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Cadeira: Biofísica
Nível: 1°Ano
Radioactividade e Alimentos
Discentes Docente
Bunzula, José Bernardo Dr. Luís Chea
Cuambe, Lorevita Eusébio
Jó, Catija Tárcia Marcelino
Mondlane, Teresa Eugénio
Objectivos ....................................................................................................................................... 2
Radioactividade............................................................................................................................... 3
Conclusão...................................................................................................................................... 11
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Objectivos
Objectivo Geral
Conhecer a Radioactividade e sua relação com os alimentos.
Objectivos específicos
Identificar os tipos de emissões radioactivas;
Explicar as vantagens e desvantagens da Radioactividade em alimentos;
Descrever os efeitos da Radioactividade nos alimentos.
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Radioactividade
É a propriedade que os núcleos instáveis possuem de emitir partículas e radiações
eletromagnéticas, para se tornarem estáveis. A radioatividade natural ocorre, geralmente, com os
átomos de números atômicos maiores que 82. A reação que ocorre nestas condições, isto é,
alterando o núcleo do átomo chama-se reacção nuclear. As emissões radioativas não são afetadas
pelas variações de temperatura, pressão, estado físico, entre outras (Roberto, 2011)
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partículas alfa é o menor das três emissões vistas; normalmente uma folha de papel retém essas
partículas, possuindo um poder de ionização maior que as demais emissões.
Quando um átomo emite uma partícula alfa, o seu número atómico (Z) diminui 2 unidades e o seu
número de massa diminui 4 unidades.
1ª Lei da Radioactividade
“Quando um núcleo emite uma partícula alfa, seu número atômico diminui de duas unidades e seu
número de massa diminui de quatro unidades”.
A representação da partícula alfa é:
𝐴 4
𝑍𝑋 → 2𝛼 + 𝐴−4
𝑍−2𝑌
2ª Lei da Radioactividade
“Quando um núcleo emite uma partícula beta, seu número atômico aumenta uma unidade e seu
número de massa permanece inalterado”.
Genericamente, temos:
𝐴 0
𝑍𝑋 → −1𝛽 + 𝑍+1𝐴𝑋
Emissão gama (γ)
O terceiro feixe observado por Rutherford não sofreu desvio do campo magnético, ele seguiu recto,
o que significa que não eram partículas e que não tinham carga eléctrica. É a emissão que possui
o maior poder de penetração e pode causar danos irreparáveis ao organismo humano, pois pode
atravessá-lo.
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Fig. 2: Emissões radioactivas
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238 234
Ex: Ao emitir uma partícula α, o átomo de uranio 92𝑈 é convertido em 90𝑇ℎ que ao emitir uma
partícula β, converte-se em 234
91𝑃𝑎 , e assim, apos sucessivas emissões, o átomo é convertido em Pb
estável.
Radioatividade e alimentos
A irradiação de alimentos é um tratamento físico que consiste na exposição dos alimentos, já
embalados ou a granel, a uma fonte de radiação ionizante, durante o tempo necessário para se
obterem as alterações desejáveis (IAEA, 1992; Diehl, 2002).
É um método de pasteurização a frio (sem produção de aquecimento) utilizado para controlar
doenças de origem alimentar causadas por microrganismos patogênicos, parasitas, especialmente
em alimentos que são consumidos crus ou parcialmente processados (Loaharanu, 1997), além de
apresentar característica única de poder ser aplicada em alimentos congelados (Farkas, 1998).
Este procedimento torna inativos os microrganismos nocivos, matando-os ou esterilizando-os, sem
tornar os alimentos radioativos. As formas de radiação utilizadas no processo de irradiação do
alimento provocam ionização, ou seja, criam cargas positivas ou negativas; a formação dessas
cargas resulta em efeitos químicos e biológicos que impedem a divisão celular em bactérias pela
ruptura de sua estrutura molecular. Os níveis de energia utilizados para se conseguir esse efeito
não são suficientes para induzir radioatividade nos alimentos. O alimento, em hipótese alguma,
entra em contato com a fonte de radiação.
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Na irradiação de alimentos, os raios gama são produzidos por isótopos radioativos, mais
frequentemente o Cobalto 60 ou o Césio 137. Depois que o Cobalto 60 é produzido, ele é
duplamente encapsulado em tubos de aço inoxidável, o que impede qualquer vazamento de
radiação. A meia-vida desse elemento é de 5,3 anos. Os produtos a serem irradiados, embalados
ou a granel, passam pela câmara de irradiação através de um sistema transportador composto por
esteiras, onde são submetidos a um campo de irradiação num ritmo controlado preciso, de forma
a receber a quantidade exata de energia para o tratamento. Os níveis de energia são baixos e os
produtos irradiados não se tornam radioativos Alfa (Tékeba, 2007).
A energia, durante a irradiação, atravessa os alimentos, que não entra em contato directo com a
fonte radioactiva. São operadores qualificados que controlam e monitoram eletronicamente essa
fonte de radiação e o tratamento dos produtos, que é feito através de um console que fica situado
fora da câmara de irradiação. Os alimentos irradiados são colocados em "containers" que através
de um monotrilho são conduzidos para dentro da câmara de irradiação, onde irão receber a dose
programada de radiação gama.
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Desvantagens da radioactividade em alimentos
As proteínas, o amido e a celulose podem também ser quebrados por ação das radiações
sofrendo modificações benéficas
Radicais livres produzidos através das radiações provocam oxidação de gorduras do
alimento.
Amolecimento de carnes, ou maléficas como a perda do nutriente.
Alterações na cor também podem ser observadas em carnes e peixes
As vitaminas C, a Tiamina e K sofrem alterações iguais às observadas no processamento
térmico.
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de moléculas de água. Estes radicais podem afectar indirectamente, interferindo com as funções
celulares normais, como o transporte da membrana. Em geral, as bactérias tornam-se mais
resistentes à radiação de ionização no estado congelado, bem como no estado seco. A composição
do meio de irradiação vai afectar a sobrevivência dos microrganismos à irradiação. Como regra, a
forma de vida mais simples é a que mais resistente aos efeitos da irradiação. Por exemplo, os vírus
são mais resistentes do que as bactérias, que são mais resistentes que os fungos, que por sua vez
são mais resistentes que seres humanos. Além disso, dentro das bactérias, alguns géneros são
encontrados para ser mais resistentes do que outros (Casp, 1998).
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Efeitos nos lípidos
É frequente, utilizando radiação, encontrar gorduras com sabor a ranço, provocadas pelo processo
natural de autoxidação que é iniciado pela radiação. Os ácidos insaturados são mais susceptíveis à
oxidação do que os ácidos saturados, porque são mais instáveis. Este processo pode ser mais
demorado pela eliminação do oxigénio pelo vácuo ou pela atmosférica modificada.
Nos lípidos, particularmente os ácidos gordos insaturados, a decomposição radiolítica é por via de
uma quebra preferencialmente na posição do carbono funcional da dupla ligação. Esta
decomposição induz a formação de alguns compostos voláteis responsáveis por odores
indesejáveis (Nunes & Mendes, 2010).
A destruição das vitaminas C, E e K depende da dose usada, e por isso, as perdas são baixas quando
são utilizadas doses baixas. O ácido ascórbico em solução é completamente instável à radiação
mas nos frutos e vegetais parecem totalmente estáveis à doses baixas de tratamento. As vitaminas
particularmente a vitamina A, B12, C, E, K, e tiamina, que é bastante estável, são degradadas
quando a irradiação é feita na presença de oxigénio (Nunes & Mendes, 2010).
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Conclusão
A irradiação apresenta-se como um método simples e seguro para a preservação e armazenamento
de alimentos a longo prazo, sendo uma alternativa mais atrativa e saudável na indústria alimentícia
quando comparada aos tratamentos químicos, proibidos atualmente, porque muitos deixam
resíduos tóxicos (Calucci et al., 2003). Além disso, a irradiação de alimentos atende medidas de
preservação ambiental, diminuindo gastos energéticos e riscos sanitários.
A irradiação pode também ser prejudicial para os alimentos. Isto observa-se quando a irradiação
afecta as distintas formas dos alimentos, rompendo as moléculas largas, tais como a celulose e
hidratos de carbono curtos. A celulose, como é o principal constituinte das paredes celulares das
plantas, ao ser rompida, algumas frutas e legumes tornam-se moles e perdem a sua textura
característica quando são irradiadas (Nunes e Mendes, 2010).
A quantidade de radiação necessária para controlar microrganismos nos alimentos, entretanto,
varia em função da resistência da espécie e o número de organismos presentes. Além das
habilidades inerentes dos microrganismos, vários factores ambientais, tais como a composição do
meio, teor de umidade, temperatura durante a irradiação, presença ou ausência de oxigênio, entre
outros, influenciam significativamente na capacidade de resistência desses microorganismos a
radiações, em particular nas células vegetativas (Razskazovskiy et al., 2003).
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Referências Bibliográficas
Calucci, L, et al. (2003) Effects of gama irradiation on the Free Radical and Antioxidant
Contentes in Nine Aromatic Herbs and Spices.
Fellows, P. J. (2006). Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e práticas. Porto
Alegre: Artmed. 602p.
Franco, B. D. G & Landgraf, M. (2002). Microbiologia dos alimentos. São Paulo.
Grecz, N.; Rowley, D.B.; Matsuyama, A. (1983). The action of radiation on bacteria and
viruses. In: Josephson; E.S.; Peterson, M.S. Preservation of Foods by Ionizing Radiation. Boca
Raton: CRC Press. v.2, p.167- 218.
LANDGRAF, Mariza. (2002). Fundamentos e perspectivas da irradiação de alimentos
visando ao aumento da sua segurança e qualidade microbiológica.
Nunes, C e Mendes, N. (2010). Utilização da irradiação no tratamento de alimentos. Escola
Superior Agrária de Coimbra.
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