estruturadores dos núcleos urbanos, de modo a promover o adequado equilíbrio entre os
espaços construídos e os abertos.
São definidos como elementos de integração dessa rede de núcleos urbanos, a rodovia PA-263
e as rodovias de acesso aos assentamentos rurais e vilas, principalmente, nos trechos entre a
PA-263 e a localidade denominada Placas, e entre a sede municipal e as localidades localizadas
às margens do rio Tocantins.

150
Ficam definidas as seguintes Macrozonas Urbanas:
- Macrozona Urbana 1 – MZU 1 – constituída pela cidade de Breu Branco, sede do
município;
- Macrozona Urbana 2 – MZU 2 – constituída pelo núcleo denominado Vila Mojuzinho,
situado às margens da Rodovia PA-263, junto à ponte sobre o rio Moju;
- Macrozona Urbana 3 – MZU 3 – constituída pelo núcleo denominado Vila Placas,
situada nas proximidades da margem direita do lago Tucuruí;
- Macrozona Urbana 4 – MZU 4 – constituída pelo núcleo denominado Muru, situado a
jusante da usina, às margens do rio Tocantins;
- Macrozona Urbana 5 – MZU 5 – constituída pelo núcleo denominado Nazaré dos Patos,
situado a jusante da usina, às margens do rio Tocantins; e
- Macrozona Urbana 6 – MZU 6 – constituída pelo núcleo denominado Nova Jutaí,
situado a jusante da usina, às margens do rio Tocantins.
Todas as demais vilas, povoados ou localidades, no território do município serão considerados
Aglomerados Rurais, conforme classificação do IBGE.
Todas as Macrozonas Urbanas deverão ter o seu perímetro delimitado a partir de levantamento
topográfico planialtimétrico e estabelecido por projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo
Municipal.
A delimitação de cada uma das Macrozonas deverá levar em conta a divisão territorial em
setores censitários, realizada pelo IBGE, pois a adoção de limites compatíveis com os adotados
por esse Instituto permitirá a obtenção de informações detalhadas e desagregadas sobre cada
uma das Macrozonas estabelecidas pelo Plano Diretor, favorecendo sobremaneira a
estruturação do Sistema de Informações Municipais e a tomada de decisões em relação ao
processo de desenvolvimento municipal e urbano.

5.2 PROPOSTA URBANÍSTICA PARA A CIDADE DESEJADA

O Cenário Futuro selecionado para a sede municipal, Anexo 17, consideradas as dimensões
físico-ambiental e urbanística, pode ser entendido como a Cidade Desejada, que deverá ter os
seguintes atributos:
Sistema viário urbano hierarquizado e articulado com o rodoviário municipal
O sistema viário da Cidade será estruturado a partir de um eixo principal, no sentido sudoeste-
nordeste, ou seja, o eixo da rodovia PA-263 e suas vias marginais que compõem a Avenida

151
Sebastião Camargo. Pretende-se, a médio ou longo prazo, conseguir a alteração do traçado da
rodovia para fora da cidade com a conseqüente transformação da avenida em uma via de uso
exclusivamente urbano.
Um segundo eixo configura-se através da proposta de estender a Avenida Beira Mar para o
norte, pela margem do lago Tucuruí até as novas áreas urbanas propostas pelo Plano Diretor.
Esse segundo eixo viário apresenta uma nova forma de interação entre a cidade e o lago e
deverá exercer papel importante no desenvolvimento dos planos de ação propostos pelo Plano
Diretor nas áreas de turismo, lazer da população e desenvolvimento das atividades da pesca.
Articulação entre as diferentes partes da Cidade
A estruturação de subcentros nos setores noroeste da Avenida Sebastião Camargo, possibilita a
articulação funcional e espacial dos loteamentos mais recentes com o centro urbano, que se
configura entre a avenida e a Praça da Bíblia, com tendência ao crescimento para sudeste, no
sentido do lago. Essa articulação só se desenvolverá de maneira plena quando o tráfego da
rodovia tiver outra alternativa.
A praça cívica, central, Praça da Bíblia, constituída por equipamentos institucionais, pelo Fórum,
Câmara de Vereadores, as novas sedes da prefeitura e das secretarias, deve se articular a
praças e espaços verdes próximos ao velho cemitério, pelo aproveitamento das áreas não
ocupadas e dos fundos de quintais amplamente arborizados aí existentes.
A via criada no Plano Diretor, composta de trechos de vias existentes e que se desenvolve ao
longo da margem do lago, deverá ser elemento motivador de criação de uma série de atividades,
públicas e privadas que, sem dúvida, estabelecerá a nova relação que se pretende para a
cidade.
Os demais bairros da Cidade serão, predominantemente, residenciais, admitindo comércio e
serviços de vizinhança.
Criação de ciclovias e de condições para a circulação dos pedestres e dos portadores
de necessidades especiais
A articulação das diferentes partes da Cidade com a integração dos espaços públicos, a partir da
implantação de ciclovias e calçadas sem descontinuidades, adequadamente pavimentadas,
sinalizadas e arborizadas, deve fortalecer a dinâmica social.
As vias exclusivas para ciclistas e pedestres, devem ser protegidas do sol e dos ventos,
favorecer a orientabilidade espacial e identificação dos lugares, por meio de sinalização viária,
patrimonial e turística adequada, permitir o livre trânsito das pessoas portadoras de
necessidades especiais e possibilitar a interação social.

152
A primeira grande ciclovia está em implantação e segue desde a Camargo Correa Metais, no
extremo sul da área urbana, lateralmente à Avenida Sebastião Camargo, atravessando toda a
cidade até a saída norte.
Vias urbanas e espaços públicos adequadamente pavimentados, arborizados, sinalizados,
iluminados e calçados
A hierarquização do sistema viário deverá possibilitar a definição clara das funções das
diferentes categorias de vias, o que propiciará condições para a definição de alternativas de
pavimentação, de alargamento de calçadas, de criação de áreas de estacionamento, de
melhoria da iluminação pública, da sinalização e do mobiliário urbano.
A proposta de sinalização visa a implantação de placas com a nomenclatura de vias e de
logradouros públicos e a com numeração dos imóveis, dentro de uma lógica integrada para toda
a Cidade, facilitando a identificação dos diferentes bairros e a orientação das pessoas no interior
da Cidade.
A implementação dos Programas de Ação previstos para cada Linha Estratégica proposta neste
Plano Diretor, deverá transformar Breu Branco em uma cidade eficiente, oferecendo serviços de
educação, saúde e cultura de excelência, propiciando alternativas de entretenimento e lazer
para toda população, ampliando as oportunidades de trabalho e melhorando a distribuição da
renda entre os seus habitantes.
O sistema educacional deverá oferecer creches, escolas públicas e profissionalizantes de
acordo com a vocação regional, garantindo formação integral aos habitantes e a valorização das
tradições culturais.
Os serviços de saúde deverão dar importância maior à medicina preventiva e possibilitar o
atendimento eficiente de toda população. Também deverão ser ampliados os equipamento
urbanos para atendimento às áreas ainda não atendidas.

153
Figura5.2.1
Planta Diagramática da Cidade Desejada

154
Visando à saúde pública e ao saneamento ambiental, é prioritária a implantação da usina de
tratamento de lixo e a remoção e recuperação da área do atual lixão.

5.3 SISTEMA VIÁRIO URBANO

O sistema viário urbano, como um dos elementos estruturadores do espaço urbano, tem por
objetivo:
− facilitar a circulação de pessoas e bens no espaço urbano, de forma cômoda e segura;
− promover a fluidez adequada do tráfego;
− facilitar o transporte, em condições adequadas de conforto;
− facilitar o atendimento às demandas do uso e ocupação do solo;
− prover áreas adequadas para a instalação das redes aéreas e subterrâneas dos serviços
públicos;
− promover a criação de eixos de interligação entre bairros.
As vias devem ter continuidade espacial, exceto as vias locais que poderão terminar em
estacionamento ou ponto de retorno, dimensionados de forma a permitir a manobra de veículos
de utilidade pública.
O sistema viário urbano de Breu Branco será estruturado em:
− via arterial primária, via principal, estruturadora da transição do tráfego entre a rodovia e o
sistema viário urbano. É definida como via arterial primária a Avenida Sebastião Camargo.
− vias arteriais secundárias, destinadas a atender ao tráfego direto, em percurso contínuo,
interligar rodovias e vias coletoras e a atender às linhas de ônibus. São definidas como vias
arteriais secundárias as Avenidas Ceará, Beira Mar, 15 de Novembro, Getúlio Vargas,
Juscelino Kubitschek e Betel; as Ruas Bahia, 1º de Maio, Paraná e Arame; e as Travessas
Paraíba, Flamengo e das Crioulas.
− vias locais, destinadas ao tráfego de caráter local, que atinge áreas restritas, onde o tráfego
de passagem deve ser desencorajado. Quando possível, as larguras das pistas de
rolamento devem ser reduzidas, sendo as áreas daí remanescentes aproveitadas para
alargamento de calçadas para circulação de pedestres, recreação, localização de redes de
serviços e ampliação da arborização. São vias locais todas as vias, não mencionadas nos
dois itens anteriores;
− ciclovias, vias públicas destinadas ao uso exclusivo de ciclistas. Deverão ser projetadas e
implantadas ao longo das principais vias arteriais e acompanhando as laterais dos parques
urbanos e espaços de lazer junto à margem do lago de Tucuruí;

155
− vias de pedestres, vias públicas destinadas ao uso exclusivo de pedestres, a ser
reformuladas de forma a se articular com as vias de circulação de veículos e a possibilitar a
circulação confortável dos pedestres, inclusive daqueles portadores de necessidades
especiais.
As dimensões das diferentes categorias das vias, nas áreas já consolidadas, deverão atender,
na medida do possível, às normas estabelecidas na Lei de Parcelamento do Solo Urbano e na
NBR 9.500/94.
O conjunto do trecho urbano da Rodovia PA-263 e da Avenida Sebastião Camargo é objeto de
Projeto Estruturante – PE 1, com objetivos e diretrizes apresentados nos Anexos 18 e 19 deste
Plano Diretor.

5.4 DIRETRIZES PARA O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO

As Macrozonas Urbanas dividem-se em zonas de uso e ocupação do solo, definidas em


conformidade com as demandas de preservação e proteção ambiental e paisagística, interesses
de ocupação dos espaços vazios, otimização dos equipamentos urbanos instalados e
necessidades de oferta de moradia, de áreas para atividades produtivas e de lazer e
entretenimento.
O uso e ocupação do solo nas macrozonas urbanas devem considerar:
− as zonas homogêneas de uso, do ponto de vista ambiental e de configuração espacial;
− a necessidade de valorização do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico como
patrimônio histórico e cultural municipal;
− a ocupação atual;
− a distribuição dos níveis de adensamento e funções da cidade;
− a integração da trama urbana;
− as condições do sistema de circulação de pessoas, veículos e mercadorias.
Na sede municipal – MZU-1, serão permitidos os seguintes usos: residencial; comercial e de
serviços; e industriais; além de usos especiais que demandem grandes áreas e impliquem em
grande concentração de pessoas ou veículos, exigindo controles específicos.
A delimitação das zonas de uso leva em conta o respeito a índices urbanísticos de ocupação e
aproveitamento dos terrenos urbanos, estabelecidos em lei específica de regulamentação do
uso e ocupação do solo urbano, com vistas a favorecer a consolidação da configuração urbana,
o equilíbrio na distribuição dos níveis de adensamento e das distintas funções da sede e das
demais zonas urbanas do Municipio. Considera, ainda, as condições do sistema de circulação

156
de pessoas, veículos e mercadorias, segundo as diretrizes urbanísticas estabelecidas para a
sede do município.
Ficam definidas as zonas de uso na sede municipal de Breu Branco como:
- Zona Residencial 1 – ZR 1 – são as zonas de uso predominantemente residencial, com
densidade entre 80 e 120 habitantes por hectare em lotes individuais de habitações
unifamiliares.
O coeficiente de aproveitamento (CA) dos lotes residenciais deverá ser igual a 1 (um) e a taxa
de ocupação de 60%. Deverão ser previstos afastamentos que garantam a circulação de ar e
dispersão de calor entre as edificações.
Serão tolerados nas ZR 1 os usos comerciais e de serviços compatíveis com áreas residenciais.
- Zona Residencial 2 – ZR 2 – são as zonas de uso predominantemente residencial, com
densidade entre 20 e 40 habitantes por hectare em lotes individuais de habitações
unifamiliares ou em condomínios horizontais.
Serão tolerados nas ZR 1 os usos comerciais e de serviços compatíveis com áreas residenciais.
- Zona de Uso Misto de Comércio, Serviços e Habitação – ZM 1 – são as zonas de uso
misto que compõem o centro e os subcentros urbanos em edifícios de até 4 (quatro)
pavimentos (térreo + três) onde o pavimento térreo será ocupado por estabelecimento
comercial e os superiores, por escritórios ou residências.
coeficiente de aproveitamento (CA) dos lotes de uso misto deverá ser igual a 1,5 (um e meio) e a
taxa de ocupação de 60%.
Serão toleradas pequenas indústrias desde que compatíveis com áreas residenciais.
- Zona de Uso Misto de Indústrias, Comércio e Serviços – ZM 2 – são as zonas de uso
misto voltadas para instalação de indústrias, depósitos, serviços de grande porte.
- Zona de Interesse Ambiental, Turístico e Paisagístico 1 – ZIA 1 – são as zonas da orla
do lago de Tucuruí, desde a praia artificial existente até as margens da península e os
limites urbanos na saída norte.
Essas zonas são destinadas a projetos voltados para o turismo e o lazer da população.
Na ZIA 1 deverá ser respeitada a vegetação nativa e assegurada a proteção do lago.
- Zona de Interesse Ambiental, Turístico e Paisagístico 2 – ZIA 2 – são as ilhas do lago de
Tucuruí situadas em frente à área urbana.
Essas zonas são destinadas a projetos voltados para o turismo e o lazer da população, devendo
sua utilização ser submetida à aprovação do Grupo Gestor da APA do Lago Tucuruí.

157
Nas ZIA 1, deverá ser respeitada a vegetação nativa e assegurada a proteção do lago.
As Zonas de Interesse Ambiental, Turístico e Paisagístico 1 e 2 são objeto de Projeto
Estruturante – PE 2, com objetivos e diretrizes apresentados no Anexo 20 deste Plano Diretor.
Nas macrozonas urbanas – MZU-2, MZU-3, MZU-4, MZU-5 e MZU-6, serão admitidos os usos:
residencial, de comércio e de serviços públicos e privados e usos institucionais públicos e
privados.

5.5 DIRETRIZES PARA O PARCELAMENTO DO SOLO URBANO

Os novos parcelamentos do solo urbano deverão respeitar a legislação federal e estadual


existente, as diretrizes quanto à Cidade Desejada, registradas neste Plano Diretor, e as
determinações das Leis de Uso e Ocupação do Solo Urbano e de Parcelamento do Solo Urbano.
De igual sorte, os parcelamentos ainda não registrados, para se tornar regulares deverão se
adequar a esta legislação. Todo parcelamento novo ou ainda não regularizado terá que ser
aprovado pela Prefeitura Municipal.
Não deverão ser estimulados novos parcelamentos, até que os vazios urbanos se reduzam a
níveis aceitáveis.
Nas zonas urbanas localizadas dentro dos limites da APA do Lago de Tucuruí, o parcelamento
ou qualquer forma de uso e ocupação do solo que possa causar impactos negativos a essa
Unidade de Conservação deverá ser submetido à análise, apreciação e aprovação do Grupo
Gestor da APA.

158
6 INDICAÇÕES PARA O SISTEMA MUNICIPAL
DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

6.1 CONCEPÇÃO

O processo de planejamento e gestão municipal e urbana, a ser instaurado a partir da aprovação


do Plano Diretor de Breu Branco, deve ser ocorrer de forma contínua e integrada entre todos os
níveis da Administração. O planejamento implica necessariamente transformação. É, portanto,
uma reflexão que precede e preside a tomada de decisão quanto às ações a serem
implementadas para se viabilizarem o objetivo básico, as diretrizes e as linhas estratégicas, no
sentido de transformar a realidade atual em uma nova situação desejada por todos.
O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão proposto para Breu Branco deve buscar
alcançar o objetivo definido no Plano Diretor, cuja principal finalidade é conceber o futuro
desejado e programar as medidas para alcançá-lo.
O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão é formado pelo conjunto de órgãos, normas,
recursos humanos e técnicos que possibilita a criação das condições de implementação do
processo de desenvolvimento para o município.
O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão tem como objetivo:
a) a coordenação das ações dos setores público e privado e da sociedade civil organizada;
b) a integração das diferentes ações, com seus respectivos programas, projetos e atividades,
destinados a implementar as estratégias da política de desenvolvimento e expansão urbana;
c) a modernização e dinamização da ação governamental.
Para a organização do Sistema são necessários:
a) instrumentos adequados de planejamento e gestão, nos diferentes níveis decisórios;
b) estrutura organizacional específica;
c) sistema de informações municipais, estruturado e permanentemente atualizado;
d) mecanismos de monitoramento das ações e avaliação dos resultados e impactos; e
e) participação popular efetiva.

159
6.2 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

Os instrumentos de planejamento e gestão municipal são vários, sendo o Plano Diretor o


primeiro deles. Conforme estabelece o Estatuto da Cidade, o Plano Diretor é o instrumento
básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, que define, no nível macro, os
rumos do desenvolvimento municipal e urbano, estabelece o objetivo central para o município,
as diretrizes, linhas estratégicas e respectivos programas de ação para a promoção deste
desenvolvimento. Por não ser o único instrumento, requer desdobramentos distintos:
a) de um lado, é necessária uma legislação urbanística e edilícia e de outros instrumentos
capazes de fazer cumprir as suas determinações, particularmente as leis de Uso e Ocupação do
Solo, para as Macrozonas Urbanas e de Parcelamento do Solo Urbano e o Código de
Edificações; e
b) de outra parte, demanda o detalhamento dos planos de ação por meio do Plano Plurianual –
PPA, elaborado para um quadriênio, com ajustes a cada ano, possibilitando correções das
formulações iniciais do Plano Diretor. Anualmente as propostas do Plano Plurianual,
fundamentada nas orientações do Plano Diretor, são consideradas pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias – LDO e incorporadas na Lei do Orçamento Anual – LDO, para, só então,
transformarem-se em projetos e ações que possibilitarão as transformações propostas pelo
Plano Diretor.
O diagrama a seguir, indica de forma esquemática o processo de institucionalização do Sistema
de Planejamento e Gestão.

160
Figura 6.2.1
Processo de Institucionalização do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão

161
6.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão demanda uma estrutura organizacional


específica, com diferentes instâncias decisórias, compreendendo a elaboração, aprovação e
execução dos planos setoriais, programas e ações, o monitoramento da sua implementação e a
avaliação dos resultados e impactos. Esta estrutura deve propiciar a atuação dos diversos atores
responsáveis pelo futuro do município e fomentar a participação dos cidadãos nos processos
decisórios.
Para Breu Branco é proposta uma estrutura composta pelo Conselho de Desenvolvimento
Municipal, pelo Órgão Central de Planejamento, constituído por uma Assessoria Especial de
Planejamento e Ordenamento Territorial vinculada ao Gabinete do Prefeito, e pelos Órgãos
Executores, representados pelas demais Secretarias Municipais, seus correspondentes
Conselhos Municipais e entidades da administração indireta e fundacional da Prefeitura
Municipal.

6.3.1 Conselho de Desenvolvimento Municipal

O Conselho de Desenvolvimento Municipal passa a ser o órgão de deliberação superior do


Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, atuando como colegiado representativo do poder
público e dos vários segmentos sociais e como fórum no qual são debatidos e definidos as
prioridades e os projetos estratégicos do município.
Composto pelo Prefeito Municipal, como seu Presidente, e representantes do Poder Executivo
Municipal, da Câmara Municipal, do setor empresarial e do terceiro setor, tem a competência de
deliberar, no âmbito do Poder Executivo, quanto aos processos de implementação, atualização,
monitoramento e avaliação do Plano Diretor do município de Breu Branco.
O Conselho de Desenvolvimento Municipal deve reunir-se bimestralmente, em sessões públicas,
delas podendo participar qualquer cidadão.
O Conselho de Desenvolvimento Municipal poderá constituir Câmaras Temáticas para subsidiar,
com estudos, pesquisas, pareceres e outros procedimentos técnicos, suas discussões e
deliberações, particularmente nas questões referentes a políticas setoriais do município, como
as políticas de habitação, meio ambiente, uso e ocupação do solo, mobilidade urbana, dentre
outras.

162
6.3.2 Órgão Central de Planejamento

A Assessoria Especial de Planejamento e Ordenamento Territorial, órgão central do Sistema


Municipal de Planejamento e Gestão, deve atuar como staff do Gabinete do Prefeito e se
responsabilizar pela promoção, acompanhamento e monitoramento dos planos e programas
setoriais, projetos e ações necessários à implementação da Política de Desenvolvimento e
Expansão Urbana.
Como órgão central do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, a Assessoria Especial de
Planejamento e Ordenamento Territorial deve ter as seguintes competências:
- coordenar o Sistema Municipal de Planejamento e Gestão de Breu Branco;
- promover a articulação entre os organismos componentes do Sistema na definição das
diretrizes, linhas estratégicas e programas de ação para o desenvolvimento do município;
- coordenar a elaboração de projetos inter e multissetoriais relativos às linhas estratégicas do
Plano Diretor do município de Breu Branco;
- coordenar, orientar e consolidar, de forma integrada com os organismos componentes do
Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, em especial com a Secretaria Municipal da
Fazenda, a elaboração do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei de
Orçamento Anual;
- acompanhar, monitorar e avaliar a implementação das linhas estratégicas e programas de
ação, utilizando um conjunto de procedimentos e indicadores de resultados e de impacto;
- estruturar, manter e operar o Sistema de Informações Municipais;
- prestar o suporte técnico e administrativo necessário, como Secretaria Executiva, ao
Conselho de Desenvolvimento Municipal.

6.3.3 Órgãos Executores das Ações de Desenvolvimento

Todas as Secretarias Municipais e seus respectivos Conselhos, assim como as entidades da


Administração Indireta e Fundacional, compõem os órgãos executores do Sistema Municipal de
Planejamento e Gestão. São eles que desenvolvem os projetos e implementam as ações
definidas pelo Plano Diretor, desdobradas no Plano Plurianual e no Orçamento Anual.
Como executores, participam ativamente do acompanhamento e monitoramento dessa
implementação, promovendo os ajustes necessários durante o processo de execução das
ações.

163
6.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS

A finalidade principal do Sistema de Informações Municipais é subsidiar a tomada de decisão


nos diversos níveis de planejamento e gestão, com vistas a promover as transformações
pretendidas sobre determinada realidade.
As políticas, estratégias, objetivos, planos e programas subordinam-se a uma hierarquia de
decisões, com maior ou menor grau de detalhamento, dependendo do nível decisório, gerencial
ou operacional das ações. Portanto, o estabelecimento do Sistema de Informações Municipais
deve fundamentar-se em uma clara definição prévia de PARA QUÊ, PARA QUEM, O QUÊ,
QUANDO e COMO deve ser criado, bem como de qual será o USO das informações a serem
produzidas.
Convém salientar que os conteúdos e oportunidades das informações também podem
diferenciar bastante. Nos níveis superiores de decisão, as informações têm um caráter
programático, de formulação de políticas e de avaliação dos impactos decorrentes de sua
implementação; já as decisões no nível operativo demandam maior detalhamento e
especificidade das informações, que devem permitir o monitoramento da execução e o controle
imediato dos resultados relativos ao cumprimento de planos de metas estabelecidos.
Um Sistema de Informações Municipais deve, portanto, ser capaz de produzir dados
diferenciados, com níveis de detalhamento e desagregação distintos, em tempos variados, para
municiar os diversos níveis de planejamento e gestão. De igual sorte, deve ser capaz de
produzir indicadores também diferenciados para cada instância decisória, em cada campo de
atuação.

6.4.1 Concepção

O Sistema de Informações Municipais destina-se a organizar e a disseminar informações sobre


a população e o território municipal, assim como sobre suas inter-relações, com o objetivo de
oferecer subsídios e apoio ao Sistema Municipal de Planejamento e Gestão.
Este Sistema é uma das mais importantes ferramentas de apoio ao planejamento e gestão e
deve fornecer à Administração Municipal, ao setor privado e à sociedade, com agilidade,
confiabilidade e precisão adequadas, dados, informações e indicadores necessários ao
conhecimento da realidade econômica, sociocultural, físico-ambiental, urbanística e institucional
de Breu Branco, como subsídio à tomada de decisão, em especial, quanto à gestão do território
e dos espaços urbanos.

164
6.4.2 Organismos Participantes

Como órgão central do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, a Assessoria Especial


Planejamento e Ordenamento Territorial deve responsabilizar-se pela implantação e permanente
atualização do Sistema de Informações Municipal.
São integrantes deste Sistema os participantes do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão,
todos os setores da Administração Municipal e as entidades públicas e privadas responsáveis
por ações setoriais do desenvolvimento municipal e urbano.
Além dos organismos participantes, deve ficar assegurado a todo cidadão o acesso às
informações constantes do Sistema de Informações Municipais.

6.4.3 Conteúdo Básico

O Sistema de Informações Municipais deve ser composto pelos dados e informações


necessários à tomada de decisões quanto ao processo de planejamento e gestão municipal e
urbana, nas suas diferentes instâncias, e à viabilização da ação operativa dos organismos
diretamente envolvidos com a execução das ações. Deve, ainda, permitir o estabelecimento de
indicadores para o acompanhamento e monitoramento da implementação das ações, bem como
para avaliação dos resultados e impactos decorrentes.
O Sistema de Informações Municipal deve reconhecer cinco grandes conjuntos de conteúdo de
dados a serem levantados:
- O território municipal;
- A população residente;
- Os recursos disponíveis e aplicados: humanos, físicos e financeiros;
- As ações desenvolvidas; e
- O ambiente externo.
Cada conjunto pode ter módulos com conteúdos específicos, de acordo com o grau, ou
similitude, ou correlação dos dados produzidos pelos diferentes integrantes do Sistema. Além
disto, o Sistema deverá abrigar um Cadastro Multiutilitário único, sobre o qual poderão ser
referenciadas todas as informações necessárias ao Sistema Municipal de Planejamento e
Gestão.
Tal cadastro é elemento fundamental para a atualização automática das Plantas de Valores,
definição das bases de cálculo do IPTU e para o monitoramento e avaliação da implementação
das linhas estratégicas e programas de ação definidos no Plano Diretor.
Dentre os dados e informações a comporem os cinco conjuntos mencionados, cabe destacar:

165
- os aspectos demográficos;
- as atividades econômicas e o mercado de trabalho;
- o uso e a ocupação do solo;
- a habitação;
- os equipamentos urbanos – água, esgoto, energia, iluminação, telefonia;
- o sistema viário de veículos e pedestres;
- transportes ;
- recursos ambientais – UC, APP etc.
- recursos físicos e humanos de saúde pública, educação, lazer;
- as informações cartográficas do município;
- as informações de natureza imobiliária, tributária e patrimonial.

6.4.4 Forma de Estruturação

O Sistema de Informações Municipais deve ser estruturado como um sistema aberto e dinâmico,
envolvendo e comprometendo todos os organismos participantes.
O Sistema deve ser organizado em bases de dados, com informações de natureza:
- alfanuméricas (não-gráficas), compreendendo textos e tabelas para a descrição
quantitativa e/ou qualitativa das diversas características do município e seus núcleos
urbanos; e
- gráficas, contendo as informações passíveis de serem representadas sob a forma de
mapas, gráficos etc.
O Sistema deverá permitir o acesso a tais informações separadamente na forma alfanumérica
ou gráfica, e, ainda, na forma combinada, alfanumérica e gráfica.
Como terá de lidar com volumes altamente expressivos de dados e informações, de distintas
naturezas, o Sistema de Informações Municipais deve utilizar-se de Sistemas de Informações
Geográficas – SIG, para possibilitar o tratamento adequado dos dados e informações
armazenados. O SIG é um sistema de informações baseado em geoprocessamento.
A operacionalização do Sistema exigirá normas, padrões de entrada e saída, critérios de
consistência dos dados e outros mecanismos que garantam o fluxo e a compatibilidade das
informações entre os diversos integrantes do Sistema.
Cada um dos organismos participantes deve responsabilizar-se pela confiabilidade, agilidade,
qualidade e periodicidade dos dados e informações fornecidos, a serem incluídos no Sistema de
Informações Municipais. Entretanto, apenas o gerenciador deste Sistema será o responsável
pelo tratamento e inclusão ou alteração dos dados ou informações.

166
6.5 MECANISMOS DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Os mecanismos de monitoramento e avaliação, necessários à efetivação do processo de


planejamento e gestão, devem ser criados a partir da construção ou seleção de indicadores para
o exame objetivo de diferentes situações do processo, permitindo a verificação da ocorrência, ou
não, de transformações na realidade local e regional.
Com vistas ao monitoramento, tais observações devem ser feitas antes e durante o processo de
implementação das ações, para os eventuais ajustes e correções, com as ações ainda em
curso.
Para a avaliação, deve ser feita uma primeira observação, logo após a conclusão das ações
programadas, para verificação dos resultados, e outra, algum tempo depois, para medir os
impactos resultantes das ações implementadas.
As formas, procedimentos, indicadores e os momentos das observações para o monitoramento
e avaliação das diferentes ações são definidos em função dos objetivos específicos da linha
estratégica a que elas correspondem.

6.6 PARTICIPAÇÃO POPULAR

Atualmente não é concebível que o Poder Público responda, isoladamente, por todo o processo
de desenvolvimento municipal. As recomendações legais exigem a participação do setor privado
e da sociedade organizada. Portanto, é imprescindível a participação tripartite no processo de
desenvolvimento, com definição clara das responsabilidades de cada segmento no processo de
desenvolvimento pretendido para o município.
Há que se encontrar formas de participação e de estabelecimento de parcerias para a promoção
pactuada deste processo, sem a qual não é possível vislumbrar desenvolvimento sustentável.

167
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

168
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Estatuto da cidade – guia para implementação pelos
municípios e cidadãos. Brasília, 2001
CÂMARA MUNICIPAL DE BREU BRANCO. Lei orgânica do município de Breu Branco –
Pará, 2001
COURSON, Jacques de. La prospective des territoires. concepts, méthodes, résultats.
Paris: Ministère de l’Équipement, des Transportts et du Logement – Colletions du CERTU,
1999.
ELETRONORTE. Plano de desenvolvimento sustentável da microrregião do entorno da
UHE Tucuruí. Brasília, 2001.
. Cenários macroeconômicos para a Amazônia brasileira: 2005-2025. Brasília,
2005.
ELETRONORTE/CET. Plano de ações ambientais: estudos ambientais associados à
elevação do nível d’água até a cota 74 caracterização ambiental: Hidrologia
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. Plano de ações ambientais: estudos ambientais associados à elevação do nível
d’água até a cota 74 caracterização ambiental: Geomorfologia; documento TUC-E-MAN-
803-0001-RC .Brasília:Consórcio Engevix-Themag,2001.
. Plano de ações ambientais: estudos ambientais associados à elevação do nível
d’água até a cota 74 caracterização ambiental: Geologia e Hidrogeologia; documento
TUC-E-MAN-802-0001-RC. Brasília: Consórcio Engevix-Themag, 2001.
. Plano de ações ambientais: estudos ambientais associados à elevação do nível
d’água até a cota 74 caracterização ambiental: Flora; documento TUC-E-MAN-807-0011-
RC. Brasília: Consórcio Engevix-Themag, 2001.
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Prendes e Márcio Schneider Reis. São Paulo: Malheiros Editores, 2003.
MORETTI, Ricardo de Sousa. Loteamentos: manual de recomendações para elaboração de
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MUKAI, Toshio. O estatuto da cidade. anotações à lei nº 10.257, de 10/07/2001. São Paulo:
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http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php, acesso em 02/02/06
www.amat.org.br
www.educacao.gov.br/semtec
www.ibge.gov/munic2002
www.ibge.gov.br/sidra
www.citybrazil.com.br

170
ANEXOS

171
ANEXO 1 – MEIO NATURAL
Mapa – Geologia

172
ENTRA MAPA GEOLOGIA

CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

173
Legenda de Geologia
Legenda Litologia
QH Aluviões atuais: cascalhos, areias e argilas
QP Aluviões antigos: cascalhos, areias e argilas
Tb Formação Barreiras: arenitos finos e arenitos conglomeráticos ferruginosos, argilitos e siltitos
Formação Itapecuru: arenitos médios e grosseiros, avermelhados e esbranquiçados,
ki
localmente cauliníticos
Formação Codó: arenitos finos e pelitos, cinza esverdeados, com restos de vegetais
kc
carbonizados
pEtq Grupo Tocantins: quartizitos com intercalações de filitos

174
ANEXO 2 – MEIO NATURAL
Mapa – Geomorfologia

175
ENTRA MAPA GEOMORFOLOGIA

CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

176
Legenda de Geomorfologia
Legenda Feição Morfológica
pf Plainos de acumulação fluvial
pl Plainos de acumulação aluvial
dctap / f Colinas convexas de topo aplainado com grau de dissecação fraco
dctap / m Colinas convexas de topo aplainado com grau de dissecação médio
dcr / m Colinas convexas e ravinas com grau de dissecação médio
dctab / mf Colinas convexas e interflúvios tabulares com grau de dissecação muito fraco
dctab / m Colinas convexas e interflúvios tabulares com grau de dissecação médio

177
ANEXO 3 – MEIO NATURAL
Classes de Dissecação

178
Formas de Relevo e Grau de Dissecação da Região do Lago de Tucuruí
Classe de Dissecação
Morfologia
Forte Média Fraca Muito Fraca
Colinas Convexas dc dc
dc dc
F m f mf
Colinas Convexas de topo dctap
aplainado dctap
- -
m mf
Colinas convexas e ravinas dcr
dcr dcr
-
F m f
Colinas convexas e vales de
fundo chato dc + vfc dc + vfc
- -
m f
Colinas convexas e
interflúvios tabulares dctabl dctabl
dctabl
f mf
- m
dctab2 dctab2 dctab2
m f mf
Colinas convexas e
“inselbergs”
dc + I
- - -
m
Planos de Fluvial pf
acumulação
Aluvial pl
Fonte: (ELETRONORTE/CET, 1988)

179
ANEXO 4 – MEIO NATURAL
Classes de Solos, Caracterização Morfológica e Analítica

180
Latossolo Amarelo
Compreendem solos minerais não-hidromórficos, com horizonte B latossólico,
baixos teores de Fe2O3 e coloração amarelada de matizes 7,5 a 2,5 YR, com
valore 5 e cromas iguais ou superiores a 4, fração argila de natureza
essencialmente caulinítica, com virtual ausência de atração magnética.
Apresentam como principais características um horizonte B latossólico espesso de
cores centradas nos matizes 7,5 a 10 YR e estrutura normalmente fraca em
blocos subangulares e angulares. Habitualmente, apresentam perfis de modesta
diferenciação de horizontes. A textura varia de franco-arenosa até muito argilosa,
com valores extremos de 150 a 90 g/kg de argila. A presença de concreções
ferruginosas tem sido constatada na parte inferior de alguns perfis. Os Latossolos
Amarelos típicos apresentam-se coesos, duros ou muito duros quando secos,
principalmente no AB ou BA, ou mesmo no topo do Bw, dos solos argilosos ou
muito argilosos. São normalmente álicos e, portanto, muito pobres quimicamente,
com teores algo maiores de bases, concentrados apenas na superfície, devido à
reciclagem de nutrientes. Porém, ao longo dos perfis, seus valores são baixos,
com decréscimos grandes nos horizontes inferiores ao B, onde são raros os
índices superiores a 0,5 cmolc/kg de TFSA. O alumínio trocável pode atingir teores
relativamente elevados, sendo comuns valores pouco maiores que 2,0 cmolc/kg de
TFSA; habitualmente são solos de elevada acidez, com valores de pH em água
próximos a 4,0. O teor de carbono no horizonte superficial, mesmo nos solos
argilosos sob mata, raramente se eleva acima de 15 g/kg, sendo comuns índices
ao redor de 10 g/kg. Uma característica típica desses solos é o valor Ki
particularmente elevado para o conjunto dos Latossolos, sendo comuns índices de
1,7 e 2,0. Esse fato relaciona-se à mineralogia da fração argila, com muito
pequena quantidade de óxidos de ferro e de alumínio, e constituída
essencialmente por caulinita. Ocorrem normalmente em relevo plano e suave
ondulado e, com menos freqüência, em relevo ondulado. São profundos, com boa
drenagem, mas com limitações referentes à permeabilidade, algo restrita, e
infiltração um tanto lenta, devidas, sobretudo ao adensamento que exista no
horizonte AB e/ou BA.

Perfil de Latossolo Amarelo

181
Solo Petroplíntico

Compreende solos minerais, cuja principal característica é a ocorrência, ao longo


de todo o perfil, de quantidades apreciáveis de concreções lateríticas, em
conseqüência do intenso processo de oxiredução a que é submetido o solum,
acrescido de uma posterior exposição ao ar por agentes naturais ou pelo homem.
Durante o processo de sua formação há o aparecimento de cores avermelhadas,
acompanhadas de concentrações de ferro e lixiviação de bases, tornando o solo
bastante ácido. Podem apresentar tanto um horizonte B latossólico, (óxico), como
um B argílico (textural). A seqüência de horizontes é do tipo Ac-Bc- Cc,
geralmente subdivididos. São solos medianamente profundos, bem a
moderadamente drenados, com horizonte Ac do tipo moderado ou fraco. As cores
dominantes neste horizonte são no matiz 10 a 7,5 YR, e a espessura geralmente
não ultrapassa os 30 cm. A textura do horizonte Bc varia de média a argilosa
sendo difícil verificar a estrutura em razão da grande quantidade de concreções.
Esta elevada concentração de concreções acarreta uma significativa diminuição
do volume real de terra, assim como da profundidade efetiva do solo,
condicionando sérias limitações ao uso agrícola tanto pela fertilidade natural que
é baixa, quanto pela dificuldade ao desenvolvimento normal das raízes das
plantas. A soma de bases, a capacidade de troca de cátions e a saturação de
bases apresentam valores pouco expressivos. O valor de Ki, sempre inferior a
1,3, é um indicativo da presença de alumínio livre e do alto grau de meteorização
do solo.
Perfil de Solo Petroplíntico

182
Podzólico Vermelho-Amarelo
Compreende solos minerais não-hidromórficos, com horizonte A ou E seguidos
de horizonte B textural não plíntico, cores vermelhas e amarelas, teores de Fe2O3
menor que 110 g/kg, apresentando distinta individualização de horizontes. As
variações das características morfológicas e analíticas são acentuadas, com
presença distintiva de horizonte B textural que diverge do A ou E, seja pela cor,
seja pela diferença de textura e complementação marcante de estrutura em
blocos, sendo a textura média/argilosa ou muito argilosa. A seqüência de
horizontes é A-E-Bt-C ou A-Bt-C, onde o horizonte A mais freqüente é o
moderado, ocorrendo ocasionalmente outros tipos. De um modo geral
apresentam um gradiente textural acentuado. O horizonte B é de cores vermelhas
até amarelas e o desenvolvimento da estrutura está estreitamente relacionado à
textura; nos solos de textura média, é raro ocorrer estrutura forte do tipo blocos,
fato que é comum nos solos de textura argilosa ou muito argilosa. Variam
bastante quanto a profundidade e textura, inclusive com presença ou não de
cascalhos e calhaus, admitindo ampla variabilidade de classes texturais.
Eventualmente, pedras podem estar presentes em alguns desses solos. O
horizonte C distingue-se do B pela diferença de variável combinação de textura
menos argilosa, cor menos viva, e menor desenvolvimento da estrutura e
cerosidade; pode constituir-se solo intermediário para outras classes, como
Latossolos e Cambissolos. Do ponto de vista analítico apresentam-se ácidos,
com o pH atingindo valores entre 4,0 e 5,5 e teores de alumínio elevados,
considerados fito-tóxicos.

Perfil de Podzólico Vermelho-


Amarelo

183
Plintossolo
Compreende solos minerais hidromórficos ou com séria restrição à percolação de
água, os quais anteriormente eram denominados de Laterita Hidromórfica.
Apresentam horizonte plíntico dentro dos 40 cm superficiais, ou a maiores
profundidades quando subseqüente a um horizonte E, ou subseqüentes a
horizonte com muito mosqueado de redução, ou a horizonte essencialmente
Petroplíntico. Sua característica mais importante é a presença deste horizonte
plíntico que, segundo a natureza daqueles horizontes que o antecedem, pode
estar a profundidades variadas. Os perfis podem apresentar seqüências
diversificadas de horizontes, cuja diferenciação pode ser mais ou menos
acentuada. Normalmente apresentam sobre o horizonte plíntico um horizonte E
que pode ser álbico, ocorrendo, no entanto outros tipos de horizontes
diagnósticos de superfície - horizonte A, desde húmico até fraco. O horizonte
plíntico apresenta-se geralmente compacto, formando uma seção bem definida
por seu multicolorido, que tem aspecto variegado, constituindo aglomeração de
manchas compondo um conjunto de cores contrastantes, em que ficam realçadas
as partes vermelhas formadas pela plintita. Por via de regra, a consistência do
material úmido é firme ou muito firme, podendo possuir partes extremamente
firmes e extremamente duras quando seco correspondentes às manchas de
cores avermelhadas, enquanto o restante da massa do solo, de cores
amareladas, acinzentadas ou pálidas, tem consistência sempre mais branda.
Quando os solos apresentam petroplintita (nódulos e concreções lateríticas), são
denominados de Plintossolos Concrecionários; a petroplintita pode estar presente
em quantidade, forma e intensidade de cimentação variável, assim como
apresentar-se desde a superfície, ou iniciar-se a diversas profundidades abaixo
dela. Do ponto de vista agronômico importa ter em conta a profundidade de
ocorrência do horizonte plíntico e o seu comportamento físico, pois ele pode se
apresentar em grau de coesão e compacidade muito variado. A plintita quando
sujeita a secamento e umidecimento repetidos, transforma-se gradualmente em
petroplintita. É comum a plintita e a petroplintita ocorrerem num mesmo perfil,
sendo que a última geralmente revela maior concentração nos horizontes
superiores, onde há maior oxidação. Quando a petroplintita se encontra pouco
Perfil de Plintossolo
profunda e formando uma camada contínua e espessa, as limitações para
utilização agrícola do solo tornam-se mais sérias, pois a permeabilidade, a
restrição ao enraizamento das plantas e o entrave ao uso de equipamentos
agrícolas podem se tornar críticos.

184
Gleissolo
Compreende solos hidromórficos, constituídos por material mineral, que
apresentam horizonte glei dentro dos primeiros 50 cm da superfície do solo, ou a
profundidades entre 50 e 125 cm desde que imediatamente abaixo do horizonte A
ou E (gleizados ou não), ou precedidos por horizonte B incipiente, B textural ou C
com presença de mosqueados abundantes com cores de redução. Os solos
desta classe são permanente ou periodicamente saturados por água, salvo se
artificialmente drenados. Caracteriza-se pela forte gleização, em decorrência do
regime de umidade redutor, que se processa em meio anaeróbico, com muita
deficiência ou mesmo ausência de oxigênio. O processo de gleização implica na
manifestação de cores acinzentadas, azuladas ou esverdeadas, devido a
compostos ferrosos resultantes da escassez de oxigênio. Provoca, também, a
redução e solubilização de ferro, promovendo translocação e reprecipitação dos
seus compostos. São solos mal ou muito mal drenados em condições naturais,
que apresentam seqüência de horizontes A-Cg, tendo o horizonte A cores desde
cinzentas até pretas, espessura normalmente entre 10 e 50 cm e teores médios e
altos de carbono orgânico. O horizonte glei que pode ser um horizonte C, B, E ou
A, possui cores dominantemente mais azuis que 10Y, de cromas bastante baixos,
próximos do neutro. Pode, ocasionalmente ter textura arenosa (areia ou areia
franca) somente nos horizontes superficiais, desde que seguidos de horizonte glei
de textura franco-arenosa ou mais fina. Com exceção dos horizontes A, H ou E
que estejam presentes, a estrutura é em blocos ou prismática, composta ou não
de blocos subangulares e angulares; quando molhado o horizonte tem, em geral,
aspecto maciço. Podem apresentar horizonte sulfúrico ou plintita em quantidade
ou posição não diagnóstica para enquadramento na classe dos Plintossolos.
Apresentam sérias limitações ao uso agrícola, devido a presença do lençol
freático elevado e ao risco de inundação ou alagamentos freqüentes. A drenagem
torna-se necessária para torná-los aptos a maior número de culturas, pois em
suas condições naturais são utilizadas, quando possível, apenas para o plantio de
arroz, algumas pastagens e olericultura. A fertilidade natural é bastante variável
(álicos, distróficos e raramente eutróficos); a limitação ao emprego de máquinas
agrícolas é também significativa.

Perfil de Gleissolo

185
ANEXO 5 – MEIO NATURAL
Mapa – Pedologia

186
187
Legenda de Solos
Legenda Componentes
LA1 LA a A mod med sond + AQ a lat A fr sond e pl + PV a A mod arg/marg ond (HP a A mod pl)
LA2 LA a A mod e fr arg sond e ond + SP a A mod marg mt casc sond e ond + LV a A mod arg sond e ond
LA3 LA a A mod e fr med pl + SP a A mod marg mt casc sond e ond + AQ a lat A fr sond e pl
LV LV a A mod marg ond + PV a camb A mod arg/marg ond a fond + LV epieu A fraco marg ond
PV d A mod med/arg pedreg I fond + LV a A mod marg casc/marg ond + SP a A mod med/arg pedreg I
PV
fond (PT a A mod med/arg sond)
HP HP a A mod pl + HAQ a A mod pl
AQ AQ a A mod pl + HP a A mod pl + LA a plint A mod med pl
SP a A mod marg mt casc sond e ond + PV a A mod marg ond + LA a A mod arg sond (Ca A mod med
SP1
sond e ond)
SP2 SP a A mod marg mt casc sond + LA a A mod arg + Ca A mod med sond + PT a A mod arg sond
G1 G e A mod indisc pl + A e A mod indisc pl
G2 G a A mod indisc pl + A a A mod indisc pl

188
ANEXO 6 – MEIO NATURAL
Classes de Solos (área em km²)

189
Classes de Solos (área em km²)
2
Classes Km %
A 9,86 0,25
AQ 36,28 0,92
G1 7,10 0,18
G2 123,81 3,14
HP 63,88 1,62
LA1 945,14 23,97
LA2 1.024,39 25,98
LA3 230,27 5,84
LV 165,21 4,19
PV 40,61 1,03
SP1 707,37 17,94
SP2 323,72 8,21
Água 265,36 6,73
Área do município 3.943,00 100

190
ANEXO 7 – MEIO NATURAL
Mapa – Declividade

191
192
ANEXO 8 – MEIO NATURAL
Classes de Declividade (área em km²)

193
Classes de Declividade (área em km²)
2
Classes Km %
<3% 1.646,99 41,77
3-7% 1.698,64 43,08
8 - 12 % 473,55 12,01
13 - 35 % 123,81 3,14
Área do município 3.943,00 100

194
ANEXO 9 – MEIO NATURAL
Mapa – Altimetria

195
ENTRA MAPA VEGETAÇÃO

CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

196
ANEXO 10 – MEIO NATURAL
Classes de Altimetria (área em km²)

197
Classes de Altimetria (área em km²)
2
Classes Km %
< 30 m 109,62 2,78
30 - 70 m 992,06 25,16
70 - 120 m 2.683,21 68,05
120 - 170 m 158,11 4,01
Área do município 3.943,00 100

198
ANEXO 11 – MEIO NATURAL
Mapa – Vegetação

199
ENTRA MAPA VEGETAÇÃO

CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

200
ANEXO 12 – MEIO NATURAL
Ocupação Territorial – Classes de Uso e Cobertura Vegetal

201
Ocupação Territorial – Classes de Uso e Cobertura Vegetal
2
Classes Km %
Agropecuária 1.393,85 35,35
Areia/solo exposto 547,29 13,88
Floresta ombrófila 1.062,64 26,95
Floresta ombrófila + vegetação
565,43 14,34
secundária
Floresta ombrófila aluvial 114,74 2,91
Água 259,06 6,57
Área do município 3.943,00 100

202
ANEXO 13 – MEIO NATURAL
Mapa – Localização

203
ENTRA MAPA HIDROGRAFIA

CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

204
ANEXO 14 – MEIO NATURAL
Mapa – Ocupação Territorial

205
CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

206
ANEXO 15 – ASPECTOS SOCIAIS
Características Social-demográficas dos Municípios
da Microrregião de Tucuruí

207
1 METODOLOGIA

Na consecução da projeção da população dos municípios situados nas microrregiões de Tucuruí


e Paragominas, foi utilizado o método das componentes demográficas, adotado pelo IBGE.
A projeção demográfica foi realizada tendo como base a premissa da relação inequívoca entre
os municípios considerados como área de influência da UHE Tucuruí.
O método tem como princípio a subdivisão de uma área maior, cuja estimativa já se conhecia
(população dos municípios e microrregiões de 2000 e 2005) em áreas menores (municípios da
microrregião 2000 e 2005) assegurando, assim, que no final as estimativas das áreas menores,
não ultrapassem a estimativa previamente conhecida da área maior.
No presente caso, a aplicação do método foi sucessiva, tendo sido estimada primeiramente a
população dos estados, com base na projeção do país e aplicado o mesmo método para as
microrregiões do Pará afetas aos municípios da área de influência da UHE Tucuruí e dentro das
microrregiões os municípios. Foram consideradas as populações dos municípios que
compreendem cada microrregião (Paragominas e Tucuruí) disponibilizada pelo IBGE, para os
anos 2000 e 2005.
A microrregião de Paragominas compõe-se de sete municípios e embora o interesse nessa
microrregião, neste estudo, refira-se apenas aos dados de Goianésia do Pará, foi necessária
para aplicação do método a inserção dos demais municípios para a obtenção correta dos
resultados, considerando os dados de população de cada um deles, já identificados pelo IBGE,
nos anos de 2000 e 2005 (Tabela 1.1). Esses dados permitiram o cálculo dos coeficientes (ai,
bi) para o alcance das respectivas projeções para os anos de 2010, 2015 e 2020.
A microrregião de Tucuruí compreende seis municípios e são apresentados, na Tabela 1.2, os
dados coletados junto ao IBGE (população dos municípios dos anos 2000 e 2005), os valores
dos coeficientes (ai, bi) obtidos já com a aplicação do método e as respectivas projeções.
Portanto, como fonte inicial, foram utilizadas as projeções das respectivas populações dos
municípios em questão, elaboradas pelo IBGE para 2000 e 2005, tendo sido elas agrupadas de
acordo com a composição de cada microrregião chegando-se aos valores totais das áreas
maiores conforme citado acima.
A partir desses dados foram calculados os coeficientes ai (coeficiente de proporcionalidade do
incremento da população da área menor i em relação ao incremento da população da área
maior) e bi (coeficiente linear de correção) de cada município utilizando-se as fórmulas abaixo
(cf. metodologia IBGE):

208
P município (i) = ai . P (microrregião i) + bi
ai = Piárea menor (ti) - Párea menor i (to)
Párea maior (ti) - Párea maior (to)
Pmunicípio (2005) - Pmunicípio (2000)
Pop. Total da microrregião (2005) - Pop. Total da microrregião (2000)
bi = Pmunicípio (2000) - (ai . P microrregião-2000)
As projeções das populações dos municípios e de cada microrregião para os anos 2010, 2015 e
2020 foram obtidas para cada município em separado.
A projeção da população total das microrregiões maiores foi feita considerando as áreas
menores e a população do estado e do país, o valor de população da área maior o que permitiu
estimá-las para os anos de 2010, 2015 e 2020.
Tabela 1.1
Projeção das populações da microrregião de Paragominas
e de seus municípios para os anos de 2010, 2015 e 2020
Período 2000 2005 ai bi 2010 2015 2020
Abel Figueiredo 5.957,00 6.953,00 0,02 832,59 7.809,16 8.606,20 9.333,07
Bom Jesus do Tocantins 13.106,00 14.062,00 0,02 8.187,39 14.883,77 15.648,80 16.346,48
Dom Eliseu 39.529,00 49.033,00 0,23 (9.368,98) 57.202,60 64.808,08 71.743,99
Goianésia do Pará 22.685,00 29.981,00 0,17 (14.852,84) 36.252,61 42.091,16 47.415,70
Paragominas 76.450,00 86.983,00 0,25 22.257,83 96.037,12 104.466,05 112.152,91
Rondon do Pará 39.870,00 45.330,00 0,13 11.778,36 50.023,39 54.392,70 58.377,35
Ulianópolis 19.254,00 26.657,00 0,18 (18.834,35) 33.020,59 38.944,77 44.347,39
Paragominas (Micro) 216.851,00 258.999,00 1,00 - 295.229,25 328.957,76 359.716,87
Notas: especial atenção para o município de Goianésia do Pará
Fonte: IBGE , 2005 – Projetada.

Tabela 1.2
Projeção das populações da microrregião de Tucuruí
e de seus municípios para os anos de 2010, 2015 e 2020
Períodos 2000 2005 ai bi 2010 2015 2020
Breu Branco 32.446 44.149 0,22 (22.104) 54.251 63.645 72.204
Itupiranga 49.655 62.860 0,25 (11.896) 74.259 84.858 94.516
Jacundá 40.546 47.177 0,12 9.638 52.901 58.224 63.073
Nova Ipixuna 11.866 13.968 0,04 2.068 15.782 17.470 19.007

209
Períodos 2000 2005 ai bi 2010 2015 2020
Novo
41.817 50.135 0,16 3.045 57.315 63.992 70.076
Repartimento
Tucuruí 73.798 85.501 0,22 19.248 95.603 104.997 113.556
Tucuruí (Micro) 250.128 303.790 1,00 - 350.111 393.186 432.433
Fonte: IBGE, 2005 - projetada

No ano de 2005, apenas três dos municípios – Tucuruí, Itupiranga e Novo Repartimento –
possuíam população superior a 50.000 habitantes. Levando em conta a projeção realizada para
2020, há uma mudança do quadro: apenas Nova Ipixuna e Goianésia do Pará estarão ainda
nesta categoria. Os demais terão população superior a esse índice, destacando-se Tucuruí com
população superior a 100.000 habitantes. Essa situação comprova que haverá em todos eles
maior densidade de ocupação da área e, conseqüentemente, maior pressão quanto à infra-
estrutura urbana, saneamento principalmente e equipamentos públicos nos setores de educação
e saúde.
Os municípios apresentam um crescimento relativo positivo, mas com índices de valores
decrescentes, indicando uma tendência de estabilização quanto a esse aspecto.
Tabela 1.3
Crescimento relativo da população nos anos projetados (Pt -P0:P0 )
município 2000-2005 2005-2010 2010-2015 2015-2020
Breu Branco 0,36 0,22 0,17 0,13
Itupiranga 0,27 0,18 0,14 0,11
Jacundá 0,16 0,12 0,10 0,08
Nova Ipixuna 0,17 0,12 0,10 0,08
Novo Repartimento 0,20 0,14 0,12 0,09
Tucuruí 0,16 0,12 0,09 0,08

microrregião Tucuruí 0,16 0,12 0,09 0,08

Goianésia do Pará 0,32 0,21 0,16 0,13


microrregião Paragominas 0,19 13,9 0,11 0,09

Destacam-se Breu branco, Goianésia do Pará e Itupiranga, que tiveram uma previsão de
crescimento populacional, de 2005 a 2020, de mais de 50%, respectivamente, 63,5%, 58%,e
50,3%. Os demais apresentaram cerca de 30%. Observa-se que Tucuruí, que vem tendo, desde
o início da ocupação da microrregião, altas taxas de crescimento, apresentando até 2020,

210
crescimento ainda positivo, mantém a posição de pólo urbano de atração frente aos demais
municípios.
Os municípios em análise encontram-se inseridos em uma microrregião com características
muito próprias, as quais, por vezes, são comuns no que concerne a vários fatores, dentre eles:
constituem-se em área de influência do reservatório da UHE Tucuruí. Também compartilham
especificidades ambientais, como o fato de terem, pelo menos parte de seus territórios, lindeiros
ao lago – na Área de Proteção Ambiental Lago de Tucuruí. Outra singularidade é a presença de
espaços territoriais protegidos legalmente, como é o caso das reservas de desenvolvimento
sustentável e das zonas de preservação da vida silvestre.
Todos estes elementos atuam como condicionantes e instrumentos de controle de expansão e
ocupação dos municípios. Outro aspecto diz respeito à posição estratégica da microrregião com
relação ao país, pois está inserida em uma região onde ocorre pressão para implementação de
programas nacionais para melhoria do sistema de transporte viário, em face da necessidade de
facilitar o escoamento de produtos e o transporte de cargas. Esses fatores, considerando ainda
serem municípios contíguos, possibilitam o desenvolvimento de conselhos com participação
comunitária na gestão, política, econômica, administrativa e ambiental da microrregião.
As projeções efetuadas indicam crescente urbanização dos municípios, sendo fundamental a
elaboração de políticas públicas – municipais, estaduais e federais – de ordenamento do
território que compatibilizem os interesses sociais com a proteção do meio ambiente, visando ao
desenvolvimento sustentável, noção fundamentada no uso racional dos recursos naturais em
solidariedade às gerações futuras.
O desenvolvimento desta microrregião tenderia a atender às necessidades de desenvolvimento
regional do país, principalmente para o estado do Pará, cuja capital, Belém, se veria aliviada da
função de pólo regional, na oferta de serviços empregos e demais necessidades, pela geração
de pólos urbanos de médio porte que poderiam assegurar e disciplinar a ocupação do território
estadual e evitar, conseqüentemente, a ocupação periférica e marginalizada comum nos
grandes núcleos urbanos.

211
2 INSERÇÃO SOCIAL-DEMOGRÁFICA DOS MUNICÍPIOS
DO ENTORNO DA UHE TUCURUÍ

2.1 CONTEXTO GERAL

Antes de uma análise específica dos municípios que constituem a microrregião de Tucuruí, é
interessante tecer alguns comentários sobre o quadro geral da região relacionando-a ao seu
processo de formação histórico e econômico, até a década atual.
A microrregião de Tucuruí é constituída pelos municípios de Tucuruí, Itupiranga, Jacundá, Breu
Branco, Nova Ipixuna e Novo Repartimento. Integra o escopo da presente análise o município de
Goianésia do Pará, que se insere na microrregião de Paragominas.
A microrregião de Tucuruí tinha característica ainda plenamente rural, até 1980, década em teve
início a urbanização da região. Este comportamento está intrinsecamente associado à
implantação de grandes projetos de infra-estrutura na região (Estrada de Ferro Carajás,
Transamazônica e, em especial, a Usina Hidroelétrica Tucuruí – UHE Tucuruí), que foram
determinantes na ocupação e desenvolvimento da região. Nessa década, com exceção de
Tucuruí, os municípios já constituídos apresentavam população inferior a 2.800 habitantes.
Breu Branco só veio a se constituir como município, por desmembramento do município de
Tucuruí, em 1991, como resultado direto dos movimentos político-administrativos decorrentes da
implantação da UHE Tucuruí. Antes, Breu Branco era apenas uma vila situada na margem
esquerda do Tocantins. Em razão do enchimento do reservatório foi necessária a sua
transferência para a margem direita (1984), a partir de um projeto de assentamento da
Eletronorte.

2.2 DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL NOS MUNICÍPIOS

A Tabela 2.1 mostra a implementação da microrregião de Tucuruí. Em 1980, ela englobava


apenas três municípios. Nos anos 1990, foram criados e incorporados a ela os municípios de
Breu Branco, Nova Ipixuna e Novo Repartimento.
A Tabela 2.1 mostra o reflexo da importância do município de Tucuruí na região como pólo de
atração e, principalmente, do processo imigratório ao município, tendo 80% de sua população,
em 2000, já concentrados na cidade de Tucuruí. Apenas o município de Jacundá apresenta um
perfil similar quanto ao índice de urbanização (85%), sendo a segunda maior população urbana
da microrregião, em 2000. Ambos os municípios, desde a década de 80, vêm se constituindo

212
com esse perfil urbano. No município de Itupiranga, em 2000, ainda predomina a ocupação rural
(71%) característica das últimas duas décadas. Os demais municípios – Breu Branco, Goianésia
do Pará, Nova Ipixuna e Novo Repartimento – apresentam índices de urbanização de 49%,
65%,43% e 59%, respectivamente.
Tabela 2.1
Caracterização da Composição Populacional Total Urbano-Rural – 1980, 1991, 2000
município/microrregião/ 1980 1991 2000
Estado Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
município
15.952
Breu Branco - - - - 16.494 (50,9)
(49,1%)
Goianésia do Pará - - - - 14878 7807
8.431
Itupiranga 2.804 (17,9%) 12.847 (82%) 28.580 (77,3%) 14.754 34.901
(22,7%)
Jacundá 286 14.574 22.081 20.931 34.518 6.028
Nova Ipixuna - - - - 5.207 6.659
Novo Repartimento - - - - 15.524 26.293
Tucuruí 27.308 33.815 46.014 35.609 60.918 12.880
microrregião
Tucuruí (Micro) 30.398 61.236 76.526 85.120 146.873 103.255
Paragominas (Micro) 12.357 35.755 83.077 65.191 149.966 66.885
Estado
Pará 1.666.993 1.736.505 2.596.388 2.353.672 4.120.693 2.071.614

A microrregião apresenta taxas altas de crescimento principalmente nas décadas de 1980 e


1990. Na década de 2000, possui taxa superior ao índice nacional. Destacam-se na década de
1980 o crescimento dos municípios de Tucuruí, Itupiranga e Jacundá.
Na década de 1990, com exceção dos municípios de Goianésia do Pará, Jacundá e Tucuruí,
que apresentaram redução, os municípios que compõem a microrregião apresentaram alta taxa
de crescimento. Este fato pode ser justificado pela forte imigração, proveniente da região, estado
e até mesmo de outras unidades da federação, em busca de opções de trabalho.
Na década de 2000, todos os municípios retomam o processo de crescimento, quando se
compara com a década de 1990. Embora muitos apresentem índices inferiores aos dos anos

213
1980, todos ainda apresentam altas taxas de crescimento populacional, sendo todas superiores
ao índice do estado e do país naquele ano. Observa-se que o alto índice de Breu Branco, refere-
se ao ano de 1993 em diante, quando passou à condição de município. Os índices dos
municípios de Goianésia do Pará e de Nova Ipixuna referem-se ao período de 1997-2000.
Tabela 2.2
Taxa Média Geométrica Anual de Crescimento dos Municípios
Anos
município/Região
1980/1990 1990/2000 2000/2006
Breu Branco - 12,26 6,09
Goianésia do Pará - -0,17 5,51
Itupiranga 8,35 3,59 4,65
Jacundá 10,48 0,07 2,98
Nova Ipixuna - 10,69 3,22
Tucuruí 2,68 -0,76 2,90
Paragominas 11,44 4,32 3,50
Tucuruí (Micro) 5,38 4,92 3,83
Pará 3,49 2,58 2,33
Fonte: IBGE
Nota: Taxa Média Geométrica Anual de Crescimento Regiões Selecionadas 1980/2006.

2.3 COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO DOS MUNICIPIOS

Quanto à composição populacional e suas tendências, cabe inicialmente estabelecer como


parâmetros a situação do Estado do Pará como também da microrregião de Paragominas de
modo a realizar uma avaliação da microrregião de Tucuruí e de seus municípios.

2.3.1 Estado do Pará

O Estado do Pará apresenta uma taxa de crescimento populacional intensa na década de 1980
(3,49 – Tabela 2.2), decrescendo nas décadas seguintes, mas mantendo, ainda hoje, índice
superior ao nacional (2,33).
Verifica-se um declínio no grupo 0-4 anos (Tabelas 2.3 e 2.4), desde a década de 1980,
considerando a redução acentuada da representatividade do grupo na composição populacional

214
até o presente. Este fato pode estar refletindo uma queda na taxa de fecundidade, e a
constituição de um perfil populacional mais urbano no Estado, seguindo tendência nacional. Em
contrapartida, houve um acréscimo na participação relativa da população economicamente ativa,
isto é, de 15-64 anos, compondo atualmente 59% da população do Estado. Quanto à faixa que
representa o grupo de pessoas idosas (65 a mais), observa-se um acréscimo pouco significativo,
da década de 1980 (3,1) para 1990 (3,3), que se mantém em equilíbrio (3,8), sem registro de
maiores alterações.
Quanto aos índices de razão de sexo, desde a década de 80, há um equilíbrio entre a
composição masculina e feminina na população, principalmente nas três primeiras faixas,
embora seja registrada pequena tendência para maior participação masculina. Já na faixa que
compreende a população idosa a tendência inverte-se, apresentando na composição maior
participação feminina neste grupo da população.
Observa-se gradativo declínio da razão de dependência total, confirmando o comportamento da
participação das faixas etárias na composição da população ao longo dos anos. Houve redução
da participação do grupo de 0-14 anos, reflexo da redução do índice de fecundidade,
crescimento de pequena proporção no grupo de idosos e acréscimo da população
economicamente ativa.
As razões de dependência de jovens e de idosos apresentam, também, comportamento
declinante, refletindo, respectivamente, a redução da participação da população, principalmente,
infantil e de jovens, o crescimento da representação da população economicamente ativa e
pequeno crescimento da participação do grupo de idosos, embora este grupo ainda apresente
baixo índice na composição da população (Tabela 2.3).
Os dados da Tabela 2.3 mostram, também, a participação crescente e gradual de idosos em
relação ao grupo de jovens. Entretanto observa-se que o grupo de idosos apresenta valores de
participação coerentes com a região norte, inferiores ao índice nacional e das demais regiões do
país, ainda, caracterizando o Pará como um estado de população mais jovem.

215
Tabela 2.3
Composição da População do Estado do Pará – 1980 e 1990
1980 1990
Faixa Etária
(anos) Distribuição Relativa Razão Distribuição Relativa Razão
Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total
Masc. Fem. Sexo Masc. Fem. Sexo

0a4 300.322 292.311 592.633 -8,82 8,58 102,74 354.864 345.171 700.035 -9.043,42 8.796,41 102,81
5a9 257.427 249.504 506.931 -7,56 7,33 103,18 355.408 344.442 699.850 -9.057,28 8.777,82 103,18
10 a 14 224.097 222.145 446.242 -6,58 6,52 100,88 326.398 323.036 649.434 -8.317,99 8.232,31 101,04
15 a 19 186.918 191.692 378.610 -5,49 5,63 97,51 271.271 273.241 544.512 -6.913,12 6.963,32 99,28
20 a 24 159.596 156.766 316.362 -4,68 4,6 101,81 223.675 221.426 445.101 -5.700,17 5.642,86 101,02
25 a 29 128.077 122.640 250.717 -3,76 3,6 104,43 184.059 182.818 366.877 -4.690,59 4.658,97 100,68
30 a 34 99.147 93.226 192.373 -2,91 2,73 106,35 158.135 153.215 311.350 -4.029,94 3.904,56 103,21
35 a 39 83.120 79.264 162.384 -2,44 2,32 104,86 130.344 126.565 256.909 -3.321,71 3.225,40 102,99
40 a 44 73.333 65.764 139.097 -2,15 1,93 111,51 107.179 97.945 205.124 -2.731,37 2.496,04 109,43
45 a 49 56.143 51.129 107.272 -1,64 1,5 109,81 83.145 76.870 160.015 -2.118,88 1.958,97 108,16
50 a 54 46.833 42.502 89.335 -1,37 1,24 110,19 67.173 60.815 127.988 -1.711,85 1.549,82 110,45
55 a 59 33.444 30.028 63.472 -0,98 0,88 111,38 49.764 47.656 97.420 -1.268,19 1.214,47 104,42
60 a 64 24.492 24.739 49.231 -0,71 0,72 99 40.732 38.922 79.654 -1.038,02 991,89 104,65
65 a 69 23.267 22.819 46.086 -0,68 0,67 101,96 30.383 29.656 60.039 -774,28 755,75 102,45
70 a 74 14.177 15.773 29.950 -0,41 0,46 89,88 19.641 20.467 40.108 -500,53 521,58 95,96
75 a 79 7.755 10.285 18.040 -0,22 0,3 75,4 13.511 15.479 28.990 -344,31 394,46 87,29
80 e + 4.071 6.768 10.839 -0,11 0,19 60,15 10.136 14.495 24.631 -258,3 369,39 69,93
Id. ignorada 1.979 1.945 3.924 -0,05 0,05 2.425.818 2.372.219 4.798.037
Total 1.724.198 1.679.300 3.403.498

216
2000 2006
Faixa Etária
(anos) Distribuição Relativa Razão Distribuição Relativa Razão
Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total
Masc. Fem. Sexo Masc. Fem. Sexo
0a4 396.051 381.704 777.755 -10.093,04 9.727,42 103,76 455.455 438.990 894.445 -11.606,90 11.187,31 103,75
5a9 389.664 374.270 763.934 -9.930,27 9.537,97 104,11 447.624 429.788 877.412 -11.407,33 10.952,80 104,15
10 a 14 382.467 372.500 754.967 -9.746,86 9.492,86 102,68 438.842 427.291 866.133 -11.183,53 10.889,16 102,7
15 a 19 371.238 365.028 736.266 -9.460,70 9.302,44 101,7 425.678 418.851 844.529 -10.848,06 10.674,08 101,63
20 a 24 312.171 306.983 619.154 -7.955,42 7.823,21 101,69 359.007 352.979 711.986 -9.149,00 8.995,38 101,71
25 a 29 252.511 249.916 502.427 -6.435,04 6.368,90 101,04 291.258 287.660 578.918 -7.422,47 7.330,78 101,25
30 a 34 214.968 212.604 427.572 -5.478,28 5.418,04 101,11 248.313 244.721 493.034 -6.328,05 6.236,51 101,47
35 a 39 185.800 180.571 366.371 -4.734,96 4.601,70 102,9 214.272 207.557 421.829 -5.460,55 5.289,42 103,24
40 a 44 155.518 150.125 305.643 -3.963,25 3.825,81 103,59 179.209 172.266 351.475 -4.566,99 4.390,06 104,03
45 a 49 125.771 119.145 244.916 -3.205,17 3.036,31 105,56 144.437 136.432 280.869 -3.680,86 3.476,86 105,87
50 a 54 96.586 90.688 187.274 -2.461,41 2.311,11 106,5 110.848 103.722 214.570 -2.824,87 2.643,27 106,87
55 a 59 75.341 74.125 149.466 -1.920,00 1.889,01 101,64 86.203 84.473 170.676 -2.196,81 2.152,72 102,05
60 a 64 60.172 58.637 118.809 -1.533,43 1.494,31 102,62 68.719 66.652 135.371 -1.751,24 1.698,57 103,1
65 a 69 44.898 44.482 89.380 -1.144,18 1.133,58 100,94 51.041 50.386 101.427 -1.300,73 1.284,04 101,3
70 a 74 31.363 31.820 63.183 -799,26 810,9 98,56 35.551 35.981 71.532 -905,98 916,94 98,8
75 a 79 19.130 20.323 39.453 -487,51 517,91 94,13 21.643 22.956 44.599 -551,55 585,01 94,28
80 e + 19.119 26.618 45.737 -487,23 678,33 71,83 21.588 30.069 51.657 -550,15 766,28 71,79
Id. ignorada 3.132.768 3.059.539 6.192.307 3.599.688 3.510.774 7.110.462
Total

217
Tabela 2.4
Participação % das Faixas Etárias dos Grupos Especiais na População do Estado do Pará
1980 1990 2000 2006
Faixa etária
(anos) Participação Participação Participação Participação
População População População População
relativa relativa relativa relativa
0-4 592.633 17,4 700.035 14,7 777.755 12,6 894.445 12,5
5-14 953.173 28,0 1.349.646 28,0 1.518.901 24,6 1.743.545 24,6
15-59 1.748.853 51,5 2.594.588 54,0 3.657.898 59,0 4.203.257 59,0
60 108.839 3,1 153.768 3,3 237.753 3,8 269.215 3,8

Tabela 2.5
Participação % das Faixas Etárias Gênero e Razão de Sexo dos Grupos Especiais na População do Estado do Para
1980 1990 2000 2006
Faixa
Etária (anos) Razão Razão R. R.
Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.
Sexo Sexo Sexo Sexo
0-4 300.322 292.311 102,0 354.864 345.171 102,0 396.051 381.704 103,0 455.455 438.990 103,0
5-14 481.524 47.649 102,0 681.806 667.840 102,0 772.131 746.770 103,3 886.466 857.079 103,0
15-59 891.103 857.750 103,0 1.315.477 1.279.111 102,0 1.850.076 1.807.822 102,0 2.164.227 2.075.313 104,2
60 51.249 57.590 89,0 73.671 80.097 91,0 114.510 123.243 0,9 129.823 139.392 93,0
Total 17.24.198 1.679.300 2.425.818 2.372.219 3.132.768 3.059.539 3.599.688 3.510.774

218
Tabela 2.6
Razão de Dependência Total, de Jovens e Idosos e
Índice de Envelhecimento do Estado do Pará
Índices 1980 1990 2000 2006
Razão de dependência total 0,944 0,849 0,693 0,692
Razão de dependência jovem 0,884 0,790 0,628 0,628
Razão de dependência idoso 0,060 0,059 0,065 0,064
Índice de envelhecimento 0,068 0,075 0,104 0,102

2.3.2 Microrregião de Paragominas

Esta microrregião situa-se nos limites da microrregião de Tucuruí, onde se encontra inserido o
município de Goianésia do Pará, que faz parte da área de influência da UHE Tucuruí, uma vez
que parte de seu território foi inundado pelo reservatório e limita-se com as margens do lago.
A inserção desta microrregião neste estudo permite uma avaliação comparativa de seu
comportamento populacional com a microrregião de Tucuruí (Tabela 2.7).
A microrregião de Paragominas possui atualmente 266.573 habitantes, 46.844 menos que a de
Tucuruí (Tabela 2.7). Analisando o processo de constituição da população atual, constata-se que
em 1980, havia apenas 48.112 habitantes, pouco acima da metade da população da
microrregião de Tucuruí naquele mesmo ano. Entretanto, esta microrregião apresentou alta taxa
de crescimento (11,44) na década de 80 (Tabela 2.8), enquanto a microrregião de Tucuruí,
embora apresentasse intenso crescimento populacional, sua taxa era 50% inferior (5,38). Em
1990, a população da microrregião de Paragominas tinha crescido 72%, e a de Tucuruí, 40%.
A faixa etária de 0-4 anos (Tabela 3.6) vem apresentando declínio desde os anos 80,
comportamento comum à microrregião de Tucuruí e seus municípios e ao Estado. Isto comprova
uma queda de fecundidade, hoje com valor baixo, característica comum aos demais municípios
vizinhos, mas ainda alta, comparada ao índice nacional.
Na década de 2000, observa-se maior participação da população economicamente ativa (59%),
embora ela tenha sempre estado no intervalo pequeno de 55% a 59%, com pequeno declínio em
2006. Atualmente este grupo tem índices de representatividade próximos ao do Estado (Tabela
3.5).
Na década de 80, constata-se a presença bem superior de homens na população, que no grupo
economicamente ativo chega a índices de razão de sexo de 144 homens para cada 100
mulheres (Tabela 3.7), valores diretamente associados aos índices da microrregião de Tucuruí,
naquele período. Entretanto, não está associado ao índice do Estado, que na mesma época

219
apresentava uma razão de sexo bem inferior, o que demonstra que o índice alcançado pela
microrregião decorre de causalidades específicas e locais e pode estar relacionado a um
período de atração de mão-de-obra e oferta de emprego, que provocou, especialmente no início
das obras da UHE Tucuruí, um processo imigratório de mão-de-obra masculina ao município.
Posteriormente à década de 1980, os índices de razão de sexo desta faixa declinaram,
apresentando atualmente valores próximos aos do Estado e do Brasil.
Observa-se um gradativo declínio da razão de dependência total (Tabela 3.8), confirmando o
comportamento da participação das faixas etárias na composição da população ao longo dos
anos. Houve uma redução da participação do grupo de 0-14 anos, reflexo da redução da taxa de
fecundidade. Embora tenha pequena participação, houve um crescimento de grande proporção
(65%) na representatividade do grupo de idosos e um acréscimo da população economicamente
ativa. As razões de dependência de jovens e de idosos apresentam comportamento similar, com
redução da participação da população infantil bem como da de jovens, crescimento da
participação da população economicamente ativa e grande crescimento proporcional do grupo
de idosos.
Conseqüentemente, o índice de envelhecimento revela-se crescente, nas mesmas proporções
da razão de dependência dos idosos, o que configura a maior participação desta classe na
composição atual da população, e, por esta razão, uma maior esperança de vida. Outrossim,
este índice se mostra ainda muito baixo e inferior aos valores atualmente encontrados no estado
e no país.

220
Tabela 2.7
Composição da População da microrregião de Paragominas
1980 1990 2000 2006
Faixa Etária
(anos) Razão Razão Razão Razão
Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total
de Sexo de Sexo de Sexo de Sexo
0a4 4.731 4.789 9.520 98,79 10.728 10.670 21.398 100,54 14.821 14.504 29.325 102,19 18.282 17.861 36.143 102,36
5a9 3.358 3.307 6.665 101,54 10.857 10.561 21.418 102,80 14.042 13.662 27.704 102,78 17.327 16.819 34.146 103,02
10 a 14 2.736 2.694 5.430 101,56 9.650 9.604 19.254 100,48 13.747 13.495 27.242 101,87 16.935 16.605 33.540 101,99
15 a 19 2.672 2.319 4.991 115,22 7.992 7.811 15.803 102,32 13.109 13.336 26.445 98,30 16.110 16.346 32.456 98,56
20 a 24 3.471 2.300 5.771 150,91 7.532 6.869 14.401 109,65 11.500 11.053 22.553 104,04 14.147 13.583 27.730 104,15
25 a 29 2.941 1.777 4.718 165,50 6.358 5.721 12.079 111,13 9.422 8.970 18.392 105,04 11.593 11.028 22.621 105,12
30 a 34 2.223 1.261 3.484 176,29 5.323 4.530 9.853 117,51 8.078 7.583 15.661 106,53 9.948 9.330 19.278 106,62
35 a 39 1.446 954 2.400 151,57 4.206 3.691 7.897 113,95 6.879 6.249 13.128 110,08 8.489 7.669 16.158 110,69
40 a 44 1.339 657 1.996 203,81 3.600 2.714 6.314 132,65 5.585 4.772 10.357 117,04 6.872 5.851 12.723 117,45
45 a 49 768 401 1.169 191,52 2.387 1.891 4.278 126,23 4.211 3.627 7.838 116,10 5.169 4.420 9.589 116,95
50 a 54 547 242 789 226,03 1.881 1.318 3.199 142,72 3.153 2.466 5.619 127,86 3.857 3.013 6.870 128,01
55 a 59 255 139 394 183,45 1.249 920 2.169 135,76 2.285 1.980 4.265 115,40 2.802 2.414 5.216 116,07
60 a 64 176 93 269 189,25 924 669 1.593 138,12 1.819 1.353 3.172 134,44 2.230 1.649 3.879 135,23
65 a 69 92 78 170 117,95 617 445 1.062 138,65 1.185 1.021 2.206 116,06 1.445 1.236 2.681 116,91
70 a 74 74 42 116 176,19 373 273 646 136,63 805 540 1.345 149,07 971 650 1.621 149,38
75 a 79 35 32 67 109,38 218 200 418 109,00 441 359 800 122,84 532 428 960 124,30
80 e + 13 17 30 76,47 155 159 314 97,48 413 386 799 106,99 498 464 962 107,33
Id. ignorada 91 42 133 216,67 74.050 68.046 142.096 111.495 105.356 216.851 137.207 129.366 266.573
Total 26.968 21.144 48.112

221
Tabela 2.8
Participação % das Faixas Etárias dos Grupos Especiais
na População da microrregião de Paragominas
1980 1990 2000 2006
Faixas
Etárias Particip. Particip. Particip. Particip.
(anos) População Relativa População Relativa População Relativa População Relativa
(%) (%) (%) (%)
0-4 9.520 19,7 21.398 15,0 29.325 13,5 36.143 13,5
5-14 12.095 25,0 40.672 28,0 54.946 25,3 67.689 25,3
15-59 26.192 55 77.586 54,6 127.430 59,0 156.520 58,7
60 305 0,63 2.440 1,8 5.150 2,2 6.224 2,3

Tabela 2.9
Participação % das Faixas Etárias Gênero e Razão de Sexo dos
Grupos Especiais na População microrregião de Paragominas
Paragominas - População por Faixa Etária - Anos 1980, 1990, 2000 e2006 - Gênero e Razão de Sexo
Período 1980 1990 2000 2006
Faixa População População População População
R. R. R. R.
Etária
Masc Fem. Sexo Masc Fem. Sexo Masc Fem. Sexo Masc Fem. Sexo
(anos)
0-4 4.731 4.789 101,0 10.728 10.670 100,0 14.821 14.504 102,0 18.282 17.861 102,0
5-14 6.094 6.001 101,0 20.507 20.165 101,0 27.789 27.157 102,0 34.262 33.424 102,0
15-59 15.838 10.143 144,0 41.452 36.134 114,0 66.141 61.389 107,0 81.217 75.303 107,0
60 305 211 144,5 1.363 1.077 126,0 2.844 2.306 123,0 3.446 2.778 124,0
74.050 68.046 111.495 105.356 137.207 129.366

Tabela 2.10
Razão de Dependência Total, de Jovens e Idosos e Índice
de Envelhecimento da microrregião de Paragominas
Razão de Dependência 1980 1990 2000 2006
Razão de Dependência total 0,847 0,831 0,702 0,703
Razão de Dependência jovem 0,832 0,800 0,661 0,663
Razão de Dependência idoso 0,015 0,031 0,040 0,040
Índice de envelhecimento 0,018 0,039 0,061 0,060

222
2.3.3 Microrregião de Tucuruí

A microrregião de Tucuruí apresenta um decréscimo da representatividade da população de 0-4


anos refletindo a queda de fecundidade na região, embora atualmente ainda apresente índice
superior ao do estado (13,7%) (Tabela 2.11). A faixa representativa da população
economicamente ativa apresenta uma queda ao longo da década de 1980, elevando-se na
década de 1990 (57,2%), mantendo-se estável até o presente e pouco inferior ao índice do
estado.
Observa-se um pequeno aumento na população idosa ao longo dos anos, mas que ainda mostra
uma participação inferior aos índices deste grupo na população do Estado (Tabela 2.11).
Quanto à composição por gênero, nas faixas de 0-4anos e 5-14 anos, infantil e jovem, a
distribuição entre homens e mulheres é equilibrada, ao longo dos anos, não tendo defasagem
superior a 3 homens (Tabela 10). Entretanto, a faixa que representa a população
economicamente ativa tem composição majoritária de homens, diferenciando-se da situação do
estado, principalmente na década de 1980, chegando a ter 45 homens a mais para cada 100
mulheres. Este índice apresenta grande redução na década de 1980, chegando a 109,3, o qual
se mantém estável até o presente, mas ainda assegurando a maior presença masculina neste
grupo da população (Tabela 2.12).
A população idosa (60 anos e mais) tem, no ano de 1980, maior número de homens do que
mulheres, 117 para cada 100, índice que entra em processo de ascendência a partir de 1990,
chegando a um de registro de 137 homens para cada 100 mulheres, mantendo-se a maior
presença de homens neste grupo, até 2006. O comportamento das últimas faixas pode ser
explicado pelo fato de ter ocorrido uma transferência da população economicamente ativa para a
população idosa e, também, pela redução nas taxas de migração deste grupo para a região.
A microrregião de Tucuruí apresenta valores nas razões de dependência total, jovem e idosos
superiores ao do Estado (Tabela 2.13), constituindo-se, portanto, como área onde existe maior
dependência da população inativa sobre a população economicamente ativa (15-64 anos) tanto
total, como jovem e idosa. Constata-se, ainda, o maior peso da população jovem no índice da
razão de dependência total.
O índice de envelhecimento de Tucuruí (Tabela 2.13) retrata a crescente participação da
população idosa na microrregião, que ainda representa uma participação muito baixa na
composição da população total da área, refletindo tanto a idade jovem do município, como
influências dos processos migratórios.

223
Tabela 2.11
Participação % das Faixas Etárias dos Grupos Especiais na População – microrregião de Tucuruí
1980 1990 2000 2006
Faixa etária
(anos) Participação Participação Participação Participação
População População População População
Relativa Relativa Relativa Relativa
0-4 16.597 18,1 24.389 15,7 34.113 13,6 42.955 13,7
5-14 22.223 24,2 46.753 30,2 65.802 26,4 82.652 26,3
15-64 51.512 56,2 80.490 52,0 143.195 57,2 179.035 57,2
64 1.302 1,5 3.135 2,1 7.018 2,8 8.775 2,8

Tabela 2.12
Participação % das Faixas Etárias Gênero e Razão de Sexo dos Grupos Especiais - Microrregião de Tucuruí
Período 1980 1990 2000 2006
Faixa População População População População
Etária R.Sexo R.Sexo R.Sexo R.Sexo
(anos) Masc Fem. Masc Fem. Masc Fem. Masc Fem.
0-4 8.452 8.145 103,0 12.293 12.096 101,6 17.562 16.857 102,3 21.729 21.226 102,3
5-14 11.323 10.900 103,0 23.538 23.215 101,3 33.479 32.323 103,5 42.053 40.599 103,5
15-64 30.499 21.013 145,0 42.041 38.449 109,3 75.229 67.966 110,6 94.193 84.842 111,0
64 703 599 117,0 1.782 1.353 131,7 4.055 2.963 136,8 5.086 3.689 137,8

224
Tabela 2.13
Razão de Dependência Total, de Jovens e Idosos e Índice de Envelhecimento da
Microrregião de Tucuruí
Razão de Dependência 1980 1990 2000 2006
Razão de Dependência total 0,777 0,923 0,747 0,751
Razão de Dependência jovem 0,754 0,884 0,698 0,702
Razão de Dependência idoso 0,023 0,039 0,049 0,049
Índice de envelhecimento 0,030 0,044 0,070 0,070

3 INFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS RELEVANTES PARA A


MICRORREGIÃO DE TUCURUÍ

Entre as atividades econômicas desenvolvidas na microrregião, destacam-se, primeiramente, a


ocupação de pessoas no setor de indústria extrativa da transformação e da construção, no setor
de comércio, turismo, alimentação, transporte e comunicação, como também nos serviços da
administração pública. Todos os municípios apresentam índices de ocupação de emprego
representativos nessas atividades (Tabela 3.1).
Observa-se ainda que vários deles apresentam especificidades quanto ao potencial na oferta de
determinadas ocupações, como Breu Branco, Itupiranga e Novo Repartimento em agropecuária,
silvicultura, exploração florestal e pesca.
Ressalta-se que 75% da ocupação da população, no município de Breu Branco, encontram-se
voltados para o setor de indústria extrativa da transformação e da construção.
No que se refere à representação das atividades econômicas na composição do PIB municipal,
destaca-se a geração de renda proveniente da atividade de indústria, principalmente nos
municípios de Breu Branco, Jacundá e Tucuruí, o que também confirma a importância desta
atividade na ocupação da população nesta microrregião.
A segunda atividade de importância na participação do PIB compreende o setor serviços, cuja
oferta se encontra mais concentrada nos municípios de Tucuruí e Jacundá, embora todos, com
exceção do município de Nova Ipixuna, ofereçam este tipo de ocupação. Este quadro pode
revelar a intensidade e distribuição da oferta dos serviços públicos nos setores de educação e
saúde na microrregião.

225
Tabela 3.1
Distribuição das Atividades Econômicas dos Municípios da Microrregião de Tucuruí
Pessoas ocupadas (%)
Atividades
Agropecuária, Comércio, turismo, Educação, Produção e
município financeiras, Administração Indústria extrativa
silvicultura, alimentação, saúde e distribuição de
imobiliárias e outros pública, defesa e da transformação e
exploração florestal transporte e serviços eletricidade, gás
serviços prestados seguridade social da construção
e pesca comunicação sociais e água
às empresas
Breu Branco 9,92 4,63 0,00 12,45 0,25 72,33 0,42
Itupiranga 13,49 19,84 4,37 36,51 1,19 24,60 0,00
Jacundá 0,20 30,28 1,10 23,41 9,36 34,86 0,80
Novo Repartimento 16,00 33,60 0,00 0,00 9,20 40,40 0,80
Tucuruí 1,48 28,74 9,97 16,11 10,20 24,73 8,78
Fonte: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos-2000.

Tabela 3.2
Participação do PIB das Atividades Econômicas no PIB Total
Resultado da Consulta Avançada
Participação do PIB da Participação do PIB do Participação do PIB do
Código município Número de famílias assentadas indústria no PIB total comércio no PIB total setor serviços no PIB total
(%) (%) (%)
150178 Breu Branco (PA) 164 57,4 0,1 20,9
150370 Itupiranga (PA) 2979 14,0 0,2 20,6
150380 Jacundá (PA) 141 51,3 1,4 29,8
150497 Nova Ipixuna (PA) 398 - - -
150506 Novo Repartimento (PA) 4330 16,0 0,4 21,5
150810 Tucuruí (PA) - 48,2 7,1 37,4
Fonte: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos - 2000

226
ANEXO 16 – ORDENAMENTO TERRITORIAL
Mapa – Macrozoneamento do Município

227
CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

228
ANEXO 17 – ORDENAMENTO TERRITORIAL
Zoneamento

229
CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

230
ANEXO 18 – ORDENAMENTO TERRITORIAL
Projetos Estruturantes e Hierarquização do
Sistema Viário

231
CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

232
ANEXO 19 – ORDENAMENTO TERRITORIAL
Projeto Estruturante 1 – PE1

233
CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

234
ANEXO 20 – ORDENAMENTO TERRITORIAL
Projetos Estruturantes 2 e 3 – PE2 e PE3

235
CASO NECESSÁRIO COLOCAR SAQUINHO

236

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