Sei sulla pagina 1di 6

Balée, William L.

, Cultural forests of the Amazon: A historical ecology of people and their


landscapes / William Balée.2013.

UMA ESTIMATIVA ANTOPOGÊNICA


A ecologia histórica é um campo do conhecimento humano composto por bases conceituais
para o desenvolvimento de estudos com povos tradicionais, em especial da Amazônia, a partir
de pressupostos teóricos, tal como BALÉE (1993). Considerando a interação do homem com o
meio ambiente em seu caráter múltiplo, oriundo dessa diversidade de contribuições que
recebe de outras ciências. Far-se-á uma breve explanação a cerca de uma estimativa
antropogênica fundamentada em BALÉE (2013) em que discorre sobre sua aplicação.
O autor mostra que muitos pesquisadores de ecologia cultural (ramo da antropologia)
assumiram que as florestas amazônicas são o alvo especial dos fatores ambientais ao contrário
das culturais. Para a cultura sobreviver, de acordo com essa perspectiva, ele simplesmente se
ajusta ao seu ambiente.
“Many students of cultural ecology, which constitutes
the branch of anthropology concerning relationships
between human beings and the land, have assumed
Amazonian forests to be the special purlieu of
environmental factors as opposed to cultural ones. For
culture to survive, according to this perspective, it
simply adjusts to its environment.” (BALÉE, 2013, 32)

O mesmo se propõe a analisar dois fatos, o primeiro que as teorias adaptacionistas desprezam,
por assim dizer, o gerenciamento e a manipulação de recursos críticos por parte dos indígenas
amazônicos, de tal modo o segundo fato explica a partir de dados amplamente analisados que
ao menos 11,8% da floresta de terra firme na Amazônia brasileira só é de origem cultural
arcaica.
First, I show that adaptationist theories in cultural
ecology ignore, for the most part, the proven capacity
of indigenous Amazonians to manage and manipulate
critical resources, rather than merely “adapt”
themselves to preestablished limits of these. Second, I
propose that one should avoid considering indigenous
Amazonians as merely “responding” to natural
exigencies, since they have transformed much of
Amazonia over the millennia. I synthesize widely
scattered data that indicate that at least 11.8% of the
terra firme forest in the Brazilian Amazon alone is of
archaic cultural origin. (BALÉE, 2013, 32)
O autor procura deixar claro que as teorias adaptacionistas na ecologia cultural amazônica até
hoje tem destaque de preconceito. As mais notórias são Teoria do Fator Limitante e Teoria
ótima de forrageamento.

Por teoria adaptacionista entende-se eficiência na exploração de recursos. Dependendo da


vertente, considera-se equilíbrio alcançado com os recursos, o sucesso reprodutivo diferencial
(baseado na aptidão darwiniana), aptidão de grupo (baseada na seleção de parentesco) ou
sobrevivência de grupo e bem-estar:

“(…) adaptation often refers to efficiency in the


exploitation of resources. Depending on one’s point of
view, such efficiency achieves equilibrium with
resources, differential reproductive success (based on
Darwinian fitness), group fitness (based on kin
selection), or group survival and well-being (also see
Mulder 1987; Sponsel 1986).” (BALÉE, 2013, 32-33)

O autor dedica ao conceito de Ambiente de recursos críticos, a partir do ponto de vista, sobre
declínio, por causa da exploração humana, e que são mantidos indefinidamente por causa da
intervenção humana. E mostra que esse esgotamento de recursos, taxas podem, de tal modo,
ser mitigadas e que os recursos podem ser modificados, aumentados e mesmo criadas por
práticas culturais de bem-estar humano, por mais definidas que sejam, dificilmente
escrutinadas, considerado “um conjunto de assuntos, de investigações e de, na maioria, teorias
adaptacionistas (p. 33) voltado aos processos da causa da exploração humana.

“Environmental ‘constraints’ present ‘challenges’ and


“problems” that particular human behavioral traits are
presumably designed to meet and resolve (e.g., Mulder
1987). Critical environmental resources, according to
this view, decline because of human exploitation or are
indefinitely maintained because of human avoidance.
That resource depletion rates can be mitigated and that
resources can be modified, augmented, and even
created by cultural practices for human welfare,
however defined, are hardly scrutinized in most
adaptationist theories.” (BALÉE, 2013, 33)

No que diz respeito ao fator dicotomia natureza/cultura, o mesmo autor afirma que:

"The point is not to reify but to reject the


nature/culture dichotomy, as scientists in all areas of
Amazonian studies have employed it to date. Although
nature clearly influences certain cultural things, culture
also recasts tangible phenomena that, to the naive
student of Amazonian ecology, often appear to be
wholly ‘natural.’" (BALÉE, 2013, 33)

Neste sentido é que se pode dizer, conforme afirmado anteriormente, que o problema da
adaptação humana ao esgotamento de recursos naturais recursos, ao contrário do
gerenciamento das taxas de esgotamento de recursos, pode ser divididos em dois grupos,
remetendo, primordialmente, a uma questão de especificidade cultural. Assim tem-se a teoria
dos fatores limitantes, que postula a demografia, ajustes sócio-culturais e rituais a solos e/ou
proteínas ambientais, bem como a teoria ótima de forrageamento (às vezes chamada de dieta
ótima teoria), que pressupõe um esforço humano para manter a eficiência do trabalho
(esforço/rendimento), independentemente das depleções ambientais locais. Um segundo
ponto a ser mencionado no que diz respeito à especificidade dessas teorias está relacionada
com o processo de distinção entre os dois grupos, e o fato de ambos sustentam que os povos
tendem a não administrar recursos ambientais, evitando-os inteiramente ou explorá-los
impiedosamente.

"Perspectives that stress human adaptation to the


depletion of critical natural resources, as opposed to
the management of resource depletion rates, may be
suitably divided into two groups: (1) the limiting factor
theory, which posits demographic, sociopolitical, and
ritual adjustments to environmental soils and/or
protein, and (2) the optimal foraging theory
(sometimes called optimal diet breadth theory), which
presupposes a human effort to maintain work
efficiency (effort/ yield), regardless of local,
environmental depletions. Although numerous specific
differences exist between these two groups of theories,
both hold that indigenous peoples tend not to manage
environmental resources, either by avoiding them
entirely or exploiting them mercilessly. (BALÉE, 2013,
33)

Na medida em que o autor se preocupa, na presente discussão, com a questão da ecologia


cultural, podemos identificar, nessa perspectiva, duas outras correntes teóricas sobre as
possíveis relações entre o homem e o meio ambiente; a teoria do Fator Limitante e a teoria
ótima de forrageamento.

Aquela trata dos “fatores limitantes”, sugerido por Julian Steward, que tendo fundado a escola
de ecologia cultural só, não escreveu nada sobre o tema, mas sugeriu "que que os solos
ambientais (Steward 1949; Steward e Faron 1959) e proteína (Steward e Faron, 1959) podem
restringir as expressões sociopoéticas de indígenas Grupos da Amazônia"(BALÉE, 2013, 33).
Desse modo a referida hipótese como é empregada por herdeiros intelectuais de Steward, tem
sofrido criticas por ser reducionista:

“Since Steward, many cultural ecologists have


continued to cite soil and/or protein densities as
limiting factors that help account for why so many
interfluvial, terra firme Amazonian groups evince low
population densities, endemic warfare, small and
dispersed settlements, relatively short settlement
occupation spans, peculiar food taboos, and “simple”
sociopolitical organizations (Gross 1975, 1982; Harris
1974, 1984; Lathrap 1970; Meggers 1954, 1971;
Roosevelt 1980; Ross 1978). Invariably, the evidence
used both to support and refute this hypothesis is
indirect”. (BALÉE, 2013, 34).

Esta é outra teoria adaptacionista que vem sendo amplamente difundido na ecologia cultural
da Amazônia que fundamentam o desempenho a partir de modelos de programação linear
para prever quais escolhas de presas um predador fará em determinados patches e avaliará a
eficiência de caça do predador. (BALÉE, 2013, 37).

O referido autor explica, em sua hipótese que ambas teorias compartilham a idéia que:

“I would not deny the major stimulus to research and


ecological thought that these adaptationist theories—
the limiting factor theory and the optimal foraging
theory—have given. In fact, I endorse one hypothesis
that both share, namely, that indigenous Amazonians
may optimize yield/effort ratios in their subsistence
endeavors; one objective of all ecological research in
Amazonia should be to test this hypothesis. I would
merely recall Street’s (1969) point that carrying
capacity is difficult to determine, because technology is
no a priori constant. Just as changes in technology can
improve (or diminish) yield/effort ratios in human
work, so can human manipulation of another factor,
often assumed to be a constant one—the
environment.” (BALÉE, 2013, 38).

Para aprofundar a reflexão sobre uma estimativa antropogênica é interessante ainda comentar
sobre as Florestas Antropogênicas, um trabalho de pesquisa do próprio autor sobre Florestas
de Palma, de Bambu, de Castanha do Pará, Ilhas de floresta, Caatinga Baixa, Florestas de Liana
(BALÉE, 2013). Assim:

“Indigenous cultures had a significant impact,


apparently, on the distribution of forest types and
vegetation in contemporary Amazonia (Sponsel 1986).
The classical evidence for prehistoric manipulations of
the land comes from raised, drained, ridged, ditched,
and mounded fields in Amazonian Bolivia, Colombia,
Venezuela, and the Guianas, which seem to represent
responses to poor drainage (Denevan 1966; Denevan
and Zucchi 1978).” (BALÉE, 2013, 38).

Em relação às florestas antropogênicas, BALÉE(2013, 39) afirma que:

The possible anthropogenic forests I now broach


encompass some palm forests, bamboo forests, Brazil
nut forests, forest islands of the Central Brazilian
Shield, low caatinga, liana forests, and three lesser
formations (under the subheading “other forests”).

Desse modo, para a floreta de palma temos (Arecaceae) nas quais estão entre os indicadores
de perturbação mais frequentemente notados em sítios arqueológicos amazônicos. Entre elas
estão:

“the peach palm (Bactris gasipaes H.B.K.), when


encountered in forest, indicates prior human
occupation (Balick 1984); the inajá palm (Attalea
maripa [Aubl.] Mart.) is known to appear on sites of
previous human disturbance (Pesce 1985; Schulz 1960;
Wessels Boer 1965); and it has been suggested that
some monospecific stands of the moriche palm
(Mauritia flexuosa L.f.) in the Orinoco delta owe their
origin to the economic activities of Indians (Heinen and
Ruddle 1974). I am specifically concerned here,
however, with palms that form monospecific stands or
are somehow ecologically important on terra firme.
The peach palm and inajá, although of terra firme, do
not usually appear to be dominants; moriche palm
stands, even those of cultural origin, are almost entirely
confined to swamps. Palms that do seem to be
prominent in the vegetational cover of undisturbed
archaeological sites in the terra firme include
Astrocaryum vulgare Mart., Acrocomia aculeata (Jacq.)
Lodd. ex Mart., Elaeis oleifera (H.B.K.) Cortes, and
Attalea speciosa Mart.” (BALÉE, 2013, 39).

De acordo com o referido autor a respeito da Floresta de Bambu:

“The evidence here presented supports Sombroek’s


(1966) claim that bamboo forests are anthropogenic.”
(BALÉE, 2013, 42).

O referido autor entende que Florestas de Castanha do Pará são:


"Forests dominated by stands of Brazil nut trees
(Bertholletia excelsa, Lecythidaceae), called castanhais,
occur over an area of 8,000 km2 in the basin of the
lower Tocantins River, near the city of Marabá (cf.
Kitamura and Müller 1984)." (BALÉE, 2013, 42).

Diante do grande desenvolvimento sobre as Interações complexas entre solos, plantas e


animais da Amazônia requerem igualmente, de acordo com o autor, sofisticadas estratégias de
gestão de recursos, cuja explicação é o objetivo de muitos capítulos neste volume. Assim:

“Human manipulation of critical resources— by


relocating, attracting, protecting, planting,
transplanting, semidomesticating, domesticating, and
using the resources—constitutes the cultural factor in
Amazonian adaptations. As Alcorn (1984, 1989) noted,
people manipulate not only species and other “things,”
but processes as well. Human adaptation to the
environment is a process, too. Given past and present
human management of Amazonian forests, many
inhabitants thereof also adapt to and depend on
cultural vestiges that are only seemingly masked by
nature. Indigenous resource management strategies
that have persisted since the aboriginal Amazonian
past have done so against incalculable odds. As such,
these strategies should be considered as being of
potential value to humankind, in general.” (BALÉE,
2013, 52).

Potrebbero piacerti anche