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Sexualidade, gênero e

múltiplas expressões
Vídeo
• Sessão de terapia
Sessão de terapia
• O que te chamou a atenção no atendimento?
• Na atuação profissional como terapeuta, o que você
considera importante para os próximos atendimentos?
Até que você mude
Paola Paredes
Artigo 1
Os psicólogos atuarão segundo os
princípios éticos da profissão
notadamente aqueles que
disciplinam a não discriminação e
a promoção e bem-estar das
pessoas e da humanidade.
Artigo 2
Os psicólogos deverão contribuir, com
seu conhecimento, para uma reflexão
sobre o preconceito e o
desaparecimento de discriminações e
estigmatizações contra aqueles que
apresentam comportamentos ou
práticas homoeróticas.
Artigo 3
os psicólogos não exercerão
qualquer ação que favoreça a
patologização de comportamentos
ou práticas homoeróticas, nem
adotarão ação coercitiva tendente
a orientar homossexuais para
tratamentos não solicitados.
Parágrafo único
Os psicólogos não colaborarão
com eventos e serviços que
proponham tratamento e cura
das homossexualidades.
Artigo 4
Os psicólogos não se pronunciarão,
nem participarão de
pronunciamentos públicos, nos meios
de comunicação de massa, de modo a
reforçar os preconceitos sociais
existentes em relação aos
homossexuais como portadores de
qualquer desordem psíquica
“A identidade homossexual não é dada.
Constrói-se aos poucos e nem sempre se
expressa da mesma maneira. (...)
Muitas pessoas homossexuais tentam, de
fato, se tornarem invisíveis e passarem
por heterossexuais aos olhos da
sociedade, de sua família e de seus
amigos.
Isso afeta inevitavelmente seu modo de
ser no mundo. Acostumados a esconder
uma parte essencial de seus desejos e de
suas necessidades afetivas (...) muitos
deles têm dificuldade de expressar, e até
mesmo identificar seus sentimentos”
(Castañeda, 2007, p. 13).
“Nem sempre temos consciência de
nossos desejos ou de nossos sentimentos
e não sabemos necessariamente em que
momento apareceram.
O que conta na identidade, é a dimensão
subjetiva: não as práticas, mas o desejo e
a aceitação desse desejo – em uma
palavra, a orientação sexual
propriamente dita.
O desejo sexual não obedece cegamente à
biologia; existe também nele uma
liberdade de ação e uma busca afetiva.
O que conta é a auto-definição de cada
indivíduo segundo os critérios que
correspondem à sua história, tanto
pessoal quanto social. ”
(Castañeda, 2007, p. 13).
“Mas a orientação sexual não é algo que
se possa escolher livremente – mesmo
que, durante um certo tempo, muitos
homossexuais tenham falado de “opção”
ou de “preferência sexual”. (...)
Sabe-se que as possibilidades de mudar
de orientação sexual são praticamente
nulas, mesmo quando as pessoas se
submetem voluntariamente a
tratamentos médicos ou psicológicos.
Muitas pessoas tentam durante anos ou
décadas, mas não conseguem apagar o
desejo e a necessidade afetiva que
experimentam”.
(Castañeda, 2007, p. 38).
Recomendações
para a clínica
• Como a pessoa vê sua identidade?
• Quais são os conhecimentos?
• Os preconceitos?
• As fantasias?
• Como conta sua história?
• Que explicações traz para seus
sentimentos, desejos e experiências?
• Como articula seus sentimentos, desejos
e experiências em uma narrativa?
(Castañeda, 2007, p. 38).
Recomendações
para a clínica
• Ter consciência dos preconceitos e dos
estereótipos geralmente associados à
sexualidade e examiná-los de uma
maneira crítica;
(Castañeda, 2007, p. 73).
Recomendações
para a clínica
• Não cair na armadilha de procurar causas.
• Em primeiro lugar, até agora nenhuma das
inúmeras teorias nesse campo foi provada.
• Em segundo lugar, o fato de procurar causas
implica que a homossexualidade é uma
patologia que precisa ser explicada; em
contrapartida, ninguém se pergunta por
que as pessoas são heterossexuais.
• Em terceiro lugar, procurar razões pode
desviar a atenção dos desafios a viver no
contexto atual.
(Castañeda, 2007, p. 73).
Recomendações
para a clínica
• Nunca tentar modificar a orientação
sexual do paciente, mesmo que este
deseje.
• Os estudos a respeito indicam que isso
não somente é impossível, mas que
qualquer tentativa nesse sentido pode
ser extremamente perigosa.
• O objetivo é o de ajudar para que a
pessoa possa aceitar, ter uma vida
satisfatória.
(Castañeda, 2007, p. 73).
“É muito comum os adolescentes terem
dúvida sobre sua orientação sexual.
Se eles identificam desejos homossexuais,
podem se angustiar ao extremo.
Portanto, é importante lhes explicar que a
identidade sexual está composta de
muitas camadas.
É primordial destacar que a sexualidade é
complexa e que compreende em todos
nós muitas facetas.
Uma dessas facetas é a imaginação que,
longe de limitar a sexualidade, só pode
enriquecê-la.
Ademais, nesse campo, nada é
irreversível.”
(Castañeda, 2007, p. 53).
“Estima-se que um terço dos
adolescentes que se suicidam são jovens
homossexuais. E de cada três
adolescentes homossexuais, um relata ter
tentado se autodestruir. É importante
destacar, contudo, que quase todas essas
tentativas ocorreram entre a idade de
dezesseis e vinte e um anos.
Isso indica claramente que a adolescência
é um período particularmente sensível:
não é fácil admitir que somos diferentes
nessa idade, sobretudo se essa diferença
for condenada pela sociedade”.
(Castañeda, 2007, p. 23).
Internalização
dos preconceitos
“Frequentemente acontece, por exemplo,
que os homossexuais desconfiem de seus
desejos ou sentimentos: esses podem lhes
parecer perversos, sujos ou até mesmo
perigosos.
Em casos extremos, podem até mesmo lhes
parecer estranhos, como impulsos que não
lhes pertencem.
Tudo isso pode, evidentemente, ter
consequências muito graves”

(Castañeda, 2007, p. 76).


Internalização
dos preconceitos
“O fato para uma pessoa de rejeitar
sistematicamente seus próprios desejos ou
sentimentos acabará, com o tempo,
afetando suas relações com os outros e
com ela mesma, sua vida sexual, e até
mesmo a sua saúde física.
Esse processo pode chegar à repressão
habitual de certas emoções, provocando
problemas importantes para as relações
sociais e a intimidade”
(Castañeda, 2007, p. 77).
Internalização
dos preconceitos
“Não esqueçamos de que a
homossexualidade é objeto de agressões
contínuas. Não é possível esquecer as
gozações, as piadas, os estereótipos e as
desvalorizações relativamente constantes e
conscientes às quais as pessoas
homossexuais são expostas no cotidiano.
A pergunta que se coloca não é a de saber
se tudo isso as afeta ou não – pois é
evidente que sim,
Mas a de saber o que fazem com a cólera
que sentem”.
(Castañeda, 2007, p. 77).
Estigma
• Classificações sociais
• Preconceitos,
estereótipos,
discriminações
• Quais diferenças são consideradas como
inferiorizantes?
• Estigma = marcas
• Que marcas são consideradas como
indesejáveis?
• Quais marcas são visíveis? Quais não são
visíveis? Como são escondidas?
Estigma
“O próprio indivíduo estigmatizado, por ter
sido criado em determinada sociedade,
incorpora a ideia de sua inadequação como
sujeito.
Com base nas concepções assimiladas sobre
seu estigma, duvidará, assim como os outros,
de que deva ser tratado como uma pessoa
“normal”.
Sendo assim, por ser portador de um estigma
que lhe confere uma característica
desqualificadora, não se considera merecedor
de ser feliz.
Esse é um dos aspectos mais cruéis do
processo de estigmatização dos sujeitos”.
Estigma
“Os conselhos ao estigmatizado
frequentemente se referem com bastante
singeleza à parte de sua vida da qual ele mais
se envergonha e que considera mais privada.
A fórmula em geral é evidente. Exige-se do
indivíduo estigmatizado que ele se comporte
de maneira tal que mantenha a distância que
assegure nossa normalidade”.
Estigma
“O termo estigma será usado em referência a
um atributo profundamente depreciativo, mas
o que é preciso, na realidade, é uma linguagem
de relações e não de atributo.
A pessoa estigmatizada e a pessoa “normal”
não são pessoas, e sim, perspectivas que são
geradas em situações sociais durante os
contatos mistos, em virtude de normas não
cumpridas que provavelmente atuam sobre o
encontro”.
Recomendações
para a clínica
“Um terapeuta sensível às
particularidades da experiência
homossexual nunca deixará de lado a
homossexualidade:
procurará, ao contrário, explorar o
processo de construção dessa identidade
no paciente, desde seus primeiros
desejos, até a explicação e a concepção
que ele tem disso atualmente”.
(Castañeda, 2007, p. 88).
Recomendações
para a clínica
“Examinará a imagem que esse paciente
tem de si mesmo e a que ele mostra aos
outros, e o ajudará a tomar consciência
de sua homofobia interiorizada.
Irá leva-lo a entender como aprendeu a
negar ou a esconder seus desejos e seus
sentimentos – por razões legítimas, mas a
um custo elevado.
Tentará desenvolver no paciente uma
forma de comunicação mais pessoal e
íntima, explorando suas expectativas e
suas resistências sobre relações em
casal”.
(Castañeda, 2007, p. 88).
Recomendações
para a clínica
“O objetivo em uma tal terapia não será o
de separar o paciente de sua
homossexualidade, mas, ao contrário,
ajudá-lo a integrar essa em uma
identidade completa e não mais
fragmentada.
Em uma palavra, trata-se de construir
uma nova imagem de si que inclui a
homossexualidade.
O objetivo não é o de viver feliz apesar da
homossexualidade, mas, de fato, a partir
dela e graças a ela.
(Castañeda, 2007, p. 89).
Vídeo
• It gets better
História da Sexualidade:
Foucault
* O sexo é uma força natural
* Essencialmente positiva
* Infelizmente, reprimida pela cultura
* Precisamos buscar a liberação
* Seja pela revolução, seja pela ciência
* Nosso potencial intrínseco para o prazer
precisa ser realizado de forma espontânea
Hipótese repressiva:
contestação
1) A sexualidade não é uma característica ou
fato natural na vida humana, mas uma
categoria construída, relacionada a fatores
históricos, sociais e culturais;
2) O século XIX não teve como aspecto
principal a intensa repressão da sexualidade,
mas sim, uma imensa proliferação dos
discursos sobre o sexo e
3) A repressão da sexualidade não se dá
apenas por silenciamentos, por proibições e
interdições, mas sim pelo modo como,
colocado em discurso, o sexo passa a ser
controlado, administrado e normatizado.
História da Sexualidade
Michel Foucault nos proporciona uma outra forma de
pensarmos sobre o sexo, uma forma que enfatiza sua
invenção ou "construção", opondo-se, assim, à asserção
normalizante de que o sexo tem uma natureza
verdadeira ou essencial.
História da Sexualidade
Foucault
“Trata-se, em suma, de interrogar o caso de uma
sociedade que desde há mais de um século se
fustiga ruidosamente por sua hipocrisia, fala
prolixamente de seu próprio silêncio, obstina-se
em detalhar o que não diz, denuncia os poderes
que exerce e promete liberar-se das leis que a
fazem funcionar. (. . .) A questão que gostaria de
colocar não é por que somos reprimidos mas, por
que dizemos, com tanta paixão, tanto rancor
contra nosso passado mais próximo, contra nossa
presente e contra nós mesmos, que somos
reprimidos?”
(FOUCAULT, 1988, p. 14).
“A não ser que pressionados por vozes
fortes e insistentes, não damos nome
à norma, ao normal e ao processo
social de normalização, muito menos
os consideramos desconcertantes,
objetos de estudo”
(Katz, 1996, p. 27).
Antes da heterossexualidade
“Se a palavra heterossexual não
existia nos Estados Unidos até 1892,
como os americanos falavam e
pensavam sobre – e organizavam
socialmente – as diferenças sobre a
sexualidade?”
(Katz, 1996, p. 45).
História da Sexualidade
Foucault
“O homossexual do século XIX torna-se uma
personagem: um passado, uma história, uma
infância, um caráter, uma forma de vida; também
é morfologia, com uma anatomia indiscreta e,
talvez, uma fisiologia misteriosa. Nada daquilo
que ele é, no fim das contas, escapa à sua
sexualidade. Ela está presente nele todo:
subjacente a todas as suas condutas, já que ela é o
princípio insidioso e infinitamente ativo das
mesmas; inscrita sem pudor na sua face e no seu
corpo já que é um segredo que se trai sempre. É-
lhe consubstancial, não tanto como pecado
habitual porém como natureza singular”.
(FOUCAULT, 1988, p. 14).
“Há trezentos anos atrás, os humanos
acreditavam em coisas que a ciência
desmentiu. Primeiro, acreditavam que o
prazer sexual dependia do contato sexual
entre as pessoas. Hoje, com nossos
estimuladores orgônicos, sabemos que o
orgasmo independe do contato físico para
ser obtido. (. . .) insistiam em desconhecer,
emocionalmente, o que já era
empiricamente comprovado: numerosas
doenças resultavam do uso do órgão de
excreção como meio de reprodução ou de
obtenção do prazer sexual”

(Costa, 2002, p. 22).

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