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Guia Para a Formação de

Grupos de Estudos Bíblicos


em Casa

Associação Cristã de Estudos Bíblicos


& Associados

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Índice
Capítulo Pág ina

Parte I – Como Começar ...................................................................................................................................3

Parte II - Formação, Problemas, Normas, Realizações ..................................................................................5

Parte III - Sendo Orgânicos ..............................................................................................................................7

Parte IV - Liderança ..........................................................................................................................................9

Parte V - Doutrina ............................................................................................................................................11

Parte VI - Padrões e Práticas ..........................................................................................................................13

Parte VII - Olhando à Frente ..........................................................................................................................16

Parte VIII - Créditos dos Artigos Anteriores ................................................................................................18

Parte IX - Associação Cristã em Grupos em Casa ........................................................................................19

Parte IX - Créditos do Artigo Anterior ..........................................................................................................25

Parte IX - Pontos Importantes ........................................................................................................................26

Parte X - A Associação Cristã de Estudos Bíblicos e Associados ................................................................27

Parte XI - Sugestões para Reuniões e Congressos ........................................................................................28

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Casa – Igreja – Comunhão

Parte I – Com o Começar

Muitas pessoas hoje estão buscando uma comunhão cristã mais significativa. Alguns pertencem a uma igreja
tradicional, mas não estão atendendo às suas necessidades espirituais. Outros estão procurando uma igreja que
respeite suas crenças, mas não conseguem encontrar uma próxima de sua casa. Outros ainda são sobreviventes
de sistemas religiosos abusivos e relutam em se juntar a qualquer organização religiosa. Onde as pessoas
podem se voltar para a comunhão cristã? A resposta para muitos tem sido um Grupo de Estudos Bíblicos em
Casa. Mas o que é um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa?

A palavra igreja no Novo Testamento é uma tradução da palavra grega ekklesia, que significa assembleia ou
congregação. Refere-se ao povo convocado ou reunido de Deus, não a um edifício ou a uma organização. Um
Grupo de Estudos Bíblicos em Casa é um grupo de pessoas, talvez uma dúzia ou mais, que se reúnem para
praticar cristianismo simples e informal na casa de alguém. Eles adoram juntos – orando, cantando hinos,
estudando a Bíblia e compartilhando refeições e experiências. À medida que se conhecem melhor, podem
compartilhar seus problemas e desafios mais íntimos. À medida que o grupo se desenvolve e cresce, ele pode
ter que se dividir em dois ou mais Grupos de Estudos Bíblicos em Casa, mas geralmente se reunirá
periodicamente como um grupo maior, que chamamos de congresso.

As igrejas nas casas eram a norma no primeiro século (Rom. 16:3-5; Col. 4:15; Fil.1:2). A igreja tradicional
dirigida por pastores e membros do conselho de administração de hoje, com seu culto de domingo de manhã e
fileiras de pessoas nos bancos, pareceria estranha aos primeiros discípulos de Jesus. Eles praticavam sua fé em
um ambiente mais íntimo, informal e dinâmico. Os cristãos do primeiro século viveram e adoraram em
comunidade. Eles não foram à igreja, eles eram a igreja.

Um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa procura ter Cristo, o chefe bíblico da congregação, para liderar as
reuniões (Efé. 5:23). Todos os membros participam, exercendo seus dons particulares de Deus para a
edificação de seus irmãos e irmãs (1 Cor. 12:7). O objetivo é ter as reuniões dirigidas pelo Espírito Santo de
Deus, não controladas por programas detalhados (Mat. 18:20; Gál. 5:25).

Como o corpo tem muitas partes, cada uma com um propósito designado por Deus, o Grupo de Estudos
Bíblicos em Casa tem vários membros, cada um com dons dados por Deus para a edificação do corpo (1 Cor.
12:14-28; Efé. 4:7-13). À medida que o Espírito Santo se desenvolve e alimenta cada membro, o grupo
reconhecerá seus dons. Alguns serão organizadores naturais; alguns professores talentosos; alguns
evangelistas naturais; outros excepcionalmente hospitaleiros e assim por diante. Os anciãos são reconhecidos
porque satisfazem os requisitos bíblicos de caráter, conhecimento e capacidade de ensinar (Tito 1:7-9).

Como é uma reunião do Grupo de Estudos Bíblicos em Casa? Dependerá do histórico dos membros e de
como o grupo evoluiu. Alguns grupos se parecem muito com um estudo bíblico formal. Depois da oração pela
direção de Deus, uma seção da Bíblia é lida e discutida pelo grupo. Um orientador, que deverá ser um papel
rotativo, pode ajudar a coordenar a reunião, pelo menos inicialmente. Cantos de hinos de louvor, oração em
grupo e testemunhos estão associados ao cristianismo bíblico e devem ser incluídos na comunhão do grupo. O
partir do pão em uma refeição comum também ajudará na construção de laços de amor cristão. (Atos 2:46-47).

Começar um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa pode ser tão simples quanto convidar alguns amigos para
jantar. Como a maioria das coisas cristãs, no entanto, é sábio começar com a oração, pedindo orientação a
Deus. Tente encontrar algumas pessoas com necessidades semelhantes e organize um encontro. Você poderia

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simplesmente dizer: “Eu estava pensando em ter algumas pessoas para estudo bíblico e uma refeição. Você
está interessado? Nós adoraríamos ter você.”

Frequentemente, é melhor, no início, manter as coisas simples – talvez orando e discutindo juntos um livro
bíblico, seguido de uma refeição ou um lanche. A chave nos estágios iniciais é conhecer uns aos outros e
manter Jesus, e não os sistemas doutrinários, como centrais. Assegure-se de que todos tenham a oportunidade
de se expressar. Evite duplicar uma estrutura de igreja tradicional em sua casa – onde uma pessoa faz toda a
conversa e as outras apenas se sentam e ouvem. As congregações do primeiro século eram interativas e
dinâmicas, e esse deveria ser o nosso modelo (1 Cor. 14:26-40).

Se a primeira reunião for boa, você poderá sugerir reuniões regulares e talvez alternar entre duas ou mais
casas. Incentive os membros a convidarem outras pessoas que possam estar interessadas. Planeje um pouco,
mas não planeje demais! Caso contrário, você pode restringir o Espírito Santo. Deus pode querer mover o
grupo em uma direção distante de sua programação, o que, por experiência, geralmente é o caso. Tente ser
sensível à liderança e direção de Cristo em todos os momentos. Quanto mais as pessoas tentam exercer
controle, menos Jesus é capaz de liderar.

À medida que o grupo cresce e amadurece, passa por várias fases. No início, as pessoas tendem a estar no
seu melhor comportamento. No entanto, à medida que os papéis são trabalhados e todos se conhecem melhor,
haverá invariavelmente conflitos. Paciência, amor e tato são importantes neste momento. As pessoas terão
ideias diferentes sobre o que é, e o que o grupo deveria estar fazendo. Em momentos como esses, devemos
lembrar que é o amor um pelo outro que identifica os verdadeiros discípulos de Jesus (João 13:35). “O amor
cobrirá uma multidão de pecados” (1 Ped. 4:8) e é o valor cristão final (1 Cor. 13:13). Se pacientemente
perseverarmos no amor e nos comunicarmos clara e honestamente de coração (Mat. 5:37), passaremos por
essas dificuldades e o grupo aprenderá e crescerá.

A questão da doutrina irá invariavelmente surgir. Diferentes pessoas terão diferentes interpretações de textos
bíblicos e isso pode levar a conflitos. Um bom princípio está na unidade no essencial, liberdade no não
essencial, e amor em todas as coisas. O essencial deve ser definido de acordo com o que a Bíblia
explicitamente diz ser essencial para a salvação, e não o que achamos ser essencial. Não essenciais são áreas
de investigação e opinião que não são críticas para a salvação, embora importantes em um grau ou outro. Um
exemplo de essencial é o ensino de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. Um exemplo de não essencial é a
questão se os cristãos devem ou não observar o sábado. O primeiro não é negociável. O último, é uma questão
de consciência pessoal e não vale a pena discutir (Rom. 14:5).

Em resumo, para aqueles que estão buscando uma comunhão cristã mais significativa, um Grupo de Estudos
Bíblicos em Casa é uma boa opção. Tem seus desafios, mas as recompensas superam os custos. Para fazer
parte de um grupo em funcionamento, o Espírito deve estar perto do coração de Jesus. Se você não conseguir
encontrar um grupo perto de você, simplesmente peça a um amigo ou dois para vir à sua casa para uma
refeição e algum estudo bíblico. Jesus promete estar lá (Mat. 18:20). Ore por direção. Orem uns pelos outros e
pelos necessitados. Cante canções de louvor. Seja paciente, empático e amoroso à medida que o grupo cresce
e amadurece (Fil. 2:3). Seja unificado no essencial bíblico, mas permita a liberdade no não essencial (Rom.
14). Experimente a alegria de adorar a Deus com seus amigos em um ambiente informal e intimista – em sua
casa.

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Parte II – Formação, Problemas, Normas e Realizações

Na Parte I, nós olhamos para o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa como o ponto de encontro padrão para
comunhão no primeiro século. Vimos que essas reuniões eram dinâmicas e interativas: todos os membros
participavam, dons eram exercidos e Cristo era o centro. Alimentado pelo Espírito Santo, o corpo local de
Cristo, o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa, desenvolveu-se e cresceu organicamente. Sugerimos que o
grupo fosse um excelente local para comunhão em nosso tempo, especialmente para aqueles que preferiram
não se unir a uma igreja tradicional. Vimos que começar um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa é tão fácil
quanto convidar as pessoas para uma refeição. No entanto, mantê-lo pode ser um desafio. Neste artigo,
veremos como manter um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa à medida que ele cresce e se desenvolve.

Em 1965, Bruce Tuckman propôs uma visão do desenvolvimento do grupo chamado modelo Formação –
Problemas – Normas – Realização. Acontece que é notavelmente aplicável a Grupos de Estudos Bíblicos em
Casa. Compreender esse modelo e conhecer de antemão alguns dos pontos da crise ajudará o grupo a lidar
com eles de maneira eficaz.

Na Fase de Formação, as pessoas estão no seu melhor comportamento. Há excitação sobre o novo Grupo
de Estudos Bíblicos em Casa. Ninguém quer balançar o barco. Todo mundo está tentando entender onde eles
se encaixam e quais são os objetivos do grupo. Eles raramente vocalizam discordância. A polidez e as
maneiras tendem a dominar, mas o comprometimento é mínimo. As pessoas geralmente adotam uma posição
de “esperar para ver”.

Na Fase dos Problemas, os conflitos começam a surgir. Surgirão perguntas como: Quem está liderando?
Qual é o programa? De quem será a casa na próxima semana? Haverá alguém cantando? E quanto ao estudo
da Bíblia? Esta fase é desconfortável, mas é necessária para o crescimento. Uma comunicação clara e honesta
é necessária para que o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa continue a crescer. Discussões sufocantes ou
exibição de problemas só irão garantir que retornarão mais tarde com maior gravidade. É fundamental
trabalhar com os problemas em grupo e garantir que todos sejam ouvidos. Conflito deve ser visto como
positivo – uma oportunidade para maior compreensão e crescimento.

Se o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa sobreviver à Fase dos Problemas, ela estará em boa forma e entrará
na Fase de Normas. Os papéis são mais bem compreendidos. A confiança está aumentando. Regras e
objetivos são aceitos. Há boa participação de todos os membros. Às vezes, no entanto, pode ocorrer um
“excesso de normas”, onde as regras são muito rígidas e a dissidência é desaprovada. Isso vai sufocar a
criatividade e tirar a alegria das reuniões. Se uma pessoa tende a controlar as reuniões, então talvez sugira um
orientador rotativo. Se alguns membros parecerem relutantes em falar, incentive-os.

Outro perigo na Fase de Normas é o “pensamento de grupo”. Em pensamento de grupo, os membros estão
focados na harmonia acima de tudo. Todos querem reuniões alegres e felizes e veem o conflito como algo
ruim. O problema, no entanto, é que os problemas são ignorados. Ninguém quer ser um desmancha prazeres.
Assim, o grupo desce alegremente pelo rio em seu barco feliz, sem perceber que há pedras se aproximando. A
pessoa que viu as pedras não quis interromper a alegria da festa! Na Fase de Normas, ainda precisamos
conversar sobre questões e abordar conflitos para que o grupo permaneça saudável.

Na Fase de Realização, o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa atingiu um alto nível de confiança e
intimidade. Os membros realmente desfrutam da companhia um do outro na presença do Senhor e são
interdependentes. Existe um alto grau de criatividade e energia. Os dons de cada membro são reconhecidos e
exercidos para a edificação do corpo de Cristo. O amor e com princípios é predominante. Deus é glorificado
no meio do seu povo. O grupo chegou à harmonia espiritual.

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No entanto, a jornada não termina aqui. Uma mudança na afiliação, metas ou circunstâncias pode fazer com
que o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa volte a fases anteriores. Por exemplo, um novo casal pode começar
a participar e o grupo local precisará passar algum tempo para conhecê-los e vice-versa. Podemos regressar
à Fase de Formação por um tempo. No entanto, o grupo já passou por várias Fases de Crescimento e, portanto,
pode demonstrar paciência, sabendo que o caminho a seguir é certo.

À medida que o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa atravessa essas Fases de Crescimento, haverá
momentos em que o conflito surgirá. Questões de liderança são comuns. Alguns membros podem ter origens
diferentes de outros e sentem-se fortemente sobre certas doutrinas ou práticas. Alguns gostam de canções de
adoração modernas, outros gostam das canções tradicionais, e alguns não gostam de cantar nada. Algumas
pessoas gostam de rir e experimentar a alegria do Senhor; outros acham que o cristianismo é um negócio
muito sério. Como o grupo pode lidar com tais conflitos de maneira construtiva?

A Bíblia oferece muitas boas sugestões. Jesus disse que os cristãos serão conhecidos pelo amor que eles têm
um pelo outro (João 13:35). A palavra grega é ágape, significando um amor de princípio, um amor que coloca
o melhor de Deus para a outra pessoa como nosso objetivo principal. Isso pode significar tolerar a visão
pessoal de alguém, mesmo que não concordemos com ela. Na Parte I, sugerimos que um princípio orientador
deveria ser: unidade no essencial, liberdade no não essencial, e amor em todas as coisas. Permitir a liberdade
no não essencial requer paciência, tato e um coração empático que quer realmente entender a outra pessoa.
Todos nós precisamos trabalhar continuamente neste fruto do espírito (Gal. 5:22-23).

A área de comunicação é primordial. Grande parte da sociedade hoje é muito política. As pessoas não dizem
o que querem dizer ou o significado do que dizem. Muitos políticos e líderes empresariais habitualmente
mentem e manipulam o público. Os cristãos não devem ser assim. Devemos deixar que o nosso sim signifique
sim e o nosso não signifique não (Mat. 5:37). Devemos manter a verdade perto de nossos corações (João
8:32). Na prática, isso significa que devemos ser claros e francos em nossas comunicações com nossos
irmãos. Nós não precisamos fazer um juramento para nos tornarmos pessoas em que os outros possam
acreditar. De fato, Jesus adverte que tal comunicação que passe disso é “do maligno”. Não há lugar para
comportamento político e manipulador entre o povo de Deus. Nós devemos falar a verdade do coração.

Para trabalhar construtivamente através do conflito, os cristãos precisam perdoar uns aos outros; sejam
gentis e compassivos uns com os outros (Efé. 4:32); aceitar um ao outro (Rom. 15:7); suportar um ao outro
(Efé. 4:2); exortar um ao outro (Heb. 3:13); encorajar e consolar um ao outro (1 Tes. 4:18); e orar uns pelos
outros (Tia. 5:16). Devemos considerar os outros como superiores a nós e estar dispostos a assumir um papel
menor, se isso significar que os outros serão beneficiados (Fil. 2:3). Precisamos manter nosso Senhor Jesus em
mente. Ele não estava acima de lavar os pés de seus discípulos, ou pendurado em uma cruz em agonia por
eles. Nós devemos seguir o exemplo Dele.

Em resumo, um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa típico passará por quatro estágios de crescimento.
Conforme o grupo se desenvolve, conflitos invariavelmente surgem. Isto é normal. Em vez de sufoca-lo,
devemos ver o conflito como uma oportunidade para uma maior compreensão – um desafio a ser superado.
Ao comunicar claramente com o amor, empatia e honestidade, passaremos por esses pontos de crise e
aprenderemos com eles. O grupo crescerá e dará frutos, para a glória do Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo.

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Parte III – Sendo Orgânicos

Na Parte II, vimos que um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa típico passará por quatro estágios de
crescimento: Formação, Problemas, Normas e Realizações. Observamos que o conflito irá invariavelmente
surgir e que, em vez de abafa-lo, devemos considerar o conflito como uma oportunidade de crescimento.
Aplicando liberalmente o amor, o grupo continuará a desenvolver e fornecer um refúgio para aqueles que
precisam de companheirismo, mas não conseguem encontra-lo próximo de sua casa. Neste artigo, vamos
olhar para os dons e o crescimento.

O termo “igreja orgânica” se tornou popular hoje, onde a preocupação não é tanto a teologia, mas a aliança e
o relacionamento com o Criador. Para um hebreu, o foco estava em viver a vida divina em oposição a dissecá-
la e analisá-la. O pensamento filosófico grego deu ao cristianismo pós-apostólico sua obsessão pela teologia
sistemática e declarações doutrinárias. Os hebreus perguntavam: “Quem é Deus e como posso ter um
relacionamento com Ele?” Os gregos perguntavam: “O que é Deus e como devo compreendê-lo?” Os
apóstolos de Jesus não eram obcecados pela natureza de Jesus. Em vez disso, eles ensinaram que ter fé Nele,
por ter um relacionamento com Ele, era a chave. Jesus Cristo está vivo, cuida de Suas ovelhas e está
interessado em nosso bem-estar e crescimento. Ele é a videira e nós somos os ramos.

Uma das principais atividades das congregações do primeiro século foi o exercício dos dons do
Espírito. Paulo, em Romanos, diz:

“Pois assim como temos muitos membros em um só corpo e todos os membros não têm a mesma função,
nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo e individualmente membros um do outro. Uma vez que
temos dons que diferem de acordo com a graça que nos foi dada, cada um de nós deve exercê-los de acordo:
se profecia, de acordo com a proporção de sua fé; se serviço, em seu serviço; ou aquele que ensina em seu
ensinamento; ou aquele que exorta em sua exortação; aquele que dá com liberalidade; aquele que lidera com
diligência; Aquele que mostra misericórdia com alegria. ”(Rom. 12:4-8)

A lista de dons não é exaustiva. Em 1 Coríntios menciona outros. No entanto, a questão é que “cada um
recebe a manifestação do Espírito para o bem comum” (1 Cor. 12:7). Efésios menciona dons dados a homens
que, então, desempenham vários papéis de liderança (Efé. 4:7-11), com o propósito de “… edificar o corpo de
Cristo” (v12). Portanto, cada membro tem uma contribuição para fazer ao corpo local de Cristo, a
congregação.

Dado este conselho apostólico, parece arrogância que cada membro pergunte em oração a Deus quais são os
seus dons e como exercê-los. É igualmente importante que os outros membros trabalhem para discernir os
dons de seus irmãos e irmãs e encorajá-los a exercitar esses dons. Nem todos têm os mesmos dons. Ou como
Paulo disse: “Se todo o corpo fosse um olho, onde estaria a audição?” (1 Cor. 12:17). Cada um recebe dons
para ministrar aos outros. Quer se trate de profecia (falando as palavras de Deus), serviço, ensino, exortação,
doação, liderança, misericórdia ou outros dons, eles devem ser usados para a edificação da nossa congregação
em Jesus.

A participação de todos deve ser enfatizada o suficiente. Paulo diz aos coríntios: “Quando você se reúne,
cada um tem um salmo, tem um ensinamento, tem uma revelação, tem uma língua, tem uma interpretação.
Que todas as coisas sejam feitas para edificação. ”- 1 Cor. 14:26

Em outra parte, Paulo nos pede para: “ Falar um com o outro com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efé.
5:19-20),“ … admoestar um ao outro com toda a sabedoria … ”(Col. 3:16), e“… não dar se reunindo …
[Mas] … encorajam uns aos outros … ”(Heb. 10:25). Essas reuniões do primeiro século foram um
intercâmbio dinâmico e um pouco desestruturado de coisas boas espirituais. Os dons eram exercidos conforme

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a orientação do Espírito, todos para a edificação de um ao outro em Cristo e todos em amor uns pelos outros e
por Deus.

Embora vagamente estruturadas, as reuniões não eram caóticas. Com relação ao exercício do dom de
línguas, por exemplo, Paulo admoestou os coríntios a exercitar seus dons, um de cada vez. Se não houvesse
intérprete, era melhor permanecer em silêncio (1 Cor. 14:27). O objetivo era sempre construir um ao outro e
ser razoável e racional.

Dois outros fatores são absolutamente essenciais para o crescimento: a Palavra e o Espírito. Eles são como
a água e o sol que as plantas exigem para a vida. A Palavra precisa ser ensinada, mas mais do que apenas
aprendida intelectualmente, precisa ser incorporada em nosso próprio ser. Jesus comparou a Palavra ao pão
que dá vida (Mat. 4:4). Precisamos nos alimentar deste pão; leve-a para nossos corações e mentes; e medite
sobre ele (Sal. 1:1-3). Devemos continuar em sua Palavra (João 8:31) e ser purificados pela água da Palavra
(Efé. 5:26). Se guardarmos a Palavra que Jesus ensinou, ele promete vir a nós com o Pai e viver conosco (João
14:23).

Precisamos do Espírito Santo para entender a Palavra e crescer em Cristo. É o Espírito do Pai que prepara e
motiva nossas mentes e corações. Podemos orar pedindo pelo Espírito (Atos 4:31; 8:15; Luc. 11:13). O
Espírito nos ensinará (João 14:26; 1 João 2:27). O Espírito produzirá frutos semelhantes a Cristo em nós (Gál.
5:22-23); o maior fruto é o amor (1 Cor. 13:13). Ser guiado pelo Espírito é a confirmação de que estamos na
família de Deus (Rom. 8:14).

Mas a operação do Espírito não é apenas sobre indivíduos. Deus também derrama seu Espírito em sua
família como um grupo. No Pentecostes, a congregação estava orando juntos fielmente quando ocorreu um
derramamento milagroso e surpreendente (Atos 2:1-4). Novamente em Atos 4:31, depois de orar, os
discípulos receberam outra manifestação do Espírito. Da mesma forma, os Grupo de Estudos Bíblicos em
Casa hoje devem orar e buscar o Espírito de Deus para inspirar e liderar seu serviço a Ele.

Os Grupos de Estudos Bíblicos em Casa devem ser um lugar onde Deus possa interagir livremente conosco
e uns com os outros; onde todos contribuem de acordo com seus dons. A Palavra de Deus deve ser altamente
respeitada e o Espírito Santo presente. O amor que busca o melhor de Deus um pelo outro, deve abundar. Se
todos esses ingredientes estiverem lá, o grupo crescerá e prosperará.
Jesus, a videira, e nós, os ramos, daremos muitos frutos.

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Parte IV – Liderança

Esses artigos foram escritos para ajudar a abordar a necessidade de companheirismo para aqueles que não
conseguem encontrar próximo de sua casa. As partes I a III discutiram aspectos de iniciar e manter os Grupos
de Estudos Bíblicos em Casa. Este artigo irá analisar a liderança.

Todos os cristãos têm dons e todos devem ministrar uns aos outros; construindo um ao outro no corpo de
Cristo. Há “… nem judeu nem grego … escravo nem livre … todos são um em Cristo Jesus”(Gál. 3:28). No
entanto, a Bíblia também fala de liderança na congregação (em grego ekklesia). Anciãos (em grego
presbyteros) e superintendentes (em grego episkopos) são mencionados em vários lugares (1 Tim. 3:1; 5:17;
Tito 1:5; Tia. 5:14). Os servos (em grego diakonos) também são mencionados (1 Tim. 3:8-10; Fil. 1:1). Qual
é a natureza dessa liderança? Como isto funciona na pratica?

Para os cristãos, a liderança, em última análise, está com Cristo, que é o cabeça da congregação (Efé. 5:23;
Col. 1:18). Ele deve estar dirigindo nossas reuniões, e os cristãos devem orar explicitamente por essa direção.
Mas até mesmo Jesus tem uma cabeça sobre Ele, seu Deus e Pai Jeová (João 20:17; Apo. 3:12; João 12:49).
Embora Jesus tenha recebido “toda autoridade no céu e na terra” (Mat. 28:18), ele exerce essa autoridade
com respeito e submissão a seu Deus e Pai. Da mesma forma, a liderança no Grupo de Estudos Bíblicos em
Casa deve ser exercida em submissão a Jesus. Ele é Servo e Líder: o tipo que não está acima de lavar os pés
dos outros discípulos (João 13:3-5,12-17). Examinaremos o uso bíblico desses termos – Ancião,
Superintendente e Servo – e ver se podemos aprender algo sobre esses papéis.

A palavra para Ancião significa literalmente um “homem mais velho”. O sentido bíblico é uma pessoa
espiritualmente madura que pode ajudar outros que são menos maduros. Os judeus tinham uma tradição de
anciãos associados à sinagoga e ao templo (Mat. 15:2; 26:3; Atos 4:23). Em Atos, vemos a congregação cristã
tomando emprestado o termo. Por exemplo, quando a questão da circuncisão e da Lei estava sendo dirigida,
Paulo e Barnabé foram “… a Jerusalém aos apóstolos e anciãos a respeito desta questão”. (Atos 15:2) Paulo
diz a Tito: “… designar anciãos em cada cidade como eu te dirigi.” (Tito 1:5). Pedro considerava-se ancião e
apóstolo (1 Ped. 5:1). Os anciãos que lideravam efetivamente deveriam receber “dupla honra …
especialmente aqueles que trabalham arduamente para pregar e ensinar” (1 Tim. 5:17).

O Superintendente foi traduzido como “Bispo” em traduções como a versão King James. Provavelmente,
esta é uma tentativa de ler uma hierarquia clerical na Bíblia. No entanto, algumas traduções modernas, rende-
se corretamente o termo grego como supervisor ou superintendente.

Notamos que um superintendente é colocado nesse papel pelo Espírito Santo (Atos 20:28). Ele deve estar
acima de qualquer reprovação (1 Tim. 3:2). Ele é o mordomo de Deus (Tito 1:7) e é o guardião das almas da
congregação (1 Ped. 2:25). Em outras palavras, um superintendente tem essencialmente as mesmas funções
que um ancião – na verdade, os termos são usados de forma intercambiável. O Léxico de Thayer, em inglês,
observa que o termo grego para episkopos denota a função do papel, emprestada da tradição grega, e o termo
grego para presbyteros denota a dignidade, emprestada da tradição judaica.

A palavra para Servo, segundo o Léxico de Thayer, em inglês, significa literalmente alguém que executa os
comandos de outro – um assistente ou ministro. Os servos realizam tarefas como cuidar dos pobres, viúvos e
viúvas, órfãos e negligenciados além de promover o bem-estar da congregação em geral. Uma boa
comparação de servos versus anciãos / superintendente é encontrada no capítulo 6 de Atos. Os apóstolos
haviam convocado a congregação sobre a questão das viúvas serem negligenciadas. Em vez de cuidar do
assunto, os doze pediram que sete homens fossem escolhidos, “… cheios do Espírito e da sabedoria, a quem
podemos encarregar desta tarefa” (Atos 6:3). Os apóstolos, em vez disso, “devotam-se à oração e ao
ministério da palavra. A declaração encontrou aprovação em toda a congregação“(Atos 6:4-5). Parece

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razoável, então, que esse mesmo padrão se aplique em nosso tempo: os anciãos e superintendentes são os
principais responsáveis pelas necessidades espirituais do grupo e os servos pelas necessidades materiais.

No entanto, parece haver sobreposição nessas funções – elas não são estritamente definidas. Por exemplo,
Paulo toma a liderança na coleta de dinheiro para os santos em Jerusalém (1 Cor. 16:1-3). Estêvão, que foi
identificado como um dos sete que ajudariam as viúvas necessitadas (Atos 6:3) é a mesma pessoa que
ousadamente prega aos judeus as boas novas de Jesus Cristo (Atos 6:9-10). Além disso, o papel do servo não
se limita aos homens. Paulo identifica Febe como uma “serva da congregação que está em Cencréia”
(Rom.16:1).

Agora que estabelecemos que esses papéis de Ancião, Superintendente e Servo são bíblicos, a questão é
como esses papéis devem ser determinados nos Grupos de Estudos Bíblicos em Casa?

Primeiro, notamos que os requisitos estão bem definidos. Os superintendentes devem estar “… acima de
qualquer reprovação, marido de uma só esposa, moderado, prudente, respeitável, hospitaleiro, capaz de
ensinar, não viciado em vinho ou combativo, mas gentil, pacífico, livre do amor ao dinheiro. Ele deve ser
alguém que administre bem sua própria casa, mantendo seus filhos sob controle com toda a dignidade ” (1
Tim. 3:2-5). Paulo continua escrevendo que ele não deve ser um novo convertido à fé e que ele deve ter uma
boa reputação entre os que estão fora da congregação (vs. 6-7). Em Tito 1:6-9 acrescenta que eles também
devem ser capazes de ensinar e defender a sã doutrina. Os servos devem ser “homens de dignidade, não de
língua dupla, nem dependentes de muito vinho nem de afeição sórdida, mas mantendo o mistério da fé com
consciência limpa” (1 Tim. 3:8-9).

A segunda coisa que notamos é o próprio processo de nomeação. Paulo e Barnabé designaram anciãos nas
congregações que visitaram (Atos 14:23). Paulo pede a Tito que indicasse anciãos em “… toda cidade como
eu te dirigi” (Tito 1:5). Há um precedente, portanto, para os anciãos maduros nomearem novos anciãos.

A palavra grega usada para designar em Atos 14:23 é cheirotoneo , literalmente esticando a mão. É
improvável que isso signifique votar, pois Paulo e Barnabé estendem as mãos, não a congregação. Em Tito
1:5, a palavra usada é kathistemi , que significa colocar, designar, declarar ou mostrar. Tomados em conjunto,
uma explicação razoável é que Paulo, Barnabé e Tito estavam “apontando” ou “selecionando” aqueles que
cumpriram os requisitos dessas funções. O Espírito Santo desenvolveu esses atributos em certas pessoas e
Paulo, Barnabé e Tito estavam apontando isso para a congregação local.

O processo deve ser similar em nos Grupos de Estudos Bíblicos em Casa nos dias de hoje. Aqueles que
estão dispostos, e que atendem aos requisitos bíblicos, devem ser reconhecidos como tais pela congregação.
Os anciãos atuais podem “aponta-los” para o grupo. Os anciãos, superintendentes e servos são as pessoas das
quais o grupo dependerá para apoio e ajuda espiritual e material. Por sua vez, esses líderes e servos devem
estar preparados para dar de si mesmos inteiramente a serviço de seus irmãos e irmãs, com o objetivo de
edificar o corpo de Cristo em amor, sob a liderança de Jesus Cristo, nosso Senhor.

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Parte V – Doutrina

Os Grupos de Estudos Bíblicos em Casa são frequentemente compostos de pessoas de várias origens, e
questões de doutrina surgirão sem dúvida. Como podemos permanecer unidos em Cristo e evitar debates
destrutivos?

Uma estratégia é ignorar o problema. Como uma família disfuncional, ninguém fala sobre “papai e sua
bebida”. Nós fingimos que tudo é normal enquanto andamos em cascas de ovo. Há pouco amor espontâneo ou
criatividade. Não vai demorar muito para essa família (ou Grupo de Estudos Bíblicos em Casa) se
desvencilhar. Obviamente, esta não é uma boa solução.

Outra opção, comum nas denominações, é desenvolver uma declaração de crenças essenciais, fazer com que
as pessoas a assinem e depois controlar os desvios dela. O problema, no entanto, é quais crenças devem entrar
na lista? Podemos ter boas doutrinas em nossa tradição que prezamos, mas elas são todas essenciais para a
salvação de acordo com a Bíblia? Se não, então quais são?

Olhando para o problema de outra maneira, poderíamos perguntar: o cristianismo é primariamente sobre
aceitar uma lista de crenças “corretas”? Historicamente, é a influência do pensamento grego que levou ao
campo da teologia sistemática e à obsessão de “obter doutrina correta”. Para os israelitas, a verdadeira
adoração era mais sobre relacionamento e acordo entre pessoas. Eles adoraram o único Deus, Jeová. Eles
estavam em relação com ele e o serviram. Seu objetivo era agradá-lo vivendo sua vida de acordo com seus
comandos. Os primeiros cristãos sabiam disso, mas agora Jesus, a revelação de Jeová, era aquele que eles
seguiam e imitavam. É por isso que o cristianismo no inicio era conhecido como “o caminho” (Atos 9:2). Era
um modo de vida, um modo de estar em Cristo, e através dele, estar em relação com Jeová, o Deus Criador.

Portanto, o relacionamento com Deus através de Cristo é muito importante para o cristão. Isso significa que
podemos dispensar a doutrina? De modo nenhum! A Bíblia está repleta de verdadeiros ensinamentos que
devemos aceitar. Ao mesmo tempo, somos encorajados a tolerar diferentes visões (Rom. 14). Talvez o ideal
para começar, seja perguntar: O que a Bíblia diz ser essencial para acreditar?

“Porque ninguém pode lançar outro fundamento senão aquele que já está posto, que é Jesus Cristo”. (1
Cor. 3:11)

“Arrependam-se e sejam batizados, cada um de vocês, em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos seus
pecados. E você receberá o dom do Espírito Santo. ”(Atos 2:36-39)

“Filipe … declarou-lhe as boas novas sobre Jesus … e ele o batizou.”(Atos 8:34-39)

“A ele [Jesus] todos os profetas testificam que todo aquele que nele crê recebe o perdão dos pecados pelo
seu nome.”(Atos 10:34-43)

“Senhores, o que devo fazer para ser salvo?” Eles disseram: “Creia no Senhor Jesus e você será salvo,
você e sua família.”(Atos 16:30, 31)

“Pois se você declarar publicamente que ‘a palavra em sua própria boca’, que Jesus é o Senhor e exercer
fé em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, você será salvo.”(Rom. 10:9)

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A Bíblia mostra que os convertidos ao cristianismo ouviram e acreditaram nas boas novas, se arrependeram,
aceitaram a Jesus como Senhor e foram batizados. Eles então se juntaram à comunidade cristã. É claro que,
com o passar do tempo, eles aprenderiam muito mais coisas boas sobre os propósitos e caminhos de Deus,
mas eles não se tornaram mais “salvos” do que já eram. A situação deve ser a mesma em nos Grupos de
Estudos Bíblicos em Casa. Mantendo a doutrina essencial para o que é especificado na Bíblia como essencial,
e permitindo a liberdade em ensinamentos importantes, mas não essenciais, aumentamos muito a possibilidade
de unidade.

E quanto ao Reino de Deus? Foi fundamental para o ensinamento de Jesus. Seus discípulos continuaram a
pregá-lo depois de sua morte e ressurreição e assim devemos nós (Atos 8:12, 19:8, 28:31). Mas o que é o
Reino de Deus? Em suma, é o prometido governo restaurativo de Deus através do seu Messias. Ele traz
bênçãos aos cristãos agora (Rom. 14:17; Col. 1:12-13) e, mais tarde, quando Jesus retornar, bênçãos
inimagináveis e cura para o mundo inteiro (Apo. 21:1-5).

Há muitos outros bons ensinamentos em nossa tradição que apreciamos muito, mas o equilíbrio pode estar
em ordem. Se algumas dessas crenças são baseadas principalmente no cumprimento futuro da profecia, não
seria prudente manter essas posições mais provisoriamente? Isaac Newton, um grande cientista e estudioso da
Bíblia, disse que: “a profecia não era para os homens preverem o futuro, mas para os homens olharem para
trás [após o cumprimento] e saberem que Deus está no controle da história.” Uma visão sábia, de fato!

Há ocasiões em que a comunhão não pode ser mantida? A Bíblia fala de tais situações, mas estas
geralmente são reservadas para casos de imoralidade persistente e impenitente (1 Cor. 5:1-3). O apóstolo João
adverte contra aqueles que “… negam que Jesus Cristo veio em carne” (1 João 4:2-3) – provavelmente uma
advertência contra o Gnosticismo (movimento religioso, de caráter sincrético e esotérico, desenvolvido nos
primeiros séculos, referente a qualquer conhecimento místico das verdades divinas e transcendentes que se
referem à condição espiritual do ser humano) – então precisamos estar cientes de que enganos semelhantes
estão sendo ensinado por outros hoje, como no Movimento da Nova Era. Paulo fala sobre aqueles que se
afastaram, ensinando que a ressurreição já havia ocorrido (2 Tim. 2:17-19), ainda que sua referência a “brigar
sobre palavras” (v14) e “iniquidade” (v19) signifique que havia outros fatores além da doutrina. Escrevendo
aos coríntios, Paulo reconhece que alguns na congregação não acreditam na ressurreição (1 Cor. 15:12), mas
ele não os condena – ele pacientemente raciocina com eles. E em Romanos 14, Paulo recomenda tolerância
onde as crenças não essenciais diferem.

Para a doutrina nos Grupos de Estudos Bíblicos em Casa, então, o principal deve ser, unidade no essencial
[bíblico], liberdade no não essencial, e amor em todas as coisas. John Locke, em The Reasonableness of
Christianity, fornece um excelente resumo:

“Mas considerando a fragilidade do homem, capaz de correr em corrupção e miséria, ele [Deus] prometeu
um libertador, a quem em seu devido tempo ele enviou, e então declarou a toda a humanidade, que quem
cresse que ele fosse o Salvador prometeu e Levá-lo (agora ressuscitado dentre os mortos e constituiu o
Senhor e Juiz de todos os homens) para ser seu Rei e Governante, deve ser salvo. Esta é uma proposição
clara e inteligível, e o Deus todo misericordioso parece aqui ter consultado os pobres deste mundo e a maior
parte da humanidade. “

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Parte VI – Padrões e Práticas

Em artigos anteriores, observamos a necessidade do Grupo de Estudos Bíblicos em Casa, da dinâmica de


grupo, da natureza “orgânica” do cristianismo nas casas, questões de liderança e questões doutrinárias. Neste
artigo, veremos os padrões e práticas do Grupo de Estudos Bíblicos em Casa.

Ao contrário da maioria dos serviços da igreja moderna, a participação de todos no primeiro século era
importante. Paulo escreve:

“Quando você se reúne, cada um tem um salmo, tem um ensinamento, tem uma revelação, tem uma língua,
tem uma interpretação. Que todas as coisas sejam feitas para edificação” (1 Cor. 14:26).

“… Falem uns aos outros em salmos e hinos…” (Efé. 5:19-20; veja Col. 3:16; Heb.10:25).

Nós temos uma imagem de uma reunião dinâmica, onde os membros estão interagindo e exercitando seus
vários dons para construir um ao outro (Rom. 12:6-8). Em vez de caos, no entanto, vemos ordem e respeito
mútuo (1 Cor. 14:40). O ponto chave aqui é que todos os membros do Grupo de Estudos Bíblicos em Casa
deveriam contribuir de acordo com seus dons individuais.

A oração era muito importante para os cristãos do primeiro século e uma prática comum (Atos 12:12). Era o
seu elo de comunicação indispensável com Deus. Depois da ascensão de Jesus, os Discípulos “… se uniram
constantemente em oração…” (Atos 1:14; compare Atos 2:42). Em uma reunião, os discípulos estavam
orando juntos quando a casa tremia e eles estavam cheios do Espírito Santo (Atos 4:23-31). Quando decisões
importantes estavam sendo tomadas, ou quando os cristãos eram enviados para o ministério, Deus era
consultado em oração por Suas bênçãos (Atos 1:24; 6:6; 13:3; 14:23).

A oração era considerada tão importante que os apóstolos e anciãos decidiram dedicar-se a ela, juntamente
com o ministério da Palavra (Atos 6:1-4). Em um caso, Pedro e João oraram para que alguns samaritanos
recebessem o Espírito Santo e sua oração foi respondida (Atos 8:14-16). Durante a perseguição, os cristãos
oram fervorosamente uns pelos outros (Atos 12:5; Rom. 15:31; 2 Tes. 3:2). Eles frequentemente
testemunhavam que Deus respondia suas orações, às vezes de maneira miraculosa e marcante (Fil.1:19; Atos
16:25-26; Tia. 5:13-16). Dados os muitos exemplos do primeiro século, a oração deve ser uma prática central
e predominante nos Grupos de Estudos Bíblicos em Casa.

Muitas vezes, ligado à oração, havia louvor e canto. Jesus conclui sua última refeição da Páscoa com um
hino (Mat. 26:30). Paulo e Silas cantaram louvores a Deus enquanto estavam na prisão (Atos 16:25). Paulo
disse: “… cantarei com o meu espírito, mas também cantarei com a minha mente” (1 Cor. 14:15). Ele diz aos
efésios para “… falar uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais. Cante e faça música em seu
coração ao Senhor … ” (Efé. 5:19; veja também Col. 3:16). Além disso, Tiago escreve: “Alguém está feliz?
Que ele cante canções de louvor ”(Tia. 5:13b).

Sem dúvida, então, louvar a Deus nas canções era um elemento central da vida da congregação no primeiro
século – e assim deveria estar conosco hoje. Se um irmão ou irmã tem o dom da música, ele pode exercê-lo no
Grupo de Estudos Bíblicos em Casa para edificação de todos. Deus está satisfeito com nossos esforços para
louvá-lo dessa maneira – mesmo que nossas vozes estejam ligeiramente fora do tom! É nosso coração que
Deus está principalmente preocupado.

Ensinar e aprender a Palavra de Deus também foi muito importante. Foi crucial para os cristãos
desenvolverem sua compreensão dos caminhos e propósitos de Deus até o ponto em que estavam maduros e

13
podiam ensinar os outros (2 Tim. 2:2). Em uma ocasião, Paulo ensinou uma congregação em Trôade até a
meia-noite (Atos 20:7). A palavra grega usada aqui é dialegomai, que significa discutir, debater, exortar,
pregar ou raciocinar. Não foi apenas um discurso de saída, mas mais provavelmente um diálogo envolvendo
os membros da congregação.

Para os colossenses, Paulo escreve: “Depois que esta carta foi lida para você, veja que ela também é lida
na igreja de Laodicéia e que você, por sua vez, lê a carta de Laodicéia” (Col. 4:16; compare 1 Tes. 5:27).
Nós temos uma imagem de alguém lendo a carta para a congregação e, sem dúvida, a congregação discutindo
isso para garantir que eles entendam a importância do que Paulo estava dizendo. Da mesma forma hoje,
podemos ler e discutir a Bíblia com o objetivo de crescer em Cristo e conhecer melhor os propósitos de
Deus. Aqueles com um dom para o ensino devem conduzir esses estudos interativos (Rom. 12:7; 1 Cor.
12:28.)

Manifestações milagrosas do Espírito eram comuns nas congregações do primeiro século, incluindo dons de
profecia, curas, discernimento e falar em línguas (1 Cor. 12:7-10). Paulo diz aos tessalonicenses para não
resistirem ao exercício dos dons (1 Tes. 5:19). Aos coríntios, ele diz: “desejai sinceramente dons
espirituais…” (1 Cor. 14:1).

No entanto, hoje há algum debate sobre se esses dons ainda existem ou não. Em 1 Coríntios 13, ensina que
os dons vão passar, mas quando? O contexto sugere, muito provavelmente, quando Jesus retornar para
restaurar todas as coisas (“… quando o perfeito vem… mas depois face a face” - vs. 10-11). Tolerância então
é importante. Não devemos julgar nossos irmãos por causa de sua visão dos dons espirituais. No entanto, ao
mesmo tempo, precisamos estar discernindo (1 Cor. 2:14). Os dons espirituais autênticos exercidos nas
reuniões não contradizem os claros ensinamentos bíblicos, serão edificantes para os irmãos e sempre
motivados pelo amor cristão.

Refeições compartilhadas eram comuns na congregação do primeiro século e são populares hoje em dia. As
refeições podem ser um momento maravilhoso para comunhão. A refeição mais importante de todas, porém,
foi a refeição de comunhão instituída por Jesus: a partilha do pão e do vinho, simbolizando o Seu corpo
partido e o Seu sangue derramado (Luc. 22:14-20; 1 Cor. 11:17-34). Muitos irmãos celebram isso anualmente,
outros com mais frequência. A Bíblia não indica claramente a frequência, mas foi uma ocasião importante e
respeitosa. Deve ser comemorado, atento ao alto respeito que temos por nosso Senhor Jesus e ao que Ele fez
por nós.

As reuniões do Grupo de Estudos Bíblicos em Casa, embora principalmente para os cristãos, eram também
uma oportunidade para evangelizar os não-cristãos. Paulo sugere que, nesses casos, os cristãos devem se
concentrar em profetizar – isto é, falar a Palavra de Deus na esperança de atrair o visitante a Cristo (1 Cor.
14:22-25). Os Grupo de Estudos Bíblicos em Casa hoje podem fazer o mesmo.

Duas das principais características identificadoras da vida da congregação no primeiro século foram o amor
e o cuidado uns dos outros (João 13:14-15, 35). Há uma longa lista de escritos “unidirecionais” (Rom. 12:10;
1 Ped. 4:9; Efé. 4:32; Heb. 13:16; Gál 5:13; etc.) Se falharmos para praticá-los em nossa comunhão, o restante
do Grupo de Estudos Bíblicos em Casa será em vão (1 Cor. 13). Parte do cuidado mútuo é compartilhar
recursos com os necessitados. Os cristãos devem ser generosos quando se trata de dar, e dar de bom grado,
não sob compulsão (Mar. 12:41-44; 2 Cor. 9:6-8; Atos 4:32-35). Não devemos apenas dar para as
necessidades locais, mas também para os irmãos de fora do grupo que precisam de ajuda (Atos 11:27-30).

Vemos então que as congregações do primeiro século eram um centro de atividade espiritual: canções de
louvor, orações, refeições, exercício de dons, cuidados, doação e evangelização – tudo feito em amor e na
adoração do único Deus verdadeiro, Jeová. Ao nos modelarmos nesse padrão e com a ajuda de Deus, os

14
Grupos de Estudos Bíblicos em Casa serão um refúgio espiritual para aqueles que querem seguir a Jesus e
precisam de bons amigos cristãos que realmente se importem com eles.

15
Parte VII – Olhando à Frente

A Estrada Adiante

Então, você agora faz parte de um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa em funcionamento. Você e seus
amigos desfrutam da rotina de reuniões regulares. Você passou com sucesso em vários pontos da crise – como
aquele grande argumento sobre a doutrina, ou a questão sobre qual casa deveria ser a anfitriã das reuniões, ou
a tensão quando essa nova família com essas ideias radicais se juntou. Graças a Deus e a um pouco de
“mutilação”, o grupo sobreviveu para alcançar um estado de paz e prosperidade espiritual. O que vem a
seguir?

Um problema que pode confrontar os Grupos de Estudos Bíblicos em Casa bem-sucedidos, e é um bom
problema, é o crescimento. Um bom grupo tende a atrair pessoas, mas como as reuniões são realizadas na casa
de alguém, existem limites físicos. Quando um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa atinge 15 ou 20 membros,
e ainda está crescendo, pode ser prático considerar a divisão, ou seja, alguns membros deixarão o grupo para
começar um outro Grupo de Estudos Bíblicos em Casa em outra casa. Isso pode ser um evento traumático.
Amizades foram formadas, e alguém pode não querer sair do grupo atual. Mas a experiência mostra que os
Grupos de Estudos Bíblicos em Casa prosperam melhor quando o grupo é mantido com menos de 15 ou 20
pessoas. Quando grandes grupos se dividem, mais pessoas podem ter a oportunidade de vir a Cristo e crescer
na fé. Isso ocorre porque os grupos começam a ter uma presença maior geograficamente e os indivíduos têm a
oportunidade de aprender novos papéis. Os voluntários que se mudam para um novo Grupo de Estudos
Bíblicos em Casa podem ver isto como uma oportunidade de missão. Entretanto, antes de decidir se separar,
deve haver discussão e consenso em oração entre os membros.

Normalmente, as conexões entre os Grupos de Estudos Bíblicos em Casa se formarão, e isso deve ser
encorajado. No primeiro século, as redes de congregações eram normais. Por exemplo, Paulo pede aos
colossenses que leiam a carta de Laodicéia e vice-versa (Col. 4:16). Pedro dirige sua primeira carta a: “… os
que residem como estrangeiros, espalhados por Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia …” (1 Ped. 1:1).
Havia consciência entre as congregações de estar em uma rede – que eles estavam relacionados uns aos outros
e todas as partes da congregação universal de Jesus Cristo. Havia poder nos números. Por exemplo, Paulo
pôde fazer uma coleta entre as congregações dos gentios para os santos de Jerusalém que estavam passando
por dificuldades, em parte devido a uma fome na região (1 Cor. 16:1-4).

No primeiro século, os apóstolos mantiveram essas redes vivas – visitando congregações regularmente e
enviando cartas. Embora não tenhamos apóstolos no sentido dos “doze” de hoje, algumas redes
desenvolveram um conceito de “rotatividade”, em que irmãos ou irmãs maduros se oferecerão para visitar
outros Grupos de Estudos Bíblicos em Casa para ajudar onde poderem, trocar ideias ou apenas manter contato
dentro da rede. Isto provou ser uma boa maneira de ajudar uns aos outros a manter os grupos espiritualmente
fortes e trabalhando juntos.

Os primeiros cristãos também se encontraram como um grupo maior. Embora os apóstolos visitassem as
casas regularmente, eles também foram encontrados no templo pregando e ensinando, junto com os discípulos
(Atos 2:46). Em Atos 5:12, “… todos eles estavam de comum acordo no pórtico de Salomão.” O pórtico ou
alpendre de Salomão era uma grande área coberta no lado leste do templo – perfeita para se reunir como um
grupo maior. Da mesma forma hoje, as Redes de Grupos de Estudos Bíblicos em Casa podem alugar ou
emprestar um espaço maior para realizar um congresso, talvez anualmente. Devido ao tamanho maior dessas
reuniões, uma estrutura mais formal é geralmente mais eficaz. Por exemplo, aqueles com o dom de ensinar
podem apresentar informações práticas ou conduzir estudos bíblicos. A adoração em grupo com música,
oração, testemunhos, discussões e, claro, refeições, são parte desses congressos.

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Uma questão muitas vezes surge, no entanto. Se os Grupos de Estudos Bíblicos em Casa vão se reunir
regularmente como um grupo maior, para um congresso, por que não comprar ou arrendar uma propriedade?

Alguns grupos foram transferidos para um prédio permanente e conseguiram manter a intimidade de
pequenos Grupos de Estudos Bíblicos em Casa. No entanto, essa é uma tarefa significativa e inclui decisões e
processos complexos em torno da aquisição e manutenção de propriedades, considerações legais e assim por
diante, bem como recursos significativos – dinheiro e tempo. Além disso, devido à complexidade, mais
sobrecarga deve ser administrada. As Redes de Grupos de Estudos Bíblicos em Casa podem ser mantidas por
um custo e esforço mínimos, liberando os cristãos para que usem mais recursos para ajudar mais pessoas. Por
outro lado, ter uma casa permanente para o grupo maior certamente tem muitas vantagens, como atestado por
aqueles que são membros de tais congregações. As Redes de Grupos de Estudos Bíblicos em Casa que estão
considerando a obtenção de um edifício devem abordar esta decisão com seriedade e em espírito de oração, e
buscar conselho de pessoas com experiência nesses assuntos.

Missão e divulgação são muito importantes para a vibrante vida do Grupo de Estudos Bíblicos em Casa. É
fundamental que o Reino de Deus seja modelado para a comunidade maior observar (Mat. 5:14-15). Caso
contrário, os grupos podem se tornar voltados para dentro e desenvolver uma atitude de “nós quatro e não
mais”. Se olharmos para os primeiros cristãos, eles passaram um tempo cuidando uns dos outros, mas também
fizeram bem a todos os homens quando tiveram oportunidade (Gál. 6:10). Trazer o Evangelho aos outros e
ajudar os outros a valorizar um relacionamento com Deus é o principal objetivo da congregação. A mensagem
interna para os santos é amadurecer plenamente na imagem de Cristo, para que possam participar do ensino e
elevação do mundo na Era do Reino. Tudo o mais que fazemos para elevar o mundo no tempo presente é
secundário para esses objetivos. Mas onde a Providência nos dá oportunidade de fazer o bem, vamos ser
rápidos em fazê-lo.

À medida que as Redes de Grupos de Estudos Bíblicos em Casa crescem e se expandem na região, elas
podem fornecer um refúgio espiritual para os pobres e solitários de espírito. Ao modelar o cristianismo
simples e que muda a vida em ação, existe a oportunidade de atrair mais incrédulos para Cristo. Que o Deus e
Pai de nosso Senhor Jesus receba toda a honra, louvor e glória!

Isso nos leva ao fim de nossa série de sete partes, sobre os Grupos de Estudos Bíblicos em Casa. O propósito
deste Guia é ajudar nossos irmãos e irmãs que precisam de companheirismo, mas não conseguem encontrar
próximo de sua casa. Nossa esperança é que esses artigos tenham fornecido algumas ideias sobre como iniciar
e manter um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa e Redes de Grupos de Estudos Bíblicos em Casa. Que Jeová
Deus abençoe seus esforços!

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Parte VIII – Créditos dos Artigos Anteriores

Christian Discipling Ministries International:


http://www.cdmi.org/articles/house-church-fellowship

Parte I – Como Começar:


http://www.cdmi.org/articles/house-church-fellowship/32-part-i-getting-started

Parte II - Formação, Problemas, Normas, Realizações :


http://www.cdmi.org/articles/house-church-fellowship/33-part-ii-forming-storming-norming-performing

Parte III - Sendo Orgânico :


http://www.cdmi.org/articles/house-church-fellowship/34-part-iii-going-organic

Parte IV - Liderança :
http://www.cdmi.org/articles/house-church-fellowship/35-part-iv-leadership

Parte V - Doutrina :
http://www.cdmi.org/articles/house-church-fellowship/36-part-v-doctrine

Parte VI - Padrões e Práticas :


http://www.cdmi.org/articles/house-church-fellowship/37-part-vi-patterns-and-practices

Parte VII - Olhando à Frente :


http://www.cdmi.org/articles/house-church-fellowship/38-part-vii-looking-ahead

The following are references and suggestions for further reading:


Authentic Relationships, Wayne Jacobsen & Clay Jacobsen
Biblical Eldership, Alexander Strauch
Houses That Change the World, Wolfgang Simson
Nexus – The World House Church Movement Reader, Rad Zdero
Paul’s Idea of Community, Robert Banks
The Body of Christ: A Reality, Watchman Nee
The Church Comes Home, Robert and Julia Banks
The Global House Church Movement, Rad Zdero

A seguir, são referências e sugestões para leitura adicional:


Relações Autênticas, Wayne Jacobsen & argila Jacobsen
Presbitério Bíblico, Alexander Strauch
Casas que Mudaram o Mundo, Wolfgang Simson
Nexus - A Casa Igreja Mundial Leitura do Movimento, Rad Zdero
Ideia de Paulo da Comunidade, Robert Banks
O Corpo de Cristo: Uma Realidade, Watchman Nee
A Igreja Chega em Casa, Robert e Julia Banks
O Movimento Global da Igreja em Casa, Rad Zdero

Este artigo foi traduzido, editado e adaptado para este PDF pela
Associação Cristã de Estudos Bíblicos.

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Parte IX – Associação Cristã em Grupo em Casa
Artigo Original: Associação Cristã em Igreja nos Lares

Muitos hoje estão procurando associação cristã mais significativa. Alguns pertencem a uma igreja
tradicional, mas não estão mais conseguindo satisfazer suas necessidades espirituais. Outros são novos no
cristianismo, mas não estão interessados em fazer parte de uma igreja tradicional por várias razões. E alguns
são sobreviventes de sistemas religiosos abusivos e relutam em se juntar a outra organização religiosa. Para
onde pessoas como estas podem se voltar? A resposta para muitos tem sido os Grupos de Estudos Bíblicos em
Casa. Mas o que é um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa? Será que isso é bíblico?

O Que é um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa?

A palavra igreja no Novo Testamento é uma tradução do termo grego eclésia, que significa uma assembleia.
Refere-se ao povo de Deus, não a um prédio. Um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa é um grupo de pessoas,
talvez uma dúzia ou um número próximo disso, que se reúne para praticar o cristianismo simples e informal
na casa de alguém. Juntos, eles oram, cantam, estudam a Bíblia, e compartilham refeições. Como estas
pessoas se conhecem bem, elas podem compartilhar seus problemas e desafios mais íntimos. À medida que o
grupo se desenvolve e cresce, eles podem precisar dividir-se em dois ou mais grupos, mas poderão se
encontrar periodicamente como um grupo maior.

Grupos, Igrejas ou congregações nos lares eram o padrão no primeiro século do cristianismo (Rom. 16:3-5,
Col. 4:15). A igreja de hoje, liderada por um pastor profissional e controlada por uma diretoria, com o seu
ofício do domingo de manhã e fileiras de pessoas em bancos escutando a pregação pareceria pouco atraente
para os primeiros discípulos de Jesus. Eles praticavam sua fé em um ambiente mais íntimo e informal.
O Grupo de Estudos Bíblicos em Casa deve ser diferenciado dos grupos celulares. Grupos celulares são a
resposta da igreja tradicional para a necessidade de comunhão mais íntima e significativa. A igreja principal
organiza vários grupos (células) que se encontram durante a semana nas casas. Daí todos eles se reúnem,
geralmente aos domingos, no edifício maior da igreja, para seu ofício denominacional tradicional. A
autoridade ainda está nas mãos do pastor principal, que geralmente designa os líderes de cada uma das células.
A agenda é com frequência estabelecida de modo centralizado e divulgada pelos líderes das células. Embora
haja um contato mais íntimo e informal entre os membros, o que é benéfico, normalmente há pouco espaço
para a exploração da Bíblia de acordo com a consciência individual ou para o desenvolvimento de dons
individuais do espírito.

Por outro lado, um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa, a liderança não é tão claramente observável. O
grupo é autônomo — ele não se reporta a qualquer autoridade governante, exceto Cristo, que é o cabeça da
congregação (Efé. 5:23). Todos os membros participam, exercendo seus dons particulares dados por Deus
para a edificação de seus irmãos e irmãs (1 Cor. 12:7). O objetivo é fazer com que as reuniões sejam lideradas
por Cristo por meio do Espírito de Deus, e não controladas por agendas humanas detalhadas. (Mat. 18:20, Gal.
5:19-25).

Como o corpo tem muitas partes, cada qual com um propósito designado por Deus, o Grupo de Estudos
Bíblicos em Casa também tem vários membros, cada um com dons dados por Deus para a edificação do corpo
(1 Cor. 12:14-28). À medida que o Espírito Santo desenvolve dádivas em indivíduos, esses dons serão
reconhecidos pelos outros membros. Alguns são bons organizadores; alguns instrutores talentosos; alguns

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evangelistas naturais, outros excepcionalmente hospitaleiros, e assim por diante. A chave é ter fé em que Jesus
vai liderar sua própria igreja, e ter discernimento da atividade do Espírito de Deus (Efé. 4:7-13).

Como se parece a reunião de um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa? Isso vai depender do perfil dos
membros e de como foi que o grupo evoluiu. Alguns grupos se parecem muito com um estudo bíblico formal.
Depois da oração pedindo a direção de Deus, um trecho da Bíblia é lido e discutido pelo grupo. Um
orientador, uma função que deve ser rotativa, coordenará a reunião. Outros grupos podem ter um formato mais
livre, com vários cantos de louvor e orações em grupo. A consideração e o estudo serão dinâmicos –
dependendo da direção do Espírito e das necessidades do momento. Alguns grupos são muito carismáticos,
orando por curas e exercendo dons proféticos (1 Cor. 14:1). A maioria dos grupos reservam algum período
para as refeições comuns e associação (Atos 2:46).

Nós geralmente gravitamos em torno de um Grupo de Estudos Bíblicos em Casa que esteja mais de acordo
com nossa experiência pessoal, mas não devemos julgar aqueles que são diferentes (Luc. 6:37). Na verdade,
visitar outros grupos pode ser educativo e edificante. Poderemos descobrir em primeira mão que o corpo de
Cristo é diversificado. Aprenderemos a ser mais tolerantes para com aqueles cujas origens são diferentes da
nossa.

Dinâmica de Grupo

Embora os Grupos de Estudos Bíblicos em Casa sejam geralmente mais gratificante em sentido espiritual do
que o ofício da igreja tradicional, ele não deixa de ter seus desafios. Isso não deveria ser uma surpresa,
considerando-se que estão envolvidas pessoas! Um exame da primeira carta aos cristãos em Corinto
demonstra que a vida congregacional inevitavelmente envolve conflitos. Infelizmente muitos Grupos de
Estudos Bíblicos em Casa fracassam porque seus membros não estão conscientes dos benefícios das
habilidades básicas de solução de conflitos, praticadas com amor cristão. O conhecimento das fases de
crescimento do grupo e os problemas que surgem em cada etapa podem ser muito úteis no tratamento das
questões interpessoais. Uma ferramenta útil para entender a dinâmica de grupo é o modelo Formação-
Turbulência-Normatização-Execução (em inglês: Forming-Storming-Norming-Performing).1

Um novo Grupo de Estudos Bíblicos em Casa é criado quando um grupo de pessoas se comprometem a se
reunir regularmente para a comunhão cristã na casa de alguém. Esta é a fase da Formação. Os membros se
comportam da melhor maneira. Há emoção no ar, já que algo novo começou. Cada membro está tentando
compreender qual é o seu papel. Geralmente não surgem discordâncias. As coisas parecem estar indo bem,
mas o grupo está interagindo apenas superficialmente.

Logo surgirão questões de liderança, programação, papéis ou objetivos. Entramos na fase da Turbulência.
Quem vai moderar a reunião? Quem irá fornecer o local? Quem vai ensinar? Qual será o tema das discussões?
Em que direção estamos indo? As lutas internas podem ocorrer e se formam alianças. Mas, que ninguém se
assuste; isso é natural e um sinal de crescimento. A chave é se comunicar de maneira clara e aberta uns com
os outros (Mat. 5:37). Um erro comum nesta fase é ignorar os problemas por causa da “paz”. Isso só servirá
para que eles ressurjam mais tarde, com mais intensidade (Mat. 5:23-24). Problemas e questões precisam ser
discutidos abertamente, se o grupo há de crescer além da fase da Turbulência.

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Na fase de Normatização, os papéis estão finalmente distribuídos e o grupo encontra nova energia. Os
membros sabem o que esperar uns dos outros e cada membro têm consciência de onde pode contribuir melhor.
No ideal, os papéis serão reconhecidos conforme a designação pelo espírito santo. Os anciãos, por exemplo,
serão aqueles que desenvolveram, sob a direção de Deus, as qualificações bíblicas (Tito 1:5-9, 1 Tim. 3:1-7).

E os papéis geralmente não são estáticos. Uma pessoa pode estar qualificada para ensinar sobre determinado
assunto; outra pessoa sobre outro assunto. O papel de facilitar a discussão normalmente será rotativo. Um
membro que fez bom progresso espiritual pode agora ser reconhecido pelo grupo como capaz de desempenhar
um papel para o qual não estava qualificado antes. Por outro lado, alguém que regrediu espiritualmente agora
será visto como não qualificado para um papel que anteriormente preenchia. O ponto importante é que estes
vários papéis bíblicos são suscitados pelo espírito de Deus e reconhecidos pelo grupo. Eles não são cargos
formais, como os ocupados por um clero duma igreja típica. A distribuição dos papéis que Jesus deseja em seu
grupo local traz uma bem-vinda estabilidade e força para o grupo.

Se o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa continuar a progredir no espírito de amor cristão, por fim ela
acabará atingindo uma boa madureza. Esta é a fase da Execução. Os membros respeitarão as contribuições e
dádivas de cada um dos outros, e reconhecerão e valorizarão o papel de cada um na construção do grupo.
Haverá um alto nível de comprometimento e cuidado. A liberdade cristã e o amor baseado em princípios serão
abundantes. Os membros serão livres para estabelecer relações com pessoas de fora do grupo, sem que o
grupo se sinta ameaçado. Problemas e questões serão claramente identificados e discutidos. Este corpo local
de Cristo será um reflexo verdadeiro da vida de Jesus em um mundo ímpio, e um lugar de refúgio para aqueles
que buscam a Deus. O grupo procurará cada vez mais por oportunidades de representar Jesus na comunidade.

Entretanto, assim como um carro requer manutenção periódica, o grupo deve manter-se saudável e em
funcionamento. Conforme surgem novos membros, membros antigos deixam o grupo, ou o grupo assume
novas tarefas, ele tenderá a reverter para fases anteriores do desenvolvimento. Questões sobre liderança,
programação, papéis ou objetivos poderão surgir de novo. Não devemos nos sentir desencorajados quando o
grupo parece regredir, mas reconhecer essa dinâmica como normal. A experiência nos ensina que por meio do
pastoreio gentil e paciente, o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa chegará novamente a um bom nível de
relacionamento maduro e harmonia.

Doutrina

Grupos de Estudos Bíblicos em Casa são tipicamente compostos por pessoas de diferentes tradições. Esta
variedade fornece uma oportunidade para o aprendizado avançado e isso deve ser encorajado, mas também
apresenta desafios. Alguns podem se sentir muito convictos sobre ensinamentos que outros veem como
opcionais, ou até mesmo antibíblicos. Como se pode lidar com estas questões potencialmente provocantes
dentro duma igreja doméstica?

Geralmente há três preocupações que os cristãos têm em relação à doutrina. A primeira é a unidade, a
segunda é a ortodoxia e a terceira é a mensagem. Muitos acreditam que um sistema doutrinário comum é
necessário para reduzir as divergências. Existe a preocupação de que se as precauções não forem postas em
prática, o Grupo de Estudos Bíblicos em Casa vai se afastar da “ortodoxia” em direção à “heresia”.
Relacionado com estas duas preocupações há a questão da mensagem: Como pode um grupo evangelizar, se
ela não tem um evangelho comum? Estas são preocupações válidas e trataremos de cada um delas.

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Primeiro, deve-se entender que a verdadeira unidade ocorre quando os cristãos se amam profundamente e
estão centrados em Cristo, e não só pelo fato de terem assinado uma declaração doutrinária comum (1 Cor.
8:1-3, Fil. 2:1-3, Efe. 4:15). Jesus nos manda amar uns aos outros (João 13:34-35, Rom. 13:8), mas,
infelizmente, muitos cristãos gastam mais tempo e energia justificando sua posição doutrinária ou tentando
converter os outros aos seus conceitos do que obedecê-lo neste assunto. A maioria dos problemas relacionados
com a unidade desapareceria se os cristãos praticassem mais amor dentro de suas associações, mantivessem o
foco em Jesus, e gastassem menos tempo em debates teológicos (2 Tim 2:14).

Mas, e quanto à “ortodoxia”? Não devem os cristãos se esforçar em prol duma crença “ortodoxa”?
“Ortodoxia” e “heresia” são conceitos relativos e são muito mal entendidos pela maioria dos cristãos. A ideia
de que o cristianismo histórico tinha uma posição doutrinária comum, homogênea, é um mito. Os eruditos
entendem agora que o cristianismo dos primeiros séculos tinha uma tradição rica e variada. “Ortodoxo” veio a
se referir aos que tinham mais poder, e “hereges” aos que resistiram a eles.2 John Wycliffe, William Tyndale
e John Huss foram considerados hereges em seus dias (os dois últimos foram queimados na fogueira pela
igreja “ortodoxa”), mas agora são considerados santos. Devemos rejeitar os termos “ortodoxo” e “herege”, por
serem relativos, inúteis e enganadores.

Quer dizer, então, que devemos adotar o relativismo pós-moderno? Devem os Grupos de Estudos Bíblicos
em Casa serem nada mais que um confuso mercado local de ideias, não importa quão absurdas estas sejam?
Certamente que não! Ordena-se que adoremos em espírito e verdade (João 4:24). Paulo adverte sobre aqueles
que tentam suprimir a verdade ou que não obedecem à verdade (Rom. 1:18, 2:8). Mas o que exatamente é essa
verdade?

Muitos cristãos entendem “a verdade” como um sistema doutrinal. Porém, note-se que Jesus afirmou ser o
caminho, a verdade e a vida (João 14:6). Estar “na verdade” não significa aderir a algum sistema teológico,
mas refere-se a estar unido a Cristo como discípulo. Ele é quem se revela a nós pelo espírito e pela palavra de
Deus, e através dele passamos a conhecer o Pai e seus propósitos (João 14:7-11). O centro do cristianismo é
Jesus, não um sistema teológico, supostamente baseado na Bíblia. (João 5:39).

Leitura e Consideração da Bíblia

É claro que Jesus e seus apóstolos nos legaram um conjunto de ensinos no Novo Testamento. Precisamos
estudá-los e considerá-los de maneira reverente, usando uma boa tradução da Bíblia, pedindo a Deus que
ilumine nossas mentes e corações. Devemos ter cuidado para não impor nossas ideias sobre a Bíblia, e sim
permitir que a Bíblia nos fale em seu contexto original. Considerar o propósito do escritor e o provável
entendimento do leitor é muito mais produtivo do que escolher textos isolados que parecem apoiar nossas
ideias pessoais. Esta última prática muitas vezes leva a um mal-entendido ou até mesmo a uma subversão da
Bíblia.

Outro princípio útil é dividir os ensinamentos em essenciais e não essenciais. A doutrina essencial é aquela
que é crucial para a salvação, conforme definido pela Bíblia. Por exemplo, o ensinamento de que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, é essencial e não negociável. (Mat. 16:16, Atos 8:37). Já a crença de que os cristãos
estão sob a Lei de Moisés não é. (Rom. 6:14, Gal. 5:18).

Outro bom princípio é o das “duas ou três testemunhas”. (Mat. 18:16). Se dois ou três textos, considerados
no contexto, concordam entre si, e não há textos que os contradizem claramente, temos base para supor que o

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ensino é sólido. Se forem encontradas contradições, porém, pode ser necessário suspender a crença ou rejeitar
o ensino.

Por fim, é importante verificar como os escritores do Novo Testamento interpretaram o Antigo Testamento.
Precisamos seguir o mesmo padrão. Por exemplo, muitos textos que eram originalmente aplicados a Israel
foram reinterpretados para se aplicar aos cristãos (veja Êxo. 19:6 e 1 Pedro 2:9). O Antigo Testamento aponta
para Cristo e o Novo Testamento proclama que ele chegou. Em Jesus, todos os propósitos de Deus foram
concretizados e isso precisa ser mantido em mente, especialmente quando se lê o Antigo Testamento.

O Evangelho

O ensino cristão fundamental está ligado ao Evangelho. O que dizemos a outros que estão interessados em
Jesus? Devemos apresentar uma mensagem consistente. Se examinarmos os casos de conversão no Novo
Testamento, juntaremos algumas informações importantes sobre o ensino fundamental e o Evangelho.

Todos os profetas dão testemunho dele [Jesus], de que todo aquele que nele crê recebe o perdão dos
pecados mediante o seu nome". (Atos 10:43)

“Senhores, que devo fazer para ser salvo?” Eles responderam: “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos,
você e os de sua casa”. (Atos 16:30, 31)

Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre
os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação.
(Romanos 10:9, 10; veja também Atos 2:36-39, 8:34-39)

Apesar das alegações de alguns líderes religiosos, as Boas Novas que salvam são simples e centradas em
Jesus. Elas não têm nada que ver com complicados sistemas teológicos ou especulações proféticas. O que era
suficiente para a salvação no primeiro século ainda é suficiente para a salvação hoje. A mensagem cristã não
mudou. Sugerir o contrário é subverter a Bíblia com o nosso esquema de salvação particular. Ao enfocarmos
a salvação por meio de Jesus Cristo, como a Bíblia faz, estaremos unificados na mensagem cristã essencial.

Naturalmente, há muita matéria na Bíblia além da salvação básica. Há detalhes sobre o Reino de Deus, que
Jesus proclamou extensivamente. Há informações sobre a condição dos mortos e a ressurreição. Há
orientações práticas sobre a vida cristã diária e associação. Há muita profecia bíblica que requer estudo
diligente. A Bíblia nos encoraja a “clamar por entendimento” e “procurar a sabedoria como se procura a prata
e buscá-la como quem busca um tesouro escondido” (Pro. 2:3,4). Os cristãos devem ter o objetivo de
progredir em sua compreensão espiritual por meio do estudo sério da Bíblia com oração. Adquirir um
conhecimento mais profundo de Deus e Seus propósitos equipa um cristão a ser um instrutor melhor, alguém
que “tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas” (Mat. 13:52).

Porém, a cautela é sempre necessária. Embora os cristãos devam buscar um entendimento mais profundo da
Bíblia, não devemos insistir que outros adotem nossa opinião particular como uma crença essencial – por mais
convencidos que estejamos de que essa opinião é a verdade. Ninguém pode pôr outro fundamento além do que
já está posto: Jesus Cristo (1 Cor. 3:11). Devemos ter em mente o principal: Nas coisas essenciais, unidade;
nas coisas não essenciais, liberdade; em todas as coisas, o amor. E os ensinamentos essenciais estão centrados
em Jesus, nosso Senhor e Salvador: o que ele fez e continua a fazer por nós, para a glória de Deus, o Pai.

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Resumo

Para aqueles que estão em busca de associação cristã mais significativa, o Grupo de Estudos Bíblicos em
Casa é uma boa opção. Esse empreendimento tem seus desafios, mas os benefícios superam amplamente os
custos. Fazer parte de um Grupo atuante, conduzida pelo Espírito, equivale a estar perto do coração de Jesus.
Se você não puder encontrar uma perto de você, basta pedir a um amigo ou dois para vir à sua casa para uma
refeição e algum estudo bíblico. Jesus promete estar lá (Mat. 18:20). Orem por direção. Orem uns pelos outros
e por outros necessitados. Cantem hinos de louvor. Sejam empáticos, pacientes e amorosos conforme o grupo
cresce e amadurece (Fil. 2:3). Estejam unificados naquilo que é essencial biblicamente, mas mantenham a
liberdade em coisas não essenciais (Rom. 14:5). Experimentem por si mesmos a paz e a alegria de adorar a
Deus em verdadeira liberdade cristã!
_______

Gordon Coulson. As referências bíblicas nesta tradução foram extraídas da NVI.

NOTAS:

1 Este modelo foi proposto por Bruce Tuckman em 1965 para aplicação em administração comercial.

2 Veja, por exemplo, A History of Christianity [História do Cristianismo], Paul Johnson, Athenum, Nova
Iorque, 1985, pág. 43.

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Parte X– Crédito do Artigo Anterior
Mentes Bereanas.
Artigo Original: Associação Cristã em Igreja nos Lares
http://www.mentesbereanas.info/igrejanoslares.html

Este artigo foi editado e adaptado para este PDF pela


Associação Cristã de Estudos Bíblicos.

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Parte XI – Pontos Importantes

Muitos irmãos não tem um lugar para se reunir ou estão sozinhos na fé,
mas há algumas ideias que se pode levar à frente para não deixar a Fé:

1: Tenha um programa de estudo.


2: Seja constante.
3: Tentar organizar um dia determinado e horário determinado para o seu estudo.
4: Peça o guia de Deus, o seu Espirito Santo.
5: Fale para os outros da Fé e da Salvação.
6: Convide familiares ou amigos para a leitura da Palavra de Deus.
7: Use alguns artigos para o seu estudo.

Markos Menddietta
Estudante da Bíblia na Argentina

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Parte XII – A Associação Cristã de Estudos Bíblicos e Associados
Somos um grupo cristão independente, não afiliado a nenhuma denominação religiosa estabelecida, porque
acreditamos que eles restringiram, através de muitos anos de história, as liberdades dos cristãos. Somos uma
comunidade cuja irmandade é baseada em uma compreensão compartilhada da Bíblia.

Reconhecemos que há pequenos grupos na maior parte do mundo que compartilham nossas crenças que nos
unem, nos mantêm vivos e em expansão, com convicções às quais cada membro chega livre e independente.
Aceitamos a Bíblia como a Palavra Inspirada de Deus e a estudamos em sua totalidade, buscando a completa
harmonia da Bíblia Sagrada no Plano de Deus. (2 Timóteo 3:16,17; Atos 17:11).

Como um grupo de cristãos, não temos escritório ou casa central para servir como Corpo Governante, mas
mantemos uma associação fraterna com outros grupos ou classes de Estudantes da Bíblia, que compartilham
pensamentos e crenças semelhantes em todo o mundo.

Em nossas reuniões, geralmente realizadas nas casas, estudamos e consideramos diferentes temas bíblicos
que se aplicam à nossa vida cotidiana e à nossa esperança como cristãos, seguindo o exemplo deixado pelos
cristãos do primeiro século.

O que é a Associação Cristã de Estudos Bíblicos? Quais são as suas políticas? Qual é a sua obra, e como
os seus assuntos são administrados? Existem perguntas que surgem na mente de muitos dos irmãos quando
entram em contato com as nossas atividades existentes nas quais esta Associação tem o privilégio de cooperar.
Temos assim, muito prazer em responder a estas perguntas a partir de agora.

A Associação Cristã de Estudos Bíblicos tem a finalidade de divulgar e distribuir com a obra de
publicação dos Estudos das Escrituras, da revista A Aurora, e de outras literaturas da editora A Aurora, de
modo ordeiro. Para prevenir a possibilidade de se desenvolver uma liderança individual local, a Associação
impede qualquer oficial de manter a mesma designação por mais de um ano, sem que haja uma nova eleição
em cada grupo local.

A Associação Cristã de Estudos Bíblicos tem por objetivo fornecer o que os irmãos precisam a fim de
continuar com o ministério geral. Porém, ela atua somente como divulgadora e distribuidora de suprimentos
[auxílios para o estudo da Bíblia], e não como entidade supervisora dos grupos. A Associação reconhece o
direito soberano de cada grupo local, não importa quão pequeno seja, para conduzir seus próprios assuntos em
harmonia com seus próprios desejos. A Associação se oferece para cooperar com os irmãos em todos os
lugares em que haja aqueles que estão desejosos em edificar um ao outro espiritualmente.

A Associação Cristã de Estudos Bíblicos & Associados optaram pela seguinte estrutura:

O grupo local escolhe os anciãos e servos por meio de voto. Caso já tenham dois ou mais grupos na região
(uma Rede), os grupos votam para escolher um dos anciãos, para ser o superintendente dos grupos daquela
localidade. As designações para anciãos, superintendentes e servos tem validade de apenas um ano.

“Não estamos querendo formar uma organização ou refazer um movimento religioso. Queremos formar
grupos organizados, com o mínimo de estrutura possível. Esse é o objetivo deste guia.”

Flavio Hassis
Estudante da Bíblia no Brasil
Associação Cristã de Estudos Bíblicos

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Parte XIII – Sugestões Para Reuniões e Congressos:

Sugestão para Reuniões 1


Hino e Oração Inicial (10 min.)
Leitura da Bíblia (15 min)
Estudo do Texto (30 min)
Hino e Oração Final (10 min.)
Tempo Total: 1 hora e 5 minutos

Sugestão para Reuniões 2


Leitura do Maná Celestial, Hino e Oração Inicial (15 min.)
Discurso (30 min.)
Destaques da Aurora ou Vida e Doutrina Cristã
Estudo da Revista A Aurora (30 min.)
Estudos Internacionais da Bíblia ou Outra Publicação
Leitura do Canções da Noite, Hino e Oração Final (15 min.)
Tempo Total: 1 hora e 30 minutos

Os Destaques da Aurora, Vida e Doutrina Cristã e Estudos Internacionais da Bíblia são artigos publicados
pela editora A Aurora e estão disponíveis no site: http://www.dawnbible.com/pt/content-pt.htm.

O Maná Celestial e o Canções da Noite são devocionais utilizados pelos Estudantes da Bíblia.
Os devocionais, hinos e outras publicações da editora A Aurora estão disponíveis no site:
https://associacaocristadeestudosbiblicos.wordpress.com.

Sugestão para Congressos


Boas-vindas, Leitura do Maná Celestial do dia, Hino, Oração Inicial (15 min.)
Discurso (30 min.)
Intervalo (15 min.)
Reunião de Testemunho (30 min.)
Intervalo (15 min.)
Discurso* (30 min.)
Hino, Oração e Intervalo Para o Almoço e Companheirismo Cristão (90 min.)
Hino e Oração (10 min.)
Discurso (30 min.)
Intervalo (15 min.)
Sessão de Perguntas e Respostas — Com Participação da Assistência (30 min.)
Intervalo (15 min.)
Discurso (30 min.)
Despedida, Leitura do Canções da Noite do dia, Hino e Oração Final (15 min.)
Tempo Total: 6 horas e 10 minutos

* Caso tenha irmãos ou irmãs para serem batizados, será feito o Discurso de Batismo.
Para os discursos podem ser utilizados os artigos publicados pela A Aurora.

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