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br Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● MICROBIOLOGIA

MICROBIOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.

MICOBACTÉRIAS

O gênero Mycobacterium compartilha muitas características particulares. Dentre elas, a produção de ácidos
graxos de cadeia longa e ramificada, extremamente raros, denominados ácidos micólicos, além do conteúdo genômico
semelhante de bases Guanina-Citosina. Dessa forma, considera-se que o gênero seja um intermediário entre as
eubactérias e os actinomicetos, pertencendo à ordem Actinomycetales, dentro da família Mycobacteriaceae.
Existem três espécies de micobactérias com uma significante expressão clínica: Mycobacterium tuberculosis
(agente etiológico da tuberculose), M. leprae (agente etiológico da hanseníase) e M. bovis (agente etiológico da
tuberculose em bovinos, mas que pode contaminar o homem, causando a tuberculose intestinal). Neste capítulo
daremos ênfase então ao principal causador da tuberculose: o Mycobacterium tuberculosis.

MORFOLOGIA
As micobactérias são germes com formato de bacilos finos, sendo eles aeróbios estritos (necessitam de oxigênio
para sobreviver, o que prova a preferência desses micro-organismos pelos pulmões). São bacilos álcool ácido-
resistentes (BAAR), o que faz com que seja necessário o uso do Método de Ziehl-Nelsen, que se faz uso de várias
substâncias como ácidos e fucsina, obtendo elas a coloração vermelha.
São germes intracelulares facultativos, o que torna as patologias por eles causadas muito mais graves e de difícil
controle (devido a dificuldade de antibióticos apresentam para atravessar barreiras biológicas). São mais resistentes ao
hidróxido de sódio, ácido sulfúrico e antissépticos, podendo durar mais de 6 meses em um determinado ambiente. Estes
bacilos funcionam como adjuvantes imunológicos, potencializando as defesas imunológicas.

PATOGENICIDADE
Essas micobactérias são disseminadas entre os indivíduos por meio de gotículas de saliva contaminadas
(perdigotos), sendo considerados, então, organismos altamente virulentos. No caso dos M. tuberculosis, ao serem
propagados, se instalam nos alvéolos pulmonares mais superiores e se proliferam.

Tuberculose: a tuberculose ("peste branca") é uma das doenças


infecciosas documentadas desde mais longa data e que continua a afligir a
humanidade nos dias atuais. A tuberculose se dissemina através de
gotículas no ar que são expelidas quando pessoas com tuberculose
infecciosa tossem, espirram, falam ou cantam. Contatos próximos
(pessoas que tem contato frequente) têm alto risco de se infectarem (taxa
de infecção de 22%). A transmissão ocorre somente a partir de pessoas
com tuberculose infecciosa ativa (e não de quem tem a doença latente).
Só 10% dos pacientes infectados pelo M. tuberculosis evoluem para o
quadro da doença - uma porcentagem bem reduzida. Na maioria das
pessoas infectadas, os bacilos inalados são fagocitados por macrófagos
alveolares e podem seguir dois caminhos: são eliminados ou crescem no
interior das células em lesões localizadas chamadas de tubérculos.
Quando o M. tuberculosis se instala nos alvéolos, é iniciada a formação do chamado complexo primário, que
consiste na infecção do parênquima pulmonar e de nódulos linfáticos profundos do pulmão, podendo
permanecer dessa forma por muito tempo (90 a 95% da população apresenta o bacilo da tuberculose na forma
latente). Os bacilos causadores da tuberculose se proliferam preferencialmente nos pulmões, mas podem se
disseminar na corrente sanguínea, alcançado os rins, ossos e outros órgãos, determinando uma infecção
primária.
As lesões nos órgãos nos quais os bacilos se instalam são determinadas: pelo número de micobactérias no
inóculo; pela resistência e hipersensibilidade do hospedeiro. Quanto aos tipos de lesões que acometem na
tuberculose, temos:
 Tipo exsudativo: é resultado de uma reação inflamatória aguda, com a geração de edema e a presença
de polimorfonucleares (responsáveis pela fagocitose do bacilo).
 Tipo produtivo: é uma lesão caseosa (com aspecto de queijo) com a presença de tecido fibroso
periférico formando tubérculos e a presença de linfócitos.
 Tipo necrótica: morte celular do parênquima pulmonar.
Manifestações clínicas da tuberculose. Podemos destacar: tosse (por mais de 15 dias), febre (mais
comumente ao entardecer), suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento, cansaço fácil e, em casos
terminais, hemoptise (regurgitação de sangue).
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Exames laboratoriais:
 Amostra: escarro fresco, urina, líquido pleural, sangue.
 Esfregaço: O material será submetido à Coloração de Ziehl-Neelsen.
 Cultura, Identificação e Teste de Sensibilidade Meio de Cultura Seletivo: o bacilo é extremamente
exigente quanto ao seu tipo de cultura, sendo melhor cultivado no meio Loewenstein Jensen, com
incubação de 37ºC em 5 a 10% de CO2, num período de 8 semanas.
 Detecção de DNA: um diagnóstico de grande utilidade dentro da epidemiologia molecular é o teste da
Reação de Polimerase em Cadeia (PCR), em que há a amplificação do DNA da bactéria, seu
sequenciamento e sua leitura, apresentado cerca de 99% de veracidade.
Imunidade e hipersensibilidade: a resposta imune desencadeada pela bactéria etiológica da tuberculose se dá
por uma resposta imune celular intermediada por Linfócito T CD4+ (auxiliar). A bactéria é fagocitada pelo
macrófago, sendo este responsável por apresentar (via MHC) o antígeno bacteriano ao LT CD4+ (o qual
reconhece via TCR). Este, por sua vez, é ativado e passa a secretar IFN-γ, principal citocina ativadora de
macrófago. Esta célula, agora ativada, aumenta de tamanho e funcionalidade e passa a produzir radicais livres
para destruir a bactéria. Quando a apresentação é feita ao LT CD8+, este, por meio da secreção de perforinas e
granzimas, destrói diretamente o macrófago e a bactéria englobada.
Teste tuberculínico: é um teste feito a partir do PPD (derivado proteico purificado), o qual é injetado
intradermicamente, com o volume de 0,1mL. A leitura do teste é feita com 42 a 72 horas depois de injetado. O
resultado é positivo (reagente-positivo) quando forma-se uma pápula e um eritema que é medida acima de 5
mm, sendo um eficaz indicador de exposição prévia ao bacilo.
Tratamento: É realizado uma quimioterapia específica, com fármacos em combinações para que, além de
buscar a destruição intermitente do agente etiológico, este não desenvolve resistência ante os medicamentos.
Faz-se um esquema padrão de seis meses (“esquema RIPE”): administração diária de Isoniasida e
Rifampicina e, concomitantemente, administra-se Pirazinamida (pré-droga com efeito de inibição da síntese de
ácidos graxos) e Etambutol.
Resistência do M. tuberculosis: O fato desses medicamentos trazerem efeitos iniciais como recuperação de
peso e apetite, faz com que o paciente ache que está curado e pare o tratamento, o que é um caso preocupante,
uma vez que, desse modo, o indivíduo está selecionando colônias resistentes aos antibióticos, formando bacilos
da tuberculose multirresistentes.
Epidemiologia: a fonte de infecção humana são as vias respiratórias (por meio dos perdigotos). Os fatores de
risco incluem idade (crianças com sistema imunológico imaturo; idosos com o sistema imunológico são os mais
susceptíveis), desnutrição, estado imunológico do indivíduo. O risco é aumentado em pacientes infectados por
HIV (com o qual, geralmente a tuberculose é associada), pessoas sem moradia, indivíduos muito jovens ou
muito idosos.
Prevenção e controle: deve ser feito o tratamento imediato (mesmo se o paciente ainda é assintomático),
associado ao acompanhamento com testes tuberculínicos e radiografias; deve ser feito tratamento dos
indivíduos tuberculínico-positivo mesmo que assintomáticos; resistência do hospedeiro; imunização com BCG
(bacilo de Calmett Guérim): é fácil de ser inoculada e pode ser administrada como uma vacina oral, requerendo
uma única imunização que pode conferir imunidade por um longo período; erradicação da tuberculose no gado
bovino e a pasteurização do leite.

OBS: Para o diagnóstico da tuberculose, uma radiografia póstero-anterior do tórax é a tradicionalmente feita; outras
vistas (lateral ou lordótico) ou imagens de tomografia computadorizada podem ser necessárias. Em tuberculose
pulmonar ativa, infiltrações ou consolidações e/ou cavidades são frequentemente vistas na parte superior dos pulmões
com ou sem linfadenopatia (doença nos nódulos linfáticos) mediastinal ou hilar. O fato interessante é que a tuberculose,
na maioria dos casos, acomete o lobo superior dos pulmões, demonstrando-se como marcas esbranquiçadas próximo
ao ápice desses órgãos nas radiografias. Isso acontece porque a região superior do pulmão é mais hiperventilada
(devido à densidade do ar ser menor que a do sangue), e uma vez que o bacilo é aeróbio restrito, esse seria o local ideal
para seu desenvolvimento.

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