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Primeira iniciação cristã

A consagração batismal

Retiro das Rosas, 16:19


Anacoreta, Anadir D’Agostin
a.agostin@gmail.com

Subsídio para
“Iniciação cristã” dos Neófitos e Catecúmenos,
“Evangelização permanente” dos discípulos Cristãos, e
“Evangelização das culturas”.

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Apresentação reflexiva 01

O Batismo é o sacramento da fé. Mas a fé tem


necessidade da comunidade dos batizados cristãos. Cada um
dos fiéis só pode crer dentro da fé da comunidade Igreja.

A fé fundamentada no encontro com Jesus


Cristo ressuscitado poderá ser redescoberta na sua integridade
e em todo o seu esplendor. “Também nos nossos dias a fé é
um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar” para
que o Senhor “conceda a cada um de nós viver a beleza e a
alegria de sermos cristãos”.

A fé que se requer para o Batismo não é uma fé


perfeita e madura, mas um começo – uma iniciação -- que
deve sesenvolver-se. Ao catecúmeno ou a seu padrinho é feita
a pergunta: Que pedis à Igreja de Deus? E ele responde: A fé!

Em todos os batizados, crianças ou adultos, a fé


deve crescer após o Batismo; por isso o Batismo é um
sacramenbto “de iniciação Cristã”. É por isso que a Igreja
celebra cada ano, na noite pascal, a renovação das promessas
batismais. A preparação para o Batismo leva apenas ao limiar
da vida nova. O Batismo é a fonte da vida nova em Cristo, fonte
esta da qual brota toda a vida cristã.

Para que a graça possa desenvolver-se, é


importante a ajuda dos pais. Este também é o papel do
padrinho ou da madrinha, que devem ser cristãos firmes,
capazes e prontos a ajudar o novo batizado, criança ou adulto,
em sua caminhada na vida cristã. A terefa deles é uma
verdadeira função eclecial – missão. A comunidade eclesial
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inteira tem uma parcela de responsabilidade no
sesenvolvimento e na conservação da graça recebida no
Batismo.

A fé é dom inseparável do Batismo. O Batismo


é de maneira especial “o sacramento da fé”, uma vez que é a
entrada sacramental na vida de fé.

Para que o ato de fé seja humano, o homem


deve responder a Deus, crendo por livre vontade. Pois o ato de
fé é por natureza voluntário. Assim sendo o ser humano é
obrigado em consciência, mas não forçado, pois Deus chama
os homens para serví-lo em espírito e verdade.

A fé que recebemos de Deus Trindade [através


dos Sacramentos] na comunidade Igreja, nós a guardamos,
como discípulos cristãos, com cuidado, sem cessar, buscando
a imgem e semelhança. Esse dom recebido é uma dádiva
divina de grande apreço foi inserido por Deus em um vaso
precioso – o ser humano. A fé rejuvenesce e faz rejuvenescer
o próprio vaso que a contém.
“Eu sei em quem pus a minha fé” (2 Tm 1, 12):
esta palavra de São Paulo nos ajuda a compreender que a fé
é uma adesão pessoal do homem a Deus.

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Apresentação reflexiva 02
A consagração batismal

A 1ª Iniciação Cristã é o sacramento do Batismo

“Ide fazer
discípulos entre todos
os povos, batizai-os consagrando-os
ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
e ensinai-lhes a cumprir tudo o que vos mandei”
(Mt 28,19-20).

E agora?
Este estudo surgiu quando, por votação direta, fui eleita
Coordenadora da Pastoral do Batismo em nossa
Paróquia.

E me perguntei:
O que faz uma Coordenadora? Fiquei ainda antes do
princípio.
Eu não sabia nada, além de saber que nada sabia.

Comecei a estudar.
Minhas fontes de estudo foram: A Bíblia, o Novo
Catecismo, Documentos e Pronunciamentos Oficiais
(Encíclicas, Cartas). Muita literatura sobre a vivência
da “consagração batismal”. Vários livretos que
contavam a experiência vivenciada na pastoral do
batismo, em que, experientes “discípulos cristãos
missionários: paroquianos e presbiteros” atuaram em
várias comunidades deste nosso Brasil.

Esses experientes discípulos cristãos missionários –


“ministério ordenado” ou “ministério não ordenado”,
não importa - já tinham inventado a roda. Eu precisava
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apenas burila-la, para adaptá-la, às necessidades de
nossa caminhada, na construção do Reino de Deus
em nossa Paróquia.
Intuitivamente senti a necessidade de investir na
“formação da fé” de nossos “agentes da pastoral do
batismo”, porque ninguém pode ensinar o que não
conhece.

Então,
cada dia mais, bebi na fonte sagrada,
tornando-me terra permeável
ao divino “ruah”
para poder falar
o que Deus queria
ao seu povo revelar.

Nada de novo existe debaixo dos céus. Mas o


discípulo cristão precisa ainda descobrir tantos
mistérios, para melhorar sua sobrevida existencial.

Nasceu assim,
e despertou também em mim,
com afeto esta monografia,
que na interioridade
de cada individualidade
tentará despertar seu próprio eu,
bem centrado e ancorado
na vontade de Deus.

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Apresentação reflexiva 3
Queremos ver Jesus: caminho - verdade - vida

Se as fontes de vida do Reino são a “Palavra” e


“os Sacramentos”.
“A essência é o “amor”, o amor doação
que vem de Deus mesmo, a “caridade”
que o apóstolo Paulo aponta como o mais
alto dos dons”. (Cf. 1Cor 13).

As palavras do Senhor são tão precisas que não


é possível reduzir o seu alcance.
“A comunidade eclesial (a comunidade
poroquial ou episcopal) terá necessidade
de muita busca para a sua caminhada
histórica, também no novo século; mas,
se faltar a caridade (ágape/doação/amor),
tudo será inútil.” (Cf. Novo millennio
ineunte,42).

O Batismo, fonte de todas as vocações.


Uma fonte de espiritualidade,
Um programa de globalização da vida ao alcance de todos.

Nesse estudo, de forma bem didática, pretendo


explanar, aprofundando o conhecimento, das maravilhas que
acontecem na vida de todo batizado.
A Palavra de Deus, aparentemente, textos
Bíblicos de difícil compreensão, quando não temos o texto em
mãos. Aqui os transcrevo, para que cada ser humano, possa,

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através do mesmo, fazer contato com o mistério existente na
própria interioridade - a presença de Deus.
De um Deus vivo, único e verdadeiro,
autor de todo bem, Criador, Salvador e
Santificador da humanidade e de cada
ser.

Centralizar nossa fé e vivências,


no ponto pupremo e pentral:
“Por Cristo, com Cristo e em Cristo”,
é a globalização dos ensinamentos de Cristo.

Essa didática facilita a compreensão, em qualquer cultura ou


civilização, inclusive em terra de missão.

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Introdução
“Avancem para águas mais profundas”
(Lc 5,4)

Não se trata de inventar uma nova


fundamentação, teológica. Precisamos apenas descobrir e
vivenciar em toda profundidade e intensidade tudo aquilo que
Jesus já nos revelou, ensinou e vivenciou. E isto tudo do seu
jeito, à sua maneira e em consonância com a sua vontade.
— Avançar para águas mais profundas é
ouvir o chamado de Deus, sentir o seu
perfume e abraçar o mandato de Cristo.
— Assim, cada ser humano, se sentirá
estimulado a viver, cada vez mais, a sua
natureza originária de ser imagem e
semelhança de Deus.
A vivência dos direitos e deveres cristãos –
humanos – morais de batizados é o mais legítimo aprofundar
no conhecimento da doutrina de Cristo, genuína evangelização
mistagógica.

O que é a pastoral do Batismo?

Uma especial e extraordinária oportunidade, que


a “Eclesial Comunidade Paroquial”, oferece “ao Povo de Deus”,
isto é, todos os paroquianos e com carinho especial aos
cristãos do “matrimônio e família”primordialmente aos pais e
padrinhos para:
— Uma maior conscientização da fé e
das obras da fé batismal: o sacramento
da fé; a vida de fé. A verdade.

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— Um especial momento de
aprofundamento da vivência cristã e
discípula.
— Uma reciclagem de conhecimentos.
Uma atualização dos estudos; do que
aprendemos, sobre a nossa religião
católica cristã discipular e apostólica.
Quando realizamos nosso curso de
evangelização (Iniciação cristã), via de regra, no final da
infância, início da adolescência ou na juventude. A maturidade
do ser humano, dentro daquelas faixas etárias, era menos
abrangente que a maturidade adulta dos pais e padrinhos.
A Pastoral do Batismo oferece, então, a
oportunidade de estarmos sempre
atualizados nos ensinamentos de Cristo.
Jesus Cristo tem um sonho: Que nos tornemos
seus discípulos.
“Portanto, ide, fazer discípulos entre
todos os povos, batizai-os consagrando-
os ao Pai, ao filho e ao Espírit Santo” (Mt
28,19).
A Galiléia foi o ponto de partida, e a meta é fazer
com que o “reino de Deus” alcance a todos, tornando-os
discípulos de Jesus, o mestre da propagação do “reino de
Deus”, do amor e da vida em abundância.
Os meios para fazer com que todos os povos se
tornem discípulos do mestre Jesus, são dois:
— O batismo em nome da Trindade.
— A evangelização: Iniciação cristã e
evangelização permanete.

Primeiro — O batismo em nome da Trindade.

O batismo nos confere uma “pertença”,


“pertencer”. Quando vamos fazer um documento, dando um

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exemplo: de um carro, ou de um trator, ele pertence a alguém,
pertence ao nome do proprietário.
“Ide por toda as nações, batizando-as em
em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo”.
Todo batizado estabeleceu uma mútua propriedade com a
Trindade.
— Propriedade é uma palavra muito forte.
— O batizado pertence à Trindade.
— Ninguém pode violar essa pessoa,
sem violar a Trindade.

Segundo — A evangelização que


visa a implantação do Reino.

É a evangelização iniciática (evangelização


mistagógica) que introduz e ensina o ser humano a observar
tudo o que Jesus ensinou. Jesus declarou:
“eu estarei convosco, todos os dias, até o
fim dos séculos”.
Jesus é aquele que caminha conosco. O Deus conosco se
evela na práxis da comunidade cristã.
O batismo elevou a todos a um nível jamais
atingido antes: Todos receberam o Espírito Santo, de forma a
constituir um só corpo, sem rupturas ou distinções: “A
comunidade cristã, — Corpo de Cristo” (comunidade paroquial):
— Assim todos se alimentam e se
inspiram na mesma fonte, que é o
Espírito Santo.

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Capítulo 1
A consagração batismal uma fonte de espiritualidade,
um programa de vida globalizada em Cristo.

Por que o povo de Deus batiza seus filhos?

O povo brasileiro em sua maioria é composto de


cidadãos batizados. É difícil encontrarmos alguém que não
tenha recebido o sacramento do Batismo. Mas quando vamos
analisar os motivos pelos quais o povo batiza, ficamos
espantados. Existe muita superstição. E isso tira o brilho que o
sacramento possui.

Vamos ver as razões:

— Razões de superstição:
— Se não batizar a criança, ela não terá saúde.
— O batismo afasta as doenças, mau olhado.
— A criança não batizada dá azar.
— Não quero ter filho pagão em casa. Filho
pagão é perigoso. O menino fica impossível.
— Porque todo mundo batiza, fica feio não batizar.
— Razões de tradição:
— Um ato social,
— Um jeito de ter comadre e compadre
— e de ganhar presentes.
— Razões de fé:
— Para fazer parte da comunidade-igreja,
corpo místico de Cristo (cf.1Cor12,13).
“O sacramento do Batismo pelo qual
somos configurados a Cristo;

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incorporados na comunidade eclesial e
feitos filhos de Deus, constitui a porta de
acesso a todos os sacramentos; através
dele somos inseridos no único corpo de
Cristo” (cf. Sacramentum Caritatis nº 17).
— Para obter a Salvação (cf. Mc16,16):
Quem crer e for batizado será salvo.
— Porque a festa do Sacramento do Batismo
celebra a consagração do ser humano a Deus e
torna oficial a entrada — no templo — de seu
filho ou afilhado na família de Deus, que é a
comunidade eclesial (paróquia) que é o Reino de
Deus já misteriosamente presente..

Por obediência a Cristo:


— Mandato de Cristo. Antes de subir ao céu
Jesus deixou um pedido, um mandato, para seus
discípulos:
Mt 28,19-20 – "Ide fazer discípulos entre
todos os povos, batizai-os consagrando-
os, ao Pai, ao Filho e ao Espírito santo, e
ensinai-lhes a cumprir tudo o que vos
mandei. Eu estarei convosco sempre, até
o fim do mundo”.
— Paulo em Rm 10,13-15.17, ensina que:
Quem quer que invoque o nome do
Senhor será salvo. Mas como hão de
invocar aquele em quem não crêem? E
como hão de crer, naquele de quem não
ouviram falar? E como hão de ouvir falar
dele, se não houver quem pregue? E
como hão de pregar se não forem
enviados?

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A fé, portanto, vem da evangelização, e é
alimentada pela vivência da palavra de Deus. E a
evangelização é feita por mandato de Cristo.
“Ide e ensinai tudo”.
Seria mais fácil e cômodo chegar em qualquer
lugar e batizar logo, sem preparação e sem compromissos.
Mas Jesus pede que primeiro se ensine e só depois se batize.
O batismo na visão de São Paulo e na prática
eclesial daquele tempo era conferido após séria evangelização,
que levava o adulto a assumir conscientemente a opção por
Cristo.
— Hoje são os pais e padrinhos que assumem.
— Se vocês pedem o Batismo, é porque
acreditam no valor do mesmo.

Quando pedimos o batismo será que


sabemos o que estamos pedindo?
O que é o Batismo?

O Batismo é um sacramento - sacramentos


são sinais sensíveis da graça da Deus.
— Havia um primeiro esboço sobre o
caráter sacramental do batismo, que foi
depois elaborado de maneira definitiva
por santo Agostinho. Ele denomina
“consagração” que permanece na alma
como o cunho de uma moeda. É o
Espírito Santo, que no batismo, imprime
na alma este caráter.
O batismo é o marco inicial, a pedra angular
da vida espiritual de cada ser humano e foi instituído por Jesus
Cristo.
— “Pedra angular”, não é aquela que fica no
canto do edifício, mas no centro fazendo

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amarração. É o fecho que dá unidade e
estabilidade à construção.
— Por isso, deve ser levado a sério, não só na
preparação, como também nos dias que se
seguem:
— Porque o novo discípulo, vivenciando a
proposta de Deus, — testemunhará Cristo.
— e Jesus faz então, uma proposta:

Proposta de Jesus:

— Primeiro fazer discípulos. (Mt 28,19)


— Batizar só depois que assumir as obrigações
de ser discípulo.
“ensinai a observar tudo quanto vos
ensinei” (Mt 28, 20).

Por que o Batismo de uma criança?


Por que fazer a preparação se as crianças não entendem?

Porque são os adultos que crêem em Deus (pais


e padrinhos) e que na comunidade Eclesial, falam em nome da
criança, garantindo que ela será educada na fé.
O batismo de crianças é uma graça concedida
por Deus também à consciência cristã dos pais, que se
comprometem conduzir o filho batizado nas pegadas de Cristo.
Quando crescer e estiver preparado [iniciação cristã] o filho
pede "a Confirmação” a “unção com o óleo do crisma", e em
uso da própria razão é ungido. O neófito cristão é Confirmado
discípulo cristão e enviado a testemunhar a fé recebida no
batismo.

O que é Batizar um Filho ?

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— Batizar um filho é oficializar, tomar pública a
sua identidade de filho de Deus.
— Batizar é certificar.
A partir do Batismo, cada o ser humano, mulher
ou homem, é escolhido, para viver o amor a Deus e ao
próximo, sem limitação alguma, cada qual, em seu próprio
estado de vida, uns de uma forma, outros de outra: (Cf.1ª Cor
7,7):
“Eu gostaria que todos fossem como eu.
Mas cada um recebe de Deus o seu dom
particular. Um tem este dom, e outro tem
aquele”.
— Batizar um filho é assumir o compromisso de
evangelizá-lo. Isto é: educá-lo na fé.
— E isto se faz principalmente, através
da vida que os pais levam.
— A própria vida dos pais deve ser o
modelo de vivência cristã onde o filho
aprende amar a Deus e amar os irmãos.
— Não adianta mandar o filho praticar
religião se os próprios pais são
indiferentes e pouco ligam para as coisas
de Deus.
— Batizar um filho é proporcionar a ele um
novo nascimento. É o nascimento para um novo modo de
pensar e agir. Assim o cidadão cristão caminha neste mundo
com uma:
— vida de fé,
— vivida no amor,
— e cheia de esperança.
— Batizar um filho é enxertá-lo na videira que é
Cristo. É comprometer-se a fazer tudo para que esse enxerto
cresça e produza frutos, (Cf.Jo 15,4):
Fiquem unidos a mim, e eu ficarei unido a
vocês. O ramo que não fica unido à

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videira não pode dar fruto. Vocês também
não poderão dar fruto, se não ficarem
unidos a mim”.
— Batizar um filho é lhe presentear com o
“selo” da filiação divina. O SELO é o sinal da Cruz. A cruz sinal
sagrado de “salvação”
— O selo (a cruz) é um convite eterno
para a criança que nasce,
— exige dela o preço do amor, .
— mas garante, em troca, a vida
definitiva e verdadeira para sempre.
A criança, então, crescerá como Jesus:
— em sabedoria,
— em idade,
— em amor - no caminho do bem!

Ministério dos Pais e Padrinhos

Vamos refletir sobre o compromisso que os pais


e padrinhos assumem, quando batizam uma criança.
Pelas promessas do Batismo, os pais e
padrinhos fazem o juramento de educar na fé seu filho ou
afilhado.
— Fazer promessa na celebração de um
sacramento é chamar a Deus como
testemunha, de que eu vou cumprir aquilo
que estou prometendo.
O Batismo é também uma promessa feita a Deus
diante da comunidade.

— Vocês têm coragem de assumir estes


compromissos diante de Deus e da
comunidade ?

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Os padrinhos, para o seu filho(a) devem ser
escolhidos com ritérios. Os critérios devem ser dos pais exceto
os critérios que a hierarquia e o magistério da comunidade
eclesial apresentam:
— Pessoas com maturidade, que sejam
exemplo de vivência dos valôres cristãos
e humanos.
— Pessoas que amam a comunidade
eclesial (paroquial) e participam das
missas e celebrações e que sejam
autênticas na vivência dos sacramentos.
— Pessoas que poderão acompanhar a
vida de seus afilhados, orientá-los no
caminho da fé.

Na fé - Fundamentação da educação

O mais fundamental, é o exemplo de vida dos


pais e padrinhos. A vivência humana, cristã e religiosa e a
espiritualidade dos pais é um exemplo, que marca os filhos
para sempre. E isto acontece principalmente, através da vida
que os pais levam.
— Não adianta mandar que o filho ame a
Deus, se o filho, não têm um modelo de
amor, de carinho, de ternura, de verdade.
— Quantas vezes você abraçou e
continua abraçando seu filho?
— Quantas vezes você elogiou o seu
Filho? Isto é demonstrar carinho.
— Você já contou para seu filho que o
ama? Meu filho, minha filha, eu te amo. O
Pai e a mãe precisam concretizar esse
gesto de amor.
Deus não teve vergonha de dizer que nos ama.
Em Marcos 1,11:

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“Tu és o meu Filho muito amado; em ti
ponho minha afeição”.
Jesus Cristo não teve vergonha de dizer que
amava seus irmãos?
— Não adianta orientar o filho, para
crescer no amor, se os pais cultivam ódio
no coração. Quantas vezes você
vivenciou o perdão e seu filho
testemunhou?
— Não adianta mandar o filho praticar
religião se os próprios pais são
indiferentes e pouco ligam para as coisas
de Deus.

Você vivencia os sacramentos


juntamente com seu filho(a) ?

A própria vida dos pais deve ser o modelo de


vivência humana, cristã e cidadã onde o filho aprende amar a
Deus e amar os irmãos.

A bíblia e a criança

A Sagrada Escritura dá pouco espaço ao


assunto das crianças. Porém adverte os pais para assumirem a
verdade, pois, assim as crianças crescerão amando a Deus e
servindo-O. Uma das primeiras orientações para os pais
aparece: Deuteronômio 6, 5-9:
Dt 6,5-8 - Amarás ao Senhor teu Deus de
todo o teu coração de toda a tua alma e
de todas as tuas forças. E estas palavras,
que hoje te ordeno, estarão no teu
coração; 7 e as ensinarás a teus filhos, e

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delas falarás sentado em tua casa e
andando pelo caminho, ao deitar-te e ao
levantar-te. 8 Também as atarás por sinal
na tua mão e te serão por frontais entre
os teus olhos; 9 e as escreverás nos
umbrais de tua casa, e nas tuas portas.

Deus coloca sobre os pais a fantástica, a


grandiosa responsabilidade de ensinar. A criança gosta dos
pais, e quando percebe, que seus pais, que são maravilhosos
entre si, com ela e com os irmãos, e que também amam um ser
superior
— que é Deus,
esta criança sente-se tomada por um desejo de se realizar
plenamente, porque existe algo melhor ainda, do que tudo
aquilo que ela vê e conhece — que é Deus.

Inserção na comunidade eclesial – e a fé.

A comunidade eclesial [paróquia] é o ambiente


natural em que se vive a fé. A comunidade eclesial é o
sacramento do encontro com Deus. Diante de Deus somos
todos iguais, uma vez que o amor do Pai é o mesmo para
todos.
O Batismo SELA [marca] o cristão com um sinal
[sinal da cruz] espiritual indelével de sua pertença a Cristo.
Pecado algum apaga esta marca.
PRIMEIRO: O batismo faz do ser criatura
“uma geração eleita” ou “uma raça
escolhida”. A geração eleita ou a raça
escolhida no Novo testamento são os
“DISCÍPULOS CRISTÃOS”.

O Batismo imprime na alma um SINAL espiritual


indelével, o caráter, que consagra o batizado ao culto da

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religião cristã, (Cf.Cic nº1280): Por causa do carácter; o
Batismo não pode ser repetido”.
SEGUNDO: Através do batismo, começa a
fazer parte da “Nação Santa”: Eclésia
[comunidade igreja] Cristo “Corpo
místico de Cristo”; dos que crêem em
Cristo e o seguem.

Numa autêntica comunidade cristã — na vida


paroquial, todos têm o mesmo programa da vida e lutam pela
mesma causa: a vida, a verdade, a justiça, a paz, o bem, a
alegria, a esperança, a unidade em Cristo. A vida se toma mais
bela. Há mais alegria de viver, sem depressão nem angústia.
— No dia após dia, comunidade cristã é
todo — o lar, a família, a vizinhança; — a
escola, o trabalho, o esporte, o lazer, — a
religião.
—O Espírito Santo é a alma e a força
dessa comunidade, que é a comunidade
eclesial: “corpo místico de Cristo”.

Os primeiros cristãos compreenderam bem o


valor da vida em comunidade. Eles tinham tudo em comum,
especialmente a Palavra de Deus, a oração, a eucaristia, e a
instrução dada pelos apóstolos. Seguiam fielmente o
ensinamento de Cristo e viviam “como comunidade igreja” por
isso tinham a força da fé para enfrentar a perseguição e o
martírio (At 2,42).

Símbolos no batismo

A festa do Batismo e a celebração litúrgica do


mesmo marcam a iniciação cristã do ser humano - adulto ou

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criança - na vida em Cristo. — Como é uma festa de fé, está
cheia de símbolos que nos ajudam a compreender o sentido
profundo do sacramento.
— Símbolos são sinais que rapidamente
pontuam valores existentes.
— Nos sacramentos, os símbolos
pontuam de forma visível, realidades
invisíveis.
— A mistagogia acristã afirma: “do
Sacramento para o Mistério”. Vemos o
sacramento, mas, não vemos os efeitos
do sacramento, eles são milagre do amor
de Cristo Salvador da humanidade.
A fé é invisível, está na interioridade de cada ser
humano.
— é um dom de Deus.
— uma virtude teologal.

Deus está presente no mundo, sela sua


indestrutível presença na história que é ao mesmo tempo
história de Deus e da humanidade e que se revela, nos
acontecimentos de cada dia.
— Ele é um Deus pessoal capaz de amar
e ser amado, mas não podemos
encontrá-lo isolado, ou fora do mundo.
— Ele está presente nos acontecimentos
mais importantes da humanidade e na
trama dos fatos insignificantes de cada
dia;
— na conquista da lua e em cada flor do
campo.
Estes fatos da vida água, luz, unção, veste
branca e sal são símbolos usados no rito do Batismo.

Vamos descobrir o que simbolizam –

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São símbolos da presença de Deus:
— em nosso meio,
— na vida nossa de cada dia,
— e na vida espiritual de cada ser
humano batizado.

Água - simboliza a vida.

A virtude “salvadora” do batismo em função da


ressurreição de Jesus Cristo, inclui uma “boa consciência
cristã”, não mais turbada — e um compromisso pessoal com
Deus.
1 Pd 3, 21 — “Para vós o símbolo do
batismo que agora vos salva, o qual não
consiste em lavar a sujeira do corpo,
mas, em comprometer-se diante de Deus
com uma consciência limpa; pela
ressurreiçãode Jesus Cristo”.

Batizar com água é batizar para a vida. E no


batismo a água nos lembra a vida nova.
Os profetas eram aqueles que ajudavam o povo
a enxergar por dentro dos fatos. Para eles, a água é um
símbolo muito esclarecedor. Significa: renovação íntima (Jr
31,9):
Jr 31,9 – Se partiram chorando, os
conduzirei entre consolos, os guiarei a
torrentes por caminhos planos e sem
tropeços.
purificação (Ez 36,25):
Ez 36,25 – Eu vos aspirgirei com água
pura que vos puriticará: de todas as
vossas imundícies e idolatrias vos
puruficarei.

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Jo 9,7 — Jesus disse: Vai, lavar-te no
tanque de Siloé. Ele foi, lavou-se, e voltou
enxergando.
Transformação – é preciso unir-se ao “alento” também ao
espírito do vento e água, duplo sentido das vida nova(Ez 47):
Ez 47 – 1: Fez-me voltar para a entrada
do emplo. Do saguaão do templo manava
água para o nescente o templo olhava
para o nescente. ...
Mt 3,l3 — Por esse tempo, foi Jesus da
Galiléia foi ao Jordão e se apresentou a
João para que o batizasse.
no Êxodo (Is 43, 16-20):
Is 43, 16-20 – Que abriu caminho no mar
e senda nas águas impetuosas, que
levou à batalha carros e cavaleiros.
ICor 10,1-6 — O povo de Deus, escravo
no Egito, atravessou o mar.
gratuidade de Deus (Is 44, 3):
Is 44,3 – Vou derramar água sobre o solo
sedento e torrentes sobre terra seca; vou
derramar meu alento sobre tua estirpe e
minha benção sobre os teus rebentos.
Gn l,l-2 — No princípio, criou Deus o céu
e a terra. A terra era um caos informe
sobre a face do abismo, a treva. E o
Alento de Deus revoava sobre a face das
águas.
conversão (Is 44, 4-5):
Is 44, 4-5 – Crescerão como a relva junto
à fonte, como salgueiros junto às
correntes de água. Alguém dirá: sou do
Senhor; outro se chamará pelo nome de
Jacó; alguém tatuará no braço: “Do
Senhor”. E se chamará Israel.

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Jo 3,5 — Eu te asseguro que, se alguém
não nascer da água e do Espírito, não
poderá entrar no reino de Deus.

Na cerimônia da bênção da água batismal, há


esta belíssima oração:
“Bendito sejais, Deus Pai, que criastes a
água para purificar e comunicar a vida”.

A água é empregada no batismo por seu valor


purificador. Por intermédio dela o ser humano é libertado do
pecado original e de todos os pecados pessoais. João já
batizava para a remissão dos pecados. e são Paulo diz:
1Cor 6,11—.Mas fostes lavados,
consagrados e absolvidos pela invocação
do Senhor nosso Jesus e pelo espírito de
nosso Deus.
Jesus é a fonte de água viva na qual somos lavados e
justificados.

Luz – vela acesa —


genericamente, a vela simboliza a fé.

Na liturgia celebrativa do batismo, a vela também


simboliza Jesus ressuscitado que vence a escravidão da morte.
— O batismo é um sacramento pascal.
— O batismo é uma Luz que brilha no
mundo em nome de Cristo.

A luz ilumina e revela. O discípulo cristão ao


receber a vela acesa, compromete-se a testemunhar, a revelar
a vida nova, a vida cristã aos seus irmãos.
— Devemos manter sempre acesa a luz
da fé, com uma vida santa, com ativa

25
participação na comunidade eclesial,
humana, social e política com empenho
de transformação da sociedade.
— Andar na luz é o mesmo que amar os
irmãos (1Jo 2, 9-11).
— Viver na luz significa praticar os
ensinamentos de Jesus.
— Quem é batizado segue esta única e
verdadeira “luz”, Cristo.
— Ou melhor, deveria seguir.

Unção - óleo simboliza


a consagração do ser humano a Deus.

A palavra Cristo significa: “ungido”, “escolhido


por Deus”. A unção significa a eleição por parte de Deus.
— Quem é batizado é ungido. — logo,
quem é batizado é escolhido por Deus.

O óleo perfumado é o símbolo da alegria. A


unção com óleo expressava a alegria do povo de Israel, que se
reunia em Jerusalém para as grandes festas. No Batismo e na
Confirmação a unção simboliza “consagração”. Isto é: O ser
humano batizado, agora, pertence a Deus e à comunidade.
“Feito membro da Igreja, o batizado já
não se pertence a si próprio, mas Aquele
que morreu e ressuscitou por nós”.
e recebe de Cristo a alcunha de “discípulo cristão”
— “meus discipulos”.
Por isso, o óleo é o símbolo da força da missão nova, que o
batizado vai assumir.
— Assim como o óleo fortifica os
músculos do atleta, a unção dá força para
superar as perseguições causadas pela
pregação da verdade.

26
No Batismo, o ser humano é ungido duas vezes:
— A primeira unção é no peito. E significa que o cristão é
revestido de força para viver a fé e de coragem para enfrentar
as lutas e perseguições por causa da fé. — A segunda unção
é na fronte, lugar de destaque e de honra. É sinal de
consagração a Deus.
— Por isso o ser humano não deve
envergonhar-se de ser filho de Deus.
— E também, não pode envergonhar-se,
de ser discípulo de Cristo.
— Assim como o óleo penetra e dá sabor
aos alimentos. O novo discípulo de
Cristo, ungido pelo Espírito Santo, deve
levar o sabor do Evangelho para todos.

Veste branca - Símbolo da Pureza

A veste branca significa a graça que o batizado


acabou de receber (cf. Gl 3,27):.
Gl 3, 27 – “Todos vós que fostes
batizados em Cristo, vos revestistes de
Cristo”.
A veste faz parte do direito á existência. —
Mudar de veste pode significar a passagem do profano para o
sagrado.
No paraíso Adão e Eva foram encontrados nus, isto é: sem
harmonia. — Como pecadores, foram se esconder,
envergonhados entre as figueiras. A veste branca recorda
Cristo cheio de glória.
— A veste branca no batismo é símbolo da
fidelidade a Cristo. Estar com veste significa estar na amizade
de Deus. — Rasgá-la é o mesmo que abandonar, ser infiel a
Cristo. Rasgá-la é pecar. — Somente o arrependimento pode

27
coser o rasgão ou infidelidade. — Receber a veste branca no
batismo significa:
“revestir-se de Cristo” (Cf. Cl 3,10)

Sal – a vida é para ser vivida com gosto.

O povo da Bíblia não via o sal como simples


têmpero, como nós fazemos hoje. O sal é um símbolo muito
forte.
Jesus nos pede para sermos sal do
mundo. Ser sal significa dar sabor à
própria vida e a dos outros: purificar,
conservar e curar os corpos e os
corações feridos.
O sal significa preservação, algo que ajuda a
manter acesa a chama vital para as pessoas.
Elemento que purifica e dá sabor. (Jó 6,6)
O sal no batismo é opcional. Ele é ou era
aplicado na boca da criança para que ela se torne sabor de
vida no mundo:
Mateus 5,13-13 “vós sois o sal da terra;
mas se o sal se tornar insípido, com que
se há de restaurar-lhe o sabor?”
O sal tornou-se opcional, ou melhor,
recomendado não utilizar, por receio de contaminação da
criança, pelo sal adulterado.

O batizando recebe um nome cristão.


Sabemos que o nome é importante, porque cada
pessoa é única e especial diante de Deus.

Sinal da Cruz – sinal do amor de Deus

A Cruz antes de Cristo era o sinal mais vil entre


os judeus, utilizada para castigar um homem criminoso. Jesus

28
passou pela Cruz e ressuscitando venceu a morte. Trouxe-nos
a “vida nova”.
Com este sinal, fomos selados e
expressamos a nossa fé em Jesus Cristo,
que da morte fez brotar a vida. Jesus ao
assumir a cruz, na dor e na paixão, nos
revela, o quanto Deus nos ama. Portanto
a cruz é o sinal da fé, da esperança e do
amor.

A celebração litúrgica do sacramento do batismo.

No templo matriz ou nas capelas filiadas à


matriz, pais e padrinhos apresentam à comunidade eclesial
reunida seu filho(a) ou afilhado(a).
Pelo batismo, o novo discípulo de Cristo [neófito]
é recebido com alegria, e assume os direitos e os deveres da
graça batismal.
O Batismo no plano de Deus é um sinal, o ritual
iniciático a “primeira iniciação cristã” registra a nossa entrada
para a família de Deus - a igreja de Jesus Cristo.
Cristo edifica seu corpo místico (a sua
eclesia) através do batismo.

Capítulo 2
Teologia do Batismo = Formação na fé

Jesus Cristo é o caminho proposto à pessoa, à


comunidade e à sociedade, para que estejam na verdade e,
por meio dele, tenham a vida em abundância.

29
A partir do batismo somos convidados, a viver o
amor a Deus e ao próximo, sem limitação alguma, cada qual,
em seu próprio estado de vida, uns de uma forma, outros de
outra: (cf. 1Cor 7,7):
1Cor 7,7 – Eu gostaria que todos fossem
como eu. Mas cada um recebe de Deus o
seu dom particular. Um tem este dom, e
outro tem aquele.
— “Batismo fonte de todas as vocações”.
Todo batizado é chamado por Deus, de maneira
única e especial, à santidade, à perfeição da caridade.
— é a comunhão dos Santos.

A “comunhão dos Santos” inclui duas


possibilidades: ambas igualmente importantes: e deve ser
vivenciada dentro dessas possibilidades:
— Vida de santidade = vocação á
“santidade”.
— Vida de comunhão = vocação para a
“comunhão”.
Eu diria são o impulso básico para cada vocação na
individualidade de cada ser.
— Por isso o ser procura, anseia, sofre,
fica angustiado, até que se sintonize com
este chamado, que se encontra
ancorado, na própria interioridade. – é o
ser humano na busca da própria
identidade.
— O ser humano está cansado de
respostas. Ele quer a resposta.
— O batismo é a resposta. O ser humano
é filho de Deus — filhos no Filho.
— O ser humano sente a necessidade de
Deus.

30
Os sacramentos na vida do cristão.

Todo sacramento é um sinal sagrado. São os


sinais que expressam a realidade invisível da salvação em
Jesus Cristo.
— Falamos de “sinal sensível” (visível),
porque em todo sacramento existe uma
realidade material que vemos, e uma
realidade espiritual, que não vemos.
— São sempre, canais eficazes da graça
de Deus.
— São momentos fortes de encontro da
pessoa com Deus.
— São sinais da presença e do amor de
Cristo para cada ser humano.

O papel de nossa inteligência não consiste em


compreender a natureza íntima dos mistérios, mas entender
que não há neles contradição e que podemos aceitá-los, sem
medo de sermos felizes.
— Trata-se de uma verdade apresentada
por Deus, que não se engana, nem nos
engana.

A natureza está cheia de mistérios. Aceitamos


muita coisa que não entendemos: a energia elétrica, o
nascimento e o crescimento de uma semente.
— A natureza da vida.

A presença de Deus através dos sacramentos

Os sacramentos são sinais de amor de Deus


para com a humanidade. Exemplificando:
Você ama uma pessoa e quer demonstrar
esse amor, dando-lhe um presente. O

31
presente não é o amor que você tem por
essa pessoa, é simplesmente uma prova,
um sinal e a pessoa que o recebe sabe
que, escondido, está todo o amor que
você tem por ela.

— Por que você dá de vez em quando


um presente para alguém?
— Quais são os momentos fortes da vida
de uma pessoa?
— Vamos comparar os momentos fortes
que você apresentou, com os momentos
fortes apresentados por Jesus, nos
sacramentos.

Os Sacramentos da nova lei foram instituídos


por Jesus Cristo. Os sete sacramentos atingem todas as
etapas e todos os momentos importantes da vida de cada
discípulo cristão(a) e dão origem à vida de fé.
— Iniciação cristã – Origem e crescimento
— Batismo
— Eucaristia
— Confirmação (Unção do Crisma)
— Cura – Saúde e vida plena
— Confissão, justificação
— Unção dos enfermos
— Serviço – Sinais de colaboração mútua no
serviço e na construção do reino.
— Ordem ministerial,
— Matrimônio e familia

Os sacramentos acompanham a vida do ser


humano em dois aspectos distintos e igualmente importantes:
— Primeiro: Os sacramentos para “a vida” e
vida em abundância.

32
Origem, Crescimento, Saúde e Vida
Plena.
— Segundo: Os sacramentos para “o servir” e
servir na construção do Reino de Deus.
“Ordem Ministeial” e “Matrimônio e
família” [matrimônio: participação do
homem e da mulher no plano de Deus].

Existe um “paralelo espiritual” (dos


sacramentos) com as etapas da vida natural. Os sacramentos
conferam à vida humana a sacralidade da vida.
 O Batismo da “todo um” sentido à nossa
vida, “da uma nova direção”.
 Agora depende do discípulo: Seguir o
caminho, aceitar a verdade, viver a vida:
Jesus.

Aprofundando mais:

Os Sacramentos para “a vida” e vida em


abundância – são sinais da adesão a Cristo e á sua proposta.

Batismo:
— Oficializa a entrada do filho de Deus na vida
da Igreja. = certifica;
— Como um novo nascimento dá origem à vida
de fé;
— Unge e Consagra. - Ministério não ordenado;
— Torna “todos” discípulos de Cristo.
A confirmação ou “ocrisma”:
O Batismo nos certifica como filhos de Deus, na
Igreja de Cristo;
— A Confirmação nos faz defensores do Reino
de Deus;

33
— A Confirmação confirma o discípulo/ aluno/
soldado de Cristo;
— O Bispo diz ao crismando:
— Soldado, toma lá...(o tapinha) vai pela vida
armado com as forças do Espírito Santo,
defender a tua fé que recebestes no Batismo.
Eucaristia:
— É “sacrifício”, porque atualiza o único
sacrifício de Cristo-Salvador e inclui a oferenda
da comunidade Igreja.
— Realiza e supera todos os sacrifícios da
Antiga Aliança.
— Comunhão/alimento, porque é por este
sacramento que nos unimos a Cristo.
Confissão:
— É perdão, é conversão, é misericórdia e
reconciliação.
— Confere a paz e a serenidade da consciência
e a consolação espiritual.
Unção dos enfermos:
— É reconforto, companhia de jornada, portal
para a vida eterna.
— Cura e dá alívio as dores da alma refletindo
na saúde física.
— O enfermo que recebe este sacramento
associa-se livremente à Paixão e Morte de Jesus
Cristo.

Os sacramentos para “o servir” na construção


do Reino se manifestam através da missaõ, do testemunho e
do serviço.

Ordem Sagrada [diaconal, presbiteral, episcopal:


— Unge, consagra e ordena – Ministério
ordenado

34
— Ministérios ordenados = Todo discípulo
cristão chamado por Deus por força de sua
consagração batismal e somando-se a esta
recebem a consagração presbiteral em resposta
a um chamado único e especial de dedicação
exclusiva ao serviço de construção do “reino de
Deus”.
— Irão compor a hierarquia da Igreja de Cristo,
da qual somente Cristo é a cabeça.
“Ide por todo mundo”
— Dedicação exclusiva.
— Constituem os ministros visíveis do
“sacerdótio único de Cristo”.

Matrimônio e família:
— Participação do homem e da mulher no plano
de Deus.

Os sacramentos são presentes sagrados de


Jesus para seus discípulos. São pérolas preciosas. E Jesus
nos diz: (cf. Mt 7,6)
Mt 7,6 - Não dêem aos cães o que é
santo, nem atirem pérolas aos porcos
eles poderiam pisá-las com os pés e,
virando-se, despedaçar vocês.

— Como estas pérolas que são os sacramentos


são recebidos em nossa comunidade?
— Vale a pena ganhar tempo para buscar estas
pérolas?

Os sacramentos são sinais tão autênticos, tão


reais da realidade que comunicam, que:
— transformam a vida da pessoa que os
recebe.

35
— comunicam a salvação,
— nos conscientizam do amor de Deus e
— nos ajudam a responder
amorosamente.

O seguimento de Jesus

Mc 8, 34-38 – “Então Jesus chamou a


multidão e os discípulos e disse: “Se
alguém quer me seguir, renuncie a si
mesmo, tome a sua cruz e me siqa. Pois,
quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-
la: mas, quem perde a sua vida por causa
de mim e da Boa Notícia, vai salvá-la.
Com efeito, que adianta ao homem
ganhar o mundo inteiro se perder a
própria vida? Que é que um homem
poderia dar em troca da própria vida? “Se
alguém se envergonhar de mim e das
minhas palavras diante dessa geração
adúltera e pecadora, também o Filho do
Homem se envergonhará dele, quando
vier na glória do seu Pai com seus santos
anjos”.

Quais as condições que Jesus nos


aponta para seguí-lo como pessoa
batizada?
“Irmãos, e nós o que devemos fazer?” (At 2,37).

A resposta:
At 2,38-39 – “Convertei-vos, e cada um
de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para o perdão dos vossos
pecados. E recebereis o dom do Espírito

36
Santo. Pois a promessa é para vós e
vossos filhos, e para todos aqueles que
estão longe, todos aqueles que o Senhor,
nosso Deus, chamar”.
A Santidade é a grande meta, sinônimo da plena
realização humana.

No “Corpo místico de Cristo”, como “comunidade


eclesial” dos discípulos cristãos paroquianos Jesus deve ser o
espaço que favoreçe o crescimento na santidade, estimulando
um processo de permanente conversão.
Assim, cada pessoa se sentirá estimulada
a viver, cada vez mais, a sua natureza
originária de ser imagem e semelhança
de Deus.

37
Capítulo 3
A vivência da Consagração Batismal

O que diz a Bíblia? — A Bíblia diz respeito:


— a cada época,
— cada comunidade
— cada indivíduo homem e mulher na
sua globalidade: corpo alma e espírito.
Ninguém se arvore da liberdade de dizer: “isso
não me compete, é um relato histórico daquela época”.

“Acontecerá em breve”
E expressão bíblica, que com segurança e
confiança podemos entender como a constante e sempre atual
presença, força e poder de Deus, — manifestados pela luz do
Espírito Santo, a cada indivíduo: homem ou mulher: — na
realidade atual e vivencial: — a nível pessoal, comunitário e
histórico, — em completa harmonia e sintonia com o todo, o
“corpo místico de Cristo”. São os acontecimentos do dia após
dia, vivenciados e experienciados sob a égide da vontade de
Deus.

Faça-se - Cumpra-se - Fiat


É com esse assentimento que o ser criatura
[homem ou mulher] batizado, agora discípulo cristão, deve ler,
estudar aprender e apreender o conteúdo bíblico:
A Palavra de Deus.

A consagração batismal no “Novo Testamento”

38
O Evangelho não é uma mensagem exclusiva
para os judeus, para uma raça, para um povo, uma nação ou
uma classe de pessoas: doutores ou leigos. É para todos.
O batismo de Cristo une o ser humano batizado
a Deus. Essa universalidade é acentuada especialmente pelo
texto de são Marcos 16,15:
“Ide por todo mundo e pregai o
Evangelho a toda criatura. Aquele que
crer e for batizado será salvo”.

O batismo cristão é fonte de espiritualidade. Uma


fonte inesgotável de dons, graças e luz. O mais perfeito
programa de vivência cristã.
A espiritualidade é um dom de Deus. E é
diferente de religiosidade. A religião é onde desenvolvemos a
espiritualidade.
Na palavra de Deus temos a fundamentação da
teologia do batismo, e conhecemos as realidades que o
batismo confere ao cristão no rito sacramental, e que na
seqüência, ficam presentes no dia-a-dia, e em cada vivência
dos filhos de Deus.

A teologia da consagração batismal,

No Novo Testamento a teologia do batismo pode


ser resumida assim:
1 - Fé e batismo; uma conexão profunda: [raça
escolhida,ou geração eleita (profetas)]
2 - Identificação do ser humano, com Cristo e
sua missão [sacerdócio real];
3 - Batismo e comunidade [Servos de Deus,
Povo adquirido];
4 - Um crescimento dinâmico - sob a ação do
Espírito Santo [Nação santa, eclesialidade,corpo
místico de Cristo].

39
1 - Fé e Batismo - Uma conexão profunda

Antes de subir aos céus, Jesus deu uma ordem


aos Apóstolos (Mc 16, 15-16):
“Ide por todo mundo e pregai o
Evangelho a toda criatura. Quem crer e
for batizado será salvo; quem não crer
será condenado”.
Jesus foi bem claro. Estava falando a respeito de
nossa salvação, e disse quais as duas coisas sem as quais
ninguém se salva:
 O batismo e a fé.
Trata-se de um assunto muito sério. Sério demais. Ninguém é
obrigado a batizar. Nem é obrigado a crer.
 Mas se quiser ter parte no reino de Deus,
então a condição é esta: batizar-se e crer.
Tratando-se de adultos a ordem é inversa: primeiro crer, e só
depois batizar.
São Paulo, em muitas passagens de suas
epístolas, expressa a profunda conexão existente, entre fé e
batismo:

A remissão dos pecados, atribuída à fé e ao batismo:

Rm 3,25 – Deus o destinou a ser vítima


que, mediante seu próprio sangue, nos
consegue o perdão, contanto que nós
acreditemos. Assim Deus manifestou sua
justiça, pois antes deixava pecar sem
intervir.
Rm 6,3-6-7 – Ou vocês não sabem que
todos nós, que fomos batizados em Jesus
Cristo, fomos batizados na sua morte?
Sabemos que o nosso homem velho foi

40
crucificado com Cristo, para que o corpo
de pecado fosse destruído e assim não
sejamos mais escravos do pecado... De
fato, quem está morto, está livre do
pecado.
Cl 2,12-13 – que consiste em ser
sepultado com Ele no baismo e em
ressucitar com ele pela fé no poder de
Deus, que o ressuscitou da morte.

A iluminação interior gerada pela fé e pelo


batismo. O banho batismal é chamado iluminação, porque
aqueles que recebem este ensinamento têm o espírito
iluminado.
Ef 1, 17-19 – Que o Deus de nosso
Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem
pertence a glória, lhes dê um espírito de
sabedoria que lhes revele Deus, e faça
que vocês o conheçam profundamente.
Que lhes ilumine os olhos da mente, para
que compreendam a esperança para a
qual ele os chamou: para que entendam
como é rica e gloriosa a herança
destinada ao seu povo: e compreendam o
grandioso poder com que ele age em
favor de nós que acreditamos. conforme
a sua força poderosa e eficaz”
Ef 5,8-13 – Pois, se no passado fostes
trevas, agora pelo Senhor sois Luz:
comportai-vos como filhos da luz

A vida imortal com Cristo. O cristão, ao se unir


a Cristo pelo batismo já participa realmente de sua vida celeste.
Cl, 3-4 – Vocês estão mortos, e a vida de
vocês está escondida com Cristo em

41
Deus. Quando Cristo se manifestar, ele
que é a nossa vida, então vocês também
se manifestarão com Ele na glória.

A fé é necessária não somente para entrar na


vida eterna. Jesus ensinou que é necessária também para se
alcançar uma graça. Sempre que pediam algum milagre Ele
levava em conta, acima de tudo, a fé que a pessoa tinha.
— Por isso não fez os milagres que o
demônio lhe pediu no deserto, nem
aqueles sinais que lhe pediram os
escribas e fariseus.
— Atendeu o cego, o surdo mudo, o
paralítico, o leproso, a cananéia, até
ressuscitou Lázaro, porque nessas
pessoas havia fé.

São João, o autor do quarto evangelho também


insiste na profunda união que há entre fé e batismo, como duas
exigências para se ter acesso à salvação. (Jo 3,5) “Quem não
renascer da água e do espírito” tem o seguinte sentido:
— para entrar no reino do céu é preciso
um novo nascimento, que é produzido em
nós pelo batismo de água,
— e pelo Espírito Santo que nos dá a fé.
Ainda em João - (Jo 12,46). Falou também Jesus:
“Eu vim como luz do mundo,a fim de que
todo aquele que crê em mim não pereça
nas trevas»
Na linguagem bíblica, luz quer dizer a graça de Deus e a
salvação, enquanto trevas significa o pecado e a condenação.

Fides [Fé]
Em Cristo o cristão inicia e consuma a fé.

42
“Roguei por ti para que tua fé não
esmoreça. E tu quando voltares, confirme
teus irmãos”.

Para uma alma de fé, a vida eterna está acima


do temporal. [O oposto não é tento uma negação como uma
vida — “como se” Deus e a vida eterna não existissem]. Para
uma alma cristã de fé, o invisível é mais real do que o visível.
Pelo sangue de Jesus [Paixão de Cristo =
“Paixão pela vida” “Holocausto da cruz”; “Cordeiro sem
mácula”; “Filho imolado”] todos os batizados têem livre acesso
ao santuário — “Nação santa”, pelo caminho novo e vivo que
Cristo inaugurou para nó através do “seu Corpo” [cortina]. A
cortina separa o santo do santíssimo. Nossos olhos enxergam
o corpo de Jesus, mas não veem a divindade do Homem-Deus.
A divindade só é vista com os olhos da fé.
Portanto “aproximemo-nos de coração
sincero e cheios de fé, purificados por
dentro da má concuspiscencia e lavados
por fora com água pura. Mantenhamos
sem desvios a nossa profissão de fé, a
confissão de nossa esperança, pois quele
que prometeu é fiel” (Cf. Hb 10 22-23) f

O que é ter fé?

Ter fé é “aceitar” e “vivenciar” tudo o que Cristo


ensinou e continua ensinando no Evangelho:
Lc 17, 5-6 – Disseram então os apóstolos
ao Senhor: Aumenta-nos a fé.
Respondeu o Senhor: Se tivésseis fé
como um grão de mostarda, direis a esta
amoreira: Desarraiga-te, e planta-te no
mar, e ela vos obedeceria.

43
Mt 21, 21-22 – se tiverdes fé e não
duvidardes, não só fareis o que foi feito à
figueira, mas até, se a este monte
disserdes: Ergue-te e lança-te no mar,
isso será feito; e tudo o que pedirdes na
oração, crendo, recebereis.
Tg 2, 15-16 – Se um irmão ou uma irmã
estiverem nus e tiverem falta de
mantimento cotidiano, e algum de vós
lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e
fartai-vos; e não lhes derdes as coisas
necessárias para o corpo, que proveito há
nisso?

Aceitar é ter Cristo como Deus e Salvador do


mundo.
— Aceitar é: em Lucas:“Se tiverdes fé”
— Aceitar é: em Mateus: “se tiverdes fé e
não duvidardes”
— Aceitar é: em Tiago: “Ide em paz,
aquentai-vos e fartai-vos”.

Vivenciar é praticar, é permanecer com Cristo, e


como ele, até as últimas conseqüências.
— Praticar é: em Lucas: “direis a esta
amoreira”
— Praticar é: em Mateus: “se a este
monte disserdes”
— Praticar é; em Tiago: “não lhe derdes
as coisas necessárias para o corpo, que
proveito há nisso?
A fé não transplanta a amoreira. - A fé não lança
o monte ao mar.

44
“Porque: assim como o corpo sem o
espírito está morto, assim também a fé
sem obras é morta.” (Tg 2,26.)
O ser humano cristão precisa vivenciar a fé, isto
é praticar/dizer o que quer conseguir com sua Fé. Deve
conversar com Deus, sobre o que deseja alcançar com seu
grão de mostarda.

2 - A identificação do ser humano


com Cristo e sua missão

Ser cristão é isso: identificar-se com Cristo e


com sua missão. Trata-se de deixar o pecado e viver para
Deus. Mas ninguém é obrigado a ser cristão. Pode-se muito
bem dizer: Esse Cristo exigente, assim não me interessa.
Nesse caso você não deve se batizar.
— O Batismo é para quem resolve
abraçar o Cristo até as últimas
conseqüências.
— Até o martírio se for preciso.

A missão salvadora de Cristo confere a volta da


humanidade a Deus, de quem, o pecado havia separado.
— Para Cristo custou caro essa compra.
Custou o seu próprio sangue.
— Para todo cristão, também deve custar
alguma coisa: a renúncia ao pecado e a
todo egoísmo.

A identificação com Cristo consiste em


reproduzir em nós: a sua imagem, as suas atitudes interiores,
seus pensamentos e sentimentos mais íntimos.
— Note bem, as virtudes fundamentais do
cristão são: o amor, a fidelidade, a

45
generosidade. As três, em suas duas
dimensões:
— Na dimensão horizontal com os
irmãos, na dimensão vertical para com
Deus.

O Batismo transforma o cristão em um homem


novo. (Cl 3,10).
Cl 3,10 – E vos revestistes da vida nova,
que pelo conhecimento vai se renovando
à imagem do seu Criador.
— Cristo é a imagem do Pai,
— e o cristão, reproduzindo em si a
imagem de Cristo. se tornará conforme a
imagem do Pai (Rm 6.1-14):
— Resumindo: “Morto para o pecado vivo
com Cristo”.

O sentido da vida nova no batismo

Paulo apresenta dois personagens das quais


dependem dois modos de vida contrastantes entre si: Adão e
Cristo.
— O primeiro desobediente introduziu no
mundo o pecado. Solidário com ele todos
pecaram e todos estão sob o regime da
morte.
— O segundo, obediente, trouxe à
humanidade a graça e o dom, de onde
nasce a vida para todos.
O interesse de Paulo não é tanto mostrar o
contraste entre Adão e Cristo, mais reforçar o fato de que, pelo
batismo, estamos vivendo tempos novos, pois em Cristo a
humanidade renasceu para a vida plena.

46
Rm 5,12-19 – Assim como o pecado
entrou no mundo através de um só
homem e com o pecado veio a morte,
assim também a morte atingiu todos os
homens, porque todos pecaram. De fato,
já antes da Lei existia pecado no mundo,
embora o pecado não possa ser levado
em conta quando não existe Lei. Ora, a
morte reinou de Adão até Moisés, mesmo
sobre aqueles que não haviam pecado,
cometendo uma transgressão igual à de
Adão, o qual é figura daquele que devia
vir. 0 dom da graça, porém, não é como a
falta. Se todos morreram devido à falta de
um só, muito mais abundantemente se
derramou sobre todos a graça de Deus e
o dom gratuito de um sóhomem, Jesus
Cristo. Também não acontece com o dom
da graça, como aconteceu com o pecado
de um só que pecou a partir do pecado
de um só, o julgamento levou à
condenação, ao passo que a partir de
numerosas faltas, o dom da graça levou à
justificação. Porque se através de um só
homem reinou a morte por causa da falta
de um só, com muito mais razão reinarão
na vida aqueles que recebem a
abundância da graça e do dom da justiça,
por meio de um só: Jesus Cristo.
Portanto, assim como pela falta de um só
resultou a condenação para todos os
homens, do mesmo modo foi pelo justiça
de um só que resultou para todos os
homens a justificação que dá a vida.
Assim como, pela desobediência de um

47
só homem, todos se tornaram pecadores,
do mesmo modo, pela obediência de um
só, todos se tornarão justos

Cada um de nós (batizados) traz Adão na sua


carne. Ele é nosso pai, irmão e filho ao mesmo tempo, pois nós
também nos deixamos submeter pela auto-suficiência e
ganância.
— Contudo, o batismo, que é a
participação na morte e ressurreição de
Jesus, fez de nós povo novo = discípulos
cristãos. O batismo é o nascimento para
uma vida nova.
— Isso não é mérito nosso, e sim fruto da
solidariedade de Jesus que, com sua
morte, nos justificou, fazendo-nos passar
da morte à vida.

A solidariedade de Jesus para conosco, e a


nossa para com ele, abriu caminho para a fraternidade
universal. Fraternidade sem justiça é mentira. E paz sem justiça
é impossível.
O Batismo nos dá vida nova em Cristo. É a vida
nova dos que nasceram do espírito.
Jo 14, 26 – Mas o Espírito Santo, que o
Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará
a vocês todas as coisas e fará vocês
lembrarem tudo o que eu lhes disse.
Abandonando toda malícia para viver a caridade.
O texto Bíblico, que segue, é um programa para
a vida inteira, peço a vocês que leiam em casa e possam
refletir em família.
Pd 1, 13-22 – Libertos para a vida nova:
Por isso, estejam de espírito pronto para
agir, sejam sóbrios e ponham toda a

48
esperança na graça que será trazida a
vocês quando Jesus Cristo se manifestar.
Como filhos obedientes, não devem mais
viver como antes, quando ainda eram
ignorantes e se deixavam guiar pelas
paixões. Pelo contrário, assim como é
santo o Deus que os chamou, também
vocês tornem-se santos em todo o
comportamento, porque a Escritura diz;
‘sejam santos, porque eu sou santo.
“Vocês chamam Pai àquele que não faz
distinção entre as pessoas, mas que julga
cada um segundo as próprias obras.
Portanto, comportem-se com temor
durante esse tempo em que se acham
fora da pátria. Pois vocês sabem que não
foi com coisas pere- cíveis, isto é; com
prata nem ouro, que vocês foram
resgatados da vida inútil que herdaram
dos seus antepassados. Vocês foram
resgata- dos pelo precioso sangue de
Cristo, como o de um cordeiro sem
defeito e sem mancha. Ele era conhecido
antes da fundação do mundo, mas foi
manifestado no fim dos tempos por causa
de vocês. Por meio dele é que vocês
acreditam em Deus, que o ressuscitou
dos mortos e lhe deu a glória, de modo
que a fé e a esperança de vocês estão
em Deus.
Pela obediência à verdade vocês se
purificaram, a fim de praticar um amor
fraterno sem hipocrisia. Com ardor e de
coração sincero amem-se uns aos
outros”.

49
A vida nova dos que se identificaram com Cristo
na Ressurreição tem características concretas, que manifestam
o verdadeiro cristão:
— é filho de Deus,
— espírito de simplicidade,
— alegria cristã.
O Espírito Santo é a água viva que Jesus
prometeu à samaritana, é a fonte de vida. Assim o Espírito
Santo vai preenchendo o coração e a alma do ser humano com
seus dons:
Gl 5, 22-23 – Mas o fruto do Espírito é
amor, alegria, paz paciência, bondade,
benevolência, fé, mansidão e domínio de
si.
E leva o todo batizado a viver com maior
intensidade o espírito das Bem-aventuranças. Mt 5, 3-11 –
Relata o sermão da Montanha que revela ao povo de Deus,
naquele momento, oito bem-aventuranças

3 — Batismo e Comunidade

O Novo Testamento fala da inserção do batizado


na comunidade eclesial. Deus, por meio do batismo reúne o
povo como irmãos em Cristo e promove a convocação de
outros para que entrem para o novo Israel, herdeiro das
promessas divinas.
At 2,4-47 – Primeiro retrato da
comunidade - Os que acolheram
apalavra de Pedro receberam o batismo.
E nesse dia uniram-se a eles mais de três
mil pessoas. Eram perseverantes em
ouvir o ensinamento dos apóstolos, na
comunhão fraterna, no partir do pão e nas
orações. Em todos eles havia temor, por

50
causa dos numerosos prodígios e sinais
que os apóstolos realizavam. Todos os
que abraçaram a fé eram unidos e
colocavam em comum todas as coisas:
vendiam suas propriedades e seus bens
e repartiam o dinheiro entre todos,
conforme a neces- sidade de cada um.
Diariamente, todos juntos freqüentavam o
Templo e nas casas partiam o pão,
tomando alimento com alegria e
simplicidade de coração. Louvavam a
Deus e eram estimados por todo o povo.
E a cada dia o Senhor acrescenta á
comunidade outras pessoas que iam
aceitando a salvação.
At 5,14 – Terceiro retrato da comunidade
- Uma multidão cada vez maior de
homens e mulheres aderia ao Senhor,
pala fé.
At 11,4 – Barnabé era homem bom, cheio
do Espírito Santo e de fé. E uma
considerável multidão se uniu ao Senhor.

A palavra é clara e vincula a aceitação da


mensagem evangélica, com a inserção do batizando na
comunidade/igreja que é constituída por discípulos de Cristo –
ou “discípulos cristãos”.
Mt 28, 8-20 – Jesus se aproximou e lhes
falou: Concederam-me plena autoridade
no céu e sobre a terra. Portanto ide, fazer
discípulos entre todas os povos, batizai-
os consagrando-os ao Pai, ao Filho, e ao
Espírito Santo; ensinai-lhes a cumprir
tudo o que vos mandei. Eu estarei
vonvosco sempre, até o fim do mundo.

51
O que é ser discípulo?

Ser discípulo é seguir os ensinamentos de um


mestre. Seguimos os ensinamentos do mestre Jesus. Então,
também somos discípulos de Jesus Cristo, consagrados à
Trindade. Não por merecimento próprio, e sim, porque Cristo
assim ordenou e ensinou:
Ide, fazei discípulos entre todas os povos,
batizai-os consagrando-os ao Pai, ao
Filho, e ao Espírito Santo”. (Mt 28, 19).

O nome de cristão

Atos 11.26 - fundamenta a origem do nome


cristão, ensina e orienta qual o tratamento, a etiqueta, o
adjetivo que cabe na medida certa aos filhos de Deus, porque
reflete uma realidade verdade vivenciada, atendendo o desejo
de Cristo: Tornai todos os povos meus discípulos
At 19 21-26 – O nome de Cristãos – A
mão do Senhor estava com eles, e foi
grande o número dos quê creram e se
converteram ao Senhor. Estes fatos
chegaram aos ouvidos da Igreja que
havia em Jerusalém, é mandaram
Barnabé até Antioquia. Quando ele
chegou lá e viu a graça do Senhor,
exultou e pôs-se a exortar a todos a
perseverarem no Senhor com o coração
resoluto, pois era um homem bom, cheio
do Espírito Santo e de fé. E uma grande
multidão aderiu ao Senhor. Depois
Barnabé foi a Tarso para procurar Paulo
e, tendo-o encontrado, trouxe-o para
Antioquia. 26 Durante um ano inteiro

52
mantiveram-se juntos naquela Igreja e
instruíram uma grande multidão; e foi em
Antioquia que foi dado pela primeira vez
aos discípulos o nome de cristãos.

Os primeiros discípulos e apóstolos levaram a


sério a ordem recebida de Cristo. Era o início do cristianismo,
quando Barnabé e Paulo lá na comunidade de Antioquia
usaram pela primeira vez o forte nome de "Cristãos" para os já
tornados discípulos de Cristo pela consagração Batismal.
— a comunidade de Antioquia é
referência para a igreja

Qual a responsabilidade de um discípulo cristão?

Este nome tem força, tem poder, confere direitos


e igualmente outorga responsabilidades para quem o carrega
cunhado na alma como selo de sua consagração batismal.
Todo ser humano já batizado, agora não
mais um gentio ou ignorante, ou um ser
que está por fora, mas aquele crente que
aceitou ser filho de Deus, irmão de Jesus
Cristo é legítimo "discípulo cristão" e deve
sentir-se seguro e confiante para
desfrutar com alegria a classificação que
o próprio Cristo assegurou à todos os
povos batizados.

Necessária se faz a formação dos novos


paroquianos, como discípulos de Cristo, — que nascem a partir
da consagração batismal, a primeira iniciação do cristão:
— porque é através da consciência da
realidade batismal,
— que o ser humano desfrutará, com
toda intensidade, dos dons.

53
— e vivenciará os deveres que lhe
confere a graça do mesmo.

Em São Paulo. A filiação divina restabelecida no


batismo (Gl 4,1-7) expande-se na comunidade eclesial. E
agora, ele emprega duas outras imagens para exprimir nossa
inserção na Igreja, através do Batismo:
Gl 4, 3-5 – Da mesma forma nós,
enquanto éramos menores de idade,
erámos escravos dos elementos
cósmicos. Mas quando se cumpriu o
prazo, Deus enviou seu filho, nascido de
mulher e nós recebecemos a condição de
filhos.

Primeira: A do Corpo Místico:

1Cor 12, 12-13 – De fato, o corpo é um


só, mas tem muitos membros: e no
entanto, apesar de serem muitos, todos
os membros do corpo formam um só
corpo. Assim acontece também com
Cristo. Pois todos fomos batizados num
só Espírito para sermos um só corpo,
quer sejamos judeus ou gregos. quer
escravos ou livres. E todos bebemos de
um só Espírito.

O batismo nos une a Cristo, e ao mesmo tempo


nos incorpora à Igreja como Corpo Místico de Cristo. Para são
Paulo, as dimensões vertical e horizontal ocorrem juntas, pois a
ação salvífica do Pai realiza-se na Igreja, através da ação do
sacramento do batismo.

54
Segunda: A do amor doação de Cristo.

Ef 5, 25-26 – Vós, maridos, amai a


vossas mulheres, como também Cristo
amou a igreja, e a si mesmo se entregou
por ela, a fim de a santificar, tendo-a
purificado com a lavagem da água. pela
palavra.

A comunidade eclesial é a “Nação santa”” o


“povo adquirido”, a “geração eleita” um “sacerdócio real”
herdeiro das promessas de salvação. A Igreja de Cristo é o seu
“corpo místico” — é a “família de Deus”.
— E Cristo nela reúne seus irmãos,
conduzindo-os assim ao Pai na unidade
do Espírito Santo.
— Cristo edifica a Igreja através do
batismo. Pelo Batismo cada ser humano
deixa de estar sozinho para ingressar na
família de Deus.

4 - Sob a ação do Espírito Santo, um


crescimento dinâmico

A família natural tem uma finalidade, que é


ajudar o ser humano: mulher ou homem, a crescer, a se
realizar na vida, assim também a comunidade eclesial ou
família de Deus, tem uma finalidade: ajudar o ser humano, a
crescer espiritualmente e ser feliz. Através do batismo o ser
humano se une à comunidade eclesial. Desde o primeiro
instante, a vida nova gerada no Batismo, possui um
desenvolvimento dinâmico: Viver é crescer, deixar de crescer é
morrer. A vida espiritual é uma passagem contínua:
— da lei para a graça,
— do pecado para Cristo,

55
— uma vinda constante do Senhor.

Os textos Bíblicos, com uma dinâmica simbólica,


expressam como se dá o crescimento na fé:
— É um germe que jamais deixará de se
desenvolver; (Germinação, semente) Cristo rebento – onde ele
está germinará;
Zc 6,12 – Ai está o homem chamado
Germe, que construirá o templo, sua
decendência germinará.

— É o fermento, que deverá ir transformado a


massa até que “tudo fique fermentado”:
Mt 13,3 – O reinado de Deus se parece
com o fermento: Uma mulher o toma,
mistura com três medidas de massa, até
que tudo fique fermentado.

— É o grão de mostarda, que cresce até se


transformar numa árvore.
Mt 13, 31 – O reinado de Deus se parece
com um grão de mostarda, que um
homem toma e semeia em seu campo. É
a menor de todas as sementes; contudo,
quando cresce, é mais alta que outras
hortaliças, torna-se uma árvore, vêm os
pássaros e se aninham em seus galhos.

— é a nova criatura que deverá progredir


continuamente até atingir o “estado de perfeição, a maturidade
da plenitude de Cristo:
2Cor 5, 17 – Se alguém é cristão, criatura
novaé. O que era antigo passou, chegou
o novo.

56
Ef 4, 13 – Até que todos alcancem a
unidade da fé e do conhecimento do Filho
de Deus, e sejamos homens perfeitos e
alcancemos a idade de uma matirudade
cristã.

— é a corrida daquele que não pára, a não ser


quando chega à meta.
Fl 3, 14 – E corro para a meta, para o
prêmio ao qual Deus me chamou do alto
por meio de Jesus Cristo.

— é ser marcado com ferro incandescente,


como pertença a Cristo
Gl 6, 17 - Daqui para frente que ninguém
acrescente fadiga, pois trago em meu
corpo as marcas de Jesus.

— a passagem do mar Vermelho, no qual fica


sepultada nossa condição de medo e de escravidão, para
passar a condição de filhos, com a exigência de amor fraterno
1Cor 10, 1-6 – Mas a maioria não
agradou a Deus e acabaram estendidos
no deserto.

— é a peregrinação através do deserto até


chegar à terra prometida.
1Cor 10, 13 – Nenhuma prova sobre-
humana vos atingiu. Deus é fiel e não
permitirá que sejais provados acima de
vossas forças.

O batismo é uma consagração

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Tudo o que a escritura sagrada diz a respeito do
batismo:
— a unção na fé,
— a identificação com Cristo,
— a inserção na comunidade eclesial,
nos ensina que:
— o Batismo é uma consagração do ser a
Deus.
A partir daquele momento o cristão: mulher ou homem fica
designado discípulo cristão.
Mt 28, 19-20 – Ide, fazer discípulos entre
todos os povos, batizai-os consagrando-
os ao Pai, ao filho e ao Espírito Santo.
A consagração não consiste em ser separado do
mundo, mas em ser identificado com Cristo, o ungido.
Pelo Filho de Deus que se solidarizou
conosco, tomamo-nos filhos de Deus, e
identificados com Cristo através do
batismo.
Somos com-sagrados em Cristo, e essa palavra
tem toda profundidade da relação pessoal do Filho com o Pai,
na qual somos inseridos.
— Toda nossa vida fica consagrada,
sendo plenamente humana,
— e é plenamente humana, sendo ao
mesmo tempo com-sagrada.
— Isso é o que se quer afirmar ao dizer
que o batismo é o sacramento da fé.
A fé se exprime tanto no rito quanto nas
palavras, e a própria expressão – “creio” é um ato de entrega
ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo e também: — ao corpo
místico do Cristo que é a comunidade Igreja.
A fé opera uma inserção dinâmica de nosso ser,
em Cristo, que é entrega e consagração.

58
Rm 6, 4 – Pelo batismo fomos sepultados
com Cristo na morte, para que assim
como Cristo foi ressuscitado dos mortos
por meio da glória do Pai, assim também
nós possamos caminhar numa vida nova.
Gl 3, 27 – Vos que fostes batizados,
consgrando-vos a Cristo, vos revestiste
de Cristo.
São Paulo ao falar do batismo aos Coríntios
utiliza mais duas imagens:
2Cor 1, 21-22) – Aquele que nos
fortalece convosco em Cristo e nos dá a
unção é Deus, que nos marcou
interiormente com seu selo, conferindo-
nos o Espírito como garantia daquilo que
iremos receber.

A unção

A unção, com óleo santo, desempenha um papel


muito importante no rito do batismo. — Para Paulo essa unção
tem por modelo e decorre da unção de Cristo no rio Jordão. A
comunidade Igreja, e todo indivíduo homem ou mulher ao ser
batizado, participam dessa unção profética de Jesus.
A unção batismal tem também relação
com a unção de Cristo como Sacerdote.

Todos aqueles que foram batizados foram regenerados em


Cristo,
— constituem um “sacerdócio régio”
[servos] pelo sinal da cruz, — e a unção
os consagra.
E um sacerdócio espiritual, mas que também é real,
— porque é uma participação no
sacerdócio de Cristo

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O batismo dá direito a participar do oferecimento do sacrifício
eucarístico.
— Quem oferece o sacrifício eucarístico
são todos os batizados. Sempre
presididos por um ministro ordinário
(ordinário = ordenado) de Cristo “in
persona Christi capitti. Pois Cristo é o
único sacerdote os outros são seus
ministros.

O selo

O selo é outra imagem com a qual se exprime


consagração. Este selo é o sinal da cruz, que durante o rito
batismal é traçado sobre a fronte.
Mt lO, 32 – Os que pela fé e batismo
pertencem a Cristo, devem confessar a
sua fé batismal diante dos homens.
O símbolo da fé resume os dons que Deus outorga ao ser
humano,
— como autor de todo bem - Pai
— como Salvadorr - Filho
— como Santificador - Espírito Santo
A fé em um só Deus:
— Deus Pai todo poderoso o Criador. A
obra admirável da criação de todas as
coisas.
— Seu Filho Jesus Cristo, nosso
Salvador. O mistério da Redenção da
humanidade.
— E o Espírito Santo Santificador. Fonte
e princípio.
Se de fato, o nosso objetivo é a identificação
com Cristo, devemos viver como Ele viveu a unidade desses
dois aspectos: consagração e missão:

60
— é “existência para Deus” em absoluto,
— é total disponibilidade para Deus,
— é plena doação à sua vontade salvífica
através da obediência a seus
ensinamentos.

Vamos entender o vínculo existente entre


consagração batismal e missão evangelizadora.

Em Cristo, consagração e missão constituem


uma única realidade [sacerdócio real]. Sua consagração ao Pai
consiste na íntima harmonia filial – de modo único – a ponto de
poder afirmar:
“O Pai e eu somos um”. (Jo 10,30).

União entre consagração e missão.

A vontade do pai é a salvação dos seres humanos.


— E a consagração/doação de Cristo ao
Pai é a aceitação da missão de salvar a
humanidade.
— A vontade do Pai é que Cristo seja
“existência para os outros”.
— Nele consagração e missão se
identificam.
O Batismo nos consagra a Deus, portanto, todo
discípulo cristão é também, um missionário, um apóstolo.

Semente de Deus.

O Cristão ama, porque foi gerado por Deus:


1Jo 4,7 – Caríssimos, amemo-nos uns
aos outros, porque o amor é de Deus e
todo aquele que ama nasceu de Deus e
conhece a Deus.

61
Semente de Deus é a atitude de fé. Na geração
da “vida nova”, é o Espírito Santo quem age em nós, mas
requer a nossa resposta subjetiva de fé. Assim dependendo da
nossa atitude, podemos sufocar a semente de Deus ou
colaborar para seu pleno desenvolvimento.
A semente é a palavra de Deus” (Lc 8,ll).

A maneira diversa de recebê-la – em atitude de


fé ou de rejeição – é o que divide os homens em filhos de Deus
ou das trevas (Jó 3,8).
Jó 3,8 – O vento sopra onde quer; ouves
seu rumor, porém não sebes de onde
vem, nem para onde vai. Assim acontece
com aquele que nasceu do Espírito.
Na interioridade de cada ser humano cristão
existem certas áreas que são “terra de missão”, nas quais o
Espírito Santo, ainda não pode penetrar, porque elas estão
ocupadas por sentimentos, sensações, ou afeições não cristãs,
por manifestações de egoísmo e desamor ou de uma fé
diminuta.
— Acolhamos, deixemo-nos amar por
Deus.
— Respondamos a Deus, com nossa
adesão, aceitação e entrega pessoal a
Cristo e à sua missão.
— Essa entrega nos levará
necessariamente a amar nossos irmãos.
A consagração batismal é uma fonte de
espiritualidade, um programa de vida globalizada em Cristo.

Capítulo 4
Fruto maduro da mistagogia do batismo

62
Fruto maduro da primeira grande iniciação
cristã = a consagração batismal = é a consciência de que a
própria vida vai sendo progressivamente transformada pelos
sagrados mistérios celebrados.
Batizar uma criança traz compromissos sérios e
nobres. Com perfume de Deus. Da vontade de Deus.

O Plano de Deus

Certa vez um homem fazia um discurso. Ele


falava sobre o caminho do ódio, sobre a maldade
entre os homens. A certa altura ele disse que
sonhava com um mundo, onde os homens
caminhariam pelo caminho do amor: sonho que
meus três filhinhos, um dia viverão numa nação,
onde não serão julgados pela cor de sua pele,
mas por suas virtudes e qualidades.

Nesta fé, seremos capazes de transformar as


discórdias que reinam entre nós, numa sinfonia de fraternidade.
Seremos capazes de:
— rezar juntos,
— trabalhar juntos
— defender a liberdade juntos,
— e se preciso ir presos juntos,
— sabendo que, um dia, seremos livres.
Deus também “tem um sonho”, um plano, e é tão
grande este plano que Jesus veio à terra para realizá-lo. Deus
é o grande parceiro do ser humano. Pois, ele vem ao encontro
do seu povo com a sua bênção.
Benção é sinônimo de vida, liberdade,
fecundidade e paz.

63
Desde toda eternidade Deus fez um convite a
cada pessoa que nasce, para que ande pelo caminho do amor.
Jesus foi quem melhor entendeu e atendeu esse convite.
— Ele veio como filho de Deus, para nos
ensinar como vive um filho de Deus.
— Dentre todos os sinais reveladores da
ternura de Deus, o mais perfeito é Jesus
Cristo.
Jesus amava tanto a justiça, o respeito aos
outros... Ele queria tanto o bem dos outros que teve de
enfrentar aqueles que exploravam e praticavam injustiças...
— por isso que ele foi condenado à
morte.
— Morreu porque era bom...
— os maus não o toleravam.
Mas, o Pai não abandonou Jesus. Ressuscitou-
o, para mostrar aos homens que o caminho que Jesus ensinou
é o verdadeiro.
Para Paulo, o passado – ou seja, o tempo antes
de Jesus – era quando o povo de Deus estava na menoridade,
comparado a um escravo, apesar, de ser herdeiro.
Assim éramos nós antes de recebermos
o batismo.
Porém o Deus Pai, marcou o tempo da
emancipação e o tempo da maioridade para todos; o tempo
presente, no qual, tornando-nos filhos, tomamos posse da
herança. Deus não só fixou esse tempo, mas o realizou em
Jesus Cristo. - Daí para diante nós nos tornamos maiores de
idade, passamos e ser filhos, possuímos a salvação (herança).
Gl 4, 1-7 – Adultos em Cristo – Durante
todo o tempo em que o herdeiro é
criança, embora seja dono de tudo, é
como se fosse um escravo. Até chegar a
data fixada por seu pai, ele fica sob
tutores e pessoas que administram seus

64
negócios. O mesmo aconteceu conosco:
éramos como crianças e andávamos
como escravos. Submetidos aos
elementos do mundo. Porém quando,
chegou a plenitude do tempo, Deus
enviou o seu Filho, ele nasceu de uma
mulher, submetido à Lei para resgatar
aqueles que estavam submetidos à Lei, a
fim de que fôssemos adotados como
filhos. A prova de que vocês são filhos é
o fato de que Deus enviou aos nossos
corações o Espírito do seu Filho que
clama: Abba, Pai. Portanto, você já não é
escravo, mas filho: e se é filho, é também
herdeiro por vontade de Deus.

O Batismo no plano de Deus é um sinal, é o


ritual de nossa entrada para a família de Deus.
— Por isso Deus quer que nós o
reconheçamos como único Pai.
— Deus nos quer unidos uns com os
outros.
— Deus quer que um acolha o outro... e
sem esse acolhimento, sem essa
interdependência e sem esse
relacionamento não existe vida.

Isto é sério demais.

Excluir alguém seria pertencer a um corpo


mutilado. Seria eliminar a cabeça (Cristo), pois ele veio para
todos:
Jo 10,10 – eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância.

65
A salvação é acessível como oferta graciosa de
Jesus a todos, sem discriminação. Tudo isso é a proposta de
Deus.

Qual é o primeiro e maior mandamento?


“Amem-se uns aos outros”.

Este mandamento é a grande vontade de Deus:


É o mandamento que une, é o mandamento do amor. O amor
de Deus e ao próximo causa os mesmos efeitos psicológicos
que o amor humano:
— faz vibrar de alegria,
— dá um sentido de plenitude à vida,
— proporciona alegria interior,
serenidade, maturidade, felicidade.

O plano de Deus neste mundo é que os homens


vivam no amor, vivam em união, vivam como irmãos. Isto deve
ser ensinado á criança. Isto é educar para o amor. No plano de
Deus: A “comunidade eclesial” é o povo de Deus.
— A paroquia (Eclésia) é a comunidades
dos discípulos cristãos – “Corpo Único e
Místico de Cristo” – uma só fé, um só
baismo, um só corpo.
— A “comunidade igreja” é o grande sinal
da unidade e da presença de Cristo no
mundo.
A comunidade paroqual é a família de Deus, os
batizados, unidos em três grandes pontos:
— Na fé;
— No na celebração litúrgica [culto];
— Na vivência do amor/caridade.

— Na fé - A fé precisa ser cultivada para ser


uma fé viva e consciente.

66
Esses encontros de preparação para o
batismo são uma oportunidade de cultivo,
de avivamento e do aprofundamento
sobre o conhecimento e as verdades de
nossa Fé.

— No culto - No templo matriz ou numa capela


filiada:
a família/ Igreja, louva a Deus e busca
força, junto deste mesmo Deus, e da
hierarquia para a própria vida. Esta
família que é a comunidade Igreja toma
sua refeição, juntos, no fim de semana,
na celebração da missa, ou da Palavra de
Deus. Pelo menos, urna vez por semana.

— Na vivencia do amor/caridade – Este o


principal testemunho que essa família dá – deveria ser:
— Um novo jeito de ser comunidade
cristã.
— pela participação nas celebrações dos
sagrados mistérios e pelo testemunho do
amor a Deus e ao próximo.
— Vinte e quatro horas por dia.

Viver o Batismo todos os Dias

A vida dos discípulos é Cristo, a vida em Cristo,


a vida da graça. A vida temporal a partir da perspectiva da
morte [corpo] passa assim como passa a glória do mundo. O
ser criatura não sabe quante tempo lhes resta. Os discípulos, o
peregrino, o ministro, o servo – sabe que não é dono dos bens

67
temporais. O cristão, ao mesmo tempo, é herdeiro dos bens
eternos [co-herdeiros de Cristo].
Amemos o templo matriz a sede paroquial ou a
capelinha de nossa cidade, o lugar onde nascemos para Deus.
Foi aí que conhecemos a Deus e dele recebemos o convite
para ganharmos a vida eterna.
Amemos igualmente a casa de Deus: o templo
ou o santuário, a matriz paroquial, a capelinha rural, a ermida, a
gruta onde participamos da celebração eucarística.
Onde ouvimos a palavra de Deus e
rezamos, lado a lado, com nossos
irmãos.
Amemos “o corpo místico de Cristo” = a
comunidade eclesial paroquial, daqueles irmãos que choram e
sorriem conosco. Eles ouvem de Deus a mesma palavra que
ouvimos e alimentam as mesmas esperanças que nós
alimentamos.
O caminho que nos leva ao céu sai da
porta de nossa casa e vai até a porta da
casa de nossos irmãos.

É bom refletirmos um pouco sobre a realidade do


mundo em que os filhos têm que ser discípulos de Cristo:
vivenciar a lei de Deus, a lei da justiça, do amor ao próximo, da
partilha:
Nisto todos vos reconhecerão que sois
meus discípulos, se tiverdes amor, uns
pelos outros”. (Jo 13.35).

Está cada dia mais difícil de viver a fé. Porque a


sociedade tem uma nova forma de paganismo.
— Algumas vezes não há lugar para o
sobrenatural, outras vezes a religião anda
divorciada da vida real...

68
— Os meios de comunicação programam
uma sociedade paganizada, entretendo
os telespectadores com futilidades,
vícios, crimes e desamor generalizado.
— Não sobra tempo para a reflexão e a
oração.
Absurdos são realizados e ensinados com naturalidade:
— O pecado virou moda.
— Perdeu-se a consciência do mal:
imoralidades, aborto, injustiças,
exploração, opressão disfarçada,
mentiras e tantas outras misérias fazem
parte normal da vida...
— Quem quiser ter fé, tem que sair da
normalidade, rompendo barreiras e
superando o ambiente paganizado.
O ser humano deixou de ser livre. A realidade é mais ou menos
assim:
— O ser deixa-se levar pela onda do
momento, não faz discernimento do que
lhe é bom ou não.
— Aceita tudo sem questionar, assim
alimentando seu interior com qualquer
espécie de influência.
— Desiste facilmente do direito de dizer
não ao que lhe esvazia a alma.

Ser livre é dizer não a tudo aquilo que não é bom.

O sentido do batismo é este:


A aventura de nos entregarmos a Deus,
em vida. Deus quer a nossa felicidade.
Não vivamos como se ele estivesse
atrapalhando nossos planos. E o ser
humano que deve mudar e não Deus.

69
Deus quer a nossa alegria. Vamos ao
encontro dele.
Não há realidade mais bela que a comunidade
eclesial de Cristo. Nela Cristo se faz presente e continua
perdoando, abençoando, e dando a paz.
Pelo batismo somos membros do “corpo
místico de Cristo.
O sacramento do Batismo, como sinal da
presença de Cristo em nossa vida, exige:
— Uma tomada de consciência.
— Uma decisão de conversão.
— Um compromisso com o Reino e a
comunidade.
Essa transformação começa com a conversão
da própria individualidade, na totalidade do próprio indivíduo, à
Jesus Cristo: mente, corpo, alma e espírito.
O sacramento é instrumento da graça de Deus.
Deus age como, onde e quando quer, inclusive através dos
sacramentos, mas não só.
Tratá-los com descaso seria o mesmo
que desprezar a própria salvação.

O batizando foi ungido com o óleo sagrado e


recebeu uma missão tríplice: Ser servo, profeta e sacerdote
junto com Jesus! Não pode ficar esquecido o sentido dessa
unção.
— Jesus, como sacerdote, faz a ligação
definitiva entre Deus e a humanidade;
— Como profeta, denuncia o projeto da
morte e anuncia a vida;
— Como servo instala o Reino de Deus,
da justiça e da verdade.
Todo ser humano batizado toma-se continuador
da tríplice missão de Jesus: profeta - sacerdote – servo..

70
O batismo não é algo que fazemos. E algo que somos.

— O batismo é a iniciação da pessoa no jeito


cristão de viver.
— É a festa que marca o começo de uma longa
caminhada.
— Jesus nos ensina como devemos viver, o que
devemos fazer, para sermos verdadeiramente
filhos de Deus.
— O batismo é para quem tem fé em Jesus
Cristo e se compromete com os outros, vivendo
a sua fé em comunidade.
— Pelo batismo começamos e fazer parte da
comunidade eclesial.
— Eclesia é a comunidade de pessoas, que
vivenciam a mesma fé, e comungam na partilha,
os dons que possuem.
— A fé alimentada pela oração descobre a face
de Deus no irmão.

O batismo é um magnífico dom de Deus,


Chamamô-lo de dom, graça, iluminação, veste de
incorruptibilidade, banho de regeneração, selo, e tudo o que
existe de mais precioso.

— Batismo é dom, porque é conferido àqueles


que nada trazem;
— Batismo é graça, porque é dado até a
culpados;
— Batismo é perdão porque o pecado é
sepultado na água;
— Batismo é unção, porque é sagrado e régio;

71
— Batismo é iluminação, porque é luz
resplandecente. À luz da fé.
— Batismo é veste, porque dá vida nova no
amor. Símbolo de pureza.
— Batismo é banho, porque purifica. Água
significa vida.
— Batismo é selo, porque nos guarda e é o sinal
do senhorio de Deus.

O paroquiano discípulo cristão da atualidade,


não pode sentir-se careta ou desatualizado, mal informado,
quando se fala em santidade de vida ou “comunhão dos
santos”. Essa é a maior atualização que cada ser, pode fazer:
a cada dia, em cada vivência, em todos os momentos, no
decorrer da própria existência.

Fontes de pesquisa:

A BÍBLIA: Impressa e Eletrônica - Varias traduções:


Bíblia do Pontífico Instituto Bíblico de Roma, III
Bíblia Peregrino;
Bíblia de Jeruzalém;
Novo Catecismo da Igreja Católica;
Revista Vida Pastoral nº 222;
Preparação Batismal - Cansi, Bernado;
Cadernos Catequéticos nº 8 - Ed.Loyola;
Pronunciamentos e Cartas Oficiais da Igreja:
Novo millennio ineunte
O Batismo para o povo. - Roman, Ernesto N.;
Teologia do Batismo - Genouver, Carlos Palmes;

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Curso Popular de Religião - Centro Diocesano São Carlos;
Os sacramentos trocados em miúdo - Pe.JoséRibólla. C.SS.R.;
Batismo Tradição ou Compromisso - Arquidiocese de
Miracema;

Sumário

A consagração batismal 3
1ª Iniciação Cristã: O sacramento do Batismo 3
E agora ? 3
Apresentação 5
Queremos ver Jesus: caminho - verdade - vida 5
Introdução 7
“Avancem para águas mais profundas” 7
O que é a pastoral do Batismo? 7
Primeiro — O batismo em nome da Trindade. 8
Segundo — A evangelização que 9
visa a implantação do Reino. 9
Capítulo 1 10
A consagração batismal uma fonte de espiritualidade, 10
Por que o povo de Deus batiza seus filhos? 10
Vamos ver as razões: 10
O que é o Batismo? 12
Por que o Batismo de uma criança? 13
O que é Batizar um Filho ? 13
Ministério dos Pais e Padrinhos 15
Na fé - Fundamentação da educação 16
A bíblia e a criança 17
Inserção na comunidade eclesial – e a fé. 18
Símbolos no batismo 19

73
O batizando recebe um nome cristão. 26
Sinal da Cruz – sinal do amor de Deus 26
Capítulo 2 27
Teologia do Batismo = Formação na fé 27
Os sacramentos na vida do cristão. 28
O seguimento de Jesus 33
Capítulo 3 35
A vivência da Consagração Batismal 35
1 - Fé e Batismo - Uma conexão profunda 36
Fides [Fé] 39
O que é ter fé? 40
2 - A identificação do ser humano 42
O sentido da vida nova no batismo 43
3 — Batismo e Comunidade 47
4 - Sob a ação do Espírito Santo, um crescimento
dinâmico 51
Capítulo 4 59
Fruto maduro da mistagogia do batismo 59
O Plano de Deus 59
Viver o Batismo todos os Dias 63

74
“Maria é grande, precisamente porque não quer fazer-se
grande a Si mesma, mas engrandecer a Deus.
O Magnificat — um retrato, por assim dizer, da sua alma — é
inteiramente tecido com fios da Sagrada Escritura,
com fios tirados da Palavra de Deus.
Desta maneira se manifesta que Ela se sente
verdadeiramente em casa na Palavra de Deus,
dela sai e a ela volta com naturalidade.
75
Fala e pensa com a Palavra de Deus;
esta se torna palavra dEla, e a
sua palavra nasce da Palavra de Deus”.
(Cf.Deus é amor, 41).

Tudo é glória de Deus.


Anacoreta, Anadir D’Agostin
Retiro das Rosas, 16:19

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