La

revolución
que nadie
soñó
o LA OTRA
POSMODERNIDAD:
L a revolución microelectrónica
la revolución feminista
ha revolución ecológica
L a revolución política
La revolución paradigmática

F E R N A N D O MIRES

, 1

LIBROS OE LA

ARAUCARIA
 Mires, Fernando
L a revolución q u e n a d i e soñó- - l a e d . - B u e n o s A i r e s :
L i b r o s d e l a A r a u c a n a , 200'-).
2 7 2 p.; 2 3 x 1 6 c m .

ISBN 978-987-1300-19-8

I . Filosofía Política. 1. Título

C D D 320.01

Mí SUp A la memoria
o ñ o ¡ & ^ de mi querido hijo Marcos

A r t e d et a p a : N a t a c h a Dinsmann
Diagramación i n t e r i o r : A n a Souza

©2009. L i b r o s d e l a A r a u c a r i a S . A .

Q u e d a h e c h o e l depósito q u e m a r c a l a l e y 1 1 . 7 2 3
I m p r e s o e n A r g e n t i n a / P r i n t e d in A r g e n t i n a

S e p r o h i b e i a reproducción t o t a l o p a r c i a l d e e s t e l i b r o , a través d e m e d i o s ópticos, químicos,

electrónicos, fotográficos y d e f o t o c o p i a s , s i n l a autorización e s c r i t a d e l o s e d i t o r e s .
S u infracción está p e n a d a p o r l a s l e y e s I 1.723 y 2 5 . 4 4 6

L i b r o s d e la A r a u c a r i a S.A.
C h a c a b u c o 1421 - C l I 4 0 A A E - B u e n o s A i r e s - A r g e n t i n a
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2 0 4
Fernando Mires

p u e s s i n o s o l a m e n t e e x i s t e l o político s i n o a d e m á s i o p o l i t i z a b l e . e s
p o s i b l e extraer d o s c o n c l u s i o n e s q u e a y u d a n a e n t e n d e r la crisis d e l a
política. L a p r i m e r a e s q u e l a conversión d e u n a c t o n o político e n p o -
lítico t i e n e q u e v e r c o n l a l u c h a p o r e l r e c o n o c i m i e n t o d e l a s p e r s o n a s
e n u n c o n t e x t o q u e l e d a s e n t i d o político. A h o r a b i e n , l a conjunción
entre acto y contexto n os e puede establecer preconcebidamente,
p u e s r e s u l t a d ed e s p l a z a m i e n t o s i m p r e v i s i b l e s d eu n o y o t r o . H a y , e n
e s a conjunción, u n a i n e v i t a b l e relación d e c o n t i n g e n c i a ( L a c l a u , 1990:;
5 9 ) . L a s e g u n d a conclusión e s t a n t o o más r a d i c a l . S i e x i s t e l o p o l i t i z a -
b l e c o m o d i s t i n t o d e l o político, l o político n o t i e n e u n l u g a r e s p e c í f i -
c o d e localización, d e s p l a z á n d o s e d e m a n e r a fractáiica e n u n c a m p o
d e acción p o b l a d o d e e l e m e n t o s p o l i t i z a b l e s . L u e g o , n o p u e d e haber
c o n t r a t o s o c i a l p a r a t o d o l o político, s i n o s i m p l e m e n t e e n c a r g o s polí-
ticos precisos y concretos a d e t e r m i n a d o s delegados, pero nunca u n a
delegación d e t o d o l o político, p o r l a s e n c i l l a razón d e q u e n o s e p u e -
d e d e l e g a r l o q u e está p e r m a n e n t e m e n t e s o m e t i d o a discusión y , n o
p o r último, a l a imaginación i n a g o t a b l e d e l o s a c t o r e s sociales.
Quizás n o n o s h e m o s d a d o c u e n t a : l a c r i s i s d e l a política e s u n a r e -
volución política, l a q u e a s u v e z e s p a r t e d e o t r a revolución q u e l a
t r a s c i e n d e : a q u e l l a q u e n a d i e soñó. G r a c i a s a e l l a s a b e m o s p o r l o m e -
n o s q u e l o político n u n c a s e podrá c e r r a r s o b r e sí, e n t a n t o e x i s t a n p e r -
s o n a s q u e n o o b t i e n e n r e c o n o c i m i e n t o , l a s q u e n u n c a dejarán d e e x i s -
t i r e n u n u n i v e r s o q u e n o p u e d e s e r idéntico a sí m i s m o . E s o q u i e r e
d e c i r t a m b i é n q u e l o político n o sólo e x i s t e e n d i v e r s o s e s p a c i o s s i -
multáneamente, s i n o también a s u m i e n d o d i v e r s a s formas (de discu-
sión, d e l e g a t i v a s , a u t o r r e p r e s e n t a t i v a s ) , l a s q u e n o t i e n e n p o r q u é s e r
necesariamente antagónicas e n t r e sí. E l p r o y e c t o d e c u b r i r t o d o s esos
e s p a c i o s y f o r m a s a l a v e z , o t o t a l i t a r i s m o , totalizó l o político, i n t e r r u m - J
p i e n d o e l p r o y e c t o d e m o c r a t i z a d o r q u e había c o m e n z a d o c o ne l fin
d e l a b s o l u t i s m o . M á s allá d e e s e p e n s a m i e n t o total h a comenzado
o t r o d i s c u r s o : e s quizás, a l f i n , e l d i s c u r s o d e l a l i b e r t a d .
5 . L a revolución paradigmática
ii' hM. -r;:; ( q u e e s también u n e p i l o g o )
,1;
Hasta ahora h etratado d eanalizar cuatro revoluciones: ia microelec-
trónica, i a f e m i n i s t a , l a ecológica y l a política. C o m o h e f o r m u l a d o , n o
s e t r a t a d e p r o c e s o s d i f e r e n t e s s i n o d e l a cristalización e n d i f e r e n t e s
c a m p o s d e u n a s o l a revolución, a q u e l l a q u e n a d i e soñó. P o r s u p u e s t o ,
e s a n o soñada revolución s e e x p r e s a e n múltiples o t r o s c a m p o s , y l o s
aquí a n a l i z a d o s t i e n e n sólo u n s i g n i f i c a d o e j e m p l a r . Prácticamente n o
hay disciplina del conocimiento q u e n o s eencuentre revolucionada. El
o t r o día. p o r e j e m p l o , a l e n t r a r a u n a s a l a a r e a l i z a r u n o d e m i s s e m i -
n a r i o s , encontré e s c r i t o e n l a p i z a r r a l o s i g u i e n t e : " D i o s c o m o proceso".
E v i d e n t e m e n t e , había s i d o e s c r i t o d u r a n t e u n c u r s o d e teología. " ¿ C ó -
m o ? " , m e pregunté, " ¿ l o s teólogos t a m b i é n ? " " S i e s así", m e d i j e , " n i
D i o s s e s a l v a d e e s t a revolución". S i D i o s e s e f e c t i v a m e n t e u n p r o c e -
s o , n o e s sólo c r e a d o r , s i n o t a m b i é n p a r t e d e l a creación; ergo: n o e s u n
D i o s estático s i n o u n o b a s t a n t e d i f e r e n t e a a q u e l q u e conocí cuando
niño e n l a s c l a s e s d e u n simpático c u r a e s p a ñ o l l l e g a d o a C h i l e p o r s e r
r e p u b l i c a n o , q u i e n tenía l a c o s t u m b r e d e e s c r i b i r l o s n o m b r e s d e l o s
apóstoles d e a c u e r d o c o n l a alineación d e u n e q u i p o d e fútbol, d e j a n -
d o s i e m p r e afuera a Judas.
•.fiíi'iv. r j . ' ) • ..viH! ;>ÍÍK'M;Í.¡ y:j(; i - w i iiOih U^js,V-.t.^ :^Í>

c '

El quiebre d ela m o d e r n i d a d

P o r s u p u e s t o sé q u e , p o r l o m e n o s e n d o s s e n t i d o s , e s p r o b l e m a -
i . : . . , : '-v.^ i ' L ; r !'„ j . •. , . Í ' u '.| A .;,()••, • tico referirse a l a sprofundas transformaciones d enuestro t i e m p o c o -
• ••:^,^.•p • ÍM, ; • • • • .y. ...i-;.; ; ; • . V Í / . O , ;
m o a u n a revolución; p r i m e r o , p o r h a b l a r d e revolución, y s e g u n d o , p o r
iíioy i'^'-w -.X l i j q ;:!.,.>; i •:r;,lV ' h a b l a r d e u n a . C o n relación a l o p r i m e r o , quizás e s t r a n q u i l i z a n t e a f i r -
m a r q u e n o e s t o y h a b l a n d o d e revolución e n s e n t i d o e s t r i c t o , p o r l a
206
Fernando Mires L a revolución paradigmática

s e n c i l l a razón d e q u e n o e x i s t e l a revolución e n s e n t i d o e s t r i c t o . C o - lo q u e contradiga a los antiposmodernistas. Decir " p o s m o d e r n o " e s

pérnico, q u e f u e e l p r i m e r o e n u s a r e l término c o n relación a " l o s cuer- c o m o decir posmedieval, o posrenacentista, o pos cualquier cosa que
p o s c e l e s t e s " , aludía a u n m o v i m i e n t o i n v o l u t i v o y n o a u n s a l t o hacia h a y a e x i s t i d o e n e l p a s a d o . L o q u e sí p a r e c e c l a r o e s q u e , l l á m e s e c o -
delante e n e l proceso histórico, c o m o llegaron a suponer quienes m o q u i e r a , u n d e t e r m i n a d o m o d o d e e n t e n d e r e l m u n d o está s i e n d o
creían q u e i a h i s t o r i a e r a u n a t o t a l i d a d s u j e t a a l e y e s . reemplazado por otro que n ofue imaginado ( o soñado). É s e e s e l
H a y e n general d o s a c e p c i o n e s c u a n d o s en o m b r a e lc o n c e p t o d e q u i e b r e a l u d i d o , y a é s e m e referiré c o n e l n o m b r e d e revolución p a -
revolución. U n a s e r e f i e r e a t r a n s f o r m a c i o n e s i n s c r i t a s e n u n p l a n his- radigmática.
tórico q u e a p u n t a h a c i a u n o b j e t i v o f i n a l . S i a l g u i e n h a l e í d o l o s capí-
t u l o s a n t e r i o r e s d e e s t e l i b r o estará d e a c u e r d o e n q u e é s e n o e s p r e - "I
c i s a m e n t e m i c o n c e p t o d e revolución. L a o t r a a c e p c i ó n e s f o r m a l , y n o L o q u e s ev a y lo q u e v i e n e '
t i e n e más propósito q u e r e f e r i r s e a t r a n s f o r m a c i o n e s r a d i c a l e s e n al- I
gunas esferas d e l avida, sin predecir su desarrollo y, m u c h o menos, S a b e r q u e a l g o t e r m i n a s i n s a b e r qué e s l o q u e c o m i e n z a e s u n
p r e t e n d e r d a r l e u n s e n t i d o d e t e r m i n a d o . E s a s e g u n d a s e p a r e c e más signo que no es propio de lo moderno. N o hay que olvidar que una d e
a la q u e h e v e n i d o u s a n d o e n e l p r e s e n t e t r a b a j o . S i q u i s i e r a explicar- l a s características d e l a m o d e r n i d a d e s l a pretensión d e c o n o c e r u n
l o más s e n c i l l a m e n t e tendría q u e d e c i r q u e e l c o n c e p t o d e revolución " m á s allá" i n s c r i t o e n algún l u g a r d e l f u t u r o . D u r a n t e e l t i e m p o d e l a
aquí e m p l e a d o t i e n e q u e v e r c o n e l " q u i e b r e " d e u n d e t e r m i n a d o pe- m o d e r n i d a d s e realizó e l t r a s p a s o d e l c o n c e p t o d e t r a s c e n d e n c i a des-
ríodo, a l q u e u n a c a n t i d a d i n n u m e r a b l e d e a u t o r e s h a d e c i d i d o bauti- d e e l c a m p o d e i a religión a l d e i a h i s t o r i a y , p o r s u p u e s t o , a l d e l a p o - "
zar c o m o " m o d e r n i d a d " . '••<.: lítica c o m o m e d i o d e realización d e l a h i s t o r i a , e n dirección d e u n a
S i n o e x i s t i e r a u n q u i e b r e histórico n o s e explicaría e l u s o i n f l a c i o - utopía p r e e s t a b l e c i d a . S i había utopía, había t r a s c e n d e n c i a , y s i había
nario dado a l a partícula " p o s " . Poscomunismo, posindustrialismo, trascendencia, e l m u n d o a p u n t a b a a u n a dirección. P e r o n o e s l a u t o -
p o s h i s t o r i a y , s o b r e t o d o , p o s m o d e r n i d a d , s o n términos d e a l t a c o y u n - pía e n sí a l g o m o d e r n o . L a s utopías p r e m o d e r n a s e r a n , c o m o s e s a b e ,
tura. Hay, por supuesto, autores imaginativos c o m o G i d d e n s que, e n r e l i g i o s a s . C o n l a m o d e r n i d a d , e n c a m b i o , surgió l a utopía política, l a
alusión a l p e r í o d o d e l a A l t a E d a d M e d i a n o s h a b l a d e u n a A l t a Moder- q u e - s i n o n o sería m o d e r n a - buscó a s e g u r a r s e mediante e i concurso
nidad, con l oque n o s d i c e también q u e esa modernidad s e acabai de una supuesta c i e n t i f i c i d a d . Utopía c o m o política y política como
( 1 9 9 1 : 1 0 ) . T a m b i é n h a y o t r o q u e h a t e n i d o l a insólita o c u r r e n c i a d e h a - c i e n c i a h a n m a r c a d o a s a n g r e y f u e g o la h i s t o r i a d el a m o d e r n i d a d . D e
b l a r n o d e l f i n d e l a m o d e r n i d a d , s i n o d e u n a revolución, y p a r a colmo tal m o d o , s ie sc i e r t o q u e l am o d e r n i d a d s ea c a b a e sp o r q u e t i e n e l u -
d e u n a q u e n o h a s o ñ a d o n a d i e . Mea culpa. g a r u n a desarticulación d e c o n c e p t o s q u e , e n u n m o m e n t o asociados,
N o d e j a d e s e r d i v e r t i d o o b s e r v a r cómo e n círculos a c a d é m i c o s s e d i e r o n o r i g e n a u n m o d o d epercibir, d ep e n s a r y d eactuar q u e toda-
c o n s t r u y e n , a través d e l a partícula " p o s " , d e f i n i c i o n e s " d u r a s " cuya vía p r e v a l e c e , a u n q u e s u s f u n d a m e n t o s p a r e c e n v e n i r s e a l s u e l o .
función e s c o n s e r v a r ilusoriamente la validez d e doctrinas pertene- L a disipación d e l c u a r t e t o utopía-política-ciencia-historia, q u e en
cientes al tiempo que s e va. E l adjetivo p o s m o d e r n o , por ejemplo. Europa del E s t e asumió u n a f o r m a apoteósica, s i g n i f i c a u n a ruptura
S u r g i d o d e l a a r q u i t e c t u r a p a r a r e f e r i r s e a u nd e t e r m i n a d o e s t i l o d e c o n e l p e n s a m i e n t o d e l a m o d e r n i d a d . P e r o , p o r o t r o l a d o , y ésta e s
/ construcción, l a p o s m o d e r n i d a d h ap a s a d o a ser, s o b r e t o d o p a r a au- una paradoja, tal ruptura s erealiza d eun m o d o e x t r e m a d a m e n t e mo-
t o r e s d e inspiración m a r x i s t a , e l n u e v o Satán q u e h a y q u e exorcizar. derno, pues para consumarse recurre a a l g u n a s d elas t r a d i c i o n e s que
P o s m o d e r n o e se n t e n d i d o por m u c h o s c o m o algo a n t i m o d e r n o , como d i e r o n o r i g e n a l a p r o p i a m o d e r n i d a d . " S e g u n d a secularización" h e l l a -
d e f e n s a d el o i r r a c i o n a l o c o m o u n p o s t u l a d o c o n f o r m i s t a . L o c i e r t o e s m a d o e n o t r a s o c a s i o n e s I M i r e s , 1 9 9 4 , 1 9 9 5 ) a e s t a r u p t u r a , e n analogía
q u e n i n g u n o d e los f u r i b u n d o s a n t i p o s m o d e r n i s t a s ha logrado una de- a l a p r i m e r a q u e , e n n o m b r e d e l a religión d e l a c i e n c i a , o c u l t o a l a
finición c o h e r e n t e d e p o s m o d e r n i d a d , c o n l o q u e e l c o n c e p t o amena- D i o s a Razón, p r e t e n d i ó a b o l i r e l p r i n c i p i o d e l a religión p u r a . L a s e -
za con ser v a c i a d o d ec o n t e n i d o , salvo q u e p o s m o d e r n i d a d sea todo g u n d a secularización d e s m o n t a , e n c a m b i o , a l a c i e n c i a c o m o d o g m a y
208 •.!.íii!!!^:í' Fernando Mires L a revolución paradigmática 209

d a o r i g e n a u n n u e v o t i p o d ep e n s a m i e n t o q u e d e s a c r a l i z a al q u e pre- h a i n c i d i d o e n l a transformación d e r e l a c i o n e s políticas q u e s e t r a d u -

valecía paradigmáticamente. cen e nun cambio d emodelos o paradigmas teóricos, e t c . " , muchos
N o saber a d o n d e a p u n t a el futuro significa para m u c h o s el caos t o - de los autores con quienes estoy en absoluto desacuerdo estarían d e
t a l . Quizás c o m o consuelo hay que decir que los antiguos utopistas acuerdo. P o r q u e e s a relación, q u e p a r e c e t a n lógica, l o e s p o r q u e s e
t a m p o c o l o s a b í a n . Creían q u e l o sabían, l o q u e e s a l g o d i f e r e n t e . E n sirve d e antiguos paradigmas. C u m p l e , en efecto, con t o d o s los requi-
ese s e n t i d o podría p e n s a r s e que hoy sabemos más d e l futuro que sitos q u e s e e x i g e n e nlas u n i v e r s i d a d e s para obtener buenas califi-
a q u e l l o s q u e creían c o n o c e r l o : s a b e m o s por lo m e n o s que no s e pue- caciones. Por de pronto, hay un principio inicial d e t e r m i n a n t e . Luego,
de conocer. Y no conocerlo es en cierto m o d o una ventaja, p u e s gracias h a y u n a relación d e c a u s a y e f e c t o , d e a c u e r d o c o n l a c u a l c a d a efec-
a e s e d e s c o n o c i m i e n t o s o m o s m u c h o más l i b r e s y a q u e p o d e m o s to- to s e d e d u c e o r d e n a d a m e n t e d e una causa. E l p r o b l e m a surge, e n
mar decisiones individuales y colectivas, discutidas y argumentadas, c a m b i o , s i s e i n t e n t a cuestionar e l o r d e n d e l a frase. S i s e p r e g u n t a
s i n e s p e r a r ó r d e n e s q u e p r o v i e n e n d e l " m á s allá". A q u e l l o s q u e creían por ejemplo; ¿y d e dónde v i e n e n l a st r a n s f o r m a c i o n e s materiales
conocerlo, en cambio, eran seres visionarios y sus visiones los d o m i n a - que d i e r o n o r i g e n a l a s tecnológicas? O d e u n m o d o parecido: ¿no
ban. E n nombre d esupuestos principios superiores realizaron actos existía e l o r d e n q u e d i o o r i g e n a l a s t r a n s f o r m a c i o n e s tecnológicas e n
heroicos, p e r o también c r i m i n a l e s . D e s a t a r o n grandes movimientos l a c a b e z a d e l a s p e r s o n a s q u e l a s i n v e n t a r o n ? O s i n o : ¿cómo s e e x -
s o c i a l e s , p e r o también i n m o l a r o n a p u e b l o s completos. p l i c a q u e e lf e m i n i s m o h u b i e r a e x i s t i d o m u c h o a n t e s d eq u e tuvieran
Q u e d a a b i e r t a l ap r e g u n t a d e si t o d a s las m a n i f e s t a c i o n e s analiza- lugar dichas transformaciones? A l a v e z , ¿no s u r g i e r o n movimientos
d a s e n e s t e l i b r o c o n s t i t u y e n u n a s o l a revolución o , l o q u e e s p a r e c i - sociales c o m o e l f e m i n i s m o y e lecologismo sobre labase d e proce-
d o , s i n o e s u n a pretensión a m b i c i o s a e n t e n d e r l a s a t o d a s c o m o algo s o s d e democratización q u e e l l o s m i s m o s p r o d u j e r o n c o n s u prácti-
unitario. D e b o confesar q u e e n este p u n t o he t e n i d o q u e discutir, a ve- ca? N ohay, e n consecuencia, n i n g u n a relación d e o r d e n jerárquico
c e s v i o l e n t a m e n t e , c o n m i g o . P o r m o m e n t o s m e parecía, e f e c t i v a m e n - e n t r e e s a s a p a r e n t e m e n t e d i s t i n t a s m a n i f e s t a c i o n e s . L au n a e x i s t e e n
te, q u e estaba haciendo algo q u e critico e neste trabajo: absolutizar la otra, t o d a s e x i s t e n e nu n a , y u n a e x i s t e e n t o d a s . C a d a u n a e s u n a
realidades diversas alsubsumirlas bajo un concepto "duro". Por otro singularidad, pero e l conjunto e s otra singularidad, que probable-
l a d o , e s t a b a c o n v e n c i d o d eq u e e s a s d i s t i n t a s m a n i f e s t a c i o n e s d e las m e n t e e s p a r t e ínfima d e o t r a s i n g u l a r i d a d q u e c o n d i c i o n a y por la
c u a l e s e n e s t e l i b r o sólo a n a l i z o c i n c o están m u y u n i d a s e n t r e sí, s i n cual e s condicionada.
q u e por eso pierdan su individualidad. C o m o e sposible observar, ca- E l o r d e n t r a n q u i l i z a d o r a q u e n o s habían a c o s t u m b r a d o l o s para-
d a u n a d elas r e v o l u c i o n e s analizadas s ee n c u e n t r a d e n t r o y fuera d e digmas d elamodernidad comienza a temblar apenas surgen un par
la o t r a , c o n s t i t u y e n d o c a d a u n a p a r t e s d e l m i s m o t o d o , las q u e suma- d e p r e g u n t a s i n o c e n t e s , t a n i n o c e n t e s c o m o l a s d e u n niño q u e pre-
d a s n o s o n i g u a l a l t o d o , p a r a e x p r e s a r l o e n l o s términos q u e impuso g u n t a a s u p a d r e : "¿Quién h i z o a D i o s ? " . Casi t o d o s los p a d r e s cre-
l a física cuántica. L a separación n o t i e n e , p o r t a n t o , más q u e u n senti- y e n t e s contestarán q u e a D i o s n o l o h i z o n a d i e , l o q u e d e j a a l o s n i -
d o metodológico o s i m p l e m e n t e operacional. ños p r o f u n d a m e n t e i n s a t i s f e c h o s , y c o n razón. P e r o s i a u n psicólogo
D e l am i s m a m a n e r a , n o h e q u e r i d o e s t a b l e c e r n i n g u n a jerarquía freudiano le preguntamos quién h i z o l a s u b c o n c i e n c i a quedará tan
e n t r e e s a s d i s t i n t a s m a n i f e s t a c i o n e s , q u e e s l om i s m o q u e d e c i r que s o r p r e n d i d o c o m o el p a d r e c r e y e n t e frente a su hijo. N a d i e c o n o c e e l
n o h e p o d i d o e n c o n t r a r e n e i p r o c e s o a n a l i z a d o ningún p r i n c i p i o de- e n o r m e p o d e r d e l a i n g e n u i d a d . P o r e s o , e l l a está c a s i p r o h i b i d a e n ^
t e r m i n a d o r , n i e x t e r n o n i i n t e r n o . D e s d e l u e g o habría s i d o bastante las universidades. Las preguntas inocentes producen desordenj
cómodo e s t a b l e c e r relaciones recurriendo a paradigmas conocidos. c a o s , y l o s p r o f e s o r e s están ahí, a l f i n , p a r a d i s c i p l i n a r e l pensamien-
Si h u b i e r a escrito, p o r e j e m p l o ; "Las t r a n s f o r m a c i o n e s m a t e r i a l e s que to, d el am i s m a m a n e r a q u e los sacerdotes e l a l m a , y l o s policías l a s
tienen lugar c o m o consecuencia d e c a m b i o s tecnológicos, s o b r e todo calles. ^i^v.->. ...

e n e l t e r r e n o d e l a microelectrónica, a c e l e r a n cambios sociales, sur-

g i e n d o m o v i m i e n t o s c o m o el f e m i n i s t a y el ecologista, lo q u e a su vez
 210 F e r n a n d o Mires La revolución paradigmática ^11

L o falso, l ov e r d a d e r o y l o distinto ^r^íi^..^Hn;^i.íff^i rácter r e v o l u c i o n a r i o , y u n a revolución científica n o e s más q u e u n a

modificación e n e l o l o s p a r a d i g m a s h a s t a e n t o n c e s u t i l i z a d o s .
Q u i e n a d s c r i b a a l o s p a r a d i g n n a s d e l a m o d e r n i d a d s e preguntará, E s p r o b l e m á t i c o e l h e c h o d e q u e e n l a exposición d e K u h n - y é s -
c o n c i e r t a j u s t i f i c a d a indignación, d ó n d e está e l s u j e t o d e e s e p r o c e s o ta e s l ad i f e r e n c i a c o n u n o d es u s p r e d e c e s o r e s más n o t a b l e s , Ludwik
q u e aquí s e d e n o m i n a revolución, p u e s s i n a d i e i a soñó, c a r e c e d e s o - F l e c k , d e q u i e n K u h n tomó m u c h a s i d e a s s i n c i t a r l o ( s a l v o e n l a i n t r o -

ñante. C a d a h e c F i o t i e n e s u s u j e t o , e n s e ñ a n gramáticos y filósofos. P o r ducción d e s u l i b r o ) - s u análisis p e r m a n e c e excesivamente centrado

sujeto s eentiende e l punto d ereferencia que, para decirlo algo vul- e n e l m i c r o c o s m o s d el a sc o m u n i d a d e s científicas. P o r e s o o p i n a q u e

g a r m e n t e , s u j e t a e l armazón d e u n d i s c u r s o , c o n v i r t i e n d o , p o r s e r s u - u n p a r a d i g m a s e i m p o n e s o b r e o t r o d e b i d o a s u f u e r z a d e convicción
(ídem: 4 0 ) . S i n d u d a , u n p a r a d i g m a p u e d e s e rm u y c o n v i n c e n t e , pero
^ jeto, e lresto del discurso e n objeto. Mas, c o m o s eh a visto, e n e l pro-
e s i m p o s i b l e n e g a r q u e s u f u e r z a d e convicción n o d e r i v a d e s u s i m p l e
. ceso mencionado n o existe u n os i n o m u c h o s sujetos d e referencia
lógica i n t e r n a s i n o a d e m á s d e r e l a c i o n e s q u e a v e c e s t a m b i é n s o n d e
f quienes, siguiendo e l postulado d e Laclau-Mouffe, s e desplazan e n
p o d e r . E s o s i g n i f i c a q u e l a f u e r z a d e convicción d e u n p a r a d i g m a tam-
d i s t i n t a s d i r e c c i o n e s a l o l a r g o d eu ne s p a c i o p o r e l l o s m i s m o s creado
bién h a y q u e b u s c a r l a f u e r a d e l o s c e n t r o s p r o d u c t o r e s d e p a r a d i g m a s ,
(Laclau, 1 9 8 7 ) . A l l e c t o r n o s e l e e s c a p a , s i n d u d a , q u e e s a descripción
e n e l m u n d o d e l a s r e l a c i o n e s s o c i a l e s y políticas, q u e a s u v e z t a m -
c o i n c i d e b a s t a n t e c o n i a r e a l i z a d a p o r l a física cuántica a i i n d e t e r m i n a r
bién p r o d u c e paradigmas, aunque n o s e a n científicos, p e r o q u e p o s -
p o s i c i o n e s e i m p u l s o s e n l a s partículas e l e m e n t a l e s . D i c h a coinciden-
t e r i o r m e n t e s o n c i e n t i f i z a d o s e n l o sc o r r e s p o n d i e n t e s institutos y l a -
c i a , c o m o s e verá l u e g o , n o e s c a s u a l s i n o c o n s u s t a n c i a l a o t r o proceso
boratorios.
i n e v i t a b l e e n u n m u n d o d o n d e t o d o está c a m b i a n d o : e l d e l a r e v o l u -
S i n e m b a r g o , e l l i b r o d e K u h n seguirá s i e n d o u n clásico e n m a t e -
ción d e l o s p a r a d i g m a s . P e r o a n t e s d e c o n t i n u a r e s n e c e s a r i o , s i s e h a -
ria d e p a r a d i g m a s , s o b r e t o d o g r a c i a s a s u i d e a c e n t r a l r e l a t i v a a q u e
b l a d e u n a revolución paradigmática, d e s c r i b i r , a u n q u e s e a a p r o x i m a -
u n a revolución paradigmática n o r o m p e t o t a l m e n t e c o n e l p a r a d i g m a
d a m e n t e , e lc o n c e p t o d e p a r a d i g m a .
a n t e r i o r s i n o q u e l o continúa e n o t r a dirección. K u h n p o n e así e l a c e n -
1 Y s e quiere hablar d e paradigmas e s i m p o s i b l e n oreferirse a l
t o e n l a s r e l a c i o n e s d e c o n t i n u i d a d más q u e e n l a s d e r u p t u r a , c r i t i -
siempre citado libro d eT h o m a s K u h n The Structure of Scientific Revolu-
cando explícitamente l a r a d i c a l t e s i s d e K a r i P o p p e r ( K r e u z e y Pop-
tions ( 1 9 7 3 ) . L o a s o m b r o s o d e e s e t e x t o e s q u e K u h n n u n c a s e p r e o -
per, 1 9 8 2 : 1 5 7 ) r e l a t i v a a q u e c a d a teoría c o m p o r t a l o s e l e m e n t o s d e
cupó s e r i a m e n t e p o r d e f i n i r e l c o n c e p t o c o n q u e t r a b a j a b a , e l d e p a -
su falsificación, p u e s será r e e m p l a z a d a p o rotra q u e t a m b i é n será
r a d i g m a , utilizándolo, c o m o e l a u t o r n o m e n o s a s o m b r o s a m e n t e afir-
reemplazada o,e n las palabras d e l propio Popper: "Cada invento,
m a , p a r a d i s t i n t o s o b j e t i v o s (ídem: 1 8 6 ) . P o r u n a p a r t e , i n t e n t a b a r e -
verdaderamente cada nueva i n v e n c i ó n técnica, f a l s i f i c a u n a teoría
f e r i r s e a o p i n i o n e s , v a l o r e s y métodos c o m p a r t i d o s p o r l o s miembros
h a s t a e s e m o m e n t o v e r i f i c a d a " (ídem: 3 0 ) . 'v-^ n;
d e u n a d e t e r m i n a d a c o m u n i d a d . P o r o t r a p a r t e , señala q u e s u u s o e s
Kari P o p p e r h a sido e n m u c h o s aspectos uno d elos precursores
" u n e l e m e n t o e n e s a constelación, q u e u t i l i z a c o n c r e t a s s o l u c i o n e s a
de losnuevos paradigmas. P o c o s a u t o r e s s e h a nc o m p r o m e t i d o t a n
problemas, y q u e e s u t i l i z a d o , además, c o m o modelo o ejemplo"
a b i e r t a m e n t e e n l a d e f e n s a d ei al i b e r t a d d ep e n s a m i e n t o y e n c o n t r a
(ídem: i 8 6 ) .
d e t o d o t i p o d e d o g m a , l o q u e l e costó d u r o s a t a q u e s d e p a r t e d e f a -
K u h n t r a b a j a c o n l a i d e a d e u n p a r a d i g m a e s e n c i a l m e n t e científi-
náticos d e d i s t i n t a s l a r i t u d e s . S u s p o s t u l a d o s p o r u n a " s o c i e d a d abier-
co, q u e e n u n m o m e n t o d a d o , gracias sobre t o d o a s up o d e r d e c o n -
t a " ( 1 9 5 7 ) s i g u e n s i e n d o u n o d e l o s a l e r t a s más d e c i d i d o s e n c o n t r a d e
vicción, p o n e e n jaque l o sf u n d a m e n t o s d e u n a "ciencia normal" i a tentación t o t a l i t a r i a . S u c o n d e n a a l h i s t o r i c i s m o , o determinación
(ídem: 1 2 6 ) . E l c o n c e p t o d e "ciencia normal" parece s e rclave para d e l s e r p o r u n a s u p u e s t a c i e n t i f i c i d a d histórica, e s h o y más a c t u a l q u e
K u h n , p u e s s e r e f i e r e a l a a c t i v i d a d científica e n e s t a d o d e n o e x c e p - n u n c a ( 1 9 6 5 ) . S i n e m b a r g o , también h a y q u e d e c i r i o , l a s u y a e s u n a f i -
ción, c u a n d o ésta n o e s v i o l e n t a d a p o r l a aparición d e u n p a r a d i g m a losofía d e b a t a l l a . E n g r a n p a r t e f u e c o n s t r u i d a e n oposición a l a teoría
\. U n n u e v o p a r a d i g m a , s e d e d u c e d e l t e x t o d e K u h n , t i e n e u n c a - m a r x i s t a , d e m o d o q u e resultaría i n e v i t a b l e , c o m o s u e l e o c u r r i r , q u e
212 •1 - ^ 1 . í. F e r n a n d o Mires La revolución paradigmática 213

P o p p e r ( u n i n t e l e c t u a l d e l a G u e r r a Fría, a ! f i n ) a l p o l e m i z a r h u b i e r a i n - t e n d i e n d o p o r v e r a l g o más q u e l a s i m p l e visualización ( í d e m : 1 2 9 ) . Y

t r o d u c i d o e n s u d i s c u r s o categorías d e l a d v e r s a r i o . M u c h a s d e l a s a f i r - las c o s a s p u e d e n ser o b s e r v a d a s d e s d e distintos puntos d e vista yd e
m a c i o n e s d e P o p p e r s o n t a n t a x a t i v a s , t a n e x c l u y e n t e s y t a n dicotómi- d i s t i n t o s m o d o s , según e i l u g a r e s c o g i d o p o r el o b s e r v a d o r y, n o por
cas c o m o las d elos m a r x i s t a s d esu t i e m p o . P r e o c u p a d o en demostrar último, según e l o b s e r v a d o r m i s m o . Q u e e n e i p a s a d o s e h a y a pensa-
q u e e l m a r x i s m o e r a u n a teoría " f a l s a " , e s t a b l e c i ó q u e t o d a s l a s teorías do que e l S o l s e movía a l r e d e d o r d e laTierra tiene que ver con l a
p o r p r i n c i p i o deberían s e r f a l s a s , p o r c u a n t o s i e m p r e deberían s e r s u s - c r e e n c i a r e l i g i o s a r e l a t i v a a q u e la T i e r r a e r a e l c e n t r o d e l u n i v e r s o , p e -
tituidas por otras. E n e l fondo, Popper s e imagina q u e l a s teorías s e r o t a m b i é n p o r q u e e f e c t i v a m e n t e , d e s d e l a posición q u e ocupamos,
encuentran e n g u e r r a u n a s c o n t r a o t r a s . N o consideró, p o r ejemplo, así s e v e . A mí p o r l o m e n o s , c u a n d o e r a niño, n a d i e m e p u d o conven-
q u e u n a teoría p u e d e n o s e r f a l s a , c o m o a p u n t a K u h n , p e r o sí i n c o m - c e r d e l o c o n t r a r i o , y s i h o y c r e o q u e g i r a m o s a l r e d e d o r d e l S o l e s só-
p l e t a , l o q u e e s a l g o d i s t i n t o ( 1 9 7 3 : 1 5 9 ) . I g u a l m e n t e , e n relación c o n lo p o r q u e lo han d i c h o tantas p e r s o n a s importantes.
u n m i s m o p r o b l e m a p u e d e h a b e r d o s o más teorías c o r r e c t a s , d e l a
U n n u e v o p a r a d i g m a i m p l i c a , según K u h n , u n a trasnformación r e -
m i s m a m a n e r a q u e para llegar a un p u n t o p u e d e haber diferentes ca-
v o l u c i o n a r i a d e l v e r (ídem: 1 2 4 ) . A l a v e z , l o s d i f e r e n t e s m o d o s d e v e r
m i n o s ( y n o s i e m p r e e l más c o r t o e s e l más i n t e r e s a n t e ) . T a m b i é n e s
c o m i e n z a n a articularse e n e linterior d e las p o r K u h n l l a m a d a s comu-
p o s i b l e q u e d o s teorías s e c o m p l e m e n t e n s i n e x c l u i r s e . L a teoría d e l a
n i d a d e s científicas, p r i m e r o e n minorías o f r a c c i o n e s . D e e s t e m o d o , l a
r e l a t i v i d a d d e A l b e r t E i n s t e i n n o negó, n i m u c h o m e n o s falsificó, l a d e
l u c h a p o r l a hegemonía d e l a s i d e a s paradigmáticas n o s e d i f e r e n c i a -
l a gravitación d e N e w t o n , p e r o sí s e sirvió d e e l l a p a r a a b o r d a r proble-
ría d e m a s i a d o d e l a q u e t i e n e l u g a r f u e r a d e l a s c o m u n i d a d e s científi-
m a s d i f e r e n t e s d e l o s q u e s e planteó N e w t o n . P o r último, e l v a l o r d e
c a s , a f i r m a K u h n , s i g u i e n d o e n e s t e p u n t o a L u d w i k F l e c k (ídem: 1 4 2 ) .
u n a b u e n a teoría n o r e s i d e sólo e n s u s u p u e s t a v e r d a d s i n o también
L a razón e s s i m p l e : c a d a c o m u n i d a d científica s e i d e n t i f i c a c o n , e i n -
e n l a p o s i b i l i d a d d e s e r f u e n t e d e inspiración p a r a o t r a s teorías. P o r
cluso s e h af o r m a d o a l r e d e d o r d e , u n d e t e r m i n a d o p a r a d i g m a . Quien
e j e m p l o , e ss a b i d o q u e m u c h o s p o s t u l a d o s f r e u d i a n o s han s i d o cues-
haya t e n i d o u n mínimo d e c o n t a c t o con las l l a m a d a s comunidades
t i o n a d o s p o r l a psicología c o n t e m p o r á n e a , p e r o ésta t i e n e siempre
científicas s a b e q u e l a mayoría d e e l l a s n o s o n m e n o s dogmáticas n i
q u e r e m i t i r s e a F r e u d c o m o i n s p i r a d o r U n a b u e n a teoría e s n o sólo u n
m e n o s jerárquicas q u e l a s órdenes r e l i g i o s a s m e d i e v a l e s . Fiek, que
p u n t o d e p a r t i d a , s i n o t a m b i é n d e r e t o r n o . L a s teorías d e Aristóteles,
t a m b i é n l a s conoció p o r d e n t r o , escribía: " L a élite b u s c a l a s distancias;
p o r e j e m p l o , s o n " b u e n a s " , p u e s c a d a c i e r t o t i e m p o l o s filósofos r e g r e -
se aisla. S u b r a y a e io r i g e n s o b r e n a t u r a l d e las i d e a s q u e r e p r e s e n t a y
s a n a e l l a s c o m o u n h i j o a l ac a s a d es u s padres.
de su propio significado. Exige obediencia y subordinación. S u s crite-
Para los paradigmas d e n u e s t r o t i e m p o , e nc a m b i o , los conceptos rios r e m i t e n f r e c u e n t e m e n t e a l o s d e u n m a e s t r o místico. E n s e m e j a n -
de verdad o de falsedad q u e usa P o p p e r son u n tanto ajenos. La verdad, tes colectividades f l o r e c e n las c e r e m o n i a s y e l d o g m a t i s m o . Ellas son
p o r e j e m p l o , e s u n c o n c e p t o c a s i r e l i g i o s o ; i n c l u s o patético. S i trabajá- en m e n o r o m a y o r grado estrictas y conservadoras. S uideal vive en e l
r a m o s e nc a m b i o con e l d ecerteza, q u e e s b a s t a n t e m e n o s " d u r o " , e l pasado, e na c o n t e c i m i e n t o s , e njustificaciones y e nrevelaciones que
e n t e n d i m i e n t o i n t e r d i s c u r s i v o sería quizás más f l u i d o . P u e s e s d i s t i n t o h a n t e n i d o lugar a n t e s " (Fleck, 1983: 115).
decir, c o m o P o p p e r . e s o e sfalso q u e decir, c o m o h o y e s u s u a l , m e pare- Un nuevo paradigma, afirma sutilmente Kuhn, posee la particula-
ce q u e no es cierto. Los criterios d e verdad o d e falsedad son, por lo d e - ridad d e c a m b i a r " l a s r e l a c i o n e s d e s e m e j a n z a " e n t r e l a s c o s a s (ídem:
más, p o r t a d o r e s d e u n a t r a m p a f a t a l , y e n e l l a cayó P o p p e r E s l a m i s m a 2 1 2 ) . E n p a l a b r a s m e n o s e l e g a n t e s p e r o más a c t u a l e s , p r o d u c e desor-
e n q u e cayó e l c r e t e n s e q u e d i j o " T o d o s l o s h a b i t a n t e s d e C r e t a mien- d e n , c a o s y t a m b i é n l a desaparición d e c o m u n i d a d e s científicas c o m -
t e n " . P e r o c o m o e r a c r e t e n s e , s u afirmación, s i e r a c i e r t a , n o podía s e r p l e t a s . P e r o a e s a p a r t i c u l a r i d a d m e referiré u n p o c o más a d e l a n t e , y a
v e r d a d , y s i e r a v e r d a d , n o podía s e r c i e r t a . P o p p e r d i c e " t o d a s l a s t e o - q u e incluso el caos ha p a s a d o a ser parte d en u e v o s paradigmas, algo
rías s o n f a l s a s " . P e r o c o m o ésa e s u n a teoría, también e s f a l s a ; l u e g o , e s q u e n u n c a habría i m a g i n a d o K u h n , p e r o q u e sí imaginó s u t a n a c t u a l y
l o m i s m o q u e s i h u b i e r a a f i r m a d o : " T o d a s l a s teorías s o n verdaderas". tan injustamente olvidado antecesor Ludwik Fleck.
S i b i e n n o l o d e f i n e así, podría d e c i r s e q u e p a r a K u h n , a d i f e r e n -
cia d e P o p p e r , u n n u e v o p a r a d i g m a e s u n m o d o d ev e r las cosas, e n -
 214
L. Fernando Mires L a revolución paradigmática

L a s teorías y e l p o d e r muchas veces adaptado a l a s e x i g e n c i a s d e l exotérico. A l a v e z , l a s

t r a n s f o r m a c i o n e s e n c a d a u n o d ee s o s n i v e l e s i n c i d e n e n e lo t r o pues,
Quizás f u e r o n l a s t e r r i b l e s e x p e r i e n c i a s v i v i d a s e n A u s c h w i t z , d e e n b u e n a s c u e n t a s , a m b a s s o n r a m a s d e e s e árbol q u e e s e l e s t i l o d e
d o n d e sobrevivió c a s i p o r m i l a g r o , l a s q u e c o n d i c i o n a r o n e n e l médi- p e n s a r , o p a r a d i g m a (ídem: 1 4 0 ) . D e l a m i s m a m a n e r a q u e e n l a s c i e n -
c o judío p o l a c o L u d w i k F l e c k s u e n o r m e d e s c o n f i a n z a f r e n t e a l a a p a - cias s e e n c u e n t r a n anidadas creencias y dogmas que provienen del
r e n t e i n o c e n c i a d e l a s teorías científicas ( F l e c k , 1980, 1983). m u n d o n o científico, e n e s t e último s e a c e p t a n determinadas "verda-
P o c a s v e c e s l ac i e n c i a h as i d o p u e s t a a l s e r v i c i o d e l p o d e r d e u n d e s " p o r q u e están a v a l a d a s científicamente p o r i n s t i t u c i o n e s q u e ad-
m o d o t a n p e r v e r s o c o m o ocurrió e n l o s c a m p o s d e concentración n a - m i n i s t r a n e l s a b e r (ídem: 5 5 ) .
.zis. Pero quizás, p u d o haberse dicho Fleck, la ciencia s e encuentra A n t i c i p á n d o s e e n m u c h o t i e m p o a l a s e s c u e l a s semióticas, F l e c k
s i e m p r e l i g a d a a r e l a c i o n e s d e p o d e r , sólo q u e d e u n m o d o más s u t i l p l a n t e a b a q u e l af o r m a c o n s t i t u t i v a d el o s e s t i l o s d ep e n s a r e s el l e n -
q u e e n A u s c h w i t z . P e r o b a j o l a hegemonía d e l n a z i s m o e s a relación e r a g u a j e , s o b r e t o d o s u f o r m a gráfica, p u e s l a grafía e s e l m o d o d e f i j a r
más q u e e v i d e n t e . E l m i s m o régimen p r e t e n d i ó f u n d a r s u l e g i t i m i d a d una idea para q u e no s ee s f u m e en e lt i e m p o . E nese sentido distin-
e n u n a teoría "científica" d e l a s r a z a s . L o s i n s t i t u t o s d e "raciología" q u e gue tres tipos d e textos. Las revistas d e ciencia popular, q u e traducen
a l público g e n e r a l e l a b o r a c i o n e s c o n c e p t u a l e s d e l a s é l i t e s científi-
existían a n t e s d e l a l l e g a d a d e H i t l e r a l p o d e r p a s a r o n a s e r subven-
cas; l al i t e r a t u r a e s p e c i a l i z a d a , q u e m u c h a s v e c e s t r a d u c e a l l e n g u a j e
c i o n a d o s p o r e l E s t a d o . H o y a ningún científico s e l e ocurriría f u n d a r u n
científico n o c i o n e s extraídas d e l p e n s a m i e n t o p o p u l a r ; y l o s manua-
i n s t i t u t o p a r a e s t u d i a r " l a s r a z a s " . P e r o s i u n régimen r a c i s t a s u r g e e n
les, q u e e s donde queda institucionalizado e l m o d o y e l estilo d e
c u a l q u i e r país, i o más p r o b a b l e e s q u e l a "raciología" será r e h a b i l i t a -
p e n s a m i e n t o f o r m a d o d e a c u e r d o c o n i a comunión e n t r e i o s niveles
da c o m o "ciencia". L aciencia, d e s d e luego, no surge del poder, pero
esotéricos y exotéricos ( í d e m : 1 4 9 ) . S i u n a i d e a e n t r a e n m a n u a l e s ,
e s m u y difícil d e c i r q u e n o t i e n e n a d a q u e v e r c o n é l .
q u i e r e d e c i r q u e s e h a i m p u e s t o t a n t o científica c o m o c u l t u r a l m e n t e
L a s i d e a s científicas s o n i n s e p a r a b l e s d e l a c u l t u r a d e d o n d e s e
y h a a l c a n z a d o e l g r a d o d e "paradigmática". E l m a n u a l sería, e n e s e
originan, a f i r m a b a c o n s t a n t e m e n t e Fleck. "La cultura e s l a naturaleza c a s o , l a consagración o f i c i a l d e l paradigma.
de l a c i e n c i a " , escribió i n c l u s o ( 1 9 8 0 : 4 8 ) . P e r o a l m i s m o t i e m p o l a s
E l s u r g i m i e n t o d e u n a n u e v a i d e a d e b e , según F l e c k , r e c o r r e r u n
i d e a s n u e v a s i n c i d e n s o b r e l a formación d e l a c u l t u r a . H a y , p u e s , una
c a m i n o m u y denso. N o s i e m p r e una b u e n a idea p u e d e cristalizarsee n
relación p e r m a n e n t e e n t r e c u l t u r a y producción d e i d e a s . Precisamen-
el estilo d ep e n s a m i e n t o establecido, sino q u e a veces d e b e esperar
t e e s a fluctuación e n t r e c u l t u r a s e s t a b l e c i d a s y producción d e i d e a s e s
m u c h o t i e m p o p a r a q u e s e a e n t e n d i b l e o p u b l i c a b l e . Quizás e l m e j o r
l a q u e l e p e r m i t e a F l e c k h a b l a r d e l a formación d e e s t i l o s d e p e n s a r
e j e m p l o s o n las p r o p i a s ideas d e Fleck. E n e lt i e m p o d e l p e n s a r ma-
q u e , p o r u n a p a r t e , s u r g e n d e l - ys ea d a p t a n a l - p e n s a m i e n t o c o l e c t i -
quinal, q u e fue cuando surgieron, m u y pocos t o m a r o n noticia d e ellas.
v o y , p o r o t r a , l o i n t e r f i e r e n . E n u n i d i o m a c o n c e p t u a l más a c t u a l i z a d o , H o y . e n c a m b i o , p a r e c e q u e h u b i e r a n s i d o e s c r i t a s p a r a n u e s t r o s días.
p u e d e d e c i r s e q u e e l e s t i l o d e p e n s a r e q u i v a l e a l a noción d e p a r a d i g -
Fleck intenta incluso esquematizar iahistoria d e una idea. Surge
ma. Hay, e m p e r o , una diferencia i m p o r t a n t e entre Fleck y su continua-
iniciaimente e nlaforma d epre-idea, e nun contexto alque general-
d o r K u h n . M i e n t r a s para e ls e g u n d o los paradigmas s e realizan e n e l
m e n t e n op e r t e n e c e ( 1 9 8 3 : 3 5 ) . Ahí p u e d e quedar anidada, como u n
interior d e la llamada comunidad científica, p a r a Fleck e l estilo d e fósil, d u r a n t e l a r g o t i e m p o , h a s t a q u e a l g u i e n l a e n c u e n t r a , l a t r a n s f o r -
p e n s a r , o p a r a d i g m a , s u r g e d e l a c o m u n i d a d científica y d e s u s e x t e r i o - m a y , c o m b i n á n d o l a c o n o t r a s , d a o r i g e n a u n a teoría q u e , s i c u e n t a con
r e s a l a v e z . D e a c u e r d o c o n e s a razón, F l e c k d i s t i n g u e d o s n i v e l e s e n e l b e n e p l á c i t o d e algún g r u p o i n t e l e c t u a l , p u e d e e r o s i o n a r l a s bases
e l p e n s a m i e n t o c o l e c t i v o . U n o e s e l esotérico, q u e c o r r e s p o n d e a cír- d e l e s t i l o d e p e n s a r c o n s t i t u i d o , d a n d o o r i g e n a l o q u e K u h n llamaría
c u l o s e s p e c i a l i z a d o s o científicos, y e l o t r o e s e l exotérico, q u e corres- d e s p u é s l a revolución paradigmática. E n e s e punto e sinevitable n o
p o n d e a l a l l a m a d a opinión pública ( I 9 8 0 : 1 3 8 ) . I n t e r e s a n t e e n F l e c k e s e n c o n t r a r p a r a l e l o s e n t r e l a exposición d e F l e c k r e l a t i v a a l a formación
s u constatación r e l a t i v a a q u e e i p e n s a m i e n t o esotérico s e e n c u e n t r a d e l o s e s t i l o s d e p e n s a r y l a teoría d e i a l u c h a p o r l a hegemonía i d e o -
 La revolución paradigmática 217
216 ¡•inji'n- F e r n a n d o Mires

vó K u h n (1973: 142), u n p a r a d i g m a n od e s a p a r e c e s i n o q u e es, em-

lógica e n G r a m s c i , c o n l a d i f e r e n c i a d e q u e p a r a F l e c k n o e x i s t e n i n g u -
p l e a n d o u n término político, d e r r o c a d o p o r o t r o p a r a d i g m a e n u n p r o -
n a n e c e s i d a d histórica p a r a q u e u n a i d e a d e b a i m p o n e r s e s o b r e otra,
c e s o q u e a v e c e s e s e x t r a o r d i n a r i a m e n t e l a r g o . D e l a m i s m a m a n e r a , el
algo que Gramsci, como marxista, nunca habría p o d i d o suscribir. A l
triunfo d eun p a r a d i g m a sobre otro n o significa q u e e lanterior pierda
m i s m o t i e m p o , F l e c k s e anticipó a F o u c a u l t , a i c o n c e b i r e l l a r g o proce-
v a l i d e z , p e r o sí q u e e s r e m i t i d o a u n a condición s u b a l t e r n a . P a r a de-
s o d e d e s a r r o l l o d e u n a i d e a c o m o u n a l u c h a e n t r e múltiples poderes
cirlo con un e j e m p l o : los m o t o r e s d eautos originados d u r a n t e e l pe-
fraccionados y anidados e n i n s t i t u c i o n e s . S u noción d e p e n s a m i e n t o
ríodo m a q u i n a l seguirán f u n c i o n a n d o p o r m u c h o t i e m p o . P e r o n o t o d o
colectivo, e s p a c i o v a p o r o s o d o n d e s ef o r m a n y e s f u m a n las ideas, tie-
seguirá f u n c i o n a n d o c o m o u n m o t o r d e a u t o , y a n a d i e h o y e n día s e l e
n e q u e v e r b a s t a n t e c o n l a r e a c t u a l i z a d a noción d e l s u b c o n s c i e n t e co-
p u e d e o c u r r i r l a i d e a utópica d e H e n r y F o r d r e l a t i v a a q u e l a s o c i e d a d
lectivo planteada originariamente por jung, vale decir, como todo
funcionará c o m o u n motor
a q u e l l o q u e todavía n o h a s i d o i n c o r p o r a d o a l a v i d a c o l e c t i v a cons-
Sería u n e r r o r pedagógico, s i n e m b a r g o , d a r p o r m u e r t o s a l o s pa-
c i e n t e , p e r o q u e e x i s t e c o m o f u e n t e i n a g o t a b l e e n l a producción d e
radigmas d elamodernidad s i n p r e c i s a r e n q u é c o n s i s t e n , y a q u e así
c o n c i e n c i a s { 1 9 8 3 : i I 1). Q u e u n a i d e a s e i m p o n e p o r m e d i o d e a g e n -
n o s e e n t e n d e r í a n l a s características d e l o s q u e l e s s u c e d e n , pues la
t e s t r a n s p o r t a d o r e s q u e s o n las p a l a b r a s y q u e las p a l a b r a s n u n c a dan
particularidad d e los nuevos paradigmas es que s e encuentran e n
p l e n a c u e n t a d e las c o s a s q u e q u i e r e n significar c o n s t i t u y e u n a tesis
ciihch c o n l o s q u e l e a n t e c e d e n . T o d o p a r a d i g m a s u r g e c o m o oposición
q u e s e a j u s t a a l a s más a c t u a l e s teorías lingüísticas. E n f i n , sería p o s i -
a o t r o , d e m o d o q u e s u lógica a f i r m a t i v a sólo e s t r a n s p a r e n t e a p a r t i r
ble seguir encontrando semejanzas entre los postulados de Fleck y los
del conocimiento del paradigma cuestionado. El paradigma d ela m o -
paradigmas actuales, l oq u e lleva a concluir q u e e l p r o p i o Fleck, sin
d e r n i d a d , p o r e j e m p l o , surgió e n oposición a l r e l i g i o s o . F u e , p o r tan-
proponérselo, e s t a b a e l a b o r a n d o i d e a s q u e , t r a s p a s a d a s a contextos
to, u np a r a d i g m a secularizado y secularizador. Pero, c o m o y as e insi-
c u l t u r a l e s d i f e r e n t e s d e d o n d e s u r g i e r o n , serían paradigmáticas
nuó, a l s u r g i r e n u n u n i v e r s o r e l i g i o s o incorporó a s u lógica, a u n para
c o n t r a d e c i r p r i n c i p i o s r e l i g i o s o s , categorías q u e s o n p r o p i a s d e l a r e l i -
gión, razón p o r l a c u a l l o s p a r a d i g m a s d elallamada posmodernidad
El p a r a d i g m a d e la m o d e r n i d a d
a s u m e n e l carácter d e u n a s e g u n d a secularización o , l o q u e e s p a r e c i -
d o , r a d i c a l i z a n l a lógica s e c u l a r i z a n t e s u r g i d a e n e l s i g l o X V l i , l l e v á n d o -
P a r e c e q u e h a l l e g a d o e l m o m e n t o , s i g u i e n d o l a s señas d e K u h n
la a u n p u n t o q u e d e j a d eser a s i m i l a b l e p o r ella. N o o l v i d e m o s : pos-
y F l e c k , d e i n t e n t a r u n a definición p r o v i s o r i a d e p a r a d i g m a . Paradigma
modernidad -en t a n t o n os u r j a u nc o n c e p t o unitario que caracterice
sería u n e s t i l o d e " v e r " , p e r c i b i r , c o n o c e r y p e n s a r , q u e e s p r o d u c i d o
l o s t i e m p o s q u e c o m i e n z a n c o n e l f i n d e e s t e s i g l o - e s también m o -
predominantemente p o rl a s c o m u n i d a d e s científicas, q u e r e c o g e
dernidad.
creencias anidadas e n e l p e n s a r c o l e c t i v o q u e n o e s científico, q u e s e
E n p r i m e r l u g a r h a y q u e c o n s t a t a r q u e u n a d e l a s características, y
traduce e npalabras p i n c i p a l m e n t e escritas, consagradas oficialmente
por manuales, y que s eestablece institucionalmente e n organizacio- a l m i s m o t i e m p o u n o d e l o s p r i n c i p i o s r e l i g i o s o s más e n q u i s t a d o s e n

n e s q u e s ef o r m a n a s u a l r e d e d o r . U n p a r a d i g m a p u e d e o r i g i n a r i a m e n - l a s c i e n c i a s m o d e r n a s , e s l a determinación. D e a c u e r d o c o n e s t e prin-
te surgir de una ciencia m u y especializada, p e r o t i e n e la particularidad c i p i o e x i s t e u n a relación m a q u i n a l e n t r e c a u s a y e f e c t o , y n o h a y nin-
de desbordar s u l u g a r d e n a c i m i e n t o , transmitiéndose a múltiples g u n a p o s i b i l i d a d d elibertad para los h e c h o s causados. Podría a f i r m a r -
ciencias y disciplinas, donde actúa c o m o modelo o principio" rector s e q u e l a s p r i m e r a s máquinas s u r g i e r o n p o r imitación d e l o r d e n pre-
q u e e n u n m o m e n t o d e t e r m i n a d o d e j a d e s e r sólo científico y s e t r a n s - m o d e r n o del universo que prevalecía, d e l a m i s m a manera que las
forma en cultural. programaciones m e n t a l e s d e l o s científicos i m i t a r o n a l a s máquinas.
C o m o a f i r m a C a r o l y n M e r c h a n t : " L a máquina e s u n m o d e l o d e e s t r u c -
D e e s t e m o d o , c u a n d o s e a f i r m a q u e i o q u e h o y está s i e n d o cues-
t u r a d e l a ontología y d e l a epistemología o c c i d e n t a l " ( 1 9 9 4 : 2 3 I ) . Pe-
t i o n a d o s o n los p a r a d i g m a s d e la m o d e r n i d a d significa q u e determina-
r o más q u e e nel maquinal encadenamiento causa-efecto, es e n la
dos m o d e l o s o principios rectores pierden vigencia. Pero, c o m o obser-
218 F e r n a n d o Mires La revolución paradigmática 219

creencia d e que existen causas indeterminadas donde s e encuentra e s e n c i a . N o h a y e s e n c i a s i n fenómeno. S e t r a t a d e e n t e n d e r l a esencia

presente l a línea teológica. C u r i o s a m e n t e , h asido e n las llamadas p a r a e n t e n d e r a l fenómeno. E s e n c i a e s l a v e r d a d ; a p a r i e n c i a e s una
c i e n c i a s s o c i a l e s y d e l espíritu d o n d e e l p r i n c i p i o d e d e t e r m i n a c i ó n i n - proyección pálida d e l a v e r d a d . N o h a y q u e j u z g a r a l a r e a l i d a d n i a l a s
determinada s e presenta más f r e c u e n t e m e n t e . P a r a m u c h o s sociólo- p e r o n a s p o r s u a p a r i e n c i a s i n o p o r s u e s e n c i a , e t c . T o d a s éstas s o n má-
gos y economistas, especialmente liberales y m a r x i s t a s , las relaciones x i m a s r e p e t i d a s h a s t a e l c a n s a n c i o e n l a e r a m o d e r n a . Sólo q u i e n des-
económicas d e producción s o n d e t e r m i n a n t e s e n l a v i d a s o c i a l (Mires, c u b r e la e s e n c i a d e s c u b r e l av e r d a d e r a r e a l i d a d h a s i d o l ap r e m i s a fa-
1 9 9 4 ) . P a r a m u c h o s psicólogos, l a c o n c i e n c i a n o e s más q u e u n s u b p r o - v o r i t a d e l aciencia t r a d i c i o n a l . Para d e s c u b r i r la e s e n c i a e s necesario
d u c t o d e l o i n c o n s c i e n t e . P a r a m u c h o s biólogos, t o d o e s p r o d u c t o d e d i v i d i r e l t o d o e n p a r t e s , e s l a proposición c a r t e s i a n a . Siguiéndola a l
l a selección n a t u r a l . C o m o e s p o s i b l e d e d u c i r , p r i n c i p i o s determinan- p i e d e l a l e t r a , l o s físicos a s a l t a r o n l a m a t e r i a , descuartizándola hasta
tes q u e a su vez no s edejan determinar son sucesores precarios d e la e n s u s más ínfimas partículas, t r a t a n d o d e e n c o n t r a r e l p u n t o nodal
d i v i n i d a d , d e m o d o q u e l a lógica d e l a c i e n c i a m o d e r n a n o e s más, a q u e explicaría l a e s e n c i a d e t o d a s l a s c o s a s , d e l a m i s m a m a n e r a que
v e c e s , q u e teología e n a t u e n d o científico. F r e n t e a i a teoría d e l a c a u - los alquimistas m e d i e v a l e s b u s c a b a n e l e l i x i r p e r d i d o . C u a n d o l o s fí-
sa i n d e t e r m i n a d a , c o m i e n z a n hoy, c o m o ya v e r e m o s , a a b r i r s e p a s o las s i c o s d e s c u b r i e r o n e l átomo c a n t a r o n v i c t o r i a , c r e y e n d o haber encon-
q u e s u s t e n t a n e l p r i n c i p i o d e indeterminación y d e autoorganización t r a d o " l a e s e n c i a " . C u a n d o d e s c u b r i e r o n q u e d e n t r o d e l átomo existía
de procesos, tanto sociales c o m o "naturales". un universo que n os e d e j a b a esencializar, tuvieron q u e repensar e l
E l p r i n c i p i o d e determinación i n d e t e r m i n a d a n o sólo p o s e e u n ca- p a r a d i g m a q u e l o s había l l e v a d o a b u s c a r , c o n t a n t a pasión, " l a verdad
rácter e x t e r n o , s i n o q u e también s e h a s u p u e s t o q u e s u b y a c e e n l a " n a - d e t o d o " (Peat, 1994: 55).
t u r a l e z a d elas cosas". E l n a t u r a l i s m o es, p o r lo t a n t o , u n a s e g u n d a ca- Si e s n e c e s a r i o encontrar una verdad esencial, quiere decir que
racterística d e l o s p a r a d i g m a s d e l a m o d e r n i d a d . C o m o y a v i m o s e n e i hay u n a instancia s u p e r i o r y d i f e r e n t e d el an a t u r a l e z a q u e p o s e e atri-
capítulo r e l a t i v o a l a revolución f e m i n i s t a , u n a d e l a s fundamentaciones b u c i o n e s p a r a d e t e r m i n a r qué e s e s e n c i a l y qué e s s u p e r f l u o . E s a ins-
"científicas" d e l p a t r i a r c a d o e r a l a determinación d e l s e r p o r e l género. t a n c i a recibió e l n o m b r e d e razón. Q u e e x i s t e l a razón, e s o b v i o . Que
D e l a m i s m a m a n e r a , c i e n c i a s c o m o l a antropología y l a etnología, s u r - e x i s t e s e p a r a d a d e l a n a t u r a l e z a , e s d i s t i n t o . L a operación m e d i a n t e l a
gidas ala m p a r o d eexpansiones coloniales, han d e t e r m i n a d o a l "otro" c u a l s e p r o d u j o l a disección d e l a razón r e s p e c t o d e l a n a t u r a l e z a e s e l
(al c o l o n i z a d o ) d u r a n t e e l s i g l o X I X y l a m i t a d d e l X X p o r l a raza, des- l l a m a d o " r a c i o n a l i s m o " , y e s u n a c u a r t a característica d e l a paradigmá-
pués p o r s u s p e r t e n e n c i a s c u l t u r a l e s y h o y , más s u t i l m e n t e , p o r s u " e t - t i c a d e l a m o d e r n i d a d . C o m o y a h e m o s v i s t o e n capítulos a n t e r i o r e s ,
nicidad". Muchos psicólogos d e t e r m i n a n a s u s p a c i e n t e s por su "psi- m e d i a n t e e l r a c i o n a l i s m o , o c u l t o r e l i g i o s o a l a razón, f u e n a t u r a l i z a d o
q u i s " , y m u c h o s sociólogos a l o s i n d i v i d u o s p o r s u " c l a s e " . C o m o e n e l t o d o l o q u e s e suponía n o pertenecía a l a e s f e r a r a c i o n a l y , p o r l o m i s -
caso anterior, los dentistas "sociales", aunque parezca una paradoja, m o , l a razón f u e d e s n a t u r a l i z a d a . Quizás e l c u l t o a l a razón e s u n a d e
h a n s i d o más n a t u r a l i s t a s q u e l o s " n a t u r a l e s " . L a razón s e e n c u e n t r a qui- las p r u e b a s más e v i d e n t e s q u e m u e s t r a cómo l a secularización d e l a
zás e n e s e v e r d a d e r o complejo d einferioridad que padecen muchos era d el am o d e r n i d a d fue realizada a medias, pues e nn o m b r e d e la
dentistas "sociales" frente a los "naturales", d e b i d o precisamente ala desacralización d e d e t e r m i n a d a s i n s t a n c i a s r e l i g i o s a s f u e r o n s a c r a l i z a -
creencia m o d e r n a d e q u e sólo e s c i e n c i a l a q u e e s t u d i a l a n a t u r a l e z a . das supuestas i n s t a n c i a s científicas. L a desacralización d e l a razón o ,
P o r c o n s i g u i e n t e , l o s c i e n t i s t a s s o c i a l e s n a t u r a l i z a r o n l o s o c i a l , l o econó- l o q u e e s l o m i s m o , e l r e g r e s o d e l a razón a l a v i d a e s u n o d e l o s o b -
m i c o y l o político, p r e c i s a m e n t e c u a n d o l o s l l a m a d o s c i e n t i s t a s n a t u r a - jetivos adonde apuntan los nuevos paradigmas. N os e trata, p o r su-
les c o m e n z a b a n a despedirse d e s u rígido c o n c e p t o d e n a t u r a l e z a . puesto, d enegar laracionalidad, c o m o han opinado quienes preten-
1 L a n a t u r a l e z a d elas cosas, d e a c u e r d o c o n e l p a r a d i g m a d el a m o - d e n r e p r e s e n t a r a t o d a l a p o s m o d e r n i d a d . S e t r a t a , sí, d e c o n v e r t i r i a
d e r n i d a d , s ee n c u e n t r a , o b e d e c i e n d o a l a relación c a u s a - e f e c t o , deter- razón e n d i o s a d a e n a l g o h u m a n a m e n t e razonable.
minada por una esencia. E l e s e n c i a l i s m o sería, e n t o n c e s , u n a tercera E i c u l t o a l r a c i o n a l i s m o e s , p o r l o d e m á s , l a versión m o d e r n a d e l a
característica d e l p e n s a m i e n t o moderno. Todo fenómeno t i e n e s u contradicción e n t r e e l b i e n y e l m a l . T o d o i o q u e l o s científicos d e l a
220 F e r n a n d o Mires La revolución paradigmática 221

m o d e r n i d a d n o incluían e n e l m u n d o d e l o r a c i o n a l l o h a n convertido l a "irreconciliacíón d e l o s a n t a g o n i s m o s " . E n c a d a p r o b l e m a está c o n -

e n n a t u r a l e z a y, m e d i a n t e e s a c o a r t a d a , e n i r r a c i o n a l . N a t u r a l e z a h a s i - t e n i d a s u solución, e s u n a d e l a s máximas f a v o r i t a s d e l a m o d e r n i d a d .
d o , además, t o d o l o q u e los propietarios del racionalismo decidían Que m u c h a s v e c e s las s o l u c i o n e s p u e d e n t r a e r c o n s i g o más d i f i c u l t a -
q u e estaba a l m a r g e n d es ucontrol. L asexualidad fue convertida e n d e s q u e e l p r o b l e m a q u e s e h a d e r e s o l v e r l o s a b e n m u y b i e n l a s víc-
irracional; los s e r e s a n i m a d o s n o h u m a n o s , e n irracionales; las mujeres t i m a s d e l a s s o l u c i o n e s . C u a n d o h a y c r i s i s económicas, p o r e j e m p l o , l a
f u e r o n naturalizadas y, p o r l om i s m o , desracionalizadas. Los pueblos solución económica e s d e s p e d i r obreros e ngrandes cantidades, sin
c o l o n i z a d o s f u e r o n c o n v e r t i d o s e n " p u e b l o s n a t u r a l e s " , y así s u c e s i v a - considerar e l deterioro d e redes sociales y, p o r e n d e , las profundas
m e n t e . A l final, e nn o m b r e d e l r a c i o n a l i s m o , s e h a p r o d u c i d o l a s e p a - c o n s e c u e n c i a s antieconómicas q u e e s a solución t r a e c o n s i g o . N o obs-
ración r e s p e c t o del propio cuerpo (Peat, 1994: 18). N os e s a b e muy t a n t e , l a solución, q u e p a s a m u c h a s v e c e s p o r l a destrucción d e l su-
b i e n h a s t a qué p u n t o l a e s q u i z o f r e n i a e s u n a e n f e r m e d a d d ela mo- puesto antagonismo, ha llegado a ser un m e c a n i s m o reflejo que adop-
d e r n i d a d , p e r o h a y a l g u n o s i n d i c i o s . E n n o m b r e d e l a razón, l a c i e n t i - t a m o s i n c l u s o e n n u e s t r a s v i d a s ( l o q u e también e s u n a c o a r t a d a para
f i c i d a d m o d e r n a s e sirvió d e u n a lógica dicotómica, d e l a m i s m a mane- n o a s u m i r p r o b l e m a s e n t o d a s u m a g n i t u d ) . P e r o l a lógica dicotómica
ra q u e l ar e l i g i o s i d a d m e d i e v a l era e n t e n d i d a d ea c u e r d o c o n catego- n o s e j u s t i f i c a p o r sí m i s m a . L a eliminación d e u n "obstáculo" c a s i
rías d e r i v a d a s d e l a contradicción e n t r e l o satánico y l o d i v i n o . E l p e n - s i e m p r e o p e r a e n función d e u n p r i n c i p i o s u p e r i o r , d e a c u e r d o c o n e l
s a r dicotómico, q u e e s u n a q u i n t a característica d e i o s p a r a d i g m a s mo- cual e lsacrificio d ec o s a s e i n c l u s o d ep e r s o n a s s ejustifica p l e n a m e n -
d e r n o s , h a s a l t a d o m u c h o más allá d e l a s b a r r e r a s d e l a c i e n t i f i c i d a d t e . U n a s e x t a característica d e l p a r a d i g m a m o d e r n o sería, e n t o n c e s , s u
pura. Recordemos q u e h a s t a h a c e p o c o l a s categorías e s e n c i a l e s del proyección d e t r a s c e n d e n c i a , d eacuerdo con l acual n o e s l a contin-
a c t u a r político e r a n i z q u i e r d a o d e r e c h a . T o d o l o q u e n o e r a política- g e n c i a l a q u e d e t e r m i n a e l f u t u r o , s i n o u n f u t u r o q u e s e d a p o r (cientí-
m e n t e d eizquierda era d ederecha, y viceversa. D i c h a división, g e o - f i c a m e n t e ) p r e s u p u e s t o e l q u e d e t e r m i n a l a c o n t i n g e n c i a . E n e l perío-
métrica más q u e política, e n c u a d r a b a perfectamente e ne l estilo d e d o p r e m o d e r n o , e l " m á s allá" j u s t i f i c a b a l a s e x p i a c i o n e s s o b r e l a t i e -
p e n s a r d e la era m o d e r n a e u r o p e a q u e , p o r m e d i o d em e c a n i s m o s co- r r a . D e a c u e r d o c o n l a c i e n c i a económica contemporánea, e l "más allá"
l o n i a l e s , pasó a o r d e n a r l a v i d a política d e países n o e u r o p e o s . L a ló- a p a r e c e e n l a f o r m a d e teoría d e l d e s a r r o l l o , g r a c i a s a l a q u e h a n sido
gica d e e s t o o lo o t r o , o d e l t o d o o n a d a , o la v e r d a d t o t a l o l a f a l s e d a d s a c r i f i c a d o s p u e b l o s c o m p l e t o s . P a r a l o s políticos l a utopía h a s i d o un
t o t a l , s o n d e r i v a d o s d e u n p a r a d i g m a b a s a d o e n l a razón dicotómica. s a l v o c o n d u c t o q u e l e s h a p e r m i t i d o r e a l i z a r l a s carnicerías más e s p a n -
d e l q u e c u e s t a m u c h o d e s p e d i r s e , y a q u e y a c e a n i d a d o e n l o más p r o - t o s a s . P a r a l a historiografía l i b e r a l , l a m e t a e s e l p r o g r e s o y , p a r a l a
fundo d enuestras almas. Albert O .Hirschman (1994: ZB3), consciente m a r x i s t a . e l c o m u n i s m o . E n t o d o s , e s e l "más allá", e n s u expresión
d e l a n e c e s i d a d d e s u b v e r t i r l a razón dictómica, h a p r o p u e s t o u n a i n - trascendente, e iprincipio rector
teresante diferencia entre dos tipos d econflictos sociales: los q u e s e La lógica r e l i g i o s a p r o p i a d e l a razón t r a s c e n d e n t a l incorporada
r i g e n p o r l a lógica d e l o u n o o l o o t r o , y l o s q u e s e r i g e n p o r l a d e l más p o r e l c i e n t i s m o m o d e r n o s e s u s t e n t a e n teorías q u e p o s t u l a n l a e v o -
o m e n o s . L o s p r i m e r o s n o a d m i t e n negociación n i c o m p r o m i s o . L o s se- lución p r o g r e s i v a d e l o n a t u r a l y d e l o s o c i a l h a c i a s u p u e s t a s formas
g u n d o s sólo p u e d e n realizarse por esos medios. Ahora bien, n o hay " s u p e r i o r e s " . C u r i o s a m e n t e , c a s i t o d a s e s t a s teorías s e h a n apoyado
n a d a e n l an a t u r a l e z a d eu n c o n f l i c t o q u e lo haga e l e v a r s e a u n a o al a e n p o s t u l a d o s biológicos d e D a r w i n r e l a t i v o s a l p r i n c i p i o d e evolución
o t r a condición. U n c o n f l i c t o q u e p a r a u n a c u l t u r a p u e d e s e r secunda- m e d i a n t e l a selección n a t u r a l . E s o d e m u e s t r a c u a n c o n d i c i o n a d a por
rio para otra p u e d e ser d e vida o m u e r t e , y viceversa. Convertir conflic- s u t i e m p o s ee n c u e n t r a l al e c t u r a d et e x t o s . U n a l e c t u r a s u p e r f i c i a l d e
t o s q u e s e regían p o r " l o u n o o l o o t r o " e n c o n f l i c t o s d e "más o m e n o s " El origen de ¡as especies d e d u c e q u e l a selección s e p r o d u c e p o r u n a suer-
h a s i d o e l e n o r m e mérito democrático d e p e r s o n a s c o m o Y a s s e r A r a f a t t e d e e s t a d o d e g u e r r a i n t e r n o e n l a n a t u r a l e z a , d o n d e a l f i n a l sólo s e
y Nelson Mándela. i m p o n e n l o s más f u e r t e s . E s a l e c t u r a e r a , p o r l o d e m á s , c o h e r e n t e e n
L a lógica d e l p e n s a r dicotómico d e d u c e l a afirmación d e u n hecho un medio social regido por la competencia económica. U n a lectura
a p a r t i r d e l a negación d e o t r o . P o r l o m i s m o , l a dicotomía s e b a s a e n a t e n t a d e l t e x t o , e n c a m b i o , llevaría a c o n c l u i r , y m u y fácilmente, q u e
222 F e r n a n d o Mires La revolución paradigmática 223

l a p r i n c i p a l t e s i s d a r w i n i a n a n o e s e l p r i n c i p i o d e selección n a t u r a l s i - t e i n n o creía e n l a c a s u a l i d a d , y aq u e q u i e n cree e n l acasualidad e s

n o l a relativa a l a u m e n t o d e las c o m p l e j i d a d e s e nlos o r g a n i s m o s v i - p o r q u e c r e e e n l a determinación, p u e s t o q u e l o c a s u a l e s t o d o l o que
vos, que s e produce n od e a c u e r d o con lacompetencia, sino con la n o s eajusta a u n a s u p u e s t a n e c e s i d a d . L o casual n e c e s i t a d el a d e t e r -
cooperación e n t r e i n d i v i d u o s , s e a n éstos m i c r o o r g a n i s m o s o s e r e s h u - minación p a r a s e r c a s u a l . S i n e l c o n c e p t o d e determinación c o m o refe-
manos. Ahora bien, bajo ese p r i n c i p i o s e o r d e n a e i d e selección. L a rencia, el c o n c e p t o d e casualidad n o existiría n i s i q u i e r a c o m o palabra,
idea darwiniana (yno darwinista) del progreso s ebasa en e i a u m e n t o d e l a m i s m a m a n e r a q u e s i a l g u i e n c r e e e n l o satánico e s p o r q u e cree
d e las d i v e r s i d a d e s , d elas c o n t r a d i c c i o n e s y d eio c o m p i e j o , q u e son e n lo d i v i n o . L acasualidad e s e l " n o " d e l a determinación y , p o r t a n t o , -
al fin los m e d i o s que permiten laselectividad. E s cierto, c o m o dice paradigmáticamente m o d e r n a c o m o l a s i d e a s d e l a l e g a l i d a d , d e p l a n ,
D a r w i n , q u e al final s o b r e v i v e n los m e j o r e s . P e r o los m e j o r e s h a n sido y d e l p r o p i o o r d e n . Y a s e volverá s o b r e e s t e punto.
casi s i e m p r e a q u e l l a s i n d i v i d u a l i d a d e s q u e " m e j o r " s eh a n organizado C o m o s e h ad i c h o , e l o r d e n u n i v e r s a l s u j e t o a l e y e s mensurables
c o n e l m e d i o , c o n s u s s e m e j a n t e s y c o n s i g o m i s m o s ; e s t o e s , l a s más y c u a n t i f i c a b l e s s e suponía q u e e r a o b j e t i v o . L a c i e n c i a sería, e n c o n -
c o o p e r a t i v a s . E s a t e s i s podría s e r p e r f e c t a m e n t e a c e p t a d a p o r muchos secuencia, e l m e d i o p a r a a l c a n z a r l ao b j e t i v i d a d . D ea c u e r d o c o n esa
e c o l o g i s t a s si s e t o m a r a n l am o l e s t i a d el e e r a D a r w i n , c o n lo q u e con- p r e m i s a , l a c i e n c i a , y ésta e s u n a o c t a v a característica d e l a paradigmá-
tarían c o n u n sólido a r g u m e n t o f r e n t e a c o r r i e n t e s " p r o g r e s i s t a s " que, t i c a m o d e r n a , establecía l a d i f e r e n c i a t a j a n t e e n t r e l o o b j e t i v o , q u e s e
m e d i a n t e l a c o a r t a d a d e u n a s u p u e s t a selección n a t u r a l , q u i e r e n eli- suponía científico, y l o s u b j e t i v o , q u e n o l o e s . D e t a i m a n e r a , e l c i e n -
m i n a r las c o m p l e j i d a d e s e n aras d e u n m u n d o s i m p l e , m a q u i n i z a d o y, tífico, a r r o g a n t e m e n t e , s e e l e v a b a a l a condición d e s u j e t o . F u e nece-
p o r c i e r t o , c u l t u r a l m e n t e más p o b r e . s a r i a l a intervención d e l a física cuántica - q u e c o n s u s c r i t e r i o s d e i m -
Dicotomía y t r a s c e n d e n c i a n oo p e r a n aisladamente e n los para- probabilidad dio al traste con la posibilidad d e alcanzar un conoci-
d i g m a s m o d e r n o s . D e a c u e r d o c o n l a terminología d e l a p r o p i a moder- m i e n t o p u r a m e n t e objetivo d elarealidad- para c o m p r e n d e r que los
n i d a d , s eajustan a u n d e t e r m i n a d o plan u o r d e n q u e lleva a l c u m p l i - paradigmas son creaciones d e la mente humana, que e n interacción
m i e n t o del fin trascendente. Por supuesto, la idea d e q u e existe u n con otras mentes son adoptados d emanera consensuada a fin d e e n -
plan e x t e r n o q u e d e b e m o s c u m p l i r o b j e t i v a m e n t e e su n a idea religio- tender medianamente la realidad e nq u e s econvive. L a ciencia mo-
s a íntimamente a s o c i a d a a l p r i n c i p i o d e determinación y a comentado. d e r n a , e n c a m b i o , c o n f i a b a p l e n a m e n t e e n l a separación o b j e t i v a en-
L a secularización m o d e r n a n o eliminó l a i d e a d e l o r d e n p l a n i f i c a d o , s i - t r e o b s e r v a d o r y observación. P e s e a l a limitación d e l o s s e n t i d o s h u -
n o q u e l a transfirió a l i n t e r i o r d e l p r o p i o e s t a t u t o científico. N o dejan m a n o s , e l c o n o c i m i e n t o o b j e t i v o sería p r o p o r c i o n a d o , según e l o p t i -
d e t e n e r razón l l y a P r i g o g i n e y I s a b e l l e S t e n g e r s c u a n d o e s c r i b e n : " S e mismo m o d e r n o , por los i n s t r u m e n t o s destinados a l a observación,
podría d e c i r q u e e n t r e a l g u n o s teólogos q u e querían u n a t o t a l sumi- p o r u n a p a r t e , y p o r l a s l e y e s q u e s e descubrían e n l a o b s e r v a c i ó n , p o r
sión d e l m u n d o a l a v o l u n t a d d e D i o s p a r a v e r c o n f i r m a d a s u o m n i p o - o t r a . I n c l u s o si t o d o e s o f a l l a b a , n o i m p o r t a b a , p u e s l ar e a l i d a d objeti-
t e n c i a y l o s físicos q u e b u s c a b a n u n m u n d o d e p r o c e s o s matematiza- v a seguiría e s p e r a n d o a l o b s e r v a d o r p a r a q u e l a c o n q u i s t a r a , c o m o h i -
dos ha existido una convergencia d eintereses" (1986: 56). L a creencia zo e lcolonizador e n los " n u e v o s " continentes. Q u e los territorios des-
de que hay u no r d e n universal, o b j e t i v o e i n m u t a b l e es, por consi- conocidos d e laobietividad p u r a podían s e r u n a proyección d e l o s
g u i e n t e , u n a séptima característica d e l o s p a r a d i g m a s m o d e r n o s . L a t a - propios observadores, o u n a s i m p l e creación o b j e t i v a d a d e l a m e n t e
r e a d e l o s científicos sería sólo d e s c u b r i r l a s l e y e s q u e r i g e n o b j e t i v a - h u m a n a , l e habría p a r e c i d o u n a l o c u r a a u n científico m o d e r n o . A m u -
m e n t e e s e o r d e n u n i v e r s a l . I n t e r e s a n t e s teorías astronómicas h a n sido c h o s h o y l e s parecería l o m i s m o , s i e s q u e n o h u b i e r a teorías q u e , tam-
elaboradas buscando dichas leyes. Pero d e s d e que Einstein jugara tan bién científicamente, están t r a s p a s a n d o i o s límites infranqueables
m a l a p a s a d a a l a física mecánica a l p o s t u l a r l a r e l a t i v i d a d d e l tiempo q u e l a m o d e r n i d a d había t e n d i d o e n t r e l o o b j e t i v o y l o s u b j e t i v o .
y, c o n e l l o , l a d e l a s " c o s a s " , l a i d e a d e q u e n o h a y u n o r d e n objetivo E l p r i n c i p i o d e determinación c a u s a l , e l n a t u r a l i s m o , e l e s e n c i a l i s -
llevó a m u c h o s a p o s t u l a r q u e t o d o o c u r r e p o r c a s u a l i d a d , motivando m o , e l r a c i o n a l i s m o , l a lógica dicotómica, l a i d e a d e t r a s c e n d e n c i a , l a
la m i l v e c e s c i t a d a frase d eE i n s t e i n , " D i o s n o j u e g a a los d a d o s " . Eins- c r e e n c i a e n u n o r d e n u n i v e r s a l o b j e t i v o y l a separación a b r u p t a entre
224 V.M,;' F e r n a n d o Mires
o b j e t i v i d a d y s u b j e t i v i d a d s o n sólo a l g u n a s características d e l o s p a r a -
d i g m a s d e l a m o d e r n i d a d . L a l i s t a p u e d e s e g u i r completándose. L o bá-
s i c o e s q u e t o d o s e s o s p r i n c i p i o s , i d e a s , c r e e n c i a s , t e s i s y lógicas están
s i e n d o c u e s t i o n a d o s g r a c i a s a l a aparición d e n u e v o s paradigmas.
P e r o l o s n u e v o s p a r a d i g m a s n o c a y e r o n d e l c i e l o . E n capítulos a n -
t e r i o r e s h e t r a t a d o d e m o s t r a r q u e si l o s p a r a d i g m a s d e la m o d e r n i d a d
se i m p u s i e r o n fue p o r q u e contaron con ios m e d i o s necesarios para
q u e así o c u r r i e r a , s i n e x c l u i r a l i a n z a s c o n r e p r e s e n t a n t e s d e p a r a d i g -
mas derrocados (Merchant, 1994: 192). D e l a m i s m a m a n e r a q u e m u -
c h o s científicos m o d e r n o s f u e r o n víctimas d e p e r s e c u c i o n e s inquisito-
r i a l e s , l a m o d e r n i d a d avanzó a p l a s t a n d o l a sabiduría a c u m u l a d a e n
t r a d i c i o n e s d e m u c h o s p u e b l o s , e x c l u y e n d o t o d o l o q u e entorpecía s u
c a m i n o , p o r e j e m p l o a l a m i t a d d e l a h u m a n i d a d : a las m u j e r e s y, n o
p o r último, a l a n a t u r a l e z a , d e l a q u e l a m o d e r n i d a d p r e t e n d i ó e m a n -
ciparse.
.r-i N o o b s t a n t e , n o d e b e m o s o l v i d a r q u e d e l a m o d e r n i d a d también
s u r g i e r o n t r a d i c i o n e s l i b e r t a r i a s y democráticas. L a d e m o c r a c i a , l al i -
b e r t a d d e opinión y d e crítica s o n t a m b i é n i n v e n t o s m o d e r n o s , y n o
v e o n i n g u n a razón p a r a r e n u n c i a r a e l l o s . P u e s , d e s p u é s d e t o d o , pos-
m o d e r n i d a d también e s m o d e r n i d a d . D e l o q u e s e t r a t a , e n t o n c e s , e s
d e a c l a r a r cuál e s i a p o s m o d e r n i d a d q u e s e q u i e r e . P o r q u e , y e s t o e s
algo q u e tiene q u e ver con paradigmas, nadie t i e n e ei derecho d e apro-
p i a r s e d e l f u t u r o e n n o m b r e d e algún i d e a l , p o r más h e r m o s o q u e pa-
r e z c a . E l f u t u r o , p o r así d e c i r l o , e s u n c h e q u e e n b l a n c o c u y a s u m a t e -
n e m o s q u e f i j a r d e s p u é s q u e n o s p o n g a m o s d e a c u e r d o . Cuánto p o d e -
m o s o q u e r e m o s f i j a r , e s u n a opción. Quizás está d e más d e c i r l o : a l n o
h a b e r u n f u t u r o p r e a s i g n a d o , n o q u e d a más a l t e r n a t i v a q u e s e r r e s p o n -
s a b l e s d e l o q u e o c u r r e . Y quizás l a e r a d e l a p o s m o d e r n i d a d puede
s e r , a l f i n , l a d e l a r e s p o n s a b i l i d a d . Ésa sería l a o t r a posmodernidad.
Posmodernidad es modernidad
L a c i e n c i a m o d e r n a e s todavía c a r t e s i a n a . P o r c a r t e s i a n i s m o s e e n -
t i e n d e , a n t e s q u e n a d a , u n método. E l método c a r t e s i a n o r e c o n o c e dos
a s p e c t o s p r i n c i p a l e s . E l p r i m e r o e s l a d u d a metódica, y e l s e g u n d o e s
e l análisis q u e s e r e a l i z a d i v i d i e n d o e l t o d o e n p a r t e s . L a d u d a m e t ó d i -
c a e s u n a s p e c t o a l q u e e s difícil r e n u n c i a r s i s e q u i e r e s e g u i r pensando
r a c i o n a l m e n t e . N o d u d a r e s c r e e r , y é s e e s e l límite d e t o d a discusión y .
La revolución paradigmática 225
p o r t a n t o , d e t o d a c i e n c i a . D u d a r s i n método e s p u r o n i h i l i s m o , l o q u e
también b l o q u e a c u a l q u i e r a r g u m e n t o . L a descomposición d e l t o d o e n
p a r t e s , a s u v e z , e s u n p r i n c i p i o m u y úrii, y s i r v e p a r a r e p a r a r máquinas
y resolver problemas n om u y complicados. Descartes, entusiasmado
p o r l a s q u e h o y n o s p a r e c e n p r i m i t i v a s máquinas, llegó a p e n s a r q u e t o -
d o f u n c i o n a b a c o m o máquina. " Y o n o v e o n i n g u n a d i f e r e n c i a e n t r e las
máquinas q u e s o n p r o d u c i d a s p o r a r t e s a n o s y l o s c u e r p o s q u e natura h a
c o m p u e s t o " e s u n a d e l a s a f i r m a c i o n e s clásicas d e D e s c a r t e s . P e r o ¿ n o
s o n también c a r t e s i a n o s q u i e n e s e n nombre d e nuevos paradigmas
c o m p a r a n e l c e r e b r o h u m a n o c o n c o m p u t a d o r a s ? Quizás e l símbolo d e l
c a r t e s i a n i s m o e s e l automóvil, p u e s s e p u e d e m o n t a r y d e s m o n t a r s i n
q u e e n e l d e s m o n t a j e s e p i e r d a l a noción d e t o t a l i d a d . N o o b s t a n t e , n o
t o d a l a r e a l i d a d e s l a s u m a d e s u s p a r t e s , y ése p a r e c e s e r u n p r i n c i p i o
a n t i c a r t e s i a n o , h o y paradigmático.
Descartes se ha convertido en u n o d e los principales chivos expia-
torios d elallamada p o s m o d e r n i d a d . Hay en ello cierta injusticia. Co-
m o t o d o g r a n p e n s a d o r , s u s teorías c o n t i e n e n c l a v e s q u e l l e v a n a s u
p r o p i a reformulación. E n s u Discurso del método, a l q u e t a n t o s c r i t i c a n s i n
h a b e r leído, h a y párrafos q u e c o n t r a d i c e n e l p e n s a m i e n t o d e n o m i n a -
d o " c a r t e s i a n o " . U n a p r u e b a a l c a n t o : " P e r o también e s p r e c i s o " , e s c r i -
bía D e s c a r t e s , " q u e c o n f i e s e q u e l a p o t e n c i a d e l a n a t u r a l e z a e s t a n
amplia y vasta, y aquellos principios son tan simples y generales, que
n o o b s e r v o c a s i ningún e f e c t o p a r t i c u l a r q u e n oconozca enseguida
q u e p u e d e ser d e d u c i d o d elos m i s m o s d em u c h a s m a n e r a s diversas;
y e n c o n t r a r cuál d e e s a s m a n e r a s d e p e n d e d e a q u e l l o s : p o r q u e n o c o -
n o z c o o t r o e x p e d i e n t e p a r a r e s o l v e r l o q u e el d eb u s c a r a l g u n a s expe-
riencias q u e sean tales q u e su resultado no sea e l m i s m o c u a n d o hay
que explicado d e una manera, o cuando hay que explicado d e otra"
(1978: 175). S i s etrata d ebuscar el r e s u l t a d o d eu n a u otra m a n e r a , y
e s e l m i s m o , s i g n i f i c a , n i más n i m e n o s , q u e D e s c a r t e s e s t a b a pensan-
d o e ne l principio d econvergencia q u e s u r g e d e l a confrontación d e
distintas posiciones, a partir d edistintos m o d o s d eobservar, desde
disrintos puntos d evista. Y si e l resultado e se l m i s m o quiere decir
q u e e x i s t e l a p o s i b i l i d a d d e a c u e r d o s c o n v e r g e n t e s , l o q u e e s válido
e n l a s matemáticas, e n l a política y e n l a s r e l a c i o n e s p e r s o n a l e s . Tal
proposición c a r t e s i a n a , h a y q u e t e n e r i o e n c u e n t a , s u r g e e n u n u n i v e r -
s o d o m i n a d o p o r u n a r a c i o n a l i d a d r e l i g i o s a q u e n o admitía l l e g a r a u n
m i s m o r e s u l t a d o p o r m e d i o d e d i v e r s a s vías. P o r l o t a n t o , d i c h a pro-
posición a b r e e l p a s o a u n a teoría, q u e h o y podría l l a m a r s e poscarte-
 F e r n a n d o Mires
226 La revolución paradigmática 227

siana ( ylap o s m o d e r n i d a d e sposcartesiana) y que puede enunciarse

nía q u e v e r c o n m a t e r i a ( o c o n n a t u r a l e z a ) f u e c o n s i d e r a d o p o r l a c i e n -
así: e l e x p e d i e n t e d e e x p l i c a r l a s c o s a s d e u n a m a n e r a o d e o t r a n o t i e -
t i f i c i d a d e m e r g e n t e "metafísico", teológico, e s p i r i t u a l y , s o b r e t o d o , f i l o -
n e ni d e b e llevar s i e m p r e a un m i s m o r e s u l t a d o o, lo q u e e s parecido,
sófico. L a filosofía, v a l e d e c i r p e n s a r y a r g u m e n t a r , q u e e r a e n l a época
dos resultados distintos pueden s e r , a l m i s m o t i e m p o , c i e r t o s , según precientífica f u e n t e d e c o n o c i m i e n t o , f u e d e g r a d a d a a a c t i v i d a d espe-
e l l u g a r , l a posición y e l p u n t o d e v i s t a d e q u i e n a r g u m e n t a . L a noción c u l a t i v a , d e s p r o v i s t a d e método y p r o p i a d e d i l e t a n t e s . L o s primeros
d e c e r t e z a ( n o l a d e v e r d a d ) surgiría, c o n s e c u e n t e m e n t e , d eun entre- c i e n t i s t a s s o c i a l e s , q u e e r a n filósofos, c o m o M a r x p o r e i e m p i o , renega-
lazamiento perpetuo de diferentes argumentaciones. Dicho enunciado r o n d e l a filosofía e n n o m b r e d e l a c i e n c i a , c o n l o q u e s e v i e r o n o b l i g a -
rompe, por cierto, con Descartes. Pero para r o m p e r con Descartes e s d o s a r e a l i z a r l a i m p o s i b l e t a r e a d e c o n v e r t i r n o sólo l a s o c i e d a d sino
n e c e s a r i o D e c a r t e s . L a r u p t u r a , e n t o n c e s , n o e s" p u r a " , y aq u e e s tam- también l a h i s t o r i a e n m a t e r i a . Quizás n o h a y n a d a más a b s u r d o q u e e l
bién c o n t i n u i d a d . c o n c e p t o d e " m a t e r i a l i s m o histórico". I n c l u s o u n físico c o m o e i p r e m i o
^' D e m o d o p a r e c i d o , l a física d e I s a a c N e w t o n , e n m u c h o s aspectos, N o b e l Murray Gell-Mann (1994), m e n t o r d e nuevos paradigmas, afirma
todavía está v i g e n t e . N o s i n razón u n g r u p o d e a s t r o n a u t a s d i j o a l r e - q u e l a psicología n o p u e d e s e r u n a c i e n c i a , s e g u r a m e n t e p e n s a n d o que
g r e s a r d e u n v u e l o e s p a c i a l q u e l a e m p r e s a había s i d o e x i t o s a g r a c i a s l a p s i q u i s n o e s u n órgano c o m o e l corazón o e i hígado. Probablemente
a las m e d i c i o n e s d e u n señor N e w t o n . Q u e c a d a c u e r p o s e m a n t i e n e n o e s u n a c i e n c i a , p e r o t a i v e z e s t a n p o c o científica c o m o i a física, l a
e n u n a condición d e i n e r c i a o d e m o v i m i e n t o r e c t o s i n o e s f o r z a d o a q u e gracias a u n g r u p o d e genios q u e d e s d e c o m i e n z o s del siglo X X de-
c a m b i a r s u condición m e d i a n t e i a acción d e o t r a f u e r z a ; q u e e l cambio cidieron tomar la materia por asalto amenaza con volver al hogar que
d e m o v i m i e n t o e n u n c u e r p o e sp r o p o r c i o n a l a l af u e r z a e n m o v i m i e n - h a b i t a b a e n e l m u n d o g r i e g o ; l a filosofía. P o r l o m e n o s , l o s c i e n t i s t a s s o -
t o y o c u r r e según l a dirección d e a q u e l l a línea r e c t a , d e a c u e r d o c o n l a c i a l e s s e están b a t i e n d o e n r e t i r a d a . C u a n d o A l a i n T o u r a i n e e s c r i b e que
c u a l d i c h a f u e r z a actúa, y q u e e l e f e c t o e s e q u i v a l e n t e a l a c a u s a son n o e x i s t e l ac i e n c i a d e l as o c i e d a d ( 1 9 8 5 : 31), o H a b e r m a s dice en una
t r e s p r i n c i p i o s n e w t o n i a n o s q u e c o n o c e c a d a mecánico d e a u t o m ó v i - c o n f e r e n c i a q u e l a sociología e s l a filosofía d e l o s o c i a l , h a y r a z o n e s p a - -
les. D el a m i s m a m a n e r a , s ilos i n g e n i e r o s d ea v i o n e s n o t u v i e r a n e n ra p e n s a r q u e a q u e l l o s m u r o s a l a m b r a d o s q u e s e p a r a b a n la ciencia d e :
c u e n t a l a l e y d e gravitación q u e d i c e q u e " l a f u e r z a e n t r e d o s cuerpos l a filosofía s e están v i n i e n d o a b a j o , d e m a n e r a i n v i s i b l e p e r o n o menos
es p r o p o r c i o n a l a l a m a s a d ea m b o s e i n d i r e c t a m e n t e p r o p o r c i o n a l a l e s t r u e n d o s a q u e e l m u r o d e Berlín.
c u a d r a d o d e s u d i s t a n c i a " , l a mayoría d e i o s a v i o n e s s e v e n d r í a n a b a -
j o . A s u v e z , l a física a c t u a l , q u e d u d a d e l a a b s o l u t a c o r p o r e i d a d d e l a
m a t e r i a , d e l t i e m p o y d e l p r o p i o e s p a c i o , n o s i r v e p a r a r e p a r a r ningún
Todo e s relativo
automóvil, n i t a m p o c o para c o n s t r u i r u n avión. Q u e Newton estaba
e q u i v o c a d o a l s u p o n e r q u e l a m a t e r i a e r a homogénea y q u e " l o sólido
En 1 9 0 5 , e s e e l e g a n t e , b i e n p a r e c i d o y j o v e n físico q u e e r a enton-
no se desvanece en el aire" lo p u e d e comprobar cualquier estudiante.
c e s E i n s t e i n publicó e n l a r e v i s t a Anmlen der Pkysik u n artículo donde
P e r o e s o n o a f e c t a l a s l e y e s d e l a mecánica. P u e s , y e s t o e s l o q u e n o
aparecían f o r m u l a d a s d o s s i m p l e s leyes, i ) Principio d e relatividad:
podía s a b e r N e w t o n , s i l a s l e y e s d e l a mecánica r i g e n p a r t e d e l a r e a -
"Las l e y e s d e i a física d e b e n ser para cada habitante del universo
l i d a d , l a r e a l i d a d e n sí n o e s mecánica.
idénticas, i n d e p e n d i e n t e s d e s u v e l o c i d a d " . 2 ) " L a v e l o c i d a d d e l a l u z
N o o b s t a n t e , f u e i ac r e e n c i a e n i o a b s o l u t o d elas l e y e s d el a m e - es c o n s t a n t e e i n d e p e n d i e n t e d el av e l o c i d a d d el af u e n t e d el a luz".
cánica l o q u e h i z o p o s i b l e q u e s u r g i e r a n l o s p a r a d i g m a s d e l a m o d e r n i -
Gracias a esas dos leyes aparentemente tan inocentes, ese joven
d a d . S i g u i e n d o l o s d i c t a d o s d e D e s c a r t e s y N e w t o n , l o s científicos e s -
ponía a l u n i v e r s o s o b r e s u c a b e z a , p u e s s i b i e n l a s l e y e s d e l a física
c i n d i e r o n a l om a t e r i a l d el o e s p i r i t u a l y d e d u j e r o n q u e e l o b j e t i v o d e
mecánica n o d e s a p a r e c í a n , perdían e l carácter a b s o l u t o q u e p o s e í a n .
l a c i e n c i a n o podía s i n o s e r e l e s t u d i o d e l a s l e y e s d e l o s c u e r p o s ma-
L a c r e e n c i a d e q u e e n e l e s p a c i o existía e l éter, u n a s u s t a n c i a q u e los
t e r i a l e s . Sólo l a m a t e r i a e s v e r d a d e r a , p o r l o t a n t o sólo l o m a t e r i a l p u e -
físicos habían i n v e n t a d o p a r a l l e n a r e l h u e c o d e sus observaciones,
d e s e r o b j e t i v o d e l a c i e n c i a , p l a n t e a r o n a l unísono. T o d o l o q u e n o t e -
terminó p a r a s i e m p r e . P e r o , l o más i m p o r t a n t e e s q u e c o n e s a breve
228 hir,ri;:iij. Fernando Mires L a revolución paradigmática 229

fórmula E i n s t e i n t e r m i n a b a c o n l a i d e a n e w t o n i a n a r e l a t i v a a u n tiem- h e p e n s a d o q u e e s a pasión d e l o s físicos q u e l o s l l e v a a s u m e r g i r s e en

p o a b s o l u t o q u e fluía d e m a n e r a r e g u l a r a l o l a r g o d e t o d o e l u n i v e r s o . l a s entrañas más íntimas d e l l l a m a d o m u n d o m a t e r i a l n o e s sólo c i e n -
P u e s s i t o d o s l o s o b s e r v a d o r e s están d e a c u e r d o d e s d e d i f e r e n t e s d i s - tífica. E s c a s i r e l i g i o s a . A r m a d o s d e números y fórmulas q u e sólo e l l o s
tancias a c e r c a d ela v e l o c i d a d d el aluz, r e s u l t a i m p o s i b l e q u e s e p o n - e n t i e n d e n , q u i e r e n revelar los secretos del universo, e lorigen d e los
g a n d ea c u e r d o a c e r c a d e l t i e m p o q u e h a n e c e s i t a d o l a l u z p a r a r e a l i - orígenes, quizás e n c o n t r a r a l m i s m o D i o s , más allá d e e l e c t r o n e s y p r o -
zar su recorrido (Hawking, 1988: 39). E l t i e m p o , en consecuencia, e sal- t o n e s . S i n o h a y u n a filosofía d e l o físico, d e b e s e r c r e a d a cuanto an-
go relativo y. p o r lo tanto, e l espacio también. L a c r e e n c i a d eque e l t e s . P o r q u e d e s p u é s d e l o s r e v o l u c i o n a r i o s d e s c u b r i m i e n t o s d e l a físi-
u n i v e r s o había s u r g i d o e n u n e s p a c i o q u e y a contenía s u t i e m p o de- c a cuántica, p a r e c e q u e n o q u e d a o t r a a l t e r n a t i v a .
bió s e r a b a n d o n a d a y reemplazada por laque afirma que espacio y L a física cuántica llegó a s u s r e s u l t a d o s b u s c a n d o precisamente la
t i e m p o s o n c o n s t i t u t i v o s al p r o c e s o f o r m a t i v o d e l universo. "esencia d elamateria" pues, d eacuerdo con e l paradigma maquinal
C o n l a s teorías s u c e d e l o m i s m o q u e c o n u n a composición m u s i c a l p o r el cual s eguiaba, c a d a a s p e c t o d el a realidad s ed e j a d e d u c i r d e
q u e al e s c u c h a r l a por primera vez parece disonante. Sila escuchamos o t r o más p r o f u n d o . D e l o r g a n i s m o a l a célula, d e i a molécula a ! átomo,
s e g u i d a m e n t e n o s a c o s t u m b r a m o s a s u d i s o n a n c i a , l a q u e así s e t r a n s - d e l núcleo atómico a l a s partículas e l e m e n t a l e s . E n p a l a b r a s d e P e a t ,
f o r m a e n c o n s o n a n c i a , h a s t a q u e al c a b o d e u n m o m e n t o e s p o s i b l e t a - e l m o d e l o p o r e l c u a l s e regía l a física mecánica e r a e l d e u n a p i r á m i -
rarearla. "Disonancia d ehoy, consonancia d e mañana", decía Claude d e p u e s t a a l revés ( 1 9 9 4 : 5 5 ) . VV;..MJ>I

D e b u s s y . L a s i d e a s d e E i n s t e i n , e n u n m u n d o paradigmático a c o s t u m - Cuando desde comienzos del s i g l o X X l o s físicos descubrieron

brado a expresarse en m e d i d a s exactas, fueron sin dudas disonantes. q u e e l átomo n o e r a l a e s e n c i a d e l u n i v e r s o s i n o u n m i c r o u n i v e r s o e n
H o y , l ai d e a d eq u e e x i s t e u n e s p a c i o - t i e m p o r e l a t i v o q u e n o e s a b s o - e l q u e c i r c u l a b a n o t r a s partículas e x t r e m a d a m e n t e ínfimas c o m o elec-
lutamente independiente alobservador y a no e stan disonante. Una t r o n e s , p r o t o n e s y n e u t r o n e s , comenzó quizás l a revolución paradig-
mañana, p o r e j e m p l o , d e s p u é s d e h a b e r e s t a d o a p u n t o d e r o m p e r m e mática d e n u e s t r o t i e m p o . L o s r e v o l u c i o n a r i o s n o u s a b a n fusiles sino
la c a b e z a l e y e n d o u*n t r a b a j o a c e r c a d e l a teoría d e l a r e l a t i v i d a d , e s - microscopios. Nombres como Max Plank, Albert Einstein, Niels Bohr,
cuchaba distraído u n a v i e j a canción d e A r m a n d o M a n z a n e r o . Cuando Louis d e Broglie, Erwin Schrodinger, Wolfgang Pauli, Werner Heisen-
c a n t a b a u n a p a r t e q u e d i c e " C o n t i g o a p r e n d í J....1 q u e l a s e m a n a tiene berg, Paul Dirac, etc., h a n c a m b i a d o el c u r s o y el d i s c u r s o d elas cosas.
más d e s i e t e d í a s " e s t u v e a p u n t o d e d a r u n s a l t o e n e l a s i e n t o , pues D e s p u é s d e e l l o s e l u n i v e r s o y a n o podía s e r e l m i s m o q u e a n t e s . T o -
m e d i c u e n t a d eq u e s e t r a t a b a d eu n v e r s o p r o f u n d a m e n t e e i n s t e n i a - d a s l a s categorías p o r l a s c u a l e s s e había r e g i d o n o sólo l a física s i n o
n o . Según l a c r e e n c i a e n u n t i e m p o a b s o l u t o , l a s e m a n a no puede te- las ciencias e n g e n e r a l , c o m o e s p a c i o , t i e m p o , m a t e r i a , o b j e t o , causa y
n e r más d e s i e t e días. P e r o según l a posición d e q u i e n v i v e e s e tiem- efecto, debieron ser formuladas d e n u e v o (Capra, 1988: 79). Cuando
po, puede t e n e r más, o m e n o s . L u e g o , e l t i e m p o n o e s a b s o l u t o des- e s o s r e v o l u c i o n a r i o s d e m o s t r a r o n e x p e r i m e n t a l m e n t e q u e l a s partícu-
d e e i l u g a r d e q u i e n l o e x p e r i m e n t a . S u medición d e p e n d e también l a s d e l m u n d o subatómico n o constituían c u e r p o s físicos (entidades
d e l f a c t o r i n t e n s i d a d , q u e n o e x i s t e e n l a física mecánica. L a teoría d e sólidas) s i n o r e a l i d a d e s q u e u n a v e z aparecían e n l a f o r m a d e partícu-
la r e l a t i v i d a d s eh a c o n v e r t i d o p u e s e n c o n s o n a n t e ; i n c l u s o e s posible l a s y o t r a s e n l a d e o n d a s , y q u e l a m i s m a característica m o s t r a b a l a l u z ,
tararearla, gracias a M a n z a n e r o . c u y a s partículas o f o t o n e s d e b í a n s e r o b s e r v a d o s en "paquetes" (que
fueron llamados " q u a n t e n " por Einstein, dicen unos, por Max Plank, d i -
c e n o t r o s ) , l a física t u v o q u e l l e g a r n a d a m e n o s q u e a l a conclusión d e
q u e l ae l e m e n t a r i e d a d d e l u n i v e r s o n o e s física. A p a r t i r d e e s o s mo-
L o s filósofos d e l a física • '^"'^^
mentos, larealidad tuvo q u e ser descosificada. p u e s t o q u e las cosas
n o e r a n más q u e a g r u p a c i o n e s d eexistencias "inmateriales" que por
¿ H a y a l g o más filosófico q u e m e d i t a r a c e r c a d e ! t i e m p o , e l e s p a -
m e d i o d e s u s o r d e n a m i e n t o s c r e a b a n e s a representación q u e aparece
c i o , i a formación d e l u n i v e r s o , e l i n f i n i t o , e i s e n t i d o d e i a v i d a , e t c . ? T o -
ante nuestros ojos como materia. E n palabras d e Hans Peter Dürr:
dos esos temas han sido abordados p o r l a física. E n e l f o n d o , siempre