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MÓDULO 11 A Gametogênese
2. A ESPERMATOGÊNESE
❑ Período Germinativo
As células germinativas mascu-
linas, denominadas espermatogônias,
dividem-se ativamente por mitose.
Nos machos de mamíferos, a multipli-
cação mitótica das espermatogônias
acontece durante toda a vida do indi-
víduo. É importante lembrar que as
gônias são células diploides.
❑ Período de Crescimento
É o período em que a esperma-
togônia para de se dividir e passa por
um período de crescimento, antes de
iniciar a meiose. Com o crescimento, a
espermatogônia transforma-se em es-
permatócito I.
❑ Período de Maturação
Cada espermatócito I – dito esper-
matócito primário ou de primeira or-
dem – sofre divisão meiótica. Cada
espermatócito I, pela divisão I da
meiose, produz dois espermatócitos II,
os quais, pela divisão II da meiose, Fig. 1 – A espermatogênese e a ovogênese.
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4. PRINCIPAIS DIFERENÇAS
ENTRE ESPERMATOGÊNESE
E OVOGÊNESE
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2. MODIFICAÇÕES DE
NÚMERO OU
HETEROPLOIDIAS
❑ Haploidia ou monoploidia
Ocorre quando os organismos
possuem apenas um genoma, sendo
designados por n. São haploides os
machos de abelhas e vespas, origina-
dos de processos partenogenéticos.
Naturalmente não há dominância e re-
cessividade nos haploides, enquanto
a gametogênese é desprovida de
meiose.
❑ Poliploidia
É a existência de três ou mais
conjuntos cromossômicos básicos
nas células. Tais organismos são de-
signados por triploides (3n), tetra-
ploides (4n), pentaploides (5n) etc.
Os poliploides podem ser autopo-
liploides e alopoliploides.
Os autopoliploides apresentam
três ou mais genomas de uma mesma
espécie. Podem surgir em conse-
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6. NULISSOMIA
Fig. 3 – Aneuploidias.
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Inversão ❑ Translocação
Consiste em duas fraturas cromos- É a transferência de parte de um
sômicas seguidas da reconstituição cromossomo para um cromossomo
com o pedaço entre elas invertido. Se não homólogo. Pode ser paracêntrica
ocorre em um único braço do cromos- e pericêntrica (Fig. 4).
somo, é chamada de paracêntrica;
se envolve o centrômero, ela é peri-
cêntrica.
Geralmente, a inversão não leva a
um fenótipo anormal. Interferindo com
o pareamento de homólogos, a inver-
são pode suprimir o crossing-over,
pois as inversões têm um significado
evolutivo (Fig. 2).
❑ Duplicação
É a presença de um segmento
extra de cromossomo, de maneira que
uma sequência gênica aparece em
duplicata. Resulta de um crossing-over
com uma troca de pedaços desiguais
entre cromossomos homólogos (Fig. 3). Fig. 2 – A inversão. Fig. 4 – A translocação.
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BIOLOGIA A
passagem do material genético.
estando ausente qualquer outro orga-
2. ESTRUTURA CELULAR noide celular. Os ribossomos apare-
cem isolados ou associados em
Na estrutura de uma bactéria, dis-
cadeias chamadas polissomos. Apa-
tinguimos: parede celular, cápsula,
membrana plasmática, citoplasma e recem inclusões formadas pelo acú-
nucleoide (Fig. 3). mulo de alimento.
❑ Nucleoide
Fig. 4 – Os envoltórios celulares da Chamamos de nucleoide ao equi-
bactéria. valente nuclear das bactérias, consti-
tuído por uma única molécula de DNA.
❑ Cápsula Muitas bactérias apresentam os e-
Existem bactérias que secretam a pissomos ou plasmídeos, molé-
cápsula, uma camada de consistência culas de DNA, geralmente circulares,
mucosa, formada por polissacarídeos. capazes de replicação independente
Fig. 3 – A estrutura celular da bactéria. É encontrada principalmente nas do nucleoide.
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MÓDULO 15 Os Vírus
Os vírus são micro-organismos Os vírus são micro-organismos Os vírus podem replicar-se so-
constituídos por um ácido nucleico menores do que as bactérias. Seu mente no interior das células de um
circundado por uma cápsula proteica. tamanho varia de 15 a 350 nm. organismo hospedeiro, por meio de
O ácido nucleico pode ser o DNA um processo dividido em quatro eta-
ou o RNA, mas nunca os dois. A cáp- pas: adsorção, penetração, eclipse e
sula proteica é chamada de capsídeo. 3. MORFOLOGIA liberação. Acompanharemos o pro-
Em vírus mais complexos, a cápsula cesso no bacteriófago, vírus que pa-
apresenta outros compostos, como Os menores vírus são geralmente rasita e desintegra bactérias.
lipídios e hidratos de carbono. (Fig. 1) esféricos ou octaédricos, sendo os
maiores habitualmente icosaédricos
(20 faces triangulares). Existem vírus, ❑ Adsorção
como os bacteriófagos (vírus bacte- Consiste na fixação do vírus na
rianos), com morfologia mais com- superfície da célula hospedeira.
plexa, dotados de cabeça e cauda.
(Fig. 2)
❑ Penetração
É a fase em que o ácido nucleico
do vírus (DNA) penetra no interior da
célula hospedeira, ficando a cápsula
no exterior.
❑ Eclipse
É a fase em que, no interior da
Fig. 1 – A estrutura de um vírus. Fig. 2– A estrutura do bacteriófago. célula hospedeira, acontece a replica-
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❑ Liberação
Com a destruição enzimática da
célula hospedeira ocorre a liberação
dos vírus, potencialmente capazes de
nova infecção. (Fig. 3)
❑ Particularidades
da replicação
A penetração do vírus completo
ocorre principalmente em células ani-
mais, no interior das quais desintegra-
se a cápsula viral. Nos vírus em que o
material genético é o RNA, imedia-
tamente após a penetração dos vírus,
aparece nas células a transcrip-
tase reversa, enzima que produz o
DNA a partir do RNA. Após a replica-
ção, o DNA volta a produzir o RNA Fig. 3 – Um bacteriófago T2 prende-se pela “cauda” a uma bactéria; o DNA do vírus
viral. passa para a bactéria, duplica-se e forma novas capas proteicas. Finalmente, a bactéria
explode, liberando novos vírus; cada um deles pode infectar nova bactéria.
Euglena virides.
❑ Crisofíceas ou
algas douradas
❑ Pirrofíceas ou
dinoflagelados
❑ Euglenofíceas
1. CARACTERÍSTICAS
GERAIS
Os protistas são animais unicelu-
lares, microscópicos, isolados ou
coloniais e os representantes mais
primitivos do reino animal.
Apresentam uma forma muito va-
riada e alguns podem ser observados
a olho nu (ex.: Ciliado Spirostomum,
com 5 mm de comprimento).
De acordo com o tipo de orga-
noide locomotor, podem ser divididos
em rizópodos, flagelados, ciliados e
esporozoários.
2. RIZÓPODOS OU
SARCODÍNEOS
São protozoários que se deslo-
cam por meio de pseudópodes.
Há várias espécies de ameba,
cujo tamanho varia de alguns centési-
mos de milímetro até meio milímetro.
Vivem no lodo, sobre folhas mor-
tas e outros objetos que cobrem o
fundo submerso de lagos e rios.
O citoplasma da ameba apresen- Ciclo biológico do Trypanosoma cruzi.
ta uma porção externa, transparente
(hialina), sem granulações, denomi- interior dos cistos cuja abertura é pro- Parasita Patogenia
nada ectoplasma; e uma porção in- vocada por condições externas: re-
terna, com muitas granulações, deno- torno da água, volta de temperatura Leishmaniose
Leishmania
favorável etc. Nos cistos de parasitas, cutâneo-mucosa
minada endoplasma. brasiliensis
a membrana cística é digerida pelos “Úlcera de Bauru”
O núcleo das amebas, geralmen-
te, é central. Ela apresenta o vacúolo sucos digestórios do hospedeiro, que Leishmaniose
Leishmania
pulsátil ou contrátil que, periodica- ingere os cistos. cutânea (Botão
A Entamoeba histolytica produz tropica
mente, elimina água para o exterior. do oriente)
uma infecção denominada amebíase. Leishmania Leishmaniose
• Encistamento Pode ocasionar disenteria, processos donovani visceral
Quando as condições ambientais inflamatórios e necróticos.
se tornam desfavoráveis para a es- Esses parasitas são transmitidos
pécie, o protozoário realiza egestão e 3. FLAGELADOS OU pelo Phlebotomus ou pela Lutzomya.
excreção; o citoplasma se desidrata, MASTIGÓFOROS
diminui de volume e secreta uma São protozoários que se locomo- • Gênero Trypanosoma
membrana resistente (membrana cís- vem por apêndices em forma de chi- São protozoários fusiformes, apre-
tica) que o isola do meio externo. cote, denominados flagelos. sentam um flagelo e duas espécies
Nessas condições, o protozoário principais: Trypanosoma cruzi e
• Família Trypanosoma gambiensis.
transforma-se num cisto. O encista- Trypanosomidae
mento é determinado pela desseca- É constituída por parasitas que
ção, variação de temperatura, subs- podem apresentar várias formas de
tância química e produção de anti- evolução.
corpos pelo hospedeiro, no caso de No gênero Leishmania, há várias
o protozoário ser um parasita. Sendo espécies que parasitam o homem:
transportados pelo vento, os cistos Leishmania brasiliensis, Leishmania
servem para disseminação da espé- tropica, Leishmania donovani, Leish-
cie. Em muitas espécies (amebas, mania chagasi (agente etiológico do
por exemplo), a reprodução ocorre no calazar). Trypanosoma cruzi.
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1. CILIADOS
São protozoários que se locomo-
vem por meio de apêndices (cílios).
O gênero Paramecium apresenta
várias espécies que ocorrem em locais
de água estagnada ou de correnteza
lenta.
Os maiores possuem 250 mμ.
Lembram um chinelo.
2. ESPOROZOÁRIOS
São protozoários que, geralmen-
te, não apresentam organoides loco-
motores e reproduzem-se por meio
de estruturas denominadas “esporos”.
❑ Estudo do gênero
Plasmodium
São parasitas que provocam a
malária, maleita, impaludismo, febre
palustre ou febre intermitente.
A malária caracteriza-se por aces-
sos de febre, com intervalos de 24, 48
ou 72 horas.
A transmissão é realizada por mos-
quitos do gênero Anopheles (mosqui-
to-prego).
O ciclo realiza-se no homem (hos-
pedeiro intermediário) e no mosquito
(hospedeiro definitivo). Ciclo biológico do Plasmodium sp, agente etiológico da malária.
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FRENTE 2 Genética
MÓDULO 11 Poli-hibridismo
4. DETERMINAÇÃO DA Rr
RR x rr P (lisa) = 1
FREQUÊNCIA DE QUALQUER 1 lisa
CLASSE GENOTÍPICA
Bb bb
Poderá ser feita facilmente, se ana-
Bb x bb P(branca) = 1/2
1/2 vermelha 1/2 vermelha
lisarmos os caracteres independentes e
multiplicarmos as frequências para os
P (verde, lisa e branca) = 1/4 x 1 x 1/2 = 1/8
aspectos desejados.
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1. CONCEITO P F1 F2
Os casos de herança até agora
Selvagem x 3 Selvagem:
estudados envolviam sempre carac- Chinchila
Selvagem
1 Chinchila
teres determinados por dois alelos,
um dominante e outro recessivo. Exis- Selvagem x 3 Selvagem:
Selvagem
Himalaia 1 Himalaia
tem, entretanto, casos de herança em
que um caráter é determinado por Selvagem x 3 Selvagem:
Selvagem
Albino 1 Albino
mais de dois alelos, constituindo uma
série de alelos múltiplos. Tais alelos Chinchila x 3 Chinchila:
Chinchila
são produzidos por mutação de um Himalaia 1 Himalaia
gene inicial e ocupam o mesmo lócus Chinchila x 3 Chinchila:
Chinchila
em cromossomos homólogos. As re- Albino 1 Albino
lações entre os diversos alelos da Himalaia x
Himalaia
3 Himalaia:
série são variáveis, podendo existir Albino 1 Albino
dominância completa e incompleta. As relações genotípicas e fenotí-
Resumindo: alelos múltiplos são picas são:
séries de três ou mais formas alterna- Possíveis genótipos
Fenótipo
tivas de um mesmo gene, localizados
no mesmo lócus em cromossomos Selvagem CC – Ccch – Cch – Cca
homólogos e interagindo dois a dois Fig. 1 Chinchila cchcch – cchch – cchca
na determinação de um caráter. Himalaia chch – chca
3. A COR DA Albino caca
2. EXEMPLOS PELAGEM EM COELHOS
Suponha um gene A sofrendo Em coelhos domésticos, a cor da 4. O SISTEMA ABO
mutações e produzindo uma série de pelagem é determinada por uma sé- Um exemplo clássico de alelos
4 alelos: A, a1, a2 e a3. rie de alelos múltiplos, possibilitando múltiplos aparece no sistema sanguí-
4 fenótipos: neo ABO no homem. Nele atuam 3
1) Selvagem ou aguti, com pela- alelos IA = IB > i. Veja agora os ge-
gem cinza-escura. nótipos e correspondentes fenótipos.
2) Chinchila, com pelagem cinza- Genótipos Fenótipos
clara. IAIA ou IAi Grupo A
3) Himalaia, com pelagem branca IBIB ou IBi Grupo B
e extremidades (patas, rabos, orelhas IAIB Grupo AB
e focinho) pretas.
ii Grupo O
4) Albino, sem pigmento. Damos,
a seguir, os resultados dos cruzamen- 5. O NÚMERO
BIOLOGIA A
4 (A, a1, a2 e a3) 10 4 (AA, a1a1, a2a2 e a3a3) 6 (Aa1, Aa2, Aa3, a1a2, a1a3 e a2a3)
10 (Aa1, Aa2, Aa3, Aa4, a1a2, a1a3,
5 (A, a1, a2, a3 e a4) 15 5 (AA, a1a1, a2a2, a3a3 e a4a4) a1a4, a2a3, a2a4, a3a4)
n n (n + 1) n (n – 1)
————— n —————
2 2
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1. OS GRUPOS SANGUÍNEOS e anti-B. É evidente que, se os glóbu- 1o.) Coloca-se num lado de uma
los de um indivíduo possuírem um ou lâmina de microscopia uma gota de
Quando se injeta sangue de um outro dos antígenos, o soro do mes- soro anti-A e, no outro, uma gota de
indivíduo em outro, realizando-se a mo indivíduo não poderá conter o
soro anti-B.
chamada transfusão, podem sobrevir correspondente anticorpo, pois, se
acidentes mais graves e até a morte. houvesse a coexistência, ocorreria a 2o.) Sobre cada gota de soro, co-
Isso se dá porque há certa incompa- aglutinação das hemácias. Assim, o loca-se uma gota de sangue a ser
tibilidade entre as hemácias de deter- tipo sanguíneo das pessoas pode ser identificado e observa-se o resultado:
minados indivíduos e o plasma de classificado em quatro grupos, de • se não houver aglutinação em
outros, que se caracteriza por uma acordo com o quadro a seguir.
nenhum dos lados, o sangue em exa-
aglutinação, ou seja, reunião de he-
me é do grupo O;
mácias em massas mais ou menos Grupo Aglutino-
Aglutinina
compactas, de tamanho variável, que Sanguíneo gênio
(soro)
• se aglutinar dos dois lados, o
(fenótipo) (hemácias)
podem obstruir capilares provocando sangue é AB;
embolias. Há também hemólise, isto A A anti-B • se aglutinar somente com o
é, desintegração de hemácias com soro anti-A, é do grupo A;
liberação de hemoglobina, da qual B B anti-A • se aglutinar somente com o
uma parte será excretada e outra soro anti-B, é do grupo B.
produzirá bilirrubina. AB AeB —
❑ A Herança do Grupo ABO
anti-A
2. O SISTEMA ABO O — Os grupos sanguíneos ABO são
anti-B
determinados por uma série de três
Foi o austríaco Landsteiner que, alelos múltiplos: IA, IB e i.
em 1900, descobriu os grupos san- ❑ A Determinação do Grupo O gene IA determina a formação
guíneos do sistema ABO, ao misturar
do aglutinogênio A.
o sangue de algumas pessoas com o
O gene IB determina a formação
soro sanguíneo de outra. Verificava
do aglutinogênio B.
que, em alguns casos, ocorria aglu-
tinação dos glóbulos vermelhos, O gene i não forma aglutinogênio.
isto é, reunião deles em grumos, se- Entre os alelos IA e IB, não há
guida de destruição. Com essa des- dominância. Quando juntos, ambos
coberta, tornou-se possível explicar manifestam seu efeito e a pessoa é do
por que as transfusões de sangue às tipo AB.
vezes matavam (quando ocorria Por outro lado, tanto IA como IB
aglutinação nos vasos capilares de são dominantes em relação a i e, so-
pessoas transfundidas) e às vezes mente quando os alelos IA e IB não es-
nada acontecia. Assim é que Lands- tiverem presentes, o indivíduo será do
teiner mostrou que a aglutinação era tipo O.
a manifestação de uma reação do
tipo antígeno-anticorpo, encon- O quadro abaixo resume a heran-
trando-se o antígeno nas hemácias ça ABO.
e o anticorpo no soro, mas com a par-
ticularidade de o anticorpo ser na-
Grupo
tural, ou seja, não necessitar da pre- Sanguíneo
Genótipos
sença do antígeno para ser produ-
zido. O antígeno foi chamado aglu- Tipo A IAIA ou IAi
tinogênio, e o anticorpo, agluti- Fig. 1 – Determinação dos grupos
nina. sanguíneos ABO por aglutinação em lâmina.
Tipo B IBIB ou IBi
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3. OS GRUPOS UNIVERSAIS
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MÓDULO 16 O Fator Rh
3. HERANÇA
O fator Rh é herdado como um
caráter mendeliano dominante, con-
dicionado por um gene designado
Rh ou D. Assim, temos:
Fenótipos Genótipos
Rh+ RhRh ou DD
Rhrh ou Dd
Rh– rhrh ou dd
4. TRANSFUSÕES
Se uma pessoa possui o sangue
do tipo Rh– e receber várias trans-
fusões de sangue Rh+, ela poderá,
eventualmente, formar anticorpos que
vão reagir com essas células em futu-
ras transfusões em que seja usado
sangue Rh+.
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6. PROFILAXIA tem um filho Rh+, dentro das primei- durante o parto, por ocasião do
ras 72 horas após o parto, aplica-se descolamento da placenta. Desse
Atualmente, a eritroblastose fetal uma única dose de aglutinina anti-D modo, a mãe não produzirá os anti-
pode ser evitada com uma espécie ou anti-Rh, substância que provoca a corpos que poderiam afetar o pró-
de vacina chamada Rhogam ou destruição das hemácias Rh+ do feto ximo filho Rh+.
Parthogam. Quando uma mulher Rh– que passaram para o corpo da mãe,
MÓDULO 17 O Fator MN
Entre os vários antígenos exis- mento dos antígenos M e N é feito O sangue humano não apresenta
tentes no sangue humano, estão o M com a reação do sangue humano aos anticorpos (anti-M e anti-N), de ma-
e N. Algumas pessoas possuem só o anticorpos anti-M e anti-N, produzi- neira que não existem problemas de
antígeno M, outras só o N e um tercei- dos no coelho que recebeu sangue transfusão. A herança é determinada
ro grupo, os dois tipos. O reconheci- humano contendo antígenos M e N. por dois genes codominantes: LM ou
M e LN ou N.
No quadro abaixo aparecem os tipos de casamentos e
seus respectivos descendentes: Reação com
Pais Filhos Possíveis Filhos não Possíveis
Antígenos
MxM M N e MN nas Anti-M Anti-N
Grupo Genótipos
Hemácias
MxN MN MeN
M LMLM ou MM M + –
M x MN M e MN N
NxN N M e MN
N LNLN ou NN N – +
N x MN N e MN M
MN LMLN ou MN MeN + +
MN x MN M, N e MN —
1. CONCEITO
Fala-se em interação gênica quan-
do um caráter é condicionado pela
ação conjunta de dois ou mais pares
de genes com segregação indepen-
dente.
2. HERANÇA DO TIPO DE
CRISTA EM GALINHAS
Nas galinhas há quatro tipos de
crista: simples, noz, rosa e ervilha. Na Ervilha Rosa
determinação desses tipos de crista
atuam dois pares de genes: Rr e Pp.
Assim, temos:
Genótipos Fenótipos
RRee
rosa
Rree
rrEE
ervilha
rrEe
RREE
RREe noz
RrEE
RrEe
Simples Noz
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A seguir, analisaremos o cruzamento-padrão, no qual a F2 apresenta a proporção seguinte: 9/16 noz, 3/16 rosa,
3/16 ervilha e 1/6 simples. A proporção 9:3:3:1 confirma a segregação de dois pares de genes.
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❑ Epistasia recessiva
(Razão 9:3:4) ccAA
ccAa albino
Vejamos agora um caso de epis- ccaa
tasia em que um gene recessivo
impede a manifestação de um domi-
nante. Em ratos, a coloração pode ser
aguti, preta e albina. A presença de Quando um rato preto puro CCaa
pigmento preto é condicionada por é cruzado com um rato albino ccAA, a
gene C, enquanto o alelo recessivo c F1 é totalmente aguti devido à inte-
produz albino. Um gene A interage ração dos genes C e A. Quando dois
com C e produz o rato aguti, cujos irmãos da F1 são cruzados, a fim de
❑ Epistasia dominante
pelos são pretos e possuem uma faixa se obter F2, verifica-se ser esta
(Razão 13:3)
amarela na extremidade. O gene c é constituída por 9/16 cinzento; 3/16
Nas galinhas de raça Leghorn
epistático em relação ao gene A, preto; 4/16 albino, como mostra o
existe um gene (epistático) que
enquanto o gene a não produz a faixa cruzamento abaixo.
impede a manifestação de cor, que é
amarela.
condicionada por um gene C (hipos-
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1. CONCEITO DE EXCREÇÃO
Excreção é o processo de elimi-
nação de substâncias que são produ-
zidas em excesso no organismo.
Essas substâncias resultam da ativi-
dade (metabolismo) celular.
As células estão sempre em ativi-
dade; mesmo que não estejam em
crescimento ou em movimento, estão
constantemente sintetizando e decom-
pondo substâncias. Essas atividades
dão origem a subprodutos que não po-
dem ser utilizados e que, se acumula-
dos em grandes quantidades, seriam
prejudiciais ao organismo. Ameba (protozoário dulcaquícola).
Os anelídeos (vermes metameri- lacunas do sistema sanguíneo. Reti- A principal excreta nitrogenada
zados), como a minhoca, utilizam o ram do sangue os produtos de ex- dos insetos é o ácido úrico. O fato de
sistema circulatório como principal creção e os transferem para o tubo ser praticamente insolúvel em água é
meio de remoção do CO2 e também digestório, de onde os catabólitos são a propriedade mais importante dessa
apresentam tubos excretores que se eliminados, pelo ânus, com as fezes. substância, pois não requer água para
dispõem em pares em quase todos os conservar os cristais de ácido úrico no
segmentos do corpo (não ocorrem nos interior dos seus tubos excretores.
dois primeiros e no último); são deno- Esses cristais passam para o tubo di-
minados nefrídios. gestório e daí são eliminados, pelo
Fluidos contendo as excretas ânus, com as fezes.
(água e amônia) entram na abertura
em funil de cada tubo e são levados à
porção terminal deste, que é circun-
dada por numerosos vasos sanguí-
neos. A abertura configura-se na ca- Nematoide – sistema excretor em H.
vidade do corpo, de onde as excretas
são coletadas. A parte final do tubo
abre-se em um poro na parede do cor- Nefrídio de um anelídeo.
po, por onde as excretas são elimi-
nadas.
Os moluscos também apresentam
nefrídios.
Os insetos utilizam-se de diferen-
tes mecanismos de excreção: o dióxi-
do de carbono é eliminado pelas
traqueias; as excretas nitrogenadas
são eliminadas através de estruturas
especializadas, os túbulos de Mal-
pighi. Uma das extremidades desem-
boca no intestino e a outra se aloja nas Glândula verde de crustáceo.
Tubo de Malpighi na barata.
Os miriápodos e os aracnídeos
também apresentam túbulos de
Malpighi.
Os aracnídeos, além dos túbulos
de Malpighi, apresentam um ou dois
pares de glândulas coxais excretoras,
situadas no assoalho do cefalotórax.
Essas glândulas são consideradas
homólogas às glândulas verdes dos
crustáceos.
3. CLASSIFICAÇÃO
DOS ANIMAIS QUANTO
À PRINCIPAL EXCRETA
NITROGENADA
A amônia é muito tóxica para as
células, a ureia é menos tóxica do que
a amônia e o ácido úrico praticamen-
te não é tóxico.
O fato de os insetos excretarem o
ácido úrico, e não amônia ou ureia, é
uma adaptação para a vida no meio
ambiente terrestre, onde a economia
hídrica é vital para a sobrevivência.
A amônia é a excreta nitrogenada
de animais de pequeno porte que dis-
põem de muita água. A ureia, como a
Excreção na planária. amônia, também necessita de água pa-
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ra sua eliminação; portanto, sua excre- embrião do mamífero desenvolve-se O girino, que é aquático, excreta
ção ocorre em animais que dispõem em estreito contato com o sistema principalmente amônia. Entretanto, ao
de água em quantidades suficientes. circulatório materno. Assim, a ureia, sofrer o processo de metamorfose, tor-
O homem excreta ureia dissolvida que é bastante solúvel, pode ser na-se um verdadeiro anfíbio e passa
em água em quantidade tal que a sua removida do embrião pela circulação muito tempo fora d’água. Durante a
concentração é bastante baixa. materna e, a seguir, excretada. metamorfose, o animal começa a pro-
Os peixes ósseos eliminam amô- Os embriões de ave e de réptil duzir ureia em lugar de amônia e,
nia, e os peixes cartilaginosos excre- desenvolvem-se em um ovo de casca quando a metamorfose se completa, a
tam ureia. rígida e no meio externo (ovíparos). Os ureia passa a ser produto de excreção
Os répteis e as aves, da mesma ovos são postos com água suficiente predominante.
maneira que os insetos, também eli- para mantê-los durante a incubação. A Os peixes dipnoicos constituem
minam o ácido úrico como principal produção de amônia ou mesmo ureia, outro exemplo interessante. Enquanto
excreta nitrogenada. Nesses animais, em tal sistema fechado, poderia ser na água, excretam principalmente
a excreção se dá com uma perda de fatal porque tais excretas são tóxicas. amônia; quando o rio ou o lago se-
água muito pequena. Sob esse aspec- Esses embriões produzem ácido úrico cam, permanecem na lama e come-
to, insetos, aves e répteis ajustam-se que, por ser insolúvel, precipita e per- çam a estivar e acumular ureia como
da mesma maneira à vida terrestre, na manece acumulado no alantoide produto final nitrogenado. Quando as
qual, frequentemente, o suprimento de (anexo embrionário). Tais caracterís- chuvas voltam, esses peixes ex-
água é limitado. ticas, tão necessárias ao desenvolvi- cretam uma grande quantidade de
Classificam-se os animais, quanto mento embrionário, são levadas poste- ureia e iniciam novamente a excreção
à principal excreta nitrogenada, em riormente ao indivíduo adulto. de amônia.
três grupos: amonotélicos, ureotélicos
e uricotélicos.
Animais Ocorrência Observação
Animais que vivem em ambiente
terrestre não têm um suprimento ilimi-
tado de água em contato tão próximo Maioria dos invertebrados aquáti-
com seus tecidos, como é o caso dos Amonotélicos
cos, teleósteos (peixes ósseos), Solúvel (muito tóxica).
aquáticos. Por ser bastante tóxica, a NH3
protocordados.
amônia produzida no metabolismo
não pode ser acumulada. Assim, mui-
tos animais terrestres desenvolveram Ureotélicos Peixes condrictes (cartilaginosos), Solúvel (menos tóxica
processos para converter a amônia CO(NH2)2 anfíbios, mamíferos. do que a amônia).
em ureia ou ácido úrico.
De acordo com Needham, bioquí- Uricotélicos
mico inglês, a excreção de ureia ou Insetos, répteis, aves. Insolúvel (não tóxica).
C5H4N4O3
ácido úrico é determinada pelas con-
dições em que o embrião se forma. O Classificação dos animais quanto à principal excreta nitrogenada.
em que: mais de 99% do filtrado é reabsor- tâncias indesejáveis podem ser elimi-
PF = pressão de filtração. vido à medida que percorre os túbulos nadas pelo sangue, diretamente no
PS = pressão hidrostática do san- renais e os ductos coletores. fluido do túbulo renal. É o que ocorre,
gue nos capilares. Muitas substâncias componentes por exemplo, com o antibiótico que o
PO = pressão osmótica das pro- do filtrado capsular são necessárias indivíduo doente recebeu. Ele é secre-
teínas do plasma (pressão oncótica). ao organismo e não podem ser per- tado ativamente na urina em formação.
PC = pressão hidrostática da cáp- didas com a urina (como água, sais,
sula de Bowman. substâncias alimentares etc.). Essas 2. O FATOR NATRIURÉTICO
substâncias são transportadas do in- ATRIAL (FNA)
❑ Reabsorção renal terior do túbulo para o interior dos ca- Adolpho de Bold descobriu um
O filtrado capsular formado na pilares peritubulares e contra um gra- hormônio denominado FNA. Trata-se
cápsula de Bowman flui ao longo do diente de concentração, isto é, de de um composto químico produzido
túbulo renal (túbulo contornado pro- uma região de menor concentração pelo átrio cardíaco. O FNA promove
ximal, alça de Henle e túbulo contor- (interior do túbulo) para uma de maior uma vasodilatação da arteríola afe-
nado distal) e atinge o ducto coletor. concentração (interior do capilar san- rente e uma vasoconstrição simultâ-
Nesse trajeto, a maior parte da água guíneo). Esse transporte, através das nea da arteríola eferente, aumentando
e das substâncias nela dissolvidas é células dos túbulos renais (reabsor- a pressão glomerular e o volume de
reabsorvida pelos capilares sanguí- ção), é feito por meio do mecanismo urina produzida e contribuindo para a
neos; o restante do filtrado irá cons- de transporte ativo. diminuição da pressão sanguínea.
tituir a urina. A reabsorção ativa dos solutos ci-
tados pelos túbulos proximais é acom- 3. CICLO DA ORNITINA
Nos dois rins do homem, são pro-
Os aminoácidos que não são uti-
duzidos por minuto cerca de 130 cm3 panhada de uma reabsorção pas-
siva do seu solvente – a água. Esse lizados na síntese proteica são trans-
de filtrado capsular; porém, esse fluido
mecanismo, denominado reabsor- formados, para fornecer parte da
modifica-se bastante à medida que flui
ção obrigatória, é decorrente da energia utilizada pelo organismo. Esse
ao longo dos túbulos renais até atingir o
necessidade de manter-se o equilíbrio processo envolve a perda do grupo
ureter. Já a produção de urina é de
NH2. Os grupos NH2 reagem formando
cerca de 1 cm3 por minuto; portanto, osmótico nessa região do néfron.
amônia. No fígado, a maior parte da
O mecanismo de reabsor-
amônia dá origem a um composto
ção ao longo da alça de Henle
menos tóxico, a ureia; desse modo, nos
acontece da seguinte maneira:
animais ureotélicos, a ureia é produzida
o ramo ascendente é imper-
principalmente no fígado, a partir dos
meável à água, porém reabsor-
resíduos metabólicos de amônia e de
ve sódio; dessa maneira, o fluido
carbono, de acordo com a seguinte
tubular torna-se menos concen-
reação:
trado ao chegar ao túbulo con-
tornado distal e ao ducto coletor. 2NH3 + CO2 → H2N — C — NH2 + H2O
A permeabilidade à água ||
O
das paredes do túbulo distal e
do ducto coletor é variável. As- A ureogênese dá-se da seguinte
sim, nessas porções, a reabsor- maneira: uma molécula de amônia e
ção da água é controlada pelo uma de CO2 combinam-se com a
O néfron (unidade funcional do rim). hormônio antidiurético (ADH). ornitina, originando outro aminoácido,
O ADH faz aumentar a per- a citrulina. Este aminoácido se com-
meabilidade da membrana, le- bina com uma molécula de ácido
vando a uma maior reabsorção aspártico (uma segunda molécula de
de água. Na ausência do ADH, amônia é consumida na produção do
a membrana torna-se imper- ácido aspártico), formando a arginina,
meável à água, que, então, é eli- que reage com água, dando ureia e
minada na urina. Essa absorção ornitina. Note que temos aqui um
de água controlada pelo ADH é mecanismo cíclico, que se denomina
denominada reabsorção fa- ciclo da ornitina.
cultativa, porque depende so-
mente das necessidades hídri-
cas do organismo e não tem
relação com a concentração
dos solutos do fluido tubular.
❑ Secreção tubular
Rim completo. Ao longo do néfron, subs-
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Estriado S. N. Autônomo
cardíaco 1 ou 2 presentes rápida (involuntário)
Estriado Cerebral
vários presentes rápida
esquelético (voluntário)
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Quando o impulso nervoso atinge obter a resposta deste chama-se es- Uma fibra muscular isolada, quan-
a junção neuromuscular, ocorre aí uma tímulo. do estimulada, obedece à “Lei do
série de fenômenos bioquímicos. Nem Em preparações neuromuscula- Tudo ou Nada”.
todas essas reações são completa- res, pode-se produzir a contração Se o estímulo for subliminar, a
mente conhecidas. O resultado final aplicando-se diversas classes dos fibra não responde, mas, se for limiar
do impulso nervoso é a contração das estímulos (mecânicos, químicos, elé- ou supraliminar, responde com intensi-
fibras musculares. A contração total tricos) ao músculo ou ao nervo (es- dade máxima.
do músculo esquelético é o resultado timulação direta ou indireta, respec- O músculo, bem como o nervo,
da contração maciça das fibrilas das tivamente). obedece à “Lei do Tudo ou Nada”.
células musculares.
3. EXCITABILIDADE
MUSCULAR
A contração pode ser provocada
artificialmente nos músculos in situ ou
recém-separados do organismo. O Observação da contração de
agente aplicado ao músculo para se um músculo na tela de um osciloscópio. Lei do Tudo ou Nada.
BIOLOGIA A
272 –
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MÓDULO 14 O Neurônio
3. CONDUÇÃO DO IMPULSO
– 273
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Simpático Parassimpático
Ciclo menstrual – O esquema mostra as alterações sofridas na parede uterina durante um ciclo menstrual de 28 dias. Tais alterações
são devidas à influência hormonal: a partir do 4º dia do ciclo, estendendo-se até o 14°. dia, tem-se o crescimento do endométrio
(fase proliferativa), devido à ação, principalmente, dos estrógenos. No 14°. dia ocorre a ovulação, sob a influência do hormônio
luteinizante. Do 14°. ao 28°. dia, sob a ação de estrógeno e principalmente de progesterona, tem-se maior proliferação do endométrio,
com expulsão de restos celulares e sangue (menstruação), devido à queda da taxa de progesterona.
276 –
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hormônios; tem ação no desenvolvi- As gonadotrofinas coriônicas têm ção do embrião). Esse hormônio dimi-
mento das mamas e interfere na pro- função semelhante ao ICSH (hormô- nui as contrações uterinas, impedin-
dução do leite. nio estimulante das células interstici- do a expulsão do embrião, e aumenta
ais, produzido pela adenoipófise). a secreção das tubas uterinas na pro-
3. GLÂNDULAS SEXUAIS A partir da puberdade, a hipófise dução de material nutritivo para o em-
O testículo e o ovário são, respec- anterior (adenoipófise) passa a produ- brião.
tivamente, glândulas sexuais mascu- zir maiores quantidades de hormônios Além disso, a progesterona esti-
lina e feminina. As glândulas sexuais gonadotróficos, como o FSH (hormô- mula o desenvolvimento das glându-
produzem gametas (espermatozoides nio folículo estimulante), que estimula las mamárias e inibe a produção do
e óvulos) e hormônios sexuais. a espermatogênese e o desenvolvi- FSH pela adenoipófise, que impede o
mento dos tubos seminíferos, e tam- desenvolvimento do novo folículo du-
bém o ICSH (hormônio estimulante rante a gestação.
das células intersticiais), que promove
a maturação dos caracteres sexuais ❑ Andrógenos
masculinos. Os andrógenos são esteroides.
Esses andrógenos (especialmen- Têm ação masculinizante e são pro-
te a testosterona) influenciam a matu- duzidos, normalmente, em pequenas
ração dos espermatozoides. quantidades pelo ovário e pela su-
prarrenal.
4. HORMÔNIOS
SEXUAIS FEMININOS ❑ Gonadotrofinas Coriônicas
Destacaremos estrógenos, pro- A gonadotrofina coriônica, produ-
gesterona, andrógenos e gonadotro- zida pela placenta, é uma glicopro-
finas coriônicas. teína (proteína associada a açúcar).
A gonadotrofina coriônica impede
❑ Estrógenos a involução normal do corpo amarelo
Representação esquemática do Os estrógenos são hormônios es- (lúteo) que, portanto, permanece se-
aparelho reprodutor masculino. teroides. São secretados constante- cretando seus hormônios durante a
mente, e seu nível apresenta variação gravidez.
O testículo apresenta células in-
tersticiais de Leydig (tecido localiza- nas diferentes fases da vida.
Durante a fase embrionária, têm 5. DESENVOLVIMENTO DO
do entre os tubos seminíferos) que já FOLÍCULO DE GRAAF
iniciam a secreção de testosterona ação principalmente no desenvolvi-
mento do útero e da vagina; do nasci- Após a puberdade, os ovários de
(hormônio) durante a vida embrioná- uma mulher apresentam diversos folí-
ria, sob a estimulação de gonadotrofi- mento até a puberdade, a sua secre-
ção é pequena; porém, a partir da pu- culos de Graaf em diferentes estágios
nas coriônicas (produzidas pela de desenvolvimento.
placenta). berdade, nota-se um acentuado au-
mento na sua secreção devido à es- Sob a estimulação do hormônio
timulação por hormônios da hipófise. folículo estimulante (FSH), inicia-se o
Agem, principalmente, no desen- crescimento dos ovários e principal-
volvimento dos órgãos sexuais e tam- mente dos folículos. Em cada ciclo
bém dos caracteres sexuais secun- menstrual apenas um folículo amadu-
dários. rece, processo que se inicia pelo de-
Estimulam o desenvolvimento das senvolvimento do óvulo imaturo (ovó-
tubas uterinas, útero, vagina, genitá- cito).
lia externa e mamas. Na fase pré-ovu- O folículo produz estrógenos, que
latória do ciclo menstrual, os estró- inibem a produção de FSH (hormônio
genos produzidos pelas células foli- folículo estimulante) e estimulam a se-
culares estimulam a proliferação do creção do LH (hormônio luteinizante),
endométrio e das glândulas que aí se o qual, por sua vez, acelera a matura-
localizam, cuja função é colaborar na ção final do folículo e o seu rompimen-
nutrição do futuro embrião. to com a expulsão do óvulo para a
cavidade abdominal (ovulação). As
❑ Progesterona células que restaram dos folículos
A progesterona é um esteroide passam a apresentar uma granulação
que prepara o organismo feminino de luteína (lípide de cor amarela),
para a gestação. Forma o endométrio constituindo a partir de então o corpo
Representação esquemática (mucosa uterina) para a fixação do lúteo ou corpo amarelo.
do testículo e do epidídimo do embrião, participando da origem da A transformação de folículo em cor-
aparelho reprodutor masculino. placenta (que é importante na nutri- po amarelo deve-se à ação do hormô-
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nio luteinizante (LH). O corpo amarelo A primeira fase do ciclo menstrual rede uterina são determinadas pelo es-
tem função endócrina, secretando prin- é a proliferativa (maturação do folí- trógeno e, principalmente, pela proges-
cipalmente progesterona e estrógeno, culo) e antecede à ovulação. terona, secretados em grande quanti-
hormônios que tornam o organismo fe- A segunda fase é secretora (for- dade pelo corpo amarelo.
minino apto para a gestação e cola- mação do corpo lúteo) e é posterior à Se não houver fecundação, ocor-
boram na manutenção e nutrição do ovulação. rerá involução do corpo amarelo e,
embrião. A manutenção do corpo ama- Ao mesmo tempo em que as mo- consequentemente, haverá uma que-
relo e a estimulação para produção dificações cíclicas ocorrem no ovário, da no nível de estrógeno e progeste-
dos seus hormônios são controladas o endométrio uterino também sofre al- rona. A queda na taxa desses hor-
pelo hormônio luteotrófico (LTH), pro- terações cíclicas, cujo fato culminan- mônios provoca a descamação da
duzido pela adenoipófise. te é a menstruação (descamação do mucosa uterina, sendo os restos de
Se não ocorrer fecundação do óvu- endométrio). A fase proliferativa vai do tecido e o sangue resultante dos va-
lo, o corpo amarelo regride e desapa- fim da menstruação até a ovulação. sos rompidos eliminados para a luz
rece antes da ovulação seguinte, dei- As células da parede uterina prolife- do útero, vagina e daí para o meio ex-
xando apenas uma cicatriz esbranqui- ram intensamente, ocorrendo um cres- terior; é a menstruação. A mucosa
çada no ovário, denominada corpo cimento progressivo das glânduIas e uterina torna-se então fina e pouco
amarelo atrésico ou corpo albicante. vasos sanguíneos, determinando um vascularizada e repetirá o seu desen-
No caso de o óvulo ser fecundado, o crescimento final, em espessura, do volvimento na fase proliferativa do ci-
corpo amarelo persiste durante cerca endométrio. Esse processo se dá pela clo seguinte.
de cinco meses e depois regride. estimulação do estrógeno produzido O período de vida (viabilidade) do
pelo folículo em desenvolvimento. óvulo, após a ovulação, é de 24 a 48
❑ A Menstruação A fase secretória estende-se des- horas, enquanto o espermatozoide
O ciclo menstrual apresenta uma de a ovulação até a menstruação se- pode permanecer vivo no organismo
duração média de 28 dias. A ovula- guinte. Continua ocorrendo a prolife- feminino até 72 horas.
ção ocorre no meio do ciclo (14°. dia), ração do endométrio e sua espessura O período fértil da mulher ocorre,
dividindo-o em duas partes. duplica. As alterações ocorridas na pa- portanto, no meio do ciclo menstrual.
1. ANTICONCEPCIONAIS
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DIU 0,5% a 5%
Vasectomia 0,15%
Minipílula 2,5%
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– 281
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2. OBSERVAÇÕES GERAIS
– Injeções de hormônios em doses elevadas também podem ser utilizadas como anticoncepcionais.
– A pílula do dia seguinte (contracepção de emergência) é uma medicação à base de progestogênio le-
vonorgestrel. Ela provoca um retardo ou pausa na ovulação e bloqueia a migração espermática, devido a alterações
do muco cervical.
– A pílula RU-486 é um medicamento, à base de mifepristona, de efeito abortivo.
– O Cytotec, remédio utilizado contra úlceras gastroduodenais, tem também um efeito abortivo, podendo até colocar
em risco a vida da gestante.
Todo método anticoncepcional pode ocasionar efeitos indesejáveis à saúde do indivíduo e, portanto, só deve ser
utilizado com acompanhamento médico.
1. TIREOIDE afetado apresenta pequena estatura nas mãos, nervosismo e outras pertur-
(devido a um desenvolvimento defi- bações psíquicas. Na maioria dos
É uma glândula endócrina que ciente do esqueleto), cabeça grande hipertireóidicos ocorre a protusão dos
pesa aproximadamente 30 gramas. A e pernas curtas, a dentição é irregular, globos oculares (exoftalmia).
tireoide localiza-se sobre os primeiros o desenvolvimento sexual é atrasado O bócio (papo) é um aumento de
anéis da traqueia. Apresenta dois lo- e há debilidade mental. volume da tireoide em decorrência de
bos (um de cada lado da laringe) cons- O hipotireoidismo no adulto hipo ou hiperfuncionamento da
tituídos por tecido glandular endócrino traz como efeitos fisiológicos mais evi- glândula. O bócio pode ser endêmico,
e ligados por um istmo. dentes: queda da frequência cardía- como resultado da falta de iodo em
A tireoide produz tiroxina (tetraio- ca, apatia, aumento de peso, engros- determinadas áreas geográficas. A
dotironina) e triiodotironina. samento e tumefação da pele (mixe- falta de iodo no organismo impede a
A tiroxina e a triiodotironina são dema). transformação da tiroglobulina em
liberadas na corrente sanguínea sob tiroxina. O baixo teor de tiroxina no
a estimulação de tirotrofina (TSH), hor- ❑ Hipertireoidismo sangue vai provocar a liberação cons-
mônio produzido pela adenoi-pófise e O indivíduo hipertireóidico apre- tante de tirotrofina pela hipófise
estimulante da tireoide. Esse hormônio senta: intolerância ao calor, metabo- (feedback). Essa estimulação prolon-
estimula a captação do iodo pelas lismo basal alto, aumento da frequên- gada da tireoide, por sua vez, leva à
células dos folículos (da tireoide) e cia cardíaca, perda de peso, tremor hiperplasia da glândula (bócio).
aumenta o tamanho e a atividade das
células secretoras.
Os hormônios da tireoide estimu-
lam as reações químicas (meta-
bolismo) da maioria dos tecidos do
organismo, pois aumentam a quanti-
dade de enzimas oxidativas.
A tireoide acelera o metabolismo
dos carboidratos, dos lípides e das
proteínas; tem função importante no
crescimento e desenvolvimento, in-
fluindo, inclusive, no ciclo menstrual e
na fertilidade.
❑ Hipotireoidismo
As suas manifestações variam
conforme a idade em que se inicia a
insuficiência da tireoide.
O hipotireoidismo congênito
traz o aparecimento de um quadro
clínico denominado cretinismo. O Tireoide e glândulas paratireoides. (Note a relação entre elas e a traqueia.)
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❑ Glucagon
Tem uma ação antagônica à in-
sulina, fazendo aumentar a glicemia.
Estimula a glicogenólise no fígado e a
liberação de glicose no sangue. A sua
secreção é controlada pelo nível de
glicose sanguínea. A queda do nível
de glicose determina a liberação de
glucagon que, por sua atividade, res-
Corte do pâncreas destacando as células produtoras de hor mônios. tabelece a glicemia normal.
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O glucagon é secretado pelas trógenos e a progesterona. Os efeitos ral dos membros, hipertensão arterial,
células α das Ilhotas de Langerhans fisiológicos desses hormônios são diminuição da tolerância à glicose,
do pâncreas. mínimos, embora atuem juntamente debilidade e alterações cutâneas.
com os hormônios das gônadas no
4. ADRENAIS OU desenvolvimento dos caracteres se- • Síndrome androgenital
SUPRARRENAIS xuais secundários. A hiperatividade cortical com a
produção excessiva de hormônios
São glândulas que se localizam ❑ Anomalias do androgênicos leva a essa síndrome.
sobre o polo superior de cada rim. córtex da adrenal Se o hipercorticalismo surge na vida
A adrenal apresenta duas regiões • Hipoadrenalismo fetal, pode causar o pseudo-herma-
que diferem na origem, estrutura e Uma das manifestações do hipoa- froditismo feminino (meninas com cli-
fisiologia: o córtex e a medula. drenalismo é a Doença de Addi- tóris superdesenvolvido e vários sin-
A medula da suprarrenal apre- son, que se caracteriza por astenia, tomas de virilização). No menino pré-
senta os seguintes hormônios: perda de peso, vômitos, diarreias e púbere, ocorre desenvolvimento se-
– adrenalina; pigmentação excessiva da pele. xual precoce. Na mulher adulta, leva
– noradrenalina. ao aparecimento de pelos no rosto e
• Hiperadrenalismo no tronco, atrofia das mamas e mens-
❑ Córtex da adrenal A consequência é o aparecimento truação escassa ou ausente; a voz tor-
É a parte externa da glândula que da Doença de Cushing, que se na-se grossa e o aspecto corporal,
envolve a medula. Tem origem em- caracteriza pela obesidade do rosto e masculino. Esse quadro denomina-se
brionária mesodérmica. Os principais do tronco sem comprometimento ge- virilismo.
hormônios são: a aldosterona e o
cortisol. Merecem ser citados, ainda,
a corticosterona, os hormônios andro-
gênicos e estrogênicos.
• Aldosterona
É também denominada minera-
locorticoide. É responsável pela regu-
lação do metabolismo salino, cau-
sando aumento na reabsorção do só-
dio e excreção renal do potássio. Como
consequência secundária da reab-
sorção do sódio, a aldosterona deter-
mina uma reabsorção maior de cloro.
A corticosterona, em menor grau
que a aldosterona, aumenta a reab-
sorção de sódio pelos túbulos renais. Pâncreas e duodeno seccionados.
(d = duodeno; dpa = duto pancreático acessório; dpp = duto pancreático principal; cp
• Cortisol = cabeça do pâncreas; cop = corpo do pâncreas; cap = cauda do pâncreas).
É também chamado glicocor-
ticoide, por determinar aumento da
concentração de glicose no sangue.
Desempenha papel importante no me-
tabolismo das proteínas e das gor-
duras, levando à síntese de glicose a
partir dessas substâncias, o que se
denomina neoglicogênese. A corti-
costerona também tem pequena fun-
ção glicocorticoide.
O cortisol causa também menos
consumo de glicose pelos tecidos e
aumenta a resistência à insulina.
• Hormônios
corticossexuais
Normalmente, há uma contínua Curva de glicemia após a ingestão de 50 gramas de glicose. No indivíduo normal, o
secreção de hormônios corticosse- nível de glicose no sangue sofre um aumento e, após 3 horas, volta ao normal; no
xuais pelo córtex da suprarrenal nos diabético, no qual não ocorre aumento da secreção de insulina após ingestão de glico-
indivíduos de ambos os sexos, os es- se, a glicemia abaixa muito vagarosamente após 3 ou 4 horas da ingestão de glicose.
284 –
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MÓDULO 13 Fatores que Influem na Fotossíntese: Luz e Ponto de Compensação Luminoso (PCL)
A luz é uma pequena parte da ta, devemos estabelecer uma compa- e todo o CO2 produzido na respiração
energia radiante que chega à Terra. É ração entre a fotossíntese e sua res- será utilizado na fotossíntese.
a parte visível do espectro eletromag- piração em função da variação de Conclui-se que os dois fenô-
nético, que vai desde as ondas de intensidade luminosa. menos se neutralizam no cha-
rádio até os raios X e raios gama. A mado ponto de compensação
luminoso.
faixa de luz visível (espectro lumino- ❑ Definição
No entanto, quando a planta rece-
so) é de interesse especial para a fo- Ponto de compensação é uma in-
be luz acima do ponto de compensa-
tossíntese. Compreende luz de dife- tensidade luminosa, na qual a razão
ção fótico, a taxa de fotossíntese é
rentes cores: violeta, azul, verde, ama- de fotossíntese é igual à razão de
maior que a taxa de respiração, sendo
relo, alaranjado e vermelho. respiração.
Verificando-se o espectro de ab- a produção de glicose e oxigênio
Observe as reações de fotossín-
sorção da clorofila em álcool metílico, maior do que o seu consumo e, em
tese e de respiração, e note que são
observou-se que o máximo de absor- consequência, ocorre o crescimento
fenômenos opostos.
ção ocorre nas radiações azul e ver- da planta.
fotossíntese
melha e que a mínima absorção ⎯⎯→ C H O + 6H O + 6O
12H2O + 6CO2 ←⎯⎯ O ponto de compensação varia
6 12 6 2 2
ocorre nas radiações verde e amarela respiração de espécie para espécie, mas, de um
(Fig. 1). modo geral, as plantas são classifica-
Quando uma planta recebe luz no
seu ponto de compensação fótico, das em plantas de sombra (umbró-
❑ Ponto de compensação toda a glicose produzida na fotossín- fitas), quando possuem ponto de
luminoso (fótico) tese será consumida na respiração; compensação baixo, e de sol (helió-
Na determinação do ponto de assim como todo o O2 produzido na fitas), quando possuem ponto de
compensação luminoso de uma plan- fotossíntese será gasto na respiração compensação alto.
– 287
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1. INTRODUÇÃO Esta organela é constituída por série de degradações que leva à for-
uma membrana externa e outra mação de duas moléculas de ácido
Por meio da fotossíntese, que ocor- interna, ambas de constituição lipo- pirúvico. Durante a glicólise, ocorre
re no cloroplasto, as plantas sinte- proteica. A membrana interna cresce descarboxilação (saída de CO2) e de-
tizam compostos orgânicos, os para o interior da mitocôndria, for- sidrogenação (saída de hidrogênio).
quais armazenam energia. Esta ener- mando as cristas mitocondriais. Ainda nessa fase, há liberação de
gia pode ser liberada para a célula O interior da mitocôndria é ocu- energia. Grande parte dessa energia
utilizá-la em suas atividades bioló- pado por um coloide chamado ma-
gicas. O processo pelo qual as cé- é utilizada na síntese de ATP a partir
triz (estroma) mitocondrial.
lulas retiram a energia acumulada nos de ADP e fosfato (P ou Pi), fenômeno
A matriz é formada principal-
compostos orgânicos é a respira- denominado fosforilação oxida-
mente de proteínas e lipídios, e nela
ção celular. tiva.
estão os mitorribossomos. Na ma-
Os compostos energéticos utiliza- triz, encontram-se os finos cordões de
dos pela célula podem ser proteínas, Reações da Glicólise
DNA, o DNA mitocondrial.
lipídios e carboidratos. De todos os desidrogenase
A presença de DNA e ribos-
compostos, a substância mais utiliza- somos permite às mitocôndrias a C6H12O6 ⎯⎯⎯⎯→ 2CH3 – CO – COOH +
da pela célula é a glicose. Quando síntese de RNA e de proteínas.
existe uma quantidade suficiente de As mitocôndrias originam-se por + 4H+ + 4e– + Energia
glicose, muito raramente a célula utili- divisão de outras preexistentes.
za outra substância para a respiração.
A respiração celular é dividida em 3. FASES DA Fosforilação oxidativa
dois tipos: RESPIRAÇÃO AERÓBIA
• aeróbia; ADP + P + Energia → ATP
• anaeróbia (fermentação). A degradação dos compostos
orgânicos para a liberação de energia
2. RESPIRAÇÃO AERÓBIA ocorre em três fases: O ATP é uma substância que ar-
• Glicólise: acontece na matriz mazena grandes quantidades de
A respiração aeróbia depende energia.
citoplasmática (hialoplasma).
fundamentalmente de um organoide A glicólise é um fenômeno que
• Ciclo de Krebs: ocorre na
citoplasmático denominado mito-
matriz da mitocôndria. ocorre tanto na respiração aeróbia
côndria.
• Cadeia respiratória: reali- quanto na anaeróbia.
O número de mitocôndrias numa
za-se na crista mitocondrial. O ácido pirúvico formado sofre
célula é muito variável, entre algumas
dezenas e várias centenas. De um descarboxilacão e transforma-se no
modo geral, as células mais ativas, ❑ Glicólise ou ácido acético (H3C – COOH), com-
como a nervosa e a muscular, apre- formação de piruvato posto orgânico de dois carbonos.
sentam maior número de mitocôndrias. Nesta fase, a glicose sofre uma
descarboxilase
Ácido ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ Ácido + CO2
pirúvico acético
3-C 2-C
❑ Ciclo de Krebs
O ácido cítrico, formado na rea-
ção do radical acetil com o ácido
oxalacético, sofre desidrogenação e
descarboxilação, originando vários
compostos intermediários, e termina
por produzir um novo ácido oxalacé-
tico. Conclui-se que o acetil que pe- P
netrou na mitocôndria é totalmente
quebrado em CO2, íons H+ e elé-
trons, havendo liberação de energia
e síntese de ATP.
Os íons H+ reagem com um
composto chamado nicotinamida-
adenina-dinucleotídeo (NAD),
formando NAD . 2H+.
Os elétrons que resultam dos
íons H+, ricos em energia, serão
transportados ao longo de uma ca-
deia de substâncias localizadas nas
cristas da mitocôndria. É a cadeia tempo, os dois prótons do NAD . 2H+, formando-se assim uma molécula de
respiratória, onde serão sinteti- água (H2O). O NAD . 2H+ volta a ser NAD e novamente se torna capaz de
zados 32 ATPs. captar novos íons H+. Na passagem de elétrons, há liberação de energia que
será utilizada na síntese de ATP (fosforilação oxidativa).
❑ Cadeia respiratória
Nas cristas mitocondriais, existem 4. RENDIMENTO ENERGÉTICO DA RESPIRAÇÃO
substâncias aceptoras de elétrons, Glicólise ⎯⎯⎯→ 2 ATP
entre elas o FAD (flavina – adenina – Ciclo de Krebs ⎯⎯⎯→ 2 ATP
dinucleotídeo) e os citocromos b, c, Cadeia Respiratória ⎯→ 32 ATP
–––––––
a, a3, proteínas que contêm ferro. Total 36 ATP
Todas essas substâncias transportam
elétrons, levando-os ao aceptor final,
5. EQUAÇÃO GERAL DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA
que é o oxigênio. Cada oxigênio
C6H12O6 + 6H2O + 6O2 → 6 CO2 + 12H2O + 36 ATP
recebe dois elétrons e, ao mesmo
2H+
Cadeia respiratória.
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1. INTRODUÇÃO cidade da solução de menor concen- célula, existem grandes vacúolos que
❑ Difusão tração (hipotônica) para outra de contêm o suco vacuolar. Este repre-
A difusão é um fenômeno em que maior concentração (hipertônica), até senta uma solução de várias substân-
moléculas ou íons se movimentam de atingir o equilíbrio, quando as duas cias em água. Toda solução desen-
uma região para outra, seguindo o soluções passam a apresentar a mes- volve uma pressão osmótica (P.O.).
gradiente de concentração. Nos ve- ma concentração (isotônicas). Esta pressão depende diretamente
getais, todas as trocas gasosas ocor- da concentração da solução e re-
2. OSMOSE NA presenta a pressão favorável à entra-
rem por difusão.
CÉLULA VEGETAL da de água na célula.
❑ Osmose A célula vegetal apresenta, ex- Quando a célula vegetal é mergu-
A difusão da água (solvente) ternamente, a parede celular ou lhada em água destilada, a tendência
através de uma membrana semiper- membrana celulósica — mem- da água é movimentar-se para o inte-
meável chama-se osmose. brana permeável, resistente e dotada rior da célula, atraída pela pressão
A membrana semipermeável é de certa elasticidade. Internamente a osmótica do vacúolo (P.O. ou Si).
aquela que é permeável ao solvente ela, encontra-se a membrana plas- A água que penetra na célula passa a
(água) e impermeável aos solutos mática (plasmalema) — membrana exercer uma pressão hidrostática
(substâncias que se dissolvem na permeável seletiva, às vezes conside- sobre a parede celular, denominada
água). A água passa com maior velo- rada semipermeável. No interior da pressão de turgescência ou
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❑ Plasmólise
Ocorre quando a célula vegetal é mergulhada em
meio hipertônico. A célula perde água e o citoplasma
descola-se da parede celular. Quando a célula plasmoli-
sada é mergulhada em água destilada ou meio hipo-
tônico, absorve água e restabelece o seu turgor. O
fenômeno é conhecido por deplasmólise.
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