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Física 1

Cinemática Escalar
e Vetorial
Pré-Vestibular
Teoria e Exercícios Propostos
índice.física 1

Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática


1. Ponto Material ...................................................................................................... 9
2. Móvel .................................................................................................................. 9
3. Referencial .......................................................................................................... 9
4. Movimento e Repouso ......................................................................................... 10
5. Trajetória .......................................................................................................... 10
6. Localização ........................................................................................................ 12
7. Espaço .............................................................................................................. 12
8. Função Horária do Espaço ................................................................................... 13
9. Sentidos de Tráfego ............................................................................................ 13
10. Deslocamento Escalar ....................................................................................... 13
11. Distância Percorrida .......................................................................................... 14
12. Velocidade Escalar Média ................................................................................. 15
13. Velocidade Escalar Instantânea .......................................................................... 16

Capítulo 02. Movimento Uniforme


1. Definição ........................................................................................................... 20
2. Velocidade Escalar Constante ............................................................................... 20
3. Diagrama Horário da Velocidade Escalar ............................................................. 20
4. Função Horária do Espaço .................................................................................. 22
5. Diagrama Horário do Espaço ............................................................................... 23
6. Velocidade Relativa ............................................................................................. 25
7. Movimento Relativo Uniforme .............................................................................. 25

Capítulo 03. Aceleração Escalar


1. Aceleração Escalar Média .................................................................................... 27
2. Aceleração Escalar Instantânea ........................................................................... 27
3. Classificação ...................................................................................................... 28
4. Movimento Uniformemente Variado .................................................................... 29
5. Aceleração Escalar Constante ............................................................................. 30
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6. Diagrama Horário da Aceleração Escalar .............................................................. 30


7. Função Horária da Velocidade Escalar .................................................................. 30
índice.física 1

8. Diagrama Horário da Velocidade Escalar .............................................................. 30


9. Deslocamento Escalar ........................................................................................ 32
10. Velocidade Escalar Média no MUV ................................................................... 33
11. Equação de Torricelli ........................................................................................ 33
12. Função Horária do Espaço ................................................................................ 34
13. Diagrama Horário do Espaço ............................................................................. 34
14. Deslocamentos Sucessivos ............................................................................... 34

Capítulo 04. Diagramas Horários


1. Introdução ....................................................................................................... 37
2. Diagramas Horários do MU .............................................................................. 37
3. Diagramas Horários do MUV ............................................................................ 37
4. Repouso .......................................................................................................... 38
5. Cálculo de Áreas .............................................................................................. 39
6. Declividades ..................................................................................................... 40

Capítulo 05. Movimentos Verticais


1. Experiência de Galileu ....................................................................................... 43
2. Queda Livre ....................................................................................................... 43
3. Deslocamentos Sucessivos .................................................................................. 43
4. Lançamento Vertical para Cima ............................................................................ 44
5. Cálculos Básicos ................................................................................................ 45
6. Diagramas Horários ........................................................................................... 45

Capítulo 06. Composição de Movimentos


1. Introdução ......................................................................................................... 47
2. Vetor Velocidade ................................................................................................ 47
3. Composição Vetorial de Velocidades ................................................................... 47
4. Aplicações Básicas .............................................................................................. 48

Capítulo 07. Lançamento de Projéteis


1. Lançamento Horizontal ....................................................................................... 50
1.1. Introdução ............................................................................................................... 50
1.2. Cálculos Básicos ........................................................................................................ 50
índice.física 1

2. Lançamento Oblíquo ............................................................................................ 51


2.1. Movimentos Componentes ....................................................................................... 51
2.2. Cálculos Usuais ......................................................................................................... 52

Capítulo 08. Movimento Circular Uniforme


1. Período e Freqüência .......................................................................................... 55
2. Velocidade Linear ............................................................................................... 55
3. Rolamento Uniforme ........................................................................................... 55
4. Ângulo .............................................................................................................. 57
5. Deslocamento Angular ........................................................................................ 57
6. Velocidade Angular ............................................................................................. 57
7. Relação entre v e w ........................................................................................... 57
8. Função Horária da Posição Angular .................................................................... 58
9. Transmissão de MCU .......................................................................................... 59
9.1. Por Contato Direto ................................................................................................... 60
9.2. Por Correia ou Corrente ............................................................................................ 60

Capítulo 09. Aceleração Vetorial


1. Variação do Vetor Velocidade .............................................................................. 62
2. Aceleração Vetorial Média .................................................................................. 63
3. Aceleração Vetorial Instantânea ........................................................................... 63
4. Análise Vetorial de Movimentos .......................................................................... 64
4.1. Movimento Retilíneo Uniforme .................................................................................. 64
4.2. Movimento Retilíneo Uniformemente Variado ............................................................ 64
4.3. Movimento Circular Uniforme .................................................................................... 65
4.4. Movimento Circular Uniformemente Variado .............................................................. 65

Capítulo 10. Vetores


1. Grandezas Escalares e Vetoriais .......................................................................... 67
2. Vetores ............................................................................................................ 67
3. Vetores Iguais e Vetores Opostos ........................................................................ 68
4. Representação de Grandezas Vetoriais ................................................................. 68
5. Grandezas Proporcionais .................................................................................... 68
5.1. Grandezas Diretamente Proporcionais ....................................................................... 68
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5.2. Grandezas Inversamente Proporcionais ..................................................................... 68


6. Produto: Vetor x Escalar ..................................................................................... 69
índice.física 1

7. Adição de Vetores ............................................................................................... 70


7.1. Regra do Polígono .................................................................................................... 70
7.2. Regra do Paralelogramo ............................................................................................ 71
8. Adição Vetorial ................................................................................................... 72
8.1. Método das Componentes Vetoriais .......................................................................... 72
9. Subtração Vetorial .............................................................................................. 73
Cinemática Escalar
.01 e Vetorial

Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática


A Mecânica é o ramo da Física que tem Mas quando este carro fizer o percurso
por finalidade o estudo do movimento e do de 20 km entre duas cidades A e B, como
repouso. É dividida em Cinemática, Dinâmi- ilustra a figura a seguir, ele pode ser conside-
ca e Estática. rado um ponto material, porque seus 4 m de
A Cinemática descreve o movimento de comprimento tornam-se desprezíveis se
um corpo sem se preocupar com suas causas. comparados aos 20 000 m de percurso.
A Dinâmica estuda as causas do movimento.
A Estática analisa as condições para se man-
ter um corpo equilibrado ou em repouso.
Nesta etapa iniciaremos a Cinemática,
cujo método de descrição de movimentos
emprega, basicamente, as seguintes grande-
zas: espaço, tempo, velocidade e aceleração.

1. Ponto Material
Quando estudamos o movimento de um
corpo, muitas vezes é necessário levarmos em
conta o seu comprimento, a sua largura e a sua
altura. Porém, em certos casos, essas dimensões
(comprimento, largura e altura) são muito pe-
quenas em relação ao percurso que esse corpo
vai descrever; aí então, desprezamos essas di-
mensões e consideramos o corpo como se fosse 2. Móvel
um ponto material. É muito comum no desenvolvimento
teórico ou no enunciado de um exercício, fa-
Ponto material ou partícula é um corpo cujas larmos em corpos que estão associados ao
dimensões são desprezíveis quando compa- nosso cotidiano, como o movimento de uma
radas com a extensão de seu movimento. pessoa, de um automóvel e assim por diante.
Muitas vezes, não há necessidade de se espe-
cificar qual é o corpo que está em movimento,
Considere um automóvel em duas si- se é uma moto, um carro ou uma bicicleta,
tuações de movimento. Quando este automó- então o chamamos genericamente de móvel.
vel fizer manobras dentro de uma garagem,
ele não pode ser encarado como um ponto
material, porque devemos levar em conta o
3. Referencial
seu comprimento, largura e a altura para que Para descrever o movimento, o obser-
não haja colisão. vador deve definir um sistema de referência
ou referencial em relação ao qual o móvel será
analisado.

Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática PV2D-07-FIS-11 9


Cinemática Escalar e Vetorial

Referencial é o local onde um observador A Cinemática não estuda as causas dos


fixa um sistema de referência para, a par- movimentos, servindo então para ela qual-
tir do qual, estudar o movimento ou o re- quer referencial.
pouso de objetos.
Assim, se o referencial for o Sol, a Terra
gira ao seu redor, e se o referencial for a Terra,
o Sol gira ao seu redor.

4. Movimento e Repouso
Dizemos que um corpo se encontra em
movimento, sempre que a sua posição se mo-
dificar, no decorrer do tempo, em relação a
um certo referencial.
Dizemos que um corpo se encontra em
repouso, sempre que a sua posição se manti-
ver (for a mesma), no decorrer do tempo, em
relação a um certo referencial.

Um corpo pode, num determinado instan- 5. Trajetória


te, estar em repouso em relação a um certo
referencial e, em movimento, em relação a Consideremos um móvel que esteja em
outro referencial. movimento para um dado referencial. Por-
tanto, a posição desse móvel, em relação ao
Note na figura a seguir que o passageiro referencial, altera-se no decorrer do tempo.
no interior do ônibus está em repouso em re- Se unirmos as sucessivas posições do
lação ao ônibus e ao motorista, porque a sua móvel por uma linha contínua, obteremos a
posição em relação a eles é sempre a mesma. trajetória descrita pelo móvel para o
Já em relação ao observador fixo na Terra, tal referencial adotado.
passageiro está em movimento, porque sua
posição muda com o decorrer do tempo.

10 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática


Cinemática Escalar e Vetorial

02. Ponto material tem massa desprezível?


Resposta
Não. Ponto material tem dimensões desprezíveis.

03. Um garoto paralisado de medo agar-


ra-se ao carrinho de uma roda gigante. O me-
Na figura acima, P1, P2, P3, ... represen- nino está em repouso ou em movimento?
tam as sucessivas posições ocupadas pelo Resposta
móvel, correspondentes aos instantes t1, t2, t3, Depende do referencial adotado. Em relação ao
... A curva obtida com a união das sucessivas carrinho, o garoto está em repouso; em relação ao Sol, o
posições ocupadas pelo móvel é denominada garoto está em movimento. Em relação à Terra, se a roda
trajetória. gigante estiver em movimento, o garoto também estará.

Trajetória é o caminho determinado por 04. Um automóvel desloca-se numa ro-


uma sucessão de pontos, por onde o mó- dovia plana e horizontal, numa razão de 20
vel passa em relação a um certo referencial km/h. Um passageiro sentado no interior do
automóvel tem nas mãos uma bolinha de gude.
Em determinadas situações, conside- A bolinha é lançada verticalmente para cima
rando-se dois referenciais diferentes, pode- pelo passageiro e retorna em seguida para suas
mos ter duas trajetórias diferentes. Observe mãos. Qual é a trajetória da bolinha?
a figura a seguir. Resposta
Em relação ao automóvel, a bolinha executa
um movimento cuja trajetória é um segmento de reta
vertical.

A lâmpada que se destaca do teto de um


vagão (em tráfego uniforme nos trilhos) cai
de forma retilínea em relação ao vagão e, ao
mesmo tempo, apresenta trajetória parabó-
lica em relação aos trilhos. Em relação à superfície da Terra, a bolinha execu-
ta um movimento cuja trajetória é um arco de parábola.
Exercícios Resolvidos
01. O planeta Júpiter é um ponto material?
Resposta
Depende do movimento estudado. Se quiser-
mos analisar o movimento do planeta em torno do
Sol, ele pode ser associado a um ponto. Entretanto, se
formos estudar o seu movimento de rotação, ele não
Pois, enquanto a bolinha sobe e desce, o auto
pode ser associado a um ponto.
desloca-se para a frente.

Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática PV2D-07-FIS-11 11


Cinemática Escalar e Vetorial

6. Localização 7. Espaço
Para localizarmos um móvel num de- Quando conhecemos a trajetória descri-
terminado instante, construímos um siste- ta por um móvel, segundo um referencial,
ma de referência cartesiana, que pode apre- podemos dispensar o uso de eixos cartesianos
sentar uma, duas ou três dimensões. e definir a posição do móvel ao longo da tra-
Para darmos a posição de um automó- jetória, tomando um ponto desta como refe-
vel em trajetória retilínea, basta um único eixo rência. Este ponto de referência é denomina-
(movimento unidimensional), já que uma abcissa do origem (O) e a posição do móvel, espaço (s).
x desse eixo o localizará num certo instante.
Espaço (s) de um móvel é a distância, me-
dida ao longo da trajetória, do ponto onde
se encontra o móvel até a origem (O), acres-
cido de um sinal de acordo com a orienta-
ção da trajetória.

Para identificarmos uma cidade no nos-


so planeta, precisamos de um sistema
cartesiano com dois eixos, x e y, determinan-
do a sua latitude e longitude.

O espaço (s) de um móvel nos fornece a


sua localização na trajetória, em relação à ori-
gem dos espaços (s = 0). A distância do móvel
Agora, para identificarmos a posição de à origem (O), medida ao longo da trajetória,
um avião em movimento na atmosfera, num é precedida de um sinal algébrico (+) ou (–)
determinado instante, precisamos de um sis- para indicar a região da trajetória: à direita
tema cartesiano com três eixos, x, y e z, deter- ou à esquerda da origem, conforme a orienta-
minando sua latitude, longitude e altitude. ção escolhida para essa trajetória.
Um marco quilométrico de uma rodovia
corresponde, na prática, à grandeza espaço.

Quando se diz que um carro está no km


32, isto indica que ele se posiciona a 32 km da
origem (km 0) da rodovia.

12 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática


Cinemática Escalar e Vetorial

8. Função Horária do Espaço Quando o móvel retrocede, caminhan-


do contra a orientação da trajetória, seus
Durante o movimento de um ponto ma- espaços (s) são decrescentes. Este sentido de
terial, a sua posição varia com o decorrer do tráfego é classificado como retrógrado.
tempo. A maneira como a posição varia com o
tempo é a lei do movimento ou função horária.
s = f(t)
Na expressão acima, devemos ler:

O espaço é função do tempo


10. Deslocamento Escalar
As variáveis s e t têm unidades, que devem
A grandeza física que indica, entre dois
ser indicadas quando se representa a função.
instantes, a variação de espaço do móvel é
Normalmente são utilizadas as unidades do
denominada deslocamento escalar (∆ ∆s).
Sistema Internacional (SI), ou seja:
• espaço → metros (m) ∆s = s2- s1
• tempo → segundos (s)

Exemplo

1 = 234 + 53467 1234


s e t são as variáveis, isto significa que
para cada valor de t temos um valor de s. A figura abaixo apresenta os espaços
ocupados por um móvel numa trajetória em
No instante t = 0, o espaço s é denomi-
dois instantes diferentes.
nado s0 (espaço inicial).
Assim:
• para t = 0 ⇒ s = s0 = 4,0 + 2,0.(0)

s0 = 4,0 m
• para t = 1,0 s ⇒ s = s1 = 4,0 + 2,0.(1)
Pela figura anterior, temos que, no instan-
s1 = 6,0 m te t1 = 3s, o móvel encontra-se na posição
s1 = 4 m, e, no instante t2 = 6 s, sua posição é
9. Sentidos de Tráfego s2 = 9 m. Podemos afirmar que, entre os instan-
Quando o móvel caminha no sentido da tes 3 s e 6 s, o espaço do móvel variou de 5 m, ou
orientação da trajetória, seus espaços (s) são seja, de 4 para 9 m. Essa variação de espaço rece-
crescentes no decorrer do tempo. Denomina- be o nome de deslocamento escalar (∆ ∆s).
mos este sentido de tráfego de progressivo. Quando o movimento for progressivo,
o deslocamento escalar será positivo (∆ ∆s > 0).
Quando retrógrado, será negativo (∆ ∆s < 0).

Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática PV2D-07-FIS-11 13


Cinemática Escalar e Vetorial

11. Distância Percorrida Exercícios Resolvidos


Distância percorrida (d) é a grandeza 01. O que significa dizer que o espaço é
que nos informa quanto o móvel efetivamen- constante?
te percorreu entre dois instantes. Resposta
Quando o sentido de tráfego do móvel Significa que, em relação ao referencial adotado,
se mantém, seja progressivo ou retrógrado, a o móvel se encontra em repouso.
distância percorrida coincide com o módulo
do deslocamento escalar ocorrido. 02. O que podemos concluir quando o
Na figura a seguir, considerando-se o espaço vale zero num determinado instante?
movimento como progressivo, a distância Resposta
percorrida entre os instantes t1 e t2 foi de 5 m.
Que naquele instante o móvel passou pela
∆s| = |5 m| = 5 m.
Ou seja: d = |∆
origem dos espaços.

03. Em uma dada trajetória, o que po-


demos concluir quando:
a) o espaço aumenta em valor absoluto?
b) o espaço diminui em valor absoluto?
c) o espaço aumenta em valor algébrico?
Caso o sentido de tráfego entre t1 e t2 d) o espaço diminui em valor algébrico?
fosse retrógrado, como ilustra a figura abai-
xo, o deslocamento escalar seria de - 5 m e a Resposta
∆s| = |– 5 m| = 5 m.
distância percorrida: d = |∆ a) O móvel se afasta da origem.
b) O móvel se aproxima da origem.
c) O móvel se desloca no mesmo sentido da
orientação da trajetória.
d) O móvel se desloca em sentido contrário ao
da orientação da trajetória.

04. Um ponto material desloca-se so-


bre uma trajetória retilínea, obedecendo à
Quando há inversão de sentido no trá-
seguinte função horária do espaço:
fego, a distância total percorrida é calculada
somando-se os módulos dos deslocamentos s = t2 – 4t + 4
parciais (em cada sentido). O trajeto ABC
sobre a rampa abaixo exemplifica este caso, Sendo s medido em metros e t em segun-
sendo B o ponto de inversão de tráfego. dos, determine:
a) o espaço inicial;
b) o espaço no instante t1 = 1 s;
c) o espaço no instante t2 = 2 s;
d) o deslocamento escalar entre os ins-
tantes t1 e t2.

14 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática


Cinemática Escalar e Vetorial

Resposta
12. Velocidade Escalar Média
a) O espaço inicial é o espaço no instante t = 0.
Vimos que, quando um objeto está em
Para t0 = 0 ⇒ s = s0
movimento, ele muda de posição ao longo de
s0 = (0)2 - 4.(0) + 4 ⇒ s0 = 4 m sua trajetória. A cada posição do objeto, as-
b) Para t1 = 1 s ⇒ s = s1 sociamos um espaço ( s), e a variação de es-
paço representa o deslocamento escalar (∆s).
s1 = (1)2 - 4.(1) + 4 ⇒ s1 = 1 m
A tal variação de espaço ocorre num in-
c) Para t2 = 2 s ⇒ s = s2 tervalo de tempo (∆t), definido pela diferença
s2 = (2)2 - 4.(2) + 4 s2 = 0 ∆s s −s
υm= = 2 1
∆t t2−t1
entre o instante final e o inicial do percurso.
d) ∆s = s2 – s1 = Quando relacionamos o deslocamento
escalar ∆s e o correspondente intervalo de tem-
∆s = 0 – 4 ⇒ ∆s = - 4 m
po ∆t, obtemos a velocidade escalar média (vm).

05. O diagrama a seguir representa o ∆s s2 − s1


υm = =
espaço s em função do tempo t, para o movi- ∆t t 2 − t1
mento de um ponto material que se desloca
em relação a um dado referencial em trajetó-
ria retilínea.

A velocidade escalar média apresenta


sempre o mesmo sinal que o deslocamento esca-
lar (∆s), pois o intervalo de tempo é sempre po-
sitivo. Assim, podemos ter velocidade escalar mé-
dia positiva, negativa ou nula, dependendo
exclusivamente do deslocamento escalar.
Determine: No Sistema Internacional (SI), a unidade
a) o espaço inicial; para a velocidade é o metro por segundo (m/s).
b) o deslocamento escalar entre os ins- Outras unidades, tais como cm/s e km/h são
tantes 0 e 4 s; muito utilizadas.
c) a distância percorrida entre os ins- As relações entre elas são as seguintes:
tantes 0 e 4 s.
Resposta • 1 m/s = 100 cm/s
A análise do gráfico nos permite concluir que: 13
1222 46 1 13 46
a) t = 0 ⇒ s0 = 60 m 2 5 2 5
• 1 56 7 8 = 3422 6 79 = 3 14 6 79

b) ∆s = s - s0 = 60 – 60 ⇒ ∆s = 0 Para transformar km/h para m/s, divi-


dimos por 3,6; para o inverso, multiplicamos
c) d = 20 − 60 + 60 − 20 = 40 + 40 = 80m por 3,6.
12
3 3 4 12 3 3 4
volta ( 0→ 2 s ) ida ( 2 s → 4 s )

Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática PV2D-07-FIS-11 15


Cinemática Escalar e Vetorial

Como exemplo, suponha um carro efetu-


uma variação de espaço (∆s) também extre-
ando um deslocamento escalar de 36 km num
mamente pequena e, nessas condições, a ve-
intervalo de tempo de 0,50 h. A sua velocidade
locidade escalar média tenderá para um va-
escalar média neste percurso corresponde a:
lor que expressa a velocidade escalar instan-
∆s 36km 72 tânea. Assim, escrevemos:
v = = = 72 km h = m s = 20 m s
m ∆t 0,50h 3,6 ∆s
υ = lim
∆t → 0 ∆t
O resultado encontrado (72 km/h = 20 m/s),
significa a suposta velocidade escalar constan-
te que o carro poderia ter utilizado no trajeto. Na equação acima, lim significa limite.
Em termos práticos, podemos deter-
13. Velocidade Escalar minar a velocidade escalar instantânea da
seguinte forma:
Instantânea ∆s( muito pequeno)
Alguns dos meios de transporte utili- υ ≅ υm =
∆t ( muito pequeno)
zados pelo homem – carro, trem, avião – pos-
suem um instrumento – o velocímetro – que O físico e matemático inglês Isaac
indica o módulo da velocidade escalar ins- Newton descobriu, no século XVII, o proces-
tantânea (v), ou seja, o valor absoluto da ve- so matemático denominado derivação de fun-
locidade escalar do móvel no instante em que ções, que permitiu obter certas grandezas
efetuamos a leitura, em relação à Terra. instantâneas. A partir disto, temos:

A velocidade escalar instantânea é obtida


através da derivada da função horária do
espaço.

Simbolicamente, isto é expresso assim:

Quando o movimento for progressivo, a 23 (lê-se derivada de s em relação a t)


1=
velocidade escalar instantânea será positiva 24
(v > 0) e quando for retrógrado, negativa (v < 0). Cada função matemática tem a sua de-
Esta velocidade pode ou não coincidir rivada específica. Para o estudo da
com a velocidade escalar média do movimen- Cinemática, no ensino médio, tem grande im-
to. Enquanto a primeira representa a veloci- portância a derivada de uma função
dade real (v) num determinado instante, a se- polinomial, a qual é calculada de acordo com
gunda indica a velocidade escalar hipotética a técnica descrita a seguir.
(vm) que o móvel poderia ter mantido entre • Função horária dada: s = a.tn
dois instantes. Se o móvel mantiver sua velo-
cidade escalar instantânea constante, então 32
• Indicação da derivada: 1 =
sua velocidade escalar média coincidirá com 34
a instantânea.
• Cálculo da derivada: v = a.n.tn-1
A determinação da velocidade escalar
instantânea é feita a partir da velocidade es- A expressão final é denominada função
calar média (∆s/∆t), fazendo-se o intervalo de horária da velocidade. Ela nos permite deter-
1 2
tempo ∆1 tender a zero, isto é, tender a um
minar a velocidade escalar num instante t
qualquer.
valor extremamente pequeno, que acarretará

16 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática


Cinemática Escalar e Vetorial

Exemplo Resolução
A função horária do espaço de um mó-
vel é dada por: s = 2t3 + 4t2 − 5t + 7 (SI)
Obter a velocidade escalar do móvel
num instante t.
Resolução
No trecho AB:
d s → v = 2.3.t3-1 + 4.2.t2-1 − 5.1.t1-1 + 0 2 2
v= 11 = ⇒ ∆31 = (1)
d s ∆31 11
Portanto: v = 6t2 + 8t − 5 (SI) No trecho BC:
2 2
Exercícios Resolvidos 11 = ⇒ ∆31 = (2)
∆31 11
01. Considere um ponto material que No trajeto ABC:
se desloca, em relação a um dado referencial,
com a seguinte função horária do espaço: 23
11 = (3)
∆42 + ∆43
s = t2 – 5t + 2 (SI)
Substituindo (1) e (2) em (3), vem:
Determine a velocidade escalar média
entre os instantes 0 e 1 segundo. 23 2
11 = =
Resolução 3 3 4 4
+ +
A velocidade escalar média é: 12 1 3 12 1 3

∆2 22 − 23 21213
11 = = 11 =
∆3 32 − 33 ou seja:
12 + 13
em que:
03. Um ponto material percorre um tra-
s1 = 12 – 5 · 1 + 2 = – 2 m jeto ABC de uma trajetória de tal forma que o
s0 = 02 – 5 · 0 + 2 = 2 m trecho AB é percorrido com velocidade v1 num
intervalo de tempo ∆t1 e o trecho BC com velo-
−2 − 2
Portanto: 11 = =15 cidade v2 num intervalo de tempo ∆t2 . Calcule
3− 4 a velocidade escalar média no trajeto ABC.
1 1 = 2 3 456
Resolução
O sinal negativo indica que, no intervalo de
No trecho AB:
tempo considerado, o móvel viaja no sentido oposto
ao da orientação da trajetória. ∆21
11 = ⇒ ∆21 = 11 ⋅ ∆31
∆31
02. Um ponto material percorre um tra-
jeto ABC de uma trajetória, tal que os trechos No trecho BC:
AB e BC possuem comprimentos iguais (AB =
∆2 1
BC = d). Sejam v1 e v2 as respectivas velocida- 11 = ⇒ ∆2 1 = 11 ⋅ ∆31
des escalares médias nos trechos AB e BC. ∆31
Calcule a velocidade escalar média do ponto
material no trajeto ABC.

Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática PV2D-07-FIS-11 17


Cinemática Escalar e Vetorial

No trajeto ABC: 23
e) 1 =
24
∆2 ∆22 + ∆2 3
11 = =
∆3 ∆32 + ∆33 1 = 21 − 32 + 4
1 = 23 − 4 (SI)
12 ⋅ ∆22 + 13 ∆23
11 =
∆22 + ∆23
f) 1 = 23 − 4
Para 1 = 2 ⇒ 3 = 31
04. Uma partícula tem sua posição, ao
longo de sua trajetória, dada pela seguinte 11 = 2 ⋅ 3 − 4 = −4
função horária:
11 = − 2 3 4
1
1 = 2 − 12 + 2 (SI) Para 1 = 2 3 ⇒ 4 = 41

11 = 2 ⋅ 3 − 4 = −5
Determine:
a) o espaço inicial; 11 = −2 345
b) a posição do móvel para 1 = 1 2 ;
c) o deslocamento escalar entre 0 e 1 s; Quando o enunciado solicita a velocidade num
d) a velocidade escalar média entre os instante, é claro que ele se refere à velocidade instantânea.
instantes 0 e 1 s;
e) a função horária da velocidade; 05. A posição de um móvel em sua tra-
f) as velocidades nos instantes 0 e 1 s. jetória varia conforme a função horária:
Resolução
1 = 21 − 12 + 1 (SI)
a) Para 1 = 2 ⇒ 3 = 31

11 = 22 − 3 ⋅2 + 4 = 4 v 11 = 2 m Determine o instante em que o móvel


b) Para 1 = 2 3 ⇒ 3 = 31 inverte o sentido do seu movimento.
Resolução
11 = 22 − 3 ⋅ 2 + 4 = 5 Quando o móvel inverte o sentido do movi-
11 = 2 3 mento, sua velocidade escalar se anula.
Para resolver o problema, determinemos inici-
c) ∆1 = 11 − 12 almente a função horária da velocidade e, fazendo
∆1 = 2 − 3 = − 4 1 = 1 , obtemos o valor correspondente do tempo.
1 = 21 − 32 + 3
∆1 = − 2 3
23
∆2 −4 1= = 14 − 2
d) 11 = = = −4 24
∆3 5
1 = 12 − 2 (SI)
11 = − 2 345
Fazendo 1 = 2 , vem: 12 − 3 = 4
11 = 2 ⇒ 1= 13

18 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática


Cinemática Escalar e Vetorial

Para melhor ilustração do exemplo, apresenta-


mos a seguir os gráficos cartesianos das funções
1 = 21 − 12 + 1
e
1 = 12 − 2

Note que entre 0 e 2 s o movimento é retrógrado


(v < 0) e, após t = 2 s, o movimento é progressivo (v > 0).

Capítulo 01. Fundamentos da Cinemática PV2D-07-FIS-11 19


Cinemática Escalar e Vetorial

Capítulo 02. Movimento Uniforme


1. Definição No movimento uniforme, a velocidade
escalar instantânea é constante e diferente de
Se observarmos atentamente os movi- zero, sendo igual à velocidade escalar média.
mentos que ocorrem ao nosso redor, encon-
traremos vários exemplos de movimentos ∆2
1 = 11 ⇒ 1 = 1234567468 ≠ 9

nos quais a velocidade escalar permanece ∆3


constante. Uma estrela no céu, as extremida- Esta velocidade escalar constante terá
des dos ponteiros de um relógio movimen- valor positivo quando o movimento for progres-
tam-se com velocidade escalar constante. sivo e, valor negativo quando for retrógrado.
Também um pára-quedista, com o pára-que-
das aberto há algum tempo, cai com veloci- 3. Diagrama Horário da
dade praticamente constante. Num modelo
simplificado do átomo de hidrogênio, dize- Velocidade Escalar
mos que o elétron gira em torno do próton Como no movimento uniforme a velo-
com velocidade escalar constante. cidade linear é constante positiva ou negati-
Esses movimentos, nos quais a veloci- va, podemos representá-la através do diagra-
dade escalar permanece constante, são deno- ma horário abaixo:
minados movimentos uniformes.

2. Velocidade
Escalar Constante
Um objeto encontra-se em movimento
uniforme, em relação a um determinado
referencial, quando a sua velocidade escalar
não varia no decorrer do tempo.
Sendo a velocidade escalar constante, o Propriedade
móvel percorre deslocamentos escalares A variação de espaço (∆s) de um movi-
iguais em intervalos de tempos iguais, em mento uniforme, num intervalo de tempo
qualquer tipo de trajetória, ou seja, o estudo (∆t), é dada por:
do movimento uniforme não depende da for-
∆1 = 31 ∆2
ma da trajetória.
A figura a seguir representa um movi- Geometricamente, isto corresponde à
mento uniforme, em trajetória retilínea, com área sob o gráfico v x t.
velocidade escalar constante de 4 m/s.

∆12 324567

Observe que a cada 1 s o móvel cumpre


deslocamentos escalares iguais de 4 m.

20 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 02. Movimento Uniforme


Cinemática Escalar e Vetorial

Exercícios Resolvidos
01. Um carro se desloca em uma estra-
da retilínea com velocidade escalar constan-
te. A figura mostra as suas posições, anota-
das em intervalos de 1 min, contadas a par-
tir do km 24, onde se adotou t = 0. Como: ∆1 = 2 ⋅ ∆3
LTrem + LPonte = v · ∆t
60 + LPonte = (10) · (15)
60 + LPonte = 150 → LPonte = 90 m

Responda: 03. O gráfico a seguir representa aproxima-


a) O movimento é progressivo ou retró- damente a velocidade escalar de um ciclista, em fun-
grado? ção do tempo, durante uma viagem de 3,0 horas.
b) Qual a sua velocidade escalar em km/h? Determine, nesta viagem:
c) Qual a indicação de seu velocímetro? a) o deslocamento escalar do ciclista;
b) a sua velocidade escalar média.
Resolução
a) É retrógrado, pois suas posições são decres-
centes no decorrer do tempo.
b) Observa-se que a cada minuto o carro retro-
cede 2 km na rodovia, ou seja, apresenta ∆s = - 2 km.
Logo:

∆ −2 34 −2 34
1= = =
∆ 5 467 5

89
Resolução
1 = − 123 34

a) Observa-se no gráfico que o ciclista executa


c) O velocímetro estará indicando o módulo duas etapas em movimento uniforme: viaja a 30 km/h
da velocidade escalar constante do carro: 120 km/h. nas primeiras 2 horas e, a seguir, a 15 km/h na última
hora de viagem. Em cada etapa, temos:
02. Um trem, medindo 60 m de com- ∆ 1 = 2 ⋅ ∆3
primento, trafega com velocidade escalar ∆s1 = (30) · (2) = 60 km
constante de 10 m/s e demora 15 s para atra- ∆s2 = (15) · (1) = 15 km
vessar completamente uma ponte.
Logo, na viagem toda, temos:
Qual o comprimento da ponte?
∆sTotal = ∆s1 + ∆s2 = 60 + 15
Resolução ∆sTotal = 75 km
Note pela figura a seguir que, entre o instante
que o trem inicia a travessia até o momento que a Podemos também determinar este deslocamen-
completa, ele desloca a soma dos comprimentos seu e to escalar através da área sob o gráfico apresentado.
da ponte. Ou seja: ∆s = LTrem + LPonte Veja abaixo esta solução geométrica, lembrando que:
área de retângulo = base x altura.

Capítulo 02. Movimento Uniforme PV2D-07-FIS-11 21


Cinemática Escalar e Vetorial

Resolução
a) Não. Mostraria a Terra de 10 anos atrás.
Neste momento estaria chegando lá uma imagem que
viajou durante 10 anos pelo espaço, ou seja, que da-
qui saiu 10 anos atrás.
b) Primeiramente, calculemos 1 ano-luz em
metros levando em conta o movimento uniforme da
luz durante 1 ano.
∆1 = 2 ⋅ ∆3
∆sTotal 1 Α + Α = (2) · (30) + (1) · (15) = 75 km 1 ano-luz = c · (1 ano)
1 2
1 ano-luz = (3 · 108m/s) · (3,2.107 s)
b) Na viagem que durou 3,0 h, a velocidade 1 ano-luz = 9,6 · 1015 m
escalar média do ciclista é dada por: Assim, a distância entre a Terra e o tal planeta
(10 anos-luz) seria de:
∆ 2 45 67
11 = = ⇒ 11 = 567 d = 10 · (9,6 · 1015 m) → d = 9,6 · 1016 m
∆3 89

Repare que este resultado não corresponde à 4. Função Horária
média aritmética das velocidades utilizadas pelo ci-
clista (30 km/h e 15 km/h). A velocidade escalar mé-
do Espaço
dia apenas informa qual a velocidade escalar cons- Suponha um móvel trafegando com ve-
tante que poderia substituir, na viagem toda, as duas locidade escalar constante v ao longo de uma
que o ciclista utilizou. trajetória genérica, como ilustra a figura a
seguir.
04. Considere o texto abaixo:
Para enxergarmos qualquer objeto é necessário que
ele envie luz até nossos olhos. Como a velocidade
da luz é finita, existe um tempo para que o percur-
so dessa luz seja cumprido até nós. Logo, a visão
que temos de algo é sempre uma imagem de seu Em destaque na figura, observamos que
passado. o móvel no instante t = 0 encontra-se no espa-
Imagine que fosse possível um extrater- ço inicial s0. Após um tempo t, ele atinge a
restre, em seu planeta posicionado a 10 anos- posição s.
luz da Terra, estar nos observando com seu Lembrando que no movimento unifor-
telescópio neste momento. me o deslocamento escalar é dado através da
a) A imagem por ele obtida mostraria a expressão ∆s = v.∆t , podemos deduzir sua
Terra em seu momento atual? função horária do espaço assim:
b) Aproximadamente, qual a distância ∆s = v · ∆t
em metros entre a Terra e o tal planeta? s – s0 = v · (t – 0)
Dados: s – s0 = v · t
• velocidade da luz = c = 3,0 · 108 m/s
s = s0 + v · t
• 1 ano = 3,2 · 107 s.

22 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 02. Movimento Uniforme


Cinemática Escalar e Vetorial

Observe que todo movimento uniforme Se for progressivo (v > 0), o espaço será
terá este tipo de função horária do espaço, crescente no decorrer do tempo. Se retrógra-
isto é, trata-se de uma função matemática do do (v < 0), o espaço decrescerá com o tempo.
primeiro grau, onde s0 e v serão os seus coefi- Observe que a declividade da reta (tgθ) re-
cientes linear e angular, respectivamente. presenta o coeficiente angular da função, isto é:
Como exemplo, veja a tabela a seguir.
Ela nos traz a relação espaço-tempo de um ∆2 4
1= 5 536 θ
objeto em movimento uniforme. ∆3

Exercícios Resolvidos
01. A função horária do espaço, para
Não há razão para sabermos qual o for- um movimento uniforme, é dada por:
mato de sua trajetória, mas a função horária
do espaço deste móvel é facil de se obter. s = 10 + 2,0t (SI)
Acompanhe os passos a seguir: Determine:
1) Pela tabela, temos: a) o espaço inicial e a velocidade escalar
• 1 = 1 ⇒ 21 = 2 3 do movimento;
b) a posição do móvel para t = 30 s;
∆2 1 2
•1= = =12 4 c) o instante no qual a posição do móvel
∆3 34
é 20 m.
2) Montagem da função horária:
Resolução
s = s0 + v · t ⇒ s = 2 + 3t (SI) a) A função horária do MU é s = s0 + v · t e
no exercício, a equação é s = 10 + 2,0t .
Repare que esta expressão final relacio-
nará todos os dados da tabela anterior: Por comparação, temos:
• t = 0 ⇒ s = 2 + 3 · (0) = 2 m s0 = 10 m e v = 2,0 m/s
• t = 1 s ⇒ s = 2 + 3 · (1) = 5 m
• t = 2 s ⇒ s = 2 + 3 · (2) = 8 m b) No instante t = 3,0 s, temos:
....e assim por diante. s = 10 + 2,0 (3,0) ⇒ s = 16 m

5. Diagrama Horário c) Para s = 20 m, obtemos:


do Espaço 20 = 10 + 2,0 · t ⇒ t = 5,0 s
Já que a função horária do espaço de 02. Um móvel, em movimento retilíneo
todo movimento uniforme é do primeiro grau, e retrógrado, possui velocidade constante e
o gráfico espaço x tempo terá a forma de uma de valor absoluto igual a 5,0 m/s. No instan-
reta inclinada, a partir do espaço inicial (s0). te t = 0, ele se encontra em um ponto situado
a 20 m à direita da origem dos espaços. Su-
pondo que a trajetória tenha orientação po-
sitiva para a direita, determine:
a) a função horária do espaço;
b) o instante em que o móvel passa pela
origem dos espaços.

Capítulo 02. Movimento Uniforme PV2D-07-FIS-11 23


Cinemática Escalar e Vetorial

Resolução c) Escolhemos um ponto qualquer da tabela.


Por exemplo: t = 8,0 s e s = 10 m.
a) Trata-se de um movimento uniforme que Substituindo na função horária s = s0 + v · t,
apresenta s0 = 20 m e v = - 5,0 m/s (retrógrado). temos:
10 = s0 + 5 · (8)
10 = s0 + 40 ⇒ s0 = – 30 m

d) Sendo s0 = – 30 m; e v = 5,0 m/s, temos:


s = s0 + v.t ⇒ s = – 30 + 5 t (SI)
Sendo: s = s0 + v · t ⇒ s = 20 – 5,0 t (SI)
04. Dois carros A e B movimentam-se na
b) Origem dos espaços: s = 0. mesma rodovia. No instante t = 0, suas posições
Assim: 0 = 20 – 5,0t ⇒ t = 4,0 s e os respectivos módulos de suas velocidades es-
calares constantes estão indicadas na figura abai-
03. A tabela a seguir apresenta as posi- xo. Determine o ponto de encontro dos móveis.
ções ocupadas por um móvel, em movimen-
to uniforme, em função do tempo.

Resolução
As funções horárias para os carros A e B são:
Pede-se: sA = 20 + 60t e sB = 300 – 80t
a) o formato da trajetória do móvel; No ponto de encontro, temos sA = sB. Então:
b) a partir dos dados da tabela, cons- 20 + 60t = 300 – 80t ⇒ t = 2,0 h
trua o diagrama horário do espaço e ou seja, o encontro dos carros verifica-se
calcule a velocidade escalar do móvel; duas horas após a passagem deles pelas posições
c) determine a posição (s0) do móvel no iniciais da figura.
instante t = 0; Substituindo t = 2,0 h nas equações horárias
d) Escreva a função horária do espaço dos dois carros:
para esse móvel.
sA = 20 + 60 · (2,0) ⇒ sA = 140 km
Resolução
sB = 300 – 80 · (2,0) ⇒ sB = 140 km
a) Indeterminada, pois não há dados para isto.
b) Gráfico s x t : Portanto, o encontro dos carros A e B ocorre
no km 140, ou seja, a 140 km da origem dos espaços.

Construindo-se os gráficos s x t para os dois


móveis, percebe-se o processo de encontro ocorrido.

45
1 = 23θ = = 7 89

24 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 02. Movimento Uniforme


Cinemática Escalar e Vetorial

6. Velocidade Relativa 7. Movimento Relativo


Consideremos duas partículas A e B Uniforme
movendo-se em uma mesma trajetória e com
velocidades escalares vA e vB , em duas situa- Se dois móveis, ao longo da mesma traje-
ções distintas: movendo-se no mesmo senti- tória, mantiverem constantes suas velocidades
do e em sentidos opostos. escalares, logo um em relação ao outro execu-
tará um movimento relativo uniforme, apro-
A velocidade escalar que uma das par- ximando-se ou afastando-se um do outro com
tículas possui em relação à outra (tomada velocidade relativa de módulo constante.
como referência) é chamada de velocidade
Desta forma, podemos estabelecer a se-
relativa (vREL) e o seu módulo é calculado
guinte expressão para este MU:
como relatamos a seguir:
∆2123
I. Móveis em Sentidos Opostos 1123 = 1234567468 ≠ 9

∆3
Os processos de encontro ou ultrapas-
sagens de móveis são analisados normal-
mente através de movimento relativo.
1123 = 11 11 + 1121 Suponha, por exemplo, duas partículas
trafegando na mesma trajetória com veloci-
dades escalares constantes, vA e vB, e separa-
II. Móveis no Mesmo Sentido das inicialmente por uma certa distância D0,
como indica a figura a seguir.

Como os movimentos têm sentidos


1123 = 11 11 − 11 21
opostos, a velocidade relativa é dada em
módulo por: vREL = |vA| + |vB|.
Observação Tomando-se um dos corpos como refe-
Ao estabelecermos um movimento rela- rência, o outro irá até o encontro percorrer
tivo entre móveis, um deles é tomado como re- um deslocamento relativo de módulo D0. O
ferência e, portanto, permanece parado em re- intervalo de tempo (∆t) gasto até o encontro
lação a si mesmo, enquanto o outro se aproxi- será calculado assim:
ma ou se afasta dele com uma certa velocidade
relativa. Observe isto no esquema abaixo.

∆2123 ∆2 44
1123 = ⇒ ∆3 = 123 =
∆3 1123 11 51+1161

Capítulo 02. Movimento Uniforme PV2D-07-FIS-11 25


Cinemática Escalar e Vetorial

Exercícios Resolvidos 02. Dois trens, A e B, têm o mesmo com-


primento de 75 m e trafegam em linhas férreas
01. Três partículas A, B e C realizam, paralelas em sentidos opostos. Suas velocida-
sobre uma mesma trajetória retilínea, um des escalares possuem módulos constantes e
processo de aproximação a partir da situa- iguais a: |vA| = 54 km/h e |vB| = 36 km/h.
ção mostrada na figura abaixo. Considere que Determine:
os módulos de suas velocidades apresenta-
a) a duração do cruzamento completo
das na figura se mantenham constantes du-
destes trens;
rante o processo.
b) a distância que cada trem percorre
nos trilhos durante o cruzamento.

Resolução
a) Primeiramente, calculemos a velocidade re-
lativa de um trem em relação ao outro.
Qual partícula (A ou C) irá se encontrar 1123 = 21 12 + 2122= 12 + 34 = 56 45 3 6
primeiro com a partícula B?
Transformando-a para m/s, temos:
Resolução 12
• Estudemos o movimento de aproximação de
1123 = 4 3 5 = 56 4 3 5
3 24
A em relação a B (referência).
Observando que no cruzamento o deslocamento
1123 = 2112−2122 = 5 − 3 = 2 m/s relativo tem intensidade igual à soma dos compri-
mentos dos trens, vem:
Até o encontro, A terá um deslocamento relati-
vo de 6 m. Logo, o tempo gasto para isto vale:
∆ 2345 14
∆112 = = ⇒ ∆112 = 3 2
3345 2 45 2
• Estudemos agora a aproximação entre C e B
de forma análoga. ∆ 2 123 123 6
∆1 = = ⇒ ∆1 = 5 2
1123 = 2112 + 2122= 3 + 1 = 4 m/s 3123 42 6 7
Até o encontro: 1 212
b) 1 1 =43 14 ⋅ ∆2 = 12 5 3 64 ⋅ 4 = 56 7
∆ 2345 14 12 =4324 ⋅ ∆2 = 134 5 3 642 ⋅ 142 = 46 7
∆112 = = ⇒ ∆112 = 3 2
3345 2 45 2

• Conclusão: ∆112 < ∆132


O móvel C encontrará o móvel B antes que A.

26 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 02. Movimento Uniforme


Cinemática Escalar e Vetorial

Capítulo 03. Aceleração Escalar


1. Aceleração Escalar lar esteve diminuindo em média de 2 m/s a
cada segundo.
Média
A aceleração escalar é a a grandeza físi- 2. Aceleração Escalar
ca que nos indica o ritmo com que a velocida- Instantânea
de escalar de um móvel varia.
De modo análogo à velocidade escalar
A aceleração é uma grandeza causada
instantânea, podemos obter a aceleração es-
pelo agente físico força. Quando um móvel
calar instantânea, partindo da expressão que
receber a ação de uma força, ou de um siste-
nos fornece a aceleração escalar média (∆v/
ma de forças, pode ficar sujeito a uma acele-
∆t), fazendo ∆t tender a zero. Com este proce-
ração e, conseqüentemente, sofrerá variação
dimento, a aceleração escalar média tende
de velocidade.
para um valor denominado de aceleração es-
Definição calar instantânea:
Aceleração escalar média é a razão entre a va-
riação de velocidade escalar instantânea e o corres- ∆2
1 = 345
pondente intervalo de tempo. ∆ 1→2 ∆6
∆2 Em termos práticos, vamos determinar
Assim, escrevemos: 11 =
∆3 a aceleração instantânea da seguinte forma:

∆2 123456 78938
6
1 ≅ 11 =
∆3 123456 78938
6

A aceleração escalar instantânea repre-


senta a aceleração do móvel num determina-
∆2 21 − 22 do instante (t) e, mais precisamente, seu cál-
11 = =
∆3 31 − 32 culo é feito através do processo de derivação,
análogo ao ocorrido com a velocidade esca-
No Sistema Internacional (SI), a unida-
lar instantânea.
de para a aceleração escalar média é o metro
por segundo por segundo (m/s/s), que abre- A aceleração escalar instantânea de um
viamos por m/s2. Outras unidades podem ser móvel é obtida através da derivada da fun-
utilizadas, tais como cm/s2 e km/h2. ção horária de sua velocidade escalar.
A aceleração escalar média apresenta o
mesmo sinal da variação de velocidade esca- Simbolicamente, isto é expresso assim:
lar instantânea (∆v), pois o intervalo de tem-
po (∆t) é sempre positivo. 32
1= 123 4 567869
8 786 5 1 5 6 7962 7 5 2 
Quando informamos que num certo in- 34
tervalo de tempo o móvel teve uma acelera-
ção escalar média de 2 m/s2, isto significa que Em movimentos nos quais a velocidade
em média a sua velocidade escalar esteve escalar instantânea varia de quantidades
aumentando de 2m/s a cada segundo. Por iguais em intervalos de tempo iguais, a acele-
outro lado, uma aceleração escalar média de ração escalar é uma constante e, portanto, as
− 2 m/s2, quer dizer que sua velocidade esca- acelerações escalares instantânea e média

Capítulo 03. Aceleração Escalar PV2D-07-FIS-11 27


Cinemática Escalar e Vetorial

apresentam o mesmo valor. Nestes casos,


usamos o termo aceleração escalar sem neces-
sidade de especificar se é média ou instantânea.
Exemplos
a) • Dado: v = 3t2
• Derivada: a = 3 · 2 · t2-1 = 6t
b) • Dado: v = 2 + 4t
• Derivada: a = 0 + 4 · 1 · t1-1 = 4 (constante)
Para que isto ocorra, a aceleração esca-
lar instantânea deve ser no sentido oposto ao
da velocidade escalar instantânea, ou seja, v
3. Classificação e a possuem sinais opostos.
Sabemos que o velocímetro de um veí-
culo indica o módulo de sua velocidade esca- c) O móvel se movimenta com veloci-
lar instantânea. Quando as suas indicações dade escalar instantânea constante em fun-
são crescentes, está ocorrendo um movimen- ção do tempo. O movimento é denominado
to variado do tipo acelerado. Quando o velo- uniforme. Para que isto ocorra, a aceleração
címetro indica valores decrescentes, o movi- escalar instantânea deve ser nula (a = 0).
mento é classificado como retardado.
Observação – Tanto o movimento acele-
De modo geral, podemos detalhar esses
rado quanto o retardado podem apresentar uma
casos assim:
aceleração escalar instantânea constante. Neste
a) O móvel se movimenta com uma caso, o movimento recebe a denominação de
velocidade escalar instantânea, cujo módulo uniformemente acelerado ou retardado.
aumenta em função do tempo. O movimento
é denominado acelerado. Exercícios Resolvidos
01. Um móvel possui velocidade esca-
lar de 5,0 m/s. Sendo acelerado durante 10 s,
atinge a velocidade escalar de 25 m/s.
Determine a aceleração escalar média
para esse móvel.

Resolução
∆2 12 − 2 63
Para que isto ocorra, a aceleração esca-
11 = = ⇒ 11 = 1 4 7 51
∆3 43
lar instantânea deve ser no mesmo sentido
Uma aceleração escalar média de 2,0 m/s2 sig-
da velocidade escalar instantânea, ou seja, v
nifica que a velocidade escalar instantânea variou em
e a possuem o mesmo sinal.
média de 2,0 m/s a cada segundo.
b) O móvel se movimenta com veloci-
dade escalar instantânea cujo módulo dimi- 02. Um automóvel, movimentando-se
nui em função do tempo. O movimento é de- a 90 km/h, é freado e pára em 10 s. Determine
nominado retardado. a aceleração escalar média durante a
frenagem.

28 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 03. Aceleração Escalar


Cinemática Escalar e Vetorial

Resolução Resolução
Sendo 90 km/h = 25 m/s, temos: Para classificar o movimento, devemos anali-
sar os sinais da velocidade e da aceleração no instante
∆2 1 − 23 considerado.
11 = = ⇒ 11 = − 2 63 4 7 5 1
∆3 41 • A velocidade é obtida através da derivada da
Neste exemplo, temos a velocidade escalar ins- função horária do espaço:
tantânea positiva e a aceleração escalar média nega- 32
tiva. Isto significa que, no decorrer do tempo, a velo- 1= = − + 4  56789

 31
33
34
cidade escalar instantânea diminui, pois a aceleração
média possui sinal contrário ao da velocidade e, con- No instante t = 2 s:
seqüentemente, contrário ao da trajetória. 11 = − 1 + 2 ⋅ 4 15 ⇒ 11 = 3 2 3

03. Um ponto material desloca-se se- • A aceleração é dada pela derivada da função
gundo a função horária do espaço: horária da velocidade:
s = t3 + 2t2 + 4t − 12 (SI) 32
1= =5 ⇒ a = 4 m/s2 (constante)
Determine, no instante t = 1 s: 34
a) o espaço; Conclusão
b) a velocidade escalar;
O movimento no instante 2 s é progressivo (v > 0)
c) a aceleração escalar.
e acelerado (v e a têm mesmos sinais).
Resolução
a) Para t = 1 s ⇒ s = s1
s1 = (1)3 + 2(1)2 + 4(1) - 12 ⇒ s1 = - 5 m 4. Movimento Uniforme-
25 mente Variado
b) 1 = = 3 61 + 4 6 + 4
26 Um carro movimentando-se pelas
Para t = 1 s ⇒ v = v1 ruas de uma cidade, gotas de chuvas cain-
do, as pás de um ventilador, ao ser ligado
v1 = 3(1)2 + 4(1) + 4 ⇒ v1 = 11 m/s ou desligado, são exemplos de corpos que
se movimentam com velocidade escalar
32
c) 1 = = 14 + 5 variável, os chamados movimentos varia-
34 dos.
Para t = 1 s ⇒ a = a1 Dentre os movimentos variados, dare-
a1 = 6(1) + 4 ⇒ a1 = 10 m/s2 mos destaque, a partir deste módulo, aos
movimentos uniformemente variados, mo-
vimentos nos quais a velocidade escalar do
03. Um ponto material desloca-se so- corpo aumenta ou diminui, em relação ao
bre uma trajetória retilínea obedecendo à tempo, de maneira uniforme, ou seja, os cor-
função horária do espaço abaixo: pos movimentam-se com aceleração escalar
1 = 1 − 22 + 221 (SI) constante.

Classifique o movimento no instante


t = 2 s, indicando se é progressivo ou retró-
grado e se é acelerado ou retardado.

Capítulo 03. Aceleração Escalar PV2D-07-FIS-11 29


Cinemática Escalar e Vetorial

5. Aceleração Escalar 7. Função Horária da


Constante Velocidade Escalar
Um objeto encontra-se em movimento Considere um móvel trafegando em
uniformemente variado (MUV) quando a sua movimento uniformemente variado, com
velocidade escalar varia de quantidades aceleração escalar a.
iguais em intervalos de tempo iguais. Nestas
condições, podemos dizer que a aceleração
escalar média coincide com o valor da acele-
ração escalar instantânea e podemos chamá-
la simplesmente de aceleração escalar (a).
∆2
1 = 11 ⇒ 1 = 9 4567 316 38 ≠

∆3 Em destaque na figura acima, observa-


mos que o móvel no instante t = 0 possui velo-
cidade escalar inicial v0. Após um tempo t, ele
6. Diagrama Horário da atinge a velocidade escalar v.
Aceleração Escalar Lembrando que ∆v = a · ∆t, podemos
deduzir a função horária de sua velocidade
Como no movimento uniformemente assim:
variado a aceleração escalar é constante po-
sitiva ou negativa, podemos representá-la ∆1 = 2 ⋅ ∆3
através do diagrama horário abaixo: 1 − 11 = 2 ⋅ 43 − 56 ⇒ 1 = 11 + 2 ⋅ 3

Observe que todo MUV terá este tipo de


função, isto é trata-se de uma função matemáti-
ca do 1º grau, onde v0 e a correspondem aos seus
coeficientes linear e angular, respectivamente.

Propriedade
8. Diagrama Horário da
A variação de velocidade (∆v) de um Velocidade Escalar
MUV, num intervalo de tempo (∆t), é dada Já que a função horária da velocidade
por: de todo MUV é do primeiro grau, o gráfico
∆v = a · ∆t velocidade x tempo terá a forma de uma reta
inclinada, a partir da velocidade inicial v0 .
Geometricamente, isto corresponde à
área sob o gráfico a x t.

∆v N área

30 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 03. Aceleração Escalar


Cinemática Escalar e Vetorial

Observe que a declividade da reta (tgθ) 02. Um carro parte do repouso e man-
representa o coeficiente angular da função, tém uma aceleração escalar de 2,0 m/s2 du-
ou seja: rante 10 s. Imediatamente após ele é freado
bruscamente, vindo a diminuir sua velocida-
∆2 4 de escalar a uma taxa constante de − 4,0 m/s2
1= 5 536θ
∆3 até parar.
a) Determine a duração total deste mo-
Exercícios Resolvidos vimento.
01. A tabela a seguir fornece, em função b) Construa os diagramas horários da
do tempo, a velocidade escalar de uma pe- velocidade e da aceleração escalares.
quena esfera que desliza ao longo de uma
Resolução
rampa com aceleração constante.
a) No final da fase uniformemente acelerada, o
carro atingiu uma certa velocidade escalar. Vamos
calculá-la:
v = v0 + a · t
v = 0 + 2 · (10) ⇒ v = 20 m/s
Pede-se: Na fase de frenagem, até parar, ele reduz sua
a) a aceleração escalar da esfera; velocidade de 20 m/s para zero. Com esta variação de
b) a função horária de sua velocidade; velocidade podemos determinar a duração da brecada,
c) o gráfico velocidade x tempo ou seja:

Resolução ∆2 ∆2 5 − 65
1= ⇒ ∆3 = = = 985 4
∆3 1 − 785
a) Pela tabela, notamos que a cada intervalo
de 2,0 s sua velocidade escalar varia de 3,0 m/s. Então, para obtermos a duração total de movi-
Logo: mento, basta somar as durações de cada fase, isto é:

∆2 1 62 4 7 5 ∆t TOTAL = 10 s + 5,0 s ⇒ ∆t TOTAL = 15 s


1= = ⇒ 1 = 869 4 7 5 1
∆3 3 62 5
b) Para t = 0, a tabela nos informa a velocidade b) Gráficos v xt e a x t :
inicial da esfera, ou seja: v0 = 1,0 m/s. Usando agora
a expressão da função horária da velocidade para
MUV, vem:
1 = 11 + 2 ⋅ 3 ⇒ 1 = 678 + 679 3
45
c) Gráfico v x t :

Capítulo 03. Aceleração Escalar PV2D-07-FIS-11 31


Cinemática Escalar e Vetorial

03. A velocidade escalar de um móvel


varia com o tempo, a partir de t = 0, conforme
9. Deslocamento Escalar
a função: Vimos, no módulo anterior, que, no mo-
vimento uniformemente variado, a veloci-
v = 8 - 2t (SI) dade escalar varia no tempo segundo uma
a) Determine a sua velocidade inicial e função do primeiro grau (v = v0 + a · t) e, portan-
sua aceleração escalar? to, apresenta gráfico v x t como sendo uma
b) Em que faixa de tempo o movimento reta inclinada.
é retardado? Analogamente ao que ocorreu no estudo de
Resolução movimento uniforme, a área compreendida
entre o gráfico v x t e o eixo dos tempos ex-
a) O movimento é uniformemente variado, pois pressa o deslocamento escalar ocorrido no
a função horária de sua velocidade é do primeiro grau. intervalo de tempo escolhido.
Logo sua velocidade é dada por: v = v0 + at .
Por comparação com a função fornecida,
temos:
v0 = 8 m/s e a = − 2 m/s2

b) Pelo fato da aceleração escalar do móvel ser


constantemente negativa, o movimento será retar-
dado enquanto a velocidade escalar do móvel for de
sinal oposto ao da aceleração, ou seja, positiva.
Entre os instantes 0 e t, a área do trapézio
Impondo esta condição, vem:
destacado no gráfico acima representa o des-
v > 0 ⇒ 8 - 2t > 0 ⇒ t<4s locamento escalar efetuado pelo MUV. Pode-
Considerando-se a partir de t = 0, o movimento mos, para facilitar o cálculo, dividir o trapézio
será retardado entre os instantes 0 e 4 s. Na forma de em um retângulo e um triângulo, de forma
desigualdade isto seria expresso assim: que, somando-se suas respectivas áreas, te-
remos o deslocamento (∆s).
1≤2< 3 4

Observação
1 1 = 13⋅ 2
Note pelo gráfico a seguir que o instante t = 4 s
é o momento da inversão do sentido de tráfego, ou 1 = 3 ⋅ 22
2 2
seja, o instante em que o móvel pára (v = 0). Após o
instante t = 4 s, o móvel entra em movimento acelera-
do, pois v e a passam a ter o mesmo sinal (ambas
negativas). ∆1 = 21 ⋅ 3 + 14 ⋅ 32

Esta expressão horária do 2° grau, deno-


minada função horária do deslocamento per-
mite calcular o deslocamento escalar ocorri-
do entre o instante inicial (t = 0) e um instante
final (t) qualquer, bastando que se conheça a
velocidade escalar inicial (v0) do móvel e a
sua aceleração escalar (a).

32 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 03. Aceleração Escalar


Cinemática Escalar e Vetorial

10. Velocidade Escalar 1 = 11 + 2 ⋅ 3 ⇒ 3 =


1 − 11
2
Média no MUV
Substituindo esse valor de t na função ho-
Sabemos que a razão ∆s/∆t fornece a ve- rária do deslocamento, temos:
locidade escalar média de qualquer movi-
mento. Entretanto, no MUV, ela também pode ∆1 = 21 ⋅ 4 + 13 ⋅ 42
ser calculada através da média aritmética das
velocidades instantâneas inicial (v0) e final (v). 13 2 − 2 46 + 3 ⋅ 13 2 − 2 46 2

2 3 5 12 3 5
1 1
∆1 = 21 ⋅
Observe a demonstração a seguir:
Desenvolvendo, matematicamente, a ex-
∆12 124567 234
pressão acima, vem:
13 3 2 + 3 46 ∆8
∆1 =
2 9 5 ⋅
11 = 121 + 1 ⋅ 2 ⋅ ∆3
3 + 3
31 = 2
9 Exercícios Resolvidos
De modo geral, a velocidade escalar mé- 01. Um automóvel com velocidade es-
dia no MUV pode ser determinada entre dois calar de 90 km/h (ou seja, 25 m/s) é freado
instantes quaisquer (t1 e t2), obtendo-se a mé- uniformemente e pára após 10 s. Analisando
dia aritmética das velocidades escalares des- esta frenagem, calcule:
ses instantes (v1 e v2), ou seja: a) a aceleração escalar do carro;
1 +1 b) o seu deslocamento escalar até parar.
11 = 2 3
1 Resposta
Pela velocidade escalar média calculada, a) 1 = 11 + 2 ⋅ 3
podemos também determinar o deslocamen-
to escalar acontecido. Por exemplo, um carro 1 = 23 + 2 ⋅ 41 ⇒ 2 = − 2 43 5 6 2
em MUV que varia sua velocidade escalar de
15 m/s para 25 m/s, num prazo de 4,0 segun- b) ∆1 = 21 ⋅ 3 + 14 ⋅ 32
dos, desloca: −1 12
∆1 = 12⋅ 34 + ⋅ 34 2 ⇒ ∆1 = 312 5
1
∆1 = 21 ⋅ ∆3
1 2 + 23 46 ⋅ ∆3 = 13 34 + 24 46 ⋅ 5 46 = 76 1
∆1 = 3 2
Podemos também calcular o deslocamento esca-

2 2 5 2 2 5 lar sem utilizar a aceleração escalar. Observe:

13 22 + 246 ∆3
11. Equação de Torricelli ∆1 = 21 ⋅ ∆3 =
2 2 5 ⋅

A equação de Torricelli é uma expressão 13 23 + 4 46 54 = 523 1


que relaciona as três grandezas fundamen-
∆1 =
2 2 5 ⋅

tais do MUV: velocidade, aceleração e varia-


ção de espaço, independentemente do tempo.
A determinação da equação de Torricelli é
feita a partir da fusão das funções horárias
da velocidade e do deslocamento, com a eli-
minação da grandeza tempo. Observe:

Capítulo 03. Aceleração Escalar PV2D-07-FIS-11 33


Cinemática Escalar e Vetorial

02. Um carro parte do repouso com uma


aceleração escalar constante de 2,0 m/s2 e per-
corre 25 m. Nesse percurso:
a) qual a velocidade escalar final atingida
pelo carro?
b) qual a sua velocidade escalar média?

Resposta
a) Nota-se, pelos dados, a ausência da grandeza
tempo. Logo, devemos determinar a velocidade atin-
gida por uma equação não horária. Usando a equa- A concavidade da parábola do gráfico s ´ t será
ção de Torricelli, temos: voltada para cima quando a aceleração escalar
do MUV for positiva. Se a aceleração escalar for
11 = 121 + 1 ⋅ 2 ⋅ ∆3 negativa, a concavidade da parábola será volta-
11 = 2 1 + 1 ⋅ 1 ⋅ 13 ⇒ 1 = 42 5 6 da para baixo.
1 + 1 Repare que o vértice da parábola, do gráfico
b) 11 = 2
3 s ´ t acima, ocorre no instante (ti) de inversão do
4 + 54 sentido de movimento, que deixa de ser pro-
11 = ⇒ 11 = 6 24 1 2 gressivo para ser retrógrado, ou vice-versa. Dessa
3
forma, o instante do vértice da parábola, no grá-
fico s ´ t, sempre representa o momento em que
12. Função Horária do Espaço a velocidade do móvel é nula (v = 0).
Podemos obter a relação espaço-tempo do
MUV por meio da função horária do desloca-
14. Deslocamentos Sucessivos
mento, já demonstrada. Observe: Considere um móvel que parta do repou-
so (v0 = 0) com uma aceleração escalar cons-
∆1 = 21 ⋅ 3 + 14 ⋅ 32 tante positiva, como sucede com uma boli-
1 − 11 = 21 ⋅ 3 + 14 ⋅ 32 nha quando solta numa rampa.
Por meio do cálculo de áreas no gráfico
1 = 11 + 21 ⋅ 3 + 14 ⋅ 32 velocidade ´ tempo, podemos determinar,
em intervalos de tempos iguais, os desloca-
mentos sucessivos efetuados pelo móvel.
Portanto, todo movimento uniformemen-
te variado possui função horária do espaço
do segundo grau, sendo s0 , v0 e a/2 os coefici-
entes da função.

13. Diagrama Horário


do Espaço
A representação gráfica de toda função
matemática do segundo grau é uma parábo-
la. Como a função horária do espaço do MUV
é do 2º grau, o gráfico s ´ t será parabólico.

34 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 03. Aceleração Escalar


Cinemática Escalar e Vetorial

Repare que os deslocamentos escalares Por comparação com a função dada, temos:
sucessivos são crescentes e proporcionais aos
números ímpares, ou seja: d, 3d, 5d, 7d, etc. s0 = 2 m v0 = 3 m/s
Essa propriedade sempre ocorre quando o
móvel parte com velocidade inicial nula. (a/2) = 4 Þ a = 8 m/s2

b) Pela função horária da velocidade do MUV, vem:


v = v0 + a · t Þ v = 3 + 8 t (SI)

Pode-se também obter a função acima diretamen-


te por derivação (ds/dt).
02. O gráfico abaixo representa a posição
(espaço) em função do tempo para o movi-
mento de uma partícula, que tem aceleração
escalar constante.
Podemos construir a parábola do gráfico s ´ t
desse MUV utilizando tal propriedade. Obser-
ve essa construção abaixo:

Pede-se:
a) o instante (t) em que a partícula pára;
b) a sua velocidade escalar inicial (v0);
Exercícios Resolvidos c) a sua aceleração escalar (a);
01. A função horária do espaço de um mó- d) a função horária do espaço do móvel.
vel é dada por: Resolução
1 = 1 + 2 2 + 3 21 534 6 a) No gráfico, o instante do vértice da parábo-
Determine para esse movimento: la (t = 2,0 s) indica o momento em que ocorre a
inversão de sentido do movimento (o móvel passa
a) o espaço inicial (s0), a velocidade inicial
de progressivo para retrógrado), ou seja:
(v0) e a aceleração escalar (a);
b) a função horária de sua velocidade. 1=2 ⇒ 3 = 452 6
Resolução b) Nota-se pelo gráfico que, nos dois primeiros
a) Trata-se de um movimento uniformemente va- segundos de movimento, a partícula teve uma varia-
riado, pois a função horária dada é do 2º grau, ou seja: ção de espaço igual a:

11 = 1 − 11 = 234 − 534 = 634 7

Capítulo 03. Aceleração Escalar PV2D-07-FIS-11 35


Cinemática Escalar e Vetorial

Logo, sua velocidade escalar média foi de: 03. A figura a seguir mostra, em interva-
los de 1,0 s, a mudança de posição de uma
456 7
11 = 12 = = 856 7 2 bolinha que se move sobre uma rampa lon-
13 856 2 ga, após ser solta no instante t = 0.
Lembrando que a velocidade média no MUV equi-
vale à média das velocidades inicial e final, vem:
1 + 12
11 = 34356 78531 = 93
15 3 6
2
9 + 12
249 = ⇒ 12 = 49 6 
2
c) Usando a função horária da velocidade do
MUV, temos:
a) Que tipo de movimento ela executa so-
1 = 11 + 2 ⋅ 345467 89641 =
46743 5
4 4 4 bre a rampa?

= 5
+ 2 ⋅  5
 ⇒ 2 = − 5
7 1 b) Quantos centímetros ela percorrerá
durante seu quarto segundo de movimento
d) 1 = 11 + 21 ⋅ 3 + 14 ⋅ 3
2
sobre a rampa?
Substituindo na função os valores do espaço ini- Resolução
cial (s0 = 5,0 m, pelo gráfico), da velocidade inicial a) O movimento é uniformemente acelerado,
(v0) e da aceleração escalar (a) da partícula, vem: já que os deslocamentos sucessivos da bolinha (a cada
1,0 s) são crescentes e proporcionais aos números
1 = 234 + 534 ⋅ 6 + −123
1
⋅ 61 ímpares, isto é: 10 cm ( no 1º segundo), 30 cm (no 2º
segundo), 50 cm (no 3º segundo), etc.
123456427 = 89
+ 9
4 − 9
4 1 (SI) b) Se os deslocamentos consecutivos da boli-
nha (a cada 1,0 s) seguem a ordem dos números
Esta expressão representa a equação da parábo- ímpares, portanto no quarto segundo, isto é, entre
la do gráfico s ´ t dado. t = 3,0 s e t = 4,0 s, a bolinha percorrerá 70 cm.

36 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 03. Aceleração Escalar


Cinemática Escalar e Vetorial

Capítulo 04. Diagramas Horários


1. Introdução Tais características são representadas gra-
ficamente assim:
Conhecendo-se o diagrama horário de
uma das grandezas de um movimento (espa-
ço, velocidade ou aceleração), podemos tirar
conclusões a respeito das outras grandezas,
bem como construir seus respectivos diagra-
mas horários.
O quadro a seguir relaciona os diagramas
horários com as informações que podem ser
obtidas em cada um deles.

Um movimento pode ser composto por


etapas com características diferentes. Por
exemplo, um veículo pode entrar em movi-
mento, acelerando de modo uniforme (MUV),
e, após certo tempo, passar a manter cons-
tante sua velocidade atingida (MU).
Interpretar e construir diagramas horá-
rios para esse tipo de movimento misto, a
partir das características já estudadas de MU
e MUV, são os objetivos deste módulo.

2. Diagramas Horários
do MU 3. Diagramas Horários
O Movimento Uniforme (MU) apresenta do MUV
as seguintes características: O Movimento Uniformemente Variado
(MUV) possui as seguintes características:

Capítulo 04. Diagramas Horários PV2D-07-FIS-11 37


Cinemática Escalar e Vetorial

A representação gráfica dessas caracterís- Exercícios Resolvidos


tica segue abaixo:
01. O gráfico a seguir indica como varia a
posição de uma pessoa em função do tempo,
ao longo de uma caminhada em linha reta.

Com base no gráfico:


a) O que ocorre com a pessoa entre os ins-
tantes t = 40 s e t = 60 s ?
b) Qual a distância total percorrida pela
pessoa entre os instantes 0 e 80 s ?
c) Construa o diagrama horário de
sua velocidade escalar.
Resolução
a) Entre os instantes 40 s e 60 s, a pessoa
encontra-se em repouso (espaço constante).
b) Nos primeiros 40 s, a pessoa caminha em mo-
vimento uniforme progressivo (s cresce linearmente
com t) e desloca: ∆s = s – s0 = 60 – 20 = 40 m.
Nos últimos 20 s, a pessoa retrocede, em movi-
mento uniforme, do espaço 60 m para o espaço 40 m.
4. Repouso Logo, desloca: ∆s = 40 – 60 = – 20 m.
Conclusão: d = |∆s|
No estado de repouso: o espaço é constan-
te (pois o corpo não muda de posição), a velo- dTotal = dIda + dVolta= 40 + 20
cidade é constantemente nula e, portanto, não
dTotal = 60 m
há aceleração. Veja isso diagramado:
c) Nos primeiros 40 s:
56 4
1 = ∆2 = = 716 4 2 2345678579

∆3 56 2
Nos últimos 20 s:
− 56 4
1 = ∆2 = = −716 4 2 2345678579

∆3 56 2

38 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 04. Diagramas Horários


Cinemática Escalar e Vetorial

Lembrando que a velocidade é nula (repouso), • DE: Repouso (v = 0 e a = 0).


entre os instantes 40 s e 60 s, temos:

02. A posição x de um veículo, que se move


entre dois semáforos de uma avenida
retilínea, é mostrada em função do tempo t
pelo gráfico abaixo. Considere que os trechos
AB e CD do gráfico sejam arcos de parábola,
com vértices respectivamente em A e em D.
5. Cálculo de Áreas
O deslocamento escalar (∆s) num certo in-
tervalo de tempo (∆t), para um movimento qual-
quer, pode ser determinado através do cálculo
da área existente entre o gráfico v x t e o eixo
dos tempos, limitada pelo intervalo de tempo
escolhido. Observe isso no diagrama abaixo:

Esboce os diagramas horários da veloci-


dade e da aceleração para este movimento.
Resolução
Vamos detalhar o tipo de movimento desenvolvi-
do em cada trecho e, depois, construir os gráficos.
• AB: MUV, com v0 = 0 (vértice em A). Em 3,0
segundos, o carro desloca 18 metros. Logo:
O diagrama horário da velocidade pode in-
12 85
11 = ∆2 = = 4
3 5 2 dicar que o movimento é composto por etapas,
∆4 6
3 9 de tal forma que podemos, em cada trecho, iden-
11 + 1 tificar suas características e também calcular
11 = ⇒ 4
3 = 3 + 1 ⇒ 1 = 15 5 2
5 5 seus respectivos deslocamentos escalares.
15 5 2
3 = ∆1 = = 7
3 5 2 2 9
∆4 6
3 2
• BC: MU, com v = 12 m/s (a velocidade final do
trecho AB) e aceleração nula (a = 0).
• CD: MUV, com a = – 4,0 m/s2, pois as parábo-
las AB e CD são simétricas, sendo CD com
concavidade voltada para baixo. Em D, v = 0.

Capítulo 04. Diagramas Horários PV2D-07-FIS-11 39


Cinemática Escalar e Vetorial

Analogamente, a área calculada no diagra- Analogamente, o cálculo de declividade


ma horário da aceleração, entre o gráfico e o eixo num gráfico v x t leva-nos a encontrar a ace-
dos tempos, limitada por um ∆t, indica a varia- leração escalar do movimento ou a que ocor-
ção de velocidade ocorrida naquele intervalo. re num determinado instante.

Observação
A área sob o gráfico espaço x tempo não 1 = ∆2 5 4536 θ 1 1 2 2345 θ
∆3
tem significado físico prático. Logo, não há
razão para efetuarmos seu cálculo.
Observação
6. Declividades No cálculo de declividades (tg θ) em dia-
gramas horários, procuramos não substituir
Vimos no estudo de movimento unifor-
o ângulo θ (em graus) já que os eixos
me que a declividade (tg θ) da reta inclinada
cartesianos dos diagramas na Física normal-
do gráfico s x t indica o valor da velocidade
mente apresentam escalas diferentes.
escalar constante do móvel. Ou seja:

Exercícios Resolvidos
01. O gráfico a seguir indica como varia a
velocidade escalar de uma composição de
metrô, em função do tempo, durante seu trá-
1 = ∆2 4536 θ fego entre duas estações.
∆3
Com base no gráfico:
a) Calcule o deslocamento escalar da com-
Em decorrência disso, num movimento va- posição entre as duas estações.
riado a declividade da reta tangente ao gráfi- b) Construa o diagrama horário da ace-
co s x t, num certo instante t, representa nu- leração escalar para esse movimento.
mericamente a velocidade escalar do móvel
naquele instante. Isto é:

1 1 2 2345 θ

40 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 04. Diagramas Horários


Cinemática Escalar e Vetorial

Resolução a) Esboce o diagrama horário de sua ve-


a) A área do trapézio, sob o gráfico v x t dado, locidade escalar.
representa o deslocamento escalar ocorrido, isto é: b) Calcule a distância percorrida pelo atle-
ta nos 12 s de prova.
c) Esboce o gráfico espaço x tempo.
∆12 325678 94

Resolução
+
∆1 = ⋅ a) Nos primeiros 4,0 s de MUV, o atleta atinge

uma velocidade de:
1 = 11 + 2 ⋅ 3 = 6 + 789 ⋅
86 = 6 4 5
∆1 = 1234 5
Poderíamos também chegar ao resultado acima
b) Primeiramente, vamos calcular a aceleração calculando a área sob o gráfico a x t, ou seja:
escalar nas três etapas do movimento.
• Nos primeiros 15 s: (MUV)

67 485
1 = ∆2 = = 7 48 5 1 ( ou tgθ )
∆3 9
5
• Entre os instantes 15 s e 45 s: a = 0 (MU). ∆v 1 área (A)

• Nos últimos 15 s: (MUV) v − 0 = (2,5)(4,0)


v = 10 m/s
−67 485
1 = ∆2 = = − 7 48 5 1
∆3 9
5 Lembrando que o atleta vai manter esta velocida-
A partir desses valores, temos: de até o final (pois, na seqüência, a = 0), vem:

b) Pela área sob o gráfico v x t, temos:


02. A performance de um atleta numa corri-
da de curta duração (12 s) é indicada através
do diagrama horário de sua aceleração esca-
lar. Considere que em t = 0 o atleta parte do
repouso (v0 = 0) e da origem (s0 = 0).

∆12 3 24567 89

+ 
∆1 = ⋅  ⇒  = ∆1 =  

Capítulo 04. Diagramas Horários PV2D-07-FIS-11 41
Cinemática Escalar e Vetorial

c) Nos primeiros 4,0 s de MUV, o gráfico s x t


será um arco de parábola com concavidade voltada
para cima (pois, a > 0) , a partir da origem (s0 = 0) e
com vértice nesse ponto (pois, v0 = 0). Entre os ins-
tantes 4,0 s e 12 s de MU, o gráfico segue retilíneo
e inclinado.
Para traçarmos o gráfico s x t usaremos os deslo-
camentos ocorridos em cada etapa, que podem ser
obtidos através da área sob o gráfico v x t. Ou seja:

42 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 04. Diagramas Horários


Cinemática Escalar e Vetorial

Capítulo 05. Movimentos Verticais


1. Experiência de Galileu A velocidade escalar (v) adquirida após
certo tempo (t) de queda é dada por:
Foi Galileu Galilei (1564-1642) quem
desvendou pela primeira vez, de modo cor- 1 = 11 + 2 ⋅ 3 ⇒ 1 = 1⋅3
reto, como ocorre a queda livre dos corpos,
quando soltos próximos à superfície da Ter- Por outro lado, podemos expressar a
ra. Desprezando a ação do ar, ele enunciou: velocidade atingida (v) em função da altura
descida (h). Usando a equação de Torricelli,
Todos os corpos soltos temos:
num mesmo local, li-
vres da resistência do ar, 11 = 121 + 1 ⋅ 2 ⋅ ∆3
caem com uma mesma
aceleração, quaisquer 11 = 2 1 + 1 ⋅ 3 ⋅ 4 ⇒ 1 = 134
que sejam suas massas.
Essa aceleração é deno- Assim, a velocidade escalar atingida é
minada gravidade (g). diretamente proporcional ao tempo de que-
da e, ao mesmo tempo, diretamente propor-
Próximo da Terra: 1 ≅ 234 567 1 cional à raiz quadrada da altura descida.

2. Queda Livre 3. Deslocamentos


Considere um obje-
Sucessivos
to em queda vertical, a Como se trata de um MUV vertical, um
partir do repouso, num objeto em queda livre, a partir do repouso,
local em que o efeito do ar apresenta deslocamentos escalares sucessi-
pode ser desprezado e a vos (em intervalos de tempo iguais) direta-
aceleração da gravidade mente proporcionais aos números ímpares.
seja constante e igual a g.
Orientando-se a trajetó-
ria para baixo, o objeto
realizará um movimento
uniformemente variado
(MUV) com aceleração
escalar igual a g. Ou seja: a=g
Por meio da equação horária do deslo-
camento de MUV, podemos relacionar a altu-
ra descida (h) com seu respectivo tempo de
queda (t) da seguinte forma:
∆1 = 2 ⋅ 3 + 4 ⋅ 3 2
1
1
Repare que as distâncias descidas, em
sucessivos intervalos de tempo (t), formam
1
1 = 2 ⋅ 21 ⇒ 2 = 21 uma progressão aritmética proporcional aos
1 números ímpares, ou seja: d, 3d, 5d, 7d, etc.

Capítulo 5. Movimentos Verticais PV2D-07-FIS-11 43


Cinemática Escalar e Vetorial

Exercícios Resolvidos Lembrando que as distâncias descidas, su-


cessivamente a cada 1,0 s, encontram-se na ordem
01. Um corpo é abandonado, a partir dos números ímpares, poderíamos ter optado pelo se-
do repouso, de uma altura h = 45 m acima do guinte cálculo:
solo terrestre. Despreze a resistência do ar e
h = h1 + h2 (em que, pela ordem, h2 = 3 h1)
considere g = 10 m/s2.
3,2 = h1 + 3 h1
Determine:
3,2 = 4 h1
a) o tempo de queda do corpo até o solo;
h1 = 0,8 m ⇒ h2 = 3 h1 = 2,4 m
b) o módulo da velocidade do corpo no
instante em ele atinge o solo.
c) A pedra tem velocidade inicial nula (v0 = 0)
Resolução e ,após 2,0 s, atinge uma velocidade final de queda de:
1 = 1 ⋅ 2 = 2 53 ⋅ 4 56 ⇒ 1 = 754 38 4
a) 1 = 12 = 3 ⋅ 45 ⇒ 1 = 897

2 67 Através desses valores, temos:

b) 1 = 1 ⋅ 2 = 56 ⋅ 786 ⇒ 1 = 76 39 4 ou

1 = 512 = 5 ⋅ 67 ⋅ 89 ⇒ 1 =
7 3 4

02. Uma pedra é abandonada de uma


altura de 3,2 m acima do solo lunar e gasta
2,0 s para atingir o solo.
Pede-se:
a) o valor da aceleração da gravidade
4. Lançamento Vertical
na Lua; para Cima
b) a altura descida pela pedra em seu Quando abandonamos um corpo em que-
último segundo de queda; da livre ou lançamos tal corpo verticalmente
c) o gráfico velocidade x tempo de queda. para baixo, a aceleração da gravidade local age
Resolução no sentido de só acelerar o movimento, ou seja,
ela aumenta o módulo da velocidade escalar de
a) Na Lua não há atmosfera, logo a pedra rea-
queda.
liza uma queda livre até atingir o solo lunar. Assim:
Nesses movimentos descendentes, procu-
1 1 ramos orientar a trajetó-
1= ⋅2
5 ria para baixo, de forma
1 que a aceleração escalar
2 63 = ⋅ 73 648 1 ⇒ 1 = 96
3 4 1
5 coincida com o valor da
b) No primeiro segundo de queda a pedra desceu: gravidade local (a = g). O
único cuidado que deve-
3 2 567 mos ter no equacio-
11 = ⋅2 = ⋅ 8569
1 = 1 62 3
4 4 namento dessas quedas é
Logo, durante seu segundo e último segundo de observar a existência
de queda ela percorreu: ou não de velocidade ini-
cial.
h2 = h - h1 = 3,2 - 0,8 ⇒ h2 = 2,4 m

44 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 5. Movimentos Verticais


Cinemática Escalar e Vetorial

Por outro lado, quando lançamos um ob-


jeto verticalmente para cima (num local onde
a resistência do ar é desprezível), a gravida-
de acaba produzindo dois efeitos: freia o
móvel na subida (até pará-lo) e, em seguida,
faz o móvel retroceder no vôo, acelerando-o
na descida.
Para estudarmos este MUV vertical, pro-
curamos orientar a trajetória para cima. Com
isso, a aceleração escalar de vôo (na subida e
na descida) passa a ser negativa, ou seja:

SUBIDA 1>1
RETARDADA 2<1
1 1 −2 1<1
DESCIDA
ACELERADA 2<1

5. Cálculos Básicos
A partir das equações do MUV, podemos
obter, para um corpo lançado para cima, o
tempo de subida e a altura máxima atingida
em relação ao ponto de partida.
a) Lembrando que no final da subida a ve-
locidade se anula, temos: Propriedades
1 = 11 − 2 ⋅ 2 a) O tempo de subida coincide com o tem-
po de descida até o ponto de lançamento.
1 = 11 − 2 ⋅ 21 ⇒
1
21 = 21 b) Quando o móvel retornar ao ponto de
lançamento, sua velocidade escalar será igual
b) Pela equação de Torricelli, vem: a (– v0).

11 = 121 + 1 ⋅ 2 ⋅ ∆3
Exercícios Resolvidos
2 1 = 121 + 1 ⋅ 5 −34 ⋅ 4345 ⇒ 4234 =
121
13
01. Um corpo é lançado verticalmente
para cima, a partir do solo, com velocidade
6. Diagramas Horários escalar inicial de 30 m/s. Despreze a resistên-
cia do ar e considere g = 10 m/s2.
Representamos a seguir as funções horá-
rias e os diagramas horários da velocidade Determine:
escalar e da altura do móvel em relação ao a) o tempo de subida;
ponto de lançamento. b) o tempo total de vôo;
c) a altura máxima atingida.

Capítulo 5. Movimentos Verticais PV2D-07-FIS-11 45


Cinemática Escalar e Vetorial

Resolução Desprezando qualquer efeito atmosférico,


calcule:
21 34
a) 11 = 1 = ⇒ 11 = 364 7 a) o valor da aceleração da gravidade em
54
tal planeta;
b) a altura máxima atingida pela pedra.
b) Como o tempo de subida é igual ao de descida,
temos: Resolução
tTotal = tS + t D = 3,0 + 3,0 ⇒ tTotal = 6,0 s a) Pelo gráfico, a velocidade inicial é 8,0 m/s e o
tempo que a pedra leva para subir (até parar) é 2,0 s.
212 34 1 Usando a função horária de velocidade, vem:
c) 1123 = 12 = ⇒ 1123 = 78 9
5 ⋅ 64 1 = 11 − 2 ⋅ 3

02. O gráfico a seguir indica como variou 4 = 564 − 2 ⋅ 764 ⇒ 2 = 864 9


2
a velocidade escalar de uma pedra, em fun- b) A altura máxima pode ser determinada pela
ção do tempo, após ter sido lançada vertical- área do triângulo sob o gráfico v x t entre 0 e 2,0 s,
mente para cima a partir do solo de um certo pois constitui o deslocamento efetuado durante a su-
planeta. bida. Ou seja:
678 ⋅ 978
1123 = 2345 = = 978

6
Como opção, podemos também calcular a altura
máxima usando a expressão obtida da equação de
Torricelli, isto é:

212 345 1
1123 = = ⇒ 1123 = 3 44 8
12 6 ⋅ 745

46 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 5. Movimentos Verticais


Cinemática Escalar e Vetorial

Capítulo 06. Composição de Movimentos


1. Introdução Em resumo, sendo v a velocidade escalar e
1
Sabemos que o estado de movimento ou 1 o vetor velocidade, podemos escrever:
de repouso de um corpo depende do
referencial adotado. Portanto, a velocidade
de um corpo está associada a um referencial.
O objetivo deste módulo é estudar o que ocor-
re com a velocidade de um corpo quando tro-
camos de referencial.
Para iniciar este estudo, necessitamos de-
3. Composição Vetorial
finir o caráter vetorial que a grandeza veloci- de Velocidades
dade possui.
Consideremos uma lâmpada despencan-
do no interior de um vagão que trafega nos
1
2. Vetor Velocidade trilhos com uma velocidade horizontal ( 11 ).
A grandeza velocidade deve indicar não Num certo instante de sua queda, a lâmpada
somente a rapidez com que um corpo se move, 1
apresenta uma velocidade vertical ( 11 ) em
mas também para onde se movimenta a cada
instante. Assim sendo, ela é obtida quando se relação ao vagão (1º referencial).
acrescenta ao módulo da velocidade escalar
uma direção e um sentido, ou seja, uma ori-
entação que informe para onde o móvel quer
seguir.
Quando um móvel percorre uma trajetó-
ria retilínea, a direção da velocidade é a mes-
ma da trajetória. No caso da trajetória ser
curvilínea, a direção da velocidade é tangen-
te à curva em cada ponto.
A comprovação disso é mostrada pela ex- Se quisermos obter a velocidade com que a
periência abaixo, em que uma esfera deixa de lâmpada cai em relação aos trilhos (2º
executar um movimento circular e sai, por referencial), devemos somar vetorialmente
vontade própria, tangente à curva após o rom- 1
sua velocidade relativa ( 11 ) com a velocida-
pimento do fio que garantia sua circulação. 1
de de arrasto ( 11 ) promovida pelo vagão. Ou
seja, a velocidade da lâmpada em relação aos
1 1 1
trilhos é a resultante ( 11 ) de 11 e 11 .

Capítulo 06. Composição de Movimentos PV2D-07-FIS-11 47


Cinemática Escalar e Vetorial

Quando efetuamos tal composição,


estamos aplicando o Princípio da Simultaneidade
de Galileu:

O movimento de um corpo pode ser en-


tendido como a composição de outros mo-
vimentos realizados separadamente e ao
mesmo tempo.

4. Aplicações Básicas
Consideremos um barco que se movimen- Nesse caso, o módulo da velocidade re-
1 sultante do barco, em relação às margens, é
ta com uma velocidade própria 11 , relativa
1 dada através do teorema de Pitágoras:
às águas de um rio. Seja 11 a velocidade da
correnteza das águas em relação às margens 111 = 121 + 131 22222 ⇒ 11 = 121 + 131
do rio. Vamos determinar sua velocidade re-
1
sultante 11 , ou seja, a velocidade que o barco Supondo que as velocidades citadas sejam
possui em relação às margens do rio, nos se- constantes (movimentos uniformes), pode-
guintes casos: mos calcular o tempo de travessia de vários
1 modos diferentes, de acordo com o Princípio da
a) O barco tem sua velocidade própria ( 11 )
Simultaneidade. Observe isto:
orientada na direção da correnteza, com sen-
tido a favor da correnteza (descendo o rio) ou
contra (subindo o rio).
∆1 = 23
4 1

∆1 = 23
4 1

∆1 = 23
4 1

Exercícios Resolvidos
Em cada situação, o módulo da veloci-
01. Considere um trecho de um rio com
dade resultante do barco, em relação às mar-
largura (distância entre margens) constante
gens, é dada por:
L = 400 m, cuja correnteza tem velocidade
constante de módulo vC = 3,0 m/s. Um barco
• 11 = 12 + 13 1234567895345
4 9

111111
cuja velocidade em relação às águas é cons-
• 11 = 12 − 13 123456789349
4 8

111111
tante e de módulo vB = 4,0 m/s pretende atra-
vessar esse rio de uma margem à outra, man-
1
tendo sua velocidade 11 perpendicular à da
b) O barco atravessa o rio mantendo sua
1 1
velocidade própria ( 11 ), perpendicular ao correnteza ( 11 ).
arrastamento da correnteza.

48 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 06. Composição de Movimentos


Cinemática Escalar e Vetorial

Calcule:
a) o tempo gasto na travessia;
b) o módulo do deslocamento do barco,
em relação às margens, nessa travessia.

Resolução
a) Na travessia, o barco teve um deslocamento
relativo às águas que coincide em módulo com a lar-
gura do rio. Logo: Determine vP e o tempo que a pessoa gas-
taria se tivesse efetuado o inverso: subisse a
∆1 = 32 escada de A para B, caminhando sobre ela com
1 velocidade de módulo vP.
∆1 = 455 6 Resolução
475 689
a) Em relação ao solo, a velocidade da pessoa será
∆1 = 344 2 1 1
a resultante das velocidades 11 e 11 . Ou seja:
1 1 1
b) A velocidade do barco em relação às margens é 11 = 12 + 13
1 1 1
obtida pela composição de sua velocidade própria ( 11 ) No trajeto BA, 11 e 11 possuem sentidos opos-
1 tos. Logo, em módulo, temos: vR = vP - vE .
com a de arrastamento da correnteza ( 11 ). Usando o
teorema de Pitágoras, vem: Observando-se os dados, nota-se que a pessoa
cumpriu o trecho BA de 9,0 m em 18 s, ou seja, sua
11 = 121 + 131 velocidade em relação ao solo vale:
456 2
11 = = 6596 2
3
11 = 1
456 + 756
1
1111 ⇒ 11 = 1 52 28 3 78 3
Com base nisso, vem:
Logo, durante os 100 s de travessia, o barco des-
locou-se efetivamente: vR = vP - vE
∆sR = vR · ∆t = (5,0 m/s)(100 s) = 500 m 0,50 = vP - 0,50 ⇒ vP = 1,0 m/s
1 1
02. A escada rolante de uma galeria co- b) Na subida AB, 11 e 11 possuem o mesmo
mercial, de comprimento AB = 9,0 m, liga os sentido. Logo, a nova velocidade resultante terá
pontos A e B em pavimentos consecutivos módulo igual a: vR = vP + vE = 1,0 + 0,5 = 1,5 m/s.
com uma velocidade ascendente de módulo Assim, o tempo que seria gasto na subida AB é:
vE = 0,50 m/s, como ilustra a figura a seguir.
789 5
Suponha que uma pessoa, mantendo uma ve- ∆1 = 23 = ⇒ ∆1 = 1 82 6
locidade constante de módulo vP em relação 41
8 5 6
à escada, desça-a de B para A (contra o
arrastamento da escada) num prazo de 18 s.

Capítulo 06. Composição de Movimentos PV2D-07-FIS-11 49


Cinemática Escalar e Vetorial

Capítulo 07. Lançamento de Projéteis


1. Lançamento Horizontal 1.2. Cálculos Básicos
Considere um objeto disparado de uma
1
1.1.Introdução altura h com velocidade horizontal 11 . Sob a
Quando lançamos horizontalmente um ação exclusiva da gravidade (g), o objeto toca
1
corpo, com uma velocidade inicial ( 11 ) a par- o solo após um certo tempo de queda (t) cum-
tir de uma certa altura do solo, notamos que prindo um alcance horizontal (D).
ele descreve uma trajetória curva em seu vôo
até o solo. Se a resistência do ar for desprezí-
vel, esta curva será um arco de parábola.

Galileu decifrou este movimento usando Este alcance corresponde ao deslocamen-


o artifício da composição de movimentos. Ob- to do movimento uniforme que ocorre na
serve seu raciocínio: horizontal, com vx = v0 , ao mesmo tempo que
a) se no local do lançamento não houvesse o objeto despenca em queda livre vertical
gravidade e nem resistência do ar, o corpo descendo h. A partir disso, temos:
seguiria horizontalmente em movimento
retilíneo uniforme, percorrendo distâncias 2 1 11
• 1= ⋅3 ⇒ 3= 2
iguais em intervalos de tempo iguais. 1
b) como há gravidade, o corpo cairá si-
multaneamente em queda livre, ou seja, rea-
lizará um MUV vertical, e ao mesmo tempo, • 1 = 51 ⋅ 2 ⇒ 1 = 51 ⋅ 13
4
um MU horizontal. A composição desses dois
movimentos gera o movimento parabólico.
A velocidade que o móvel atinge em seu
vôo parabólico, após um certo tempo (t) do
disparo, é obtida pela adição vetorial de suas
velocidades componentes, isto é:

Em módulo, temos: 1 = 111 + 121

50 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 07. Lançamento de Projéteis


Cinemática Escalar e Vetorial

Exercícios Resolvidos Determine:


a) a intensidade da velocidade (v0) com que
01. A partir da borda de uma mesa de al-
a bola foi lançada da janela;
tura h = 0,80 m, lança-se horizontalmente duas
pequenas esferas A e B, que cumprem até o b) o tempo t decorrido;
solo os alcances indicados na figura abaixo. c) a altura (h) descida pela bola;
Considere g = 10 m/s2 e despreze o efeito do ar. d) a distância D em que se afastou do prédio.
Resolução
1
a) Decompondo-se a velocidade 1 , temos sua
componente horizontal vx medindo v0 . Isto é:

v0 = vx
Pede-se:
a) o tempo da queda de cada esfera até o solo;
v0 = 10 m/s
b) o módulo da velocidade de lançamento
de cada esfera. 1
b) A componente vertical de 1 , em t segundos de
Resolução atuação da gravidade, vale: vy = 20 m/s. Logo:
a) As esferas chegam ao solo gastando o mesmo
tempo, pois desceram a mesma altura (0,80 m).
v = g ⋅t
y
2 ⋅ 0,80 20 = 10 ⋅ t ⇒ t = 2,0s
t =t = 2h = ⇒
A B g 10 c) Devido à queda livre que ocorre na vertical,
Logo:
⇒ t = 0,40s temos:
g 2
b) Através de seus alcances e do tempo comum de h= ⋅t
2
queda, temos:
h = 10 ⋅ 2,02 ⇒ h = 20 m
2
2 6784
11 = 1 = = 1 72 4 5 d) D = v x⋅ t = 10 ⋅ 2 ⇒ D = 20 m
3 97
9 5
2 3 74 4
12 = 2 = = 5 72 4 5 2. Lançamento Oblíquo
3 97
9 5

02. A figura a seguir mostra em escala a 2.1. Movimentos Componentes


1
velocidade ( 1 ) adquirida por uma bola, t se- Quando lançamos obliquamente 1 um cor-
gundos após ocorrer seu disparo horizontal po, com uma velocidade inicial ( 11 ), inclina-
da janela de um prédio. Adote g = 10 m/s2 e da de um ângulo θ com a horizontal, nota-
despreze a resistência do ar. mos que ele descreve uma trajetória parabó-
lica em relação ao solo, caso a resistência do
ar seja desprezível.

Capítulo 07. Lançamento de Projéteis PV2D-07-FIS-11


51
Cinemática Escalar e Vetorial

Para estudar esse movimento, procuramos


dividi-lo em dois: num movimento horizon-
tal e num vertical. Como ponto de partida, fa-
zemos 1 a decomposição de sua velocidade ini-
cial ( 11 ), descobrindo as intensidades
1 de 1suas
componentes horizontal ( 11 1 ) e vertical ( 11 1 ).

y O estudo de seu movimento vertical


v0 (MUV) permite obtermos a altura máxima e
v0y o tempo de vôo, em função de v0 , θ e g.
q Lembrando que no final da subida a velo-
v0x
x cidade vertical se anula ( 11 1 = 1 ), temos:

Observando-se que a aceleração da gra- 111 = 1211 + 1 31 ∆21 2222123456789


29 8 2 
vidade local atua na vertical e, portanto, afe-
ta apenas a velocidade vertical, o móvel pas- 1211 312 ⋅ 456θ4 1
1 1 = 1211 − 2 3 2 ⇒ 2 = =
sa a executar simultaneamente dois movi- 23 23
mentos: uniforme na horizontal e uniforme-
Como o tempo de subida (ts) é igual ao de
mente variado na vertical (típico de um lan-
descida, basta dobrarmos o tempo de subida
çamento vertical para cima).
para obtermos o tempo de vôo (T). Ou seja:
11 = 11 1 − 1 ⋅ 1
11 1
1 = 11 1 − 2 ⋅ 1 2 ⇒ 1 2 =
2

1 ⋅ 21 2 1 ⋅ 21 ⋅ 345θ
1 = 1 ⋅ 31 ⇒ 1= =
2 2
O alcance horizontal (D) corresponde ao
Os quadros a seguir resumem as caracte-
deslocamento do movimento horizontal uni-
rísticas desses movimentos componentes.
forme, durante o tempo de vôo. Assim:

1 = 31 ⋅ 2
8 ⋅ 31 ⋅ 345 θ
1 = 132 ⋅ 123 θ 2 ⋅
6
312 ⋅ 8 ⋅ 345 θ ⋅ 123 θ 312 ⋅ 34578θ
2.2. Cálculos Usuais 1=
6
⇒ 1=
6
Considere um1 objeto disparado do solo
com velocidade 11 inclinada de um ângulo θ Pela expressão do alcance (D), nota-se que
com a horizontal. Sob a ação exclusiva da gra- dentre todos os ângulos de disparo (θ) aquele
vidade (g), o objeto atinge uma altura máxima
que propicia o maior alcance horizontal é 45°,
(H) quando sua velocidade vertical se anula ,
ou seja, quando sua velocidade é horizontal pois sen 2θθ será máximo e igual a 1 quando 2θ
(vx). Retorna ao solo com velocidade de módulo for 90°, ou seja, quando θ = 45°. Devido a isso,
v0 , após ter cumprido um alcance horizontal o alcance horizontal máximo (θ = 45°) para
1
(D) durante um tempo de vôo (T). uma dada velocidade inicial ( 11 ) é obtido por:

52 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 07. Lançamento de Projéteis


Cinemática Escalar e Vetorial

b) No ponto mais alto do vôo parabólico, a velo-


cidade da bola é horizontal, isto é, corresponde à com-
ponente horizontal ( 11 1 ) de sua velocidade inicial
245 (v0). Ou seja:
1123 =
1 1 = 11 1 1 11 ⋅ 234θ = 234 5678 ⋅ 9
= 4 567
c) Calculemos o tempo de subida:
Observação 11 = 111 − 2 ⋅ 2 333123456789

Para ângulos de lançamentos comple-
111 34 567
mentares, isto é, θ1 + θ2 = 90°, os respectivos 1 = 11 1 − 2 ⋅ 22 ⇒ 22 = = = 394 7
alcances serão iguais (D1 = D2). 2 84 5672
Como a altura subida é a mesma descida, o tempo
Exercícios Resolvidos de subida é igual ao de descida. Logo, o tempo de vôo
será o dobro do tempo de subida. Isto é:
01. Ao bater um tiro de meta, um goleiro
imprime à bola uma velocidade de módulo 1 = 3 ⋅ 21 = 3 ⋅ 34 ⇒ 1 = 567 4
v0 = 25 m/s inclinada de um ângulo θ com a Pode-se também obter o tempo de vôo duplican-
horizontal, tal que sen θ = 0,8 e cos θ = 0,6. do-se o tempo de queda, ou seja:
Admita que no local a resistência do ar seja
desprezível e adote g = 10 m/s2. 1 = 4 ⋅ 21 = 4 ⋅ 43
1
v0
1 = 4 ⋅ 4 ⋅ 46 ⇒ 1 = 786 9
H 56
q
d) O alcance horizontal representa o deslocamen-
D to total do movimento horizontal uniforme. Logo:
Supondo que a bola retorne ao solo sem
1 = 61 1 ⋅ 2
ser interceptada por qualquer jogador, deter-
mine: 1 = 789 5
34 ⋅ 7 34 ⇒ 1 =  5
a) a altura máxima (H) atingida por ela;
02. Um canhão dispara projéteis com ve-
b) a velocidade da bola no ápice do vôo; locidade v0 = 200 m/s, a partir do solo hori-
c) o seu tempo total de vôo (T) ; zontal. Considere que no local de disparos a
d) o seu alcance horizontal (D). aceleração da gravidade seja de 10 m/s2 e des-
preze a resistência do ar.
Resolução
a) Para esse cálculo é necessário obtermos, inici- a) Qual o ângulo (θ) de disparo, com a ho-
almente, a componente vertical de v0 . Ou seja: rizontal, que permite o maior alcance horizon-
tal de um projétil?
11 1 = 11 ⋅ 234 θ = 567 892
⋅ = 6 892 b) Qual o maior alcance horizontal, em
Lembrando que no final da subida a velocidade quilômetros, que um projétil disparado por
vertical da bola se anula, podemos determinar sua esse canhão pode atingir?
altura máxima usando a equação de Torricelli. Resolução
1 1 = 1211 − 2 3 2 245
a) θ = 45° b) 1123 =
1211 1
45 2
2= = ⇒ 2 = 45 3
23 4 ⋅ 65 451 1
1123 = = 7 555 2 ⇒ 1123 = 785 32
65

Capítulo 07. Lançamento de Projéteis PV2D-07-FIS-11


53
Cinemática Escalar e Vetorial

03. A figura a seguir mostra a trajetória Resolução


parabólica de um jato d’água, disparado do a) A altura do apartamento (5,0 m) corresponde à
solo segundo um ângulo de 30°, numa opera- altura máxima atingida pela água, pois sua velocida-
ção de combate ao incêndio localizado num de, nessa altura, tem direção horizontal. Usando a
apartamento a 5,0 m de altura do solo. equação de Torricelli para o MUV vertical, vem:

g 1 1 = 1211 − 2 5 2
1211 = 2 5 2 = 2 ⋅ 31 ⋅ 4 ⇒ 12 1 = 34 567
v0 5,0 m
30° 11 1 = 11 ⋅ 234 56°
76 = 11 ⋅ 689 ⇒ 11 =
6 2
d
Sabendo-se que o jato d’água penetra no b) Pelo movimento horizontal uniforme, temos:
apartamento horizontalmente e adotando-se
1 = 41 1 ⋅ 22 11111122 3 245678948
9
g = 10 m/s2, pede-se:
a) a intensidade da velocidade (v0) com
41 3 1

1 = 541 ⋅ 678 9
° ⋅ = 5
⋅ ⋅
que a água sai da mangueira; 2 2

b) a distância (d) entre o bocal da man- 1

1 = 5
⋅ ⋅ ⇒ 1 =
1 3
gueira e o prédio. 2

54 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 07. Lançamento de Projéteis


Cinemática Escalar e Vetorial

Capítulo 08. Movimento Circular Uniforme

1. Período e Freqüência 2. Velocidade Linear


Quando um Procuramos denominar a velocidade es-
movimento unifor- calar constante de um MCU de velocidade
me é realizado ao linear, pois trata-se da rapidez do móvel ao
longo de uma traje- longo da linha circular que ele percorre. Sua
tória circular, o mo- intensidade pode ser obtida em função do
vimento torna-se período ou da freqüência do movimento, como
repetitivo, isto é, o indica o desenvolvimento abaixo.
móvel passará por
uma mesma posi- ∆2
1= 111234567468 ≠ 9

ção e com a mesma ∆3


velocidade em intervalos de tempo iguais.
2314156789

12∆2 = 5π 6
O período (T) de um movimento repetitivo
é o intervalo de tempo necessário para o mó-
3∆3 = 4

vel completar um ciclo. Para um corpo em


movimento circular uniforme (MCU), o perí-
odo representa a duração de uma volta. No 3π 4
12324 666661 = 66662566661 = 3π 4⋅ 26
Sistema Internacional, o período é medido em 5
segundos (s).
A freqüência (f) de um movimento perió- Esta intensidade (v) corresponde ao
dico é o número de vezes que o fenômeno se 1
módulo do vetor velocidade ( 1 ). Por este
repete na unidade de tempo. Para um MCU, a vetor ser tangente à trajetória circular, a ve-
freqüência pode ser definida como o número locidade linear também pode receber o nome
de voltas (n) realizadas em um certo interva- de velocidade tangencial.
lo de tempo (∆t), ou seja:
2 3. Rolamento Uniforme
1 =
∆3 Consideremos uma roda de raio R que rola
sem escorregar em uma pista horizontal. Su-
A freqüência pode ser expressa em rota- pondo que ocorra um rolamento uniforme,
ções por minuto (rpm) ou em rotações por podemos obter a rapidez com que o centro da
segundo (rps). No SI, a unidade de freqüência roda translada em função do período (T) ou
é rps que recebe o nome de hertz (Hz), isto é: da freqüência (f) de rotação da roda.
Quando a roda
1 Hz = 1 rps = 60 rpm
completa uma vol-
De acordo com as definições acima, pode- ta, ou seja, num
mos estabelecer a relação fundamental entre período (T) de ro-
período e freqüência. tação, todos os
pontos da periferia
2 1 45637 da roda acabam
1 = = ⇒ 1 = tocando a pista.
∆3 89
5 5 
Dessa forma, o centro (c) da roda percorre o
equivalente ao perímetro externo da roda (2πR).

Capítulo 08. Movimento Circular Uniforme PV2D-07-FIS-11 55


Cinemática Escalar e Vetorial

Em decorrência disso, a velocidade de


translação do centro (c) da roda vale:

3π 4
11 = 111111123111111111 = 3π 4⋅ 21
5
Normalmente, o velocímetro de um carro
detecta o módulo da velocidade escalar de-
senvolvida por ele na pista pela freqüência Considerando π = 3, calcule:
de rotação de uma das rodas do carro. Co- a) a freqüência de rotação da roda;
nhecendo-se o raio da roda (R), pode-se cali-
brar o velocímetro pela expressão: b) as velocidades dos pontos A e B, em re-
lação à pista.
11 = 3π 4⋅ 2 .
Resolução
Exercícios Resolvidos a) 1 = 678 23 9 12 3
5 333433 = 7  3
4
01. Uma pessoa está em uma roda-gigan-
te que tem raio de 5,0 m e gira em rotação 1 = 5π 6⋅ 21
uniforme. A pessoa passa pelo ponto mais 23 = 5 ⋅ 2 ⋅ 3 745 ⋅ 2 ⇒ 2 = 43 34
próximo do chão a cada 20 segundos.
Adotando π = 3, determine: b) Os pontos A e B tanto rotacionam em torno do
centro da roda quanto são arrastados pela translação
a) a freqüência do movimento da pessoa
da roda. Compondo-se esses dois movimentos (rota-
em rpm e em hertz (Hz);
ção + translação), temos:
b) a velocidade linear da pessoa.
Resolução
a) Como o período do movimento vale 20 s ou
(1/3) min, vem:

2 2
• 1 = = ⇒ 1 = 4567
3 2
4
2 2
• 1 = = ⇒ 1 = 9
9 Logo: vA = 2v = 2(108) ⇒ vA = 216 km/h
3 89

2π 3 e vB = 0
b) 1 =
4
2 ⋅ 5 ⋅ 678 9 03. Uma criança pedala seu velocípede com
1= ⇒ 1 = 76 9

28
uma freqüência de 0,50 Hz. A roda maior, soli-
dária ao pedal, possui
02. Um carro trafega numa estrada raio de 20 cm e as
retilínea com velocidade escalar constante de rodinhas traseiras têm rai-
108 km/h. A figura a seguir ilustra uma de os de 10 cm. Supondo que
suas rodas, cujo raio mede 25 cm, e a posição as rodas não escorreguem
de dois pontos A e B da periferia da roda, num no piso, responda às per-
certo instante. guntas abaixo.

56 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 08. Movimento Circular Uniforme


Cinemática Escalar e Vetorial

a) Qual o módulo da velocidade de tráfego da


criança com seu velocípede?
5. Deslocamento Angular
Considere uma
b) Qual a freqüência das rodas traseiras? partícula executan-
Resolução do um certo desloca-
a) A freqüência com que a criança pedala é a fre- mento linear (∆s), ao
qüência de giro que ela impõe à roda dianteira (D). longo de uma cir-
Logo, usando o raio e a freqüência dessa roda, temos: cunferência de raio
R. Nesse evento, di-
1 = 5π ⋅ 6 1 ⋅ 7 1 zemos que a partí-
1 = 5π ⋅ 859
⋅ 89 9
⇒ 1 = 59π 23 4 cula cumpriu um
b) A velocidade de translação do velocípede está deslocamento angular (∆θ) definido pelo ân-
associada às freqüências de suas rodas dianteira (D) e gulo central, associado ao arco (∆s) desloca-
traseira (T) pela relação: do.

1 = 2π3 1 ⋅ 4 1 = 2π32 ⋅ 42 Em radianos, temos: ∆θ = ∆s


R
5676893 1 ⋅ 4 1 = 32 ⋅ 42
99999999999 2

8
⋅ 42 ⇒ 42 = 8
 6. Velocidade Angular
Sabemos que um corpo em movimento
4. Ângulo circular uniforme mantém velocidade linear
Acrescentaremos neste módulo algumas (v) constante. Dessa forma, o móvel gira ân-
grandezas mais adequadas ao estudo do mo- gulos centrais iguais em intervalos de tempo
vimento circular uniforme: as chamadas gran- iguais, ou seja, ele possui uma velocidade an-
dezas angulares, isto é, grandezas escalares gular (ω) constante.
definidas a partir de medidas de ângulos. Definimos a velocidade angular constan-
Embora a medida de um ângulo possa ser te de um movimento circular uniforme como
expressa em graus (°), interessa-nos princi- sendo a razão entre o deslocamento angular
palmente sua medida em radianos. (∆θ) ocorrido e o correspondente intervalo de
Um radiano (rad) é tempo (∆t). Assim,
=R
o ângulo central de uma d ∆θ
circunferência, associa- ω =
R

1 ra
d ∆1
do a um arco desta de
R
comprimento ( 1 ) igual Podemos determinar a velocidade angu-
ao raio (R). Um radiano lar (ω) em função do período (T) ou da fre-
corresponde a aproxi- qüência (f) do MCU. Para isso, basta lembrar
madamente 57°. que, num período, o móvel completa uma vol-
ta, ou seja, gira 2p radianos (360°). Logo,
Pela definição aci-
ma, podemos conceber d
a medida de um ângulo R a ω = 1π 22222223422222222ω = 1 π ⋅ 2
α em radianos através 1
da razão entre o com- R
Quando o período for dado em segundos
primento ( 1 ) do arco de
(s) ou a freqüência em hertz (Hz), a velocida-
circunferência e o raio de angular terá unidade em radianos por se-
(R) correspondente. gundo (rad/s).
1
α= 234
1

Capítulo 08. Movimento Circular Uniforme PV2D-07-FIS-11 57


Cinemática Escalar e Vetorial

7. Relação entre v e ω θ1 =
11
2
3 θ =
1
2

Vamos, agora, relacionar a velocidade li- Assim, ao dividirmos a função horária do


near (v) e a velocidade angular (ω) de um espaço do MU (s = s0 + v.t) pelo raio R, obtemos
móvel num trajeto circular de raio R, através a função horária da posição angular do mó-
de suas definições: vel em MCU. Vejamos:

1 1 1
2
1 = 1 + 1 ⋅3 ⇒ θ 1 θ1 + ω ⋅ 3

Exercícios Resolvidos
01. O disco da figura gira em torno do centro O,
completando uma volta a cada 2 s. Considere dois
pontos A e B do disco dispostos, respectivamente, a
1 m e a 0,5 m do centro O. Determine:
1 = ∆2 = ∆θ ⋅ 3 ⇒ 1 = ω⋅3
∆4 ∆4
Em resumo, observe o quadro comparati-
vo abaixo.

a) as velocidades angulares de A e B;
b) suas velocidades lineares.(Use π = 3).
8. Função Horária da Resolução
a) Como os pontos A e B pertencem ao disco, o
Posição Angular período desses pontos é o período do próprio disco, ou
A figura representa uma partícula em seja, eles completam uma volta a cada 2 s. Assim,
MCU numa circunferência de raio R, sendo suas velocidades angulares coincidem com a do disco.
s0 seu espaço inicial (em t = 0) e s sua posição ω = ω = ω = 1π = 1π = π 456 1 32
2345 6 7
2 13
num instante t. Em correspondência a esses
arcos de circunferências, podemos definir em b) 1 1 = ω ⋅ 2 1 = π ⋅ 3 ⇒ 1 1 = 415 2 6
radianos sua posição angular inicial (θ0) e a 11 = ω ⋅ 2 1 = π ⋅ 345 ⇒ 11 = 645 17 2 8
final (θ) do seguinte modo:
02. Um carro trafega numa estrada circu-
lar, de raio 250 m com velocidade escalar cons-
tante de 90 km/h (ou seja, 25 m/s).
a) Qual o deslocamento angular do carro
num intervalo de 10 s?
b) Qual a velocidade angular do carro?

Resolução
a) Em 10 s, o carro desloca linearmente:
∆1 = 2 ⋅ ∆3 =
89 4 17 ⋅
5617 = 896 4

58 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 08. Movimento Circular Uniforme


Cinemática Escalar e Vetorial

345 6
Logo, ∆θ = ∆1 = ⇒ ∆θ = 785 9

2 345 6

∆θ 2345678
b) ω = ∆1 = 24 9 ⇒ ω = 1 321 3678 4 9

1 34 5 6 7
ou ω = 2 = 348 5 ⇒ ω = 1 921 35 6 7

03. O relógio analógico de uma igreja, em


perfeito estado de funcionamento, marca exa-
tamente 5 horas. 04. A função horária da posição angular
de uma partícula, em tráfego numa circunfe-
rência de raio 1 m, é dada por:

θ = 2 + 4 t (SI)

Pede-se:
a) Nesse momento, qual o menor ângulo, a) a posição angular inicial e a velocidade
em graus, entre os ponteiros das horas angular da partícula;
e dos minutos? b) a sua velocidade linear;
b) Qual a velocidade angular, em graus c) o período e a freqüência de seu movi-
por minuto, de cada ponteiro? mento.
c) O ponteiro das horas e o ponteiro dos Resolução
     minutos estarão superpostos às 5 horas,
x minutos e y segundos. Obtenha x e y. a) Por comparação, temos:

Resolução θ 1 θ1 + ω ⋅ 1 12
⇒ θ 1 = 245622722ω 1 3 456 4 8
a) Como o círculo do relógio tem seus 360° θ 1 2 + 3⋅1 3
fracionado em 12 partes (horas), o ângulo entre dois
b) 1 = ω ⋅ 2 = 3 ⋅ 4 ⇒ 1 = 3516
marcos consecutivos é 30°. Assim, o menor ângulo
entre os ponteiros, às 5 horas, vale:
c) • ω = 1π
2
3= π ⇒
1 2=π4
2 1
α = 1 ⋅ 23° ⇒ α = 413°
• 1 = 2 ⇒ 1 = 4 56
3 π

b) Sabemos que o ponteiro das horas (H) com- 9. Transmissão de MCU


pleta uma volta a cada 12 h (720 min) e o ponteiro
dos minutos (M), a cada 1 h (60 min).Lembrando que Em nosso cotidiano, é muito comum obser-
em cada período (T) tem-se 360° de giro, vem: varmos a transmissão de movimento circular
uniforme entre rodas. Um exemplo é a bicicleta,
ωH = (360°/T) = (360°/720 min) = 0,5°/min onde essa transmissão ocorre entre rodas den-
tadas (coroa e catraca) através de uma corrente.
ωM = (360°/T) = (360°/60 min) = 6°/min
Existem duas maneiras básicas de trans-
c) Até à superposição, se o ponteiro das horas mitir movimento circular uniforme entre
girar ∆θ
∆θ, o ponteiro dos minutos terá que girar ∆θ + duas rodas: por contato direto e por correia
150°. Assim, (ou corrente).
Capítulo 08. Movimento Circular Uniforme PV2D-07-FIS-11 59
Cinemática Escalar e Vetorial

9.1. Por Contato Direto Pelo fato de as rodas envolvidas pela cor-
Quando uma roda girante toca periferi- reia possuirem a mesma velocidade linear pe-
camente uma outra roda, sem que ocorra riférica, chega-se à mesma relação raio-fre-
escorregamento relativo, ela transmite sua qüência do caso anterior, isto é:
velocidade linear (v) periférica à outra, que 1 = ω 1 ⋅ 21 = ω 2 ⋅ 22
passa a girar em sentido contrário.
1
11 ⋅ 21 = 12 ⋅ 22
É importante salientar que em ambos os
casos de transmissão costumam-se usar ro-
das dentadas (engrenagens) cujos dentes se
acoplam entre si quando em contato ou se
encaixam nos elos da corrente de ligação, para
Caso os raios das rodas sejam diferentes, não haver deslizamento ou escorregamento.
suas velocidades angulares e, portanto, suas
freqüências serão diferentes. Isso ocorre pelo
fato de os pontos da periferia de cada roda
terem a mesma velocidade linear (v). Obser-
ve a demonstração a seguir, tomando por base
as rodas A e B esquematizadas acima.

1 = ω 1 ⋅ 21 12
⇒ ω 1 ⋅ 21 = ω 2 ⋅ 22
1 = ω 2 ⋅ 22 3 Exercícios Resolvidos
111111111111111111111111112 π 3 1 ⋅ 2 1 = 2 π 3 2 ⋅ 2 2 01. Duas polias A e B, ligadas por uma cor-
reia, têm, respectivamente, 20 cm e 10 cm de raio.
11 ⋅ 21 = 12 ⋅ 22
Como o produto f.R é o mesmo para as
duas rodas, quanto maior for o raio da roda,
menor será sua freqüência, ou seja, a freqüên-
cia de cada roda é inversamente proporcio-
nal ao seu raio. Se a freqüência com que A gira é 30 rpm:
a) qual a freqüência da polia B ?
9. 2. Por Correia ou Corrente
Quando uma roda girante é ligada a uma b) qual a velocidade linear da correia em
outra roda através de uma correia que as con- cm/s? (Adote π = 3)
torna perifericamente, ela transmite sua ve- Resolução
locidade linear (v) periférica à outra pela cor-
11 ⋅
1 = 12 ⋅
2
reia (elemento transmissor). Nesse arranjo, a)
as rodas giram no mesmo sentido. 23 ⋅ 43 = 1 2 ⋅ 53 ⇒ 1 2 = 63 789
b) 1 = 2π 5 1 ⋅ 3 14678 9
743 1= 8 =  
1 = 7 ⋅ 8⋅ 79 23 ⋅ 9
9 45 ⇒ 1 = 12 23 6
02. A figura abaixo representa três engre-
nagens: A (16 dentes), B (12 dentes) e C (8 den-
tes). Elas giram vinculadas, conforme indica-
do, sendo que B gira no sentido horário.

60 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 08. Movimento Circular Uniforme


Cinemática Escalar e Vetorial

03. A figura a seguir mostra as medidas


dos diâmetros da roda (C), da catraca (B) e da
coroa (A) de uma bicicleta comum.

a) Em que sentido giram as engrenagens


AeC?
b) Qual das engrenagens terá maior ve-
locidade angular? Se um ciclista passeando com essa bici-
c) Quantas voltas a engrenagem C efetua cleta pedalar com freqüência de 1,0 Hz, qual o
para cada volta que A completa? módulo da velocidade de tráfego da bicicle-
ta? (Use π = 3 e despreze escorregamentos)
Resolução
Resolução
a) Na transmissão de MCU por contato direto
1) Para o sistema coroa-catraca, temos:
entre engrenagens, sempre ocorre a permuta de
sentido de giro, ou seja, as engrenagens A e C 11 ⋅ 91 = 12 ⋅ 92
giram de modo oposto ao de B: anti-horário. 231 ⋅ 24 = 1 2 ⋅ 5 ⇒ 1 2 = 631 78
b) No sistema, a engrenagem de menor raio 2) Como a catraca B é solidária à roda C, ambas
tem a maior velocidade angular, isto é, a engrena- giram com a mesma freqüência (3,0 Hz). Devido ao
gem C é a que gira com maior freqüência. rolamento da roda C no solo, a velocidade da bicicleta
será v = 2π RC .fC , isto é:
c) Para cada volta de A, 16 dentes de cada
engrenagem devem se tocar. Como C possui 8 den- 1 = 1 ⋅ 3 ⋅ 4 2 54 2 ⋅ 3 24 34 ⇒ 1 = 6 21 2 5
tes, ela deverá realizar 2 voltas.

Capítulo 08. Movimento Circular Uniforme PV2D-07-FIS-11 61


Cinemática Escalar e Vetorial

Capítulo 09. Aceleração Vetorial

1. Variação do Vetor Movimento Curvilíneo Uniforme

Velocidade
Sabemos que a velocidade possui uma in-
tensidade associada a uma direção (tangen-
te à trajetória) e sentido. Quando analisamos
1
o vetor velocidade ( v ) de um móvel, no de- Movimento Curvilíneo Acelerado
correr do tempo, observamos que podem
ocorrer mudanças tanto em sua intensidade
quanto em sua direção. Eventualmente é seu
sentido que se altera.
Existe apenas um tipo de movimento em
que a velocidade vetorial permanece cons-
tante. Isso ocorre no movimento retilíneo Movimento Curvilíneo Retardado
uniforme, em que a velocidade tem intensi-
dade constante (uniforme) e sempre a mes-
ma direção (pois a trajetória é retilínea).

Exceto o MRU, todos os demais movimen-


Há dois critérios básicos para se notar al- tos terão sua velocidade variando, seja em
terações na velocidade : intensidade (movimentos acelerados e retar-
1 dados) e/ou em direção (movimentos em tra-
a) a intensidade de v varia, ou seja, o mo-
vimento é acelerado ou retardado; jetórias curvilíneas).
1 Para indicar a variação do vetor veloci-
b) a direção de v varia, ou seja, o movi- dade, ocorrida entre dois instantes, definimos
mento tem trajetória curvilínea. o vetor:
Combinando esses critérios, podemos 1 1 1
∆ v = v 1 − v2
elencar cinco tipos de movimentos em que
1 1
ocorre variação do vetor velocidade: Por exemplo, v1 12v2 representam na figu-
Movimento Retilíneo Acelerado ra abaixo as velocidades de uma partícula nos
1
instantes t1 e t2. O vetor ∆v mostra a variação
ocorrida em sua velocidade entre t1 e t2.

Movimento Retilíneo Retardado

62 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 09. Aceleração Vetorial


Cinemática Escalar e Vetorial

2. Aceleração Vetorial 1
b) Determine o módulo do vetor ∆1 que
Média indica a variação de sua velocidade entre os
pontos A e B.
Com o objetivo de estimar a rapidez com c) Qual o módulo de sua aceleração
que o vetor velocidade de um móvel varia vetorial média entre os pontos A e B?
entre dois instantes, foi criada a grandeza ace-
1 Resolução
leração vetorial média ( γ 1 ).
a) Não, pois seu vetor velocidade varia em direção
Aceleração vetorial média é a relação en- 1 1
(na figura, vA é horizontal e vB é vertical).
tre a variação da velocidade vetorial e o cor-
respondente intervalo de tempo. 1 1 1
b) ∆v = vB − v A ⇒
1
1 ∆v 1 1 1 1
γ1 = 1111111234555555∆v = v2 − v3 1∆51= 23 1 + 23 1 4
∆t
1
Como o intervalo de tempo (∆t) é sempre 1∆12= 3 456 7 8
positivo, o vetor aceleração média possui a
mesma direção e o mesmo sentido que o vetor
que representa a variação da velocidade
1
1 1 1∆v1 1 23 1
vetorial ( ∆v ). Vejamos: c)1γ 11= 2 ⇒ 331γ 11= 23 m s 1
∆t 143
02. Verifique se as afirmações abaixo são
corretas (C) ou erradas (E) de acordo com o
caráter vetorial da grandeza velocidade.
I. Em qualquer movimento circular há
variação de velocidade.
II. Movimento uniforme sempre possui
Exercícios Resolvidos velocidade constante.
III. A direção da velocidade será cons-
01. Uma partícula move-se em trajetória tante quando a trajetória for uma reta.
circular, com velocidade escalar constante de
10 m/s. A figura a seguir mostra suas passa- Resolução
gens pelos pontos A e B, quando cumpre um I. (C) - Nos movimentos curvilíneos, o vetor
quarto de volta em 2,0 segundos. velocidade sempre varia em direção.
II. (E) - O vetor velocidade é constante só no
movimento retilíneo uniforme (MRU).
III. (C) - Somente em trajetórias retilíneas o
vetor velocidade mantém sua direção.

3. Aceleração Vetorial
Instantânea
1
Sabemos que a velocidade ( 1 ) pode variar
em intensidade e em direção. Por esta razão, o
1
a) Essa partícula possui velocidade vetor aceleração ( γ ) de um móvel num certo
constante? instante é decomposto em duas acelerações
1
perpendiculares: a aceleração tangencial 11 ,

Capítulo 09. Aceleração Vetorial PV2D-07-FIS-11 63


Cinemática Escalar e Vetorial

1
que indica a variação da intensidade de 1 e a
1
aceleração centrípeta 11 , que indica a varia-
1
ção da direção de 1 . Desse modo, a aceleração
1
instantânea ( γ ) fica definida pela adição
vetorial dessas componentes: Nos movimentos retilíneos, a direção da
velocidade não varia e, portanto, a acelera-
ção centrípeta é nula. A aceleração centrípeta
só existe em movimentos de trajetórias cur-
1 1 1 vas e independe do tipo de movimento (uni-
γ = 11 + 1 2
forme ou variado).

1
A aceleração tangencial 11 possui as se-
4. Análise Vetorial de
guintes características: Movimentos
Vamos, agora, identificar a aceleração
vetorial em certos tipos de movimento e sua
orientação com o vetor velocidade.

4.1. Movimento Retilíneo Uniforme


É o único movimento que não possui ace-
leração vetorial, pois sua velocidade mantém-
se constante em intensidade (uniforme) e em
direção (trajetória retilínea). Ou seja:

312
1 1
11 = 1 1 1
γ = 1
1 1
12 = 1 34
Nos movimentos uniformes, a intensida-
de da velocidade não varia e, portanto a ace-
leração tangencial é nula. A aceleração
tangencial só existe em movimentos varia- 4.2. Movimento Retilíneo
dos (acelerados ou retardados) e independe Uniformemente Variado
do tipo de trajetória (retilínea ou curvilínea). A velocidade varia apenas em intensida-
1 de, pois é variado em trajetória retilínea.
A aceleração centrípeta 11 possui as se-
Logo, não possui aceleração centrípeta, ou
guintes características: seja, sua aceleração vetorial é tangencial (ape-
nas para acelerar ou retardar).

1 1
γ = 11 ⇒ γ = 11 = 21211112345674689

64 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 09. Aceleração Vetorial


Cinemática Escalar e Vetorial

4.3. Movimento Circular Exercícios Resolvidos


Uniforme 01. Uma partícula move-se em trajetória
A velocidade tem intensidade constante, pois circular de raio 2 m, com velocidade angular
o movimento é uniforme. Logo, não possui ace- constante de 2 rad/s.
leração tangencial. Entretanto, sua velocidade
a) Qual o ângulo entre os vetores veloci-
varia em direção (pois a trajetória é curva), ou
dade e aceleração da partícula num certo ins-
seja, sua aceleração vetorial é centrípeta.
tante?
b) Quais as intensidades dos vetores ve-
locidade e aceleração da partícula?
Resolução
a) Como se trata de um movimento circular uni-
forme, a sua aceleração é centrípeta. Logo, o ângulo
entre os vetores velocidade (tangente à trajetória cir-
1 1 21 cular) e aceleração (radial) é 90°.
γ = 11 ⇒ γ = 11 = 1112345674689
3 b) • 1 = ω ⋅ 1 = 4 ⋅ 4 ⇒ 1 = 5 26 3
4.4. Movimento Circular 21 52
Uniformemente Variado • γ = 11 = = ⇒ γ = 1 37 4 1
1 6
Pelo fato de a velocidade variar tanto em
02. Um ponto material move-se em tra-
intensidade quanto em direção, esse movimen-
jetória circular de raio igual a 20 m, em mo-
to possui aceleração tangencial e aceleração
vimento uniformemente acelerado. No ins-
centrípeta, sendo a aceleração vetorial do mo-
1 1 tante t = 0, o módulo de sua velocidade vale
vimento a resultante de 11 e 11 . Ou seja: 5,0 m/s e, 1,0 s após, vale 10 m/s.
1 1 1 Determine o módulo do vetor aceleração
γ = 11 + 1 2
no instante t = 1,0 s.
1 1 Resolução
Como 11 é perpendicular a 11 , temos:
Vamos, inicialmente, obter as intensidades das
componentes da aceleração vetorial para t = 1,0 s:
γ = 111 + 121
1) O módulo do vetor aceleração tangencial é
constante e dado por:
∆2 56 − 786
11 = 413= = 9 ⇒ 11 = 1 82 2
3 1
∆1 586

2) O módulo do vetor aceleração centrípeta, no


instante t = 1,0 s, é dado por:

21 56 2
11 = = ⇒ 11 = 8 39 4 1
1 76
O módulo do vetor aceleração instantânea é dado por:

γ = 111 + 121

γ = 123 1 + 123 1 ⇒ γ = 1 22 4 65 7 1

Capítulo 09. Aceleração Vetorial PV2D-07-FIS-11 65


Cinemática Escalar e Vetorial

03. Com relação à aceleração vetorial de 02 – (F) – Nos movimentos uniformemente vari-
uma partícula, assinale verdadeiro (V) ou fal- ados e retilíneos, a aceleração vetorial resume-se à
so (F) para as frases abaixo. aceleração tangencial, que é constante e não-nula.
01 – Num movimento com trajetória 04 – (F) – Nos movimentos circulares, a acelera-
retilínea, a aceleração é constante. ção centrípeta varia em direção.
02 – Nos movimentos retilíneos e unifor- 08 – (F) – Nos movimentos curvos deve existir
memente variados, a aceleração é nula. aceleração centrípeta.
04 – Nos movimentos circulares e unifor- 16 – (F) – Para que o movimento seja retilíneo, a
mes, o vetor aceleração é constante. aceleração centrípeta deve ser constantemente nula.
08 – Nos movimentos curvos, a acelera- 32 – (F) – No movimento uniforme em trajetória
ção é nula. circular (MCU) a aceleração vetorial é não-nula
1 1
16 – Quando o módulo da aceleração ( 11 ≠ 1 ). Para não haver aceleração, o movimento
centrípeta é constante, o movimento é
uniforme tem que ser retilíneo.
retilíneo.
32 – Todo movimento uniforme é despro-
vido de aceleração.
Resolução
01 – (F) – Nos movimentos retilíneos, a acelera-
ção centrípeta é nula e, portanto, a aceleração vetorial
resume-se à aceleração tangencial. Se o movimento
for uniforme, a aceleração será constantemente nula.
Se o movimento for uniformemente variado, a acele-
ração será constante e diferente de zero. Se o movi-
mento for variado, a aceleração vetorial não será cons-
tante.

66 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 09. Aceleração Vetorial


Cinemática Escalar e Vetorial

Capítulo 10. Vetores


e, a cada direção, podemos associar uma ori-
1. Grandezas Escalares e entação.
Vetoriais
Algumas grandezas físicas exigem, para
sua perfeita caracterização, apenas uma in-
tensidade.
Essas grandezas são denominadas gran-
dezas escalares. Assim, grandezas físicas,
como massa, comprimento, tempo, tempera-
tura, densidade e muitas outras, são classifi-
cadas como grandezas escalares.
Por outro lado, existem grandezas físicas
que, para sua perfeita caracterização, exigem,
além da intensidade, uma orientação espaci- A figura abaixo representa uma grandeza
al (direção e sentido). vetorial qualquer: um segmento de reta ori-
entado (direção e sentido) com uma determi-
Tais grandezas recebem o nome de gran-
nada medida (módulo).
dezas vetoriais. Como exemplo de grandezas
vetoriais, podemos citar: força, impulso,
quantidade de movimento, velocidade, ace-
leração e muitas outras.
13789
4 52 5223694 2 4
347 57234 94 27234 
1 39524 5236 923257696 2 4
2. Vetores 12345 6 2
As grandezas vetoriais são representadas
33 434 2
2394 92  656 
por um ente matemático denominado vetor. 34452364 96 5236 
Um vetor reúne, em si, o módulo, repre- Para indicar um vetor, podemos usar qual-
sentando o valor numérico ou intensidade da quer uma das formas indicadas abaixo:
grandeza, e a direção e sentido, representan- 1 →
do a orientação da grandeza. 1 ou 12
É importante salientarmos as diferenças
entre direção e sentido: um conjunto de retas
paralelas tem a mesma direção.
Para indicarmos o módulo de um vetor,
podemos usar qualquer uma das seguintes
notações:
1
a ou 111
1 1
Assim, 1 indica o vetor 1 e a indica o
1
módulo do vetor 1 .

Capítulo 10. Vetores PV2D-07-FIS-11 67


Cinemática Escalar e Vetorial

3. Vetores Iguais e Vetores 5. Grandezas Proporcionais


Opostos As intensidades das grandezas físicas po-
dem estar relacionadas proporcionalmente
Dois vetores são iguais quando possuem de dois modos.
o mesmo módulo, a mesma direção e o mes-
mo sentido. 5.1. Grandezas Diretamente
Proporcionais
Duas grandezas x e y são diretamente pro-
porcionais quando a razão entre suas inten-
sidades é constante.
111
= 3 2345678579

2
ou

131 = 21 12345678 9
5 98
y = k · x (função do 1º grau)
1 1
1=2 23111 3 21 8 7   6678 1282 49 7  Nesse caso, o gráfico y × x é:

341 3 2 78852 7 2827 8947


Dois vetores são opostos quando possu-
em o mesmo módulo, a mesma direção e sen-
tidos contrários.

5.2. Grandezas Inversamente


Proporcionais
11 = 2
1 31 1
23456789
6
9
As grandezas x e y são ditas inversamen-
te proporcionais quando o produto de suas
1 = 1 2 21 3 2
1
89963 393 5
8 intensidades é constante.
3311 3 21
4 89963 9
589 8
89 Nesse caso:
y · x = k (constante)
4. Representação de 121
ou

Grandezas Vetoriais 1=
3
(função hiperbólica)

Na prática, a representação de grandezas O gráfico y × x é:


vetoriais é feita por meio de vetores desenha-
dos em escala. Assim, para representarmos
vetorialmente a velocidade de um partícula
que se desloca horizontalmente para a direi-
ta a 80 km/h, utilizamos um segmento de reta,
por exemplo, com 4 cm de comprimento, onde
cada centímetro corresponde a 20 km/h.

escala: 1,0 cm: 20 km/h

68 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 10. Vetores


Cinemática Escalar e Vetorial

Exercícios Resolvidos Resolução

01. A velocidade de um projétil é 20 m/s, 1


a) Como = 3 (constante), então massa e vo-
horizontal e para a direita. Interprete as in- 2
formações. lume são grandezas diretamente proporcionais.
Resolução b) O gráfico m × v é uma reta, passando pela
As informações caracterizam uma intensidade origem dos eixos.
(20 m/s), uma direção (horizontal) e um sentido (para
a direita).
Portanto, caracterizam a velocidade como gran-
deza vetorial.

02. Assinale V (verdadeiro), ou F (falso),


para as frases abaixo.
( ) 01 – Temperatura é grandeza escalar.
( ) 02 – Massa é grandeza escalar.
( ) 04 – Força é grandeza vetorial.
( ) 08 – A aceleração da gravidade é gran- 11 12
c) = = 345678579
deza vetorial. 21 22
( ) 16 – Volume é grandeza escalar. 1 235
Resolução = m = 0,56 kg
234 6
Todas as frases são verdadeiras.Temperatura, mas-
1 62 4 65
sa e volume são grandezas que ficam perfeitamente d) do mesmo modo =
caracterizadas por um número (intensidade) e por 3 1
um significado (unidade). Força e aceleração são 1 52
1= V = 4L
grandezas que necessitam, além da intensidade, de 3 54
uma direção e de um sentido.

03. Uma substância, mantida a tempera- 6. Produto: Vetor x Escalar


tura constante, tem sua massa e volume re- 1
Podemos multiplicar um vetor 1 por
presentados na tabela. um escalar n (número real), obtendo um novo
1
vetor 1 .
1 1
1 = 2⋅ 3
1
Esse novo vetor 1 tem as seguintes ca-
a) massa e volume são grandezas direta-
racterísticas:
mente proporcionais? Justifique! 1 1
b) esboce o gráfico m × v correspondente. – direção: a mesma da 1 (paralelo a 1 )
c) qual é a massa de substância corres-
1 34567892
12 1
9
43
9 84 1 34 2 >
1
pondente ao volume de 0,7 d?
d) qual é o volume correspondente à mas-
3
956  799841 34 2 <

sa de 3,2 kg? – módulo: 1 = 2 ⋅ 3

Capítulo 10. Vetores PV2D-07-FIS-11 69


Cinemática Escalar e Vetorial

7. Adição de Vetores
Para a adição de vetores vamos, inicial-
mente, definir vetor resultante:
Vetor resultante ou vetor soma, de dois
ou mais vetores, é o vetor único que produz
o mesmo efeito que os vetores somados.
Para a determinação do vetor resultan-
te, ou seja, para efetuarmos a adição vetorial
O polígono resultante é uma figura fechada,
de dois ou mais vetores, podemos utilizar três
portanto a resultante no ponto C é nula.
métodos, denominados:
02. Obter, pelo método do polígono, a
a) regra do polígono
resultante das forças F1 = F2 = 100 N
b) regra do paralelogramo
c) regra dos componentes vetoriais

7.1. Regra do Polígono


Para efetuarmos a adição de vetores pela
regra do polígono, escolhemos, arbitraria-
mente, um dos vetores como ponto de parti-
da e traçamos os vetores seguintes, colocan- Resolução
do a origem do 2º vetor coincidindo com a
Construindo o polígono, obtemos um triângu-
extremidade do 1º e, assim, sucessivamente,
lo eqüilátero, portanto o resultante tem intensidade
até traçarmos todos os vetores. O vetor soma
1 1 igual à das forças componentes.
( 1 ) ou resultante ( 1 ) é determinado pela ori-
gem do 1º vetor e pela extremidade do último
vetor traçado.

Exercícios Resolvidos
01. Aplicando o método do polígono,
determine a força resultante no ponto C.
1 1 1
03. Dados três vetores 1 + 2 e 1 , sendo:

Resolução
determine o vetor resultante:
Para construir o polígono, iniciamos por qual- 1 1 1 1
quer um dos vetores. 1 =2+3+4

70 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 10. Vetores


Cinemática Escalar e Vetorial

Resolução 1 1
• Traçamos os vetores 1 1212 com as origens
1 1 1
Traçamos os vetores 1 , 1 e 1 pela regra do coincidindo no mesmo ponto, mantendo
polígono. seus módulos, direções e sentidos.
1
• Pela extremidade de 1 , traçamos uma reta
1 1
paralela a 1 e pela extremidade de 1 , uma
1
reta paralela a 1 .
1
• O vetor resultante 1 será obtido unindo
1 1
1 a origem dos dois vetores 1 1212 com o en-
Para determinarmos o módulo do vetor 1 e do contro das paralelas.
ângulo θ , aplicamos o teorema de Pitágoras, no tri- 1
ângulo PQR. • O vetor 1 terá origem na origem dos

1 12 = 1232 + 1132
1 1 1 vetores e extremidade no encontro das pa-
ralelas.
1
1 = 23 4 • O módulo do vetor 1 será calculado pela
1 expressão abaixo, obtida a partir da lei
04. Dado o vetor 1 , representar os dos cossenos.
vetores:
1 1 1 = 2 1 + 31 + 1 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 234θ
a) 1 = 2 · 1
1 1 onde θ é o ângulo formado pelos vetores
b) 1 = – 3 · 1
1 1
Resolução 1 1212 e 0° ≤ θ ≤ 180° .
1 1
a) 1 = 2 · 1 , então x = 2 · a

1 1
b) 1 = – 3 · 1 , então y = 3 · a
Vejamos alguns casos particulares:
1 1
a) 1 112112 têm mesmo sentido

7.2. Regra do Paralelogramo


Este método é utilizado para obter o vetor
resultante de dois vetores.
Sejam os vetores
1
1 = 2 1 + 3 1 + 1 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 234θ = 2 1 + 1 ⋅ 2 ⋅ 3 + 3 1
2
1
1 = 4 2 + 35 ⇒ 1 = 2+3

1 1 1
Para a determinação do vetor 1 = 2 + 3
procedemos da seguinte maneira:

Capítulo 10. Vetores PV2D-07-FIS-11 71


Cinemática Escalar e Vetorial

1 1
b) 1 112112 têm sentidos opostos c)

1 = 2 1 + 3 1 + 1 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 567 234° = 2 1 − 1 ⋅ 2 ⋅ 3 + 3 1
1323 4
−2
1 = 2 1 + 31 = 1 1 + 2 1
1
1 = 4 2 − 35 ⇒ 1 = 263
1 = 34
1 =4
1 1
02. Dados os vetores 1 1212 com a = b = 20,
1 1 1
Obs: o vetor resultante terá o mesmo sen- obter o vetor 1 = 2 + 3
tido do vetor de maior módulo (no caso o
1
vetor 1 ).
1 1
c) 1 1212 são ortogonais

1 = 2 1 + 3 1 + 1 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 456 213°
12
3 3 4
2
1
1

1 = 2 1 + 3 1 + 1 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 456 23°
123
2

1 1
1 = 2 +3 57 1 = 2 1 + 3 1
1
3456789

Exercícios Resolvidos
1 1
01. Dados os vetores 1 1212 , obter o vetor 13 3 46
1 = 121 + 121 + 1 ⋅ 12 ⋅ 12 ⋅ 4
1 1 1
R = a + b nos casos abaixo, onde a = 3 e b = 4. 2 15
a) 1 = 121 + 121 4 121 = 121
1 = 12

1 = 2+3=1+2 1=3
8 .Adição Vetorial
b)
8.1. Método das Componentes Vetoriais
1
Todo vetor 1 , em um plano, pode ser re-
presentado por dois outros vetores, chama-
dos de componentes retangulares.
1 = 243 = 14 2 1=3

72 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 10. Vetores


Cinemática Escalar e Vetorial

1
Dado um vetor 1 e duas direções de refe- 9.Subtração Vetorial
rência OX e OY, determinamos as componen- 1
1 1
tes retangulares do vetor 1 através das pro- Dados dois vetores 1 e 1 , a operação
jeções perpendiculares da origem e da extre- 1 1 1 1 1 1
1 = 1 – 1 ( 1 é o vetor diferença entre 1 e 1 ) é
midade do vetor nas direções dadas, confor- 1
realizada através da adição do vetor 1 com o
me figura a seguir. 1 1
vetor oposto a 1 , ou seja, com o vetor – 1 .

1 1 1
1=1–1
1 1 1
1 = 1 + (– 1 )
Para essa adição utilizamos a regra do
paralelogramo.
1
O vetor 1 pode ser representado pelas
1 1
suas componentes retangulares 1 x e 1 y, sen-
do válida a relação
1 1 1
1 = 1x + 1y
Para determinarmos os módulos das com-
1 1
ponentes 1 x e 1 y, devemos usar as relações Como α + θ = 180°, então cos θ = – cos α
trigonométricas no triângulo retângulo.
Assim,

1 = 2 1 + 3 1 + 14 24 34 234 θ =

= 2 1 + 3 1 + 14 24 345 −234 α6

1 = 2 1 + 3 1 − 14 24 34234α

1 1 1
Outro modo de obtermos o vetor 1 = 1 – 1 é:
1 1
cos θ = 1 1 ⇒ ax = a · cos θ • Fazer as origens de 1 e 1 coincidirem.
1
11
sen θ = ⇒ ay = a · sen θ
1
e a2 = 1 11 + 1 11

Capítulo 10. Vetores PV2D-07-FIS-11 73


Cinemática Escalar e Vetorial

1 1 1 ax = a · cos 37° = 20 . 0,80 = 16 u


• Unir as extremidades de 1 e 1 e o vetor 1
obtido terá sentido apontado para o vetor ay = a · sen 37° = 20 . 0,60 = 12 u
1 1 1
que se lê primeiro na expressão 1 = 1 – 1 , no dx = d · cos 53° = 30 . 0,60 = 18 u
1 dy = a · sen 53° = 30 . 0,80 = 24 u
caso, o vetor 1 .
As resultantes Rx e Ry valem:
Rx = + ax + bx – cx – dx = 16 + 0 – 38 – 18
Rx = – 40 u
Ry = ay + by + cy – dy = 12 + 42 + 0 – 24
• Seu módulo será dado por: Ry = 30 u
1 = 2 1 + 3 1 − 45 25 35678α

Exercício Resolvido
Dados os vetores abaixo, obter o vetor
1 1 1 1 1
resultante 1 = 2 + 3 + 4 + 5

O vetor resultante é dado por

R2 = 1 11 + 1 21 (Pitágoras)
R2 = (– 40)2 + 302

R = 1 233

R = 50 u

11 12
tg θ = = = 0,75
12 32
a = 20 u b = 42 u c = 38 u d = 30 u
sen 37° = cos 53° = 0,6 θ = 37°
cos 37° = sen 53° = 0,8
Inicialmente determinamos as componen-
tes retangulares dos quatro vetores dados.

74 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 10. Vetores


Cinemática Escalar e Vetorial

Leitura Complementar
Vetor Posição
Consideremos um corpo descrevendo
uma trajetória curva em relação a um siste-
ma de coordenadas retangulares xy, confor-
me a figura.

Se o móvel se movimenta do ponto P1 para


o ponto P2, dizemos que ele sofreu um deslo-
A posição P do corpo, num instante t qual-
quer, pode ser fornecida pelas coordenadas x
1
1 2
camento vetorial ∆1 dado por

e y, e o movimento do corpo pode ser descrito 1 1 1


pelas funções horárias. ∆1 = 11 − 12

12
1=1 2 2 3=1 212 1
O vetor ∆1 , que representa o deslocamen-
to vetorial do móvel entre os instantes t1 e t2,
Podemos também fornecer a posição do cor- é um vetor com origem em P1 (posição ini-
1
po pelo vetor 1 , um vetor com origem no ponto cial) e extremidade em P2 (posição final).
0 (referencial) e extremidade no ponto P. Esse
vetor r recebe o nome de vetor posição. O módulo do vetor deslocamento ∆1 é
1
1 2
dado por:

∆1 = 112 + 122 − 1 ⋅ 11 ⋅ 12 ⋅ 234θ

Velocidade Vetorial Média


1
O vetor velocidade vetorial média 11 é 1 2
definido pela relação entre o vetor desloca-
1 21
mento ∆1 e o correspondente intervalo de
tempo 1 ∆12 .

1
Deslocamento Vetorial 1 ∆2
11 =
Quando um corpo se movimenta numa ∆3
1
trajetória curva qualquer, o vetor posição 1
varia no decorrer do tempo. Essa variação no Como o intervalo de tempo ∆1 é sempre
vetor posição ocorre, obrigatoriamente, na positivo, o vetor velocidade vetorial média
direção e no sentido, mas não obrigatoria- possui a mesma direção e o mesmo sentido
1
mente no módulo. que o vetor deslocamento ∆1 .

Capítulo 10. Vetores PV2D-07-FIS-11 75


Cinemática Escalar e Vetorial

Exercícios Resolvidos
01. Um automóvel se desloca 60 km para
o norte e, em seguida, 80 km para o oeste. Cal-
cule o módulo do vetor posição em relação ao
ponto de partida.
Resolução

Comparando o módulo do vetor veloci-


1 Da figura:
dade vetorial média 11 com o módulo da
1 2
velocidade escalar média 11 , podemos afir- 1 2 1 2
1 1 = 23 1 + 43 1
mar que: r = 100 km
• nas trajetórias curvas, temos 02. Considere um ponto material descre-
1 vendo uma circunferência de raio R.
11 > 11 12
Calcule o módulo do vetor deslocamento
• nas trajetórias retilíneas, temos
1 a) entre os pontos A e B;
11 = 11
b) entre os pontos A e C;
1
A velocidade vetorial instantânea 1 repre- c) para uma volta completa.
senta a velocidade vetorial média quando o
intervalo de tempo ∆1 tende a zero, ou seja,
representa a velocidade vetorial instantânea
do móvel num instante t qualquer.
O vetor velocidade instantânea é sempre
tangente à trajetória no ponto considerado.

Resolução
a) Entre os pontos A e B, o vetor deslocamento
tem a direção da reta AB, sentido de A para B e seu
módulo é dado pela aplicação do teorema de Pitágoras.

12 1 = 3 1 + 3 1 = 1 3 1


12 = 34

76 PV2D-07-FIS-11 Capítulo 10. Vetores


Cinemática Escalar e Vetorial

b) O módulo do vetor velocidade vetorial é dado


1 ∆2
por 11 = .
∆3
Como o módulo do vetor deslocamento é igual
para as duas partículas, temos:
1 1 2 45
11 = =
∆3 65
1
b) Entre os pontos A e C, o vetor deslocamento 11 = 1 32 2 3 (para as duas partículas)
tem a direção da reta AC, sentido de A para C e módulo
2R. 04. (Mackenzie-SP) A figura em escala
c) Para uma volta completa, a posição final mostra os vetores deslocamento de uma for-
coincide com a inicial e, portanto, o deslocamento é miga, que, saindo do ponto A, chegou ao pon-
nulo. to B, após 3 minutos e 20 s. O módulo do vetor
velocidade média do movimento da formiga,
03. Duas partículas 1 e 2 encontram-se no nesse trajeto, foi de:
ponto A da figura a seguir, no instante t = 0.
Elas movimentam-se conforme as trajetórias a) 0,15 cm/s d) 0,30 cm/s
I e II indicadas, chegando juntas em B, após 10 s b) 0,20 cm/s e) 0,40 cm/s
da partida de A. Determine: c) 0,25 cm/s
a) a velocidade escalar média para cada
partícula;
b) o módulo do vetor velocidade vetorial
média para cada partícula.

Resolução
Resolução
a) A velocidade escalar média é dada por
∆2
11 = ;
∆3
π ⋅ 8 96

12345 61 71 = = ⇒ 71 = 2
3 
∆4 6
2 8 69
12345 61 71 = = ⇒ 71 = 6 9
∆4
9

Capítulo 10. Vetores PV2D-07-FIS-11 77


Cinemática Escalar e Vetorial

11
∆1 = 12 1 + 32 1
1
∆1 = 12 23

A velocidade vetorial média tem módulo dado por:


1
1 ∆2 12
11 = =
∆3 322
1
11 = 1 423 23 54

Resposta: C Portanto: ∆s = 900 m (mínimo)


05. (Unicamp-SP) A figura abaixo repre- Como vm = 18 km/h = 5 m/s, temos:
senta um mapa da cidade de Vectoria o qual
indica a direção das mãos do tráfego. Devido ∆2
ao congestionamento, os veículos trafegam 11 =
∆3
com a velocidade média de 18 km/h. Cada ∆2 122 4
quadra desta cidade mede 200 m por 200 m ∆3 = =
11 3 472
(do centro de uma rua ao centro da outra rua).
Uma ambulância localizada em A precisa ∆3 = 452 2 = 6 89

pegar um doente localizado bem no meio da b) Para calcular o módulo do vetor velocidade
quadra B, sem andar na contramão.
a) Qual o menor tempo gasto (em minu- 1 2
1
média 11 , deve-se ter o módulo do vetor desloca-
tos) no percurso de A para B?
b) Qual é o módulo do vetor velocidade
1 2
1
mento ∆1 , que só depende dos pontos A e B:

média (em km/h) entre os pontos A e B?

1 1
∆1 = 344 1 + 544 1 ⇒ ∆1 = 644 2

Então:
1
1 ∆2 1 122 1
11 = ⇒ 11 = ⋅ 5 76 ⇒ 11 = 32 458 6
∆3 342

Resolução
a) Para gastar o menor tempo possível de A até
B, a ambulância deverá percorrer o menor trajeto pos-
sível, como indicado a seguir.

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