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01/07/2019 Globo deve pagar R$ 41 milhões por tributos sobre royalties, diz Carf

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Globo deve pagar R$ 41 milhões por tributos sobre


royalties, diz Carf
Autuação envolve direitos de transmissão pagos no exterior por programas esportivos e reality shows

GUILHERME MENDES

26/06/2019 08:00 BRASÍLIA

(Foto: Takashi Ota/Flickr)

UFC, Copa América, Fórmula 1 – mas também BBB, The Voice e a abertura do
programa Fantástico estiveram, por um dia, no horário nobre do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Em julgamento realizado no dia 19 de
junho, uma turma da 3ª Seção de julgamento do tribunal administrativo decidiu que
a Rede Globo deve pagar uma cobrança tributária de cerca de R$ 41 milhões.

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01/07/2019 Globo deve pagar R$ 41 milhões por tributos sobre royalties, diz Carf

O processo tinha como discussão a incidência ou não da Contribuição de


Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre direitos autorais, pagos pela Globo
a fornecedores no exterior, com o objetivo de obter direitos de transmissão de lmes
estrangeiros, programas esportivos e de entretenimento, como a versão brasileira do
reality show Big Brother.

Programas da Globo na mira


A discussão no Carf nasceu porque a Globo recorreu contra uma autuação da
Receita Federal, que equiparou todos os direitos de transmissão pagos pela
emissora a royalties e direitos autorais, o que justi caria a tributação pela Cide. Com
base na lei nº 10.168/2000, que institui a contribuição, o Fisco aplicou como
subsidiária a lei nº 4.506/1964, do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), para
decidir que direitos autorais são considerados royalties para efeitos scais.

O caso, sorteado para a 1ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção do Carf, começou a ser


discutido em maio, mas foi suspenso para vista e retomado em junho. Em sua
defesa exposta aos conselheiros, a Globo argumentou que o decreto que
regulamentou a Cide (4.195/2002) delimita o conceito de royalties a um rol
especí co de contratos, em que não estavam incluídas as remessas enviadas pelo
contribuinte.

O texto legal, em seu artigo 10º, traz uma lista de objetos em que remessas de
valores para residentes no exterior, a título de royalties, atraem a incidência da Cide.
Como os incisos deste artigo não citam nominalmente eventos esportivos, isto seria
motivo, na visão da Globo, para que a multa tributária fosse cancelada.

A empresa ainda argumentou que o governo criou a Cide-royalties à alíquota de 10%,


tendo como pressuposto a redução da alíquota do Imposto de Renda Retido na
Fonte (IRRF) sobre royalties de 25% para 15%. Por isso, a legislação que serve como
subsidiária à da Cide é a do IRRF, de forma que não haveria fundamento legal para a
Receita Federal fazer a equiparação pela legislação do IRPF, alegou a defesa.

Ao expor suas razões, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a rmou


que a tese da defesa é uma tentativa “criativa” de fugir da jurisprudência rmada
pela 3ª Turma da Câmara Superior. Para a Câmara Superior, a lei que criou a Cide se
refere de forma ampla ao termo “Imposto de Renda”, sem especi car que se trataria
do IRRF a legislação subsidiária aplicável à contribuição.

Além disso, a PGFN a rmou que compete à lei que de nir as bases de incidência da
Cide e que a lei fez isso de forma abrangente ao se referir ao conceito de royalties. O

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01/07/2019 Globo deve pagar R$ 41 milhões por tributos sobre royalties, diz Carf

decreto, embora mais especí co, não teria o poder de se sobrepor à legislação, de
acordo com o procurador responsável pelo caso. Para a Procuradoria, a Constituição
Federal assegura “a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas”. A
previsão está na alínea “a”, do inciso XXVIII do artigo 5º da Carta Magna.

Apesar de já haver decisões pela incidência da Cide nas remessas a título de


royalties de programas e formatos utilizados por emissoras, a turma focou as
discussões nas questões relativas a eventos esportivos, tomando diversas decisões
distintas dentro do mesmo processo. Entre as sessões de maio e junho, houve
também uma mudança de voto, pois a conselheira Mara Cristina Sifuentes,
representante da Fazenda Nacional, passou a apoiar uma posição mais scalista em
junho, após se posicionar de maneira mais favorável ao contribuinte no mês anterior.

Pelo voto de qualidade, prevalecendo o entendimento do relator e presidente,


Rosaldo Trevisan, o colegiado não aplicou o conceito restritivo do Decreto nº
4.195/2002, pretendido pela Globo. O entendimento da turma foi de que os incisos
presentes no texto legal são meramente exempli cativos, não cabendo uma
interpretação restritiva da redação.

Por seis votos a dois, os conselheiros também entenderam que a Cide, pela qual a
Globo foi cobrada, não possui referibilidade – isto é, seu fato gerador não é ligado a
uma atividade estatal. Por unanimidade, a turma manteve a cobrança da
contribuição pedida pelo Fisco, mas retirou da base de cálculo o chamado “gross
up”, isto é, o imposto já pago embutido em outro. Como a Globo já havia recolhido o
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), este valor foi retirado pela turma da base
de cálculo da Cide.

A Globo poderá recorrer, ainda, à Câmara Superior de Recursos Fiscais, última


instância do Carf, caso comprove que a decisão dada pela turma diverge da
jurisprudência adotada pelo tribunal administrativo.

Processo citado na matéria:


16539.720013/2017-17
Globo Comunicação e Participações S/A x Fazenda Nacional

GUILHERME MENDES – Repórter

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