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CULTURA AFRO-BRASILEIRA E O ENSINO DE HISTÓRIA

Andressa Aryelle Fontenele Araújo*

RESUMO

O artigo discorre sobre as mudanças no ensino da cultura afro-brasileira no Brasil após a


aprovação da Lei 10.639. O estudo foi feito a partir da leitura e análise de textos sobre o
assunto e de livros didáticos que tragam o conteúdo em questão. Procura-se destacar a
importância dessa temática no ensino nos dias de hoje.

Palavras-chave: cultura afro-brasileira; história; Lei 10.639.

*Graduanda em Licenciatura em História na Universidade Federal do Piauí (UFPI)


INTRODUÇÃO

O Brasil é um país completamente diverso. Desde sua origem, três povos


permeiam sua história e cultura: europeus, indígenas e africanos. Os dois últimos sendo
muito pouco retratados e discutidos no ambiente escolar.

Diante disso, dessa carência, surgiu a Lei 10.639, posteriormente Lei 11.645,
que torna obrigatório a inclusão da história africana e da sua influência na formação
histórica e cultural brasileira (posteriormente, a indígena também foi inclusa). Isso foi
importantíssimo para a nossa educação. Mesmo que muitas vezes a Lei não seja
aplicada pelo corpo docente e a gestão escolar, o que é uma pena, o conteúdo passou a
ser incluso nos livros didáticos, possibilitando ao aluno que tenha conhecimento da
história e da influência africana na formação da nossa sociedade. Onde antes havia
apenas uma visão negativa desses povos, hoje há pontos positivos e culturais.

Ainda assim, muitos estudiosos, professores, alunos e gestores escolares não tem
conhecimento dessa Lei e nem da importância de sua aplicabilidade. Por conta disso,
esse artigo pretende tratar de como era abordado o conteúdo de História antes dessa Lei
e as mudanças ocorridas após a sua aprovação. Busca-se também discutir o tema de
modo que os estudiosos tomem conhecimento da mesma e a apliquem no âmbito
escolar.

Para tanto, foi lido alguns artigos de internet, estudos acadêmicos sobre o
assunto e a própria Lei 10.639. É importante ressaltar aqui que não há muito estudo
sobre o tema.

O ENSINO ANTES DA LEI

Antes da aprovação da Lei 10.639, em geral os estudos se limitavam a abordar o


negro apenas no tocante à escravidão. Era uma visão negativa e submissa. Não
abordavam a história africana e nem as suas influências como componente constituinte
da formação da história e da cultura do Brasil.
AS PRIMEIRAS MUDANÇAS PÓS-LEI

A Lei 10.639 foi aprovada em 2003. Determinava então que a partir de ali o
ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira tornava-se obrigatório nas
escolas de ensino fundamental e médio.
Ela propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-
brasileira e africana. Por exemplo, os professores devem ressaltar em sala de aula a
cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os
negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o
pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música,
culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
Os artigos presentes na Lei dispõem sobre o conteúdo a ser abordado nas
escolas, a interdisciplinaridade que se faz necessária e a inclusão de uma data
comemorativa em homenagem aos negros.
Os conteúdos a serem abordados são: História da África e dos africanos, a luta
dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade
nacional. E devem ser ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, especialmente
nas áreas de Educação Artística, Literatura e História Brasileira.
Essa interdisciplinaridade faz-se extremamente importante, como salientam as
Diretrizes Curriculares Nacionais:
Para obter êxito, a escola e seus professores não podem improvisar. Têm que
desfazer mentalidade racista e discriminadora secular, superando o
etnocentrismo europeu, reestruturando relações étnico-raciais e sociais,
desalienando processos pedagógicos. Isto não pode ficar reduzido a palavras
e a raciocínios desvinculados da experiência de ser inferiorizados vivida
pelos negros, tampouco das baixas classificações que lhe são atribuídas nas
escalas de desigualdades sociais, econômicas, educativas e políticas. (DCN’s)

É determinado também que todo calendário escolar deverá incluir o dia 20 de


novembro como Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem ao dia de morte
do quilombola Zumbi dos Palmares.
Essa lei alterou a LDB e pretende promover uma educação que reconhece e
valoriza a diversidade, comprometida com as origens do povo brasileiro. De modo a
resgatar a contribuição dos negros nas áreas social, econômica e política da História do
Brasil.
Após a aprovação da Lei, podemos elencar algumas dificuldades em sua
aplicação no ambiente escolar. Pode-se observar o despreparo e desconhecimento dos
professores com relação ao tema, pouco material de estudos produzidos sobre a história
e a cultura dos afro-brasileiros no Brasil e o preconceito de algumas instituições em
abordar o conteúdo e discussão, até mesmo por não saber como o fazer.
Sobre a responsabilidade de regulamentar e desenvolver as diretrizes previstas
pela Lei, segundo o MEC, o Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu que
essa se deve aos Conselhos de Educação Municipais, Estaduais e do Distrito Federal.
Além disso, cada sistema deve fazer o controle das unidades da sua rede de ensino,
encaminhando um relatório anual de atividades ao MEC, à Secretaria de Política de
Promoção da Igualdade Racial e ao Conselho Nacional de Educação.
Sobre a preparação dos professos, o MEC fornece cursos de formação presencial
e à distância sobre o tema. Mas isso não basta. Júlio Mesquita afirma:
Não é fácil para nenhum educador colocar em prática tantas mudanças acerca
do currículo escolar. Neste prisma, torna-se imperativo ao professor adotar
uma decisão. Ser apolítico nestas circunstancias implica em pactuar com a
injustiça e a desigualdade em sala de aula. Muitos ainda abraçam a postura
reacionária. No mini-dicionário escolar Aurélio, encontra-se definido
reacionário como aquele que se opõe a quaisquer inovações no campo das
atividades humanas. Logo, aquele que se recusar, enquanto educador, a
adjudicar identidade ao negro, ao indígena ou outros povos inferiorizados
cultural e social e deve restaurar seus conceitos sobre a prática docente e o
que esta preconiza.(MESQUITA FILHO, 2007)

CONCLUSÃO

O ensino da cultura afro-brasileira é de grande importância para o conhecimento


das nossas origens e influências no dia de hoje, para o entendimento da nossa cultura e
da nossa história. Portanto, faz-se de grande importância que a Lei seja aplicada com
eficácia.

A Lei de 10.639 é extremamente importante. Mesmo que sua aplicação não seja
devidamente aplicada, há as exceções. O tema é abordado. Teve uma alteração em
2008, onde passava a ser incluso nas mesmas disposições a história e a cultura indígena.

Para se adequar à lei, cabe às escolas encontrar um modo de redesenhar as aulas


para encaixar os conteúdos exigidos. Outro importante material sobre a história da
África, o qual os professores poderão utilizar como suporte teórico para a compreensão
da diversidade étnica que constitui o continente africano, é a coleção História Geral da
África, que tem aproximadamente dez mil páginas, distribuídas em oito volumes.
Criada e reeditada por iniciativa da Organização das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO), a coleção aborda desde a pré-história do continente
africano até os anos 1980, e está disponível para download gratuito no site do Domínio
Público.
REFERÊNCIAS

DCN’S - Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação das relações étnico-raciais e


para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Disponível em:
http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-
das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf Acesso em: 01/07/2015

LEI 10.639/03 E O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E


AFRICANA. Disponível em: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/lei-
10639-03-ensino-historia-cultura-afro-brasileira-africana.htm Acesso e: 01/07/2015

MESQUITA FILHO, Júlio de. Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana:


da lei ao cotidiano escolar. Disponível em:
https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/849135/mod_resource/content/1/ALVES%2C%20
Roberta.%20Tese%20final%20de%20gradua%C3%A7%C3%A3o.pdf Acesso em:
01/07/2015

NOVE PASSOS PARA O ENSINO DA HISTÓRIA NEGRA NAS ESCOLAS.


Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/ensino-afro-
brasileiro-624159.shtml Acesso em: 01/07/2015

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