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ERICH FROMM

1. Introdução

Desde os tempos de estudante nas Universidades de Heidelberg, Frankfurt e Munique, nas


quais estudou psicologia e sociologia, Fromm sempre se manteve fiel à filosofia clássica humanista
e, ainda acrescentou a esta sua dimensão psicanalítica. Depois de receber seu Ph.D. em Heidelberg
em 1922, fez formação psicanalítica em Munique e no famoso Instituto Psicanalítico de Berlim. Ele
foi para os Estados Unidos em 1933, como palestrante do Instituto Psicanalítico de Chicago e
depois iniciou do sua prática Psicanalítica privada na cidade de Nova York. Ensinou em várias
universidades e institutos nos Estados Unidos e no México.
Em 1976, Fromm mudou-se para a Suíça, onde morreu em 1980. Seus livros receberam uma
considerável atenção não só de especialistas nos campos da psicologia, sociologia, filosofia e
religião, mas também do público em geral.
Fromm foi profundamente influenciado pela obra de Karl Marx, especialmente por um
trabalho inicial, The Economic and Philosophical Manuscripts, de 1844. A obra de Fromm foi
inspirada por seus profundos conhecimentos de história, sociologia, literatura e filosofia. Podemos
dizer que seus muitos livros influenciaram os leitores leigos mais do que os psicólogos acadêmicos.

O tema essencial de toda a obra de Fromm é que a pessoa se sente solitária e isolada porque
se separou da natureza e das outras pessoas. Essa condição de isolamento não é encontrada em
outras espécies animais; ela é distintiva da situação humana. A criança, por exemplo, liberta-se dos
laços primários com os pais e em resultado sente-se isolada e desamparada. No seu livro O Medo à
Liberdade (1941), Fromm desenvolveu a tese de que, conforme os humanos conquistaram mais
liberdade através dos tempos, eles passaram a se sentir mais sozinhos. A liberdade se torna uma
condição negativa da qual eles tentam escapar.
Qual é a resposta para esse dilema? A estratégia sadia é a pessoa unir-se a outras no espírito
do amor e do trabalho compartilhado. A opção não-sadia é a pessoa tentar “escapar da liberdade”. É
possível escapar por três meios. A primeira fuga é pelo autoritarismo, por uma submissão
masoquista a pessoas mais poderosas ou por uma tentativa sádica de tornar-se a autoridade
poderosa. Uma segunda fuga é pela destrutividade, pela tentativa de escapar da impotência,
destruindo os agentes e as instituições sociais que produzem um senso de desamparo e isolamento.
Quanto mais o impulso de crescimento da pessoa for frustrado, mais destrutiva ela se tornará. Essa
análise corresponde perfeitamente ao crescente predomínio da violência gratuita entre os membros
das classes desfavorecidas na nossa sociedade. O terceiro modo é pela conformidade de autômato,
em que a pessoa renuncia ao seu estado de ser ela mesma adotando um “pseudo self” com base nas
expectativas alheias. [Observem como essa dinâmica é semelhante aos processos descritos por Karen
Horney e Carl Rogers (ver Capítulo 11) e à “inflação da persona ” de Carl Jung (ver Capítulo 3)] . No caso
sadio, o ser humano usa sua liberdade para desenvolver uma sociedade melhor. Nos casos não-
sadios, ele passa a viver uma nova servidão.
Para Fromm, qualquer forma de sociedade criada pelo ser humano, seja o feudalismo,
capitalismo, fascismo, socialismo ou seja o comunismo, representa uma tentativa de resolver a
contradição básica dos humanos. Essa contradição consiste em a pessoa ser tanto uma parte da
natureza quanto separada dela, em ser simultaneamente um animal e um ser humano. Como
animais, temos certas necessidades fisiológicas que precisam ser satisfeitas. Como seres humanos,
possuímos autoconsciência, razão e imaginação. As experiências exclusivamente humanas são os
sentimentos de ternura, amor e compaixão; atitudes de interesse, responsabilidade, identidade,
integridade, vulnerabilidade, transcendência e liberdade; e valores e normas (1968). “A
compreensão da psique do homem deve basear-se na análise das necessidades humanas
decorrentes das condições de sua existência” (1955, p. 25). Para ele, as forças psíquicas que
movimentam a criatividade das artes e das religiões jamais poderiam ser explicadas pelas
necessidades fisiológicas frustradas ou sublimadas.
Assim, classificou as necessidades específicas puramente humanas e objetivas em:
Ψ - de relacionamento: a natureza solitária convida-nos a viver socialmente;
Ψ - de transcendência: por ser impotente, o homem busca sentido sobrenatural para sua existência
mortal;
Ψ - de enraizamento: libertando-se do puramente animal, o homem precisa encontrar suas próprias
raízes em substituição do laço perdido da natureza bruta tornando-a humana para habitá-la;
Ψ - de identidade: o homem age como autor e objeto de suas próprias ações. Se não conseguimos
alcançar essa meta por meio do esforço criativo individual, podemos obter certa marca de distinção,
identificando-nos com outra pessoa ou grupo. O escravo se identifica com o senhor; o cidadão, com
o país; o trabalhador, com a companhia. Nesse caso, o senso de identidade decorre de pertencer a
alguém e não de ser alguém;
Ψ - de uma estrutura de orientação e devoção: desenvolvendo sua consciência e seus sentimentos, o
homem tem a exigência básica de dar sentido à própria existência e do mundo.
Porém, Fromm (1973) introduziu uma sexta necessidade básica, a necessidade de excitação
e estimulação. Ao descrever essa necessidade, ele fez uma distinção entre estímulos simples e
ativadores. Os estímulos simples produzem uma resposta automática, quase reflexa, e é melhor
considerá-los em termos de pulsões; por exemplo, quando estamos com fome, comemos. Nós
frequentemente ficamos entediados com os estímulos simples. Os estímulos ativadores, ao
contrário, impõem a busca de objetivos. Os estímulos ativadores de Fromm soam como a busca do
proprium de Allport (ver Capítulo 7) e como as metanecessidades de Maslow.
Segundo Fromm, as necessidades não foram criadas pela sociedade, mas foram sendo
inseridas na natureza humana pela evolução. Qual é então a relação da sociedade com a existência
do ser humano? Ele acreditava que as manifestações específicas dessas necessidades, as maneiras
reais pelas quais a pessoa realiza potencialidades internas, são determinadas pelos “arranjos sociais
de acordo com os quais ela vive” (1955, p. 14). A personalidade se desenvolve em concordância
com as oportunidades que uma determinada sociedade oferece à pessoa.
Em uma sociedade capitalista, por exemplo, uma pessoa pode obter um senso de identidade
pessoal, tornando-se rica, ou desenvolver um senso de enraizamento, tornando-se um empregado
responsável e digno de confiança em uma grande companhia. Em outras palavras, o ajustamento de
uma pessoa à sociedade normalmente representa um compromisso entre necessidades internas e
exigências externas. Ela desenvolve um caráter social ao responder aos requerimentos da sociedade.
Além das necessidades, Fromm também identificou e descreveu cinco tipos de caráter
social encontrados na sociedade atual: receptivo, explorador, açambarcador, comerciante e
produtivo. Esses tipos representam as diferentes maneiras como os indivíduos de relacionam com o
mundo e com os outros.
Fromm (1964) também descreveu um sexto par de tipos de caráter: o necrófilo , que é
atraído pela morte, versus o biófilo , que é apaixonado pela vida. Fromm observou que aquilo que
poderia ser considerado um paralelo entre essa formulação e os instinto de vida e morte de Freud
não o é. Para Freud, tanto o instinto de vida quando o de morte são inerentes à biologia do ser
humano, ao passo que para Fromm a vida é a única potencialidade primária. A morte é meramente
secundária e só entra em cena quando as forças de vida são frustradas.
Em seu livro final, Fromm (1976) acrescentou uma distinção entre as orientações de “ter” e
de “ser” em relação à vida. Uma orientação de ter reflete a preocupação competitiva da pessoa
com possuir e consumir recursos. Essa orientação é favorecida pelas sociedades tecnológicas. O
modo de ser, ao contrário, focaliza aquilo que a pessoa é, não o que ela tem, e o compartilhar, em
vez do competir. Essa orientação só vai se desenvolver se a sociedade a encorajar.

Criança
Do ponto de vista do funcionamento adequado de uma determinada sociedade, é
absolutamente essencial que o caráter da criança seja moldado para se adaptar às necessidades da
sociedade. A tarefa dos pais e da educação é fazer com que a criança queira agir como tem de agir
para que um dado sistema econômico, político e social seja mantido. Assim, em um sistema
capitalista, o desejo de economizar deve ser implantado nas pessoas, de modo que exista capital
para expandir a economia. Uma sociedade que desenvolveu um sistema de crédito precisa dar um
jeito para que as pessoas sintam uma compulsão interna a pagar suas contas prontamente. Fromm
deu inúmeros exemplos dos tipos de caráter que se desenvolvem em uma sociedade democrática e
capitalista (1947).
Ao fazer exigências contrárias à sua natureza, a sociedade deforma e frustra os seres
humanos. Ela os aliena de sua “situação humana” e nega-lhes o cumprimento das condições básicas
da existência. Tanto o capitalismo quanto o comunismo, por exemplo, tentam transformar o
indivíduo em um robô, em um escravo do salário, em uma nulidade, e geralmente conseguem levar
a pessoa à insanidade, à conduta anti-social ou a atos autodestrutivos. Fromm não hesitou em
estigmatizar a sociedade como estando doente quando deixa de satisfazer as necessidades básicas
dos seres humanos (1955).
Fromm também salientou que, quando uma sociedade muda em algum aspecto importante,
como ocorreu quando o feudalismo se transformou em capitalismo, ou quando o sistema de fábricas
substituiu o artesão individual, tal mudança tende a produzir deslocamentos no caráter social das
pessoas. A antiga estrutura de caráter não se ajusta à nova sociedade, o que aumenta o senso de
alienação e desespero das pessoas. Os laços tradicionais são cortados, e, até que a pessoa consiga
desenvolver novas raízes e relações, ela se sente perdida. Durante esses períodos transicionais, a
pessoa torna-se presa fácil de todos os tipos de panacéias que oferecem um refúgio contra a solidão.
(Conforme descrito no próximo capítulo, Erik Erikson tratou de maneira análoga as consequências negativas
que ocorrem quando a pessoa precisa tentar funcionar em uma sociedade que enfatiza valores inconsistentes
com a orientação segundo a qual ela foi socializada)
O problema das relações de uma pessoa com a sociedade preocupava muito Fromm, e ele retornou a
isso inúmeras vezes. Ele estava inteiramente convencido da validade das seguintes proposições: (1) os seres
humanos têm uma natureza essencial, inata; (2) a sociedade é criada pelos humanos para realizar essa
natureza essencial; (3) nenhuma sociedade, de todas que foram criadas até hoje, atende às necessidades
básicas da existência humana; e (4) é possível criar tal sociedade.
Que tipo de sociedade Fromm defendia?
“(Uma) em que os homens se relacionem amorosamente, com raízes em laços de
fraternidade e solidariedade...; uma sociedade que dê ao homem a possibilidade
de transcender a natureza, criando, ao invés de destruir; em que todos obtenham
um senso de self ao experienciar-se como o sujeito de seus poderes, como
contraponto à conformidade; em que exista um sistema de orientação e devoção,
sem que o homem precise distorcer a realidade e adorar ídolos.” (1955, p. 362)
Fromm sugeriu inclusive um nome para essa sociedade perfeita: Socialismo Comunitário
Humanista. Nessa sociedade, todos teriam oportunidades iguais de se tornarem plenamente
humanos. Não haveria solidão, nenhum sentimento de isolamento, nenhum desespero. As pessoas
encontrariam um novo lar, adequado à “situação humana”. Tal sociedade atingiria o objetivo de
Marx de transformar a alienação de uma pessoa sob um sistema de propriedade privada em uma
oportunidade de autorrealização como um ser humano social, produtivamente ativo, sob o
socialismo. Fromm ampliou o projeto da sociedade ideal, definindo como a nossa presente
sociedade tecnológica pode ser humanizada (1968).
As ideias de Fromm foram agudamente criticadas por Schaar (1961).
Embora as ideias de Fromm se sucitassem de suas observações de pessoas em tratamento e
de suas amplas leituras em história, economia, sociologia, filosofia e literatura, ele realizou uma
investigação empírica em grande escala. Em 1957, Fromm iniciou um estudo em psicologia social
em um vilarejo mexicano para testar sua teoria do caráter social. Ele treinou entrevistadores
mexicanos para administrar um questionário profundo que podia ser interpretado e pontuado para
importantes variáveis motivacionais e caracterológicas. Esse questionário foi suplementado pelo
Método das Manchas de Tinta de Rorschach, que revela atitudes, sentimentos e motivos mais
profundamente reprimidos. Por volta de 1963 a coleta de dados foi concluída, e em 1970 os achados
foram publicados (Fromm & Maccoby, 1970).
Foram identificados três tipos principais de caráter social: o produtivo-açambarcador, o
produtivo-explorador e o improdutivo-receptivo. Os indivíduos que pertenciam ao tipo produtivo-
açambarcador eram os proprietários de terra; ao produtivo-explorador, os comerciantes; e ao
improdutivo-receptivo, os trabalhadores pobres. Uma vez que pessoas com estruturas de caráter
semelhantes tendem a casar entre si, os três tipos constituíam uma estrutura de classe bastante rígida
no vilarejo.
Antes que a influência da tecnologia e da industrialização atingisse o vilarejo, havia apenas
duas classes principais os proprietários de terra e os camponeses. O tipo produtivo-explorador só
existia como um tipo desviante. Mas foi esse tipo que tomou a iniciativa de tornar os frutos da
tecnologia disponíveis para os habitantes do vilarejo, tornando-se assim símbolos de progresso e
líderes da comunidade. As pessoas que pertenciam a esse tipo forneciam entretenimento barato na
forma de filmes, rádio, televisão e produtos manufaturados. Em conseqüência, os pobres
camponeses foram arrancados de seus tradicionais valores culturais sem ganhar muitas das
vantagens materiais de uma sociedade tecnológica. O que eles ganharam na verdade era falso, se
comparado ao que tinham anteriormente: os filmes substituíram os festivais, o rádio substituiu as
bandas locais, as roupas prontas substituíram as roupas feitas à mão, e os utensílios e móveis
produzidos em massa substituíram os artesanais. O principal foco do estudo, entretanto, era frustrar
a tese de Fromm de que o caráter (personalidade) afeta e é afetado pela estrutura social e pela
mudança social.

“A principal missão do homem, na vida, é dar luz a si mesmo e tornar-se aquilo que ele é
potencialmente.”
Bibliografia

Fromm, E. (1941). Escape from freedom. Nova York: Rinehart.


Fromm, E. (1947). Man for himself. Nova York: Rinehart.
Fromm, E. (1950). Psychoanalysis and religion. New Haven: Yale University Press.
Fromm, E. (1951). The forgotten language: An introduction to the understanding of dreams, fairy
tales, and myths. Nova York: Grove.
Fromm, E. (1955). The sane society. Nova York: Rinehart.
Fromm, E. (1956). The art of loving. Nova York: Bantam.
Fromm, E. (1959). Sigmund Freud’s mission. Nova York: Harper.
Fromm, E. (1961). Marx’s concept of man. Nova York: Ungar.
Fromm, E. (1962). Beyond the chains of illusion. Nova York: Simon & Schuster.
Fromm, E. (1964). The heart of man. Nova York: Harper & Row.
Fromm, E. (1968). The revolution of hope. Nova York: Harper & Row.
Fromm, E. (1970). The crisis of psychoanalysis. Greenich, Conn.: Fawcett Books.
Fromm, E. (1973). The anatomy of human destructiveness. Nova York: Holt.
Fromm, E. (1976). To have or to be? Nova York: Harper & Row.
Fromm, E. & Maccoby, M. (1970). Social character in a Mexican village. Englewood Cliffs, N. J.:
Prentice-Hall.

Amor é uma escolha, meu filho! Nada do que vc fizer mudará isso!

Amor → sentimento mais sofisticado da experiência humana, de tal modo que somente os
seres humanos podem sentir, mas sua sofisticação implica para que ele aconteça tenha
que ter como precursor outros sentimentos. Somente mais adulto você sinta-o
plenamente. Assim o amor só pode ser conquistado, se antes o objeto de amor tiver sido
objeto de respeito e admiração.

Amor: sentimento mais sofisticado da experiência humana, de tal modo


que somente os seres humanos podem sentir, mas sua sofisticação
implica que pra que ele aconteça tem que ter como precursor a ele
outros sentimentos, de modo que somente mais adulto é que você sente
ele plenamente, assim o amor só pode ser conquistado se antes o objeto
de amor tiver sido objeto de respeito e admiração, quem não é
respeitado e admirado jamais será amado.

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