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Recife, 2016

Curso de Libras - Módulos I a IV

Capa
Patrícia Pordeus

Diagramação e Editoração Eletrônica


Luiz Albérico Falcão

F178a Falcão, Luiz Albérico Barbosa.


Curso de Libras: Módulos I e II - Caderno do Aluno / Luiz Albérico Barbosa
Falcão ; Patrícia Rocha Pordeus. – Recife: O Autor, 2014.
72 p. : il.

1. Libras. 2. Língua de sinais – Educação de Surdos – Formação


Docdente – Instrutor . I. Título.

CDU 81’221.24

Endereços Eletrônicos:libras.pernambuco@gmail.com.br ; cirandaauditiva@gmail.com

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Prof. Dr. Luiz Albérico Falcão
Profa. Msc. Patrícia Pordeus
libras.pernambuco@gmail.com / cirandaauditiva@gmail.com
Curso de Libras - Módulos I a IV

MENSAGEM AO CURSISTA
Concordamos com o entendimento contemporâneo de que a surdez determina ao sujeito com deficiência
auditiva severa e profunda uma diferença linguística. Há de se conhecero grau de comprometimento
auditivo para estruturar a condição de aprendente oral e/ou visuogestual afim de minimizar os riscos de
conflitos afetivos, cognitivos e educomunicacionais.
Para isto, o diagnóstico deve ser precoce e a intervenção, diante da surdez severa e profunda deve ser
imediata com a inserção da língua de sinais pela familia e em todos os ambientes de interação para que
se garanta o mínimo de formação humana com afetividade e cognição adequadas à estruturação de cada
sujeito enquanto pessoa humana. Assim, a socialização e dialogênese desses individuos será possível.
Mas antes é preciso definir:
Quem é o sujeito surdo do nosso discurso?
Quais e como as experiências e vivências foram trabalhadas na perspectiva da aprendizagem
significativa?
Qual o nível de residual auditivo e quais os recursos tecnológicos (Aparelho de Amplificação Sonora
Individual- AASI, implante coclear) são utilizados para minimar os danos causados pela ausência total
e/ou parcial dos estímulos sonoros no indivíduo?
E ainda, qual a idade em que foi instalada a deficiência, se no período pré ou pós linguístico?
Desta forma, Apenas afirmar que o sujeito é "surdo" sem que se faça todo um estudo minuncioso desses
aspectos individuais e sociais é leviano e prejudicial para a sua integridade humana.
A depender do nivel de surdez, da uniformidade da falta/falha da audição (uni ou bilateral), da
adequação dos recursos e estratégias educomunicacionais desde o espaço familiar ao escolar e laboral
pode-se redesenhar a vida mais comum ou desestruturar cada sujeito com surdez severa e profunda.
A depender do nível de surdez, da baixa qualidade dos estímulos e da interação com o mundo pode-se
comprometer aspectos da afetividade e da socialização.
Diante da surdez severa e profunda bilateral é indispensável a (re)estruturação do padrão assistencial
linguístico visuogestual, afetivo e cognitivo. Assim, cada família com criança surda prescinde estabelecer
o diálogo sinalizado afetivo e efetivmente educativo como principio de humanização do humano diante
da sua humanidade na condição de cidadania plena.
Definitivamente assumimos que a pessoa surda é potencialmente capaz de apreender e se constituir da
humanidade muito mais do que a deficiência em si permite que seja.
No mundo planetário onde o homem se encontra partícipe, interdependente e interconectado com os
demais seres vivos, neste período de pós-modernidade, não cabe a separação nem a segregação entre
ouvintes e surdos.
A reorganização e valoração da diversidade implica num modelo inclusivo produtivo, colaborativo,
compartilhado e, acima de tudo, contagiado pelo amor e a espiritualidade como sinônimos e expressão
da divindade em cada ser vivente.
Por fim e apenas no começo, não se aprende Libras com as mãos ocupadas. Liberte-se das amarras que
a sociedade lhe impôs para soltar o corpo e suas expressões e entregue-se a este fantástico mundo da
comunicação visuogestual que não tem dono, apenas somos usuários e passageiros como a vida !!!
Luiz Albérico Falcão
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Profa. Msc. Patrícia Pordeus
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Curso de Libras - Módulos I a IV

PLANO DO CURSO DE LIBRAS - MÓDULO I

1. Nome do curso: Curso de Libras – Módulo I


2. Público-alvo: Estudantes e profissionais das áreas de Educação, Saúde, Administração e Gestão.
3. Objetivos de aprendizagem:
Ao final do curso, o participante deverá ser capaz de:
 Reconhecer os sinais da Libras em diferentes ambientes estabelecendo comunicação sinalizada;
 Desenvolver os sinais primários da Libras em diferentes situações do cotidiano;
 Apresentar um diálogo inicial com temas diversos em Libras.
4. Planejamento do Curso:
4.1. Carga Horária: 280 horas/aula.
4.2. Conteúdo Programático:
1. Sinal: Parâmetros da Libras; Datilologia: alfabeto manual; Quadro Associativo das
Configurações;
2. Saudações e expressões de cortesia; cores e vestuário; profissões ;
3. Verbos: Tipos de verbos, tipos de frases e construção frasal em Libras; Documentos; meios de
comunicação; meios de transporte;
4. Numerais: ordinal, cardinal, quantidade; dias da semana, meses, datas comemorativas; material de
escritório e escolaridade
5. Relacionamentos e família; pronomes pessoais; pronomes possessivos, adjetivos e intensificador
do sinal;
6. Ambientes e coisas de casa, higiene pessoal e saúde e alimentos e bebidas;
7. Lugares, Animais e Natureza.
5. Metodologia:
5.1. Metodologia de Ensino: uso da técnica categorização associativa das configurações e da descrição
visual sinalizada com derivação e associação dos sinais da Libras. Os alunos identificam os sinais e a
comunicação sinalizada através de leitura de imagens, exposição dialogada com estudos de caso,
simulação de ocorrências, produção e discussão de videogravação.
5.2. Metodologia de Avaliação da Aprendizagem: as atividades avaliativas são desenvolvidas durante o
curso e ocorrem em caráter formativo. E ao final do curso os alunos apresentam diálogo em Libras, são
avaliados individualmente com leitura de imagem, ditado de datilologia, sinais e frases com produção e
discussão de videogravação. O Múdulo I é pré-requisito para ingressar no Módulo II.

O curso de libras está formatado no modelo semipresencial com encontros presenciais e videoaulas em ambiente virtual
de aprendizagem.
O aluno deve ter autonomia para buscar no ambiente os conteúdos trabalhados neste caderno do aluno.
Realizar todas as atividades presenciais e ead, cada uma com 50% de crédito para aprovação.

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PLANO DO CURSO DE LIBRAS - MÓDULO II

1. Nome do curso: Curso de Libras – Módulo II


2. Público-alvo: Estudantes e profissionais das áreas de Educação, Saúde, Administração e Gestão.
3. Objetivos de aprendizagem:
Ao final do curso, o participante deverá ser capaz de:
 Distinguir o uso de diferentes recursos da Libras na comunicação com surdos sinalizantes;
 Desenvolver a habilidade comunicacional com fluência em Libras com uso dos recursos da Libras;
4. Planejamento do Curso:
4.1. Carga Horária: 280 horas/aula.
4.2. Conteúdo Programático:
 Estrutura comunicacional e frasal em libras : clareza, objetividade, cadência, fluência e ritmicidade;
 Recursos da Libras : Traço Distintivo, Classificadores e Marcadores (lugar, condição, aspecto,
forma, superfície, dimensão, textura, direção);
 Construção do cenário em Libras, distribuição espacial, posição e transferência, relação temporal,
ambientes e cenários em maquete;
 Discussões temáticas sobre o uso de técnicas e estratégias pedagógicas e andragógicas:
o Leitura de Imagem : normas, ponto de referência, construção do cenário;
o DVSA - Descrição Visual Sinalizada Aplicada (macro-micro-macro aplicado);
o Tripe´da Aprendizagem.
5. Metodologia:
5.1. Metodologia de Ensino: uso da técnica categorização associativa das configurações e da descrição
visual sinalizada. Os alunos identificam os sinais e a comunicação sinalizada através de leitura de
imagens, exposição dialogada com estudos de caso, distribuição espacial e leitura de imagem, simulação
de ocorrências, produção e discussão de videogravação.
5.2. Metodologia de Avaliação: as atividades avaliativas são desenvolvidas durante o curso e ocorrem
em caráter formativo. E ao final do curso os alunos apresentam diálogo em Libras, são avaliados
individualmente com simulação do cenário e videogração por temas específicos. O Múdulo II é pré-
requisito para ingressar no Módulo III.

O curso de libras está formatado no modelo semipresencial com encontros presenciais e videoaulas em ambiente virtual
de aprendizagem.
O aluno deve ter autonomia para buscar no ambiente os conteúdos trabalhados neste caderno do aluno.
Realizar todas as atividades presenciais e ead, cada uma com 50% de crédito para aprovação.

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SUMÁRIO

I CONTEÚDO PRÁTICO 8
1.1 Apresentação 8
1.2 Objetivos 10
1.3 Específicos 10
1.3.1 Estrutura Modular da formação: 11
1.4 Avaliação 11
MÓDULO I
II A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - Libras 13
1.1 Os sinais da Libras 14
1 .2 Compreensão dos sinais e riscos ao sinalizar 15
1.3 Situação cultural que desperte o padrão comunicacional 16
1- Parâmetros da Libras na estruturação do SINAL 18
1.1 Configuração das mãos 20
1.1.1 Duplicação de letras 20
1.2 Movimento 20
1.3 Direção / sentido 21
1.4 Locação 22
1.5 Expressão facial e/ou corporal 22
1.6 Brincadeira dos Dedos 23
1.7 Expressões de Cortesia/Saudações 24
1.8 Aprendizagem por associação e derivação 24
2 CORES E VESTUÁRIA 26
2.1 Cores 26
2.2 Formas associadas/derivadas (pares mínimos) 26
2.3 Vestuario 26
2.4 Profissões 27
3 VERBOS, DOCUMENTOS, MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO 28
3.1 Verbos em Libras 28
3.2 Morte – Tipos de morte 30
3.3 Introdução aos classificadores e marcadores 31
3.4 Tipos de frases 31
3.5 Construção frasal em Libras 32
3.5.1 Exercício de fixação : Frases em Libras 32
3.6 Documento 33
3.7 Comunicação 33
3.8 Veículos/transporte/via 33
4 NÚMEROS, CONSTRUÇÃO TEMPORAL, MESES, SEMANA, ESCOLA 35
4.1 Exercicio de fixação 35
4.2 Relação com o tempo 35
4.3 Meses 35
4.4 Dias da Semana 36
4.5 Datas comemorativas 36
4.6 Coisas da Escola 37
4.7 Escolaridade 37
5. PRONOMES, FASES DA VIDA, FAMÍLIA, ADJETIVOS 39
5.1 Pronomes Pessoais 39
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5.2 Pronomes possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos 39


5.3 Fases da Vida 39
5.4 Relacionamentos, 40
5.5 Familia 40
5.6 Sentimentos/adjetivos 41
5.7 Adjetivos 42
5.8 Adverbios 43
6 AMBIENTES, COISAS DE CASA E ALIMENTOS 44
6.1 Coisas de casa 44
6.2 Alimentos 46
7 LUGARES, ANIMAIS E NATUREZA 49
7.1 Ambientes e coisas de casa 49
7.2 Lugares 50
8 ANIMAIS DOMÉSTICOS E DA SELVA 50
9 NATUREZA 52

MÓDULO II 53

1. Recursos da Libras 55
1.1 Traço Distintivo 55
1.2 Classificadores 55
1.3 Marcadores 55
1.4 Construção frasal em libras 57
2. Construção do Padrão e Normas para Abordagem de Pessoas Surdas 58
2.1 Especificidade da abordagem para iniciar a comunicação 58
2.2 Situação 59
2.3 Sinalização: sinais de trânsito 59
2.3.1 Exercicio fixação 60
b. Palavras a serem evitadas Tentar explicar assim 61
3. Técnica de Leitura de Imagem na construção do cenário em Libras 62

II CONTEÚDO TEÓRICO 63
TEXTOS DE APOIO 67
1. Atenção à Legislação em vigor 67
2. Mãos e gestos que anunciam 68
3. A pessoa surda 69
4. Cognição visual 70
5. Residual Auditivo como diferencial
6. Leitura labial : um caminho de incertezas
7 O desmonte do modelo inclusivo na educação de surdos 73
8. A relação familiar de ouvintes com filhos surdos
9. Aspectos laborais e produtivos
10. O discurso docente na educação dos surdos 75
REFERÊNCIAS 78

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I CONTEÚDO PRÁTICO

1.1 Apresentação
O Programa Ciranda Auditiva apresenta uma série da ações e projetos de intervenção
social. O Curso de Libras com Carga horária de 1110 horas está dividido em quatro módulos. O
primeiro módulo está destinado principamente aos iniciantes da comunicação visuosinalizada.
Ao reconhecer os sinais da Libras em diferentes ambientes e situações e estabelecer a
comunicação sinalizada com pessoas surdas usuárias da Libras, o estudante interage,
compreende e se comunica com mais eficiência, eficácia e resolutividade nas diferentes situações
do cotidiano.
Insere-se o estudante no modelo da comunicação visuosinalizada, em Libras, para
conhecer os sinais e como funciona a interação e comunicação com as pessoas surdas
sinalizantes, além de oportunizar um breve diálogo em Libras.
No segundo módulo a proposta de formação é desenvolver habilidades e fluência linguistica
com a utilização de diferentes recursos da Libras como os classificadores, marcadores, dimensão e noção
espacial. Neste modulo está programado laboratório de Libras quando o estudante interage totalmente em
Libras com apoio de recursos imagéticos e videogravação.
O módulo III está voltado para a formação de educadores de surdos em Libras. No
desenvolvimento e adaptação de material educativo, livros didáticos em Libras e segundo as questões
pedagógicas e andragógicas inerentes à cognição visual e educação de surdos sinalizantes nível severo e
profundo. Neste momento o estudante precisa ter em mãos os materiais didáticos e livros fornecidos no
curso.
O módulo IV está reservado para o período de estágios e produção do Relatório de
Conclusão de Curso.
O que se espera com esta formação é transformar a qualidade da comunicação e das
relações com as pessoas surdas mais humanizadas. O cidadão ouvinte habilitado em Libras passa
a se comunicar com o cidadão surdo sinalizante no mesmo nivel de entendimento e assim
favorece a resolução de conflitos e de necessidades interpessoais com mais respeito e dignidade
para todos.
Em alguns momentos nos referimos à surdez como condição que limita a aquisição da
língua e que pode comprometer outros aspectos como o social, cognitivo, afetivo a depender da
qualidade das relações e da interação familiar, escolar e social.
Conforme descrito por Falcão (2014, p. 20), a surdez não é algo novo e é preciso outro
olhar sobre o paradigma que tem maculado e/ou superprotegido a pessoa com deficiência
auditiva.

Mas antes de tudo, é preciso definir quem é o sujeito surdo do nosso discurso. De forma
simplesmente didática pedagógica e andragógica, pontuamos a pessoa com surdez ou
simplesmente surdo tipo 1 como a pessoa ouvinte e/ou com deficiência auditiva nível
leve, moderada a severa, que naturalmente ou após terapia fonoarticulatória, com ajuda
de aparelho de ampliação sonora ou implante coclear, consegue escutar, fazer leitura
labial e até oralização. Este indivíduo se apropria da escrita da língua portuguesa com

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muito mais facilidade e conquista seu espaço na sociedade com mais autonomia e
independência. Liberta-se da tutela da família sem retardos da tutela e sem maiores
dificuldades. Contudo, a pessoa com surdez ou simplesmente surdo tipo 2 apresenta-se
com deficiência profunda, sem uso de aparelho, sem leitura labial e totalmente
dependente da comunicação sinalizada que pode não ser a língua de sinais oficial com
uso de sinais caseiros, criados na primeira infância e que quando da inserção da criança
na escola os conflitos linguísticos e afetivos surgem de forma intensa, comprometedora
e em muitos casos desastrosa, o que leva a muitos professores rejeitarem a criança surda
em sala de aula ou a desenvolverem um comportamento de superproteção tão perverso
quanto à rejeição.

Desta forma, toda vez que nos referimos ao sujeito surdo refere-se a este tipo 2, com
surdez profunda, sinalizante, filhos de pais ouvintes, que permanecem desassistidos de forma
plena pelas famílias, pelos professores e profissionais da saúde, e pela sociedade em geral que
desconhece como lidar com o indivíduo visuogestual.
Daí surgem os intérpretes para intermediar a relação. Contudo, nem sempre buscam
oferecer e garantir autonomia e participação ativa nas relações interpessoais. O que se tem na
maioria dos casos, é a dependência, superproteção, privilégios e “facilidades” escolares que
comprometem a aquisição do conhecimento e a construção do cidadão pleno.
Esta terceira via, na maioria das vezes, empodera-se do sujeito sinalizante enraizando
interesses, valores, verdades e princípios pessoais em detrimento da individualidade e da
emancipação do sujeito.
Por outro lado, nem todos os surdos conhecem a Libras. Chegam à escola com sinais
caseiros, aleatórios e conflitantes. Com poucas experiências de vocabulário e não adianta colocar
sinais na frente destas pessoas que não compreendem a relação significado-significante. E o
ambiente escolar não passa de um grande teatro. Sem empoderamento de conceitos nem de
valores e muito menos de limites e regas sociais.
Então, antes afirmar que a pessoa é surda e que diante deste sujeito a solução é Libras e
interprete é a solução, é preciso conhecer:
1. Quem é o sujeito surdo do discurso?
2. Qual o nível de residual que ele apresenta? Nível leve, moderado, severo, profundo?
Uni ou bi lateral?
a. Quais as experiências educomunicacionais vividas?
b. Tempo de exposição e qualidade das vivências?
c. Como o sujeito lida com a criatividade e a intuição, com a investigação e a
busca?
Por outro lado e definitivamente clareando as ideias, a Libras não é vacina para os surdos
e nem é a « língua dos surdos », eles são usuários. A Libras é Patrimônio Nacional brasileiro
desde a lei 10436/02 que oficializou a Língua Brasileira de Sinais1 como segunda língua. Tão

1
Existe um movimento em diferentes regiões do Brasil, infiltrados com o curso Letras/Libras
promovido pelo MEC e IES, composto por interpretes, linguistas e militantes surdos que
defendem o nome LSB- Língua de Sinais do Brasil e rejeitam a popularização da língua. Criam
sinais contrários à associação e interação com a Língua Portuguesa. Rejeitam a interação com os
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pouco é a língua materna da pessoa surda, principalmente quando os pais são ouvintes e não
conhecem a língua de sinais nem como lidar com a criança visuogestual2. Menos ainda que a
aprendizagem da Libras ocorre de forma natural. Pode-se até aprender a relação sinal/ação como
desenho linguístico icônico, mas isto não representa empoderamento conceitual representativo e
cognitivo para uma aprendizagem significativa.
Procuramos elencar neste caderno do estudante um conjunto de ideias e simulações do
cotidano que possam nortear a comunicação em Libras quando identificada a pessoa com surdez
sinalizante. Esta formação viabiliza os princípios da inclusão plena e é o nosso convite para que
você se insira no contexto da educomunicação em Libras.
E para aprender a comunicação em libras com fluência, cadência e suavidade é preciso
repetição e muito treino até desenvolver habilidades necessárias com atenção visual e destreza
manual.

1.2 Objetivos
Geral
Atender aos pressupostos da legislação brasileira no que tange à formação de
profissionais educadores bilíngues em Libras na perspectiva da inclusão das pessoas com
surdez.

Específicos
1.Conhecer a Língua Brasileira de Sinais – Libras como ferramenta educomunicacional
necessária na formação das crianças, jovens e adultos com surdez severa e profunda;
2. Trabalhar a qualificação profissional em Libras como modelo de acessibilidade
comunicacional de ensinagem, aprendizagem e avaliação inclusiva para a educomunicação de
surdos;
3. Instrumentalizar em Libras profissionais das diferentes áreas do conhecimento para a
produção de tecnologias assistivas acessíveis;
4. Trabalhar questões metodológicas e didáticas diferenciadas inerentes à educação de
crianças, jovens e adultos com deficiência auditiva em diferentes níveis de residual auditivo;
5. Construir material didático específico e adaptado à educação bilíngue - Libras-Língua
Portuguesa escrita.
6. Divulgar a Libras como instrumento de acessibilidade comunicacional cuja aprendizagem é
necessária para transformar a sociedade em inclusiva.
7. Produção de materiais didáticos bilíngue em libras/língua portuguesa

1.3 Metodologia:
Ao longo da formação são trabalhadas estratégias colaborativas de ensinagem e
aprendizagem da Libras com exercícios de fixação e leitura imagética.
A socialização de situações e a busca de soluções compartilhadas é uma
característica da organização do trabalho na perspectiva da autonomia do grupo e do despertar
de competências.

ouvintes chamados por eles de « ouvintistas » e defendem a « desouvintização » como forma de


conquista da « surdez pura » e da « cultura surda » como bandeira de luta e de manutenção de
privilégios. Rejeitam a surdez como deficiência, apelam para a diferença sem obrigações e na
hora de lutar por « direitos » como o BPC, Carteira de Livre Acesso, Lei de Cotas em concursos
públicos, neste momento são deficientes para gozarem dos direitos legais. Puro oportunismo!
2
Texto disponivel no AVA para consulta e estudos.
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A metodologia é dialogada, expositiva e com muitos exercícios práticos, produção


de vídeos, material educativo e de orientação educacional.
Também são trabalhados documentários sobre a vida de surdos, língua de sinais e
o papel do interprete em sala de aula oriundos do Instituto Nacional de Educação e Integração
de Surdos – INES, FENEIS, MEC, entre outras fontes disponibilizadas na internet.
A oferta de formação de Libras e educação de surdos em cursos de extensão é
uma oferta aberta construída no coletivo de professores ouvintes e surdos, e tem como norte a
formação de profissionais competentes, responsáveis e comprometidos com a inclusão de
todos.

1.3.1 Estrutura Modular da formação:


O curso de Libras apresenta-se em quatro módulos interdependentes e complementares:
1. Módulo I - Libras para Iniciantes - 280hr
2. Módulo II - Libras para Fluência - 280hr
3. Módulo III - Nível de aperfeiçoamento com ênfase na educação de surdos bilíngue em
Libras/LP escrita - 300hr
4. Módulo IV - Estágio Supervisionado de Libras com ações de observação e intervenção e
proficiência - 250hr
Em cada módulo são trabalhados temas específicos interligados e complementares desde a
formação em Libras como as questões pedagógicas de apoio na educação de surdos.
São desenvolvidas atividades colaborativas, seminários, produção de vídeos, discussões
temáticas e a avaliação ocorre de maneira processual ao longo do curso com produção de
vídeos e tem na programação atividades de grupos e individuais.
Todo o material didático está incluso composto de apostila, livros, artigos e mídias eletrônicas.
Os quatro módulos tem duração aproximada de 64 semanas contínuas.
Além das disciplinas cursadas ao longo da formação está previsto estágio e produção de
material didático bilíngue em Libras/Língua Portuguesa.
O estágio supervisionado ocorrerá em escolas públicas bilíngues inclusivas onde estejam
inseridas crianças surdas. Quer em sala de aula, de recursos, da EJA.
Ao final do curso o estudante receberá o certificado dos quatro módulos compondo as
disciplinas cursadas no verso com os respectivos conceitos pelo desempenho.

1.4 Avaliação
Ocorre de forma processual e contínua. Ao longo da formação, em cada módulo, os cursistas
participam de seminários, fóruns, avaliação sistemática com ditado de palavras, sinais, frases
em Libras. Produzem material educativo bilíngue como álbuns de imagens e vídeos para os
momentos de concentração e dispersão que servem de apoio para os familiares e educadores
quando tornam-se de domínio público.

1.4.1 Os indicadores de sucesso esperados para o final de cada módulo são:


1. Aprovação dos cursistas com preparação e produção de material educativo como
álbuns de imagens, vídeos e/ou cartilhas educativas;
2. Comunicação e diálogo em Libras entre os participantes;
3. Maior interação escolar entre professores e estudantes ouvintes e surdos.
4. Inserção no mercado de trabalho

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1.5 CONTEÚDOS MODULO I


4. Disciplinas e Conteúdos do Curso de Libras
Módulo I Carga Horária total 280 horas
Acessibilidade, Inclusão, Lei Brasileira de Inclusão 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com deficiência);
Legislação e Ética Lei 10436/02, 10098/00, 12319/10; Decreto 5626/05, 5296/02; Programa Viver
sem Limites
45horas
Código de Ética do Tradutor/Intérprete de Libras; vestuário, maquiagem,
acessórios, cenário na produção de material educativo e vídeos;
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Os princípios do empoderamento
com autonomia e independência pelos surdos em diferentes níveis: leve,
moderado, severo, profundo, uni e bilateral, com uso de aparelho de
amplificação sonora individual, implante coclear, o uso de imagem,
Estruturação de Projetos para submeter ao Comitê de Ética em Pesquisa via
Plataforma Brasil
Conflitos éticos: Os Surdos diante de professores ouvintes: “quem ensina sinal
é professor surdo”.

Metodologia do Trabalho Princípios, legislação e normas para confecção do Trabalho de Conclusão de


Científico Aplicada à Produção Curso - TCC, Relatório de Conclusão de Curso – RCC, Artigos. Roteirização e
Textual: preparação textual segundo as regras da NBR/ABNT
45 horas Pesquisa Científica: tipos de pesquisa: bibliográfica, descritiva, experimental,
pesquisação, observador participante, qualitativa, quantitativa;

Produção de Conhecimento, adaptação de material educativo, a propriedade


intelectual e o crime de plágio

Gramática de Libras, construção dos sinais e parâmetros; iconicidade,


cuidados ao sinalizar;
As diferenças interlínguas aplicadas, ausência de conectivos, conjugação
Libras I verbal (passado, agora, futuro); conflitos do gênero feminino/masculino;
inexistência dos artigos; alguns pronomes; variações e regionalismos.
30 Horas
Falta de padronização da Libras, a criação de sinais aleatórios e a rejeição de
sinais vinculados à LP/ouvintes.

Os sinais por faixa etária e por segmento; o ensino de Libras por surdos x
ouvintes.

Libras II Alfabeto Manual, características da Datilologia


Ruídos visuo sinalizados (expressão facial e corporal, o efeito das artes
cênicas e da fé cênica, Movimentos involuntários e conflitos de sinalização
45 Horas
diante da postura ética e profissional.
Os Métodos de ensino da Libras e a Técnica Associativa das Configurações;
Pares Mínimos

Libras III Cores, vestuaria; Expressões de Cortesia; Números, dias da


semana, meses, noções de tempo ; Tipos e sinais dos verbos
(construção frasal) ; Pronomes, adjetivos, advérbios;
Documentos ; Relacionamentos e Família ; Ambientes de casa
Alimentos ; Ambiente escolar ; Profissões ; Meios de
comunicação ; Meios de transporte ; Animais domésticos, da
floresta ; Natureza ; Lugares ; Corpo humano

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MODULO I
A Língua Brasileira de Sinais – Libras
Na Língua Portuguesa o que é representado e definido como palavra corresponde na Libras
a um sinal. Cada sinal é formado a partir da combinação do formato das mãos com determinado
movimento em um arranjo no espaço envolvendo expressões e sentimentos através da face. Todo
este conjunto recebe o nome de Parâmetros da Libras. O uso do alfabeto manual também está
presente contribuindo com a apresentação de palavras.
Alguns sinais são representados iconicamente com semelhanças de aparência como
segurar uma arma ou varrer o chão. O sinal de casa, por exemplo, assume com as duas mãos a
forma de um telhado de duas quedas.
A expressão facial é outra característica da língua de sinais que contribui com a
qualificação do tipo de frase e do sentimento que se manifesta como estrutura. As expressões
faciais referem-se aos sentimentos incorporados como medo, surpresa, raiva, dor, tristeza,
felicidade, desespero, sono. Em alguns momentos apenas a expressão já representa o sentimento
e isto significa o quanto o estudante da libras precisa estar atento às reações do surdo e como
expressar-se com fidedignidade em Libras.
Assim, muitos surdos de diversos países conseguem se comunicar com muito mais
facilidade do que as pessoas ouvintes que precisam aprender a falar a língua oral daquele país
estrangeiro enquanto que para os surdos apenas utilizam-se de gestos icônicos. Mas nem todos os
sinais são icônicos e para isto é preciso dedicação ao estudo da libras e de como se comunicar
com eficiência com as pessoas surdas sinalizantes.
É no silêncio dos gestos que nos encontramos para aprender o essencial da comunicação,
a expressão sincera do olhar, a leveza das formas que classifica cada ato como realidade e que se
não percebida, apreendida e reconstruída de significados sociais e sentidos pessoais, se esquece.
Aprende-se Libras para conhecer melhor as pessoas, o mundo, o pensamento, refletindo,
construindo e constituindo-se de amor e respeito pelas diferenças.
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das
águas, no brilho do olhar.
Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve
todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis.
Nesta perspectiva de agregar valores além da Língua Portuguesa, a Libras se apresenta
como intensificador da formação bilíngue, Libras e Língua Portuguesa. Se desperta com um salto
qualitativo no ensino público superior em alguns estados brasileiros, e ainda mais, na qualidade
da formação profissional e educação continuada das diversas profissões e espaços sociais
existentes, sensíveis e aflitos pela concretização por mudanças sociais.
A Libras chega, neste momento, para situar e miscigenar os hemisférios da sociedade em
construção. Permanecer no silêncio da ignorância pela falta de diálogo e de troca de saberes é dar
as costas ao ser humano cuja semelhança permanece no sentimento de ser e conviver com o
outro a vida em toda sua plenitude.

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1.1 Os sinais da Libras


Na Língua Portuguesa, o que é representado e definido a partir de letras do alfabeto
construindo palavras escritas, na Libras a palavra corresponde a um sinal. Este é formado a partir
da combinação dos movimento das mãos em determinado formato e local segundo um arranjo no
espaço. No conjunto harmônico do sinal envolve inclusive e, principalmente, as expressões
faciais e corporais que carregam sentimentos, valores e atitudes através da face e do corpo.
O conjunto de características que constroem o sinal da Libras é chamado de parâmetro.
São cinco parâmetros principais : Configuração das Mãos, Locação, Movimento,
Orientação/sentido/direção e a expressão facial. Quando o sinal tem movimento a velocidade, o
ritmo e a intensidade do sinal determinam variáveis a serem consideradas que estarão
acompanahdas de expressão correspondente ao sentimento.
Por exemplo no sinal RÁPIDO e MUITO RÁPIDO3. Esta construção é definida com uso
de recursos linguísticos como os classificadores e marcadores que constituem a construção do
sinal. O intensificador vai dar a característica do muito rápido sem ter que usar,
equivocadamente, o sinal de MUITO.
O uso do alfabeto manual também está presente contribuindo com palavras
desconhecidas, nomes de pessoas e de lugares desconhecidos que não apresentam sinal.
Por não ser universal, mesmo que os sinais sejam distintos em diversos países, poderá
existir uma semelhança icônica entre eles porque os gestos para representá-los assumem
semelhanças entre forma, ação e significado como o sinal de JUNTO, TARTARUGA,
BORBOLETA ou mesmo a transferência do sinal de PESSOA para os dedos da mão
posicionando e caracterizando as ações no espaço do abraço4.
As expressões faciais representam outra característica da língua de sinais e que se
estrutura como universalmente compreendidas pelo olhar, percebendo as expressões faciais
como os sentimentos de medo, surpresa, raiva, dor, tristeza, felicidade, desespero, sono,
pensativo.
A maioria das expressões faciais que representam reação corporal como dor,
necessidades de urinar, defecar, comer são facilmente compreendidas porque envolvem
comunicação com o corpo de forma espontãnea e simples. Basta fazer o movimento de abrir e
fechar a mão na frente da boca que se diz COMER/COMIDA e se a boca estiver aberta com

3
As palavras em Libras para diferenciar da Língua Portuguesa (LP) serão colocadas em caixa alta
http://www.librasemcontexto.org/index.php?option=com_content&view=article&id=55:introducao-a-gramaticada-
libras&catid=36:capitulo&Itemid=53tanya felipe

4
Espaço do abraço foi um termo utilizado por uma de nossas alunas para representar o espaço neutro ou como
alguns linguistas preferem americanizar a Libras chamar de espaço talken. Na ralidade é o espaço contido pelo
falante da Libras posicionado verticalmente entre um palmo acima da cabeça até a pelvis e lateralmente de ombro a
ombro. Este é o espaço que deve fazer parte da construção do cenário na frente do locutor. O que passar deste
espaço pode-se considerar falta de educação ou de respeito ao espaço do outro e ainda exagero e falta de respeito por
parte de quem sinaliza. Mesmo que seja uma pessoa surda estará infringindo noções básicas de sinalização.
Outro recurso também americanizado se dá com o jogo de corpo quando se refere a duas pessoas sinalizantes que se
comunicam, para posicionar quem é quem, usamos o jogo de corpo para direita ou para esquerda, daí o termo
americaizado é « whole play ».
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expressão de desespero pode estar representando FOME. Embora o sinal de fome toca com a
ponta dos dedos na barriga como dizendo BARRIGA SECA-FOME.
Assim, muitos surdos de diversos países conseguem comunicarem-se com mais facilidade
do que as pessoas ouvintes que precisam aprender a falar a língua daquele país estrangeiro
enquanto que para os surdos apenas utilizam-se de gestos icônicos e superficiais que já está
vinculada a comunicação sinalizada. Mesmo que a Libras seja apenas brasileira, mas a
comunicação entre pessoas que usam gestos, mímicas e sinais é facilmente reconhecida por
todos.

1 .2 Compreensão dos sinais e riscos ao sinalizar


Alguns sinais são representados iconicamente com semelhanças de aparência, de ação e
movimento, de forma ou função, de necessidade e sobrevivência.
Por exemplo: abrir a mão pedindo um objeto significa “eu quero” ou simplesmente
“QUERER”. Então uma criança ouvinte ou surda ao ver uma bola numa prateleira coloca as duas
mãos próximas como segurando a bola e puxa para junto do corpo. Isto significa, sem medo de
errar, está vendo aquele bola eu quero para mim. Em libras apenas : BOLA QUERER.
O sinal de casa, por exemplo, assume com as duas mãos a forma de um telhado de duas
quedas.
Quando se está com sede o sinal de ÁGUA com CM em L polegar no queixo e indicador
com movimento lateral pode confundir com o de BEBER mão em A1 polegar na boca. Mas o
complemento da “garganta seca” com o dedo indicador do queixo descendo pelo pescoço
sinaliza MUITA SEDE e é o mesmo sinal de VONTADE ou DESEJO SEXUAL.
No tocante à formação de policiais, por exemplo, existem alguns riscos de má
interpretação que pode gerar riscos de acidentes, de violência desnecessária e até casos de morte
pela ignorância e falta de preparo do policiamento. Alguns exemplos:
a. Um policial numa abordagem nunca poderá dar o comando ao surdo: IDENTIFIQUE-
SE. Não existe este sinal e ele pode confundir com IDENTIDADE, daí ao enfiar a
mão no bolso para pegar a identidade pode ser confundido com uma arma e receber
um tiro;
b. Da mesma forma ao abordar com uma sirene, com o silvo ou o grito “pare”, “pare se
não eu atiro”, a pessoa surda vai continuar seu movimento andando, correndo,
guiando seu veículo e com isto, será confundido como tentativa de evasão e fuga e
pode ser alvejado ou agredido de forma errada, arbitrária e equivocada.
c. Ao conhecer a Libras, elimina-se o risco de confundir o sinal de arma utilizado na
comunicação entre os policiais com o numeral 2 ordinal/cardinal, o verbo TER e até
com o sinal PROBLEMA. O sinal CURITIBA com pedido de cobertura.
d. Ao conter uma pessoa surda que seja com as mãos para frente para que o mesmo
possa se comunicar.

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1.3 Situação cultural que desperte o padrão comunicacional


O sujeito surdo não é digno de pena nem de ser chamado de "mudo", "bichinho",
"coitadinho". Ele não tem um "problema", a condição de ser surdo com ou sem residual define
estratégias diferenciadas de abordagem que devem ser iniciadas e inseridas desde o ambiente
familiar.
Os aspectos socioculturais de cada sujeito são definidos pela sociedade, desenhados pela
família como espaço, ambiente e território de convivência para a sociogênese e dialogênse de
cada ser em formação. A cultura é, portanto, da família que define costumes e valores a partir da
sua historicidade com comportamentos, atitudes e sentimentos elaborados com afetividade e
cognição para a humanização ou não, do sujeito. Não defende-se segregação da família pela
imposição da "cultura surda" nem aculturação dos valores familiares.
Mas é preciso que os pais com crianças surdas recebam orientação e apoio de como lidar
com esta realidade educomunicacional visuogestual, de como lidar com a afetividade e a
subjetividade diante da criança com deficiência auditiva severa e profunda, de ter discernimento
e intuição aguçados para lidar com esta realidade descrita e incomum, para não cometerem
equívocos nem exageros, muito menos, colocar em risco a humanização pela superproteção que
é perversa e desestruturante.
A pessoa com deficiência auditiva ou simplesmente surda pode apresentar-se com uso
de órtese auricular (amplificador sonoro individual) sem conhecer nem se comunicar em
Libras; sem aparelho e sendo usuária de Libras; sem aparelho e sem saber Libras conhecido
como o “mudinho da rua”.
Ao mesmo tempo, as famílias podem apresentar realidades distintas: criança surda com
os dois ou apenas um dos pais surdo; criança surda com pais ouvintes; criança ouvinte filha de
pais surdos. E cada uma destas realidades devem ser trabalhadas de forma distinta.
Principalmente quando na segunda situação quando a criança é surda e os pais são ouvintes
despreparados e sem apoio nem orientação de como lidar com a condição da criança. Sem
saber como lidar com a educomunicação visuogestual estruturantes da afetividade e da
subjetividade.
Mas finalmente, a surdez é ou não uma deficiência ?
A criança surda profunda não adquire naturalmente o conhecimento do mundo. É
necessário que sua existência lhe seja revelada para que ela o conheça e a ele possa integrar-se.
A audição humana confere ao sujeito despertar outros sentidos, favorece a aquisição da
linguagem e da comunicação para interação com o meio. Interfere diretamente no
desenvolvimento cognitivo, na percepção da vida pela interação e interpretação do/com o
mundo.
A audição contribui ainda com o mapeamento ambiental, no despertar da atenção,
direção, na relação entre distância com o tempo, em situações de risco e/ou perigo dando sinais
para a pessoa ter mais atenção, cuidado, percepção espacial.
Uma vez que a pessoa com surdez oferece os niveis leve, moderado, severo e profundo,
uni e/ou bilateral, constatados por exame de audiometria, realizado pelo fonoaudiólogo e
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finalizado o diagnóstico com parecer médico, a partir de 40 decibéis é considerada deficiência


auditiva. Informar num protocolo ou diário de classe ou ficha do aluno ou so trabalhador apenas
o termo « surdo » não confere especificidade estratégica inerente a cada nível de deficiência. E
esta generalização pode ser prejudicial àqueles que necessitam de maior assistência e orientação
cognitiva visual.
Então, definitivamente, o residual auditivo, a idade em que adquiriu a deficiência ou se
nasceu surdo, as experiências anteriores à lesão e a interação visuogestual com o mundo fazem a
diferença psicossocial comunicacional e cognitiva estruturantes do sujeito5.

5
Para maiores esclarecimentos e aprofundamento nos estudos na área, consulte o livro surdez,
cognição visual e Libras, Falcão, ed. 4ª, 2014.
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DIA/TEMA 1- Parâmetros da Libras na estruturação do SINAL


Parâmetros da Libras :
Escreva como funciona cada parâmetro: Configuração, locação, movimento,
direção/sentido, expressão facial. Assim você aprende o sinal e estimular seu cérebro,
facilita a memorização e constroi estudo-aprendizagem dos sinais.
A configuração das mãos é a forma que as mãos assumem no sinal.
Em cada linha o estudante deve preencher como constroi o sinal. Ao escrever este
procedimento garante o registro mental da memória visual, memória sinestésica para a leitura do
sinal. E ao falar sinalizando e oralizando estimula também a memória auditiva.
Exemplo: CASA
Configuração: duas mãos espalmadas
Ponto de locação: ponta dos dedos
Movimento: de aproximação
Direção: até tocar nos dedos
Expressão facial: neutra

Exemplo : ATIVIDADE
Configuração: mão E palma para cima. Mão D em A abre
Ponto de locação: mão D na palma da mão E
Movimento: de afastamento
Direção: para trás
Expressão facial: neutra

LETRAMENTO
Configuração: mão E em garra, mão D espalmada
Ponto de locação: Mão D em cima da E
Movimento: mão E de vibração
Direção: em cima dos dedos E
Expressão facial: neutra

DATILOLOGIA = ALFABETO MANUAL formando palavra: A-B-C e mexe os dedos


PALAVRA: mão esquerda 1 ; mão direita LC toca em 1
SINAL: A com movimento de rotação de punho para a pessoa ou objeto
ATENÇÃO: CUIDADOS AO SINALIZAR
Não Fincar estaca
Não Martelar
Evitar gagueira sinalizada: Repetição dos movimentos
Limite : espaço do seu abraço

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Agora você inicia escrevendo ao seu modo como melhor memorizar o sinal:
BOM
TUDO BEM
NOME MEU
NOME SEU
DIA
TARDE
NOITE
IDADE
TRABALHAR
ESTUDAR
LIBRAS
1.1 Configuração das mãos
O método da categorização associativa das configurações.
A configuração das mãos é a forma que as mãos assumem no sinal.
Pode-se usar para um sinal apenas uma mão, ex:
TELEFONAR
DESCULPA
AVIÃO
Ou as duas mãos, ex:
TRABALHAR
TELEVISÃO
QUADRO
COMPUTADOR
DEVAGAR
CUIDADO
CALMA
ESTUDAR
INTÉRPRETE
ESCOLA
1.1.1 Duplicação de letras
Nomes com repetição de letras: RR,SS,NN – ISABELLE, EXPRESSÃO.... Você arrasta a letra
em movimento distal. E não faça para cada palavra em datilologia finalizada arrastar como
se fosse a máquina de escrever mudando a linha. Isto é coisa do passado e muitos surdos
reprovam essa falta de estudo e de atualização.

1.2 Movimento
É o movimento presente no sinal. Além de ser um dos parâmetros, indica também intensidade,
variando-se a velocidade. Porém, há sinais que não apresentam movimento.

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Ex. SINAL com Movimento:


APRENDER
SÁBADO
SURDO
OUVINTE
LIBRAS
ORGANIZAR (para frente, para cima)
JUSTIÇA
CERTO
POLÍCIA
Ex. SINAL sem Movimento:
EM PÉ (N, 1)
DEITADO PARA CIMA/PARA BAIXO
CASTIGO/JOELHOS
Alguns sinais apresentam a mesma Configuração e o mesmo Movimento em Locações mas
Direções diferentes, ex:
LEITE
APRENDER
SÁBADO/LARANJA
RÁPIDO
A frequência e o ritmo do movimento definem a intensidade do sinal. Ex:
RÁPIDO (muito)
SÁBADO
TRABALHAR (muito)

1.2.1 Exercício de fixação – Vamos treinar construindo frases !!!


Lembre-se : Libras não tem conectivos, conjugação verbal e você não fala como pensa na LP !!!
APRENDER LIBRAS RÁPIDO
BOM APRENDER LIBRAS
APRENDER LIBRAS ESTUDAR MUITO BOM CONHECER SURDO AMIGO BOM MUITO
1.3 Direção / sentido
Alguns sinais podem ter uma, duas, nenhuma ou várias direções. Modificando-se este parâmetro,
pode-se ter também a concordância com as pessoas do discurso. Ex.

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1sPERGUNTAR2s,
1sOLHAR2s,
EU
VOCÊ
ÊLE/ELA
IDADE

DATA NASCIMENTO
ORGULHO
AVIÃO
ELETRICIDADE
COMBUSTÍVEL VEICULAR

1.4 Locação
É o local onde o sinal é articulado. O espaço onde os sinais são realizados corresponde ao raio
(podendo ser reposicionado de acordo com a localização dos sujeitos, por exemplo).
Ex.:
AMANHÃ
AMIGO
BEIJO
CORAÇÃO
DESPREZO
ENTENDER
ESTUDAR
FÁCIL
FILHO
FRACO
JESUS
NAMORAR
NÃO TER CULPA
QUADRO
SABER
SAÚDE
TELEVISÃO
TRABALHAR
VIDA
1.5 Expressão facial e/ou corporal
É a expressão apresentada durante a articulação do sinal. Pode aparecer apenas como
movimentos na face ou também na cabeça, nos olhos, e/ou no tronco. Ajuda a transmitir mais
claramente a mensagem e, algumas vezes, é sozinha o próprio sinal. Ex.:
SUSTO
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GOSTAR-NÃO
LADRÃO
TRANSA SEXUAL
Sinal: É a união de todos ou alguns dos parâmetros formando uma estrutura com significado na
Língua Brasileira de Sinais ― Libras.
A Língua de Sinais não é universal. Cada país tem a sua língua.
No Brasil existem variações locais e regionais.
1.6 Brincadeira dos Dedos
FACE A FACE
UM ATRÁS DO OUTRO (indicador e polegar)
EM FILA
EM PÉ
JOELHOS
SENTADO
DE FRENTE
DE COSTAS
COM AS PERNAS ABERTAS
MÃOS PARA CIMA
MÃOS NA CABEÇA
MÃOS NA PAREDE
DEITADO
APROXIMAR (de costas, de frente)
AFASTAR (de costas, de frente)
MULTIDÃO/ARRASTÃO
GRUPO
RECIFE
PERNAMBUCO
INDICADOR + INDICADOR AFASTE-SE DIFERENTE VÁ EMBORA
COMBINAR
PORQUE/POR QUE?
TAMBÉM
OLHOS NOS OLHOS
OLHAR
VIGIAR – VIGIA – VIGILANTE
AJUDAR
APRESENTAR
LIXO
BISCOITO
ADVOGADO
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DOIDO
PERIGO
VERMELHO
1.7 Expressões de Cortesia/Saudações
BOA NOITE
BOA TARDE
BOM CONHECER VOCÊ
BOM DIA
BOM FINAL DE SEMANA
COM LICENÇA
DESCULPA
FELIZ CONHECER VOCÊ
FIQUE À VONTADE (LIVRE)
OBRIGADO(A)
OI
OK
POR FAVOR
POR NADA
TCHAU, ATÉ LOGO
TUDO BEM?
1.8 Aprendizagem por associação e derivação : potencializar a aprendizagem a partir das
semelhanças
Movimento circular
FAMÍLIA
COMUNIDADE
REUNIÃO (R, 1 )
SOCIEDADE
OFICINA

POLÍCIA
DELEGADO
ORGANIZAR
JUSTIÇA
CERTO

Mão espalmada
CALMA
CUIDADO
DEVAGAR
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PASSEAR
RESPEITAR
OBRIGADO
SOLDADO

Letra V
VER/OLHAR/LER/OBSERVAR
VIGIAR
VIGILANTE
SEGUNDA-FEIRA
QUINTA-FEIRA
JOELHOS-CASTIGO
MANHÃ

BEIJO
BEIJO DE LINGUA
BEIJO CORPORAL
NÃO TER CULPA
VOTAR/DENTRO
SALÁRIO
DAR-RECEBER
ESQUECER
DESPREZO
FILHO

BONITO
GALINHA
LIMPO
MUNDO-PLANETA-TERRA
TODOS
CRIANÇA BOBA

1.8.1 EXERCICIOS DE FIXAÇÃO – CONSTRUA AS FRASES


OI, MEU NOME_________
MINHA IDADE________
EU MÉDICO/PROFESSOR/POLÍCIA AJUDAR SURDO
RESPEITAR

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DIA/TEMA 2 – Cores e vestuária


2.1 CORES
AMARELO
AZUL
BEGE
BRANCO
CINZA
CLARO
COR
DOURADO
ESCURO
LARANJA
LILÁS
MARROM
PRATA
PRETO
ROSA
ROXO
SOMBRA
TRANSPARENTE
VERDE
VERMELHO
VINHO

2.2 Formas associadas/derivadas (pares mínimos)


PONTO, VOCÊ, EU, AQUI, ESTE, ESSE, O OUTRO, AQUELE
QUADRADO, SALA, RETÂNGULO, TRIÂNGULO, SALA, QUARTO
GAVETA, GUARDAR, SAPATO
BOLA, BOLO, ESFERA, PNEU
EXTINTOR DE INCÊNDIO, PISTOLA TINTA, SPRAY
FOGO, FOGÃO, BALANÇA, MAIS OU MENOS, PESADO, CANSADO
QUASE, TÁ LASCADO/BEM FEITO
PERTO, JUNTO, ENCONTRAR

2.3 VESTUARIO
BLUSA
BOLSA
BONÉ
CALÇA

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CAMISA
CASACO
CHAPÉU
CINTO (vestuaria)
CINTO DE SEGURANÇA (automóvel)
CINTO DE SEGURANÇA (paraquedista-bombeiro)
LUVA
MANGA CURTA / LONGA / CAPUZ
ÓCULOS
SAIA
SANDÁLIA (CRUZANDO O PÉ)
SANDÁLIA (ENTRE OS DEDOS)
SANDÁLIA SALTO ALTO
SAPATO
SHORT
TERNO
VESTIDO

2.4 PROFISSÕES
ADMNISTRADOR
ADVOGADO
ARQUITETO
ASSISTENTE SOCIAL
BOMBEIRO
DELEGADO
DENTISTA
ECONOMISTA
EDUCADOR FISICO
ENGENHARIA
FARMACEUTICO
FISCAL/CONFERENCISTA
FISIOTERAPEUTA
MÉDICO
PEDAGOGIA
POLICIA – PM
PROFESSOR
PSICÓLOGO
VETERINÁRIO
VIGILANTE
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OBS : Não se ensina aos surdos a distinção entre polícias: POLICIAL CIVIL, MILITAR,
FEDERAL, BRIGADA, GRUPOS OPERACIONAIS, ESTADUAL, MUNICIPAL,
FEDERAL, tudo é policia. Quando muito POLICIA PM

DIA/TEMA 3 – Tipos de Frases e Verbos. Documentos, Meios de Transporte e


Comunicação
3.1 Verbos em Libras
Verbos Sem concordância
Não concorda com outros elementos da frase.
CONHECER TRABALHAR
APRENDER

Com concordância número-pessoal


Marca as pessoas do discurso. Flexionam-se.
DAR ENSINAR
PERGUNTAR NINAR

De locação/incorporação
Apresentam aspectos locativos.
COLOCAR
LIVRO ARMA MÃO

EMPURRAR
MESA CARRO PESSOA

CAIR
PESSOA CARRO

CORTAR ALICATE
UNHA MECÂNICO

TESOURA
JARDIM PAPEL

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FACA
PÃO PESCOÇO MÃO

TROCAR, MUDAR
CASA VIZINHO DOCUMENTO ADULTERADO/FALSO

ABRIR
PORTA BOLSA MALA OLHOS

ENCHER
GARRAFA ESTÔMAGO BOLA DE BALA

PEGAR
COPO GARRAFA MALA NA MÃO

PERDER ROUBAR

PRENDER (prisão) PRENDER (cadeado) PRENDER corda/corrente

IDENTIDADE HABILITAÇÃO DOCUMENTO

LEI
DIREITO
DOCUMENTO
OFICIO

1. APOIAR/AJUDAR
2. APRESENTAR/MOSTRAR
3. AVISAR
4. BEBER
5. BRINCAR
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6. COMER
7. COMPRAR
8. COMUNICAR
9. CONHECER
10. DENTRO
11. ENCONTRAR
12. ESCONDER
13. ESQUECER
14. ESTAR LIMPO/ESTÁ TUDO CERTO
15. EXPLICAR
16. FALTAR (COISA)
17. FALTAR (PESSOA)
18. INOCENTE
19. IR/VIR (mesmo lugar)
20. IR/VIR (qualquer lugar)
21. JÁ VAI/VOU EMBORA (Lfecha para frente)
22. NÃO TENHO NADA A VER
23. NÃO TER CULPA
24. OLHAR/LER
25. PRECISAR
26. PROVA/TESTE
27. PROVAR/TER CULPA
28. SENTAR/CADEIRA
29. TER
30. TRABALHAR
31. VIAJAR/FUGIR/SAIR
32. VIGIAR
33. VER
34. OLHAR
35. PULAR
36. ANDAR
37. ANDAR (CORRER)
38. EM PÉ
39. JOELHOS
40. ERRAR

3.2 Morte – Tipos de morte


CAUSA NATURAL
TIRO
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ARMA BRANCA - FACADA/PEIXEIRA


ENFORCAMENTO
AFOGAMENTO
ACIDENTE TRÂNSITO: ATROPELADO
ACIDENTE TRÂNSITO: BATIDA
CONDUTOR
PASSAGEIRO
TRANSEUNTE – PESSOA ANDANDO
CICLISTA
MOTOQUEIRO
CAIR
MACHUCAR

3.3 Introdução aos classificadores e marcadores


VEICULO: CARRO, CAMINHÃO, ÔNIBUS
MOTO, BICICLETA
PESSOA, POSTE
LUGAR, BURACO
NATUREZA : NASCER DO SOL
NATUREZA : POR DO SOL
DIA NUBLADO
TEMPESTADE

3.4 Tipos de frases


Afirmativas
Expressão facial neutra. Ex.: HOJE QUARTA-FEIRA AULA LIBRAS TEM
Interrogativas: Expressão facial de questionamento.
Ex.: CONHECER EL@ AMIG@?
Exclamativas: Expressão facial de surpresa, alegria, espanto, etc.
Ex.: BO@ VOCÊ AQUI!
ENCONTAR VOCÊ CONVERSAR AGORA.
NAMORAR ACEITO!
Negativas:
- Com acréscimo do sinal NÃO.
Ex.: EU DORMIR AGORA NÃO.
- Com a incorporação de um movimento oposto ou diferente do sinal.
Ex.: GOSTAR-NÃO ELA; PODER-NÃO; QUERER-NÃO.
- Com aceno negativo da cabeça.
Ex.: GOSTAR MAIS DOMINGO PASSEAR LIVRE.

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Técnicas de Comunicação e de Aprendizagem


Tripé da aprendizagem: Demonstração – Simulação – Ação; Descrição Visual Sinalizada;
Leitura de imagem. Acesso disponível em:
http://visaoinclusiva.com.br/PDFS/A%20TECNICA%20DA%20DESCRICAO%20VISUAL%2
0SINALIZADA.pdf , site visãoinclusiva.com.br

3.5 Construção frasal em Libras


Uma coisa é construir a frase em Libras outra em Português (LP) sinalizado. Muitos surdos
com residual compreendem bem, mas rejeitam a relação com LP. Então para construir as frases
preciso compreender como o surdo pensa e constroi a lógica do pensamento e da comunicação.
A maioria deles, os profundo bilateral sem experiência oral, fala como pensa.Daí é preciso ter:
clareza, objetividade, diretividade, assertividade, sem rodeios na hora de constuir a frase em
libras. Identifique a informação principal e indispensável para comunicação efetiva. O foco,
palavra chave:

OBS : DISCUTA EM SALA AS RESPOSTAS PARA ESTA ATIVIDADE.

Duas pessoas suspeitas estão girando a praça de alimentação sem comprar nada. Peço proteção
para abordagem
SUJEITO (FOCO) – VERBO – ADJETIVO
PESSOA 2 ANDAR CUIDADO APROXIMAR CUIDADO

Eu fui para casa mais cedo porque faltou energia e o trânsito é um inferno. Quando que parei
no sinal vermelho o doido do ciclista bêbado bateu na traseira do meu carro, voou, bateu no
carro do lado e caiu dormindo. Esperei uma hora para chegar o SAMU.
CARRO RUA SINAL VERMELHO BICICLETA HOMEM BÊBADO BATER ATRÁS
CAIR DORMIR DOIDO. AMBULÂNCIA DEMORA UMA HORA

Eu estou muito cansado e preciso de uma cadeira para sentar-me, pois estou ficando velho e
meus pés estão me matando
POR FAVOR CADEIRA CANSADO POR FAVOR ONDE?

3.5.1 Exercício de fixação : Frases em Libras


1. FALAR CALMA DEVAGAR
2. TELEFONE TEM? NÚMERO PAI – MÃE
3. DOCUMENTO CÓPIA NÃO PODE PROIBIDO
4. SÓ DOCUMENTO VERDADE O-R-I-G-I-N-A-L

Em caso de algema colocar na frente para dar condições para o surdo se comunicar

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3.6 Documento
1. ADULTERADO
2. CARTEIRA DE HABILITAÇÃO
3. CERTIDÃO CASAMENTO
4. CERTIDÃO NASCIMENTO
5. CERTIDÃO ÓBITO
6. COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA
7. CÓPIA
8. CPF
9. DOCUMENTO DO VEÍCULO
10. IDENTIDADE
11. MUDAR NOVO
12. ORIGINAL
13. VELHO
CURIOSIDADE : A carteira de identidade do surdo estava com a foto de infância, ele abriu o
plástico e colocou a foto atualizada. A ser repreendido pelo policial, não aceitou e foi resisitente
porque a foto é dele. Não entendeu que com a mudança, mesmo o documento sendo dele, estava
adulterado.

3.7 Comunicação
1. CARTA – MULTA
2. COMUNICAÇÃO
3. E-MAIL
4. MENSAGEM CELULAR
5. TELEFONE

3.8 Veículos/transporte/via
a.Classificador/marcador
1. AMBULÂNCIA – SAMU
2. AVIÃO
3. BARCO-NAVIO-FRAGATA-LANCHA
4. BICICLETA
5. CALÇADA
6. CAMINHÃO
7. CARRO/VIATURA
8. CARROÇA
9. CARRO-ÔNIBUS-MOTO
10. CHAVE DA PORTA

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11. CHAVE RODAS


12. FAIXA PEDESTRE
13. FEIRA
14. HELICOPTERO
15. JETSKY
16. MACACO VEICULAR
17. MÃO DUPLA
18. MÃO ÚNICA
19. METRÔ
20. MOTO/VIATURA
21. MOTO-BICICLETA
22. ÔNIBUS/VIATURA
23. PARADA ÔNIBUS
24. PATINETE
25. PLACA SINALIZAÇÃO
26. PNEU
27. RODOVIÁRIA
28. RUA-AVENIDA/BECO/VIELA
29. SEMÁFORO
30. SKATE
31. TRIÂNGULO
32. VIATURA BOMBEIRO
33. VIATURA POLÍCIA

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DIA/TEMA 4 - Números, construção temporal, meses, semana, Escola


Números
Ordinal: competição, seleção.
Cardinal: idade, moradia, calendário, telefone.
Quantidade: 1 balde de lixo, vassoura 2, rodo 1, pano 3, sabão 1, cachorro 3.

4.1 Exercicio de fixação


CARRO TER 2 : UM A PLACA E MWM 005, OUTRO PLACA PKH 6996
TELEFONE NUMERO 87237684;
CASAS TER 3 : CASA 1 Nº 417, CASA 2 345, CASA 3 NUMERO NÃO TEM ROUBAR

4.2 Relação com o tempo


1. AGORA-HOJE
2. AMANHÃ
3. ANO
4. ANO
5. ANO PASSADO
6. ANO QUE VEM
7. ANTEONTEM
8. ANTES-ADIANTADO
9. ATRASADO
10. DEMORA
11. DEPOIS DE AMANHÃ
12. DIA
13. FUTURO
14. FUTURO
15. HOJE
16. HORA ¼
17. HORA ½
18. MÊS
19. ONTEM
20. PASSADO
21. RELÓGIO
22. SEMANA
23. SEMPRE

4.3 Mês
1. JANEIRO

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2. FEVEREIRO
3. MARÇO
4. ABRIL
5. MAIO
6. JUNHO
7. JULHO
8. AGOSTO
9. SETEMBRO
10. OUTUBRO
11. NOVEMBRO
12. DEZEMBRO

4.4 Dias da Semana


1. SEGUNDA-FEIRA
2. TERÇA-FEIRA
3. QUARTA-FEIRA
4. QUINTA-FEIRA
5. SEXTA-FEIRA
6. SÁBADO
7. DOMINGO

4.5 Datas comemorativas


1. ANO NOVO
2. CARNAVAL
3. DIA DA INDEPENDENCIA
4. DIA DAS CRIANÇAS
5. DIA DAS MÃES
6. DIA DE FINADOS
7. DIA DO PROFESSOR
8. DIA DO TRABALHO
9. DIA DOS NAMORADOS
10. DIA DOS PAIS
11. FERIAS
12. FESTA DE ANIVERSARIO
13. NATAL
14. PASCOA
15. SÃO JOÃO
16. TIRADENTES

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4.6 Coisas da Escola


1. ESCOLA
2. ALUNO – ESTUDANTE – AULA
3. BIBLIOTECA
4. BORRACHA
5. CADERNO
6. CADERNO
7. CANETA (EMBOLO)
8. CANETA (TAMPA)
9. COLA
10. COORDENADOR
11. CORRETIVO
12. DIRETOR
13. FACULDADE
14. INFORMATICA
15. INSTRUTOR
16. INTERPRETE DE LIBRAS
17. INTERVALO
18. LAPIS
19. LAPIS DE COR
20. LIVRO
21. MOCHILA
22. PAPEL
23. PASTA
24. PERIODO
25. PROFESSOR
26. PULSEIRA
27. QUADRA
28. SALA DE AULA
29. SALA DE ESTUDOS
30. SALA DE REUNIÃO
31. SALA DOS PROFESSORES
32. SECRETARIA
33. TESOURA

4.7 ESCOLARIDADE
1. ALUNO – ESTUDANTE – AULA
2. AVALIAÇÃO
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3. ENSINO FUNDAMENTAL (1ª a 9º ano)


4. ENSINO INFANTIL
5. ENSINO MÉDIO (1º ao 3º)
6. ESCOLARIDADE
7. ESTUDAR
8. INCLUSÃO
9. INSTRUTOR
10. INTÉRPRETE DE LIBRAS
11. INTERVALO
12. PROVA
13. SEIS EM SEIS MESES / EJA

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DIA/TEMA 5. Pronomes pessoais e possessivos, Fases da vida, Família, Adjetivos


5.1 Pronomes Pessoais
1ª Pessoa 2ª Pessoa 3ª Pessoa
Singular EU VOCÊ EL@
Dual NÓS-2 VOCÊ-2 EL@-2
Trial NÓS-3 VOCÊ-3 EL@-3
Quatrial NÓS-4 VOCÊ-4 EL@-4
Plural NÓS- VOCÊ-GRUPO/TOD@ @-GRUPO/TOD@
GRUPO/TOD@

5.2 Pronomes possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos


1. MEU
2. PRÓPRIO
3. TEU/SEU
4. NOSSO
5. DELE
6. ESTE
7. ESSE
8. AQUELE
9. OUTRO
10. QUEM? QUAL? O QUE? DE QUEM?
11. COMO?
12. POR QUE? (PORQUE)
13. QUANTO?
14. QUANDO?
15. NADA (espalmada e organizar)

5.3 Fases da Vida


1. ADULTO
2. BEBÊ
3. CORPO
4. CRIANÇA
5. DESENVOLVIMENTO
6. GAY/É
7. GRAVIDEZ
8. HOMEM
9. HOMEM
10. JOVEM – ADOLESCENTE
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11. LESBICA
12. MORTE
13. MULHER
14. MULHER
15. NASCER/CIDADE
16. PESSOA
17. SEXO
18. TRAVESTI
19. VELHO – IDOSO
20. VIDA

5.4 Relacionamentos,
1. RELACIONAMENTOS
2. AMANTE
3. AMIGO
4. CASAR
5. DESPREZO
6. DESPREZO
7. DIVORCIAR
8. FICAR
9. JUNTO
10. LIVRE
11. NAMORAR
12. NOIVAR
13. PAQUERAR
14. SEPARAR
15. SOLTEIRO
16. TERMINAR
17. VIUVO

5.5 Familia
1. FAMILIA
2. ADOTADO
3. CUNHADO
4. ENTEADA
5. FILHO
6. IRMÃO
7. IRMÃO GEMEO (2,3,4)

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8. MADRASTA
9. MADRINHA/PADRINHO
10. MÃE
11. NETO
12. PADRASTO
13. PAI
14. PRIMO
15. SOBRINHO
16. SOGRO
17. TIO
18. VOVO

5.6 Sentimentos/adjetivos
1. SENTIMENTOS - INTENSIFICADOR
2. AMOR
3. APAIXONADO
4. ASSUSTAR
5. CANSADO
6. CERTO
7. CHATO
8. CHORAR
9. CIUME
10. CONFUSÃO 2
11. CONFUSÃO muito
12. DE BOCA ABERTA
13. DIFICIL
14. DOR
15. EMOCIONADO
16. ERRADO
17. FELIZ
18. GOSTAR
19. MAU
20. MEDO
21. MENTIRA
22. ÓDIO
23. PROBLEMA
24. PROCURAR
25. RAIVA

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26. RUIM
27. SAUDADE
28. SO
29. SOLIDÃO
30. TRISTE
31. VERDADE

5.7 Adjetivos
1. ALTO ( GRANDE)
2. BAIXO (PEQUENO)
3. BOM / BEM
4. BONITO
5. CALOR
6. CANSADO
7. CHEIO
8. CONGELADO
9. DEMORA
10. DEVAGAR
11. DIFERENTE
12. FEIO
13. FELICIDADE
14. FELIZ
15. FORTE – COISA
16. FORTE – PESSOA
17. FRACO
18. FRIO
19. GORDO
20. IGUAL
21. LIMPO
22. LOTADO
23. MAGRO
24. MAIS
25. MAIS OU MENOS
26. MAS
27. MAU
28. MELHOR
29. NADA
30. NOVO
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31. PAZ
32. PIOR
33. POBRE
34. PREGUIÇA
35. QUENTE
36. RAPIDO
37. RICO
38. RUIM
39. SUJO/LIXO
40. TRISTE
41. VAZIO- NADA
42. VELHO

5.8 Adverbios
1. AINDA
2. ANDAR (N, 1,2,3)
3. DEVAGAR
4. MUITO
5. MULTIDÃO
6. NUNCA
7. ONDE
8. QUASE
9. RAPIDO
10. SEMPRE

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DIA/TEMA 6 AMBIENTES, COISAS DE CASA E ALIMENTOS


6.1 Coisas de casa
1. ABSORVENTE
2. ALMOFADA
3. APARELHO DE SOM
4. APARELHO DVD
5. APARTAMENTO
6. AR CONDICIONADO
7. ARMARIO
8. BANHEIRO
9. BANHO
10. BATEDEIRA
11. BERÇO
12. CADEIRA
13. CADEIRA DE RODAS
14. CAMA BELICHE
15. CAMA CASAL
16. CAMA SOLTEIRO
17. CHUVEIRO
18. COLCHÃO
19. COLHER
20. COMPUTADOR
21. COPO
22. COZINHA
23. DVD
24. ELEVADOR
25. ESCADA DEGRAU
26. ESCADA ROLANTE
27. ESCADA TESOURA
28. ESCOVA DENTE
29. ESPELHO
30. FACA
31. FAVELA
32. FIO DENTAL
33. FOGÃO
34. GARFO
35. GELADEIRA
36. GUARDA ROUPA
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37. JANELA
38. LAMPADA
39. LAVAR
40. LENÇOL
41. LIQUIDIFICADOR
42. LIXEIRA
43. MAQUINA DE LAVAR PRATO
44. MAQUINA DE LAVAR ROUPA
45. MESA
46. MICROONDAS
47. NOTEBOOK
48. PANELA
49. PANELA DE PRESSÃO
50. PAPEL HIGIENICO
51. PENTE/ESCOVA CABELO
52. PIA
53. PISCINA
54. PISCINA
55. PRATO
56. QUARTO
57. RAMPA
58. REDE
59. SABÃO LIQUIDO
60. SABÃO PEDRA
61. SABÃO PO
62. SALA ESTAR
63. SOFA
64. TABLET
65. TAPETE
66. TOALHA
67. TORNEIRA
68. TRAVESSEIRO
69. TV
70. VASO SANITARIO
71. VENTILADOR
72. VIZINHO
73. XICARA

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6.2 - Alimentos

1. ABACATE
2. ABACAXI
3. ABOBRINHA
4. AÇUCAR
5. AGUA
6. ALFACE
7. ALHO
8. ALIMENTOS
9. ALMOÇO
10. ARROZ
11. AZEITE
12. BALA/BOMBOM
13. BANANA
14. BATATA FRITA
15. BISCOITO
16. BOLO
17. CACHAÇA
18. CACHORRO QUENTE
19. CAFE
20. CAJU
21. CAMARÃO
22. CARNE (BOI)
23. CEBOLA
24. CENOURA
25. CERVEJA
26. CHOCOLATE
27. CHUCHU
28. CHURRASCO
29. COCA
30. COCO
31. COENTRO
32. COXINHA
33. DELICIA
34. DOCES
35. DOCES
36. ESPUMANTE
37. FARINHA
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38. FEIJÃO
39. FOGO
40. FOME
41. FOME
42. FRUTAS
43. GALINHA
44. GUARANA
45. HAMBURGUER
46. JERIMUM
47. LARANJA
48. LARANJADA
49. LEITE
50. LIMÃO
51. MAÇÃ
52. MACARRÃO
53. MACARRÃO
54. MAIONESE
55. MAMÃO
56. MANGA
57. MANTEIGA
58. MELANCIA
59. MELÃO
60. MILHO
61. MISTURAR
62. MORANGO
63. OLEO
64. ÓLEO
65. OVO FRITO
66. PANELA
67. PÃO
68. PEIXE
69. PÊRA
70. PIPOCA
71. PIZZA
72. PRESUNTO
73. QUEIJO
74. SAL
75. SAL
76. SALGADINHO
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77. SANDUICE QUEIJO


78. SEDE
79. SORVETE
80. TOMATE
81. TOMATE
82. UVA
83. VERDURAS
84. VINHO
85. WISKY

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DIA/TEMA 7 – LUGARES, ANIMAIS E NATUREZA


7.1 Ambientes e coisas de casa
1. VIZINHO
2. CASA DO LADO
3. CASA DA FRENTE
4. CASA ATRÁS
5. FAVELA
6. APARTAMENTO (espalmada ; xifrudo)
7. BAIRRO
8. ESCADA DEGRAU
9. FAVELA
10. HOSPITAL
11. RECIFE
12. PERNAMBUCO
13. VIADUTO
14. CIDADE
15. PRAÇA
16. RIO
17. MAR
18. PRAIA
19. RUA/AVENIDA/BECO/VIELA
20. ESTRADA
21. BAIRRO
22. PONTE
23. RECIFE
24. PERNAMBUCO
25. ETILÔMETRO (BAFÔMETRO)
26. FAIXA PEDESTRE
27. RUA/AVENIDA/VIELA/BECO
28. ESTRADA
29. MÃO DUPLA
30. SEMÁFORO
31. CALÇADA
32. PLACA
33. FEIRA
34. PARADA DE ÔNIBUS
35. RODOVIÁRIA

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7.2 – Lugares
1. LUGARES
2. BAIRRO
3. BANCO
4. BAR
5. CIDADE
6. CINEMA
7. CORREIOS
8. FAIXA PEDESTRE
9. FARMACIA
10. FAVELA/COMUNIDADE
11. FAZENDA
12. FEIRA
13. HOSPITAL
14. HOTEL
15. IGREJA
16. INTERIOR
17. LANCHONETE
18. LOJA
19. MOTEL
20. PERNAMBUCO
21. PONTE
22. PRAÇA
23. RECIFE
24. RESTAURANTE
25. RUA/AVENIDA
26. SEMAFORO
27. SUPERMERCADO
28. VIADUTO
29. YOUTUBE

7.3 ANIMAIS
1. ABELHA
2. ARANHA
3. BALEIA
4. BARATA
5. BODE
6. BOI, VACA
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7. BORBOLETA
8. BURRO
9. CACHORRO
10. CAMARÃO
11. CAVALO
12. COBRA
13. COELHO
14. ELEFANTE
15. FORMIGA
16. GALO, GALINHA
17. GATO
18. GIRAFA
19. HIPOPOTAMO
20. JACARE
21. LEÃO
22. LEÃO
23. LOBO
24. MACACO
25. MORCEGO
26. MOSCA
27. MOSQUITO DENGUE
28. ONÇA
29. OVELHA
30. PASSARO, PINTO
31. PATO
32. PEIXE
33. POMBO
34. POMBO
35. PORCO
36. RATO
37. RINOCERONTE
38. SAPO
39. TARTARUGA (JABUTI)
40. TARTARUGA MARINHA
41. TIGRE
42. TUBARÃO
43. ZEBRA

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7.4 – NATUREZA
1. AGUA
2. AR
3. ARCO-IRIS
4. ARVORE
5. CEU
6. CHUVA
7. ESTRELA
8. FLOR
9. FLORESTA
10. FOGO
11. LUA
12. MAR
13. MONTANHA
14. NUVEM
15. PEDRA
16. PRAIA
17. RAIO
18. RIO
19. SOL
20. TERRA

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Acesse o dicionário Geográfico do INES e perceba como se dá a apresentação dos sinais.


Faça uma crítica ao modelo educacional, por exemplo, o sinal de DESERTO é o que representa AREIA NADA.
Como se o deserto não fosse um bioma riquíssimo, ou mesmo que só tivesse areia. Esta mesma análise faça em
relação aos sinais de mangue, constelação, vulcão, etc.

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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO VISUAL

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II. CONTEUDOS MÓDULO II


Módulo II Carga Horária total 280 horas
Estrutura e Construção Categorização e tipificação dos recursos da Libras: traços distintivos,
Frasal diante dos recursos empréstimos linguísticos, classificadores, marcadores. Conflitos pela falta de
padronização, criação de sinais e aleatoriedade quanto ao uso pelos surdos.
da Libras
Ponto referencial, espaço do abraço (tolken); jogo de corpo (whole play)
Construção Frasal: tipos de frases, SVO; VSO; SOB
30 horas
A musicalidade na construção da aprendizagem

Características e aplicação Aplicabilidade dos Classificadores e Marcadores: animais, objetos, coisas,


dos Classificadores, natureza e meio ambiente.
Marcadores e ponto de
referência para Definição da visão espelhada, visão direta; A importância do ponto referencial;
comunicação em Libras e percepção espacial, estrutura, dimensões e recursos; A escolha dos sinais
produção de material segundo o ponto referencial, dimensão, proporção e distribuição espacial; A
relação espacial para a organização da sinalização.
educativo
30 horas

A influência da fé cênica na organização do cenário, na construção cognitiva,


A pantomima e a fé cênica interpretativa e conceitual do educando surdo;
na escolha dos sinais para
o diálogo em Libras O jogo de corpo no diálogo “whole play” e espaço do abraço como “espaço
tolken”
A produção de material educativo adaptado em Libras
45 horas A musicalidade e a corporeidade em Libras na produção linguística

Acessibilidade com legenda, oralização e sinalização para todos os níveis de


surdez
Leitura de Imagem e A simultaneidade da Libras diante da linearidade da Língua Portuguesa;
produção de material construção frasal, aspectos estruturantes da comunicação sinalizada em
educativo acessível em Libras/LP; Tradução e/ou interpretação diante das perdas interlínguas
Libras A técnica da Leitura de imagem para o desenvolvimento da fluência em Libras
A técnica da Descrição Visual Sinalizada Aplicada DVSA: MACRO – MICRO –
MACRO APLICADO para aprendizagem da Libras
60 horas
O bimodalismo e o bilinguismo diante da Libras e do português sinalizado para
a produção de material educativo em Libras

Laboratório de Libras para a Adequação/adaptação dos livros didáticos por ano e disciplina em Libras
comunicação bilíngue para acessível a todos os níveis de surdez em conformidade com os PCNs;
aspectos socioculturais da informação e formação profissional
educadores: professor,
instrutor e interprete de Produção de noticias da semana, documentários acessível em Libras para
Libras escolar todos os níveis de surdez
115 horas

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1. Recursos da Libras
Não basta aprender os sinais isolados da Libras. Neste momento da aprendizagem você
vai compreender quais e como os recusos da língua de sinais podem ajudar na fluência da
comunicação.

1.1 Traço Distintivo


É aquilo que se mantém num determinado parâmetro, mas que muda o significado do
sinal quando muda o parâmetro. Pode ser um movimento, a orientação, a associação de ambos,
que se complementa com o contexto.
• Ex.: televisão, trabalhar - Traço distintivo é a Configuração em L no espaço neutro.
• Leite, aprender, sábado - Traço distintivo é a Configuração em S no espaço neutro, na
testa e na boca.

1.2 Classificadores
São configurações das mãos que substituem um determinado sinal, representando
animais, objetos, pessoas, ambientes e natureza.
Os CL facilitam a comunicação tornando-a mais leve e de fácil compreensão.
Substituir um sinal por um classificador é atribuir-lhe um significado que atende a sua
característica física, qualidade, condição.
CL podem utilizar elementos do desenho geométrico e configurações com formas
diferentes. Pode ser a marca (ex : pneu no chão para carro, moro ; animal : para do leão, cahorro,
elefante), um formato (dedo indicador : pessoa em pé, poste, estaca).

Exemplos:
- PESSOA: ANDAR, PARAR, CAIR, SUBIR, LEVANTAR, PULAR, PULAR-DE-ALEGRIA;
- OBJETO / COISA:
• MOTO, CARRO, CAMINHÃO;
• IMPLODIR/EXPLODIR, POSTE;
• LIVRO E CADERNO (FOLHA, PAPEL), COPO, MESA, ARMÁRIO;
• BRINCADEIRA: CORRER, PARAR, SENTAR, JOELHOS, DEITADO, ATRÁS, NA
FRENTE, BATER;
- ANIMAL : LEÃO, ELEFANTE, CACHORRO, AVES, BARATA,
- AMBIENTE E NATUREZA: SOL (ALVORADA, PÔR DO SOL, RAIOS DO SOL), MAR
(ONDA, TISUNAME), ÁRVORE (TRONCO, PAU, ESTACA), CHUVA, CÉU (NUBLADO),
VENTO-TEMPESTADE.

1.3 Marcadores
Definem a distribuição espacial na narrativa. Variam segundo a posição definida no
diálogo para os diferentes sujeitos, objetos e coisas, contribuindo para identificar cada um dos
personagens em cada ambiente.
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Lugar, condição, aspecto, dimensão, forma, distribuição espacial:


Superfície:
1. LISA
2. ELEVADO (MORRO)
3. ESCORREGADIA
4. PAREDE
5. GRADE
6. RUA
7. ESQUINA
8. QUARTEIRÃO
9. IRREGULAR/ACIDENTADO/ESBURACADO
DIMENSÃO:
10. GRANDE
11. PEQUENO
12. ALTURA
13. LARGURA
14. COMPRIDO
15. ESTREITO
16. DISTÂNCIA
17. LONGE
18. PERTO
19. PRÓXIMO
20. JUNTO

Direção e Condição:
21. LADO DIREITO
22. LADO ESQUERDO
23. ATRÁS
24. FRENTE
25. SEGUIR
26. FACE A FACE
27. DEFRONTE
28. EM CIMA
29. EM BAIXO
30. NO MEIO
31. ENTRAR
32. SAIR
33. CAIR
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34. DERRUBAR
35. MUDAR
36. SUBSTITUIR
37. TRANSFORMAR
1.4 Construção frasal em libras
Clareza, objetividade, diretividade, assertividade, sem rodeios.

Bom dia, cidadão! Por favor, documentos do veiculo e habilitação.


BOM DIA TUDO BEM CARRO DOCUMENTO DOCUMENTO DIRIGIR SEU

A senhora sabe que é infração conduzir o veículo com defeito no sistema de iluminação, a
lâmpada lateral traseira está queimada.
DIRIGIR LÂMPADA APAGADA DEFEITO PROIBIDO MULTA

Cidadão, transitar com o veículo com lotação excedente é infração.


VEICULO LOTADO PROIBIDO MULTA

Duas pessoas suspeitas estão girando a praça de alimentação sem comprar nada. Peço
proteção para abordagem.
SUJEITO (FOCO) – VERBO – ADJETIVO
PESSOA 2 ANDAR CUIDADO APROXIMAR CUIDADO

Eu fui para casa mais cedo porque faltou energia e o trânsito é um inferno. Quando parei no
sinal vermelho, o doido do ciclista bêbado bateu na traseira do meu carro, voou, bateu no
carro do lado e caiu dormindo. Esperei uma hora para chegar o SAMU.
CARRO RUA SINAL VERMELHO BICICLETA HOMEM BÊBADO BATER ATRÁS
CAIR DORMIR DOIDO. AMBULÂNCIA DEMORA UMA HORA

Eu estou muito cansado e preciso de uma cadeira para sentar-me, pois estou ficando velho e
meus pés estão me matando.
POR FAVOR CADEIRA CANSADO POR FAVOR ONDE?

Temas diversos
Material de escritório e Equipamento de Segurança Pública;
Legislação sinalizada: normas de trânsito, abordagem policial, abordagem de trânsito e socorros
de urgência.

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2. Construção do Padrão e Normas para Abordagem de Pessoas Surdas


É preciso criar um procedimento comum em Libras para que o surdo seja respeitado em sua
língua e compreenda as informações/orientações repassadas. Mas antes de tudo : Quem é o
surdo do seu discurso? Tipo 1, tipo 2? Verifique esta diferença na Apresentação deste Caderno
do Aluno.

2.1 Especificidade da abordagem para iniciar a comunicação


1. PROFISSÃO
2. PESSOA
3. MORAR/CASA ONDE?
4. RUA
5. TRABALHA EM QUE?
6. CIDADÃO
7. POR QUE? – PORQUE
8. AQUI
9. AGORA
10. ONDE
11. COM QUEM?
12. JUNTO
13. SÓ
14. PERDIDO
15. BÊBADO
16. DROGA
17. CIGARRO
18. PODE
19. NÃO PODE
20. PROIBIDO
21. MULTA/ AUTO DE INFRAÇÃO
22. PARE
23. RECOLHIMENTO DOCUMENTO – VEICULO
24. PRISÃO PESSOA
25. PRISÃO VEÍCULO
26. RESOLUÇÃO – LEI
27. RETENÇÃO (enquanto regulariza)
28. RECOLHIDO (levado ao depósito)
29. APREENSÃO (ficar depósito)
30. ROUBAR
31. BATER
32. RESPEITAR
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33. CAPACETE
34. MORTE:
a. TIRO
b. FACA/PUNHAL
c. AFOGADO
d. QUEIMADO
e. ACIDENTE DE CARRO
f. VENENO
g. DOENÇA
h. AVC
i. INFARTO
j. TRAIÇÃO
k. CHOQUE

2.2 Situação
1. PRENDER – PRISÃO – CADEIA
2. CADEIRA
3. CARTA
4. MULTA
5. PASSEATA
6. ENTERRO – FUNERAL
7. MANIFESTAÇÃO
8. RUA – RODOVIA
9. PESSOAS
10. CARRO/VEÍCULO
11. ESCOLTA
12. DESFILE
13. RUA INTERDITADA
14. CAVALETE
15. GELO BAIANO
16. BATEDORES
17. PASSEIO CICLÍSTICO
18. ESTOU LIMPO – NÃO TENHO NADA A VER COM ISTO
19. SOU INOCENTE

2.3 Sinalização: sinais de trânsito (verificar em vídeos)


1. PROIBIDO
2. RESPEITAR/OBEDECER LEI
3. CERTO

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4. ERRADO
5. FALTAR
6. VENCIDO/VELHO
7. QUEBRADO/DANIFICADO
8. ACIONAR/LIGAR/ACENDER
9. DESLIGAR
10. VEÍCULO DETIDO
11. EXTINTOR INCÊNDIO VELHO FRACO (VENCIDO)
12. PNEU ESTEPE
13. SUBSTITUIR
14. VELHO-LISO (CARECA)
15. CHAVE RODAS
16. ELEVADOR (MACACO)
17. TRIÂNGULO
18. CORDA
19. ACELERADOR ACIONAR
20. FRENAGEM-FREIO ACIONAR
21. LATERAL ACIONAR
22. PISCA ALERTA ACIONAR
23. FAROL ACIONAR
24. ERRADO
25. REMOÇÃO/REBOQUE/GUINCHO
26. MALA ABRIR
27. CAPÔ ABRIR
28. ABRIR BAÚ
29. PISAR FREIO
30. LIGAR SETA
31. LIGAR FAROL
32. DIFERENTE ORIGINAL/MUDAR CARRO DOCUMENTO (adulterado)
33. LEI SECA
34. ETILÔMETRO
35. CINTO DE SEGURANÇA

2.3.1 Exercicio fixação


1. É SURDO – SAUDAÇÃO – OI TUDO BOM
2. DOCUMENTO VEÍCULO DOCUMENTO MOTORISTA
3. CONVIDAR ETILÔMETRO
4. APONTA VERDE – AMARELO – SOPRAR
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5. LUZ VERDE APAGA – VOCÊ LIVRE


6. LUZ VERDE CONTINUAR – VOCÊ BEBER HOJE
7. DOCUMENTO PRENDER
8. VOCÊ DIRIGIR PODER-NÃO – PROIBIDO
9. CARRO PARADO OUTRA PESSOA DIRIGIR
10. VOCÊ MULTA
11. NUMERO ___ VOCÊ BEBER MULTA DELEGACIA

b. Palavras a serem evitadas Tentar explicar assim


ILEGÍVEL VER/LER DIFICIL TROCAR NOVO
FALTA DE VISIBILIDADE VER DIFICIL
APAGADO QUEBRADO
FALHANDO COM DEFEITO
VENCIDO VELHO, TROCAR NOVO
VALIDADE FÁBRICA TEMPO USAR PODE
INOPERANTE FRACO
INEFICIENTE FRACO
RASURADO VERDADE RISCAR FALSO
DESACORDO ERRADO
DESOBEDECER RESPEITAR NADA
DESACATAR RESPEITAR NADA
RESISTÊNCIA RESPEITAR NADA
PRISÃO, APREENSÃO, RETENÇÃO PRESO/CADEIA
RECOLHIMENTO GUINCHO
MUDANÇA/ALTERAÇÃO MUDAR VERDADE ANTES MUDAR
CARACTERÍSTICA PROIBIDO MULTA

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3. Técnica de Leitura de Imagem na construção do cenário em Libras


Espaço do seu abraço: limite superior, lateral e inferior.
Objeto de estudo: Classificador e Marcador
Distribuição espacial, posição e condição
Orientação para leitura e construção de imagens sinalizadas.

LEITURA/TRADUÇÃO DE IMAGEM EM LIBRAS


Mensagem do grupo: Construa com criatividade e dance com a imaginação na expressividade
da imagem, das ideias e das palavras através dos sinais.
É preciso definir o ambiente utilizando os sinais da Libras e recursos como
classificadores e marcadores manifestando a distribuição espacial, posição e condição imagética.
E assim, analisar:
1. Tomar consciência do seu cenário, espaço de construção, expressões faciais e corporais;
2. Analisar a mensagem/ideia principal;
3. Procurar o foco da imagem – imagem central (ideia chave da imagem);
4. Analisar a mensagem de fundo;
5. Analisar a mensagem subliminar (abstração – antes e o depois, como, por que, onde?);
6. QUAL O REFERENCIAL DO OBSERVADOR?

Contudo, o que de fato vai ser apresentado na leitura de imagem/narrativa de um fato é:

1. QUAL O SEU REFERENCIAL?


1. Qual a dimensão/proporcionalidade ?
2. Em um dos lados da imagem
3. No meio/centro incorporando algum personagem
4. A depender do tipo e natureza da foto, escolha a posição do fotógrafo
5. Posição aleatória

2. Sinalizar a ideia principal – O TEMA;


3. Sequência? Como iniciar, desenvolver e concluir;
4. Ao descrever uma pessoa, que seja por completo;
5. Definir o ponto de referência espacial para iniciar a leitura da imagem, independente da
posição do apresentador;
4.1. Preferencialmente de cima para baixo, de um lado para o outro, e segundo a
perspectiva do apresentador na visão foco-fundo;
4. 2. Selecionar na apresentação da leitura:
a) Definição do ponto de referência lateral direito ou esquerdo e terminar com o outro lado
até fechar a apresentação de toda a imagem, fazendo uma varredura da imagem ou,
b) Definir a imagem central como informação direta e focal, posicionando com sinais,
marcadores e classificadores, o complemento da imagem;
c) Procurar ultrapassar o limite da ideia para uma compreensão mais detalhada e
aprofundada da imagem, agregando outros valores e saberes.

As demais técnicas DVSA e o Tripé da Aprendizagem consultar livro : surdez, cognição visual e
Libras, ed.4, 2014.e no ambiente AVA.
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III. CONTEÚDO TEÓRICO MODULO III

Módulo III Carga Horária total 300 horas


Historicidade e interculturalidade; aspectos sociogênicos e dialogênicos
A pessoa com surdez: inerentes á pessoa surda; aspectos cognitivos diante da especificidade visuo-
estimulação precoce e a gestual, a decisão pela oralização e/ou sinalização da Libras;
inscrição da linguagem e da
O que varia com residual auditivo; Níveis de surdez (leve, moderado, severo,
afetividade visuogestual profundo, uni e bilateral), o uso de aparelhos funcionais como tecnologias
30 horas assistivas e estimulantes da audição residual.; implante coclear. Vantagens e
“desvantagens” da Leitura labial e da oralização.
Estimulação precoce auditiva e visuogestual familiar a partir da orientação
educomunicacional dos profissionais pediatras, enfermeiros, fonoaudiólogos,
pedagogos para minimização dos conflitos comunicacionais, afetivos e
comportamentais que definem níveis de aprendizagens. O acolhimento da
criança surda com a inscrição da linguagem e afetividade visuogestual que
desenham o comportamento, as atitudes para a convivência familiar, escolar e
social produtiva, pacifica e civilizada;
Construção de conceitos sociais: disciplina, respeitabilidade, hierarquia;
perspectivas de formação escolar e profissional;
A escolarização como momento de socialização e inclusão; O mercado de
trabalho para os surdos.

Despertar da Cognição Visual através do residual auditivo; leitura labial,


A Cognição visual diante da tecnologias assistivas: implante coclear, AASI e da Libras.
Pedagogia e Andragogia
adaptadas ao educando Tópicos da alfabetização e letramento em busca da autonomia e
independência diante da formação da pessoa com deficiência auditiva.
com surdez
30 horas Aspectos psicossociais, pedagógicos e andragógicos determinantes da
aprendizagem significativa para a vida produtiva e ao mercado de trabalho.

O que muda na Educação: Básica, Jovens e Adultos e no Ensino Superior de


surdos sinalizantes diante da ensinagem e aprendizagem da LP escrita como
L2 e da Libras como L1
A construção do Mapa Conceitual diante dos pressupostos teóricos
educacionais inerentes à Cognição Visual;
Metodologia de Ensino
adaptada ao educando Técnicas e estratégias da Visuo Descrição Sinalizada Aplicada – DVSA,
surdo na perspectiva da Macro-Micro-Macro Aplicado, o Tripé da Aprendizagem e a Leitura de Imagem;
educação Inclusiva Bilíngue
A escrita da Pessoa surda:
30 horas
Gramática da Libras/Língua Portuguesa Instrumental para aquisição de novos
saberes. A Libras como L1 para surdos sinalizantes; O Bilinguismo diante dos
aspectos da escrita da LP escrita por surdos como L2:
A produção e adaptação de material didático digital em Libras.

Função, Atribuição e Papel Aspectos educacionais e comunicacionais que envolvem aprendizagem de L1


dos Educadores/instrutores e L2, a Libras/Língua Portuguesa escrita. A formação de educadores: instrutor
e interprete de Libras com atribuições e possibilidades ao bilinguismo; O
e do intérprete de Libras
intérprete de Libras como tecnologia assistiva; o Instrutor de Libras como
educacional diante do educador de apoio; O papel do professor bilíngue e do intérprete educacional;
bilinguismo: individual do Interações entre o Instrutor e o Intérprete de Libras com o professor regente;
aluno Variações conceituais: interpretação e/ou tradução de Libras

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construção da ficha de acompanhamento para o planejamento e


acompanhamento do currículo escolar, da avaliação com progressão e/ou
60 horas retenção do educando; Conflitos e dificuldades da sala de aula,
assessoramento ao corpo docente no trabalho pedagógico interdisciplinar
O trabalho em conjunto com os professores e apoio em sala de aula. A
socialização e o domínio de Libras pelos diferentes atores dos educadores
escolares (docente, instrutor, interprete de Libras);

O Instrutor/educador de Libras ouvinte e/ou surdo como apoio


interdisciplinar na alfabetização, sala de recursos, EJA, apoio à biblioteca,
apoio aos professores na preparação de material e sala de aula, no reforço
escolar, contação de histórias, preparação e produção de material didático em
Libras;
O Intérprete de Libras como tecnologia assistiva, com função educadora para
tradução/interpretação escolar.

O professor Inclusivo bilíngue participativo, consciente e com domínio da


Libras para a construção do planejamento e execução das aulas inclusivas,
bilíngues e para todos.

O livro didático adaptado em Libras; Variações estruturais da libras, aspectos


da compreensão textual imagética e escrita. A preparação, edição e produção
Produção de materiais de livros didáticos, histórias infanto-juvenis em vídeos e jogos educativos para
educativos bilíngues alfabetização de surdos;
adaptados em Libras para a Produção de materiais didáticos bilíngue (Libras/Português); Desenvolvimento
educação de surdos e de material educacional bilíngue voltados a pessoas surdas; Analise dos
ouvintes bilíngues recursos pedagógicos atuais e realização da adequação para a educação
bilíngue; A construção lógica do pensamento diante da cognição visual. Como
45 horas o surdo pensa, interage, aprende e constroi a lógica do raciocínio. Prática de
ensino do educador e/ou instrutor de Libras na educação bilíngue e na
formação de professores/educadores inclusivos bilíngues.

Atuação escolar e educação infantil, creches, área de educação em diferentes


instituições para atuação em bibliotecas, laboratório de informática com
utilização de programas específicos para produção de materiais didáticos
bilíngue em Libras/Língua portuguesa.
Laboratório de Libras/LP escrita: O livro didático adaptado em Libras; Didática
aplicada ao ensino da Libras; videogravação e registro imagético. Metodologia
para o ensino de Línguas; Iniciação à gramática da LP; Integração das
gramáticas da LP com a Libras
Laboratório de Ensino em
Didática e planejamento Laboratório de Matemática em Libras: O livro didático adaptado em Libras;
Didática aplicada ao ensino da Matemática em Libras; videogravação e registro
para os anos iniciais e imagético para o empoderamento dos saberes
produção de material
bilíngue Laboratório de Ciências em Libras: O livro didático adaptado em Libras;
Didática aplicada ao ensino das Ciências em Libras; videogravação e registro
imagético para o empoderamento dos saberes
60 horas
Laboratório de Artes em Libras: O livro didático adaptado em Libras; Didática
aplicada ao ensino de Artes em Libras; videogravação e registro imagético
para o empoderamento dos saberes

Laboratório de Geografia em Libras: O livro didático adaptado em


Libras; Didática aplicada ao ensino da Geografia em Libras;
videogravação e registro imagético para o empoderamento dos
saberes

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Laboratório do Corpo Humano em Libras: O livro didático adaptado em Libras;


Didática aplicada ao ensino da anatomia e fisiopatologia em Libras;
videogravação e registro imagético para o empoderamento dos saberes

Produção de material educativo em Libras: conceitos e valores entre a teoria e


Laboratório de contação de a prática na contação de história infanto-juvenil e a musicalidade em Libras
histórias infantis com
acessibilidade
Adaptação/adequação da literatura infantil em Libras; conflitos interculturais e
comunicacional e produção da literatura na educação de surdos
bilíngue
45 horas O livro de histórias com acessibilidade comunicacional: Legenda, Libras,
oralização e a áudio-descrição.

Estes temas são abordados com profundidade nos textos disponiveis no AVA e nos
livros utilizados como material de apoio.

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IV. CONTEÚDOS MODULO IV E V


Módulo IV Carga Horária total 250 horas
o modelo de ensino na sala de aula e o uso de recursos visuogestuais com
surdos. Observação da prática educativa em sala de aula com surdos.
Identificação das dificuldades, ansiedades, necessidades, frustrações,
Estágio Supervisionado de incertezas e conflitos que os educadores: professor, intérprete e o instrutor de
Observação libras apresentam ao lidar com a educação de crianças surdas. Construção do
relatório de observação e as discussões nos momentos de concentração da
40 horas formação.

Produção de Material Produção de temas do livro didático adaptado em Libras para vivências
Educativo bilíngue e escolares. A aplicação das Técnicas e métodos voltadas para a cognição
visual em Libras.
inclusivo adaptado em
Libras
30 horas

Aplicar a produção adaptada em Libras: livros didáticos, jogos educativos,


histórias infanto-juvenis, musicalidade na interculturalidade

Assessorar individualmente cada professor, sugerir a aplicação de métodos e


técnicas visuogestuais adaptadas para trabalhar com educandos surdos;
trabalhar a acessibilidade comunicacional de forma adaptada e dialogada;
Estágio Supervisionado de Discutir sobre aspectos inclusivos da formação docente com a inserção da
Intervenção Libras, estruturação do diálogo em rodas de conversas temáticas com
educadores e familiares sobre a intermediação de como trabalhar com o
100 horas educando surdo nos diferentes níveis de surdez que garantam ensinagem,
aprendizagem, avaliação desempenho e afetividade compartilhada com o
educando surdo. Contribuir com o planejamento curricular e apoio ao
professor. As intervenções e desmembramentos serão levadas aos momentos
de concentração da formação

Orientação e Confecção Consiste em momentos individuais e em grupo para avaliar a produção do


do Relatório de Conclusão instrumento. Trabalham-se momentos de concentração e dispersão coletiva
socializada e individualmente com ações conjuntas dialogada entre os
de Curso estudantes e a equipe de formadores. Definem-se formas de apresentação dos
40 horas trabalhos para a conclusão em forma de relatórios, artigos científicos,
monografias, etc.

Apresentação em Libras do RCC; Produção teórica e prática com preparação


Proficiência em Libras para a defesa em Libras, definir roteirização e estruturação do instrumento.
40 horas Estruturar apresentação em mídia; Definir a banca de examinadores e os
critérios da avaliação da proficiência em Libras.

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TEXTOS DE APOIO6

Historicidade

Em 2004 a UPE tornou-se a primeira universidade pública brasileira a inserir o curso de


Língua Brasileira de Sinais - Libras como modalidade de extensão e disciplina eletiva no campus
saúde de Santo Amaro e em 2012 nas engenharias com a disciplina eletiva Acessibilidade e
Libras. A partir de 2013 inovamos com a formatação do curso de Instrutor de Libras oferecido
como curso de extensão na modalidade semipresencial para todo o Estado e o de Acessibilidade
e Inclusão. Todo este investimento deve-se ao fato de acreditarmos na formação e qualificação
de profissionais de diferentes áreas para atuarem junto ao modelo inclusivo comunicacional e
pela necessidade urgente de eliminar as barreiras atitudinais que impactam as relações e a
evolução do processo de humanização nas interações humanas.

1. Atenção à Legislação em vigor


A obrigatoriedade da formação bilíngue Libras/Língua Portuguesa está respaldada no
Decreto nº 5.626/2005, Art. 26: “o Poder Público, as empresas concessionárias de serviços
públicos e os órgãos da administração pública [...] devem garantir às pessoas surdas o tratamento
diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras/Língua
Portuguesa, realizadas por servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o
acesso às tecnologias de informação. Essas instituições “devem dispor de, pelo menos, cinco por
cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação de
Libras [...] como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência auditiva o tratamento
diferenciado”.
O curso de Libras habilita o estudante a comunicar-se com as pessoas surdas em
diferentes situações, ocorrências e ambientes.
LEI 10436 – DECRETO 5626
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm
LEI 10098 – DECRETO 5296
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm
Decreto 7612 : LEI PLANO VIVER SEM LIMITES
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7612.htm
Além de outros dispositivos como : a Lei Brasileira de Inclusão – Código de Ética do Intéreprete,
Confereência Mundial dos Direitos das Pessoas com Deficiência...

6
Fonte : Falcão, L . A. Surdez, cognição visual e Libras, ed4ª, 2014 ; Educação de surdos :
Comportamento, Escolarização e Mercado de Trabalho, 2015.
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2. Mãos e gestos que anunciam


Uma coisa é aprender a Língua de Sinais para apenas se comunicar, bater um papo, se
relacionar com uma pessoa surda. Outra coisa é sinalizar informação e verdade com sentimentos
nas mãos.
Um cidadão que aprender a se comunicar em Libras passa a ser bilíngue, pois esta é a
segunda língua oficial do Brasil. Esta aprendizagem permite fluência e domínio da comunicação
sinalizada para resolver situações de conflito, intermediar situações policiais em diversos
ambientes. Este saber é fundamental para ressignificar o cotidiano das pessoas surdas, tanto nos
espaços familiares e escolares, como nos logradouros públicos.
Temos a consciência de que a surdez não interfere apenas na audição e na aquisição da
linguagem, mas também na estruturação da lógica crítico-reflexiva e do raciocínio e que, pela
falta de uma comunicação e um diálogo familiar e escolar mais efetivos, dialógicos e plenos, irão
surgir profundos conflitos intra e interpessoais.
Também temos a convicção de que nem sempre se dispõe de um intérprete de Libras
(ILS) em todos os lugares que existam ocorrências policiais.
E numa abordagem policial, por exemplo, o procedimento padrão de segurança não pode
ser colocado em risco à espera de um ILS.
A língua de sinais deve ser uma ferramenta comum a todos os cidadãos, principalmente,
os que lidam com a Segurança Pública.
A inclusão comunicacional não se limita apenas ao fato de ter um intermediador
interlínguas. Toda a sociedade deveria apreender, compartilhar e se transformar em multiplicador
desta nova modalidade linguística, para poder se apropriar do diálogo em sinais num ambiente
muito mais crítico, reflexivo e consciente dos papeis e atribuições sociais de cada cidadão.
A dependência de ILS por parte de alguns setores da sociedade tem gerado uma relação
de fidelidade na intermediação porque passam a ser, os ILS, “protegidos” e fidelizados pela
comunidade surda porque são os “únicos” que os compreendem e intermediam a comunicação
com o “mundo dos não surdos” ou como costumam dizer “ouvintistas”. Este modelo de inclusão
não resolve a problemática da exclusão e da indiferença e torna-se perverso e desumano. Até
porque, em todos os momentos não vai existir um ILS disponível, ou mesmo uma situação de
segurança e de abordagem que não permite uma terceira pessoa intermediando.
Entendemos que não há fundamento teórico para sustentar o discurso de que os surdos
são “estrangeiros” em seu próprio país uma vez que o Estado brasileiro passa a apreender a
Libras como segunda língua oficial e o setor público assume seu papel social.
A aprendizagem dos surdos em Libras nem sempre ocorre de forma regular no ambiente
familiar e escolar. Assim, é possível que um policial ao abordar uma pessoa surda, esta não
compreenda os sinais e que não domine a comunicação em Libras7. Neste momento, é preciso
haver discernimento quanto ao procedimento padrão. Na abordagem, o policial deve se
comunicar de forma mais visual e mímica do que sinalizada.
7
Este é o famoso “mudinho da rua” que não frequenta a escola e não conhece a Libras, passa os dias
ganhando trocado vendendo santinho e pedindo esmola.
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Mas quem é este surdo do discurso?


Faz leitura labial, tem residual auditivo, usa aparelho?
E usuário da Libras?
É militante da ideologia surdinista que combate o audismo e ouvintismo?

3. A pessoa surda
A pessoa surda não é digna de pena nem do sentimento de coitadinho, muito menos ser
tratado como estrangeiro nem refém de terceiros como pais, professores e intérpretes que
assumam sua fala e seus sentimentos por toda a vida.
A pessoa surda não é muda. Mudo é aquele que não consegue se comunicar e o surdo
quando interage sinalizando está se comunicando, então não é muda. Apenas usa um canal de
comunicação diferente que são as mãos, os gestos e expressões faciais com ritmo e cadência
linguística.
A surdez não invalida o indivíduo, seu intelecto nem sua sociogênese, contudo, para que
isto ocorra, todos os ambientes sociais devem ser adequados ao modelo bilíngue Libras/LP.
A surdez não é algo novo, nem é uma doença infecto-contagiosa, muito menos se carrega
no bolso como portador de um documento, nem a pessoa tem um “problema” por ser surda.
A pessoa com deficiência, limitação ou perda auditiva é surda, para onde for e de onde
vier, faz parte da sua estrutura biológica, física, funcional sensorial e cultural. Mas esta situação
pessoal não implica, necessariamente, em comprometimento intelectual nem social e a Libras é o
caminho desta qualificação.
Uma pessoa, independente se surda ou ouvinte não é igual à outra. Ninguém pode ser
tratado de forma linear e objetiva como se não existissem necessidades, interesses, valores,
saberes em constante dinamismo intelectual.
No tocante aos surdos, além da variação sensorial entre as pessoas surdas (profundo,
severo, moderado, leve), ainda existe variação de uma orelha para outra. Ao se diagnosticar uma
pessoa totalmente surda, ainda existe a possibilidade de com o uso de aparelho protético conferir
algum resíduo auditivo e esta diferença é fator determinante da qualidade de vida e de interação
com o mundo.
Os surdos com residual auditivo leve e moderado são aprendizes diferenciados daqueles
do tipo severo e profundo, não se pode nivelar a todos a um mesmo modelo de comunicação,
relação e ensino. Este diagnóstico difere totalmente nos resultados, na forma e na definição do
processo metodológico educacional a ser proposto. Não se pode nivelar a educação dos surdos
como se todos fossem surdos profundos e educá-los da mesma forma, pois a maioria apresenta
residual auditivo e pode, com o apoio das tecnologias, se tornarem mais facilmente num sujeito
aprendente comum e livre.
A inclusão das pessoas surdas passa a se (re)estruturar num conjunto de ações políticas e
sociais cuja responsabilidade também é de todos, homens e mulheres, jovens, adultos e idosos,
com ou sem deficiência, que pelo domínio da língua de sinais intermediam valores, princípios,

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representações, ressignificando emoções e sentimentos humanos que se humanizam pela


vivência e pelo exemplo dos mais experientes com os menos experientes.
É preciso um novo olhar sobre este velho paradigma.

A sociedade precisa se preparar para incluir os surdos, sejam eles sinalizados ou


oralizados, e não somente os surdos que devem obrigatoriamente se moldar aos padrões
que a sociedade impõe. Mas, também, não acho que os surdos devam aprender Libras e
isolar-se num “mundo e numa cultura só deles”, pois são seres humanos e fazem parte de
um grande grupo que é a sociedade, devem conviver e interagir com os outros, por mais
diferentes que estes sejam. (HORA apud FALCÃO, 2007).

4. Cognição visual
Cognição visual é o produto do ensino e aprendizagem diferenciada adquirida pelos
surdos. O processo se dá pela oferta da descrição visual sinalizada. Esta aquisição do
conhecimento através de sinais com estímulos visuais cognoscíveis, diferenciados e específicos
faz a diferença interpretativa, reflexiva, lógica a ser construída na mente das pessoas surdas para
que não sejam considerados incapazes.
Cognição visual é a aquisição de todo o conhecimento produzido e disponível ao homem
adaptado pela língua de sinais para os sujeitos surdos com um padrão multissensorial e
multidimensional por apresentar uma especificidade sensorial cognitiva visual em decorrência da
deficiência auditiva.
A cognição visual tem objetivos educacionais emancipatórios do humano, estão
apropriados às pessoas com surdez, principalmente aquelas com níveis profundos e severos, e se
dá quando múltiplos fatores sensoriais contribuem para esta aquisição.
Na cognição visual estão envolvidos como elementos educativos: a percepção, a
observação e a análise dos fenômenos e objetos que são “vistos” e armazenados como registro
mental de aprendizagem visual. Este acontecimento se passa intencionalmente com o olhar
educativo cognitivo, quando os objetivos e os desejos estão focados na imagem com o propósito
de ser e de ter aquisição cognitiva com distinção, curiosidade, investigação (re)interpretativa
para que possa ocorrer uma aprendizagem significativa, necessária à estruturação mental
humana, principalmente daqueles que apresentam limitação auditiva, tanto da afetividade quanto
do seu intelecto como aquisição do conhecimento humano popular e científico.
Ninguém nasce pronto nem aprende sem a relação com o outro. As crianças surdas
precisam ser preparadas para receber as informações através de sua condição de aprendizes pela
cognição visual para que se sintam acolhidas social e afetivamente, para que não sejam
discriminadas pela sua fala diferente da maioria das pessoas, mas que não significa
necessariamente, uma deficiência cognitiva, intelectual ou mental. Apenas falam, se comunicam,
se expressam, dialogam com o mundo pelas mãos.
Isto quer dizer que todos os ambientes devem ser reestruturados e reestruturantes pela
sinalização visuo-gestual e que seja intencionalmente educativa e, de preferência, auto-
explicativa, para que se estabeleça uma comunicação efetiva e promissora, potencializando
habilidades e acesso às informações e ao trabalho com autonomia, liberdade e independência.
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Para isto, é necessário um esforço colaborativo, e um dos desafios dos educadores (familiares e
professores) é o de garantir a aprendizagem regada de conquistas e confiança mútua pela
informação e comunicação visual ao encontro do conhecimento humano.
A cognição visual não se adquire com o olhar comum, sem intencionalidade, com
simplicidade e simplificação, do “olhar por olhar”, ver e já pensar que aprendeu, entendeu,
compreendeu e que com isto já domina o conhecimento concreto e abstrato, objetivo e subjetivo,
sua forma, função, estrutura, ação, variáveis, sentimentos e valores pessoais e coletivos. Não se
pode admitir que o conhecimento a ser adquirido ocorra “apenas pelo simples olhar”, como se
fosse apropriado e apreendido por osmose e que naturalmente ocorre pela simplicidade do olhar
contemplativo sem ser investigativo, curioso, pesquisador, crítico.
As crianças surdas, assim como diversas outras crianças em idade pré-escolar,
apresentam inúmeras dificuldades de aprendizagem que repercutem diretamente no
comportamento.
A capacidade de compreensão e abstração de enunciados, da legislação, dos limites e
possibilidades de mobilidade e reconhecimento da legislação devem ser trabalhados com as
pessoas surdas com muito mais detalhamento. A Técnica da Descrição Visual Sinalizada é um
bom começo para este entendimento.
A falta ou limitação da audição compromete a capacidade de análise e crítica, de
percepção, abstração, e com isto, a leitura adequada de imagens fica comprometida, necessitando
que essas crianças sejam acompanhadas de forma individualizada, com a utilização de recursos e
métodos diversificados, com estímulos multissensoriais, para que de fato possa se garantir a
informação apropriada à aquisição da cognição visual.

Embora à primeira vista pareçam sem problemas, quando olhados com mais atenção
apresentam dificuldades de várias ordens, desde lentidão na aprendizagem, problemas
nas aquisições da leitura e escrita, na aritmética, na memorização, na atenção [...]
verifica-se que a percepção visual é um aspecto muito importante a melhorar, visto ser a
base para uma correta leitura de imagens, que vai ser fundamental para uma boa
assimilação (DIAS & CHAVES, 2001 apud FALCÃO, 2011).

As crianças surdas possuem de forma latente e inconsciente, as mesmas potencialidades e


possibilidades mentais e intelectuais que as ouvintes e como qualquer outro ser humano. Cada
uma delas carrega suas múltiplas inteligências e possibilidades de ressignificarem, contudo,
muitas estão sendo subestimadas, pouco estimuladas de forma adequada por todos os atores com
quem se relacionam, desde os pais, professores, intérpretes e instrutores, até ouvintes e surdos.
É preciso apreender como aprender pela imagem, cada situação comunicacional como
educacionalmente potencializada e cognitivamente habilitada. Na surdez não estamos diante de
uma aprendizagem unicamente linguística, mas, sobretudo, de estabelecer valores, princípios,
sentimentos, conhecimentos reais, concretos, abstratos e subjetivos pela visão de uma
determinada imagem, e isto não se garante com um olhar isento de intenção e propósito
educacional crítico, reflexivo e livre.

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É preciso ensinar a criança surda a apreender a aprender com o olhar investigativo,


aprendiz mentalmente comprometido, e por todos os demais sentidos que lhes sejam possíveis,
inclusive o residual auditivo, se houver, adquirir cada vez mais informações que consubstanciem
e garantam qualidade e ressignificado ao conhecimento em construção para sua validação e
compreensão.
Mesmo que muitas imagens, por si só, revelem o discurso ou, ao menos, seu contexto, não
garantem o domínio do saber. É preciso, na (re)construção do conhecimento e a bem da verdade
e da vivência, (re)estruturar cada uma das imagens, figuras, observações e vivências com
sentimentos, interesses, valores norteados na relatividade, e não se basear apenas nas ideias que
se passam como observação e não estabelecer um juízo de valor apenas pelo visto e assim
cristalizá-lo como se fosse absolutamente a única possibilidade, alternativa e condição de ser do
conhecimento.
O esforço educacional deveria ser direcionado para a construção do conhecimento de
forma dialética, não só o pacote fechado do “SIM” ou “NÃO”; “PODE” e “PODER-NÃO”,
como tem sido na maioria das relações escolares e familiares, como se o sujeito surdo não tivesse
possibilidades de construir e constituir seu intelecto de forma crítica e reflexiva das relações
vivenciadas. É preciso ressignificar e estimular o “COMO”, “QUANDO”, “POR QUE?”, “O
QUE VOCÊ ENTENDE E PERCEBE”, “COMO SERIA MELHOR?” como processo de
conscientização social e política em defesa de uma prática educacional e de uma aprendizagem
digna, responsável e emancipatória para todos os indivíduos e em todos os ambientes, desde o
familiar ao escolar e profissional.
A pedagogia do certo, do positivo, do “sempre foi assim”, “não precisa mudar”, na
educação das pessoas surdas deve ser substituída por uma investigação minuciosa seguida de
problematização. As perguntas, reflexões e questionamentos se dão por diversos ângulos e
matizes que normalmente não são necessários com os demais ouvintes, porque recebem
estímulos e informações sensoriais diversas. Vale ressaltar que a surdez impossibilita o acesso
das informações sonoras nas ruas, nos meios de comunicação oralizados, em conversas
informais.
Defendemos um ambiente bilíngue compartilhado colaborativamente, onde ocorram
trocas de saberes favorecendo a reelaboração de argumentos a partir de novas informações e
contextualizações, em que a construção conceitual incorpora novos valores e significados,
compreendendo e avaliando o que se percebe como conhecimento a partir da aquisição da
consciência cognitiva.
Algumas orientações básicas são apresentadas para uma melhor relação, mais respeitosa e
interativa com pessoas surdas na tentativa de se garantir aprendizagem. Algumas das diretrizes
apresentadas por escolares surdos em Falcão (2007) podem ser adaptadas aos ambientes
familiares, escolares e de trabalho quando apresentam residual auditivo. Mas sem residual, a
Libras é o que garante a comunicação.

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5. O desmonte do modelo inclusivo e o bilinguismo na educação de surdos


Muitos sujeitos surdos, na maioria das vezes, não aprendem Libras no ambiente familiar e
pouco ou quase nada se trabalha esta aprendizagem como de forma sistematizada como
disciplina com conteúdos escolares. A aprendizagem em muitos casos se dá de forma
espontaneísta, aleatória, por repetição e dedução sem estimular a criticidade nem a construção do
saber. Pouco se explora o ensino de libras para as crianças e adolescentes os surdos e muitos
afirmam que se aprende no convívio com outros surdos mais velhos. Mas uma coisa é aprender o
sinal pelo sinal, jogar sinais soltos e aleatórios sem saber o significado/significante dos mesmos.
Outra coisa bem diferente é dominar conceitos, técnicas, regras, saberes, valores, princípios com
autonomia e participação ativa com empoderamento e capacidade reflexiva e critica de dialogar.
Muito de como ocorre a aprendizagem de surdos escolarizados em Libras se dá de forma
espontaneísta. Ocorre nas conversas de corredores com abordagens superficiais sexo, lugares e
festas.
As disciplinas do Ensino Fundamental e Médio, para eles, são repassadas sem discussão
temática nem de coerência semântica, sem correlação da escrita em LP com os sinais. Ao final
de cada dia, semana, semestre e ano letivo, esses alunos são “aprovados”, ano a ano, sem base
nem formação primária. E a maioria dos intérpretes, quando tem, entregam as questões de prova
e eles vão passando, ano a ano, sem conhecimento mínimo dos anos escolares. Chegam ao final
do Ensino Fundamental com saberes do primeiro ano. Concluem o Ensino Médio com saberes do
primeiro ano do Ensino Fundamental. E quando ingressam na Faculdade, geralmente privada,
seus intérpretes permanecem assumindo a responsabilidade pelo ensino, respondem que
“aprendem o contexto” e tudo fica por isto mesmo. São surdos e podem passar! “Não vão
precisar dos assuntos para a viver”.
Como querer que esses indivíduos possam assumir com empoderamento, autonomia e
responsabilidades profissionais sem aprender nem dominar os conteúdos escolares? Sequer a
língua escrita do seu país, sem sistematização dos sinais nem da língua escrita em Língua
Portuguesa (LP)? E, no futuro, quando chegarem ao mercado de trabalho, estarão aptos ao
mesmismo do quase nada. Se ingressarem no concurso publico são privilegiados e protegidos. Se
forem para o mercado de trabalho empresarial onde se requer produtividade e competência, está
gerada a confusão conforme descrito no livro Educação de Surdos: Comportamento,
Escolarização e Mercado de Trabalho, 2015, do Autor.
Não é apenas a oferta da língua de sinais e de um intérprete de língua de sinais (ILS) em
sala de aula que se garante qualidade na formação escolar das pessoas surdas. Muito menos
defender uma escola bilíngue sem que esta seja inclusiva e para todos.
Toda interpretação é sempre a interpretação de alguém que também possui valores
próprios e limites, conflitos, interesses e tensões. Mas na escola o que é dito e feito pelo ILS
também é pouco discutido, ele é o único intermediador e para alguns professores, o responsável
pelo ensino e até avaliação dos alunos.
Alguns surdos chegam ao Ensino Médio sem saber nem conhecer saberes nem conceitos
básicos como o que significa atmosfera, meio ambiente, se existe vida intrauterina ou o que é
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uma célula. Sequer viram falar sobre os estados físicos da natureza como sólido, líquido e
gasoso. Neste tema tudo se resume a água, óleo, combustível, pedra, duro, vento. Energia é a da
corrente elétrica. São saberes fragmentados e desprovidos de correlações conceituais. Não
aprendem a escrever a LP, não aprendem a ler, a pensar nem a refletir sobre o conhecimento, as
disciplinas são estranhas porque alienada é a informação que não garante aprendizagem nem
aquisição de conhecimento significativo o que determina baixos níveis de interpretação do
mundo, de aprendizagem e de motivação para continuar estudando. Aqueles que abandonam a
escola respondem que possuem a mente fraca. Os que permanecem na escola acreditam no
encontro diário com outros surdos evitando o isolamento familiar.
O que fizeram esses surdos nas escolas durante toda a sua vida escolar?
No final do ano, cobram dos "facilitadores" sua entrada na universidade, assim como
ocorrera ao longo de sua vida nas cadeiras escolares quando professores e intérpretes respondiam
suas provas ou davam os gabaritos das questões. E acostumados a receberem tudo nas mãos
cobram dos interpretes aprovação em concursos públicos sem que lhes sejam dados limites nem
determinações mais efetivas do papel e da responsabilidade social.
A deficiência auditiva não é incapacitante social, educacional, cognitiva nem intelectual
para as pessoas surdas. Alguns autores até já falam que a deficiência está na sociedade, pais e
professores, que não sabem como se comunicar, educar ou lidar com a língua de sinais mediando
a dialogenia e a sociogênese dos surdos.
É da família a responsabilidade de estruturar o mental e o comportamental da criança. De
construir a relação conceitual de cada palavra com valores e princípios sociais, culturais para que
possam construir e ressignificar suas representações e posição no mundo. Com uma criança
surda também cabe à família reestruturar em sinais os conceitos, valores, representações de cada
sinal com toda sua carga política, ideológica, semântica, interpretativa reestruturantes do
conhecimento e determinantes da formação de cada indivíduo. Ou seja, não se pode delegar a
professores nem a intérpretes esta responsabilidade. Cada criança surda deve chegar à escola
com esta bagagem cognitiva, da mesma forma que chegam as crianças ouvintes.
As famílias com crianças surdas precisam aprender e serem orientadas para a estruturação
de um planejamento estratégico comunicacional em sinais, a ser trabalhado com a criança por
toda a vida. Mas se nada é feito logo no primeiro ano de vida e se espera durante toda a infância
que a criança chegue a uma escola para poder apreender valores sociais e símbolos para se
comunicar com mais efetividade, são anos perdidos de uma aprendizagem que não ocorreu, mas
se instalou uma relação perversa e desequilibrada de distanciamento e frustrações.
Os aspectos colaborativos e de compartilhamento, solidariedade e compreensão mútua são
praticamente inexistentes ou inconsistentes. O egocentrismo não permite a visão multiangular e
tridimensional, nem adaptar o próprio ato aos do parceiro.
A “falta de comunicação linguística na família” é, segundo Solé (2005), a causa desses
conflitos. A noção de consciência de si é limitada tanto para a família como para a estruturação
da psiquê do sujeito surdo que pouco (ou quase nunca) desperta da necessidade, dos valores e do
privilégio da reflexão e diálogo sobre a condição de vivência humana, da qualidade e intensidade
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da relação entre experientes e inexperientes, de se ter consciência de sua própria existência em


formação, podendo assim coexistir e construir, imaginar e criar, perceber, refletir e dialogar de
forma crítica e criativa.
Esta ausência de consciência e de uma língua repercute na (des)estruturação da
identidade, decorre da falta de estímulos dialéticos e dialógicos adequados, desde o primeiro dia
de vida, ou quando ocorreu a interrupção sensorial auditiva. A depender das experiências
mentais audiovisuais ou visuo-gestuais, se percebe no mundo, imagina-se, reflete-se e atua-se
sobre ele, abrindo perspectivas cognitivas em considerar a autoconsciência e autoestima como
elementos de reinvenção da cognição.

6. O discurso docente na educação dos surdos


O registro de inúmeras entrevistas realizadas com professores ouvintes da Rede Pública
em Pernambuco conferem que a falha comunicacional e educacional é, segundo os professores,
em consequência de nunca terem sido capacitados em Libras. Esses professores respondem que
os maiores conflitos e dificuldades residem nos três segmentos assim descritos:
 Família – “pela falta de interesse em aprenderem Libras”, “não incentivam os
filhos porque acham que eles são incapazes”, “ausência da família”;
 Escola- “pela falta de preparação dos professores principalmente para o ensino
regular em sala de inclusão”; “a discriminação das pessoas ouvintes”;
 Aluno – “pela falta de uma língua quando chegam à escola”, “para alguns surdos
a escola é um ponto de encontro ”, “não acreditam em suas capacidades”;
O discurso envolvendo as pessoas com deficiências se mantém em conflito de interesses e
preconceitos. Alguns educadores refletem que o aluno:

Cego: conversando a gente se entende; deficiente físico: dá-se um jeito, carrega para um
lado ou para o outro, conversa com os pais; Deficiente mental: eu nunca peguei não, mas
minhas colegas dizem que são meigos e carinhosos, que alguns limites a gente precisa dar
e tem muito a ver como que a família trabalha com eles; mas o danado do surdo que não
para quieto, brigam e fazem zoada o tempo todo, tudo que a gente ensina num dia no
outro eles não se lembram mais de nada, faltam a maioria das aulas, as mães fazem deles
suporte de coletivo, pois para não pagar passagem levam eles para tudo quanto é canto e
8
eles, coitados, ficam sem as aulas. É difícil.( FALCÃO, 2011)

Uma outra professora afirma que tem sete alunos na sua sala, sendo que “apenas 3 são
surdos, um é cego, outro tem baixa visão e os outros são mental”. O que podemos refletir sobre
esta realidade escolar quanto a educação das crianças surdas?
Despreparo dos professores?, desconhecimento dos pais sobre a língua de sinais?
Inclusão perversa?
A maioria dos professores de sala regular que receberam alunos surdos não está
preparada nem em Libras nem na educação dos surdos, ocorre que repassam essa demanda e
toda a responsabilidade educacional aos ILS. Alguns professores assumem este “repasse” da

8
Depoimento de professor de sala de aula dita inclusiva
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responsabilidade por se sentirem incompetentes, “quando há intérprete na sala não modifico os


conteúdos e nem me preocupo se eles estão aprendendo”.
Neste sentido, os desmandos educacionais são inúmeros e o discurso de muitos
professores e ILS se mantém por comandos alheios à aprendizagem, à estruturação da
personalidade e da formação escolar e humana de cada aluno, que não se vê sujeito nem autor de
sua aprendizagem e com isso, se mantém, os surdos ausentes e desconhecedores dos seus direitos
educacionais que seriam baseados na reflexão, na compreensão da lógica, da criticidade, dos
questionamentos, do diálogo e da dialética.

A construção de uma sociedade inclusiva passa pelo aprimoramento das relações sociais,
pela compreensão de que o verdadeiro pensamento inclusivo é aquele que não categoriza
as pessoas por ordem de valor, valor esse atribuído através de estereótipos, estigmas,
conhecimentos instituídos; pensar inclusivamente é aprender a olhar cada pessoa e buscar
nela seu valor real, construído nas relações cotidianas, nos seus sonhos e expectativas e
nas suas ações concretas no mundo. (BARTALOTTI, 2006 apud FALCÃO, 2007).

Pordeus entende que é preciso rever os conceitos de acessibilidade e o de deficiência

Para que o despertar de habilidades promova-se a partir de estímulos em consonância


com a individualidade de cada um. Características próprias daquele indivíduo que devem
ser reconhecidas e respeitadas. Cabe à sociedade quebrar as barreiras (físicas, políticas e
ideológicas) construídas, compreender a diversidade, eliminando, assim, a segregação e
promovendo a interação de todos os seus componentes. É na diversidade que se aprende a
conhecer, conviver, tolerar, respeitar, dignificar e amar o humano. É na diversidade que
construímos a multiplicidade e aprendemos o quanto é belo ser diferente. (PORDEUS,
2007 apud FALCÃO, 2011).

Cabe ao ser humano, independente se surdo ou ouvinte, uma vida digna e plena de
satisfações, realizações e de descobertas, desafios, conquistas sociais, culturais, afetivas e
intelectuais, cuja história pessoal e coletiva seja escrita na labuta e na convivência pacífica com a
humanidade, com responsabilidade e consciência do eu com o outro, como ser social.
As pessoas surdas não merecem nem precisam viver sob a égide da deficiência e do
benefício assistencial baseado no mínimo de rendimentos que não lhes permite trabalhar, ser
produtivo, nem almejar alternativas educacionais de profissionalização com dignidade e
produtividade, porque a escola ou o mercado de trabalho não o reconhece como sujeito
produtivo, aprendente, responsável ou menos ainda, porque o modelo corporativista e
paternalista da sociedade ainda se instala como um discurso sombrio e indispensável de
mediadores oportunistas que não conduzem a sua liberdade com autonomia, alteridade e
responsabilidade social.
Ao redirecionarmos os valores sociais na perspectiva das potencialidades laborais das
pessoas com deficiência, reestruturamos a acessibilidade e a qualidade da empregabilidade pela
adequação do mercado de trabalho.

A empregabilidade compõe-se de três fatores: COMPETÊNCIA, FUNCIONALIDADE e


AUTONOMIA. A competência envolve CONHECIMENTOS, HABILIDADES e

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ATITUDES. Os conhecimentos têm a ver com o saber. As habilidades se referem ao


saber fazer, que por sua vez nos remete às habilidades básicas, habilidades específicas e
habilidades de gestão. E as atitudes refletem o querer saber fazer. A funcionalidade pode
ser demonstrada e utilizada com ou sem o suporte da tecnologia assistiva. Pessoas com
deficiência podem precisar valer-se de, por exemplo, cadeiras de rodas, muletas, próteses,
órteses, bengalas, andadores, aparelhos auditivos, programas de computador, aparelhos e
equipamentos eletrônicos. A autonomia é a condição de domínio no ambiente físico ou
social, preservando ao máximo a privacidade e a dignidade da pessoa que a exerce. A
autonomia física de uma pessoa com deficiênciaé maior ou menor dependendo da
disponibilidade de tecnologia assistiva e da acessibilidade do meio ambiente. A
autonomia social depende do grau de habilidades sociais que a pessoa desenvolva para
uma boa convivência na família e na comunidade, mas também a família e a comunidade
precisam eliminar noções preconceituosas, estereotipadas e estigmatizadas e atitudes
discriminatórias em relação à pessoa com deficiência. (SASSAKI, 2010)

A inscrição da instituição escolar como escola inclusiva de formação humana e


profissional busca restabelecer e garantir a continuidade das ações das políticas públicas
brasileiras. A Organização das Nações Unidas trabalha em defesa de uma sociedade para todos
e desde 1990 estabelece esta proposta como meta para o ano de 2010. Contudo,

Uma sociedade inclusiva vai bem além de garantir apenas espaços adequados para todos.
Ela fortalece as atitudes de aceitação das diferenças individuais e de valorização da
diversidade humana e enfatiza a importância do pertencer, da convivência, da cooperação
e da contribuição que todas as pessoas podem dar para construírem vidas comunitárias
mais justas, mais saudáveis e mais satisfatórias.(SASSAKI, 2006).

As barreiras nas formas de comunicação apresentam solução no ensino-aprendizado da


Libras, da popularização da Língua de Sinais e de todas as formas comunicação. Mas existem
barreiras intrínsecas da pessoa com deficiência:

Constituem este grupo de barreiras a baixa escolaridade, a baixa qualificação


profissional, a precária tecnologia assistiva a que a pessoa com deficiência pode ter
acesso e as atitudes negativas que a própria pessoa com deficiência pode apresentar sobre
si mesma, as outras pessoas, a sociedade etc. A solução para estas barreiras está na
sensibilização, conscientização e informação. Barreiras nos empregadores e colegas de
trabalho: constituem estas barreiras as noções preconceituosas, estigmatizadas e
estereotipadas, as atitudes discriminatórias, a desinformação e a falta de informação. A
solução para estas barreiras também está na sensibilização, conscientização e informação.
Barreiras na comunidade: entre estas barreiras encontram-se no transporte coletivo
inacessível e os obstáculos existentes nas edificações e no espaço urbano. A solução está
na aplicação das normas de acessibilidade aos projetos de futuros veículos, edifícios e
espaços urbanos. Barreiras nas empresas: constituem barreiras nas empresas o ambiente
físico, as metodologias e os instrumentos, cuja solução está nas adaptações. (SASSAKI,
2010)

A adoção de múltiplas formas de comunicação como modelo de acessibilidade ainda está


“engatinhando” na prática e no discurso defendido pelas Políticas Públicas. Como tentativa de
reserva de mercado, a Libras se torna uma forma de ganhar dinheiro, os intérpretes sabem bem
disto, uma profissão e uma língua que é defendida pelos surdos como sendo “exclusiva” deles

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Curso de Libras - Módulos I a IV

por si sentirem “criadores”, “cuidadores”, “administradores”, mas na realidade, gerando conflitos


de interesses e maior distanciamento dos princípios humanitários.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, que
dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
Brasília, DF: [s.n.], 2005.

FALCÃO, L. A. B. Surdez, Cognição visual e Libras : estabelecendo novos diálogos. Recife : Ed. do Autor. 2014. p.
453 il.

______. Educação de surdos: ensaios pedagógicos. Recife : Ed. do Autor. 2012. p. 314.

______. Aprendendo a Libras e reconhecendo as diferenças: um olhar reflexivo sobre a inclusão : estabelecendo
novos diálogos. Recife : 2ª, Ed. do Autor, 2007. 343p.

______. Estrangeiro não, apenas surdo. Disponível em


http://www.uniguararapes.com.br/site/complexo/fg2008/download/estrangeiros_nao_apenas_surdos.pdf , acesso em
22 set. 2009.

______. Acessibilidade, Inclusão Social e Educação de Surdos: Um paradigma em foco. Disponível em


http://www.editora-arara-azul.com.br/revista/01/compar1.php, acesso em 22 mai 2010.

SASSAKI, R. K. Processos de empregabilidade de pessoas com deficiência, disponível em


http://www.revistanacionalta.org.br/pagina.php?idA=11, acesso em : 22 maio de 2010.

SOLE, M. C. P. O sujeito surdo e a psicanálise: uma nova via de escuta. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2005. p.183.

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