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Patrícia Pordeus
CDU 81’221.24
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Prof. Dr. Luiz Albérico Falcão
Profa. Msc. Patrícia Pordeus
libras.pernambuco@gmail.com / cirandaauditiva@gmail.com
Curso de Libras - Módulos I a IV
MENSAGEM AO CURSISTA
Concordamos com o entendimento contemporâneo de que a surdez determina ao sujeito com deficiência
auditiva severa e profunda uma diferença linguística. Há de se conhecero grau de comprometimento
auditivo para estruturar a condição de aprendente oral e/ou visuogestual afim de minimizar os riscos de
conflitos afetivos, cognitivos e educomunicacionais.
Para isto, o diagnóstico deve ser precoce e a intervenção, diante da surdez severa e profunda deve ser
imediata com a inserção da língua de sinais pela familia e em todos os ambientes de interação para que
se garanta o mínimo de formação humana com afetividade e cognição adequadas à estruturação de cada
sujeito enquanto pessoa humana. Assim, a socialização e dialogênese desses individuos será possível.
Mas antes é preciso definir:
Quem é o sujeito surdo do nosso discurso?
Quais e como as experiências e vivências foram trabalhadas na perspectiva da aprendizagem
significativa?
Qual o nível de residual auditivo e quais os recursos tecnológicos (Aparelho de Amplificação Sonora
Individual- AASI, implante coclear) são utilizados para minimar os danos causados pela ausência total
e/ou parcial dos estímulos sonoros no indivíduo?
E ainda, qual a idade em que foi instalada a deficiência, se no período pré ou pós linguístico?
Desta forma, Apenas afirmar que o sujeito é "surdo" sem que se faça todo um estudo minuncioso desses
aspectos individuais e sociais é leviano e prejudicial para a sua integridade humana.
A depender do nivel de surdez, da uniformidade da falta/falha da audição (uni ou bilateral), da
adequação dos recursos e estratégias educomunicacionais desde o espaço familiar ao escolar e laboral
pode-se redesenhar a vida mais comum ou desestruturar cada sujeito com surdez severa e profunda.
A depender do nível de surdez, da baixa qualidade dos estímulos e da interação com o mundo pode-se
comprometer aspectos da afetividade e da socialização.
Diante da surdez severa e profunda bilateral é indispensável a (re)estruturação do padrão assistencial
linguístico visuogestual, afetivo e cognitivo. Assim, cada família com criança surda prescinde estabelecer
o diálogo sinalizado afetivo e efetivmente educativo como principio de humanização do humano diante
da sua humanidade na condição de cidadania plena.
Definitivamente assumimos que a pessoa surda é potencialmente capaz de apreender e se constituir da
humanidade muito mais do que a deficiência em si permite que seja.
No mundo planetário onde o homem se encontra partícipe, interdependente e interconectado com os
demais seres vivos, neste período de pós-modernidade, não cabe a separação nem a segregação entre
ouvintes e surdos.
A reorganização e valoração da diversidade implica num modelo inclusivo produtivo, colaborativo,
compartilhado e, acima de tudo, contagiado pelo amor e a espiritualidade como sinônimos e expressão
da divindade em cada ser vivente.
Por fim e apenas no começo, não se aprende Libras com as mãos ocupadas. Liberte-se das amarras que
a sociedade lhe impôs para soltar o corpo e suas expressões e entregue-se a este fantástico mundo da
comunicação visuogestual que não tem dono, apenas somos usuários e passageiros como a vida !!!
Luiz Albérico Falcão
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Curso de Libras - Módulos I a IV
O curso de libras está formatado no modelo semipresencial com encontros presenciais e videoaulas em ambiente virtual
de aprendizagem.
O aluno deve ter autonomia para buscar no ambiente os conteúdos trabalhados neste caderno do aluno.
Realizar todas as atividades presenciais e ead, cada uma com 50% de crédito para aprovação.
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O curso de libras está formatado no modelo semipresencial com encontros presenciais e videoaulas em ambiente virtual
de aprendizagem.
O aluno deve ter autonomia para buscar no ambiente os conteúdos trabalhados neste caderno do aluno.
Realizar todas as atividades presenciais e ead, cada uma com 50% de crédito para aprovação.
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SUMÁRIO
I CONTEÚDO PRÁTICO 8
1.1 Apresentação 8
1.2 Objetivos 10
1.3 Específicos 10
1.3.1 Estrutura Modular da formação: 11
1.4 Avaliação 11
MÓDULO I
II A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - Libras 13
1.1 Os sinais da Libras 14
1 .2 Compreensão dos sinais e riscos ao sinalizar 15
1.3 Situação cultural que desperte o padrão comunicacional 16
1- Parâmetros da Libras na estruturação do SINAL 18
1.1 Configuração das mãos 20
1.1.1 Duplicação de letras 20
1.2 Movimento 20
1.3 Direção / sentido 21
1.4 Locação 22
1.5 Expressão facial e/ou corporal 22
1.6 Brincadeira dos Dedos 23
1.7 Expressões de Cortesia/Saudações 24
1.8 Aprendizagem por associação e derivação 24
2 CORES E VESTUÁRIA 26
2.1 Cores 26
2.2 Formas associadas/derivadas (pares mínimos) 26
2.3 Vestuario 26
2.4 Profissões 27
3 VERBOS, DOCUMENTOS, MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO 28
3.1 Verbos em Libras 28
3.2 Morte – Tipos de morte 30
3.3 Introdução aos classificadores e marcadores 31
3.4 Tipos de frases 31
3.5 Construção frasal em Libras 32
3.5.1 Exercício de fixação : Frases em Libras 32
3.6 Documento 33
3.7 Comunicação 33
3.8 Veículos/transporte/via 33
4 NÚMEROS, CONSTRUÇÃO TEMPORAL, MESES, SEMANA, ESCOLA 35
4.1 Exercicio de fixação 35
4.2 Relação com o tempo 35
4.3 Meses 35
4.4 Dias da Semana 36
4.5 Datas comemorativas 36
4.6 Coisas da Escola 37
4.7 Escolaridade 37
5. PRONOMES, FASES DA VIDA, FAMÍLIA, ADJETIVOS 39
5.1 Pronomes Pessoais 39
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MÓDULO II 53
1. Recursos da Libras 55
1.1 Traço Distintivo 55
1.2 Classificadores 55
1.3 Marcadores 55
1.4 Construção frasal em libras 57
2. Construção do Padrão e Normas para Abordagem de Pessoas Surdas 58
2.1 Especificidade da abordagem para iniciar a comunicação 58
2.2 Situação 59
2.3 Sinalização: sinais de trânsito 59
2.3.1 Exercicio fixação 60
b. Palavras a serem evitadas Tentar explicar assim 61
3. Técnica de Leitura de Imagem na construção do cenário em Libras 62
II CONTEÚDO TEÓRICO 63
TEXTOS DE APOIO 67
1. Atenção à Legislação em vigor 67
2. Mãos e gestos que anunciam 68
3. A pessoa surda 69
4. Cognição visual 70
5. Residual Auditivo como diferencial
6. Leitura labial : um caminho de incertezas
7 O desmonte do modelo inclusivo na educação de surdos 73
8. A relação familiar de ouvintes com filhos surdos
9. Aspectos laborais e produtivos
10. O discurso docente na educação dos surdos 75
REFERÊNCIAS 78
7
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I CONTEÚDO PRÁTICO
1.1 Apresentação
O Programa Ciranda Auditiva apresenta uma série da ações e projetos de intervenção
social. O Curso de Libras com Carga horária de 1110 horas está dividido em quatro módulos. O
primeiro módulo está destinado principamente aos iniciantes da comunicação visuosinalizada.
Ao reconhecer os sinais da Libras em diferentes ambientes e situações e estabelecer a
comunicação sinalizada com pessoas surdas usuárias da Libras, o estudante interage,
compreende e se comunica com mais eficiência, eficácia e resolutividade nas diferentes situações
do cotidiano.
Insere-se o estudante no modelo da comunicação visuosinalizada, em Libras, para
conhecer os sinais e como funciona a interação e comunicação com as pessoas surdas
sinalizantes, além de oportunizar um breve diálogo em Libras.
No segundo módulo a proposta de formação é desenvolver habilidades e fluência linguistica
com a utilização de diferentes recursos da Libras como os classificadores, marcadores, dimensão e noção
espacial. Neste modulo está programado laboratório de Libras quando o estudante interage totalmente em
Libras com apoio de recursos imagéticos e videogravação.
O módulo III está voltado para a formação de educadores de surdos em Libras. No
desenvolvimento e adaptação de material educativo, livros didáticos em Libras e segundo as questões
pedagógicas e andragógicas inerentes à cognição visual e educação de surdos sinalizantes nível severo e
profundo. Neste momento o estudante precisa ter em mãos os materiais didáticos e livros fornecidos no
curso.
O módulo IV está reservado para o período de estágios e produção do Relatório de
Conclusão de Curso.
O que se espera com esta formação é transformar a qualidade da comunicação e das
relações com as pessoas surdas mais humanizadas. O cidadão ouvinte habilitado em Libras passa
a se comunicar com o cidadão surdo sinalizante no mesmo nivel de entendimento e assim
favorece a resolução de conflitos e de necessidades interpessoais com mais respeito e dignidade
para todos.
Em alguns momentos nos referimos à surdez como condição que limita a aquisição da
língua e que pode comprometer outros aspectos como o social, cognitivo, afetivo a depender da
qualidade das relações e da interação familiar, escolar e social.
Conforme descrito por Falcão (2014, p. 20), a surdez não é algo novo e é preciso outro
olhar sobre o paradigma que tem maculado e/ou superprotegido a pessoa com deficiência
auditiva.
Mas antes de tudo, é preciso definir quem é o sujeito surdo do nosso discurso. De forma
simplesmente didática pedagógica e andragógica, pontuamos a pessoa com surdez ou
simplesmente surdo tipo 1 como a pessoa ouvinte e/ou com deficiência auditiva nível
leve, moderada a severa, que naturalmente ou após terapia fonoarticulatória, com ajuda
de aparelho de ampliação sonora ou implante coclear, consegue escutar, fazer leitura
labial e até oralização. Este indivíduo se apropria da escrita da língua portuguesa com
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muito mais facilidade e conquista seu espaço na sociedade com mais autonomia e
independência. Liberta-se da tutela da família sem retardos da tutela e sem maiores
dificuldades. Contudo, a pessoa com surdez ou simplesmente surdo tipo 2 apresenta-se
com deficiência profunda, sem uso de aparelho, sem leitura labial e totalmente
dependente da comunicação sinalizada que pode não ser a língua de sinais oficial com
uso de sinais caseiros, criados na primeira infância e que quando da inserção da criança
na escola os conflitos linguísticos e afetivos surgem de forma intensa, comprometedora
e em muitos casos desastrosa, o que leva a muitos professores rejeitarem a criança surda
em sala de aula ou a desenvolverem um comportamento de superproteção tão perverso
quanto à rejeição.
Desta forma, toda vez que nos referimos ao sujeito surdo refere-se a este tipo 2, com
surdez profunda, sinalizante, filhos de pais ouvintes, que permanecem desassistidos de forma
plena pelas famílias, pelos professores e profissionais da saúde, e pela sociedade em geral que
desconhece como lidar com o indivíduo visuogestual.
Daí surgem os intérpretes para intermediar a relação. Contudo, nem sempre buscam
oferecer e garantir autonomia e participação ativa nas relações interpessoais. O que se tem na
maioria dos casos, é a dependência, superproteção, privilégios e “facilidades” escolares que
comprometem a aquisição do conhecimento e a construção do cidadão pleno.
Esta terceira via, na maioria das vezes, empodera-se do sujeito sinalizante enraizando
interesses, valores, verdades e princípios pessoais em detrimento da individualidade e da
emancipação do sujeito.
Por outro lado, nem todos os surdos conhecem a Libras. Chegam à escola com sinais
caseiros, aleatórios e conflitantes. Com poucas experiências de vocabulário e não adianta colocar
sinais na frente destas pessoas que não compreendem a relação significado-significante. E o
ambiente escolar não passa de um grande teatro. Sem empoderamento de conceitos nem de
valores e muito menos de limites e regas sociais.
Então, antes afirmar que a pessoa é surda e que diante deste sujeito a solução é Libras e
interprete é a solução, é preciso conhecer:
1. Quem é o sujeito surdo do discurso?
2. Qual o nível de residual que ele apresenta? Nível leve, moderado, severo, profundo?
Uni ou bi lateral?
a. Quais as experiências educomunicacionais vividas?
b. Tempo de exposição e qualidade das vivências?
c. Como o sujeito lida com a criatividade e a intuição, com a investigação e a
busca?
Por outro lado e definitivamente clareando as ideias, a Libras não é vacina para os surdos
e nem é a « língua dos surdos », eles são usuários. A Libras é Patrimônio Nacional brasileiro
desde a lei 10436/02 que oficializou a Língua Brasileira de Sinais1 como segunda língua. Tão
1
Existe um movimento em diferentes regiões do Brasil, infiltrados com o curso Letras/Libras
promovido pelo MEC e IES, composto por interpretes, linguistas e militantes surdos que
defendem o nome LSB- Língua de Sinais do Brasil e rejeitam a popularização da língua. Criam
sinais contrários à associação e interação com a Língua Portuguesa. Rejeitam a interação com os
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pouco é a língua materna da pessoa surda, principalmente quando os pais são ouvintes e não
conhecem a língua de sinais nem como lidar com a criança visuogestual2. Menos ainda que a
aprendizagem da Libras ocorre de forma natural. Pode-se até aprender a relação sinal/ação como
desenho linguístico icônico, mas isto não representa empoderamento conceitual representativo e
cognitivo para uma aprendizagem significativa.
Procuramos elencar neste caderno do estudante um conjunto de ideias e simulações do
cotidano que possam nortear a comunicação em Libras quando identificada a pessoa com surdez
sinalizante. Esta formação viabiliza os princípios da inclusão plena e é o nosso convite para que
você se insira no contexto da educomunicação em Libras.
E para aprender a comunicação em libras com fluência, cadência e suavidade é preciso
repetição e muito treino até desenvolver habilidades necessárias com atenção visual e destreza
manual.
1.2 Objetivos
Geral
Atender aos pressupostos da legislação brasileira no que tange à formação de
profissionais educadores bilíngues em Libras na perspectiva da inclusão das pessoas com
surdez.
Específicos
1.Conhecer a Língua Brasileira de Sinais – Libras como ferramenta educomunicacional
necessária na formação das crianças, jovens e adultos com surdez severa e profunda;
2. Trabalhar a qualificação profissional em Libras como modelo de acessibilidade
comunicacional de ensinagem, aprendizagem e avaliação inclusiva para a educomunicação de
surdos;
3. Instrumentalizar em Libras profissionais das diferentes áreas do conhecimento para a
produção de tecnologias assistivas acessíveis;
4. Trabalhar questões metodológicas e didáticas diferenciadas inerentes à educação de
crianças, jovens e adultos com deficiência auditiva em diferentes níveis de residual auditivo;
5. Construir material didático específico e adaptado à educação bilíngue - Libras-Língua
Portuguesa escrita.
6. Divulgar a Libras como instrumento de acessibilidade comunicacional cuja aprendizagem é
necessária para transformar a sociedade em inclusiva.
7. Produção de materiais didáticos bilíngue em libras/língua portuguesa
1.3 Metodologia:
Ao longo da formação são trabalhadas estratégias colaborativas de ensinagem e
aprendizagem da Libras com exercícios de fixação e leitura imagética.
A socialização de situações e a busca de soluções compartilhadas é uma
característica da organização do trabalho na perspectiva da autonomia do grupo e do despertar
de competências.
1.4 Avaliação
Ocorre de forma processual e contínua. Ao longo da formação, em cada módulo, os cursistas
participam de seminários, fóruns, avaliação sistemática com ditado de palavras, sinais, frases
em Libras. Produzem material educativo bilíngue como álbuns de imagens e vídeos para os
momentos de concentração e dispersão que servem de apoio para os familiares e educadores
quando tornam-se de domínio público.
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Os sinais por faixa etária e por segmento; o ensino de Libras por surdos x
ouvintes.
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MODULO I
A Língua Brasileira de Sinais – Libras
Na Língua Portuguesa o que é representado e definido como palavra corresponde na Libras
a um sinal. Cada sinal é formado a partir da combinação do formato das mãos com determinado
movimento em um arranjo no espaço envolvendo expressões e sentimentos através da face. Todo
este conjunto recebe o nome de Parâmetros da Libras. O uso do alfabeto manual também está
presente contribuindo com a apresentação de palavras.
Alguns sinais são representados iconicamente com semelhanças de aparência como
segurar uma arma ou varrer o chão. O sinal de casa, por exemplo, assume com as duas mãos a
forma de um telhado de duas quedas.
A expressão facial é outra característica da língua de sinais que contribui com a
qualificação do tipo de frase e do sentimento que se manifesta como estrutura. As expressões
faciais referem-se aos sentimentos incorporados como medo, surpresa, raiva, dor, tristeza,
felicidade, desespero, sono. Em alguns momentos apenas a expressão já representa o sentimento
e isto significa o quanto o estudante da libras precisa estar atento às reações do surdo e como
expressar-se com fidedignidade em Libras.
Assim, muitos surdos de diversos países conseguem se comunicar com muito mais
facilidade do que as pessoas ouvintes que precisam aprender a falar a língua oral daquele país
estrangeiro enquanto que para os surdos apenas utilizam-se de gestos icônicos. Mas nem todos os
sinais são icônicos e para isto é preciso dedicação ao estudo da libras e de como se comunicar
com eficiência com as pessoas surdas sinalizantes.
É no silêncio dos gestos que nos encontramos para aprender o essencial da comunicação,
a expressão sincera do olhar, a leveza das formas que classifica cada ato como realidade e que se
não percebida, apreendida e reconstruída de significados sociais e sentidos pessoais, se esquece.
Aprende-se Libras para conhecer melhor as pessoas, o mundo, o pensamento, refletindo,
construindo e constituindo-se de amor e respeito pelas diferenças.
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das
águas, no brilho do olhar.
Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve
todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis.
Nesta perspectiva de agregar valores além da Língua Portuguesa, a Libras se apresenta
como intensificador da formação bilíngue, Libras e Língua Portuguesa. Se desperta com um salto
qualitativo no ensino público superior em alguns estados brasileiros, e ainda mais, na qualidade
da formação profissional e educação continuada das diversas profissões e espaços sociais
existentes, sensíveis e aflitos pela concretização por mudanças sociais.
A Libras chega, neste momento, para situar e miscigenar os hemisférios da sociedade em
construção. Permanecer no silêncio da ignorância pela falta de diálogo e de troca de saberes é dar
as costas ao ser humano cuja semelhança permanece no sentimento de ser e conviver com o
outro a vida em toda sua plenitude.
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As palavras em Libras para diferenciar da Língua Portuguesa (LP) serão colocadas em caixa alta
http://www.librasemcontexto.org/index.php?option=com_content&view=article&id=55:introducao-a-gramaticada-
libras&catid=36:capitulo&Itemid=53tanya felipe
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Espaço do abraço foi um termo utilizado por uma de nossas alunas para representar o espaço neutro ou como
alguns linguistas preferem americanizar a Libras chamar de espaço talken. Na ralidade é o espaço contido pelo
falante da Libras posicionado verticalmente entre um palmo acima da cabeça até a pelvis e lateralmente de ombro a
ombro. Este é o espaço que deve fazer parte da construção do cenário na frente do locutor. O que passar deste
espaço pode-se considerar falta de educação ou de respeito ao espaço do outro e ainda exagero e falta de respeito por
parte de quem sinaliza. Mesmo que seja uma pessoa surda estará infringindo noções básicas de sinalização.
Outro recurso também americanizado se dá com o jogo de corpo quando se refere a duas pessoas sinalizantes que se
comunicam, para posicionar quem é quem, usamos o jogo de corpo para direita ou para esquerda, daí o termo
americaizado é « whole play ».
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expressão de desespero pode estar representando FOME. Embora o sinal de fome toca com a
ponta dos dedos na barriga como dizendo BARRIGA SECA-FOME.
Assim, muitos surdos de diversos países conseguem comunicarem-se com mais facilidade
do que as pessoas ouvintes que precisam aprender a falar a língua daquele país estrangeiro
enquanto que para os surdos apenas utilizam-se de gestos icônicos e superficiais que já está
vinculada a comunicação sinalizada. Mesmo que a Libras seja apenas brasileira, mas a
comunicação entre pessoas que usam gestos, mímicas e sinais é facilmente reconhecida por
todos.
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Para maiores esclarecimentos e aprofundamento nos estudos na área, consulte o livro surdez,
cognição visual e Libras, Falcão, ed. 4ª, 2014.
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Exemplo : ATIVIDADE
Configuração: mão E palma para cima. Mão D em A abre
Ponto de locação: mão D na palma da mão E
Movimento: de afastamento
Direção: para trás
Expressão facial: neutra
LETRAMENTO
Configuração: mão E em garra, mão D espalmada
Ponto de locação: Mão D em cima da E
Movimento: mão E de vibração
Direção: em cima dos dedos E
Expressão facial: neutra
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Agora você inicia escrevendo ao seu modo como melhor memorizar o sinal:
BOM
TUDO BEM
NOME MEU
NOME SEU
DIA
TARDE
NOITE
IDADE
TRABALHAR
ESTUDAR
LIBRAS
1.1 Configuração das mãos
O método da categorização associativa das configurações.
A configuração das mãos é a forma que as mãos assumem no sinal.
Pode-se usar para um sinal apenas uma mão, ex:
TELEFONAR
DESCULPA
AVIÃO
Ou as duas mãos, ex:
TRABALHAR
TELEVISÃO
QUADRO
COMPUTADOR
DEVAGAR
CUIDADO
CALMA
ESTUDAR
INTÉRPRETE
ESCOLA
1.1.1 Duplicação de letras
Nomes com repetição de letras: RR,SS,NN – ISABELLE, EXPRESSÃO.... Você arrasta a letra
em movimento distal. E não faça para cada palavra em datilologia finalizada arrastar como
se fosse a máquina de escrever mudando a linha. Isto é coisa do passado e muitos surdos
reprovam essa falta de estudo e de atualização.
1.2 Movimento
É o movimento presente no sinal. Além de ser um dos parâmetros, indica também intensidade,
variando-se a velocidade. Porém, há sinais que não apresentam movimento.
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1sPERGUNTAR2s,
1sOLHAR2s,
EU
VOCÊ
ÊLE/ELA
IDADE
DATA NASCIMENTO
ORGULHO
AVIÃO
ELETRICIDADE
COMBUSTÍVEL VEICULAR
1.4 Locação
É o local onde o sinal é articulado. O espaço onde os sinais são realizados corresponde ao raio
(podendo ser reposicionado de acordo com a localização dos sujeitos, por exemplo).
Ex.:
AMANHÃ
AMIGO
BEIJO
CORAÇÃO
DESPREZO
ENTENDER
ESTUDAR
FÁCIL
FILHO
FRACO
JESUS
NAMORAR
NÃO TER CULPA
QUADRO
SABER
SAÚDE
TELEVISÃO
TRABALHAR
VIDA
1.5 Expressão facial e/ou corporal
É a expressão apresentada durante a articulação do sinal. Pode aparecer apenas como
movimentos na face ou também na cabeça, nos olhos, e/ou no tronco. Ajuda a transmitir mais
claramente a mensagem e, algumas vezes, é sozinha o próprio sinal. Ex.:
SUSTO
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GOSTAR-NÃO
LADRÃO
TRANSA SEXUAL
Sinal: É a união de todos ou alguns dos parâmetros formando uma estrutura com significado na
Língua Brasileira de Sinais ― Libras.
A Língua de Sinais não é universal. Cada país tem a sua língua.
No Brasil existem variações locais e regionais.
1.6 Brincadeira dos Dedos
FACE A FACE
UM ATRÁS DO OUTRO (indicador e polegar)
EM FILA
EM PÉ
JOELHOS
SENTADO
DE FRENTE
DE COSTAS
COM AS PERNAS ABERTAS
MÃOS PARA CIMA
MÃOS NA CABEÇA
MÃOS NA PAREDE
DEITADO
APROXIMAR (de costas, de frente)
AFASTAR (de costas, de frente)
MULTIDÃO/ARRASTÃO
GRUPO
RECIFE
PERNAMBUCO
INDICADOR + INDICADOR AFASTE-SE DIFERENTE VÁ EMBORA
COMBINAR
PORQUE/POR QUE?
TAMBÉM
OLHOS NOS OLHOS
OLHAR
VIGIAR – VIGIA – VIGILANTE
AJUDAR
APRESENTAR
LIXO
BISCOITO
ADVOGADO
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DOIDO
PERIGO
VERMELHO
1.7 Expressões de Cortesia/Saudações
BOA NOITE
BOA TARDE
BOM CONHECER VOCÊ
BOM DIA
BOM FINAL DE SEMANA
COM LICENÇA
DESCULPA
FELIZ CONHECER VOCÊ
FIQUE À VONTADE (LIVRE)
OBRIGADO(A)
OI
OK
POR FAVOR
POR NADA
TCHAU, ATÉ LOGO
TUDO BEM?
1.8 Aprendizagem por associação e derivação : potencializar a aprendizagem a partir das
semelhanças
Movimento circular
FAMÍLIA
COMUNIDADE
REUNIÃO (R, 1 )
SOCIEDADE
OFICINA
POLÍCIA
DELEGADO
ORGANIZAR
JUSTIÇA
CERTO
Mão espalmada
CALMA
CUIDADO
DEVAGAR
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PASSEAR
RESPEITAR
OBRIGADO
SOLDADO
Letra V
VER/OLHAR/LER/OBSERVAR
VIGIAR
VIGILANTE
SEGUNDA-FEIRA
QUINTA-FEIRA
JOELHOS-CASTIGO
MANHÃ
BEIJO
BEIJO DE LINGUA
BEIJO CORPORAL
NÃO TER CULPA
VOTAR/DENTRO
SALÁRIO
DAR-RECEBER
ESQUECER
DESPREZO
FILHO
BONITO
GALINHA
LIMPO
MUNDO-PLANETA-TERRA
TODOS
CRIANÇA BOBA
25
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2.3 VESTUARIO
BLUSA
BOLSA
BONÉ
CALÇA
26
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CAMISA
CASACO
CHAPÉU
CINTO (vestuaria)
CINTO DE SEGURANÇA (automóvel)
CINTO DE SEGURANÇA (paraquedista-bombeiro)
LUVA
MANGA CURTA / LONGA / CAPUZ
ÓCULOS
SAIA
SANDÁLIA (CRUZANDO O PÉ)
SANDÁLIA (ENTRE OS DEDOS)
SANDÁLIA SALTO ALTO
SAPATO
SHORT
TERNO
VESTIDO
2.4 PROFISSÕES
ADMNISTRADOR
ADVOGADO
ARQUITETO
ASSISTENTE SOCIAL
BOMBEIRO
DELEGADO
DENTISTA
ECONOMISTA
EDUCADOR FISICO
ENGENHARIA
FARMACEUTICO
FISCAL/CONFERENCISTA
FISIOTERAPEUTA
MÉDICO
PEDAGOGIA
POLICIA – PM
PROFESSOR
PSICÓLOGO
VETERINÁRIO
VIGILANTE
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OBS : Não se ensina aos surdos a distinção entre polícias: POLICIAL CIVIL, MILITAR,
FEDERAL, BRIGADA, GRUPOS OPERACIONAIS, ESTADUAL, MUNICIPAL,
FEDERAL, tudo é policia. Quando muito POLICIA PM
De locação/incorporação
Apresentam aspectos locativos.
COLOCAR
LIVRO ARMA MÃO
EMPURRAR
MESA CARRO PESSOA
CAIR
PESSOA CARRO
CORTAR ALICATE
UNHA MECÂNICO
TESOURA
JARDIM PAPEL
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FACA
PÃO PESCOÇO MÃO
TROCAR, MUDAR
CASA VIZINHO DOCUMENTO ADULTERADO/FALSO
ABRIR
PORTA BOLSA MALA OLHOS
ENCHER
GARRAFA ESTÔMAGO BOLA DE BALA
PEGAR
COPO GARRAFA MALA NA MÃO
PERDER ROUBAR
LEI
DIREITO
DOCUMENTO
OFICIO
1. APOIAR/AJUDAR
2. APRESENTAR/MOSTRAR
3. AVISAR
4. BEBER
5. BRINCAR
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6. COMER
7. COMPRAR
8. COMUNICAR
9. CONHECER
10. DENTRO
11. ENCONTRAR
12. ESCONDER
13. ESQUECER
14. ESTAR LIMPO/ESTÁ TUDO CERTO
15. EXPLICAR
16. FALTAR (COISA)
17. FALTAR (PESSOA)
18. INOCENTE
19. IR/VIR (mesmo lugar)
20. IR/VIR (qualquer lugar)
21. JÁ VAI/VOU EMBORA (Lfecha para frente)
22. NÃO TENHO NADA A VER
23. NÃO TER CULPA
24. OLHAR/LER
25. PRECISAR
26. PROVA/TESTE
27. PROVAR/TER CULPA
28. SENTAR/CADEIRA
29. TER
30. TRABALHAR
31. VIAJAR/FUGIR/SAIR
32. VIGIAR
33. VER
34. OLHAR
35. PULAR
36. ANDAR
37. ANDAR (CORRER)
38. EM PÉ
39. JOELHOS
40. ERRAR
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Duas pessoas suspeitas estão girando a praça de alimentação sem comprar nada. Peço proteção
para abordagem
SUJEITO (FOCO) – VERBO – ADJETIVO
PESSOA 2 ANDAR CUIDADO APROXIMAR CUIDADO
Eu fui para casa mais cedo porque faltou energia e o trânsito é um inferno. Quando que parei
no sinal vermelho o doido do ciclista bêbado bateu na traseira do meu carro, voou, bateu no
carro do lado e caiu dormindo. Esperei uma hora para chegar o SAMU.
CARRO RUA SINAL VERMELHO BICICLETA HOMEM BÊBADO BATER ATRÁS
CAIR DORMIR DOIDO. AMBULÂNCIA DEMORA UMA HORA
Eu estou muito cansado e preciso de uma cadeira para sentar-me, pois estou ficando velho e
meus pés estão me matando
POR FAVOR CADEIRA CANSADO POR FAVOR ONDE?
Em caso de algema colocar na frente para dar condições para o surdo se comunicar
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3.6 Documento
1. ADULTERADO
2. CARTEIRA DE HABILITAÇÃO
3. CERTIDÃO CASAMENTO
4. CERTIDÃO NASCIMENTO
5. CERTIDÃO ÓBITO
6. COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA
7. CÓPIA
8. CPF
9. DOCUMENTO DO VEÍCULO
10. IDENTIDADE
11. MUDAR NOVO
12. ORIGINAL
13. VELHO
CURIOSIDADE : A carteira de identidade do surdo estava com a foto de infância, ele abriu o
plástico e colocou a foto atualizada. A ser repreendido pelo policial, não aceitou e foi resisitente
porque a foto é dele. Não entendeu que com a mudança, mesmo o documento sendo dele, estava
adulterado.
3.7 Comunicação
1. CARTA – MULTA
2. COMUNICAÇÃO
3. E-MAIL
4. MENSAGEM CELULAR
5. TELEFONE
3.8 Veículos/transporte/via
a.Classificador/marcador
1. AMBULÂNCIA – SAMU
2. AVIÃO
3. BARCO-NAVIO-FRAGATA-LANCHA
4. BICICLETA
5. CALÇADA
6. CAMINHÃO
7. CARRO/VIATURA
8. CARROÇA
9. CARRO-ÔNIBUS-MOTO
10. CHAVE DA PORTA
33
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4.3 Mês
1. JANEIRO
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2. FEVEREIRO
3. MARÇO
4. ABRIL
5. MAIO
6. JUNHO
7. JULHO
8. AGOSTO
9. SETEMBRO
10. OUTUBRO
11. NOVEMBRO
12. DEZEMBRO
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4.7 ESCOLARIDADE
1. ALUNO – ESTUDANTE – AULA
2. AVALIAÇÃO
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11. LESBICA
12. MORTE
13. MULHER
14. MULHER
15. NASCER/CIDADE
16. PESSOA
17. SEXO
18. TRAVESTI
19. VELHO – IDOSO
20. VIDA
5.4 Relacionamentos,
1. RELACIONAMENTOS
2. AMANTE
3. AMIGO
4. CASAR
5. DESPREZO
6. DESPREZO
7. DIVORCIAR
8. FICAR
9. JUNTO
10. LIVRE
11. NAMORAR
12. NOIVAR
13. PAQUERAR
14. SEPARAR
15. SOLTEIRO
16. TERMINAR
17. VIUVO
5.5 Familia
1. FAMILIA
2. ADOTADO
3. CUNHADO
4. ENTEADA
5. FILHO
6. IRMÃO
7. IRMÃO GEMEO (2,3,4)
40
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8. MADRASTA
9. MADRINHA/PADRINHO
10. MÃE
11. NETO
12. PADRASTO
13. PAI
14. PRIMO
15. SOBRINHO
16. SOGRO
17. TIO
18. VOVO
5.6 Sentimentos/adjetivos
1. SENTIMENTOS - INTENSIFICADOR
2. AMOR
3. APAIXONADO
4. ASSUSTAR
5. CANSADO
6. CERTO
7. CHATO
8. CHORAR
9. CIUME
10. CONFUSÃO 2
11. CONFUSÃO muito
12. DE BOCA ABERTA
13. DIFICIL
14. DOR
15. EMOCIONADO
16. ERRADO
17. FELIZ
18. GOSTAR
19. MAU
20. MEDO
21. MENTIRA
22. ÓDIO
23. PROBLEMA
24. PROCURAR
25. RAIVA
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26. RUIM
27. SAUDADE
28. SO
29. SOLIDÃO
30. TRISTE
31. VERDADE
5.7 Adjetivos
1. ALTO ( GRANDE)
2. BAIXO (PEQUENO)
3. BOM / BEM
4. BONITO
5. CALOR
6. CANSADO
7. CHEIO
8. CONGELADO
9. DEMORA
10. DEVAGAR
11. DIFERENTE
12. FEIO
13. FELICIDADE
14. FELIZ
15. FORTE – COISA
16. FORTE – PESSOA
17. FRACO
18. FRIO
19. GORDO
20. IGUAL
21. LIMPO
22. LOTADO
23. MAGRO
24. MAIS
25. MAIS OU MENOS
26. MAS
27. MAU
28. MELHOR
29. NADA
30. NOVO
42
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31. PAZ
32. PIOR
33. POBRE
34. PREGUIÇA
35. QUENTE
36. RAPIDO
37. RICO
38. RUIM
39. SUJO/LIXO
40. TRISTE
41. VAZIO- NADA
42. VELHO
5.8 Adverbios
1. AINDA
2. ANDAR (N, 1,2,3)
3. DEVAGAR
4. MUITO
5. MULTIDÃO
6. NUNCA
7. ONDE
8. QUASE
9. RAPIDO
10. SEMPRE
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37. JANELA
38. LAMPADA
39. LAVAR
40. LENÇOL
41. LIQUIDIFICADOR
42. LIXEIRA
43. MAQUINA DE LAVAR PRATO
44. MAQUINA DE LAVAR ROUPA
45. MESA
46. MICROONDAS
47. NOTEBOOK
48. PANELA
49. PANELA DE PRESSÃO
50. PAPEL HIGIENICO
51. PENTE/ESCOVA CABELO
52. PIA
53. PISCINA
54. PISCINA
55. PRATO
56. QUARTO
57. RAMPA
58. REDE
59. SABÃO LIQUIDO
60. SABÃO PEDRA
61. SABÃO PO
62. SALA ESTAR
63. SOFA
64. TABLET
65. TAPETE
66. TOALHA
67. TORNEIRA
68. TRAVESSEIRO
69. TV
70. VASO SANITARIO
71. VENTILADOR
72. VIZINHO
73. XICARA
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6.2 - Alimentos
1. ABACATE
2. ABACAXI
3. ABOBRINHA
4. AÇUCAR
5. AGUA
6. ALFACE
7. ALHO
8. ALIMENTOS
9. ALMOÇO
10. ARROZ
11. AZEITE
12. BALA/BOMBOM
13. BANANA
14. BATATA FRITA
15. BISCOITO
16. BOLO
17. CACHAÇA
18. CACHORRO QUENTE
19. CAFE
20. CAJU
21. CAMARÃO
22. CARNE (BOI)
23. CEBOLA
24. CENOURA
25. CERVEJA
26. CHOCOLATE
27. CHUCHU
28. CHURRASCO
29. COCA
30. COCO
31. COENTRO
32. COXINHA
33. DELICIA
34. DOCES
35. DOCES
36. ESPUMANTE
37. FARINHA
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38. FEIJÃO
39. FOGO
40. FOME
41. FOME
42. FRUTAS
43. GALINHA
44. GUARANA
45. HAMBURGUER
46. JERIMUM
47. LARANJA
48. LARANJADA
49. LEITE
50. LIMÃO
51. MAÇÃ
52. MACARRÃO
53. MACARRÃO
54. MAIONESE
55. MAMÃO
56. MANGA
57. MANTEIGA
58. MELANCIA
59. MELÃO
60. MILHO
61. MISTURAR
62. MORANGO
63. OLEO
64. ÓLEO
65. OVO FRITO
66. PANELA
67. PÃO
68. PEIXE
69. PÊRA
70. PIPOCA
71. PIZZA
72. PRESUNTO
73. QUEIJO
74. SAL
75. SAL
76. SALGADINHO
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7.2 – Lugares
1. LUGARES
2. BAIRRO
3. BANCO
4. BAR
5. CIDADE
6. CINEMA
7. CORREIOS
8. FAIXA PEDESTRE
9. FARMACIA
10. FAVELA/COMUNIDADE
11. FAZENDA
12. FEIRA
13. HOSPITAL
14. HOTEL
15. IGREJA
16. INTERIOR
17. LANCHONETE
18. LOJA
19. MOTEL
20. PERNAMBUCO
21. PONTE
22. PRAÇA
23. RECIFE
24. RESTAURANTE
25. RUA/AVENIDA
26. SEMAFORO
27. SUPERMERCADO
28. VIADUTO
29. YOUTUBE
7.3 ANIMAIS
1. ABELHA
2. ARANHA
3. BALEIA
4. BARATA
5. BODE
6. BOI, VACA
50
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7. BORBOLETA
8. BURRO
9. CACHORRO
10. CAMARÃO
11. CAVALO
12. COBRA
13. COELHO
14. ELEFANTE
15. FORMIGA
16. GALO, GALINHA
17. GATO
18. GIRAFA
19. HIPOPOTAMO
20. JACARE
21. LEÃO
22. LEÃO
23. LOBO
24. MACACO
25. MORCEGO
26. MOSCA
27. MOSQUITO DENGUE
28. ONÇA
29. OVELHA
30. PASSARO, PINTO
31. PATO
32. PEIXE
33. POMBO
34. POMBO
35. PORCO
36. RATO
37. RINOCERONTE
38. SAPO
39. TARTARUGA (JABUTI)
40. TARTARUGA MARINHA
41. TIGRE
42. TUBARÃO
43. ZEBRA
51
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7.4 – NATUREZA
1. AGUA
2. AR
3. ARCO-IRIS
4. ARVORE
5. CEU
6. CHUVA
7. ESTRELA
8. FLOR
9. FLORESTA
10. FOGO
11. LUA
12. MAR
13. MONTANHA
14. NUVEM
15. PEDRA
16. PRAIA
17. RAIO
18. RIO
19. SOL
20. TERRA
52
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Laboratório de Libras para a Adequação/adaptação dos livros didáticos por ano e disciplina em Libras
comunicação bilíngue para acessível a todos os níveis de surdez em conformidade com os PCNs;
aspectos socioculturais da informação e formação profissional
educadores: professor,
instrutor e interprete de Produção de noticias da semana, documentários acessível em Libras para
Libras escolar todos os níveis de surdez
115 horas
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1. Recursos da Libras
Não basta aprender os sinais isolados da Libras. Neste momento da aprendizagem você
vai compreender quais e como os recusos da língua de sinais podem ajudar na fluência da
comunicação.
1.2 Classificadores
São configurações das mãos que substituem um determinado sinal, representando
animais, objetos, pessoas, ambientes e natureza.
Os CL facilitam a comunicação tornando-a mais leve e de fácil compreensão.
Substituir um sinal por um classificador é atribuir-lhe um significado que atende a sua
característica física, qualidade, condição.
CL podem utilizar elementos do desenho geométrico e configurações com formas
diferentes. Pode ser a marca (ex : pneu no chão para carro, moro ; animal : para do leão, cahorro,
elefante), um formato (dedo indicador : pessoa em pé, poste, estaca).
Exemplos:
- PESSOA: ANDAR, PARAR, CAIR, SUBIR, LEVANTAR, PULAR, PULAR-DE-ALEGRIA;
- OBJETO / COISA:
• MOTO, CARRO, CAMINHÃO;
• IMPLODIR/EXPLODIR, POSTE;
• LIVRO E CADERNO (FOLHA, PAPEL), COPO, MESA, ARMÁRIO;
• BRINCADEIRA: CORRER, PARAR, SENTAR, JOELHOS, DEITADO, ATRÁS, NA
FRENTE, BATER;
- ANIMAL : LEÃO, ELEFANTE, CACHORRO, AVES, BARATA,
- AMBIENTE E NATUREZA: SOL (ALVORADA, PÔR DO SOL, RAIOS DO SOL), MAR
(ONDA, TISUNAME), ÁRVORE (TRONCO, PAU, ESTACA), CHUVA, CÉU (NUBLADO),
VENTO-TEMPESTADE.
1.3 Marcadores
Definem a distribuição espacial na narrativa. Variam segundo a posição definida no
diálogo para os diferentes sujeitos, objetos e coisas, contribuindo para identificar cada um dos
personagens em cada ambiente.
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Direção e Condição:
21. LADO DIREITO
22. LADO ESQUERDO
23. ATRÁS
24. FRENTE
25. SEGUIR
26. FACE A FACE
27. DEFRONTE
28. EM CIMA
29. EM BAIXO
30. NO MEIO
31. ENTRAR
32. SAIR
33. CAIR
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34. DERRUBAR
35. MUDAR
36. SUBSTITUIR
37. TRANSFORMAR
1.4 Construção frasal em libras
Clareza, objetividade, diretividade, assertividade, sem rodeios.
A senhora sabe que é infração conduzir o veículo com defeito no sistema de iluminação, a
lâmpada lateral traseira está queimada.
DIRIGIR LÂMPADA APAGADA DEFEITO PROIBIDO MULTA
Duas pessoas suspeitas estão girando a praça de alimentação sem comprar nada. Peço
proteção para abordagem.
SUJEITO (FOCO) – VERBO – ADJETIVO
PESSOA 2 ANDAR CUIDADO APROXIMAR CUIDADO
Eu fui para casa mais cedo porque faltou energia e o trânsito é um inferno. Quando parei no
sinal vermelho, o doido do ciclista bêbado bateu na traseira do meu carro, voou, bateu no
carro do lado e caiu dormindo. Esperei uma hora para chegar o SAMU.
CARRO RUA SINAL VERMELHO BICICLETA HOMEM BÊBADO BATER ATRÁS
CAIR DORMIR DOIDO. AMBULÂNCIA DEMORA UMA HORA
Eu estou muito cansado e preciso de uma cadeira para sentar-me, pois estou ficando velho e
meus pés estão me matando.
POR FAVOR CADEIRA CANSADO POR FAVOR ONDE?
Temas diversos
Material de escritório e Equipamento de Segurança Pública;
Legislação sinalizada: normas de trânsito, abordagem policial, abordagem de trânsito e socorros
de urgência.
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33. CAPACETE
34. MORTE:
a. TIRO
b. FACA/PUNHAL
c. AFOGADO
d. QUEIMADO
e. ACIDENTE DE CARRO
f. VENENO
g. DOENÇA
h. AVC
i. INFARTO
j. TRAIÇÃO
k. CHOQUE
2.2 Situação
1. PRENDER – PRISÃO – CADEIA
2. CADEIRA
3. CARTA
4. MULTA
5. PASSEATA
6. ENTERRO – FUNERAL
7. MANIFESTAÇÃO
8. RUA – RODOVIA
9. PESSOAS
10. CARRO/VEÍCULO
11. ESCOLTA
12. DESFILE
13. RUA INTERDITADA
14. CAVALETE
15. GELO BAIANO
16. BATEDORES
17. PASSEIO CICLÍSTICO
18. ESTOU LIMPO – NÃO TENHO NADA A VER COM ISTO
19. SOU INOCENTE
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4. ERRADO
5. FALTAR
6. VENCIDO/VELHO
7. QUEBRADO/DANIFICADO
8. ACIONAR/LIGAR/ACENDER
9. DESLIGAR
10. VEÍCULO DETIDO
11. EXTINTOR INCÊNDIO VELHO FRACO (VENCIDO)
12. PNEU ESTEPE
13. SUBSTITUIR
14. VELHO-LISO (CARECA)
15. CHAVE RODAS
16. ELEVADOR (MACACO)
17. TRIÂNGULO
18. CORDA
19. ACELERADOR ACIONAR
20. FRENAGEM-FREIO ACIONAR
21. LATERAL ACIONAR
22. PISCA ALERTA ACIONAR
23. FAROL ACIONAR
24. ERRADO
25. REMOÇÃO/REBOQUE/GUINCHO
26. MALA ABRIR
27. CAPÔ ABRIR
28. ABRIR BAÚ
29. PISAR FREIO
30. LIGAR SETA
31. LIGAR FAROL
32. DIFERENTE ORIGINAL/MUDAR CARRO DOCUMENTO (adulterado)
33. LEI SECA
34. ETILÔMETRO
35. CINTO DE SEGURANÇA
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As demais técnicas DVSA e o Tripé da Aprendizagem consultar livro : surdez, cognição visual e
Libras, ed.4, 2014.e no ambiente AVA.
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Estes temas são abordados com profundidade nos textos disponiveis no AVA e nos
livros utilizados como material de apoio.
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Produção de Material Produção de temas do livro didático adaptado em Libras para vivências
Educativo bilíngue e escolares. A aplicação das Técnicas e métodos voltadas para a cognição
visual em Libras.
inclusivo adaptado em
Libras
30 horas
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TEXTOS DE APOIO6
Historicidade
6
Fonte : Falcão, L . A. Surdez, cognição visual e Libras, ed4ª, 2014 ; Educação de surdos :
Comportamento, Escolarização e Mercado de Trabalho, 2015.
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3. A pessoa surda
A pessoa surda não é digna de pena nem do sentimento de coitadinho, muito menos ser
tratado como estrangeiro nem refém de terceiros como pais, professores e intérpretes que
assumam sua fala e seus sentimentos por toda a vida.
A pessoa surda não é muda. Mudo é aquele que não consegue se comunicar e o surdo
quando interage sinalizando está se comunicando, então não é muda. Apenas usa um canal de
comunicação diferente que são as mãos, os gestos e expressões faciais com ritmo e cadência
linguística.
A surdez não invalida o indivíduo, seu intelecto nem sua sociogênese, contudo, para que
isto ocorra, todos os ambientes sociais devem ser adequados ao modelo bilíngue Libras/LP.
A surdez não é algo novo, nem é uma doença infecto-contagiosa, muito menos se carrega
no bolso como portador de um documento, nem a pessoa tem um “problema” por ser surda.
A pessoa com deficiência, limitação ou perda auditiva é surda, para onde for e de onde
vier, faz parte da sua estrutura biológica, física, funcional sensorial e cultural. Mas esta situação
pessoal não implica, necessariamente, em comprometimento intelectual nem social e a Libras é o
caminho desta qualificação.
Uma pessoa, independente se surda ou ouvinte não é igual à outra. Ninguém pode ser
tratado de forma linear e objetiva como se não existissem necessidades, interesses, valores,
saberes em constante dinamismo intelectual.
No tocante aos surdos, além da variação sensorial entre as pessoas surdas (profundo,
severo, moderado, leve), ainda existe variação de uma orelha para outra. Ao se diagnosticar uma
pessoa totalmente surda, ainda existe a possibilidade de com o uso de aparelho protético conferir
algum resíduo auditivo e esta diferença é fator determinante da qualidade de vida e de interação
com o mundo.
Os surdos com residual auditivo leve e moderado são aprendizes diferenciados daqueles
do tipo severo e profundo, não se pode nivelar a todos a um mesmo modelo de comunicação,
relação e ensino. Este diagnóstico difere totalmente nos resultados, na forma e na definição do
processo metodológico educacional a ser proposto. Não se pode nivelar a educação dos surdos
como se todos fossem surdos profundos e educá-los da mesma forma, pois a maioria apresenta
residual auditivo e pode, com o apoio das tecnologias, se tornarem mais facilmente num sujeito
aprendente comum e livre.
A inclusão das pessoas surdas passa a se (re)estruturar num conjunto de ações políticas e
sociais cuja responsabilidade também é de todos, homens e mulheres, jovens, adultos e idosos,
com ou sem deficiência, que pelo domínio da língua de sinais intermediam valores, princípios,
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4. Cognição visual
Cognição visual é o produto do ensino e aprendizagem diferenciada adquirida pelos
surdos. O processo se dá pela oferta da descrição visual sinalizada. Esta aquisição do
conhecimento através de sinais com estímulos visuais cognoscíveis, diferenciados e específicos
faz a diferença interpretativa, reflexiva, lógica a ser construída na mente das pessoas surdas para
que não sejam considerados incapazes.
Cognição visual é a aquisição de todo o conhecimento produzido e disponível ao homem
adaptado pela língua de sinais para os sujeitos surdos com um padrão multissensorial e
multidimensional por apresentar uma especificidade sensorial cognitiva visual em decorrência da
deficiência auditiva.
A cognição visual tem objetivos educacionais emancipatórios do humano, estão
apropriados às pessoas com surdez, principalmente aquelas com níveis profundos e severos, e se
dá quando múltiplos fatores sensoriais contribuem para esta aquisição.
Na cognição visual estão envolvidos como elementos educativos: a percepção, a
observação e a análise dos fenômenos e objetos que são “vistos” e armazenados como registro
mental de aprendizagem visual. Este acontecimento se passa intencionalmente com o olhar
educativo cognitivo, quando os objetivos e os desejos estão focados na imagem com o propósito
de ser e de ter aquisição cognitiva com distinção, curiosidade, investigação (re)interpretativa
para que possa ocorrer uma aprendizagem significativa, necessária à estruturação mental
humana, principalmente daqueles que apresentam limitação auditiva, tanto da afetividade quanto
do seu intelecto como aquisição do conhecimento humano popular e científico.
Ninguém nasce pronto nem aprende sem a relação com o outro. As crianças surdas
precisam ser preparadas para receber as informações através de sua condição de aprendizes pela
cognição visual para que se sintam acolhidas social e afetivamente, para que não sejam
discriminadas pela sua fala diferente da maioria das pessoas, mas que não significa
necessariamente, uma deficiência cognitiva, intelectual ou mental. Apenas falam, se comunicam,
se expressam, dialogam com o mundo pelas mãos.
Isto quer dizer que todos os ambientes devem ser reestruturados e reestruturantes pela
sinalização visuo-gestual e que seja intencionalmente educativa e, de preferência, auto-
explicativa, para que se estabeleça uma comunicação efetiva e promissora, potencializando
habilidades e acesso às informações e ao trabalho com autonomia, liberdade e independência.
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Para isto, é necessário um esforço colaborativo, e um dos desafios dos educadores (familiares e
professores) é o de garantir a aprendizagem regada de conquistas e confiança mútua pela
informação e comunicação visual ao encontro do conhecimento humano.
A cognição visual não se adquire com o olhar comum, sem intencionalidade, com
simplicidade e simplificação, do “olhar por olhar”, ver e já pensar que aprendeu, entendeu,
compreendeu e que com isto já domina o conhecimento concreto e abstrato, objetivo e subjetivo,
sua forma, função, estrutura, ação, variáveis, sentimentos e valores pessoais e coletivos. Não se
pode admitir que o conhecimento a ser adquirido ocorra “apenas pelo simples olhar”, como se
fosse apropriado e apreendido por osmose e que naturalmente ocorre pela simplicidade do olhar
contemplativo sem ser investigativo, curioso, pesquisador, crítico.
As crianças surdas, assim como diversas outras crianças em idade pré-escolar,
apresentam inúmeras dificuldades de aprendizagem que repercutem diretamente no
comportamento.
A capacidade de compreensão e abstração de enunciados, da legislação, dos limites e
possibilidades de mobilidade e reconhecimento da legislação devem ser trabalhados com as
pessoas surdas com muito mais detalhamento. A Técnica da Descrição Visual Sinalizada é um
bom começo para este entendimento.
A falta ou limitação da audição compromete a capacidade de análise e crítica, de
percepção, abstração, e com isto, a leitura adequada de imagens fica comprometida, necessitando
que essas crianças sejam acompanhadas de forma individualizada, com a utilização de recursos e
métodos diversificados, com estímulos multissensoriais, para que de fato possa se garantir a
informação apropriada à aquisição da cognição visual.
Embora à primeira vista pareçam sem problemas, quando olhados com mais atenção
apresentam dificuldades de várias ordens, desde lentidão na aprendizagem, problemas
nas aquisições da leitura e escrita, na aritmética, na memorização, na atenção [...]
verifica-se que a percepção visual é um aspecto muito importante a melhorar, visto ser a
base para uma correta leitura de imagens, que vai ser fundamental para uma boa
assimilação (DIAS & CHAVES, 2001 apud FALCÃO, 2011).
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uma célula. Sequer viram falar sobre os estados físicos da natureza como sólido, líquido e
gasoso. Neste tema tudo se resume a água, óleo, combustível, pedra, duro, vento. Energia é a da
corrente elétrica. São saberes fragmentados e desprovidos de correlações conceituais. Não
aprendem a escrever a LP, não aprendem a ler, a pensar nem a refletir sobre o conhecimento, as
disciplinas são estranhas porque alienada é a informação que não garante aprendizagem nem
aquisição de conhecimento significativo o que determina baixos níveis de interpretação do
mundo, de aprendizagem e de motivação para continuar estudando. Aqueles que abandonam a
escola respondem que possuem a mente fraca. Os que permanecem na escola acreditam no
encontro diário com outros surdos evitando o isolamento familiar.
O que fizeram esses surdos nas escolas durante toda a sua vida escolar?
No final do ano, cobram dos "facilitadores" sua entrada na universidade, assim como
ocorrera ao longo de sua vida nas cadeiras escolares quando professores e intérpretes respondiam
suas provas ou davam os gabaritos das questões. E acostumados a receberem tudo nas mãos
cobram dos interpretes aprovação em concursos públicos sem que lhes sejam dados limites nem
determinações mais efetivas do papel e da responsabilidade social.
A deficiência auditiva não é incapacitante social, educacional, cognitiva nem intelectual
para as pessoas surdas. Alguns autores até já falam que a deficiência está na sociedade, pais e
professores, que não sabem como se comunicar, educar ou lidar com a língua de sinais mediando
a dialogenia e a sociogênese dos surdos.
É da família a responsabilidade de estruturar o mental e o comportamental da criança. De
construir a relação conceitual de cada palavra com valores e princípios sociais, culturais para que
possam construir e ressignificar suas representações e posição no mundo. Com uma criança
surda também cabe à família reestruturar em sinais os conceitos, valores, representações de cada
sinal com toda sua carga política, ideológica, semântica, interpretativa reestruturantes do
conhecimento e determinantes da formação de cada indivíduo. Ou seja, não se pode delegar a
professores nem a intérpretes esta responsabilidade. Cada criança surda deve chegar à escola
com esta bagagem cognitiva, da mesma forma que chegam as crianças ouvintes.
As famílias com crianças surdas precisam aprender e serem orientadas para a estruturação
de um planejamento estratégico comunicacional em sinais, a ser trabalhado com a criança por
toda a vida. Mas se nada é feito logo no primeiro ano de vida e se espera durante toda a infância
que a criança chegue a uma escola para poder apreender valores sociais e símbolos para se
comunicar com mais efetividade, são anos perdidos de uma aprendizagem que não ocorreu, mas
se instalou uma relação perversa e desequilibrada de distanciamento e frustrações.
Os aspectos colaborativos e de compartilhamento, solidariedade e compreensão mútua são
praticamente inexistentes ou inconsistentes. O egocentrismo não permite a visão multiangular e
tridimensional, nem adaptar o próprio ato aos do parceiro.
A “falta de comunicação linguística na família” é, segundo Solé (2005), a causa desses
conflitos. A noção de consciência de si é limitada tanto para a família como para a estruturação
da psiquê do sujeito surdo que pouco (ou quase nunca) desperta da necessidade, dos valores e do
privilégio da reflexão e diálogo sobre a condição de vivência humana, da qualidade e intensidade
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Cego: conversando a gente se entende; deficiente físico: dá-se um jeito, carrega para um
lado ou para o outro, conversa com os pais; Deficiente mental: eu nunca peguei não, mas
minhas colegas dizem que são meigos e carinhosos, que alguns limites a gente precisa dar
e tem muito a ver como que a família trabalha com eles; mas o danado do surdo que não
para quieto, brigam e fazem zoada o tempo todo, tudo que a gente ensina num dia no
outro eles não se lembram mais de nada, faltam a maioria das aulas, as mães fazem deles
suporte de coletivo, pois para não pagar passagem levam eles para tudo quanto é canto e
8
eles, coitados, ficam sem as aulas. É difícil.( FALCÃO, 2011)
Uma outra professora afirma que tem sete alunos na sua sala, sendo que “apenas 3 são
surdos, um é cego, outro tem baixa visão e os outros são mental”. O que podemos refletir sobre
esta realidade escolar quanto a educação das crianças surdas?
Despreparo dos professores?, desconhecimento dos pais sobre a língua de sinais?
Inclusão perversa?
A maioria dos professores de sala regular que receberam alunos surdos não está
preparada nem em Libras nem na educação dos surdos, ocorre que repassam essa demanda e
toda a responsabilidade educacional aos ILS. Alguns professores assumem este “repasse” da
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Depoimento de professor de sala de aula dita inclusiva
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A construção de uma sociedade inclusiva passa pelo aprimoramento das relações sociais,
pela compreensão de que o verdadeiro pensamento inclusivo é aquele que não categoriza
as pessoas por ordem de valor, valor esse atribuído através de estereótipos, estigmas,
conhecimentos instituídos; pensar inclusivamente é aprender a olhar cada pessoa e buscar
nela seu valor real, construído nas relações cotidianas, nos seus sonhos e expectativas e
nas suas ações concretas no mundo. (BARTALOTTI, 2006 apud FALCÃO, 2007).
Cabe ao ser humano, independente se surdo ou ouvinte, uma vida digna e plena de
satisfações, realizações e de descobertas, desafios, conquistas sociais, culturais, afetivas e
intelectuais, cuja história pessoal e coletiva seja escrita na labuta e na convivência pacífica com a
humanidade, com responsabilidade e consciência do eu com o outro, como ser social.
As pessoas surdas não merecem nem precisam viver sob a égide da deficiência e do
benefício assistencial baseado no mínimo de rendimentos que não lhes permite trabalhar, ser
produtivo, nem almejar alternativas educacionais de profissionalização com dignidade e
produtividade, porque a escola ou o mercado de trabalho não o reconhece como sujeito
produtivo, aprendente, responsável ou menos ainda, porque o modelo corporativista e
paternalista da sociedade ainda se instala como um discurso sombrio e indispensável de
mediadores oportunistas que não conduzem a sua liberdade com autonomia, alteridade e
responsabilidade social.
Ao redirecionarmos os valores sociais na perspectiva das potencialidades laborais das
pessoas com deficiência, reestruturamos a acessibilidade e a qualidade da empregabilidade pela
adequação do mercado de trabalho.
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Uma sociedade inclusiva vai bem além de garantir apenas espaços adequados para todos.
Ela fortalece as atitudes de aceitação das diferenças individuais e de valorização da
diversidade humana e enfatiza a importância do pertencer, da convivência, da cooperação
e da contribuição que todas as pessoas podem dar para construírem vidas comunitárias
mais justas, mais saudáveis e mais satisfatórias.(SASSAKI, 2006).
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, que
dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
Brasília, DF: [s.n.], 2005.
FALCÃO, L. A. B. Surdez, Cognição visual e Libras : estabelecendo novos diálogos. Recife : Ed. do Autor. 2014. p.
453 il.
______. Educação de surdos: ensaios pedagógicos. Recife : Ed. do Autor. 2012. p. 314.
______. Aprendendo a Libras e reconhecendo as diferenças: um olhar reflexivo sobre a inclusão : estabelecendo
novos diálogos. Recife : 2ª, Ed. do Autor, 2007. 343p.
SOLE, M. C. P. O sujeito surdo e a psicanálise: uma nova via de escuta. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2005. p.183.
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