Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Equipe de Acusação:
Felipe Domingos Jurema
Jônatas Henrique dos Santos
Mateus de Oliveira Ribeiro
Tomás Pires Acioli
Turma: M6
Professor: Alfredo Falcão
Recife
2019
Isso significa que, para que seja atraída a competência originária excepcional
do Supremo Tribunal Federal, além de ser imprescindível que a infração penal seja
cometida durante o exercício da função pública (in officio), cumulativamente à
verificação da íntima relação entre o crime e as atribuições inerentes ao cargo
(propter officium), deverá o julgamento acontecer quando o acusado ainda esteja em
sua titularidade, sem o que se impõe o reconhecimento da incompetência da
Suprema Corte, salvo se a perda ou renúncia ao cargo consubstanciar ato motivado
pela torpeza do acusado, com o intuito de frustrar a aplicação da lei penal.
Não constitui demasia salientar, por relevante, não haver o caso em exame
atingido o marco determinante da prorrogação da competência do STF em caso de
renúncia, pelo parlamentar, do cargo que atrai a regra constitucional do foro
privilegiado, qual seja a publicação do despacho para apresentação de alegações
finais, consoante orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal na AP 937
QO/RJ e pelo Superior Tribunal de Justiça, nos autos do AgRg na Apn 962/DF, Corte
Especial, rel. Min. Luís Felipe Salomão, j. 20.6.2018.
II. Reunião ou separação de processos entre a justiça comum e a
eleitoral
Tal qual asseverado supra, o ex-Deputado Federal, agora réu neste processo,
somente faria jus ao foro por prerrogativa de função enquanto estivesse no exercício
do cargo ou função, cessado o seu mandato parlamentar. Em respeito ao princípio
da atualidade do exercício da função, deverá o processo em curso contra ele ser
remetido ao juízo de piso competente. No caso em epígrafe, em que se observam a
ocorrência de mais de um crime, a saber os crimes capitulados no caput dos arts.
349, 350 e 354 -A do Código Eleitoral ( Lei n° 4.737, de 15 de julho de 1965) e art.
121 do Código Penal (Decreto - Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940).
O crime doloso contra a vida não se trata, pois, para fins de competência, de
mero crime comum, mas tem competência excepcional, ex vi legis. Portanto, a
conexão entre crime doloso contra a vida e crime eleitoral não se trata de hipótese
aplicável do art. 78, IV do CPP, que prevê a prevalência da competência da justiça
especial frente à justiça comum, afinal, o tribunal do juri é competência estabelecida
por força da própria Constituição e tem prevalência às competências dos demais
órgãos jurisdicionais comuns.
Ora, como se pode observar, a quebra dos sigilos de dados pode ocorrer até
mesmo em controvérsias cíveis, limitação muito menor que a quebra do sigilo das
comunicações telefônicas, somente cabível para fins de investigação criminal e
instrução processual penal. Além disso, os requisitos para sua decretação são muito
menores, todos preenchidos no caso concreto, prescindindo da especificação
detalhada do objeto da quebra dos dados, tal qual na quebra de sigilo das
comunicações telefônicas. Nesses termos, o parágrafo único do art. 22 do Marco
Civil da Internet:
Portanto, a diligência foi lícita, bem como todas as demais dela decorrentes, a
saber, a escuta telefônica e a quebra do sigilo de dados.
IV. Contraditório no inquérito policial;
Inclusive, tanto é inerente à escuta o sigilo interno que esta deve ser
documentada em autos apartados, justamente para evitar o acesso das parte, sob
pena de frustrar sua execução, sendo estes autos apensados aos principais quando
do fim do inquérito, na iminência da apresentação do relatório, momento em que a
parte terá ampla oportunidade de ter vista aos autos e, em juízo, submeter-se ao
contraditório.
A parte inicial do artigo 46, do Código de processo Penal dispõe que o prazo
para o oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da
data em que o Ministério Público receber os autos do inquérito policial. Este mesmo
artigo dispõe que o prazo passará a ser de 15 dias, se o réu estiver solto ou
afiançado.
Além disso, Renato Brasileiro, em sua obra, assevera que um eventual atraso
de poucos dias não figuraria como uma ilegalidade, afirmando que a tese de que a
contagem do prazo para a conclusão do processo é global e não individualizada.
V. Pressupostos do sequestro;
O sequestro deve incidir sobre os bens móveis ou imóveis do réu que sejam
proveito do crime. No caso em questão, os veículos do denunciado, segundo
indícios colhidos pelo MPF foram comprados com o dinheiro ilícito, proveniente da
lavagem de dinheiro. Para realizar tal pedido o MP deverá analisar se os bens foram
adquiridos com os proventos do crime ou se foram adquiridos anteriormente.
REFERÊNCIAS
CERA, Denise Cristina Mantovani. Qual é a consequência do oferecimento da
denúncia fora do prazo legal? Disponível em: <https://lfg.jusbrasil.com.br/
noticias/2548503/qual-e-a-consequencia-dooferecimento-da-denuncia-fora-do-prazo-
legal-denise-cristina-mantovani-cera > Acesso em: 05 jun. 2019;
DE SOUZA NUCCI, Guilherme; BRASIL. Código de processo penal comentado.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.
JUSBRASIL. Tribunal regional eleitoral do rio de janeiro tre-rj - inquérito : inq
22068 nova iguaçu - rj. Disponível em: <https://tre-
rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/503622209/inquerito-inq-22068-nova-iguacu-rj?
ref=serp>. Acesso em: 30 mai. 2019.
LEORATTI, Alexandre; COURA, Kalleo. Juízes ordenam quebra coletiva de sigilo
de dados com base em localização. JOTA, São Paulo, 27 de maio de 2019.
Disponível em: <https://www.jota.info/especiais/juizes-ordenam-quebra-coletiva-de-
sigilo-de-dados-com-base-em-localizacao-27052019>. Acesso em: 17 jun. 2019.
LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal-Volume Único. Salvador:
Editora Jus Podivm, 2017.
LOPES JR, Aury. Direito processual penal. São Paulo: Editora Saraiva, 2018.
NOTICIAS STF. Plenário do STF reafirma competência da justiça eleitoral para
julgar crimes comuns conexos a delitos eleitorais. Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/vernoticiadetalhe.asp?idconteudo=405834>. Acesso
em: 30 mai. 2019.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal . São Paulo: Grupo Gen-Atlas, 2016