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A DERIVADA EM ECONOMIA
8.1 Introdução
Agora temos ferramentas necessárias para caracterizar de forma mais precisa algumas funções
da Economia.
dx
< 0,
dp
291
292 CAPÍTULO 8. A DERIVADA EM ECONOMIA
Em geral, uma função de custos C = C(x) é de classe C 1 e não negativa. De fato, C(0) ≥ 0,
indica que se uma empresa não tem produção os custos são sempre não negativos; por exem-
plo, se tiver matéria prima estocada C(0) > 0. Então C ′ (x) > 0, isto é, C é crescente. Os custos
crescem a medida que aumentam as unidades produzidas.
Em geral, uma função de produção y = P (q) é de classe C 2 e deve satisfazer a P ′ (q) > 0 para
todo q, P deve ser côncava para cima em 0 < q < a e côncava para baixo para q > a (para um
certo a). Note que poderemos ter a = +∞.
8.2. ANÁLISE MARGINAL 293
Exemplo 8.1.
Então y = P (q) é côncava para cima se α > 1 e côncava para baixo se 0 < α < 1.
y
Se a função de custo de um certo bem é derivável, então o custo marginal é a taxa instantânea
com a qual aumenta ou diminui o custo para produzir uma unidade adicional do bem.
294 CAPÍTULO 8. A DERIVADA EM ECONOMIA
Definição 8.2. Seja C = C(x) a função de custo total para produzir um certo bem. Se C = C(x) é
derivável, então, denotamos e definimos o custo marginal por:
O custo marginal CMg (x) é o custo aproximado para produzir a unidade x + 1 após ter produ-
zido x unidades. Note que o custo marginal independe do custo fixo da empresa.
Em situações normais, C(x) e x são não negativas e deve ter a seguinte propriedade:
Isto é, o custo deve crescer se o número de unidades produzidas cresce. Se C = C(x) for
diferenciável, temos que:
CMg (x) = C ′ (x) > 0,
para todo x. Quando o número de bens produzidos é muito grande, o custo marginal deve
crescer ou ser nulo. Por outro lado, o custo marginal também pode decrescer para alguns
valores de x. Logo, a função de custo deve ter intervalos de concavidade para cima e intervalos
de concavidade para baixo.
3. x0 é um ponto crítico de CMe = CMe (x) se, e somente se CMe (x0 ) = CMg (x0 ).
C(x)
Segue diretamente, que se derivamos o custo médio: CMe (x) = ; temos:
x
′ C ′ (x) C(x) 1
CMe (x) = − 2 = CMg (x) − CMe (x) .
x x x
Corolário 8.1. Se C ∈ C 2 , então o custo médio é mínimo em x0 , se satisfaz às seguintes condições:
Exemplo 8.2.
′
e CMg (2) > 0. Logo, o custo médio é mínimo em x = 2 e o custo C(2) = 34.
30
25
20
15
10
1 2 3 4
Definição 8.3. A receita marginal de um bem é a variação da receita ao vender uma unidade adicional
do bem.
Seja R = R(x) a função de receita total da venda de um certo tipo de bem. Se R = R(x) é
derivável, então, denotamos e definimos a receita marginal:
A receita marginal RMg (x) é a receita aproximada da venda x + 1 após ter vendido x unidades.
Definição 8.4. O lucro marginal de um bem é o lucro aproximado ao vender uma unidade adicional
do bem.
Seja L = L(x) a função de lucro total da venda de um certo tipo de bem. Se L = L(x) é
derivável, então, denotamos e definimos o lucro marginal:
Em situações normais, L = L(x) e x são não negativas e deve ter a seguinte propriedade:
Isto significa que se o consumo crescer o lucro cresce. Se L = L(x) for diferenciável, temos que:
para todo x.
3. x0 é um ponto crítico de LMg = LMg (x) se, e somente se RMg (x0 ) = CMg (x0 ).
296 CAPÍTULO 8. A DERIVADA EM ECONOMIA
Da proposição anterior segue que, se RMg (x) > CMg (x), deve ser produzida a unidade se-
guinte e se RMg (x) < CMg (x) não se deve produzir a seguinte unidade.
Derivando o lucro: L(x) = R(x) − C(x), temos:
L′ (x) = RMg (x) − CMg (x) =⇒ L′ (x0 ) = 0 ⇐⇒ RMg (x0 ) = CMg (x0 ).
Por outro lado, para que o lucro seja máximo devemos ter custo mínimo e receita máxima,isto
é, C ′′ (x0 ) > 0 e R′′ (x0 ) < 0; logo L′′ (x0 ) < 0. Portanto, o lucro é máximo em x0 se:
′
RMg ′ (x0 ) < CMg (x0 ).
Este resultado representa uma importante conclusão geral, referente a qualquer tipo de em-
presa. No nível de produção onde o lucro é máximo a receita marginal é igual ao custo margi-
nal. Veja o exemplo [6].
Exemplo 8.3.
[1] Uma mineradora determina que sua função de custo total para a extração de certo tipo de
ferro é dada por C(x) = 2.5 x2 + 4.32 x + 1200 em US$, onde x é dada em toneladas de ferro.
Determine o custo adicional quando a produção aumenta de 10 para 11 toneladas de ferro.
Ache o custo marginal para 10 toneladas.
Primeramente calculamos C(11) = 1550.02 e C(10) = 1493.20, logo:
60
50
40
30
20
10
2 4 6 8 10 12
[2] O custo médio para produzir um certo tipo de componentes mecânicos para motores de
carros é dado por: CMe (x) = 0.001 x2 − 0.02 x + 5 + 5000
x . Determine o custo adicional quando
a produção aumenta de 50 para 51 componentes. Ache o custo marginal para 50 unidades.
Como C(x) = x CMe (x) = 0.001 x3 − 0.02 x2 + 5 x + 5000, temos: C(51) = 5335.63 e
C(50) = 5325.0, logo:
C(51) − C(50) = 10.63.
Derivando:
CMg (x) = 0.003 x2 − 0.04 x + 5 =⇒ CMg (50) = 10.5.
14
12
10
10 20 30 40 50 60
[3] Se a relação entre o preço e a demanda, para um certo produto é (x + 2) p = 400, ache a
função receita e a receita marginal.
Lembrando que R(x) = x f (x), onde p = f (x) é uma função de preço. Logo:
350
300
250
200
150
100
50
2 4 6 8 10
[4] O preço de um certo bem é dado por p = f (x) = 50 e−0.01x , x ≥ 0 e o custo por
298 CAPÍTULO 8. A DERIVADA EM ECONOMIA
Sabemos que L(x) = R(x) − C(x) = 50 x e−0.01x − 100 ln(x + 1), então:
100
LMg (x) = L′ (x) = e−0.01x (50 − 0.5 x) − =⇒ LMg (90) = 0.933.
x+1
35
30
25
20
15
10
30 60 90
[5] Decisão sobre a fixação de preços: Uma empresa tem o custo para produzir x bens por
semana dado por C(x) = 10−6 x3 − 3 × 10−3 x2 + 6 x + 1000. O preço para que x bens possam
ser vendidos semanalmente tem demanda p = 12 − 15 × 10−4 x. Determine o volume e o preço
de venda para que o lucro seja máximo.
30 10 000
25
8000
20
6000
15
4000
10
2000
5
[6] A demanda anual de um certo produto é dada por x = 100000− 200 p, onde x é o número de
unidades demandadas por ano e p é o preço em reais. O custo para produzir este bem é dado
por C(x) = 150000 + 100 x + 0.003 x2 . Maximize o lucro.
A receita é R(x) = 500 x − 0.005 x2 , logo RMg (x) = 500 − 0.01 x e CMg = 100 + 0.006 x, logo:
Por outro lado RM ′ g (x) = −0.01 < CM ′ g (x) = 0.006; logo, x = 25000 é um ponto de máximo.
500
6
4. ´ 10
400
6
3. ´ 10
300
6
2. ´ 10
200
6
1. ´ 10
5000 10 000 15 000 20 000 25 000 30 000 35 000 10 000 20 000 30 000 40 000
[7] Se o custo para produzir certo bem é dado por C(x) = a ekx ; a, k > 0, determine quando o
custo médio é mínimo.
a ekx 1
= a k ekx =⇒ x = .
x k
′
Por outro lado, CMg (x) = a k2 ekx > 0, para todo x.
300 CAPÍTULO 8. A DERIVADA EM ECONOMIA
100
80
60
40
20
[8] Suponha que uma empresa para produzir um certo artigo tenha função de custo total
C(x) = 0.003 x2 + 100 x e de receita total R(x) = −0.005 x2 + 500 x. Determine o lucro má-
ximo.
Calculemos RMg (x) = CMg (x), isto é:
25000
x 25000
x
8.3 Elasticidade
A elasticidade, em termos gerais, mede o grau de resposta que apresenta uma variável às
mudanças de outra variável.
Em geral, dada uma função f derivável, definimos a elasticidade de f como:
x f ′ (x)
εf (x) = .
f (x)
8.3.1 Elasticidade-preço
Definição 8.5. A elasticidade-preço da demanda mede o quanto a quantidade demandada responde
a variações no preço.
Para deixar esta medida de sensibilidade livre de unidades, consideraremos tanto a variação
na quantidade demandada, quanto a variação no preço em termos de percentuais. Assim a
elasticidade-preço da demanda mede as variações percentuais desta, ante uma mudança no
preço da mercadoria demandada. Logo, a elasticidade-preço da demanda é uma medida da
resposta de consumidores a mudanças de preços (aumento ou redução) de produtos, bens ou
serviços.
Para certos tipos de produtos, bens e/ou serviços, os consumidores podem reagir fortemente
quando o preço de um determinado produto sobe ou desce e para outros tipos de produtos,
bens e/ou serviços a demanda não se altera notavelmente quando o preço varia. No primeiro
caso, dizemos que a demanda é elástica e no segundo que é inelástica. Quando a variação da
demanda é proporcional à queda de preço ,a demanda é dita unitária.
Em geral, produtos que não têm bons substitutos apresentam menor elasticidade, por exemplo,
a água. Por outro lado, os produtos com muitos substitutos apresentam maior elasticidade, por
exemplo, os refrigerantes. A elasticidade da demanda depende de como são traçados os limites
do mercado. Mercados definidos de forma restrita tendem a ter uma demanda mais elástica que
mercados definidos de forma ampla. Então, dependendo do tipo de produto e do segmento de
mercado afetado, a elasticidade da demanda pode comportar-se de forma diferente. Do mesmo
modo os produtores também têm suas reações e a oferta pode ser elástica ou inelástica.
A elasticidade-preço da demanda é denotada e definida por:
p dx ap
εp = =− .
x dp x
p b/a p
Se |εp | = 1, então a p = x, logo temos uma reta passando pela origem perpendicular ao gráfico
da função de demanda e que se intersectam no ponto (b/2a, b/2).
x
ε=0 |ε|=1
b
0<|ε|<1
1<|ε|
|ε|=+
b/2a b/a p
A porção de reta que fica no semi-plano ap < x corresponde à demanda inelástica e a porção
de reta que fica no semi-plano ap > x corresponde à demanda elástica.
304 CAPÍTULO 8. A DERIVADA EM ECONOMIA
x = f (p) = b − a p2 , a>0 e b ≥ 0,
Se x = f (p) = b − a p2 , então:
2 a p2
εp = − .
x
Então, εp = 0 se p = 0; logo x = b.
r
b
εp = +∞ se p = .
a
r
b
|εp | = 1 se p = . Logo:
3a
r r
b b
0 < εp < 1 ⇐⇒ 0 < p < e 1 < εp ⇐⇒ p > .
3a 3a
Exemplo 8.5.
4 p2
εp = − .
x
εp = 0 se p = 0, isto é x = 18.
εp = +∞ se p = 3.
√ √ √
|εp | = 1 se p = 3. Logo, 0 < εp < 1 se 0 < p < 3 e 1 < εp se p > 3.
18
1 2 3
p
Demanda Racional
Consideremos uma função de demanda x = f (p) = k p−r , r ≥ 0 e k > 0. Então:
p dx
εp = = −r.
x dp
A elasticidade-preço da demanda é constante. A demanda não tem variação com o preço.
x
Se |εp | < 1, então RMg (x) < 0, ou seja, se o preço sobe, a receita total sobe e se o preço diminui
a receita total diminui.
Se |εp | > 1, então RMg (x) > 0, ou seja, se o preço sobe a receita total diminui e se o preço
diminui a receita total sobe.
Se |εp | = 1, então RMg (x) = 0 e a receita total permanece constante.
Observamos acima que x0 é um ponto crítico de R = R(x) se, e somente se εp (x0 ) = −1 e
portanto x0 é um ponto de máximo da receita.
Logo, podemos concluir que se a demanda de um bem está na parte elástica da demanda é
de interesse do produtor reduzir o preço do bem para que a receita total aumente. Agora se a
306 CAPÍTULO 8. A DERIVADA EM ECONOMIA
x R′ (x)
RMg (x) p 1 1
εR(x) = = = 1+ =1+ .
R(x) f (x) f (x) εp εp
Exemplo 8.6.
A demanda é inelástica em [0, 25), elástica em (25, 50] e unitária para p = 25.
Se p ∈ [0, 25) a receita aumenta, se p ∈ (25, 50] a receita diminui e a receita é máxima em p = 25.
Note que a receita é R(x) = x (50 − x).
y
600
500
400
300
200
100
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
x
[2] Se o preço e a demanda de um certo produto são dados por p3 + x2 = 3, determine o ponto
em que a receita máxima.
Note que: RMg (x) = 0 se, e somente se εp (x) = −1. Calculamos εp (x) derivando implicita-
mente p3 + x2 = 3 :
dx dx 3 p2
3 p2 + 2 x = 0 =⇒ =− .
dp dp 2x
8.3. ELASTICIDADE 307
Então:
3 p3 9
εp (x) == − 2
= −1 ⇐⇒ x2 = .
2x 5
3
Logo x = √ é um ponto de máximo da receita.
5
[2] A relação entre o preço e a demanda, para um certo produto é (x + 2) p = 400:
(a) Ache a função receita.
(b) Ache a elasticidade da receita.
400 400 x
p = f (x) = =⇒ R(x) = .
x+2 x+2
dx x+2 x+2 1 2
=− =⇒ εp (x) = − =⇒ εR(x) = 1 + = .
dp p x εp x+2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
2 4 6 8 10
[3] A relação entre o preço e a demanda, para um certo produto é x (1 + p2 ) = 100. Determine
quando a elastacidade-preço da demanda é inelástica.
Calculamos εp (x) derivando implicitamente x (1 + p2 ) = 100:
dx 2px 2 p2
=− 2 =⇒ εp (x) = − 2 .
dp p +1 p +1
8.3.3 Elasticidade-custo
A elasticidade custo é dada por:
CMg (x)
εC(x) = .
CMe (x)
Se εC(x) < 1, então o custo de produção da seguinte unidade será menor que o custo médio das
unidades já produzidas.
Reciprocamente, se εC(x) > 1, então o custo médio por unidade cresce quando uma unidade
adicional for produzida.
Exemplo 8.7.
Sabendo que numa empresa, o custo total para produzir uma quantidade x de unidades de um
certo bem é dada por C(x) = x2 + 900, determine a elasticidade custo para x = 10, x = 30 e
x = 60.
C ′ (x) = 2 x; então:
2 x2
εC(x) = ;
x2 + 900
logo:
0.2 se x = 10
εC(x) = 1 se x = 30
1.6 se x = 60.
1.5
1.0
0.5
10 20 30 40 50 60 70
8.4 Exercícios
1. Determine a função de custo marginal se a função de custo médio para produzir um certo
produto é dada por:
1000
CM e(x) = 2 x + .
x2
2. O custo total para produzir um certo produto é dado por:
5 x2
C(x) = + 5000.
x2 + 3
(a) Determine o custo e o custo médio marginal para x = 0, x = 20 e x = 50.
e a demanda é:
p
x = 40 − p2 + p.
4. Numa fábrica o custo total para produzir x unidades diárias é modelado por:
o de produção é:
P (x) = −x3 + 8 x2 + 40 x
e o lucro:
p
L(x) = 25 x3 + x2 .
(a) Em que nível de produção o custo médio por unidade será menor?
(b) Em que nível de produção o custo médio por unidade será igual ao do custo marginal?
CM e(x) = 30 x − 6 x2 + x3 .
(b) Determine a quantidade que deve ser produzida se desejamos minimizar o custo mé-
dio.
10. O custo total para produzir um certo bem é C(x) = x2 + 10 x + 400 e a demanda deste
bem é p = 125 − 3 x.
11. Uma companhia estima que a demanda anual de um certo produto é dada por:
p = 180000 − 250 x,
12. Uma empresa vende uma quantidade x de unidades de um certo produto obtendo um
lucro L(x) = −0.2 x3 + 10 x − 200.
13. Uma empresa tem como funções de custo total e de preço C(x) = x3 − 10 x2 + 40 x e
p = 200 − 10 x.
14. As funções de custo total e receita total de uma empresa que produz um certo produto
são C(x) = 50000 + 20 x + 0.0001 x2 e R(x) = 60 x − 0.004 x2 , respectivamente.
15. Uma empresa foi fundada em 1990 e sua capacidade de produção P=P(t) evoluiu se-
gundo:
50000
P (t) = t ≥ 0.
[700 + (t − 20)2 ]2
(a) Em que ano a empresa alcançou sua capacidade máxima de produção?
16. O custo total de uma empresa é C(x) = −0.5 x3 + 10 x2 − 16 x + 120 e o preço de equilíbrio
é 10 reais.
17. Um produtor descobre que quando o preço unitário de um produto era de 6 u.m. a
demada era de 4200 unidades e quando o preço era de 8 u.m. a demanda era de 3800
unidades. Admitindo que a função de demanda é afim, determine o preço que deve ser
cobrado para que a receita mensal seja máxima?
18. A demanda de uma empresa é dada por x = ln(p2 + 1) tal que p > 1.
19. Numa fábrica o custo total para produzir x unidades diárias é C(x) = x3 + 20 x2 − x + 4.