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Homero
A obra de Homero é o principal exemplo de poesia épica, a poesia
narrativa, de extensão monumental, preocupada em detalhar eventos e
personagens heroicos a partir de uma linguagem elevada e solene. Na Atenas
clássica (séc. V a.C.), os poemas de Homero eram usados para a
alfabetização dos alunos. Esses poemas, a Ilíada e a Odisseia, eram tão
presentes no dia-a-dia dos gregos, que era comum as pessoas saberem
centenas de versos de cor, apenas de tanto ouvi-los recitados.
Ilíada
A Ilíada, até hoje, é celebrada como uma das mais impressionantes obras
literárias do mundo ocidental. Ela narra os eventos próximos ao final da guerra
de Troia. Aristóteles elogiava Homero por ter feito um recorte preciso para a
trama de seu poema: ele não conta a história inteira da guerra, desde sua
causa até a queda e o saque da cidade; em vez disso, relata apenas o que
aconteceu do início ao fim da cólera de Aquiles.
Odisseia
Enquanto a Ilíada estabelecia os parâmetros gregos para o heroísmo em
batalha, a Odisseia delineava o horizonte incerto das aventuras no mar,
cruzando os limites da experiência humana para esbarrar em um território
repleto de monstros, deuses e reinos mágicos.
Com a ajuda dos Feácios, Odisseu consegue realizar seu retorno a Ítaca,
onde, junto de seu filho e de seu leal servo, planeja, disfarçado, sua vingança
contra os pretendentes. Determinando quais servos ainda lhe eram leais, o
herói fecha as portas do salão principal, onde aceita o desafio de Penélope e
consegue o que ninguém havia até então conseguido: encordoar o arco que
ele próprio deixara em casa ao partir para a guerra. Realizando a proeza e
revelando-se como Odisseu, ele e Telêmaco massacram os pretendentes, um
a um, para depois restabelecer a ordem em Ítaca e a si mesmo como rei.
Módulo 2 - Safo
Safo
A poesia de Safo talvez seja o melhor exemplo possível para o gênero lírico
na Grécia – nem tanto por ser a mais representativa de todos os subgêneros
possíveis, mas porque é aquela que mais se assimila com a nossa noção do
que seja lírico.
Safo Fr. 1
Este poema, conhecido também como Hino a Afrodite, é um dos poucos
textos completos que temos dos líricos gregos – talvez o único de Safo. Ele se
constrói como uma longa prece à deusa do amor, pedindo que Afrodite
intervenha e faça com que a moça amada retribua o afeto demonstrado pelo
eu-lírico.
Por fim, termina com o pedido para que Afrodite repita o que já fez, do
modo já cuidadosamente feito. Note-se que o cuidado de elaboração ali se
manifesta como piedade religiosa e garantia da própria efetividade do pedido.
Safo Fr. 31
Também chamado de Phaínetaí moi, por suas palavras iniciais, este poema
foi extensivamente traduzido por uma variedade de importantes poetas, desde
a própria antiguidade, por Catulo, até mais recentemente, por Byron, William
Carlos Williams, Almeida Garrett e muitos mais.
Um paralelo curioso pode ser criado entre o texto deste poema e aquele da
canção “Noite de verão”, de Chico Buarque e Edu Lobo. Nela, o próprio eu-
lírico assume ambos os papeis, o do amante quase divino por receber o favor
da mulher amada (ainda que por apenas uma noite) e o de homem resignado
com sua condição de espectador de um caso de amor que se encontra além
de seu alcance.
Ainda que chame seu interlocutor de mãe, é possível que seu interlocutor
não fosse sua mãe biológica. Em Grego, os termos “pai” e “mãe” eram usados
também como uma espécie de pronome de tratamento para pessoas a quem
se queria distinguir. Uma hipótese plausível, considerando o paralelo com
outros poemas de Safo, é a de que a voz do poema fosse de uma garota que
se dirige à própria poetisa, a quem chamaria de mãe por seu papel como
preceptora e educadora de jovens garotas, preparando-as para o casamento.
Módulo 3 - Simônides
Simônides
Foi um dos maiores poetas líricos da Grécia antiga, celebrado por sua
poesia de caráter elevado e sapiencial. De sua vasta produção poética, temos
apenas fragmentos.
É importante notar que, na Grécia antiga, era comum que homens mais
velhos (os “amantes”) procurassem o favor de meninos adolescentes (os
“amados”), a quem ofereciam presentes e instrução em troca de sua atenção.
Essa instituição social era chamada de pederastia (“amor a meninos”), fazendo
parte da iniciação dos jovens na vida social. Ainda que pudessem se manter
amigos para o resto da vida, o relacionamento amoroso parecia se
circunscrever à adolescência do amado.
Anacreônticas 2
A coleção dos poemas anacreônticos, perdida em um tomo ignorado por
pelo menos cinco séculos, foi reintroduzida no mundo europeu a partir da
edição de 1554 de Henricus Stephanus (Henri Estienne), cuja fonte foi único
manuscrito, conservado como um apêndice à Antologia Palatina. À época, o
editor foi louvado por ter redescoberto os poemas perdidos de Anacreonte.
Entretanto, mediante estudos linguísticos e estilísticos, sabemos hoje que
esses poemas são em muitos séculos posteriores ao poeta de Teos.
Apesar de não terem sido compostos por Anacreonte, os poemas
das Anacreônticas têm um duplo valor: como poesia e como documentação da
imagem do poeta de Teos ao longo da antiguidade.