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2- De acordo com o autor os julgamentos de valores baseados na diferenciação física,

principalmente pela cor da pele, estabelecidos durante o século XIX fez com que os africanos
fossem considerados inferiores e primitivos, consequentemente sem história. Elegendo-se como
nível mais alto de civilização, a Europa renegava tudo que fosse diferente de seus padrões, por
isso, “os racistas não cessavam de proclamar que a história da África não tinha importância
nem valor: os africanos não poderiam ser os autores de uma civilização digna desse nome”1.
Nesse sentido, era impensável construir uma história sobre a África e considera-la como uma
civilização.
No século XX esta concepção entrou em declínio no âmbito das ciências sociais e
naturais, contudo, continuou a ser difundida no senso comum, onde o racismo se alimentava de
tensões entre diferentes grupos, em locais onde a Europa era o centro e a referencia para tudo,
o racismo permaneceu assim, na mentalidade das sociedades europeias e antigas colônias,
permeadas pela visão eurocêntrica. Desse modo, construir uma historiografia africana consistia
e consiste ainda, um grande desafio intelectual e social, uma vez que a história da África foi
historicamente reduzida e inferiorizada, por meio desses preconceitos , era um lugar
considerado sem história e por isso sem importância.

4- A historiografia acerca do período colonial contribuiu para a construção de uma


historiografia africana na medida em que abriu espaço para se pensar e fazer a história da África,
que culminou em uma tentativa de reelaboração da história da África, chamada pelo autor de
descolonização da história da África. No entanto, essa própria historiografia clássica limitou
por muito tempo os estudos sobre África, uma vez que a história do período colonial foi
construída em um primeiro momento de forma que, os europeus eram mostrados como a raça
superior que tinha levado civilização para aquele local, sendo os africanos sempre colocados
em segundo plano.
Depois em um segundo momento, inverte-se os papeis e os europeus passam a serem
vistos como exploradores e os africanos como vitimas passivas, colocando ainda os europeus
como responsáveis pelo desenvolvimento da África.
[..] Tal história mostrava os africanos como bárbaros pusilânimes ou
desorientados. Seguia‑ se que da Europa tinham vindo seres superiores que
haviam feito o que os próprios africanos não teriam condições de fazer.
Mesmo no seu mais alto grau de objetividade, “a história colonial” só
outorgou aos africanos papéis secundários no palco da história.2

1
CURTIN, 2010, p. 41.
2
CURTIN, 2010, p. 44.
Nesse sentido, ao mesmo tempo em que se abria espaço para a construção da história da
África, essa história se consolidou essencialmente, como uma história dos europeus na África.
A partir dos movimentos nacionalistas pela independência vão surgindo novos formas
de construir a história da África, uma vez que a atuação desses grupos impôs à historiografia
um posicionamento diferente do que vinha sendo tomada, mudando a concepção sobre os
estudos coloniais, da mesma forma, as revoltas contra o eurocentrismo e o movimento
antielitista, influenciou a historiografia africana, fazendo surgir novos temas e abordagens sobre
a história da África, contudo ainda são campos de estudos recentes, que necessitam de
desenvolvimento de pesquisas.

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