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4.

Escola Clássica

4.1. Avanço do capitalismo e


nascimento da Economia Política
4.2. Raízes do pensamento econômico
clássico
4.3. Perspectiva e idéias principais

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4. Escola Clássica
● considera-se que sua formação e consolidação
(1776-1817) corresponde ao nascimento da
ciência econômica (nome de Economia Política)
- predomínio até depois da metade do século XIX
- trataremos simultaneamente das origens da
ciência e da formação de uma escola de
pensamento
- principais autores: Smith e Ricardo, secundados
por Malthus, Say e Stuart Mill (tópicos 5 a 9)

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4.1. Avanço do capitalismo e
nascimento da Economia Política
● contexto de revolução científica e revolução
industrial

● grande expansão dos mercados externos


desencadeia a revolução industrial (1700-70)

● busca do lucro pela expansão produtiva a


preços menores impulsionou uma série de
inovações tecnológicas (máquinas de fiar)

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- configura-se uma indústria fabril (têxtil, 150 a 600
pessoas); indústria siderúrgica, mineração de
carvão: uso de máquinas de ferro
- máquina à vapor substitui força hidráulica:
permite o rápido desenvolvimento da indústria em
larga escala, que se concentra em cidades

● cidades e produção industrial crescem


rapidamente; organização fabril, divisão do
trabalho, produtividade
- 30 a 40% da mão-de-obra inglesa na indústria
(1800-30)

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- formam-se as classes industriais urbanas
(capitalistas e operariado) e surgem novos
conflitos de interesse, protagonizados pelos
capitalistas industriais
● formação intensa de bens de capital
(mecanização) exigiu contenção do consumo dos
trabalhadores, em favor de um maior excedente
em lucros
● queda dos padrões de vida dos pobres,
relativamente à classes média e superior
- condições de vida deploráveis nas cidades

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- novo sistema fabril destrói modo de vida
tradicional dos trabalhadores urbanos, em favor da
regularidade mecânica
- trabalho de mulheres e crianças em ampla
escala permitido pelos novos maquinismos
- Leis dos pobres - a de 1795 renda mínima

● poder absoluto e sem controle dos capitalistas


sobre a produção (ausência de legislação do
trabalho, conflitos, revoltas contra máquinas)
- proibição das organizações trabalhistas (Lei do
Conluio, 1799)

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● Revolução Industrial transcorreu na Inglaterra
porque:
- acumulação de capital, prévio e durante
- grandes mercados externo e interno
- ações do governo (mercantilismo: infraestrutura
e política externa)

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4.2. Raízes do pensamento
econômico clássico

● em meados do século XVIII estava estabelecida


uma nova maneira de abordar as questões
econômicas
- desde o século anterior, temas econômicos
(juros, preços, câmbio) eram abordados em
panfletos e artigos, sem pretensão de que isso
fosse uma disciplina acadêmica

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● situação muda rapidamente nos entornos de
1750 até duas décadas: Quesnay (1756/58);
Cantillon (1755); Hume (1752); James Steuart
(1757), até Adam Smith (1776), que fornece a
senha de identidade do novo pensamento:
estabelece um campo delimitado de investigações

● sem se reconhecerem como “economistas”


(exceto os fisiocratas), filósofos, cientistas e livre-
pensadores aceitam o diálogo em torno de um
objeto científico novo

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- reconhecem que os temas da vida comercial têm
unidade e são suscetíveis de demonstração
científica, com procedimentos intelectuais
oriundos da filosofia e das ciências da natureza

● verdadeira revolução: a controvérsia teórica


deixa de estar referida a interesses pecuniários
(respeitabilidade, isenção, objetividade de
demonstração intelectual)
- pensadores voltam os olhos para uma esfera da
vida humana: reprodução da vida material em
sociedades mercantis

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- passam a tratar das relações entre os homens
nessa reprodução, considerando especialmente a
riqueza privada
● temática atrai os expoentes do pensamento da
época; filósofos e naturalistas (iluminismo) a
transformam em objeto de conhecimento
sistemático, submetido à disciplina intelectual do
raciocínio
● há controvérsia sobre:
- o que compõe e caracteriza a disciplina
- o conteúdo e significado da nova ciência

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- reflexão sobre temas econômicos (moeda,
preços, juros) é anterior, mas apenas a
generalização das relações mercantis transformou
a troca na base da sociabilidade econômica
- os precursores (pré-1750) responderam a
questões e vivenciaram um clima intelectual não
totalmente idêntico; mesclaram a reflexão
econômica diversos tópicos
- a economia política é um sistema datado

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● nova ciência se estabelece na segunda metade
do século XVIII como:
- resposta a questões postas pelo
desenvolvimento da produção e da troca
(crescimento agrícola e manufatureiro anterior à
revolução industrial)
- desdobramento da tradição da filosofia do direito
natural (reflexão filosófica do iluminismo)
- expressão filosófica e científica do liberalismo
(movimento político)

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Controvérsia sobre temas econômicos correntes
● homens práticos haviam se destacado no
pensamento econômico; alguns médicos-
economistas (Locke, Petty, Quesnay) chegaram
aos temas por solicitação de uma clientela
aristocrática
● proliferavam os panfletos com proposições
sobre preços, comércio exterior, moeda e finanças
públicas
● época do mercantilismo: poder nacional,
riqueza, Estado e suas finanças, comércio

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- do debate sistemático desses temas e em
oposição aos postulados mercantilistas nasce a
economia política clássica

Raízes filosóficas
● Locke, Hume, Smith, precursores e fundadores,
são filósofos
● os cientistas já haviam mostrado a possibilidade
da observação sistemática e da experimentação
para compreender a natureza

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● jusnaturalismo: movimento filosófico (política,
moral e direito) com princípio metodológico no
primado da razão
- para conhecer e normatizar a conduta humana,
remete-se a uma noção de natureza humana
(regularidade, causalidade)
- debate sobre a formação da sociedade política
(fundamento do Estado e da legitimidade do
poder): Hobbes (1679), Locke (1704), Hume
(1776), Hutcheson (1746), Rousseau (1778),
Smith (1790)

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● discussão dos filósofos políticos:
- eles pretendem saber:
- qual o fundamento moral da sociedade dos
indivíduos racionais?
- quais as possibilidades de existência e
reprodução dessa sociedade?

● Hobbes: no estado de natureza, conduta


racional é egoísta e leva ao conflito; somente o
Estado funda a sociedade civil; é preciso abrir
mão da liberdade

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● Locke: natureza humana é boa (racional), os
homens são iguais (livres e proprietários), se
apropriam das coisas e da natureza pela ação
humana (trabalho) mas limites da natureza
compelem ao conflito; acordo (contrato) leva ao
Estado como garantia da segurança e da
propriedade (trabalho)
- quem não tem propriedade, não é realmente livre
(sem direitos); haverá excluídos, menos capazes

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● Hume: essência do sentimento humano não
está sujeita à racionalização; é a simpatia, a busca
o que é útil para si e para todos; homem quer o
bem seu e dos demais; isso é o fundamento da
moralidade e dos sentimentos
● Hutcheson: egoísmo e altruísmo estão presentes;
o segundo é o fundamento das virtudes; o primeiro
não pode ser dispensado; ambos não podem ser
julgados, pois são os fundamentos últimos da
própria moralidade e dos juízos sobre o bem e o
mal, o certo e o errado

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● Smith: utilidade para a sociedade é o
fundamento da conduta própria da essência
humana; na esfera econômica o egoísmo propicia
o melhor para a sociedade
● em Smith, reconciliam-se:
- a abdicação do estado de natureza (sociedade
política, Estado, garante propriedade e liberdade)
com a liberdade;
- o individualismo com o contrato (Estado)
- o interesse individual com o interesse da
sociedade, pois a busca do benefício privado

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favorece o indivíduo e a coletividade (atende ao
critério de Hume)

● para Smith, sociedade humana complexa (que


implica a necessidade do Estado) será de
progresso e fartura para todos e pressupõe o
exercício da liberdade

● em Hobbes e Locke há a sugestão de que a


“economia” pode se tornar preponderante (conflitos
pela apropriação)

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- a sociedade dos produtores-proprietários
independentes está implícita
- a questão da propriedade privada e dos direitos de
apropriação comparece na forma política ou moral
- haviam apontado para a necessidade da lei, do
Estado

● em seqüência a isso, Smith:


- evidencia a estrutura econômica da sociedade
mercantil que estava implícita: relações entre
indivíduos privados, guiados pelo auto-interesse e
que estabelecem livremente contratos de troca

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- procede uma despolitização do econômico, sua
autonomização em relação às questões morais e
políticas
- na esfera econômica, há automaticidade,
naturalidade: leis naturais decorrem da
racionalidade individual e das relações de troca

● assim como os filósofos políticos (que colocam o


indivíduo moderno no estado de natureza)
também os economistas vão operar em torno de
uma natureza humana:

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- um modelo abstrato de homem, colocado antes
da sociedade mercantil (sociedade primitiva), vista
em oposição à sociedade mercantil constituída,
esta sim podendo funcionar de acordo com aquela
natureza
● postulação de uma natureza humana:
- é um artifício da razão que permitiu desenvolver
a noção de sistema econômico
- o homem econômico é um reducionismo
necessário para que a esfera da reprodução da
vida material (economia) ganhe autonomia ao
nível da representação teórica
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- a teoria pode então determinar os resultados
● a “separação” da esfera econômica dos demais
âmbitos é um processo real; a existência desse
indivíduo também é verdadeira (refletem
percepções dos indivíduos da época)
● pode-se questionar:
- a suposta naturalidade da sociedade mercantil
- a capacidade do mercado conciliar sem
contradições o auto-interesse com o interesse
social

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Hobbes Locke
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Hutcheson Hume
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O Liberalismo
● a economia política nasce como forma de
conhecimento adequada ao capitalismo nascente
e proporciona o substrato científico da bandeira
ideológica liberal, dominante a partir de meados
do século XVIII
- não é um apêndice ideológico da ciência, mas uma
parcela indissociável dela, elemento constitutivo
● Iluminismo, movimento filosófico amplo, quer
fornecer regras de conduta para a transformação
da sociedade humana, em nome da razão

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● economia política ganha impulso quando
absorvida por essa perspectiva (conhecer para
transformar)
- homem como senhor da natureza e legitimidade
do progresso
● liberalismo representa a face econômica do
iluminismo, ao considerar a existência de leis
econômicas naturais, cuja existência o governo
deveria respeitar

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- lei natural não colide com o Estado (condição de
liberdade e progresso, desde que não legisle
contra a lei natural)
● lei natural: conceito revolucionário de sociedade
econômica
- há um campo da ação humana onde as regras
naturais e privadas (leis naturais) conduzem a
sociedade à harmonia
- sociedade econômica com regras próprias
funciona à margem do Estado
- a economia admite o combinação de ordem (lei
natural) e transformação (progresso)

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● o ataque ao mercantilismo (expiação) forneceu a
bandeira de identidade da ciência nascente
- não houve ruptura brusca, mas uma contínua
aproximação nas discussões econômicas em
relação à doutrina liberal (obra econômica de
Smith é ponto de culminância)
● abandono dos temas do “bom governo” e das
finanças públicas
- economia converte-se numa ciência da riqueza
privada e comercial
- a riqueza das nações está no progresso do
capital (temática fiscal é subordinada)
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● a riqueza da nação passa a ser identificada à
riqueza privada
- os economistas passam a tratar da produção de
mercadorias
- os filósofos referem-se às relações sociais
privadas, para compreender suas leis
- nasce a economia política (clássica) como
ciência

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4.3. Perspectiva e idéias principais
● Estado mínimo
● natureza humana: ações guiadas pelo auto-
interesse
● harmonia de interesses
- harmonia natural das trocas no mercado
● riqueza da sociedade depende de todos os
recursos (terra, trabalho produtivo, capital,
empresário) e todas as atividades contribuem para
a riqueza nacional

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- trabalho tem lugar especial (fonte e medida da
riqueza e do valor)

● leis naturais governam a atividade econômica:


- leis universais e imutáveis
- rendimentos decrescentes na agricultura e teoria
da determinação da renda da terra
- lei dos mercados (crescimento econômico sem
crise)
- teoria quantitativa da moeda
- teoria das trocas conforme o valor-trabalho,
teoria das trocas internacionais

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- lei da população
- causas e tendências da riqueza da nação
(acúmulo de riqueza, queda da taxa de lucro,
estado estacionário)

● comparação com Fisiocracia:


- ordem natural (embora não a partir do indivíduo,
natureza humana), liberalismo, leis econômicas,
harmonia (funcionalismo: funções das classes
sociais)
- exclusivismo da agricultura, economia como
sistema de inter-relações

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● a quem beneficiou a escola clássica

● validade da teoria clássica em sua época

● contribuições duradouras

● erros e fraquezas

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