Sei sulla pagina 1di 24

O Plano Cruzado visto através das charges

Professora Lúcia Maria Siqueira de Olive ira1

RESUMO

O p re s e n t e t r a b a l h o é o re s u l t a d o d e p e s q u i s a re a l i z a d a d u r a n t e
o p ro j e t o P D E – P r o g r a m a d e D e s e n v o l v i m e n t o E d u c a c i o n a l ,
desenvolvido pela SEED-PR em p a rc e r i a com a UEL –
Universidade Estadual de Londrina. Objetiva subsidiar os
p ro f e s s o re s n a u t i l i z a ç ã o d e re c u r s o s i m a g é t i c o s n o e n s i n o d e
H i s t ó r i a , a t r a v é s d a l e i t u r a e i n t e r p re t a ç ã o d e c h a r g e s , u m
i n s t r u m e n t o q u e u t i l i z a o v e r b a l e o n ã o -v e r b a l n a a q u i s i ç ã o d e
sentidos e significados, analisando-a como pertencente a
categoria texto, evidenciando a viabilidade de seu uso no
p ro c e s s o d e l e i t u r a , i n t e r p re t a ç ã o e p ro d u ç ã o d e t e x t o e m s a l a
d e a u l a , v i s a n d o re s u l t a d o s m a i s s i g n i f i c a t i v o s n o p ro c e s s o d e
aquisição de conhecimentos por parte dos alunos. A charge,
pela sua característica humorística, atrai a atenção dos alunos
q u e , a o e s t u d á - l a , d e s e n v o l v e r ã o u m a v i s ã o c r í t i c a a re s p e i t o
do assunto que a charge aborda e, ao mesmo tempo, trabalhará
a linguagem de uma forma geral. Utilizar a charge em sala de
a u l a , é u m c o n v i t e a o m a i o r i n t e re s s e p o r p a r t e d o s a l u n o s e ,
portanto, sucesso tanto em a p re n d i z a g e m quanto em
socialização de conhecimentos.

Pa l a v r a s - C h a v e : H i s t ó r i a . P l a n o C r u z a d o . C h a r g e . L e i t u r a . Te x t o .

1
Professora da rede pública do Estado do Paraná na disciplina de História e Pedagogia. Pós-
graduada em História pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho
– Paraná e Especialização em Educação Patrimonial pela Universidade Estadual de Ponta
Grossa. Selecionada para participar da 1ª turma do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE.
Abstract

T h i s w o r k i s t h e re s u l t o f t h e re s e a rc h c o n d u c t e d d u r i n g t h e
p ro j e c t E D P - E d u c a t i o n a l D e v e l o p m e n t P r o g r a m , d e v e l o p e d b y
SEED-PR in partnership with UEL - State University of Londrina.
Objective to subsidize teachers in the use of the imaging
re s o u rc e s i n t h e t e a c h i n g o f H i s t o r y , t h r o u g h re a d i n g a n d
i n t e r p re t a t i o n o f c a r t o o n s , a n i n s t r u m e n t t h a t u s e s v e r b a l a n d
non-verbal in the acquisition senses and of meanings
Considering it as belonging to category text, demonstrating the
f e a s i b i l i t y o f i t s u s e i n t h e p ro c e s s o f re a d i n g , i n t e r p re t a t i o n
a n d t e x t p ro d u c t i o n i n t h e c l a s s r o o m , p o i n t i n g t h e m o s t
s i g n i f i c a n t re s u l t s i n t h e p r o c e s s o f a c q u i r i n g k n o w l e d g e f r o m
the students. The cartoons, by its characteristic humor, attract
the attention of the students that, studying it, will develop a
critical view about the subject that the cartoon shows and at
t h e s a m e t i m e , i t w i l l w o r k t h e l a n g u a g e i n a g e n e r a l w a y. U s i n g
t h e c h a r g e i n t h e c l a s s r o o m , i s a n i n v i t a t i o n t o g re a t e r i n t e re s t
a m o n g s t u d e n t s a n d t h e re f o re s u c c e s s f u l b o t h i n l e a r n i n g a n d i n
socialization of knowledge.

Ke y w o r d s : h i s t o r y. C ro s s e d P l a n . C a r t o o n . Re a d i n g . Te x t
INTRODUÇÃO

Este estudo parte de um trabalho que consistiu na


a p l i c a ç ã o d e l e i t u r a e i n t e r p re t a ç ã o d e c h a r g e s n a s a u l a s d e
H i s t ó r i a , e n t re o s a l u n o s d o t e rc e i ro a n o d o E n s i n o M é d i o , d o
C o l é g i o E s t a d u a l J ú l i a Wa n d e r l e y – E F M , J a b o t i - P R.
Considerando a grande atração que a charge suscita nos
jovens e também a diversidade de leituras que envolve seu
universo, entendemos que a charge é um instrumento que
utiliza a imagem para chamar a atenção do leitor e também não
deixa de utilizar a linguagem com p ro p ó s i t o s específicos e
intencionais, deixando de ser neutra.
Este trabalho foi re a l i z a d o no período re f e re n t e a um
t r i m e s t re . N o i n í c i o p re t e n d e u - s e f a z e r u m a s o n d a g e m s o b re o
q u e o s a l u n o s e n t e n d i a m s o b re c h a r g e . U t i l i z e i e m s a l a d e a u l a
d u a s c h a r g e s d i s t i n t a s . U m a s o b re u m a s s u n t o re c e n t e m u i t o
f a l a d o n a m í d i a . O e n v o l v i m e n t o d o j o g a d o r Ro n a l d o Fe n ô m e n o
com travestis, o que foi imediatamente identificado e
facilmente i n t e r p re t a d o pelos alunos. Pa r a l e l a m e n t e foi
colocada uma charge do p re s i d e n t e Lula puxando uma
tartaruga, como se ela fosse um c a c h o r ro – Os alunos
identificaram os personagens mas, não conseguiram associar a
i m a g e m a o s f a t o s . C o l e t i v a m e n t e f o m o s re v e n d o o s f a t o s o q u e
l e v o u a u m a i n t e r p re t a ç ã o c o r re t a d a i m a g e m . A p a r t i r d a í ,
f i c o u c l a ro q u e a c h a r g e t r á s u m a s i g n i f i c a ç ã o i m p l í c i t a e m s u a
i l u s t r a ç ã o e q u e é p re c i s o e s t a r p o r d e n t ro d o c o n t e x t o e m q u e
ela está inserida para que se possa fazer uma leitura adequada.
É i m p o r t a n t e re s s a l t a r q u e o p r o c e s s o d e l e i t u r a e n v o l v e
t rê s m o m e n t o s : d e c o d i f i c a ç ã o , c o m p re e n s ã o e i n t e r p re t a ç ã o . A
decodificação p re s s u p õ e a p re n d e r as c o r re s p o n d ê n c i a s que
existem e n t re os sons da linguagem e os signos que os
re p re s e n t a m o u o s s i n a i s n ã o l i n g ü í s t i c o s c o m o , p o r e xe m p l o , a s
i l u s t r a ç õ e s q u e a s c h a r g e s t r a z e m , e re s p e c t i v a s re f e rê n c i a s
que a elas devem ser incorporadas a partir do contexto, da
s i t u a ç ã o d i s c u r s i v a . Po r t a n t o , p a r a l e r n e c e s s i t a m o s , a l é m d e
manejar com agilidade as habilidades de decodificação, levar
a o t e x t o n o s s o s c o n h e c i m e n t o s . J á a c o m p re e n s ã o e n v o l v e a
construção de significado para o texto. Quanto mais
i n f o r m a ç õ e s p o s s u i r o a l u n o s o b re o t e x t o q u e v a i l e r , m a i s
f a c i l i d a d e t e r á e m c o n s t r u i r a s i n t e r p re t a ç õ e s p o s s í v e i s p a r a a
l e i t u r a d o t e x t o . Q u a n t o a i n t e r p re t a ç ã o , é n e c e s s á r i o f o r m u l a r
a l g u m a s q u e s t õ e s e re s p o n d ê - l a s .
Este trabalho busca, através desse tipo de leitura
desenvolver o leitor crítico capaz de ler não apenas o que está
explícito, mas também aquilo que não se explícita nas
e n t re l i n h a s d o t e x t o .
Após esse contato com a charge e sua significação ,
iniciou-se a explanação do assunto em questão, utilizando-se de
charges.
E m p r i m e i ro d e m a rç o d e 1 9 8 6 , o M i n i s t r o d a Fa z e n d a
D í l s o n Fu n a ro l a n ç o u o P l a n o C r u z a d o .
O Plano Cruzado teve efeito imediato de conter a Inflação
e aumentar o poder aquisitivo da população. O país foi tomado
p o r u m c l i m a d e e u f o r i a . M i l h a re s d e p e s s o a s p a s s a r a m a v i g i a r
o s p re ç o s n o c o m é rc i o e a d e n u n c i a r a s re m a rc a ç õ e s f e i t a s . S ã o
o s f i s c a i s d o S a r n e y.
D i a n t e d a s c o n s i d e r a ç õ e s a c i m a e re f l e t i n d o s o b re o P l a n o
C r u z a d o , f a re m o s u m e s t u d o s o b re a s s e g u i n t e s q u e s t õ e s : Po r
que foi lançado o Plano Cruzado? O Plano Cruzado deu certo?
Os estudos que compõem este trabalho para uma nova
re f l e x ã o d o s e f e i t o s ( p o s i t i v o s e n e g a t i v o s ) d e t a l P l a n o s o b re
todos os cidadãos b r a s i l e i ro s tentam re s p o n d e r a essas
questões.
Po d e m o s e n c o n t r a r , n a l i t e r a t u r a p e r t i n e n t e a o s m é t o d o s
alternativos do ensino de História, sugestões propondo o tema
Charge como documento histórico utilizável na prática
pedagógica no ensino fundamental e médio.
Entender o Plano Cruzado e os aspectos que o motivaram,
através das charges é o objetivo deste trabalho. As charges
aqui analisadas são as que compõem os livros: Plano Cruzado
Te m Q u e D a r C e r t o – v á r i o s a u t o re s .
Fo c a re m o s nosso trabalho nas charges publicadas nos
anos 1985 e 1986, no período em que José Sarney assume a
p re s i d ê n c i a a t é o f i m d o P l a n o C r u z a d o I .
Os períodos enfocados tratam de momentos de grandes
mudanças na história do poder político e econômico do país,
pois o v i c e - p re s i d e n t e assume a p re s i d ê n c i a da Re p ú b l i c a
m e s m o s e m o c a n d i d a t o e l e i t o p e l o v o t o i n d i re t o t o m a r p o s s e
pelo fato de ter falecido antes da mesma e pelo lançamento do
P l a n o C r u z a d o q u e p re t e n d i a l i q u i d a r c o m a i n f l a ç ã o d o p a í s .
P re s i d e n t e J o s é S a r n e y ( 1 9 8 5 – 1 9 8 9 ) p r i m e i r o g o v e r n a n t e
c i v i l d e p o i s d o Re g i m e M i l i t a r d e 1 9 6 4 . J o s é S a r n e y é e l e i t o
v i c e - p re s i d e n t e p e l o C o l é g i o E l e i t o r a l d a C h a p a e n c a b e ç a d a p o r
Ta n c re d o N e v e s q u e m o r re s e m t e r s i d o e m p o s s a d o .
S a r n e y a s s u m e a P re s i d ê n c i a e m 1 5 d e m a rç o d e 1 9 8 5 e
f i c a a t é 1 5 d e m a rç o d e 1 9 9 0 .
Ao início de 1986, vários f a t o re s contribuíram para a
c o n f i g u r a ç ã o d e u m a m b i e n t e n a c i o n a l t e n s o , e n t re o s q u a i s
d e s t a c a m - s e o s s e g u i n t e s : a ) a p a r t i r d e n o v e m b ro d e 1 9 8 5 , a
inflação alcançou índices alarmantes atingindo 17,8% em
j a n e i ro e 2 2 , 4 % e m f e v e re i ro ; b ) o g o v e r n o n ã o i n d i c a v a p o s s u i r
re s p o s t a a o re c r u d e s c i m e n t o i n f l a c i o n á r i o ; c ) s u c e s s i v a s g re v e s
v i n h a m e c l o d i n d o , e m u m a f re q ü ê n c i a à q u a l a p o p u l a ç ã o n ã o
e s t a v a m a i s a c o s t u m a d a . Po r o u t ro l a d o , a e x p a n s ã o e c o n ô m i c a
n ã o v i n h a d i s s i p a n d o o s e n t i m e n t o d e s f a v o r á v e l e m re l a ç ã o a o
f u t u ro i m e d i a t o , p a i r a n d o o t e m o r d e o c re s c i m e n t o v i r a s e r
abatido pela inflação.
Sob esse c o m p l e xo cenário, foi anunciado, em 28 de
f e v e re i r o d e 1 9 8 6 , o c o n j u n t o d e m e d i d a s c o n h e c i d o c o m o P l a n o
Cruzado. Inflação zero passa a ser a meta. O plano baseava-se
na neutralização do fator i n e rc i a l de inflação (desequilíbrio
m o n e t á r i o q u e l e v a a a l t a g e r a l d e p re ç o s e a re d u ç ã o d o p o d e r
a q u i s i t i v o d o d i n h e i ro ) , a s s o c i a d a a o c o n g e l a m e n t o d e p re ç o s e
salários.
N o v a m o e d a f o i i n s t i t u í d a , o c r u z a d o , c u j a d i f e re n ç a e m
re l a ç ã o à a n t i g a n ã o s e r i a a p e n a s o f a t o d e e q u i v a l e r a 1 0 0 0
c r u z e i ro s , m a s t a m b é m o d e p e r s o n i f i c a r u m a e c o n o m i a e s t á v e l
onde a moeda não se deterioraria.

O USO DA CHARGE COMO DOCUMENTO


HISTÓRICO

Atualmente, a p re o c u p a ç ã o com a importância do


conhecimento histórico na formação intelectual do aluno faz
com que um dos objetivos fundamentais do ensino seja
d e s e n v o l v e r a c o m p re e n s ã o h i s t ó r i c a d a re a l i d a d e s o c i a l . A s s i m ,
c o m p re e n d e r a h i s t ó r i a c o m b a s e n o s p r o c e d i m e n t o s h i s t ó r i c o s
t o r n o u - s e u m d o s p r i n c i p a i s d e s a f i o s e n f re n t a d o s p e l o p r o f e s s o r
no cotidiano de sala de aula. Esse desafio é um passo
i n t e re s s a n t e n a c o n s t r u ç ã o d e u m a p r á t i c a d e e n s i n o re f l e x i v a e
dinâmica, podendo -se afirmar que ensinar História é fazer o
a l u n o c o m p re e n d e r e e x p l i c a r , h i s t o r i c a m e n t e , a re a l i d a d e e m
q u e v i v e . A c h a r g e re v e l a - s e c o m o u m t r a ç o d a h i s t ó r i a , n a
m e d i d a e m q u e c a p t a o o c o r re r d o p r o c e s s o n o s e u a c o n t e c e r.
Sintetiza o fato re g i s t r a n d o de forma astuciosa e sagaz a
imagem do seu tempo, legando às futuras gerações o modo de
v e r- s e n t i r- p e n s a r- a g i r de uma época que o tempo modifica.
Re g i s t r a - s e c o m o n u m i n s t a n t â n e o a v i s ã o p o p u l a r p e r a n t e u m
f a t o , u m d a d o a s p e c t o d o c o n t e x t o s o c i o p o l í t i c o : re g i s t r a a
confluência de ideologias vigentes indiciando uma sociedade
q u e s e v ê , q u e re f l e t e e i n d a g a s o b re s i p r ó p r i a . Tr a z à l u z
a s p e c t o s re l e v a n t e s d o c o t i d i a n o c o n d e n s a n d o - o s n u m a ú n i c a
c o n f i g u r a ç ã o – i m a g e m d e i m p a c t o – c a p t a n d o o re a l n a s u a
dinamicidade
Esse ensino da história p re s s u p õ e , fundamentalmente,
que se tome a experiência do aluno como ponto de partida para
o trabalho com os conteúdos, pois é importante que também o
aluno se identifique como sujeito da História e da produção do
conhecimento histórico. (Schimidt & Cainelli, 2005, p. 49-50).
Com o desenvolvimento e a expansão de novas linguagens
culturais, como a fotografia, o cinema, a televisão e a
i n f o r m á t i c a o s p ro f e s s o re s t i v e r a m q u e s e a d e q u a r a s n o v a s
linguagens e incorporá-las em seu dia-a-dia em sala de aula. É
p re c i s o considerar que, mesmo em países com re g i m e s
d e m o c r á t i c o s , e m q u e a e d u c a ç ã o é u m d i re i t o e a i m p re n s a é
l i v re , ainda estamos sujeito às manipulações políticas e
ideológicas e, como a mídia ocupa um papel importante na
formação da opinião pública, cabe "também" a escola o papel
de promover a consciência crítica dos alunos diante dos
acontecimentos políticos e sociais noticiados na mídia. No
ensino de História o uso de imagens, tornou-se parte do
c o t i d i a n o e s c o l a r.
O s t e x t o s d o s l i v ro s , m u i t a s v e z e s c o n s i d e r a d o s p o u c o
m o t i v a d o re s p a r a o s a l u n o s q u e c a d a v e z m a i s s e i n f o r m a m p o r
i m a g e n s d a m í d i a , p o d e m re f e re n c i a r u m a o u t r a re l a ç ã o e n t re
texto e imagem. A imagem não pode ser utilizada como uma
s i m p l e s i l u s t r a ç ã o d o c o n t e ú d o o u re f o rç a r u m t e x t o e s c r i t o o u
a fala do p r o f e s s o r. É necessário também, levar em
consideração que a n a t u re z a do documento imagético é
d i f e re n t e da do documento escrito. São informações de
n a t u re z a d i f e re n t e , a s s i m c o m o s ã o d i f e re n t e s o s p r o c e s s o s
cognitivos colocados em jogo nos dois casos. O que o aluno
a p re n d e e c o m o e l e a p re n d e a t r a v é s d o d o c u m e n t o a u d i o v i s u a l
i m p l i c a l e v a r e m c o n s i d e r a ç ã o t rê s d a d o s : a q u i l o q u e t r a t a o
d o c u m e n t o ; o q u e o a l u n o d o m i n a e o q u e e l e re p re s e n t a n o
c o n t e x t o d i d á t i c o . ( J a c q u i n o t , 1 9 9 2 , p . 7 2 ) . Fa z e r o s a l u n o s
re f l e t i re m s o b re a s i m a g e n s q u e l h e s s ã o p o s t a s d i a n t e d o s
o l h o s é u m a d a s t a re f a s d a e s c o l a e c a b e a o p r o f e s s o r c r i a r
essas oportunidades. A multiplicação das tecnologias de
p ro d u ç ã o e distribuição de imagens fez com que as
re p re s e n t a ç õ e s visuais adquirissem enorme visibilidade e
importância na sociedade contemporânea. O avanço da
t e c n o l o g i a p e r m i t i u o s u r g i m e n t o d e n o v o s g ê n e ro s t e x t u a i s , a
a d a p t a ç ã o d e a l g u n s e a e v o l u ç ã o d e m u i t o s o u t ro s . A c h a r g e ,
q u e s e f a z p re s e n t e d e s d e o i n í c i o d o s é c u l o X I X , é u m g ê n e r o
textual fértil em intertextualidade, pois permite ao leitor fazer
i n f e rê n c i a s e n t re o d i t o e o n ã o - d i t o n o t e x t o .
A s i m a g e n s s ã o u s a d a s c o m o p ro c e s s o s d e re p re s e n t a ç ã o
e m e d i a ç ã o e n t re o h o m e m e o m u n d o , s e n d o u t i l i z a d a s p a r a a
f o r m a ç ã o d e o p i n i ã o p ú b l i c a , c o m o c o m p ro v a ç ã o d e f a t o s e p a r a
difusão ideológica.
O uso da imagem como documento histórico com os
a l u n o s d a E d u c a ç ã o B á s i c a é u m i m p o r t a n t e re c u r s o p a r a a
organização dos conceitos históricos.
A simpatia dos alunos para com os textos visuais é
inevitável, e a charge faz parte desse universo visual que os
rodeia. O trabalho com charge em sala de aula possibilita o
desenvolvimento da oralidade, dá oportunidade para o aluno
e x p re s s a r o seu pensamento, instiga a curiosidade e
c o l e t i v a m e n t e p ro d u z a i n t e r p re t a ç ã o o r a l d o t e x t o . O g ê n e ro
charge articula harmoniosamente as duas linguagens – a verbal
e a n ã o -v e r b a l . E l a d e m o n s t r a q u e o s e n t i d o d e l e é c o n s t r u í d o
n a o s c i l a ç ã o e n t re o j á - d i t o e o n ã o - d i t o . P ro p õ e - s e u s a r e s s e
sentido na sala de aula, como opção viável para o ensino da
l e i t u r a e d a i n t e r p re t a ç ã o d e t e x t o n o e n s i n o d e H i s t ó r i a .
A charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade
satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento
atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de
origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do
caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. A charge é
u m g ê n e ro q u e l i d a c o m o re p e r t ó r i o d i s p o n í v e l n a s p r á t i c a s
s ó c i o - c u l t u r a i s e i m e d i a t a s l i g a n d o - s e s e m p re a o m o d o c o m o
u m d e t e r m i n a d o g r u p o v ê o o u t ro . N a s u a f o r m a a t u a l , a c h a r g e
mantém viva as tradições e x p re s s i v a s que a compuseram
h i s t o r i c a m e n t e , d e f i n i n d o - s e p e l a a p ro p r i a ç ã o e re a t u a l i z a ç ã o
de d i f e re n t e s linguagens: a pictórica e a teatral. O humor
g r á f i c o p re s e n t e n a c h a r g e s e d á p e l a r a p i d e z , p e l o e x a g e r o d o s
traços e pela síntese dos fatos, mostrando além da imagem, do
alvo que p re t e n d e atingir, uma crítica à re a l i d a d e política.
A p re s e n t a julgamentos e c o m p re e n s õ e s que influenciam na
opinião do leitor, estabelecendo uma cumplicidade cotidiana
e n t re a u t o r e l e i t o r n u m m e s m o c o n t e x t o s o c i a l . A c o m p re e n s ã o
construída a partir desse plano interindividual passa para o
p l a n o i n t r a i n d i v i d u a l , f o r n e c e n d o a s b a s e s p a r a a c o m p re e n s ã o .
C a r i c a t u r a é o d e s e n h o q u e e x a g e r a p ro p o s i t a d a m e n t e a s
c a r a c t e r í s t i c a s m a rc a n t e s d e u m i n d i v í d u o .
O t e x t o h i s t ó r i c o p re c i s a s e r u m re c u r s o q u e d e s p e r t e a
c u r i o s i d a d e n o a l u n o . A l g o e m q u e e l e e n c o n t re s e n t i d o s , q u e
chame a sua atenção. A charge, pode cumprir essa função.
Po i s , m a i s d o q u e u m s i m p l e s d e s e n h o , a c h a r g e é u m a c r í t i c a
político-social onde o artista e x p re s s a g r a f i c a m e n t e s u a v i s ã o
s o b re d e t e r m i n a d a s s i t u a ç õ e s c o t i d i a n a s a t r a v é s d o h u m o r e d a
s á t i r a . H u m o r d o l a t i m h u m o re é u m a f o r m a d e e n t re t e n i m e n t o
e de comunicação humana, para fazer com que as pessoas riam
e se sintam felizes. As origens da palavra humor assentam-se
n a m e d i c i n a h u m o r a l d o s a n t i g o s g re g o s , q u e é u m a m i s t u r a d e
f l u í d o s , o u h u m o re s , c o n t ro l a d o s p e l a s a ú d e e e m o ç ã o h u m a n o s .
O significado vem do termo g re g o eutimia, que significa
equilíbrio do humor (eu = normal e timo = humor).
Sátira é uma técnica literária ou artística que ridiculariza
um determinado tema (indivíduos, organizações, estados),
geralmente como forma de intervenção política ou outra, com o
o b j e t i v o d e p ro v o c a r o u e v i t a r m u d a n ç a .
U m a d a s c a r a c t e r í s t i c a s d a s á t i r a é a i r re v e rê n c i a . O q u e
c a r a c t e r i z a a i r re v e rê n c i a s a t í r i c a é o s e u c a r á t e r d e n u n c i a d o r e
m o r a l i z a d o r. D e f a t o , o o b j e t i v o d a s á t i r a é a t a c a r o s m a l e s d a
s o c i e d a d e , o q u e d e u o r i g e m à e x p re s s ã o l a t i n a “ c a s t i g a r o s
c o s t u m e s p e l o r i s o” . A s á t i r a r i d e a s s u n t o s e p e s s o a s s é r i a s ,
p a r a d e n u n c i a r o q u e h á d e p o d re p o r t r á s d a f a c h a d a n o b re
impingida à sociedade. O riso provém do humor e, por isso
m e s m o , s e r á a l e g r i a e re f l e x ã o . S e r á , p o i s , c o m o i n s t r u m e n t o
“ s é r i o” , j á q u e re v e l a d o r , q u e o r i s o e o h u m o r p e r s i s t i r ã o n a s
charges, numa forma de defesa, sendo uma afirmação que nega
e uma negação que afirma. O riso, afirma Bergson (1938, p.
1 2 3 ) , “ é a n t e s d e m a i s n a d a u m a c o r re ç ã o” , m a s é t a m b é m u m a
“ a n e s t e s i a n o c o r a ç ã o : p ro d u z a d i v e r s ã o , p r o d u z a re f l e x ã o” .
Riso que nasce a partir da constatação das contradições
arraigadas no contexto sociopolítico e, portanto, cifrado nos
seus interstícios como possibilidade de vir à tona. Enquanto
possibilidade, está embutido nas malhas do i n t e r p re t a n t e
i m e d i a t o à e s p re i t a d o re s g a t e p e l o i n t e r p re t a n t e d i n â m i c o q u e
e f e t i v a m e n t e s e t r a d u z n u m a a ç ã o c o n c re t a e m re s p o s t a a o
signo.
S e n d o o r i s o s a t í r i c o e m g e r a l e x t re m a m e n t e s a rc á s t i c o , o
g ro t e s c o é u m d o s p r o c e d i m e n t o s f a v o r i t o s d o s a t i r i s t a , q u e
costuma mostrar a deformação g ro t e s c a do corpo do
personagem satirizado como uma alegoria dos seus defeitos
morais.
Pa r a entender uma charge não p re c i s a ser
n e c e s s a r i a m e n t e u m a p e s s o a c u l t a , b a s t a e s t a r p o r d e n t ro d o
q u e a c o n t e c e a o s e u re d o r. A s i m a g e n s , e m e s p e c i a l a c h a r g e ,
d e v e m s e r a n a l i s a d a s c o m o d o c u m e n t o s h i s t ó r i c o s p o r t a d o re s
de significados sociais. A leitura adequada da imagem por
p ro f e s s o re s e a l u n o s , p e r m i t e c o n h e c e r e l e m e n t o s i m p l í c i t o s e
e x p l í c i t o s re l a c i o n a n d o - o s a o c o n t e ú d o e s t u d a d o .
A linguagem verbal é um código que utiliza palavras
faladas ou escritas. O tipo de linguagem, cujo código não é a
palavra, denomina-se linguagem n ã o -v e r b a l , isto é, usam-se
o u t ro s códigos (o desenho, a dança, os sons, os gestos, a
e x p re s s ã o f i s i o n ô m i c a , a s c o re s ) . O n ã o -v e r b a l , c a d a v e z m a i s ,
compartilha o espaço do verbal não só na mídia, como em todos
o s s e t o re s d a c o m u n i c a ç ã o , f e i t a p a r a g r a n d e s p ú b l i c o s e d e s s a
f o r m a , c re s c e a f a m i l i a r i d a d e d e s s e a r t i f í c i o n a s e s c o l a s , j á q u e
atinge um grande número de pessoas. A mídia moderna
descobriu que o que se pode dizer por meio de imagens não
deve ser dito por meio de palavras. Aliás, as palavras que
t e n t a m d e s c re v e r u m a i m a g e m , j a m a i s c o n s e g u e m e s g o t á - l a p o r
completo. Sendo assim o trabalho com a charge não é só um
meio pedagógico para o ensino da História, mas também é um
m e i o d e i n t e g r a ç ã o c o m d i v e r s a s f o n t e s d e c u l t u r a e f a t o re s
atuais.Quando se fala em texto ou linguagem, normalmente se
pensa em texto e linguagens verbais, ou seja, naquela
c a p a c i d a d e h u m a n a l i g a d a a o p e n s a m e n t o q u e s e c o n c re t i z a
numa determinada língua e se manifesta por palavras. A língua
é um código. O código é um conjunto de sinais utilizados para a
transmissão de mensagens. O código pode ser verbal quando
utilizamos a palavra escrita ou falada e não-verbal quando não
u s a m o s a p a l a v r a , m a s g e s t o s , i m a g e n s , e t c . Ta n t o a l i n g u a g e m
v e r b a l q u a n t o a s l i n g u a g e n s n ã o - v e r b a i s e x p re s s a m s e n t i d o s e ,
p a r a i s s o , u t i l i z a m - s e d e s i g n o s , c o m a d i f e re n ç a d e q u e , n a
primeira, os signos são constituídos dos sons da língua
(desenho, homem, balão), ao passo que nas outras exploram-se
o u t ro s s i g n o s , c o m o a s f o r m a s , g e s t o s , s o n s , e t c . O t e x t o n ã o -
v e r b a l n ã o é u m a c ó p i a f i e l d a re a l i d a d e , o p r o d u t o r d o t e x t o
n ã o - v e r b a l , re c r i a e t r a n s f o r m a a re a l i d a d e s e g u n d o s u a p r ó p r i a
c o n c e p ç ã o . C o n s i d e r a n d o q u e o s s i g n o s e s t e j a m p re s e n t e s e m
textos verbais e não verbais, o processo de análise semiótica é
i g u a l p a r a a s c h a r g e s e o s t e x t o s v e r b a i s . P re c i s a m o s v e r e l e r
muito além do que salta aos nossos olhos. O trabalho com o não
verbal que se p ro p õ e neste estudo, tem a p re o c u p a ç ã o de
a u x i l i a r n a p r á t i c a d o c e n t e e d i s c e n t e d e p ro d u ç ã o e i n c e n t i v o a
f o r m a ç ã o d e l e i t o re s c r í t i c o s . S a b e m o s q u e a l e i t u r a d a c h a r g e
em sala de aula, trará benefícios e incentivará no aluno o
h á b i t o d e l e r / e s c re v e r , a l é m d e d e s e n v o l v e r o s e n s o c r í t i c o e m
re l a ç ã o a o m u n d o q u e o c e rc a .

A EXPERIÊNCIA COM CHARGE EM SALA


DE AULA

A p ó s v á r i o s m e s e s d e e s t u d o s p r o p o rc i o n a d o s p e l o PDE
s o b re a l e i t u r a d e i m a g e n s , n o c a s o e s p e c í f i c o d e s t e t r a b a l h o –
C h a r g e , re f l e t i o q u a n t o d e m a t e r i a l c h á r g i c o f o i p r o d u z i d o a o
longo da historia até os dias atuais e como isso poderia
beneficiar p r o f e s s o re s e alunos na prática de uma História
i n t e r a t i v a , c o n t e x t u a l i z a d a e i n t e r d i s c i p l i n a r.
D e s c re v e re i o s p ro c e d i m e n t o s q u e f o r a m u t i l i z a d o s e m
sala de aula para análise das charges.
A p ó s f e i t a u m a s o n d a g e m c o m o s a l u n o s s o b re o q u e
e n t e n d i a m s o b re c h a r g e , c o m o f o i d e s c r i t o n a i n t r o d u ç ã o d e s s e
trabalho, passamos para outra etapa.
S o l i c i t a d o p re v i a m e n t e p a r a q u e o s a l u n o s t ro u xe s s e m
uma charge para a sala de aula, que poderia ser de jornal,
re v i s t a s , i n t e r n e t , e n t re o u t r o s , p a s s a m o s a f a z e r à a n á l i s e .
Não poderíamos deixar de citar os risos e os comentários que
as charges despertaram nos alunos pois havia uma completa
i n t e r a ç ã o e n t re o s m e s m o . O s a l u n o s a n a l i s a r a m s e g u i n d o a s
seguintes questões:

1) Quem é o autor?
2 ) É u m a s s u n t o o u f a t o re c e n t e ?
3) Quem são os personagens caracterizados?
4 ) Q u a l o l u g a r re p re s e n t a d o n a c h a r g e ?
5 ) O q u e o c h a r g i s t a q u e r i a i ro n i z a r ?
6) O que vocês entenderam?

To d o s o s a l u n o s a c e r t a r a m a q u e s t ã o 1 . A q u e s t ã o 2 n ã o
f o i b e m i n t e r p re t a d a p o r 6 a l u n o s q u e n ã o s a b i a m o f a t o q u e
estava acontecendo. Na questão 3, 6 alunos não sabiam quem
eram os personagens. Na questão 4, 10 alunos não sabiam
re s p o n d e r o l o c a l re p re s e n t a d o n a c h a r g e . N a q u e s t ã o 5 , t o d o s
o s a l u n o s re s p o n d e r a m m a s a p e n a s 9 a c e r t a r a m . N a q u e s t ã o 6 ,
4 alunos e s c re v e r a m não sei, 10 alunos e s c re v e r a m o que
entenderam colocando muito da sua experiência no dia a dia, 6
a l u n o s e s c re v e r a m a d e q u a d a m e n t e .
A partir dessa verificação foi p ro p o s t o atividades que
possibilitaram aos alunos a re f l e x ã o crítica dos fatos da
atualidade político – social – brasileiro.
A p ó s re a l i z a d o e s s e c o n t a t o d o s a l u n o s c o m a c h a r g e ,
iniciou-se o conteúdo Plano Cruzado seguindo as análises das
c h a r g e s a s e g u i r.
O livro PLANO CRUZADO TEM QUE DAR C E RT O re t r a t a
através de charges o início do Plano e toda movimentação
p o l í t i c o , s o c i a l e e c o n ô m i c a e m re l a ç ã o a o m e s m o . O q u e v e m o s
é u m a p r o p o s t a d i v e r t i d a q u e t o rc e p a r a q u e o P l a n o E c o n ô m i c o
dê certo. Ri-se do e com o Plano cruzado; não contra.

Figura 1.
V E N T U RA , p re f á c i o d e : Z u e n i r ; e t a l . [ . . . ] . P l a n o C r u z a d o : Te m
que dar certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. p.6.

Esta charge é de 1985 e mostra a situação de miséria em


que se encontra o cidadão que esta magro, abatido,
desanimado, com a barba e o cabelo por fazer, ro u p a
esfarrapada. A casa está velha e em cima da mesa vemos um
garfo e faca mas não vemos comida.
O re c e n s e a d o r q u e e s t á b e m v e s t i d o e c o m b o a a p a rê n c i a
chega e m s u a c a s a e f a l a q u e é u m a p e s q u i s a : O s r. p re f e re
d e b a t e n a T V o u s h o w n a T V ? O c i d a d ã o d i z : E u p re f i ro c o m i d a
n a g e l a d e i r a . O q u e d e i x a c l a ro a s i t u a ç ã o d e m i s é r i a e m q u e
se encontrava grande parte da população brasileira.

Figura 2.
V E N T U RA , p re f á c i o d e : Z u e n i r ; e t a l . [ . . . ] . P l a n o C r u z a d o : Te m
que dar certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. p.7.

A c h a r g e p r o p õ e u m a m e t á f o r a e n t re o c a m i n h ã o g r a n d e
q u e re p re s e n t a a i n f l a ç ã o e u m c a r r o p e q u e n o q u e re p re s e n t a o
s a l á r i o m í n i m o . Pa r a q u e o l e i t o r e n t e n d a o s e n t i d o d o t e x t o f o i
colocado as legendas inflação e salário mínimo. São elas que
n o s l e v a m à i n t e r p re t a ç ã o d o t e x t o . A e x p re s s ã o n o r o s t o d o
motorista demonstra a irritação do trabalhador assalariado e a
s u a f a l a : p a s s a p o r c i m a ! É a e x p re s s ã o c o t i d i a n a d o p o v o
b r a s i l e i ro q u e t e n t a s o b re v i v e r c o m o s a l á r i o m í n i m o .

A s c h a r g e s d o l i v r o B RA S I L E I RA S & B RA S I L E I R O S -
f o r a m t o d a s c r i a d a s p o r I Q U E . O a u t o r f a z u m a re t r o s p e c t i v a d e
quatro anos de história do país: 1985/1986. Neste trabalho
a n a l i s a re m o s a s c h a r g e s c o m p re e n d i d a s e n t re o s a n o s 1 9 8 5 e
1986. A eleição de Ta n c re d o que nos d e i xo u de herança o
S a r n e y. E a s s i m s u r g i r a m o b i g o d e , o P l a n o C r u z a d o . . .

Figura 3.
I Q U E . B r a s i l e i r a s & B r a s i l e i ro s . R i o d e J a n e i r o : L u m i a r , 1 9 9 0 .
p.11.

Nesta charge a p a re c e Ta n c re d o Neves dominando o


m u n d o . E s t á c o m a f a i x a p re s i d e n c i a l pois derrotou o candidato
Pa u l o M a l u f n a s e l e i ç õ e s p re s i d e n c i a i s d e 1 9 8 5 . Fo i o p r i m e i r o
p re s i d e n t e eleito i n d i re t a m e n t e após a queda da ditadura
m i l i t a r. Tr a j a n d o ro u p a d e j o g a d o r d e futebol , o mundo é uma
b o l a q u e c a i r á a s e u s p é s . A e x p re s s ã o e m s e u s o l h o s e s u a
b o c a é a d e u m a p e s s o a q u e c o n s e g u i u o q u e p re t e n d i a . E s t á
flutuando... os p é s v e s t i d o s c o m c h u t e i r a s t e m o s c a l c a n h a re s
l e v a n t a d o s e o c o r p o e s t á t o m b a d o p a r a f re n t e , o ro s t o e s t á
virado para o lado porque o mundo está flutuando na altura
de seus ombros.

Figura 4.
I Q U E . B r a s i l e i r a s & B r a s i l e i ro s . R i o d e J a n e i r o : L u m i a r , 1 9 9 0 . p .
12.

Na charge publicada em 19 de m a rç o , Sarney está


a p o i a n d o e m s u a s c o s t a s o e n f e r m o Ta n c re d o q u e s e g u r a o
p a p e l d o d i s c u r s o p re s i d e n c i a l , e s t á v e s t i d o d e b r a n c o , c o m
touca com uma cruz o que evidencia que está em um hospital a
e x p re s s ã o é melancólica, já Sarney está usando terno e
gravata, sorrindo e com os óculos lê o discurso de posse.

Figura 5.
V E N T U RA , p re f á c i o d e : Z u e n i r ; e t a l . [ . . . ] . P l a n o C r u z a d o : Te m
que dar certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. p.23.

N e s t a c h a r g e a i n f l a ç ã o é m e t a f o r i c a m e n t e a p re s e n t a d a
c o m o u m d r a g ã o . O P l a n o C r u z a d o p a s s a a s e r a p re s e n t a d o
como um "cruzado"o cavaleiro andante que, durante a Idade
Média, lutava em defesa das terras santas. O ministro da
f a z e n d a D i l s o n Fu n a r o é re p re s e n t a d o c o m o o p r ó p r i o c a v a l e i ro
andante que lutava para combater os infiéis.
U m a o u t r a i n t e r p re t a ç ã o t a m b é m p o d e s e r f e i t a e q u e
e s t á m a i s p r óx i m a d o s e n s o c o m u m . Fu n a r o s e r i a S ã o J o r g e ,
v e r d a d e i ro g u e r re i ro d a f é . S ã o J o r g e v e n c e u c o n t r a s a t a n á s
terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele
montado em um cavalo branco, vencendo um grande dragão.

Figura 6.
V E N T U RA , p re f á c i o d e : Z u e n i r ; e t a l . [ . . . ] . P l a n o C r u z a d o : Te m
que dar certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. p.62.

O P l a n o C r u z a d o c o n g e l a p re ç o s e s a l á r i o s é o q u e m o s t r a
e s t a c h a r g e e m q u e o p re s i d e n t e S a r n e y e s t á f a z e n d o m u i t o
e s f o rç o p a r a t r a n c a r o m a p a d o B r a s i l d e n t r o d a g e l a d e i r a . I s t o
f i c a v i s í v e l n a e x p re s s ã o d e s e u r o s t o , n a p o s i ç ã o d o s e u c o r p o
e pelas gotas de suor que caem do seu rosto. Está é uma
m a n e i r a d e c o n g e l a r o s p re ç o s e s a l á r i o s e m t o d o o B r a s i l . O
p i n g ü i m e m c i m a d a g e l a d e i r a f a c i l i t a a i n t e r p re t a ç ã o .

Figura 7.
V E N T U RA , p re f á c i o d e : Z u e n i r ; e t a l . [ . . . ] . P l a n o C r u z a d o : Te m
que dar certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. p.38.

As donas-de-casa tiveram participação ativa no início do


P l a n o c r u z a d o . Pa s s a r a m a f i s c a l i z a r o s p re ç o s e a c o b r a r d o s
estabelecimentos c o m e rc i a i s o cumprimento da tabela de
p re ç o s . Quando encontravam alguma i r re g u l a r i d a d e
d e n u n c i a v a m o s i n f r a t o re s . É o q u e m o s t r a e s t a c h a r g e e m q u e
f o i u s a d a u m a f o t o d o p re s i d e n t e q u e e s t á v e s t i d o t i p i c a m e n t e
como uma dona de casa: lenço na cabeça e uma caneta atrás
d a o re l h a p a r a a n o t a r o s p re ç o s , c a r re g a u m a s a c o l a n o b r a ç o
o n d e t e m u m a t a b e l a d e n t ro , v e s t i d o d e f l o r z i n h a s c o m b o t õ e s
e c h i n e l o s . O b i g o d e d o p re s i d e n t e l e v a - n o s a u m a i d e n t i f i c a ç ã o
rápida do personagem.

Figura 8.
V E N T U RA , p re f á c i o d e : Z u e n i r ; e t a l . [ . . . ] . P l a n o C r u z a d o : Te m
que dar certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. p.74.

O O s c a r é o m a i s f a m o s o e c o b i ç a d o t ro f é u d o m u n d o d o
c i n e m a q u e é e n t re g u e a o s q u e m a i s s e d e s t a c a r a m d u r a n t e o
ano. Esse é o tema dessa charge em que a p a re c e m os 3
principais i d e a l i z a d o re s do Plano Cruzado. O m i n i s t ro do
p l a n e j a m e n t o J o ã o S a a d g a n h a n a c a t e g o r i a d e m e l h o r ro t e i r o -
f o i u m d o s i d e a l i z a d o re s d o P l a n o . N a c a t e g o r i a d e m e l h o r a t o r
o m i n i s t ro d a f a z e n d a D i l s o n Fu n a ro g a n h a o t ro f é u - c o u b e a
ele re p re s e n t a r , i n t e r p re t a r o Plano. O p re s i d e n t e Sarney
g a n h a n a c a t e g o r i a d e m e l h o r d i re t o r – p o i s f o i e l e q u e m d i r i g i u
o Plano.

Figura 9.
V E N T U RA , p re f á c i o d e : Z u e n i r ; e t a l . [ . . . ] . P l a n o C r u z a d o : Te m
que dar certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. p.11.

Esta charge re p re s e n t a as vitórias brasileiras nos


primeiros meses de 1986:- O Pa c o t e econômico que estava
dando certo tendo nele o cifrão do cruzado.- A estatueta do
O s c a r re p re s e n t a n d o a v i t ó r i a d o s p r i n c i p a i s i d e a l i z a d o re s d o
P l a n o . - A t a ç a d o G P d o B r a s i l , re a l i z a d a e m J a c a re p a g u á o n d e o
p i l o t o b r a s i l e i ro N e l s o n Pi q u e t d a W i l l i a n s - H o n d a f o i o v e n c e d o r.
O p re s i d e n t e Sarney com punho cerrado e e x p re s s ã o
i n c e n t i v a d o r a a o t e l e f o n e d i z : - Va m o s l á , Te l ê . S ó f a l t a v o c ê !
Está legenda é necessária para que o l e i t o r c o m p re e n d a o
texto. Estava faltando a vitória da seleção brasileira no Méxic o
para completar as vitórias brasileiras e a taça da copa do
m u n d o i r i a s o m a r- s e a o s d e m a i s t r o f é u s . A s e l e ç ã o b r a s i l e i r a
voltou mais cedo para casa, eliminada , nos pênaltis, pela
Fr a n ç a , n a s q u a r t a - d e f i n a l .

Figura 10.
I Q U E . B r a s i l e i r a s & B r a s i l e i ro s . R i o d e J a n e i r o : L u m i a r , 1 9 9 0 . p .
33.

U m p re s i d e n t e b o i a d e i r o é o q u e v e m o s n e s t a c h a r g e d e
1 9 d e s e t e m b ro . O p ro l o n g a d o s u m i ç o d a c a r n e d o s p r a t o s
b r a s i l e i ro s , acentua ainda mais a crise de abastecimento
e n f re n t a d o p e l o P l a n o C r u z a d o . M o n t a d o e m u m c a v a l o p re t o ,
vai aos pastos pegar a laço os bois que estão confinados nas
fazendas.
Em o u t ro momento, foi re a l i z a d o com os alunos uma
oficina de confecção de charge.
Primeiramente os alunos manusearam vários l i v ro s de
c h a r g e s d e a u t o re s c o m o : I q u e , Pa u l o C a r u s o , C h i c o C a r u s o ,
A ro e i r a , Re i n a l d o , NANI. E jornais com charges de Sassá e
Pa i x ã o .
Pa r a a c o n f e c ç ã o d e c h a r g e f o i u t i l i z a d o o t e x t o – D i c a s
p a r a s e c o n f e c c i o n a r u m a c h a r g e , p u b l i c a d o n o j o r n a l A Tr i b u n a
de Santos, em 18 de agosto de 2003.
C o m o a u x i l i o d e u m m o n i t o r p e d a g ó g i c o ( T V Pe n D r i v e )
foram analisadas charges p ro d u z i d a s a partir de temas de
filmes, fábulas, contos de fadas, cujo o conteúdo era a
somatória de humor, ironia, e crítica.
Após isso, confeccionaram charges.
Pa r a i l u s t r a r o a s s u n t o a q u i t r a t a d o p o s t a re m o s , a l g u m a s
charges confeccionadas pelos alunos.
Figura 1. Inflação comendo o salário.

F i g u r a 2 . Po u p a n ç a .
Figura 3. Pinóquio.

F i g u r a 4 . C o n g e l a m e n t o d e p re ç o s .
F i g u r a 5 . S a r n e y.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A leitura é um processo complexo que envolve não apenas


a palavra, mas a imagem e os aspectos mais diversos do
m u n d o . A p e s a r d e f a z e r p a r t e d o c o t i d i a n o e m e re c e r m e n ç ã o
e m d o c u m e n t o s i n s t i t u c i o n a i s s o b re e d u c a ç ã o .
Isso significa que, para desenvolver o potencial leitor dos
alunos, o professor necessita investir numa re f l e x ã o e
a p e r f e i ç o a m e n t o d e s e u p ró p r i o p ro c e s s o d e l e i t u r a . A l é m d a
demanda de investimento nos estudos coletivos nas escolas,
também é desejável, pois, o trabalho num nível de formação
c o n t i n u a d a q u e f a v o re ç a o c o n t a t o c o m t e o r i a , m e t o d o l o g i a e
p r á t i c a s l e i t o r a s p o r p a r t e d o s p r o f e s s o re s .
Sabemos que o desenvolvimento da capacidade leitora de
imagens é processo árduo, que exige prática e sólidas bases
teóricas.
A intimidade com a informação imagética depende de
a t i t u d e c u r i o s a , c r í t i c a e p e r s e v e r a n t e . Pa r a i s s o , a o u s o d a
i m a g e m e m a u l a , d e v e a n t e c e d e r u m a d e t a l h a d a p e s q u i s a s o b re
a sua autoria, informações técnicas de produção, para que
público e uso se destinam e em qual contexto foi criada, além
da leitura dos elementos formais e simbólicos que a constituem.
D e q u a l q u e r m a n e i r a , é i m p re s c i n d í v e l q u e o p ro f e s s o r
formule claramente os objetivos pedagógicos que p re t e n d e
alcançar com a leitura de forma geral e com o uso de imagens.
Q u e t e n h a e m m e n t e o s i n ú m e ro s e n f o q u e s q u e a s i m a g e n s
p o d e m p ro p i c i a r e o s c a m i n h o s i n t e r p re t a t i v o s q u e p o d e m s e r
p e rc o r r i d o s d u r a n t e q u a l q u e r l e i t u r a .
Um último aspecto que m e re c e destaque, observado
através da análise dos trabalhos que não alcançaram
plenamente os objetivos durante a aplicação junto aos alunos
do Ensino Médio, é o fato de que imagem e texto verbal não
d e v e m s e r d i s s o c i a d o s . A re t i r a d a d a s i m a g e n s d e s e u c o n t e x t o
e sua leitura isolada gera uma limitação no processo leitor, que
passa a ser fragmentado e desconecta elementos que, juntos,
compunham a mensagem original e contribuem para a
construção de sentidos.
Os re s u l t a d o s do estudo re a l i z a d o apontam que
geralmente as charges são textos críticos de fatos atuais de
c u n h o s o c i a l e m q u e h á a i n t e r a ç ã o e n t re a l i n g u a g e m v e r b a l e
a não verbal para abordar acontecimentos re c e n t e s s o b re
História, nesse caso, História do Brasil. Desta forma,
c o n c l u í m o s q u e p a r a h a v e r u m a b o a i n t e r p re t a ç ã o d e s s e g ê n e r o
d e t e x t o é p re c i s o c o n h e c e r o f a t o a e l e re l a c i o n a d o , f a z e r u m a
l e i t u r a d a s l i n g u a g e n s e re l a c i o n a - l a s e n t re s i , e c o m o c o n t e x t o
social, pois as charges geralmente são textos temporais que
nos transmitem informações através de uma linguagem
h u m o r í s t i c a q u e p o s s i b i l i t a u m a l e i t u r a b re v e e d i n â m i c a . U m
o u t ro a s p e c t o i m p o r t a n t e n a u t i l i z a ç ã o d e t a i s re c u r s o s é a s u a
p rox i m i d a d e com o cotidiano, pois estes são geralmente
encontrados em jornais e re v i s t a s , tratando temas atuais,
a t e m p o r a i s , d i v e r t i n d o e m a rc a n d o é p o c a s . A l é m d i s s o , p e r m i t e
que o aluno passe a entender a imagem como discurso,
atribuindo-lhe sentidos sociais e ideológicos.
Constatamos que grande quantidade dos alunos não
a p re n d e m p o r q u e t e m d i f i c u l d a d e d e a p re n d i z a g e m , m a s s i m ,
porque estão desmotivados e dessa forma m e n o s p re z a m o
p ro c e s s o e n s i n o - a p re n d i z a g e m trabalhado na escola,
p e rc e b e n d o q u e e s t e n ã o e s t á d e n t r o d a s u a re a l i d a d e e d o s
s e u s i n t e re s s e s . C a b e a n ó s p r o f e s s o re s d e s m i s t i f i c a r m o s e s s a
idéia, mostrando para o aluno que conhecemos e valorizamos a
bagagem de conhecimento adquirida no seu dia-a-dia, no
trabalho, com os amigos e principalmente na I N T E R N E T.
Constatamos também que se o aluno for seduzido a participar
d o p ro c e s s o d e i n t e r p re t a ç ã o e a n á l i s e d a s i m a g e n s , n o n o s s o
caso específico a charge, o b t e re m o s s u c e s s o . O s u c e s s o v e m
quando professor e aluno se envolvem nesse universo dos
diversos tipos de conhecimento: o do aluno (assistemático) e o
d o p ro f e s s o r ( s i s t e m á t i c o ) . A d i f i c u l d a d e q u e o a l u n o d e m o n s t r a
ter em re l a ç ã o a i n t e r p re t a ç ã o , aglutinação das linguagens
v e r b a l e n ã o v e r b a l e d a re t o m a d a h i s t ó r i c a d o s f a t o s e / o u
idéias subtendidas na charge serão sanadas quando o mesmo
p e rc e b e r- s e c o m o s u j e i t o a t i v o e i n t e g r a n t e d e s s e p r o c e s s o .
Po r i s s o , t r a b a l h a r c o m o t e x t o chárgico é , no mínimo,
um desafio, pois se o aluno pensa e quer nos passar a
i m p re s s ã o de que não é capaz de re a l i z a r uma leitura
d i f e re n c i a d a , poderá ser estimulado pelo professor, que
certamente, através do diálogo, da discussão coletiva, o levará
a u m re s u l t a d o s a t i s f a t ó r i o . E s t e p o d e r á s e r e s t i m u l a d o t a m b é m
a buscar informações necessárias em o u t ro s textos que
m a n t e n h a m re l a ç õ e s c o m o s t e m a s e x p l o r a d o s p e l a c h a r g e . I s t o
c o l o c a d o e m p r á t i c a p o d e r á s e r o i n í c i o d e u m p ro c e s s o q u e o
levará a t o r n a r- s e um leitor curioso, pesquisador de outros
textos e, em conseqüência, capaz de re a l i z a r uma leitura
crítica, tornando-se um sujeito ativo, participante, apto a
e xe rc e r s u a c i d a d a n i a .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AV E R B U R G , M a rc e l o . Plano Cruzado: Crônica de uma


e x p e r i ê n c i a . S ã o Pa u l o : Re v i s t a d o B N D E S , 2 0 0 5 . D i s p o n í v e l
e m : < w w w. i e . u f r y. b r / a p a r t e / p d f s / p l a n o c r u z a d o . p d f > . A c e s s o e m :
07 mai. 2007.

B I T T E N C O U RT , C i rc e ( o r g ) . O S a b e r H i s t ó r i c o na Sala de
A u l a . 1 0 . e d . S ã o Pa u l o : C o n t e x t o , 2 0 0 5 .

BURKE, Pe t e r (org). A Escrita da História: Novas


P e r s p e c t i v a s . Tr a d u ç ã o d e M a g d a L o p e s . S ã o Pa u l o : U N E S P ,
1992. 354p.

ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS DA IMAGEM, 1. 2007.


Londrina. Caderno de Resumos. Londrina: UEL,2007. 14 a 16
mai. 90p.

Isto É. São Pa u l o : Tr ê s Po n t o s , n.522, 24 dezembro. 1986.


p.62-64.

K N E I P P , M a r i a A u x i l i a d o r a R. E r a u m a v e z u m c r u z a d o .
Disponível em <http://acd.ufrj.br/~pead/tema11/ponto16.html>.

PA I VA , Pa u l o . e t a l . [ . . . ] P l a n o C r u z a d o : A t a q u e e D e f e s a .
1 . e d . R i o d e J a n e i ro : Fo re n s e U n i v e r s i t á r i a , 1 9 8 7 .

PA RA N Á . Superintendência de Educação. Diretrizes


Curriculares de História para o Ensino Médio. Curitiba.
SEED,2006.
R E V I S TA D O L A B O RAT Ó R I O D E E N S I N O D E H I S T Ó R I A – U E L .
História & Ensino. Londrina:EDUEL, vol.1, abril, 1995.
ROMUALDO, Edson Carlos. Charge Jornalística:
Intertextualidade e Polifonia. Maringá: UEM, 2000. 205p.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. [...]. Ensinar


H i s t ó r i a . 1 . e d . S ã o Pa u l o : S c i p i o n e , 2 0 0 4 . ( Pe n s a m e n t o e A ç ã o
no Magistério).

S I LVA , C a r l a L e t u z a M o re i r a e . O Tr a b a l h o c o m C h a r g e s n a
S a l a d e A u l a . Po r t o A l e g re : C e n t ro U n i v e r s i t á r i o R i t t e r d o s
Re i s , 2004. Disponível em:
< w w w. i n i s c . b r / c u r s o s / p o s _ g r a d u a c a o / m e s t r a d o / l e t r a s / a n a i s _ 2 c o l
oquio/charges_sala-de-aula.pdf>. Acesso em: 04 mai. 2007.

S I LVA , D a n i e l e d e B a r ro s M a c e d o . A C h a r g e e m S a l a d e A u l a .
Rio de J a n e i ro . Disponível em
< w w w. f i l o l o g i a . o r g . b r / i x c n l f / 5 / 0 3 . h t m > . A c e s s o e m 0 4 m a i .
2007.

VA S C O N C E L LO S , M a u r a M a r i a M o r i t a . E n s i n o d e H i s t ó r i a :
Concepção e prática no Ensino Médio. In. Berbel, Neusi
A p a re c i d a Navas (org). Metodologia da P ro b l e m a t i z a ç ã o :
Fu n d a m e n t o s e A p l i c a ç õ e s . L o n d r i n a : E D U E L , 1 9 9 9 . p . 1 0 1 - 1 5 0 .

S I LV E I RA , J a n e R i t a C a e t a n o d a . A I m a g e m : I n t e r p r e t a ç ã o e
Comunicação. 2005. Disponível em
<www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0503/05.htm>

Ve j a . S ã o Pa u l o : A b r i l , n . 9 1 5 , 1 9 m a rç o . 1 9 8 6 . p . 2 3 .

Ve j a . S ã o Pa u l o : A b r i l , n . 9 1 3 , 5 m a rç o . 1 9 8 6 . p . 2 3 .

V E N T U RA , p re f á c i o d e : Z u e n i r ; e t a l . [ . . . ] . P l a n o C r u z a d o : Te m
que dar certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.

W I K I P E D I A . E n c i c l o p é d i a O n l i n e L i v r e . < w w w. w i k i p e d i a . o r g >
A c e s s o e m : 0 4 a b r. 2 0 0 7 .

Potrebbero piacerti anche