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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

Auxiliar de fundição

2
emprego

m e t a l u r g i a

Au x ili a r d e
fu nd i ç ão

2
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin
Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,


CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Rodrigo Garcia
Secretário

Nelson Baeta Neves Filho


Secretário-Adjunto

Maria Cristina Lopes Victorino


Chefe de Gabinete

Ernesto Masselani Neto


Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência e Tecnologia

Coordenação do Projeto FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA


CETTPro/SDECT Presidente
Juan Carlos Dans Sanchez João Sayad
Fundação do Desenvolvimento Vice-Presidentes
Administrativo – Fundap Ronaldo Bianchi
José Lucas Cordeiro Fernando Vieira de Mello
Apoio Técnico à Coordenação Diretoria de Projetos Educacionais
Fundação do Desenvolvimento Diretor
Administrativo – Fundap Fernando José de Almeida
Laís Schalch Gerentes
Monica Gardelli Franco
Apoio à Produção
Júlio Moreno
Fundação do Desenvolvimento
Coordenação técnica
Administrativo – Fundap
Maria Helena Soares de Souza
Ana Paula Alves de Lavos
Emily Hozokawa Dias Equipe Editorial
Isabel da Costa M. N. de Araújo Gerência editorial
José Lucas Cordeiro Rogério Eduardo Alves
Karina Satomi Produção editorial
Laís Schalch Janaina Chervezan da Costa Cardoso
Maria Helena de Castro Lima Edição de texto
Selma Venco Lígia Marques
CETTPro/SDECT Marcelo Alencar
Bianca Briguglio Revisão
Cibele Rodrigues Silva Conexão Editorial
Identidade visual
Textos de referência
João Baptista da Costa Aguiar
Edison Marcelo Serbino
Arte e diagramação
Irineu de Souza Barros
Paola Nogueira
Luiz Cláudio Paula
Pesquisa iconográfica
Marcos Antonio Batalha
Elisa Rojas
Eveline Duarte
Ilustrações
Bira Dantas
Luiz Fernando Martini
Consultoria
Marcos Antonio Batalha

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Carla Cruz dos Santos, Empresa Servimig, Empresa Signo Arte, Empresa Starrett, Fundição TUPY S.A., Graziele da
Silva Santos, Grupo Voith, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Neise Nogueira, Valdemar Carmelito dos Santos.
Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa


Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional
para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio
negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou
quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência
e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis-
sional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico,


Ciência e Tecnologia
Caro(a) Trabalhador(a)

Aqui continua o nosso caminho para um novo aprendizado.


Você já conheceu as origens do seu ofício. Observou a evolução de uma metalurgia
que acompanha a evolução do mundo. Descobriu quais aspectos envolvem a rotina
de uma indústria. Entendeu, por fim, como funciona o setor metalúrgico, cujos
segmentos apresentam oportunidades para os novos profissionais.
A proposta, agora, é que, com o segundo volume desta coleção, você possa aprender
os saberes específicos da ocupação que escolheu exercer. O objetivo do curso é formar
um profissional que possua uma visão organizada daquilo que um bom auxiliar de
fundição precisa.
Com esse pensamento, a primeira unidade deste volume lhe oferece a oportunidade
de aprender uma atividade que estará presente em qualquer trabalho metalúrgico: a
verificação de medidas. No restante do livro, temas que irão ajudá-lo no momento
de buscar inserção no mercado também serão comentados, sem se esquecer de tratar
de alguns fatores, como qualidade e produtividade, que influenciarão (e muito!) seu
trabalho.
Por isso, aproveite esta nova etapa do curso para refletir, perguntar, discutir e interagir
com colegas e professores. Agora é a sua hora de buscar uma nova carreira!
Vamos voltar aos estudos?
Sumário
Unidade 4
9
metrologia

Unidade 5
33
o caminho metalúrgico e a fundição

Unidade 6
77
segurança e prevenção de acidentes

Unidade 7
91
qualidade e produtividade

Unidade 8
97
ingresso no mercado de trabalho
dados internacionais de catalogação na publicação (cip)
(bibliotecária silvia marques crb 8/7377)

P964
Programa de qualificação profissional: Metalurgia / Auxiliar
de fundição. -. – São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2011.
v. 2, il (série: arco ocupacional)
Vários autores
Programa de qualificação profissional da Secretaria do
Emprego e Relações do Trabalho – SERT
ISBN 978-85-61143-97-8
1. Ensino profissionalizante 2. Metalurgia-técnico
I. Título II. Série

CDD 371.30281
Unidade 4
Metrologia
Em metalurgia, uma das atividades sempre presente é a de verifi-
car medidas ou fazer medições de metais, antes ou depois de eles
passarem por ensaios em laboratórios ou de serem transformados.
Como auxiliar de fundição, muitas vezes, você terá contato com
essa atividade e, por isso, precisará ter noções básicas da chamada
metrologia, a ciência que estuda as medidas e as medições.
Grandeza física é
um atributo de um
corpo que pode ser Mas qual a diferença entre medida e medição?
percebido e quanti-
ficado. Por exem- Medida é um valor expresso em números (valor numérico) que
plo: o tamanho de
uma pessoa, a mas- representa as dimensões ou o tamanho de um determinado objeto
sa de um livro, o (unidade física). Dizemos, por exemplo, que a medida de uma peça
volume de um copo,
a temperatura de metálica é 10,01 mm (dez milímetros e um centésimo de milímetro).
um corpo, a veloci-
dade de um carro... Medição é o ato de medir, ou seja, a operação que realizamos
para obter a medida. É comparar a grandeza a ser medida com
outra adotada como padrão.

Os instrumentos
Para realizar cada medição, é preciso utilizar um instrumento.
A escolha do instrumento depende da situação, pois cada um
atende a determinada necessidade. Os principais instrumentos
de medição com os quais o auxiliar de fundição contará são:
• escala (régua);
ivan carneiro

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 9


• trena;

Você sabia?

starret
A régua graduada e a trena
são os mais simples instru-
mentos de medida linear
(horizontal, em linha).

• paquímetro;
starret

• micrômetro;
starret

10 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


• transferidor; e

carneiro
an
iv

Você sabia?
O goniômetro não é utili-
zado apenas na metalur-
• goniômetro. gia. Existem outras áreas
que também precisam
desse instrumento de
medições angulares. Uma
delas é a medicina. Assim
como os auxiliares de fun-
dição, os médicos também
usam goniô­ metro, mas
para acompanhar a recu-
peração de pacientes que
sofrem fraturas. Com ele,
é possível verificar a evolu-
ção do movimento de uma
articulação, por exemplo.
ivan carneiro

Como realizar as medições?


A escolha do instrumento que será utilizado para fazer
uma medição específica dependerá do que será medido e
da exatidão (precisão) desejada dessa medida.
Há instrumentos que permitem maior ou menor exatidão.
Imagine, por exemplo, uma balança. Será que um fei-
rante pode pesar uma porção de bananas com o mesmo
tipo de balança que um farmacêutico usa no preparo da
mistura de produtos para fazer um medicamento? Qual
necessita de um instrumento de medição mais preciso?

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 11


Em vez de falar em exatidão, também podemos dizer que a margem de erro admissível
em uma determinada medição é diferente do erro aceitável em outra. Chamamos
de erro admissível o desvio máximo que se pode tolerar para mais ou para menos.

30 +
_ 0,1

10 f7
25 +
_ 0,1

_ 0,1

20,06
20 +

Margem de erro: nas medições da peça acima, o desvio máximo é de Escala 1:1
0,1 mm para mais ou para menos.

A medida (também chamada de cota) 30 + ou – 0,1, mostrada na imagem acima,


indica que o desvio máximo que se pode admitir, nesse caso, é de 0,1 (um décimo
de milímetro) para mais ou para menos. Isso quer dizer que, na prática, essa peça
será aceita ou poderá ser utilizada se medir:

30,0 – 0,1 = 29,9 mm


até
30,0 + 0,1 = 30,1 mm

Essa indicação (30 + ou – 0,1) também informa que o instrumento que será usado
para medir a peça real deverá ter uma exatidão (ou uma resolução mínima) de um
décimo de milímetro.

Importante: resolução
A resolução de um instrumento é a menor medida que você pode ler
nele. A régua abaixo, por exemplo, tem resolução de 1 milímetro, porque
essa é a menor divisão que ela possui.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Régua comum: os números indicam centímetros. A resolução mínima é de 1 milímetro.

12 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Portanto, se você precisa medir uma peça com um lado
de 30 mm, para a qual se admite uma variação de 0,1
mm (de 29,9 mm a 30,1 mm), o instrumento utilizado
deve ter a resolução mínima de 1 décimo de milímetro.
No entanto, se você deve medir uma peça na qual a va-
riação máxima permitida é de 0,05 mm, será necessário
um instrumento com resolução mínima de 5 centésimos
de milímetro.
Reflita: qual dos dois instrumentos será mais exato?
Você sabia?
Antes da instituição do sis-
tema métrico decimal, as
Os números deci- 0,15 unidades de medida eram
definidas de maneira arbi-
mais servem para trária, ou seja, sem regras
ou normas, variando de um
indicar valores que centésimos
país para outro. As unida-
de milímetro
não são inteiros. des de comprimento, por
exemplo, eram, normal-
Para representá- décimos de milímetro mente, derivadas das par-
-los, utilizamos a tes do corpo do rei de cada
milímetro país. Foi assim que surgi-
vírgula. O algaris- ram medidas padrão como
mo que vem antes dela é chamado de unida- a polegada, o palmo, o pé,
a jarda, a braça e o passo.
de. Os que seguem a vírgula são chamados O sistema inglês, inclusive,
foi baseado nas medidas
de casas decimais. A primeira casa é a dos estabelecidas pelos reis
décimos (nela, o algarismo 1 representa um ingleses. A tarefa de mu-
dar essa situação ficou pa-
décimo de uma unidade, ou um inteiro divi- ra os professores Méchian
dido por dez), e a segunda, dos centésimos e Delambre, ambos da
Academia de Ciências de
(nela, o algarismo 5 representa cinco centé- Paris. Eles instituíram o
simos de uma unidade). sistema métrico decimal
no dia 7 de abril de 1795.

Veja a seguir, em detalhes, os instrumentos de medição


usados pelo auxiliar de fundição.

Escala (régua)
As escalas existem para organizar e hierarquizar valores:
do menor para o maior, do menos importante para o mais
importante, da menor dureza para a maior, do menor grau

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 13


para o maior etc. São muitos os instrumentos de medição
que podem conter uma ou mais escalas.
Por isso, nada melhor do que começar a nossa lista com
a escala, ou régua graduada, que geralmente é feita de
aço inoxidável. Normalmente, na parte inferior, ela
DICA apresenta as medidas em centímetros (cm) e milímetros
No Brasil, adota-se o sistema (mm) – conforme o sistema métrico – e, na superior,
métrico decimal. Por isso, neste
caderno, aprenderemos a usar os apresenta as medidas em polegadas e frações – conforme
instrumentos para fazer medições
utilizando esse sistema. o sistema inglês.

1 2 3 4
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Sistema Métrico
1 metro = 10 decímetros = 100 centímetros = 1.000 milímetros

Sistema Inglês
1 polegada = 2,54 centímetros

Trena
A trena é constituída por uma fita de aço cujas graduações são semelhantes às da
escala, isto é, obedecem ao sistema métrico e ao sistema inglês. A leitura das medições
segue o mesmo procedimento da régua graduada.
Porém, diferentemente da escala, a trena possui em sua extremidade uma pequena
chapa metálica, dobrada em ângulo de 90o, chamada encosto de referência ou
gancho de zero absoluto.
Essa chapinha mede 1 mm de espessura. Isso tem grande utilidade: o encosto de refe-
rência é usado para compensar as medições externas (deslocando o encosto de 1 mm
para fora da fita) e internas (somando a espessura da medição de 1 mm do encosto).

14 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


encosto de referência
starret

Trena: fita de aço com graduações semelhantes às da escala.

Paquímetro
O paquímetro também é formado por uma régua graduada no sistema métrico
e no sistema inglês. Sobre essa régua com encosto fixo, desliza uma régua menor
chamada cursor. O cursor – a parte móvel do paquímetro – fica ajustado à régua e
se movimenta livremente sobre ela com um mínimo de folga.
starret

orelha fixa orelha móvel

nônio ou vernier em polegadas


parafuso de trava
cursor escala fixa de polegadas

impulsor escala fixa de milímetros haste de profundidade


encosto fixo nônio ou vernier em milímetros
encosto móvel

bico fixo bico móvel

O paquímetro e seus componentes.

O cursor é dotado de uma escala auxiliar, graduada, chamada nônio ou vernier.


Este permite a leitura de frações da menor divisão da escala fixa. O nônio possui
uma divisão a mais que a unidade usada na escala fixa. Então, se 10 mm na escala
principal estão divididos em 10 partes, 10 divisões de nônio corresponderão a 9 mm
da escala principal.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 15


Para entender melhor esse aspecto, observe abaixo como verificar a resolução do
paquímetro e, em seguida, como fazer uma medição usando esse instrumento.

Como verificar a resolução do paquímetro em milímetros


• Nônio com 10 divisões – as 10 divisões do nônio equivalem a 1 mm da escala
1 = 0,1 mm (em outras palavras, cada divisão do nônio cor-
principal. Portanto, 10
responde a 1 décimo de milímetro).
• Nônio com 20 divisões – as 20 divisões do nônio equivalem a 1 mm da escala
1 = 0,05 mm (em outras palavras, cada divisão do nônio
principal. Portanto, 20
corresponde a 5 centésimos de milímetro).
• Nônio com 50 divisões – as 50 divisões do nônio equivalem a 1 mm da escala
1
principal. Portanto, 50 = 0,02 mm (em outras palavras, cada divisão do nônio
corresponde a 2 centésimos de milímetro).

Como fazer uma medição usando o paquímetro


O paquímetro pode ser usado para medir uma peça metálica em suas várias dimensões:
ivan carneiro

ivan carneiro

Medição interna. Medição de ressalto.


ivan carneiro

ivan carneiro

Medição externa. Medição de profundidade.

16 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Como “ler” as medidas no paquímetro
A leitura das medidas (ou seja, a medição de uma deter-
minada peça metálica) é feita em duas partes: primeiro,
pela escala fixa da régua e, em seguida, pela escala
auxiliar do nônio.
Os dois valores devem ser considerados ao final do pro-
Você sabia?
cedimento de medição. Isso é feito da seguinte maneira:
O nônio também pode
ser chamado de vernier.
1º passo: cálculo da resolução Sabe por quê? Esses dois
nomes vêm de seus dois
inventores: o português
menor divisão da escala fixa Pedro Nunes e o francês
Pierre Vernier.

Resolução = 1 mm = 0,05 mm
20

no de divisões do nônio

2º passo: leitura
1a leitura (escala fixa): você deve considerar – ou “ler” – o
número que vem antes do zero do nônio. DICA
Nesta unidade, você aprenderá a
2a leitura (escala do nônio): você deve considerar (ler) o realizar a leitura do paquímetro na
versão tradicional, ou seja,
primeiro traço do nônio, que coincide totalmente com mecânica. Mas, atualmente, já é
possível contar com esse
algum traço da escala fixa. Depois, deve contar quantos instrumento na versão eletrônica.
O chamado paquímetro digital
traços tem do zero até chegar nele. No caso da foto abai- apresenta algumas vantagens:
• Simplifica a leitura, diminuindo
xo, são 13 traços. Em seguida, é só multiplicar o número a probabilidade de erro.
• Pode ser usado em polegadas
de traços medidos (13) pela resolução do paquímetro, ou milímetros, sendo preciso
apenas mudar o modo de
que foi calculada anteriormente. apresentação do resultado.
ivan carneiro

ivan carneiro

1a leitura 2a leitura

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 17


Ou seja: 13 traços x 0,05 (resolução do paquímetro) = 0,65 mm
Portanto, a medida da peça é:
1ª leitura = 73,00 mm
2ª leitura = 0,65 mm
Leitura final = 73,65 mm

Atividade 1
E xercite a leitura com um paquímetro no
sistema métrico com resolução de 0,05 mm

Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os


resultados ao lado dos desenhos.
Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram
a resultados diferentes, procurem discutir a razão dessas diferenças.
Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.

a)

0 4 8 0 4 8
1/128 in. 1/128 in.

1 2 3 4 5
20 30 40 50 60 70 90 100 110 120 130 140

0,05 mm 0,05 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

b)

00 44 88 0 4 8
1/128
1/128 in.in. 1/128 in.

3 2 4 3 5 4 5 6 in.
70 4090 50 100 60 110 70 120 80 13090 140
100 120 130 140 150 mm

05 mm 0,05
0,05mm
mm 0,05 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

18 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


0,05 mm 0,05 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

c)

000 444 888 0


0 4
4 88
1/128
1/128in. 1/128
in. in.
1/128 in.in. 1/128

3 1 2 4 23 5 43 5 4 6 5 in.
4020
90 50 30
100 60 40
110 70 50
120 80 60
130 90 70
140
100 90
120 100
130 110
140 120
150 130 140
mm

0,05mm
0,05
0,05 mm
mm 0,05
0,05 mmmm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 99 10
00 11 22 33 44 55 66 77 88 9 10
10 00 11 22 33 44 55 6
6 7
7 8
8 99 10
10

d)

0000 4444 8888 1/128 in.


0 4 88
1/128 in.in.
1/128
in.in.in.
1/128
1/128 1/128

43 52 43 63 54 in. 4 5 1 6 2 in.

100 40
60 90
120 5070100 6080140
130 110 7090 120 80
150 100 13090110mm140
100
120 120 10 130 20 140 30 150 40 50 mm 60

0,05 mm
0,05 mm 0,05
0,05mm
mm
00 11 22 33 44 55 66 77 88 99 10
10 0,05
0,05
mmmm
00 11 22 33 44 55 66 77 88 99 10
10 00 11 22 33 44 55 66 77 88 99 10
10

e)

000 444 88 0 4 8
1/128
1/128 in.
in.in.
1/128 1/128 in.

4 5 3 1 6 4 2 in. 1 2
100
120 60120 10 70
130 20 80140 3090150 40100 50110mm 60
120 10 20 30 40 50 60

0,05 0,05 mm
0,05 mm
mm 0,05 mm
0 1 2 3 4 555 666 7 88 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0 11 2 33 44 7 8 9 10
10

f)

0 4 8
1/128 in.

1 2
120 10 20 30 40 50 60

0,05 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 19


Paquímetro de resolução 0,02 mm
Há paquímetros com diferentes graus de resolução. Além do anterior (0,05 mm),
é bastante comum o que tem resolução de 0,02 mm. O nônio, neste caso, tem
50 divisões.
ivan carneiro

1º passo: cálculo da resolução

menor divisão da escala fixa

Resolução = 1 mm = 0,02 mm
50

no de divisões do nônio
2º passo: leitura
1a leitura (escala fixa) = 5,00 mm
2a leitura (escala do nônio) = 0,44 mm (22 x 0,02)
Leitura Final = 5,44 mm
A medição, ou “leitura das medidas”, é feita da mesma maneira, independen-
temente da resolução do paquímetro.

20 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Atividade 2
E xercite a leitura com um paquímetro no
sistema métrico com resolução de 0,02 mm

Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os


resultados ao lado dos desenhos.
Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram
a resultados diferentes, procurem discutir a razão dessas diferenças.
Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.

a)

0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8.0019in 2 1 2 3 4 5 6
2 3 10
4 5 6 7 208 9 1 1 302 3 4 5 406 7 8 9 2 50 1 2 3 604 5 6
2 3 10
4 5 6 7 208 9 1 1 302 3 4 5 406 7 8 9 502 1 2 3 604 5 6
10 20 30 40 50 60
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm

b)

0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8
.001 in 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9
2 3
5 40
6 7 8 9 50 1 604 7 708 9
3 80
2 3 5 6 1 2 3 4 5906 7 8 100
9
2
5 406 7 8 9 502 1 2 3604 5 6 7 708 9
3
1 802 3 4 906
5 7 8 100
9

40 50 60 70 80 90 100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm

c)

0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
2 3 4 5 6 7 8 9
3 1 2 3 4 5 6 7 .001
8 in9
4 1 2 3 4 5 6
2 3 604 5 6 7708 9
3 1802 3 4 5906 7 8 100
9
4 1 2 110
3 4 5 6
2 3 604 5 6 7 708 9 80 5906 100 110
3 1 2 3 4 7 8 9
4 1 2 3 4 5 6
60 70 80 90 100 110
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 21


Micrômetro
É um instrumento que permite fazer medições em casos que exigem resoluções ainda
menores do que as do paquímetro. Ou seja, quando o paquímetro não consegue mais
alcançar exatidão para uma determinada medição, o micrômetro entra em cena.
Alguns micrômetros usam o mícron, unidade de medida que corresponde a um
milésimo de milímetro. Por isso, o instrumento tem esse nome.
starret

batente fuso bainha

arco faces de
medição
tambor

O micrômetro e seus componentes.

Micrômetro de resolução 0,01 mm (1 centésimo de milímetro)


O micrômetro tem dois importantes componentes: a bainha, que apresenta duas
escalas em milímetros; e o tambor, cuja escala está dividida em centésimos de
milímetros.
Considerando essas escalas, a leitura do micrômetro é feita em três partes. A pri-
meira, na bainha com escala de 1 em 1 mm; a segunda, na escala dos meios; e a
terceira, no tambor.

22 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


starret

1a leitura 3a leitura

2a leitura

Exemplos de leitura
a)
20

0 5 15

10

5
Você sabia?
20 O paquímetro e o micrô-
metro, instrumentos bas-
0 5 – escala dos15milímetros) = 8,00 mm
1a leitura (bainha tante usados na indústria
15
metalúrgica, também são
2 leitura (bainha 35= 0,50 mm
5– escala
10 dos
15 meios
10 20 milímetros)
a
0 muito úteis para medir a
espessura de revestimen-
30
3a leitura (tambor) = 0,10 mm5 tos na construção civil.

25
Leitura final = 8,60 mm
20

b) 15

35
0 5 10 15 20
30

25
20
Você sabia?
O micrômetro foi inven-
tado, em 1848, pelo fran-
1a leitura (bainha – escala dos milímetros) = 23,00 mm cês Jean-Louis Palmer.
Com o decorrer do tem-
2a leitura (bainha – escala dos meios milímetros) = 0,00 mm po, ele foi aperfeiçoado
e possibilitou medições
mais rigorosas e exatas
3a leitura (tambor) = 0,28 mm do que aquelas obtidas
pelo paquímetro.
Leitura final = 23,28 mm

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 23


30

25
20

Atividade 3
E xercite a leitura com um M icrômetro no
sistema métrico de resolução de 0,01 mm

20
Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os
resultados ao lado dos desenhos. 15
0 5
Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram
10 a razão dessas diferenças.
a resultados diferentes, procurem discutir
Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.
5

a)

45

40
0
35

30
25

b)

20

0 5 10 15 20 15

10
5

5
0 5 10 15 0
24
45
A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2
10
5 10
5
5

c)

5
5
0 5 10 15 05
0 5 10 15 0
0 5 10 15 0
45
45
4045
40
40

d)
20
20
0 5 1520
0 5 15
0 5 15
10
10
5 10
5
5

e) 0
0
0
0 450
45
0
4045
40
35
40
35

35

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 25


Micrômetro de resolução 0,001 mm (1 milésimo de milímetro)
Este micrômetro possui, além das escalas na bainha e tambor, uma terceira escala –
chamada de nônio – na parte superior da bainha. Nela vamos ler os milésimos de
milímetros.
ivan carneiro

4a leitura 3a leitura

2a leitura
1a leitura

Exemplos de leitura:
a) b)

50 50 0 0
15 15
0 0
8 8 8 8
6 6
6
4
6
4 45 45 4 4 5 5
2 2 2 2

40 40 0 0
0 05 5 0 0
35 35 45 45

1a leitura (bainha – escala dos 1a leitura (bainha – escala dos


milímetros) = 9,000 mm milímetros) = 2,000 mm
2a leitura (bainha – escala dos meios 2a leitura (bainha – escala dos meios
milímetros) = 0,000 mm milímetros) = 0,000 mm
3a leitura (tambor) = 0,410 mm 3a leitura (tambor) = 0,010 mm
Leitura no nônio (primeiro traço Leitura no nônio (primeiro traço
coincidente com a escala no tambor) = coincidente com a escala no tambor) =
0,003 mm 0,004 mm
Leitura final = 9,413 mm Leitura final = 2,014 mm

26 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


15
0
8
6
4
10
2

Atividade 4
0
5
E xercite a leitura com um M icrômetro
0 5 10 no
0
sistema métrico de resolução de 0,001 mm
15
Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas
8
6
a seguir
10 e anote os
0

4
resultados ao lado dos desenhos. 2
0
5
Compare os números que obteve com os do seu colega ao0 lado. Se vocês
5 10
0
chegaram
a resultados diferentes, procurem
15
discutir a razão dessas diferenças. 20
0 0
8 8
Em seguida,64 o monitor discutirá
10 com a classe o trabalho642 realizado. 15
2 0
0
5 10
a) 0 5 10
b) 25 30 35
0 5

15 20
0 0
8 8
6
4
10 6
4 15
2 2
0 0
5 10
0 5 10 25 30 35
0 5

20 5
0 0
8 8
6
4 15
6
4 0
2 2
0 0

10 45
25 30 35 0 10
5
5 40

20 5
0 0
8 8
6
4 15 6
4 0
2 2
c) 0

10
d) 0
45
25 30 35 0 10
5
5 40

5 25
0 0
8 8
6
4 0 6
4 20
2 2
0 0

45 15
0 10
5 25 5 1
10
40 10

5 25
0 0
8 8
6
4 0 6
4 20
2 2
0 0
45 15
0 10
5 25 5 1
10
40 10

25
0
8
6
4 20
2
0
15 A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 27
25 5 1
10
10
Transferidor
As medidas angulares são feitas com a ajuda desse instrumento. Por isso, antes de
tudo, é importante entender como é medido um ângulo.

Um ângulo é a medida – em graus – formada pelo encontro entre dois


segmentos de reta.
Todo ângulo está dividido em minuto ( ’ ) e segundo ( ” ), sendo que
um grau tem 60 minutos e um minuto, 60 segundos. Usando os sím-
bolos dessas medidas, temos:
1o = 60’ e 1’ = 60”

Você provavelmente se lembra do transferidor, que fez parte do seu material escolar.
Ele é composto, basicamente, por uma escala circular dividida e marcada em ângulos
espaçados regularmente, tal qual uma régua.
O transferidor pode ser usado nas aulas de Matemática, Engenharia, Topografia ou
em qualquer outra atividade que exija a medição precisa de ângulos.
ivan carneiro

escala graduada

articulação corpo
lâmina

O transferidor e seus componentes.

28 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Goniômetro
Outro instrumento de medição muito utilizado nos setores de fundição é o goniô-
metro. Assim como o transferidor, ele é utilizado para medições angulares, ou seja,
para medir ângulos.
Na prática, trata-se de um transferidor com uma resolução melhor. Por isso, pode
ser usado para qualquer atividade que exija uma medição mais precisa. Ele também
contém, basicamente, uma escala circular dividida e marcada em ângulos regulares,
tal qual numa régua.

Como usar o goniômetro


Para se chegar à medida de um ângulo usando esse instrumento, duas leituras devem
ser feitas.
Na primeira, o grau inteiro, que pode ser observado na graduação superior do disco,
deve coincidir com o traço zero da escala inferior (o nônio). Essa leitura pode ser feita
tanto no sentido horário quanto no anti-horário, dependendo do posicionamento
da peça medida.
A segunda leitura é a dos minutos, que, por sua vez, pode ser realizada a partir do
zero nônio, seguindo a mesma direção escolhida na leitura dos graus.
ivan carneiro

esquadro
1a leitura
disco vernier (nônio)

2a leitura
articulador

disco graduado régua

O goniômetro e seus componentes.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 29


Exemplos de leitura
a)
Sentido de leitura

2e0ntido de leit3u0ra
S 40
10

20 30
10 40
15 0 15
30 30 45
45
60
15 0 15
30 30 45
45
60
1a leitura (escala superior) = 24o
2a leitura (escala inferior) = 10’
Resultado final = 24o 10’
Sentido de leitura
b)
50 60
40 Sentido de leitura
70
30
50 60
40
15 15 70
30 0 30 45
45 30
60
15 15
0 30 45
45 30
60

1a leitura (escala superior) = 50o


2a leitura (escala inferior) = 15’
Resultado final = 50o 15’

30 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Atividade 5
P ratique o uso do goniômetro

Com base no que você aprendeu, faça a leitura nos goniômetros a seguir. O zero
corresponde à medida em grau e o traço mais escuro corresponde ao complemento
do ângulo em minutos.

10 0 10
a) 0 20
2
10 0 10
20 20
30
10 00 3100
60 6200
20 0
30 30
60 60
30 0 30
60 60

b)
0 10 20
10 30
0 10 20
10 30
03
0 100 2300
60 6300
10 0
30 30
60 60
30 0 30
60 60

c)

10 0 10
20 20
10 0 10
20 20
30
10 00 3100
60 620
20 0
30 0 30
60 60
30 0 30
60 60

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 31


20 10
30 0
40
d) 20 10 10
30 0
40 20 0 10 10
30 30 30 0
60 60 10
40 30 30
20 0 10 30 0
40 60 60 10
30 0 30
60 60
30 0 30
60 60

e) 10 0
20
30 10
20 10 0
30 10
10
2300 0 300
3600 10 6010
2300 0 300 1
30 0 600
6 0
30 30
60 60
30 0 30
60 60

f)

30 20 10
40 0
30 20 10
40 0
20
3300 0 3100
4060 20 600
300 0 10
3 30
40 0
6 600
30 0 30
60 60
30 0 30
60 60
g)

10 0
20
30 10 10
20 0
30 10 10
20 15 0 15 0
45 30 30 45 1
30
20 15 10
0 15 0 600
45 30 30 45 10
30 15 15 60
0 30
45 30 45
15 0 15 60
45 30 30 45
60

32 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Unidade 5
O caminho metalúrgico
e a fundição
No caderno 1, você aprendeu que a metalurgia estuda e geren-
cia os metais desde a sua extração até a sua transformação em
produtos adequados ao uso. Por isso, ela pode ser dividida em:
• metalurgia extrativa;
• metalurgia de transformação;
• beneficiamento;
• montagem ou aplicação;
• ensino e pesquisa.
Esses segmentos são as etapas que estruturam o trabalho me-
talúrgico. Juntos, eles formam o que poderíamos chamar de
“caminho metalúrgico”:

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 33


34 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2
Nesta unidade, vamos aprender em que lugar desse caminho você, futuro auxiliar
de fundição, se encontra. Antes de mais nada, já é possível afirmar: o auxiliar faz
parte do caminho metalúrgico antes mesmo de ele começar. Desde o projeto de uma
peça, ou seja, desde o momento em que decidimos fabricar uma peça ou produto,
a primeira pergunta a se fazer é: qual processo metalúrgico deve ser utilizado? E a
resposta, geralmente, é: o processo metalúrgico de fundição.
Isso acontece pois a fundição é o caminho mais curto para se obter um produto final.
Ou seja, um produto fundido, geralmente, não precisa passar por outros processos
de fabricação. Isso porque a obtenção de uma peça fundida ocorre a partir do metal
em estado líquido, sem necessidade de processos secundários de conformação.
ivan carneiro

Fundição: o caminho mais curto até o produto final.

As vantagens da fundição não param por aí:


• Com ela, é possível reproduzir peças com formas internas e externas que, dificil-
mente, poderiam ser fabricadas por outro processo.
• A fundição permite que as paredes das peças sejam fabricadas com espessura
bem fina. Isso, que seria impossível com outros processos de fabricação, traz uma
vantagem muito grande para a peça: a diminuição do seu peso.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 35


• O processo de fabricação por fundição é facilmente automatizável, ou seja, pode
ser inteiramente feito com o auxílio de máquinas; e, por isso, possibilita uma
produção de peças em série.

Etapas da fabricação
Alguns produtos, até chegarem ao consumidor final, passam por
vários processos de fabricação. Um exemplo é a panela que utilizamos
em casa. Antes de ser panela, ela foi uma chapa de aço ou alumínio
e passou por diversas etapas, tais como:
Skyline /Shutterstock

Uma panela como esta pode ser produzida de uma só vez com o processo de fundição.

• lingotamento: o aço em estado líquido é transformado em placas;


• laminação: a placa é transformada em chapa; e
• estampagem: a chapa é estampada na forma final da panela.

Dependendo da aplicação e do acabamento do produto, pode-se


afirmar que o processo de fundição representa um processo único
de fabricação. Isso quer dizer que é possível se produzir, apenas com
a fundição, uma panela, por exemplo. As três etapas vistas acima,
portanto, poderiam ser resolvidas com apenas uma. Gerada no pro-
cesso de fundição, a panela estará pronta para outros processos da
indústria, como a rebitagem (fixação de seu cabo) e a pintura.

36 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


A fundição e tudo o mais
Você se lembra do diagrama da fundição?

Diagrama da fundição
1. A fundição é um processo pelo qual um 2. No processo metalúrgico de
metal sólido passa ao estado líquido e, fundição, o metal atinge a
depois, transforma-se em peça fundida. temperatura de fusão.

Met
al só
lido

tem
per
Met atura de
Metal sólido
al at
ingin fusão Metal atingindo Metal sendo
do temperatura de fusão vazado em um molde
Metal sólido Metal atingindo Metal sendo
do e
vaza temperatura de fusão vazado em um molde
mu
Met m
al se mold
ndo e
Metal sólido Metal atingindo Metal sen
temperatura de fusão vazado em um

Metal atingindo Metal sendo Peça fundida


mperatura de fusão
3. Logo vazado
após, já no estado líquido, o
em um molde
metal é vazado em um Metal sólido que
molde Metal atingindo Metal sendo
ndo Metal sendo temperatura
Peçadefundida
fusão vazado em um molde
tem um formato aproximado ao da peça 4. Após desenformada, a peça
fusão que sevazado em um molde
quer produzir. fundida está pronta!

No Caderno 1, com esse esquema, você entendeu o que é o processo metalúrgico


conhecido como fundição. Nesta unidade, vamos ver, em detalhes, o que acontece
em cada fase dessa transformação do metal sólido em peça fundida. Vamos come-
çar com as diferentes maneiras de se fundir um metal, ou seja, com os diferentes
processos de fundição.

Os diferentes processos de fundição


A fundição pode ser executada de várias maneiras, ou seja, possui diferentes processos:

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 37


• fundição em areia verde;
• fundição shell molding;
• fundição cura a frio;
• fundição cura a quente;
• fundição em molde permanente ou coquilha;
• fundição em cera perdida ou de precisão; e
• fundição em moldes permanentes sob pressão.
Esses processos podem ser divididos em função de dois critérios:

1. O tipo de vazamento do metal


Há duas maneiras de despejar o metal em um molde: por gravidade ou sob pressão. Na
maioria dos processos que vimos anteriormente, o vazamento ocorre por gravidade:
• fundição em areia verde;
• fundição shell molding;
• fundição cura a frio;
• fundição cura a quente;
• fundição em molde permanente ou coquilha; e
• fundição em cera perdida ou de precisão.
Na fundição em moldes permanentes sob pressão, ocorre o vazamento sob pressão.

2. O molde utilizado
Considerando todos esses processos de fundição, existem duas possibilidades de
moldes: os permanentes e os descartáveis. Eles se diferenciam de acordo com a
quantidade de vezes que podem ser utilizados.
Moldes permanentes – um molde permanente, como o próprio nome indica, pode ser
utilizado várias vezes. A sua vida útil depende apenas de sua manutenção, que manterá
as características com as quais foi criado: geometria (forma), dimensão e acabamento.
Moldes não permanentes ou descartáveis – um molde descartável pode ser utilizado
uma única vez. Após a fabricação da peça desejada, ele é descartado.

38 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


A escolha do processo de fundição
Vários fatores devem ser considerados para que a escolha do
processo de fundição seja feita. Entre eles, podemos destacar:
• a quantidade de peças a serem produzidas;
• o prazo de entrega; DICA
Nesta unidade, você terá
• o investimento necessário; a oportunidade de aprender
com quatro diferentes processos
de fundição:
• a complexidade da peça; e • fundição em areia verde;
• fundição shell molding;
• fundição em cera perdida
• o acabamento desejado. ou de precisão; e
• fundição em moldes
permanentes sob pressão.
A indústria metalúrgica e, particularmente, os setores
destinados à fundição não deixam de fazer essa análise.
Atentos a todos os fatores listados, eles têm apresentado
uma preferência pela fundição em areia verde. Essa esco-
lha tem os seus motivos, pois a fundição em areia verde:
• permite a fabricação de peças em tamanhos variados;
DICA
• é um processo de baixo custo operacional; e
Na prática, não é comum uma
fábrica ter todos os processos em
• utiliza moldes descartáveis, mas, ao mesmo tempo, o sua linha de produção.
Normalmente, cada fundição é
faz com areia verde, que pode ser reaproveitada. especializada em um determinado
processo. Quem determina qual o
processo de fabricação que será
utilizado é o projetista.

Fundição em areia verde


Esse processo de fundição utiliza a areia retirada da natu-
reza com a sua umidade natural, ou seja, sem ter passado
por processos de secagem.
ivan carneiro

Macho de areia verde.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 39


A escolha dessa areia representa algo a mais: uma preocupação com o meio ambiente.
Isso porque ela pode ser quase totalmente (acima de 90%) reutilizada, exigindo,
para isso, apenas cuidados básicos.
Que cuidados são esses? Após a produção de uma peça, é preciso retirar os torrões
que ficam incrustados na areia. Mesmo com o passar do tempo, após diversas
utilizações, são necessários apenas alguns aditivos a fim de melhorar e corrigir as
características do material.

Aditivo
Aditivo é um elemento que se utiliza para melhorar ou restaurar as
características de um dado produto.
Na areia verde, os aditivos mais utilizados são:
• Pó de carvão – evita a aderência da areia na peça fundida, melho-
rando o acabamento superficial da peça e facilitando a sua limpeza.
ivan carneiro

Pó de carvão.

• Pó de madeira – por consumir oxigênio, proporciona uma atmosfera


redutora ao molde e contribui para controlar a expansão térmica da sílica.
• Amidos e dextrinas – aumentam a plasticidade da areia.

40 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Considerando as vantagens que a fundição em areia verde
oferece, vamos escolhê-la também para começar o nosso
estudo. Você já sabe que ela é a mais utilizada pelas indús-
trias metalúrgicas. Então, seguiremos o mesmo caminho.
Como auxiliar de fundição, você perceberá que as etapas
de produção são as mesmas em praticamente todos os
processos. Por isso, a escolha desse processo de fundição
específico não prejudicará o seu aprendizado.

1ª etapa: o projeto da peça


A primeira etapa de fabricação de qualquer produto é o
projeto da peça, executado por um profissional conhe-
cido como projetista. Nessa etapa, todos os fatores que
podem influenciar na qualidade do produto devem ser DICA
considerados. Por isso: O metal, após ser fundido, deve
apresentar uma propriedade: a
fluidez, que é a capacidade de
• A peça deve ser projetada de maneira que não haja uma escoar pelas cavidades com
rapidez. Essa propriedade é muito
variação brusca entre as secções de forma, o que pode importante, principalmente
quando é preciso produzir uma
dificultar a fluidez do metal. peça com geometria complicada.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 41


M A
C
B

Note que a secção B é bem menor que as secções A e C. Esse é um exemplo de como uma variação brusca entra as secções de forma pode dificultar a
passagem do metal.
Canto vivo

• Devem-se evitar, ao máximo, cantos “vivos”, que provocam concentração de tensões


Mau projeto
e de impurezas do metal, fragilizando a peça.

Canto vivo

Incorreto Correto

Canto vivo Ainda não recomendado

Mau projeto

Canto vivo

Bom projeto

Ainda não recomendado

Os chamados cantos vivos fragilizam regiões da peça.

42 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 Bom projeto


• Devem-se evitar as espessuras muito finas de paredes. Na tabela abaixo, você pode
ver os valores recomendados de espessura.

Secções mínimas recomendadas em peças fundidas

Secção mínima, em mm

Liga Fundição sob pressão


Fundição Fundição
em areia em molde metálico Grandes Pequenas
áreas áreas

De alumínio 3,175 a 4,76 3,175 em áreas pequenas 1,905 1,143

De cobre 2,38 3,175 em áreas pequenas 2,54 1,524

De ferros fundidos cinzentos 3,175 a 6,35 4,76 em áreas pequenas – –

De chumbo – – 1,905 1,016

De magnésio 4,00 4,00 a 4,176 2,032 1,27

De ferro maleável 3,175 – – –

De aço 4,76 – – –

De estanho – – 1,524 0,762

De ferro fundido branco 3,175 – – –

De zinco – – 1,143 0,38

Fonte: Chiaverini, Vicente. Tecnologia Mecânica. 2. ed. São Paulo: Ed. Makron Book, 1986. v. I.
Na tabela, estão relacionados a espessura mínima de secção, o metal a ser fundido e o processo de fundição. Por exemplo, se o auxiliar de fundição
escolher fundir alumínio no processo de areia verde, a espessura mínima de secção deve variar entre 3,175 mm a 4,76 mm.

Na Unidade 7 deste Caderno – Qualidade e Produtividade – você entenderá por que


a qualidade é tão importante a ponto de ser considerada já na primeira etapa de um
processo de fundição.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 43


2ª etapa: Fabricação do modelo
ivan carneiro

Modelo de metal.

Feito o projeto, mas ainda antes da fabricação de uma peça ou produto, é preciso
confeccionar um modelo. Esse modelo, por sua vez, será utilizado na fabricação de
um molde. O modelo é uma réplica, um pouco maior, da peça. É essencial que as
dimensões da réplica sejam maiores que as da peça pelos seguintes motivos:
• para compensar um fenômeno físico que ocorre quando o metal resfria: a contração
(o metal se encolhe);
1340
140

323,2
320

320

300 120 300 120


303 121,2

Dimensões da peça. Dimensões do m

1340
1353,4
141,4
140
140

323,2
320

300 120
303 121,2

peça. Dimensões do modelo acrescido da contração linear.

44 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


• para permitir uma usinagem posterior; e

45 58

48
35
38

DICA

38
25
6
Você já aprendeu que a fundição
pode ser um processo único ou
Peça acabada não, dependendo da aplicação do
produto e do grau de acabamento
que se deseja para a peça. É
chamado de usinagem o
Peça com sobrematerial processo que ocorre quando há
necessidade de o produto fundido
passar por mais de uma etapa de
fabricação, além da fundição. A
usinagem é, justamente, um
• para criar uma inclinação no modelo, de modo a pos- processo de fabricação que visa a
dar uma nova forma ao metal,
sibilitar a retirada do molde. utilizando ferramentas cortantes
e equipamentos específicos.

Ângulos de saída
Ângulos de saída

Incorreto Incorreto Correto Correto

O modelo pode ser feito com diversos materiais: madeira,


isopor, metal, resina etc. Mas dois fatores devem ser consi-
derados na hora de escolher o material que será utilizado:
• Vida útil – pensar na vida útil do modelo é escolhê-lo
pelo tanto de vezes que poderá ser utilizado. Assim, se
quisermos utilizar um modelo diversas vezes, o isopor
não deverá ser escolhido, pois, após a primeira mol-
dagem, ele já precisa ser descartado em razão de sua
fragilidade. A madeira, por sua vez, tem uma vida útil
longa, mas requer cuidados e manutenção para que as
suas dimensões não sofram alterações.
• Custo – é um fator muito importante para as esco-
lhas tomadas não só na indústria metalúrgica, mas em
qualquer indústria. Afinal, é muito importante saber o

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 45


quanto se pode e se quer gastar. Porém, não é possível
pensar no custo isoladamente. É preciso equilibrar o
custo do material e o benefício que ele irá proporcionar.
O modelo de metal, por exemplo, tem um custo eleva-
do, pois requer operações de usinagem que garantam a
precisão de suas dimensões. No entanto, é o modelo que
Você sabia? possui a maior vida útil.
Existe um profissional na
indústria metalúrgica, o
modelador de metais, 3ª etapa: Moldagem
que é responsável apenas
pela fabricação de mode- Para entender como a moldagem ocorre na fundição em
los. Essa fabricação pode
ser manual ou automáti- areia verde, é preciso conhecer três elementos essenciais
ca (com a ajuda de má- para o processo:
quinas operatrizes).
• a areia de fundição;
ivan carneiro

• o macho; e
ivan carneiro

46 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


• o sistema de alimentação.
ivan carneiro

A areia de fundição
A areia de fundição é composta por aglomerante e areia-base.

Areia de fundição = aglomerante + areia-base

Aglomerante
A areia possui propriedades, ou seja, ela possui qualidades,
características próprias. A refratariedade é uma delas: a Você sabia?
capacidade de resistir a altas temperaturas. Existem vários tipos de
aglomerantes argilosos
O aglomerante tem muita relação com essa capacidade es- que podem ser utilizados
pecial. Ele serve, justamente, para aglomerar a areia, ou seja, no processo de fundição
em areia verde. As argi-
juntar os grãos de areia, e formar uma massa refratária. Para las montmoriloníticas e
que isso ocorra, é adicionado um elemento aglomerante que, as argilas bentonitas são
as mais utilizadas.
no caso da areia verde, é um composto de argila e água.

Aglomerante da areia verde = argila + água


A argila (7%) absorve a água (3%) provocan-
do a aglutinação dos grãos de areia (90%) e
formando uma massa plástica, isto é, uma
massa com a capacidade de apresentar uma
deformação definitiva.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 47


Areia-base:
A areia-base pode ter diversos nomes, entre eles, o de areia
sílica, cromita, zirconita, olivina. E não é nomeada à toa,
mas em função dos óxidos pelos quais é composta. Uma
das mais utilizadas, por exemplo, a areia sílica, é composta
de óxido de silício (SiO2).
Você sabia? É a combinação do aglomerante com a areia-base que
Óxidos são compostos
formados por dois ele- resulta na areia que será utilizada na fundição. Como
mentos (compostos biná- vimos, na proporção entre esses elementos, há muito mais
rios), sendo um deles o
oxigênio. A sílica (SiO2),
areia-base do que aglomerante (água + argila).
também conhecida como
óxido de silício, é forma- Além da refratariedade, a areia também apresenta várias
da pela combinação de outras propriedades:
oxigênio com silício.
• moldabilidade: é a capacidade de reproduzir as diversas
formas de modelo, ou seja, a capacidade de ser facilmente
moldada em relação a um modelo;
• permeabilidade: é a capacidade de permitir a saída dos
gases contidos no molde; e
• resistência mecânica: é a capacidade de resistir aos
esforços provocados pela retirada do modelo da cavi-
dade, pelos movimentos provocados na manipulação
do molde, pela colocação dos machos e pelos impactos
causados pelo fluxo de metal na cavidade.

Porém, a areia de fundição não é analisada


apenas por suas propriedades. É muito impor-
tante levar em consideração os grãos que a
compõem. Esses grãos são analisados e dife-
renciados de acordo com:
• a forma;
• a estrutura; e
• o tamanho.
A forma e a estrutura são analisadas com
ajuda de um microscópio.

48 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Quanto à forma, podemos ter grãos arredondados, subangulares ou angulares,
conforme se pode ver a seguir:

Grãos arredondados
Grãos arredondados. Grãos subangulares
Grãos subangulares. Grãos regulares
Grãos angulares.

Já quanto à estrutura, os grãos podem ser compactos, aglomerados ou fissurados.


Veja abaixo:
Grãos arredondados Grãos subangulares Grãos regulares

Grãos compactos Grãos aglomerados Grãos fissurados

Grãos compactos
Grãos compactos. Grãos aglomerados
Grãos aglomerados. Grãos fissurados
Grãos fissurados.

O tamanho do grão só pode ser determinado por meio de um ensaio, realizado em


laboratório, no qual uma amostra da areia é retirada e peneirada em um equipamento
chamado de agitador de peneiras. Esse equipamento é composto por um conjunto
de peneiras de diferentes malhas (aberturas), dispostas (organizadas) da mais grossa
(maior abertura) para a mais fina (menor abertura). Após o peneiramento, é feito
um cálculo para determinar o tamanho de grão, ou seja, o módulo de finura, con-
siderando a quantidade de areia retida em cada peneira.
ivan carneiro

Agitador de peneiras: equipamento utilizado para determinar o módulo de finura.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 49


Saber analisar e diferenciar os grãos de areia é essencial
para a realização do processo de fundição em areia verde.
Isso porque a influência que o módulo de finura, a forma
e a estrutura dos grãos têm na qualidade da peça fundida
é muito grande. Essas três características irão influenciar:
• o acabamento da peça (qualidade da superfície, mais
lisa ou mais porosa);
• a permeabilidade do molde;
• a moldabilidade; e
• a resistência do molde.
Você percebeu o quanto os grãos podem influenciar as
propriedades da areia? Eles podem melhorar a moldabi-
lidade, a permeabilidade e a resistência.

Você sabia? Por isso, a análise dos grãos de areia se torna tão essencial
Você pode procurar sa-
para o processo de fundição e para você! Por quê? Esse tipo
ber um pouco mais sobre de análise abre um novo campo de trabalho para o auxiliar
a ocupação do auxiliar de de fundição. Junto a um outro conhecido profissional da
laboratório, nos cadernos
Auxiliar de Laboratório metalurgia, o auxiliar de laboratório metalúrgico, você
Metalúrgico 1 e 2, desta poderá exercer suas atividades em um Laboratório de
mesma coleção.
Análises de Areias.

O Macho
A metalurgia parece muito distante da gastronomia. No
entanto, podemos aproximá-las. Imagine que você, um
futuro profissional da fundição, decida fazer um delicioso
pudim de leite, mas encontre um problema: na sua co-
zinha, não consegue encontrar aquela forma clássica de
pudim, que tem um furo no meio.
Para criar esse furo em uma forma comum, você poderá
utilizar uma lata de leite condensado, um dos ingredientes
da receita. Você colocará a lata no centro da forma redonda
e, dessa forma, o pudim, ainda líquido, não entrará na-
quele espaço. O pudim com o furo no meio estará pronto!

50 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


A maioria das peças fundidas também precisa apresentar “furinhos” e reentrâncias. E,
para que isso aconteça, o auxiliar de fundição utiliza uma peça que cumpre a mesma
função da lata na forma redonda. Essa peça é chamada de macho. Ela irá preencher
as regiões vazias do modelo e impedir a entrada do metal em estado líquido. Ou
seja, no espaço que o macho ocupa, o metal não consegue penetrar.
ivan carneiro

ivan carneiro

Macho. Peça final com “furinhos” e reentrâncias.

O sistema de alimentação
Há uma etapa do processo de moldagem em que o sistema de alimentação – canais
de alimentação e massalote – é construído. Esse sistema é muito importante para o
processo de fundição. Cuidar para que ele seja bem executado é garantir a obtenção
de peças sem defeitos.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 51


massalote

canais de alimentação

O primeiro cuidado deve ser com os canais de alimentação, pelos quais o metal é colo-
cado no molde. Esses canais devem ser dispostos (organizados) de maneira a evitar que
o metal caia diretamente sobre a peça. Para isso, devem possuir dimensões exatas. Dessa
forma, o escoamento do metal em estado líquido ocorrerá na velocidade adequada, não
permitindo que ele resfrie antes que se complete o enchimento da cavidade do molde.
O massalote é um tipo de reservatório de metal cuja função é evitar um defeito
conhecido como rechupe ou vazios de retração na peça. Essa reserva de metal
compensa a contração natural do material em estado líquido que vai se resfriando.
Enquanto o líquido se contrai, os espaços vazios vão sendo preenchidos pelo metal
armazenado no massalote, evitando que a peça fique menor do que o planejado.
Para que isso aconteça sem problemas, o massalote deve ser posicionado na região
da peça em que houver o maior volume de metal, pois essa região será a última a se
solidificar.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre a areia de fundição, o macho
e o sistema de alimentação, que tal voltarmos às etapas da moldagem?

52 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Etapas da moldagem

Peça

• A peça possui um furo em toda a sua extensão.


Por isso, para ser fabricada, precisará do macho.

Modelo bipartido

• Após verificar a necessidade do macho, é preciso


fabricar um modelo bipartido. Na figura ao lado,
podemos observar um modelo feito em duas
partes para que o macho seja colocado na
região que será vazia.

modelo bipartido
Suporte de macho

• Na figura ao lado, podemos observar, em azul,


o “suporte de macho” que, como o próprio nome
indica, tem a função de suportar/sustentar o macho
de areia colocado sobre ele.

suporte de macho

Caixa de moldagem inferior


caixa de
moldagem
inferior • Para os modelos bipartidos, duas caixas são
utilizadas: uma inferior e outra superior.

• Uma das duas partes do modelo é colocada na


caixa de moldagem inferior.

• O modelo deve ser posicionado no centro da caixa.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 53


Enchimento e compactação
objeto
socador
• A areia é despejada sobre o modelo. É importante
colocar areia nas extremidades da caixa para evitar
que o modelo fique descentralizado.

• A areia é comprimida sobre o modelo com a ajuda


de um objeto socador.

Caixa de moldagem superior


massalote
• São repetidas as mesmas operações da caixa inferior.

• É essencial respeitar as marcações do macho para


que não haja um desencontro entre a metade
superior e a metade inferior.

•O
 canal de alimentação e o massalote são moldados.
O objetivo é deixar um vazio entre a superfície
superior e a cavidade que será preenchida.

Retirada do modelo da caixa superior

• Por fim, a caixa de moldagem superior é retirada


e virada. O modelo é retirado do molde com auxílio
de um dispositivo.

Retirada do modelo da caixa inferior

• Assim como na caixa superior, o modelo é retirado


do molde da caixa inferior com auxílio de um
dispositivo.

54 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Posicionamento do macho na caixa inferior

• Nesta etapa, é necessário observar a marcação do


macho (suporte).

Posicionamento da caixa superior sobre a inferior


caixa de
moldagem
superior • Nesta etapa, é preciso prestar muita atenção no
alinhamento entre as caixas.

caixa de
moldagem
inferior

Fechamento das caixas

• A moldagem está concluída! Está criado o


“negativo da peça”, que é o vazio com a forma
da peça impressa.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 55


O modelo, no entanto, nem sempre possui duas partes. A seguir, será possível
observar um exemplo de moldagem na qual a peça não é criada a partir de um
modelo bipartido.

Peça

• Como esta peça não possui furos ou vazios internos,


ela não necessita de macho.

Modelo de Modelo
Areia de
de Areia de de moldagem inferior
Caixa
madeira
Modelo de madeira
moldagem
Areia de moldagem
madeira moldagem
Caixa • O modelo é posicionado no fundo da caixa inferior.
Modelo de Areia de inferior
Caixa
Caixa
madeira moldagem inferior inferior sobre o modelo.
• A areia é compactada
Modelo de Areia de
madeira moldagem
Caixa Solo
inferior
Caixa Solo
inferior Solo
Estrado de madeira
Estrado de madeira Solo
Solo
Estrado de madeira
Virada da caixa
Estrado de madeira
Estrado de madeira Solo
Solo • A caixa inferior é virada e preparada para receber
a caixa superior.
Solo
Modelo de Areia de Solo
massalote
Modelo de moldagem
Areia de Modelo doSolo
canal
massalote moldagem de alimentação
Modelo do canal
de alimentação Caixa de moldagem superior
Modelo de Areia de
massalote moldagem Modelo do canal
Modelo de Areia de de alimentação
massalote moldagem
Modelo de Modelo doAreia
canal de • Os canais de alimentação e o massalote são
Caixa
de alimentação
massalote moldagem
superior
Caixa moldados na caixa
Modelo dosuperior.
canal
superior de alimentação
Caixa
superior
Caixa Solo
superiorSolo

Solo Caixa
Vazio do Solo superior
massalote Vazio do canal
Vazio do de alimentação
massalote Vazio do canal
de alimentação
Vazio do
massalote Vazio do canal
Vazio do de alimentação Retirada do sistema de alimentação da caixa
massalote Vazio do canal Solo
Caixa
de alimentação superior
superior
Caixa
superior
Caixa
• Os canais de alimentação e massalote são retirados
superior
Caixa Solo da caixa superior.
Vazio do superior
Solo Vazio do canal
massalote
Solo
de alimentação
Solo
Massalote Canal de
Massalote alimentação
Canal de
alimentação
Massalote Canal de Caixa
alimentação superior
Massalote Canal de
alimentação
Solo
Solo
56 u x ilia r d e f u n d i çã o 2
A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a ASolo
Solo
Solo
Dispositivo para
superior

Solo
Solo

Massalote Canal de Retirada da caixa superior


Massalote Canal de
alimentação
alimentação

• A caixa superior é retirada para que, depois, o modelo


Solo que está na caixa inferior também possa ser removido.
Solo

• A abertura do canal de alimentação é alargada.

Dispositivo para Retirada do modelo da caixa de moldagem


Dispositivo para
retirada do modelo
retirada do modelo
• O modelo é retirado da caixa de moldagem com a
ajuda de um dispositivo.
Solo
Solo

Metal líquido
Metal líquido
União

• As duas caixas são, novamente, unidas para que


o molde preparado possa receber o metal em
estado líquido.
Solo
Solo • A moldagem está concluída!

4ª etapa: Fusão
Você sabe quais são os estados físicos da matéria? Provavelmente, deve se lembrar
de três: do sólido, do líquido e do gasoso. Estados físicos da matéria, ou fases, são as
diferentes formas como uma substância pode se apresentar no espaço. Essas mudanças
de forma ocorrem em virtude do estado de agregação das moléculas que compõem
a matéria. O nome pode parecer difícil, mas a ideia é muito simples.
A matéria é formada por partículas menores, os átomos, que, por sua vez, não estão
posicionados de qualquer maneira. Eles estão arranjados em grupos que chamamos
de moléculas. A maneira como essas moléculas se organizam influencia, e muito, o
estado físico do material.
No estado sólido, as moléculas estão fortemente ligadas e, por isso, não conseguem
se movimentar com muita liberdade.
No estado líquido, as moléculas já não estão tão ligadas e, portanto, possuem uma
liberdade de movimentação maior.
No estado gasoso, as moléculas estão separadas (a força de união entre elas pode ser
considerada desprezível) e, portanto, possuem uma total liberdade de movimentação.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 57


Sólido L

Líquido
qu do
quido
d Gaso
Gasoso
so
so

Uma das maneiras mais comuns de modificar o estado físico de uma substância é
aquecê-la, ou seja, o calor dessa substância ser trocado com alguma fonte térmica.
A fusão, quarta etapa da fundição, é um exemplo disso. Nela, ocorre a passagem do
metal no estado sólido para o estado líquido com a ajuda de fornos que fazem uso
de várias fontes de energia:
• fornos a óleo;
• fornos a gás;
• fornos elétricos; e
• fornos a carvão vegetal ou mineral.
ivan carneiro

Forno a arco voltaico: um tipo de forno elétrico.

58 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Quando uma substância se encontra no estado sólido e
começa a receber calor, não é só a temperatura que au-
menta, mas também a agitação das moléculas, até que a
ligação que as une seja rompida. Com isso, a liberdade de
movimento ficará ainda maior. Assim se caracteriza a fusão,
ou seja, a passagem do estado sólido para o estado líquido.
Além do seu sistema de aquecimento, os fornos também Você sabia?
possuem um recipiente no qual ocorre a fusão do metal: Os fornos utilizados na
fundição não servem ape-
o cadinho. nas para aquecer, mas
também para fazer ajus-
tes na composição quími-
ivan carneiro

ca dos metais, quando


necessário.

O cadinho é removido do forno elétrico com a ajuda da tenaz.


ivan carneiro

Cadinho.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 59


O cadinho, que se parece muito com uma panela, pode ser fixo ou removível. Quando
é fixo, ele faz parte do forno basculável, que gira em torno do seu eixo para despejar
o metal no molde. Quando removível, ele pode ser retirado do forno com a ajuda
de um instrumento chamado tenaz.
ivan carneiro

Cabe ao auxiliar de fundição acompanhar a fusão do metal e a utilização do cadinho.

5ª etapa: Vazamento
ivan carneiro

O metal é vazado da panela para o molde.

60 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Pelo nome, já podemos ter ideia do que acontece nessa etapa. Nela, o metal fundido
é vazado, ou seja, despejado no molde. Durante o processo, é preciso ficar muito
atento para que a velocidade de escoamento seja uniforme, impedindo que molde
sofra um rompimento.

Vazamento do metal

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 61


6ª etapa: Desmoldagem
É a retirada da peça do molde. Primeiro, retira-se a caixa
superior e, em seguida, a peça de dentro do molde.

DICA
Como você já sabe, a areia verde
pode ser sempre reaproveitada.
Por isso, na desmoldagem, além
do cuidado com a peça, é
necessário ter muito cuidado com
a areia utilizada no processo.Se
não tiver sido contaminada por
determinados materiais, essa
areia retirada dos machos e da
peça poderá ser reaproveitada em
outros moldes de fundição.

7ª etapa: Retirada dos canais de alimentação


e do massalote
Os canais de alimentação e o massalote são retirados, com
a ajuda de uma esmerilhadeira.
ivan carneiro

A esmerilhadeira é sempre utilizada no acabamento das peças fundidas.

62 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


8ª etapa: Limpeza e rebarbação
Na fundição, a rebarba significa um excesso de material
que fica associado à peça metálica fundida e que deve
ser retirado. São lascas, pontas etc. Por isso, durante a
limpeza e rebarbação, as peças de metal são raspadas com
a ajuda de uma lixadeira, e os excessos resultantes de uma
máquina ou processo de fabricação são retirados.
ivan carneiro

A lixadeira é utilizada para que excessos da peça, como lascas e pontas, sejam retirados. Utilizadas como insumo indus-
trial, granalhas são partículas
de ferro cinzento ou aço utili-
Depois da retirada das rebarbas, ainda há necessidade zadas como abrasivos, ou seja,
de fazer uma limpeza na peça, que pode apresentar im- para o desgaste ou raspagem
de peças. Dessa maneira, elas
perfeições, reentrâncias, saliências. Para essa limpeza, é se destinam à alimentação das
utilizado um jato de ar ou de granalha, dependendo do máquinas de jateamento para
limpeza de rebarbas.
grau de exigência e da condição da peça.
ivan carneiro

O jateamento com granalha de aço é um dos mais utilizados nas indústrias de fundição.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 63


Atividade 1
M odelo e M olde

Ao fabricar uma peça por meio do processo metalúrgico de fundição, o auxiliar


deve prestar muita atenção para que o modelo seja maior do que a peça. Explique,
com suas palavras, porque as dimensões do modelo devem ser superiores às da peça
que será fabricada.

Atividade 2
Vamos revisar?

Descreva, com suas palavras, quais as etapas de fabricação de uma peça fundida
pelo processo areia verde.
Aproveite para verificar os aspectos desse processo que não ficaram claros e tire as
suas dúvidas com o monitor.

64 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Outros processos de fundição
Agora que já vimos em detalhe as etapas do processo de fundição em areia verde,
vamos apresentar outros dois processos de fundição com vazamento por gravidade:
• fundição shell molding; e
• fundição em cera perdida ou de precisão.
E um processo de vazamento sob pressão:
• fundição em moldes permanentes sob pressão.

Fundição shell molding


Já vimos, anteriormente, que a areia de fundição é composta por um aglomerante
e por uma areia-base.

Areia de fundição = aglomerante + areia-base

No processo de fundição em areia verde, o aglomerante é um composto de água e


argila. No entanto, existem outras formas de aglomerar e moldar a areia. Podemos
utilizar resina, por exemplo. Para que a resina aglomere (una) a areia e forme uma
massa refratária é necessário que ocorra uma reação química a quente ou a frio.
Quando esse processo de aglomeração acontece por uma reação química a quente,
ele é conhecido como shell molding ou moldagem em casca.
Na tabela, a seguir, veja as etapas do processo de fundição shell molding:

Etapas do processo shell molding

Modelo
Modelo

• O modelo de metal é fabricado e


fixado em uma placa. Na mesma
placa, todo sistema de alimentação
Placa também é fixado.

Placa
Modelo
A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 65
Tubo de gás
Tubo de gás Placa

Bico de gás
Bico de gás

Placa fixada
Placa
Modelo
• A placa, já com o modelo, é fixada
Modelo em uma máquina giratória composta
Modelo
Placa por um sistema de aquecimento e por
Placa
um reservatório, no qual são colocadas
a areia e a resina.

Sistema Reservatório
de
aquecimento
Reservatório
Areia + resina
Areia + resina
Máquina giratória
Areia + resina
Areia + resina
Modelo • A placa fixada é girada contra o
Modelo
reservatório que contém a mistura de
Modelo
areia e resina. Com esse movimento
Placa
giratório, a mistura cobre todo o
modelo metálico.

Placa
Placa
Reservatório
Areia + resina Fusão

Areia + resina • A placa fixada é, então, aquecida até


Areia + resina Areia + resina
Revestimento atingir a temperatura de trabalho (entre
Modelo Revestimento 150 e 250 oC), na qual é provocada a
fusão da resina que irá aglomerar os
Placa aquecida grãos de areia e formar, assim, uma
Placa aquecida
casca (shell) sobre o modelo metálico.

Placa Retirada

Revestimento
• A placa fixada pode ser, enfim, retirada
da máquina giratória. O excesso de
areia (a areia que não foi utilizada) fica
Areia + resina
depositado no fundo da caixa.
Revestimento

Excesso de areia
+Placa aquecida
resina

Revestimento

Placa

66 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Modelo
Pontos de injeção

Placa
Estufa
Estufa
Isolação • A placa fixada, após ser retirada da
térmica
máquina giratória, é enviada para
uma estufa. O endurecimento da
resina só será completo quando a
Placa
placa for colocada nessa estufa com
Modelo temperatura entre 350 e 450 oC.

Tubo de gásElemento
aquecedor

Bico de gás Revestimento


Modelo do molde

Outra metade

• A primeira metade do molde já


Modelo pode ser retirada da placa. Todas
Placa as operações serão repetidas com
a outra metade.

Reservatório
Areia + resina

Areia + resina
Modelo

Vantagens:
• permite a fabricação de peças com melhor acabamento superficial;
• permite a fabricação de peças com tolerâncias dimensionais mais es-
treitas, ou seja,
Placa peças que requerem uma precisão dimensional maior;

• permite a confecção de peças com formato complexo; e


• pode ser totalmente automatizado.
Areia + resina
Desvantagens: Revestimento
• possui um custo mais elevado, se comparado à areia verde; e
• possui restrições quanto ao tamanho das peças fundidas em razão do
Placa aquecida
custo da produção.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 67


Fundição em cera perdida ou de precisão
A fundição em cera perdida ou de precisão não é apenas uma nova opção de processo,
é também uma outra faceta da fundição. Acostumados com os produtos destinados
à indústria metalúrgica, com ela temos a oportunidade de conhecer um processo
muito utilizado na fabricação de joias, de peças pequenas ou, enfim, de produtos
com detalhes que não poderiam ser produzidos por outro processo metalúrgico.
Na tabela, a seguir, veja as etapas da fundição em cera perdida ou de precisão:

Etapas da fundição em cera perdida ou de precisão

Fabricação do modelo

• Neste processo, o modelo é de cera e


é confeccionado numa matriz metálica.
Para fabricá-lo é necessário injetar a
cera na matriz, que deve ter o formato
da peça.

Modelos fixados

• Após serem fabricados, os modelos


devem ser fixados numa haste (canal
central de alimentação), pelo qual será
vazado o metal. Na fundição, essa
união da haste com os modelos é
conhecida como árvore.

68 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Árvore

• A árvore, com os modelos fixados, é,


por fim, introduzida em um recipiente
que contém uma mistura refratária.
Essa mistura, também conhecida
como lama refratária, é formada por
areia de sílica, água, aglomerante e
silicato de sódio.

Lama refratária

• A árvore revestida pela lama refratária


é retirada do recipiente e, em contato
com o ar atmosférico, endurece e
envolve o modelo de cera.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 69


Modelo

• O conjunto é, então, aquecido, fazendo


com que a cera derreta e escorra de
dentro do molde.

Vazamento no molde

• O metal em estado líquido é vazado


(despejado) no canal central de
alimentação e preenche os moldes.

70 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Quebra dos moldes

• Os moldes, já resfriados, são retirados


e quebrados.

• Nos outros processos que utilizam


areia, apenas o molde é destruído,
mas, na fundição em cera perdida, o
modelo também é descartado. A cera
utilizada na sua fabricação, no entanto,
é reaproveitada.

• A casca de lama refratária (molde)


também é descartada.

Rebarbação

• Assim como na fundição em areia


verde, esta etapa consiste na retirada
do excesso de material (rebarba) que
fica associado à peça metálica fundida.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 71


Vantagens:
• possui alta produtividade na fabricação de peças com geometria
(formato) complexa;
• a reprodução dos detalhes é mais perfeita, mais fiel ao modelo;
• possibilita a fabricação de peças com cantos vivos;
• possibilita a fabricação de peças com espessuras de paredes pequenas;
• apresenta excelente precisão dimensional;
• apresenta excelente acabamento; e
• possibilita a fusão de diversos metais.

Desvantagens:
• o peso da peça é limitado ao máximo de 5kg; e
• as dimensões das peças, por conta da limitação do peso, também são
limitadas.

Processo de fundição em moldes permanentes sob pressão


Antes de explicar o que é a fundição em moldes permanentes sob pressão, preste aten-
ção no nome desse processo. Você enxerga alguma diferença em relação aos demais?

Fundição em moldes permanentes sob pressão

Na verdade, existem duas diferenças. Os processos que estudamos até agora, normal-
mente, utilizam moldes descartáveis. Além disso, são processos de fundição nos quais
o metal é vazado por gravidade, ou seja, escorre sozinho para os moldes. Neste caso:
• os moldes, conhecidos como matrizes, são permanentes, isto é, podem ser utilizados
inúmeras vezes; e
• o metal não é mais vazado por gravidade, mas sob pressão.
O metal em estado líquido, que está contido em um reservatório, é forçado a penetrar
na cavidade do molde por meio da aplicação de uma pressão. Essa força é provocada
por um instrumento conhecido como pistão.

72 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Pistão
(posição inicial)

Canal

Molde
metálico
ou matriz
Jato de metal
A B líquido

Metal
líquido

Vantagens:
• permite a fabricação de peças com geometria
complexa;
• permite a fabricação de peças com paredes
bem finas; e
• possibilita alta produtividade e ótimo acaba-
Você sabia?
mento.
O processo de fundição
em moldes permanentes
Desvantagens: sob pressão só pode uti-
lizar metais com o ponto
• o peso da peça é limitado, assim como as de fusão menor que o do
dimensões da peça; aço. Isso ocorre porque
o molde utilizado no pro-
• necessita de equipamentos com um alto cesso é feito de aço. Caso
custo; e o metal utilizado tivesse
o mesmo ou maior ponto
• não permite a fundição do aço. de fusão, tudo derreteria:
molde e metal.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 73


Atividade 3
Teste os seus conhecimentos

Agora que já vimos o que acontece no processo metalúrgico conhecido como fundição,
responda às seguintes perguntas.

1. Qual o processo de fundição mais indicado para fabricação de joias?

2. Em qual processo de fundição o molde e o modelo são inutilizados após a fabri-


cação da peça?

3. É possível fundir uma peça em aço pelo processo de fundição sob pressão? Justifique.

4. Qual o processo de fundição mais indicado para a fabricação de uma única peça,
de tamanho grande e geometria simples?

74 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Atividade 4
1. Liste três propriedades necessárias em um molde de areia verde.

2. Complete as lacunas.
a) No processo de fundição por cera perdida, o modelo é fabricado com
e o molde é fabricado com .
b) No processo de fundição sob pressão, o molde é chamado de .
c) A contração do metal, quando se solidifica no interior do molde, pode provocar
um vazio na peça. Esse defeito é conhecido como .

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 75


Unidade 6
Segurança e prevenção
de acidentes
A todo o momento, passamos por situações de risco: podemos
pisar num buraco e levar um tombo na calçada ou ser atropelados
por um motorista que atravessa um sinal vermelho, por exemplo.
Se todos os pedestres, ciclistas, condutores de carros, ônibus,
motos etc. observarem as regras de trânsito, o risco de acidente
será bem menor, não é mesmo? Porém, se ninguém tomar co-
nhecimento da sinalização, esse risco se torna provável.

No trabalho, os riscos de acidentes também estão presentes em


maior ou menor grau, dependendo da atividade que iremos
desempenhar.
Por isso, é fundamental que se faça uma análise dos riscos que
ela oferece.
Usar equipamentos de proteção individual (EPIs) e verificar se
todos os alarmes de segurança estão funcionando adequadamente
também são passos essenciais para um trabalho mais seguro.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 77


A prevenção de acidentes
Vamos ver agora alguns dos riscos a que você, como auxiliar de fundição, estará
exposto no seu trabalho cotidiano.
ivan carneiro

O metal fundido é um perigo constante para os profissionais que trabalham em setores de fundição.

A primeira impressão que se tem ao conhecer a instalação de uma fundição é a de


que se trata de um ambiente altamente perigoso. Tal impressão não é errada. O setor
de fundição oferece muitos perigos ao trabalhador. Só de repararmos no metal em
estado líquido sendo despejado nas caixas de areia já podemos ter uma noção dos
cuidados que o auxiliar de fundição terá que tomar no seu dia a dia.
A responsabilidade pela garantia de segurança nos locais de trabalho cabe, em primeiro
lugar, à empresa e aos empregadores. Há ainda as CIPAs (Comissões Internas de
Prevenção de Acidentes) que cuidam dessa questão nas empresas. No entanto, cada
trabalhador também deve ter sua atenção voltada para essa questão.
Assim, é importante estar atento a três áreas:
• local de trabalho;
• equipamentos; e
• pessoas.

78 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


O local de trabalho
Dentro de um setor destinado à fundição, os auxiliares
estão sujeitos a vários tipos de riscos de acidente, que
podem ocorrer desde o momento de confecção do modelo
até a limpeza e pintura das peças.
Por isso, assim como os profissionais devem observar
procedimentos que minimizem esses riscos, as fábricas
DICA
devem ter equipamentos de proteção coletiva (EPCs) e
Toda empresa com mais de
seguir procedimentos que zelem pela segurança. Dois 20 empregados deve ter uma
CIPA, formada por trabalhadores
deles são essenciais: eleitos pelos colegas. Você pode
se aprofundar no assunto
consultando a unidade “Saúde e
• Possuir extintores de incêndio identificados com placas segurança no trabalho”, no
Caderno do Trabalhador 5 –
informativas. Conteúdos Gerais.
ivan carneiro

• Ter rotas de fuga sinalizadas, para minimizar as conse-


quências no caso de incêndio ou de explosões.
Isso porque um dos maiores riscos que o processo de fun-
dição oferece é o de incêndio e de explosões, que podem
ser provocados pelo uso incorreto de equipamentos como
o forno de fusão e a panela de metal em estado líquido.
A sinalização para risco de incêndio, explosões, choques
elétricos, entre outros, é composta, basicamente, por infor-
mações de proibição, de alerta e de orientação e salvamento.
Conheça, nas próximas páginas, alguns símbolos que você
poderá encontrar no seu ambiente de trabalho.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 79


1. Informações de proibição
Código Símbolo Significado

1 Proibido fumar

2 Proibido produzir chama

Proibido utilizar água para apagar


3
o fogo

Proibido utilizar elevador em caso


4
de incêndio

Fonte: ABNT NBR 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

80 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


2. Informações de alerta
Código Símbolo Significado

5 Alerta geral

6 Cuidado, risco de incêndio

7 Cuidado, risco de explosão

8 Cuidado, risco de corrosão

9 Cuidado, risco de choque elétrico

Fonte: ABNT NBR 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 81


3. Informações de orientação e salvamento
Código Símbolo Significado

12

13 Saída de emergência

14

15 Saída de emergência

16 Escada de emergência

Fonte: ABNT NBR 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

82 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Código Símbolo Significado

Telefone ou interfone de
22
emergência

23 Extintor de incêndio

24 Mangotinho

25 Abrigo de mangueira e hidrante

26

H Hidrante de incêndio

Fonte: ABNT NBR 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 H
A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 83
Equipamentos
Uma das preocupações básicas que todos devem ter é com
as instruções do fabricante nos momentos de instalação
ou operação de máquinas e equipamentos. O manual de
instruções que acompanha as máquinas e equipamentos
deve sempre ser seguido.

ivan carneiro

DICA
Desligar os equipamentos após a
utilização é uma ação de
segurança.

O aterramento elétrico também merece atenção especial,


pois sua função é, justamente, proteger das descargas
atmosféricas o usuário dos equipamentos. Embora im-
portantes, as normas e os procedimentos relacionados a
esse processo costumam gerar dúvidas.
Se for o caso, a CIPA deve ser alertada para verificar se
os aterramentos elétricos de máquinas e equipamentos
foram realizados corretamente, pois o desconhecimento
dessas técnicas pode ocasionar a queima do equipamento
ou, pior, um choque elétrico no operador. Enfim, o ater-
ramento elétrico eficiente constitui uma proteção tanto
para o equipamento quanto para quem o manuseia.
Por fim, como já foi dito, existem dois equipamentos com
os quais o auxiliar de fundição deve ter o maior cuidado:
o forno de fusão e a panela de metal em estado líquido.
Esses equipamentos, além de envolverem o emprego de
altas temperaturas, geram gases, vapores e fumos.

84 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


ivan carneiro

Forno de fusão.
ivan carneiro

Panela de metal em estado líquido.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 85


Os gases, vapores e fumos gerados pelo processo de fun-
dição são prejudiciais à saúde dos trabalhadores e de todos
que transitam nessa área. Para eliminá-los, o local deve
apresentar uma ventilação adequada. Um bom método
de ventilação e auxílio à respiração é o uso de exaustores,
responsáveis por captar os fumos metálicos provenientes
do metal fundido e das partículas metálicas.

Pessoas
Para prevenir acidentes, os auxiliares de fundição devem
utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
adequados. Mas... quais são eles?
Os equipamentos de proteção individual do auxiliar de
fundição são:
• Capacete e protetor facial.
Você sabia?
O anexo 1 da Norma Re- • Aventais e vestimentas especiais, adequados à proteção
gulamentadora nº 15 do
Ministério do Trabalho e
do tronco.
Emprego (MTE), que dis-
põe sobre atividades e • Óculos de proteção, para evitar que poeira, fagulhas ou
operações insalubres, es- reagentes químicos entrem em contato com os olhos.
tabelece os limites máxi-
mos de ruído a que os
Caso isso ocorra, deve-se lavar os olhos com muita água
profissionais podem ficar no lavador de olhos e, logo em seguida, procurar um
expostos e por quanto médico (na empresa ou fora dela), além de um membro
tempo em sua jornada
diária. Você pode consul- da CIPA para acompanhar a ocorrência.
tar esses dados no site
http://portal.mte.gov.br • Protetor auricular para minimizar a agressão que ruídos
A Norma Regulamenta- intensos podem causar aos ouvidos.
dora nº 7, igualmente do
MTE, que trata do contro- • Máscara respiratória.
le médico de saúde ocu-
pacional, exige exames • Luvas resistentes, adequadas ao produto que está sendo
médicos periódicos para
quem trabalha em condi- manipulado.
ções insalubres. O texto
integral dessa norma tam- • Sapatos de couro.
bém pode ser lido no site
do Ministério do Trabalho • Cinto de segurança, no caso do trabalho ser realizado
e Emprego.
em grandes alturas.

86 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Capacete e
protetor facial

DICA
Cada EPI deve ter o respectivo
Certificado de Aprovação (CA),
Vestimenta fornecido pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE)
especial

Luvas
ivan carneiro

Sapatos de couro

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 87


Além de utilizar os equipamentos de proteção necessários, o auxiliar de fundição
(assim como todos os que trabalham no local) deve tomar mais alguns cuidados:
• Trabalhar na fundição sempre com a orientação e presença de um técnico responsável.
• Conversar com os profissionais mais experientes sempre que observar alguma
condição de risco.
• Comunicar o superior em caso de acidente, mesmo que não ocorram lesões.

Atividade 1
A nálise de risco da tarefa

O processo de fusão de ligas metálicas para a obtenção de uma peça fundida com-
preende as seguintes etapas: colocação do cadinho no forno, carregamento do ca-
dinho com metal sólido, ligação do forno, ajuste das temperaturas de aquecimento,
manutenção da fusão, inspeção da carga aquecida, verificação da temperatura a cada
15 minutos, retirada da escória e vazamento do metal em estado líquido no molde.
Levante os riscos de possíveis acidentes na realização dessas atividades e como
evitá-los. Lembre-se de que o uso de Equipamentos de Proteção, por si só, não
impede a ocorrência de acidentes.

88 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Atividade 2
E quipamentos de P roteção I ndividual

Uma vez realizada a análise de risco relacionada às atividades do item anterior, espe-
cifique os Equipamentos de Proteção Individual que devem ser usados neste trabalho.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 89


Unidade 7
Qualidade e
produtividade
A qualidade
Qualidade é uma característica difícil de ser definida. Para você,
esse conceito pode ser diferente daquele usado pelo seu colega do
lado. E pode ser difícil vocês chegarem a uma mesma opinião.
De qualquer forma, vamos buscar entender o que qualidade
significa no dia a dia de um auxiliar de fundição.
A ideia de qualidade para os profissionais que atuam em uma
fundição está relacionada à necessidade de o produto atender ao
que a indústria requer dele. Assim, a qualidade compreende um
conjunto de requisitos e características com vistas a satisfazer
certas necessidades.
Se nos lembrarmos do Caderno 1, veremos a palavra “qualidade”
presente em toda a história do trabalho e da metalurgia. Os arte-
sãos e negociantes do século 13 (XIII) trabalhavam em contato
direto com os compradores. E seu retorno em relação à qualidade
dos produtos que produziam era, provavelmente, retorno imediato.
Os produtos defeituosos eram jogados fora.
Com a divisão do trabalho por especialização e as mudanças
ocorridas na forma de produção no capitalismo, não foi só o
dia a dia do profissional de metalurgia que mudou bastante. O
mesmo se deu com o controle de qualidade.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 91


Novos desafios seriam colocados àque-

Alamy/Other Images
les que fabricavam e testavam os pro-
dutos fabricados com metal. Agora,
para garantir a qualidade, era neces-
sário especializar-se na verificação da
existência de defeitos no produto.

A produtividade
Produtividade é um conceito que inte-
ressa aos empresários – aqueles que de-
têm e controlam os meios de produção
e lucram com o capitalismo. Isso porque
significa a associação de três coisas:
• aumento da produção de bens ou
produtos elaborados;
• manutenção ou melhoria dos níveis
de qualidade; e
• manutenção (ou melhor, não expan-
são) do número de trabalhadores e
dos recursos usados na fabricação
desses bens ou produtos. Artesão medieval: responsável pelo controle de qualidade.

Ou seja, a produtividade é alcançada quando se consegue fazer crescer o volume


de produtos sem aumentar o quadro de empregados, sem aumentar os gastos e sem
descuidar da qualidade.
Se há um aumento da produção e o capitalista mantém os mesmos gastos (mesmo
número de funcionários e a mesma folha salarial), é fácil perceber que há um aumento
de seu lucro, não?
Uma das formas de obter aumento da produtividade é a institucionalização da distri-
buição de lucros entre funcionários. Ou seja, empresas dividem com os empregados
(de tempos em tempos) os lucros resultantes de ganhos de produtividade. Essa é uma
forma de motivar os trabalhadores para que os empresários aumentem seus lucros.
Outra forma de elevar a produtividade é chamar os trabalhadores para opinar sobre
como melhorar processos e/ou participar de cursos de capacitação. Fazer cursos e
discutir processos podem ser experiências importantes para você e também podem
ajudá-lo a progredir na carreira.

92 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Corbis/Corbis (RF)/Latinstock

Ouvir a opinião dos trabalhadores é uma maneira de aumentar a produtividade.

Quando chega à fundição o pedido para que que alguma peça seja feita,
esse pedido pode vir de diferentes áreas: da área de manutenção de máqui-
nas da empresa, por exemplo, ou de um determinado departamento que
necessita de um material específico, ou mesmo de uma outra indústria à
procura de um serviço oferecido.

Quaisquer que sejam os solicitantes, todos esperam que o trabalho seja feito com
responsabilidade e que haja preocupação com a sua qualidade. Só assim terão garantia
de que os produtos fabricados não irão apresentar falhas no futuro.
Essa preocupação com a qualidade também responde a expectativas e exigências
das pessoas que irão, mais adiante, comprar e fazer uso daqueles produtos. E tais
exigências foram crescendo com a evolução tecnológica e com a possibilidade de os
consumidores compararem produtos de origens e fabricantes diferentes.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 93


O auxiliar de fundição e a qualidade
A ocupação de auxiliar de fundição está ligada ao conceito de qualidade, uma vez
que a realização adequada de suas atividades levará à produção de bens com maior
qualidade e à redução de eventuais problemas ou defeitos.
Existem algumas atividades que impactam mais diretamente na obtenção de qua-
lidade e, por vezes, também na segurança dos trabalhadores. Por isso, é bom estar
atento a elas no dia a dia.
1. Conferir os resultados do processo de fundição executado para verificar se não
há erros, checando se estão de acordo com a solicitação de quem o pediu.

Após a fabricação das peças, existe a necessidade de examiná-las a


fim de garantir a qualidade do produto. Esse exame pode ser feito de
diversas formas.

• Com auxílio de uma lupa (visual) – para defeitos na superfície tais


como: rebarbas, porosidade, ressaltos e peças incompletas.

• Com instrumentos de medição – para verificar desvios de medidas.

• Por meio de ensaios destrutivos e não destrutivos – os ensaios


destrutivos, como o próprio nome indica, inutilizam a peça ou corpo
de prova após a sua realização. Neles, podemos avaliar as proprie-
dades mecânicas do produto, como a resistência e a dureza.
Ensaios não destrutivos, por sua vez, avaliam defeitos internos e
externos que não podem ser vistos mesmo com ajuda de uma lupa.

• Por meio de análise metalográfica – o exame avalia a estrutura


cristalina do metal, a sua constituição, o tamanho de grão, enfim,
as informações que nos permitem prever o comportamento mecâ-
nico do produto.

2. Buscar sempre cumprir os prazos combinados.

94 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e f u n d i çã o 2


Atividade 1
E ncontrando soluções

Imagine que você fez o molde em areia para uma peça fun-
dida que está apresentando um aspecto superficial bastante
rugoso. O seu colega, responsável pela limpeza da peça,
está gastando muito tempo para melhorar o seu aspecto
superficial e deixá-la adequada à solicitação do cliente.
Baseando-se no que vimos nesse curso, busque responder
às duas perguntas:

a) Quais as possíveis causas do aspecto rugoso que a peça


apresenta?
b) É possível reduzir o tempo gasto na limpeza para di-
minuir a rugosidade superficial da peça? Como seria
possível ajudar o seu colega a melhorar o aspecto da
peça em menos tempo?

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 95


Unidade 8
Ingresso no mercado de
trabalho
Agora que você já conhece as bases da ocupação de auxiliar de
fundição, chegou a hora de se preparar para buscar seu emprego.

A u x ilia r d e f u n d i çã o 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 97


Atualmente, o mercado de trabalho está bastante promis-
sor. Na primeira década do século 21 (XXI) – isto é, de
2001 a 2010 –, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro
aumentou, em média, 2,2% por ano. A indústria foi res-
ponsável por aproximadamente 29% desse crescimento.
No início de 2011, o IBGE divulgou uma pesquisa segundo
Você sabia? a qual o emprego industrial cresceu em 13 de 14 regiões
O Produto Interno Bruto estudadas (“IBGE: emprego industrial cresce em 13 de
é a soma de toda a rique-
za produzida em um país.
14 regiões”, O Estado de S. Paulo, 08 de abril de 2011). A
Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes)
apontou, portanto, que a quantidade de trabalhadores na
indústria teve crescimento em 13 dos 14 locais pesquisados.
Neste cenário animador, está a indústria metalúrgica.
Outro importante aspecto desse mercado de trabalho é a
diversidade de oportunidades. Como auxiliar de fundição,
DICA você será solicitado não só nas indústrias, mas também
em outros setores, como o de ensino e o de pesquisa. Até
É muito importante que você não
pare de pesquisar sobre o seu mesmo os laboratórios prestadores de serviço contratam
mercado de trabalho. Instituições
como o Seade (Fundação Sistema profissionais para executar essa função.
Estadual de Análise de Dados) e o
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) podem Observe o gráfico abaixo. Ele mostra como a indústria de
auxiliá-lo nessa tarefa. Acesse
os sites: www.seade.gov.br e transformação – que é apenas um dos componentes do
www.ibge.gov.br e encontre
pesquisas que irão ajudá-lo na ramo metalúrgico – responde por uma fatia significativa
hora de escolher o melhor
caminho para a sua carreira. da ocupação dos trabalhadores.

Emprego mais aquecido


Geração de vagas formais em janeiro

Saldo em janeiro 2011


Total: 152.091

100.000
80.000 73.231

60.000 53.207
40.000 33.358
20.000 8.324
1.571 1.572
0
−1.042
−20.000
−18.130
−40.000
Extrativa Indústria de Serviços industriais Construção Administração
Comércio Serviços Agropecuária
mineral transformação de utilidade pública civil pública

Fonte: Valor Online. Disponível em: http://static.valoronline.com.br/sites/default/files/imagecache/


media_library_bigimage//gn/11/02/arte25bra-101-emrpego-a3.jpg. Acesso em: 10 out. 2011.

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Esses números se refletem em oportunidades de trabalho
para muitas ocupações na indústria e, portanto, significam
boas novas para quem está em início de carreira.
A inserção no mercado de trabalho tem relação com vários
fatores. O crescimento da economia é um deles. No entanto,
escolaridade formal, cursos de qualificação e experiência
também interferem, abrindo ou fechando portas.
Você sabia?
Há, ainda, ações que podem ajudá-lo: inscrever-se no A expressão curriculum
sistema de intermediação do Governo do Estado de São vitae é de origem latina
e significa “currículo da
Paulo – Programa Emprega SP, preparar-se para uma vida”. Ele é um documen-
entrevista de emprego, organizar os seus conhecimentos to no qual constam seus
principais dados pessoais,
e saberes na forma de um currículo, procurar dicas de sua escolaridade, seu his-
locais com amigos e vizinhos. As relações pessoais, em tórico profissional e seus
saberes informais. Suas
geral, são importantes no momento de arrumar trabalho. expectativas e seus de-
sejos em relação a uma
Fazer um currículo pessoal, no qual constem os seus co- colocação no mercado de
nhecimentos, saberes, experiências, é uma forma de você trabalho também podem
ser incluídos.
se apresentar ao mercado de trabalho.
Atualmente, existem locais na internet que auxiliam os
trabalhadores a formularem seus currículos. Há inclu-
sive alguns bancos de dados especializados, nos quais o
candidato pode elaborar seu currículo para determinada
empresa ou para certa função. Da mesma forma, existe
uma tendência, principalmente nas grandes indústrias, de
criar seu próprio banco de dados, guardando informações
sobre trabalhadores para futuras contratações.
As atividades, ao final desta unidade, poderão ajudá-lo a
montar seu currículo.

Salário
A remuneração é uma das principais preocupações no mo-
mento de definir o tipo de ocupação ou emprego que bus-
camos. Uma das primeiras perguntas que nos fazemos é:
“Qual vai ser o meu salário?” Considere essa informação
no momento de decidir se o emprego lhe interessa ou não.

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Atividade 1
D epoimento

Leia os depoimentos a seguir e discuta com seus colegas e com o monitor como
alguns auxiliares de fundição ingressaram no mercado de trabalho.

Diego Antonio dos Santos

miração
Líder de fundição/produção

Há dez anos, eu trabalho na mesma indústria de fundição. Eu


comecei com uma função bem braçal, retirando peças que já
estavam fundidas. Em seis meses, consegui me tornar operador
técnico. Depois de sete anos como operador, fui promovido a
líder, o cargo que, atualmente, ocupo. Liderando uma equipe
de 25 pessoas, eu sou o responsável pelo controle desses tra-
balhadores e do processo de moldagem.
Não sou eu quem escolhe os auxiliares de fundição, essa é
uma função que cabe apenas ao setor de Recursos Humanos
(RH) da empresa. Só nesta indústria temos, aproximadamen-
te, 1.000 auxiliares. Depois de passarem pelo RH, esses traba-
lhadores enfrentaram outra avaliação: a do líder do setor no qual irão trabalhar. Como líder, eu posso dizer
que procuro um auxiliar comprometido. Acho que essa é a principal característica que uma pessoa deve
ter para trabalhar em qualquer empresa; afinal, é do trabalho que sai o seu sustento. Os profissionais que
lidero, no entanto, não devem ser comprometidos apenas com a empresa, mas também com as pessoas
com as quais trabalham. Nós somos uma equipe que precisa da boa vontade de todos para dar certo.

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Maurício da Silva Santos

miração
Auxiliar de fundição

Eu tenho 20 anos, moro no Jardim Miranda, em Mauá, e o


meu trabalho é muito importante para mim. Quando eu tinha
sete anos, eu trabalhava com o meu pai catando papelão na
rua. Esse foi o meu emprego até os treze anos de idade. Foi
quando consegui uma vaga em um projeto assistencial que
promovia programas contra a exploração do trabalho infantil.
Eu saí da rua e comecei a fazer um curso de costura que me
rendeu o meu primeiro emprego de verdade em uma oficina
de costura. Depois de trabalhar em indústria automobilística,
em padaria e até em restaurante fast-food, o meu primo, que
já trabalhava nesta indústria de fundição há oito anos, trouxe
o meu currículo para cá. Duas semanas depois eu já estava
trabalhando. Isso já vai fazer um ano e cinco meses e, com o
meu salário, sustento meus pais, meu irmão e minha avó.
O mesmo comprometimento que tenho com o trabalho, eu sinto que o pessoal daqui tem comigo. Uma
vez eu fui pegar uma peça para colocar no dispositivo e outra peça, que veio na esteira, rolou e acabou me
prensando entre o dispositivo e a esteira. O que mais me marcou foi que o líder do meu setor foi o primei-
ro a subir na esteira para tirar a peça de cima de mim. Se não fosse por ele, eu poderia ter perdido os
movimentos da perna. Por essas e outras, não me arrependo nem um minuto de estar aqui e sei que, aos
poucos, eu vou conseguir tirar o meu pai da rua.

Atividade 2
H istória de vida

1. Para a busca do emprego, é necessário elaborar um documento com algumas


informações fundamentais sobre você: seu perfil, seus conhecimentos e o que você
pretende profissionalmente. Esse documento se chama currículo. No tema “Como
se preparar para o mercado de trabalho”, publicado no Caderno do Trabalhador 1
– Conteúdos Gerais, você encontra dicas preciosas para criar o seu. Depois de
consultar esses conteúdos, você e seus colegas vão exercitar a elaboração de seu
currículo com o auxílio do monitor.
2. Com base no que aprendeu neste curso, o que você considera necessário saber
para ser um auxiliar de fundição? Procure organizar suas ideias começando pelas
frases a seguir.
a) Um auxiliar de fundição deve saber:

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b) Um auxiliar de fundição usa em suas atividades:

c) Um auxiliar de fundição necessita cuidar de:

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d) Um auxiliar de fundição deve também:

Das frases citadas na atividade anterior, procure destacar aquilo que você faz bem.
Tais informações poderão fazer parte do seu currículo.
Boa sorte!

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Referências bibliográficas
Barbosa, E. F. Gerência da Qualidade Total na Educação. Belo Horizonte:
Fundação Christiano Ottoni/UFMG, 1993.
Callister Jr, W. D. Fundamentals of Materials Science and Engineering. 7th
ed. Nova York: John Wiley and Sons Inc, 2007.
Dieter, E. G. Metalurgia Mecânica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1988.
Manual do Programa de Gestão da Qualidade do Hospital das Clínicas de São
Paulo. Ferramentas da Qualidade.
Metals Handbook. Metallography and Microstructures. Ohio: ASM Interna-
tional, 1992. v. 9.
MorejÓn, M. A. G. A Implantação do Processo de Qualidade ISO 9000 em
Empresas Educacionais. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo,
2005. 330 p.

Sites
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Banas Qualidade. Definindo a qualidade. Disponível em: <http://www.banas-
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em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral,ibge-emprego-industrial-
-cresce-em-13-de-14-regioes,62033,0.htm>. Acesso em: 8 abr. 2011.

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via rápida emprego

Metrologia
O caminho metalúrgico e a fundição
Segurança e prevenção de acidentes
Qualidade e produtividade
Ingresso no mercado de trabalho

www.viarapida.sp.gov.br

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