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O PERFIL DO ENGENHEIRO SEGUNDO AS EMPRESAS

Michelle Mike Nose1, Daisy Aparecida do Nascimento Rebelatto2

Universidade de São Paulo1 Universidade de São Paulo2


Escola de Engenharia de São Carlos Escola de Engenharia de São Carlos
Av. Trabalhador São Carlense, 400 Av. Trabalhador São Carlense, 400
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michellenose@yahoo.com daisy@prod.eesc.sc.usp.br

Resumo. As grandes mudanças industriais e econômicas aumentaram os requisitos para a


competitividade das empresas num mundo globalizado, onde a concorrência está cada vez mais
acirrada. Paralelamente, os profissionais dessas organizações também precisam se adequar ao
novo cenário, onde as competências exigidas tornam-se cada vez mais elevadas. Várias pesquisas
colocam que o engenheiro, além do seu lado técnico, precisa ter noção e conhecimentos em
diversas áreas como finanças, economia, “marketing”, psicologia do trabalho e muitas outras, que
antes não eram tão consideradas. Mas, isto também já não é o suficiente para garantir que esse
profissional esteja preparado para enfrentar o mercado de trabalho. Ele precisa desenvolver
características e habilidades para trabalhar em grupo, liderar pessoas, trabalhar com diversos
tipos de conflitos e pressões. Assim, as empresas vão moldando o perfil desse profissional ao
mesmo tempo em que as mudanças vão alterando o seu comportamento e desenvolvimento. Este
artigo, portanto, procura identificar as principais atitudes, habilidades e conhecimentos que as
empresas estão desejando do profissional de engenharia, em especial o Engenheiro de Produção,
através de uma pesquisa realizada pelas autoras em diversas empresas da cidade de São Carlos.
Essa pesquisa está inserida em um projeto que tem por objetivo verificar em quais aspectos a
universidade deve se orientar para promover uma adequação em sua estrutura curricular, de
maneira a formar profissionais de acordo com as necessidades do mercado de trabalho e da
sociedade.

Palavras-chave: Engenheiro de produção, Comportamento, Mudanças industriais

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1. INTRODUÇÃO

Os grandes desafios enfrentados pelas sociedades, e em particular, pelas empresas decorrem das transformações
sociais causadas pela velocidade com que têm sido gerados novos conhecimentos, concretizados através da introdução,
no mercado, de novos produtos. Esses novos produtos, frutos do avanço científico e tecnológico, modificam as
complexas relações sociais, tornando-as, ao mesmo tempo, mais intensas e mais efêmeras (Silva [1]).
Segundo Moraes [2], hoje, a competição ultrapassa fronteiras nacionais e deixa a economia do país muito
vulnerável às mudanças econômicas internacionais. O conhecimento científico vem sendo gerado muito rapidamente e
crescendo de maneira extraordinária. Ao mesmo tempo, crescem e se diversificam os meios de distribuição dessas
informações.
Ainda, Longo & Telles [3] afirmam que as mudanças têm afetado profundamente o homem, o meio ambiente e as
instituições sociais sem precedentes na história da humanidade. Particularmente as instituições têm sofrido enormes
impactos provocados pelo freqüente emprego de novas tecnologias que, via de regra, alteram hábitos, valores e
tradições que pareciam imutáveis. A engenharia industrial, particularmente, sofreu e continua sofrendo profundas
alterações, tanto na sua concepção e na sua operação, quanto no seu relacionamento com os serviços correlatos.
Nesta nova realidade, tornam-se cada vez mais elevadas as qualificações exigidas para os postos de trabalho em
qualquer setor de produção, fato que coloca uma grande pressão sobre as necessidades educacionais da população (Ref.
[1]).
Assim, as empresas vão moldando o perfil do engenheiro (e dos outros profissionais) ao mesmo tempo em que as
mudanças vão alterando o seu comportamento e desenvolvimento.
Este artigo, portanto, procura identificar quais as principais atitudes, habilidade e conhecimentos que as empresas
estão desejando do profissional de engenharia, em especial o Engenheiro de Produção, por meio de uma pesquisa
realizada pelas autoras em empresas da cidade de São Carlos. Ainda, apresenta resumos de perfis do engenheiro
desejado por diversas outras empresas, apresentado em trabalhos de diferentes autores e procura estabelecer correlações
entre eles.

2. PERFIL DO ENGENHEIRO

A seguir, será mostrado o perfil desejado do engenheiro, de acordo com diferentes autores. É importante estar
atento a vários aspectos comuns que serão encontrados em todos os perfis, independente da fonte. Além disso, é de
igual importância verificar que a maioria desses comportamentos, habilidades e atributos estão mais relacionados com o
“SER” e menos com o “SABER técnico”, demostrando uma nova visão para o profissional do novo século.

2.1. Perfil do engenheiro no trabalho de MORAES (Ref. [2])

No trabalho desta autora é apresentado uma pesquisa feita pela Escola de Engenharia da USP em 1995, financiada
pela Federação das Empresas do Estado de São Paulo (FIESP), com o objetivo de conhecer o perfil profissional ideal do
novo engenheiro para o ano 2002.
De acordo com a conclusão da pesquisa realizada, os 17 atributos mais destacados foram (os números entre
parênteses indicam a ordem de importância):
• Indivíduo comprometido com a qualidade do que faz; (1)
• Com habilidade para trabalhar em equipe; (1)
• Com habilidade para conviver com mudanças; (2)
• Com visão clara do papel cliente consumidor; (3)
• Com iniciativa para tomada de decisões; (3)
• Usuário de ferramentas básicas de informática; (3)
• Com domínio do inglês; (4)
• Fiel para a organização em que trabalha; (5)
• Que valoriza a ética profissional; (6)
• Com ambição profissional/vontade de crescer; (6)
• Capacitado para o planejamento; (7)
• Com visão das necessidades do mercado; (7)
• Que valoriza a dignidade/tem honra pessoal; (8)
• Com visão do conjunto da profissão; (9)
• Com habilidades para economizar recursos; (9)
• Preocupado com a segurança no trabalho; (10)
• Com habilidade para conduzir homens. (10)

Resumindo, a Ref. [2] afirma que o mercado de trabalho está exigindo um profissional capaz de continuar
aprendendo, participando e interagindo com os outros e, principalmente, um indivíduo capaz de sentir-se feliz como
pessoa e como profissional, vivendo num mundo em permanente mobilidade e evolução. Ainda, que deve ser um
cidadão com um potencial cognitivo ampliado, versátil, autônomo, capaz de transitar, emocional e intelectualmente,

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pelos diversos caminhos da sociedade do conhecimento, que possua visão de totalidade, associada à formação de
competências básicas, com os pré-requisitos necessários para que seja membro de uma cultura pós-moderna, capaz de
integrar um sistema produtivo, ser consumidor consciente e tomar posse de informações presentes no mundo que afetam
sua vida como cidadão ou cidadã.

2.2 Perfil do engenheiro no trabalho de FERREIRA [4]

Segundo este autor, os atributos indispensáveis aos engenheiros do ano 2000 são:
• Ser portador de conhecimentos sólidos das ciências básicas, para a compreensão das novas tecnologias;
• Ser capaz de atuar em equipes multidisciplinares envolvendo especialistas tanto das ciências básicas quanto
das ciências aplicadas;
• Estar convencido da realidade da educação continuada para acompanhar a dinâmica das novas tecnologias;
• Ser capaz de projetar e conduzir experimentos e com visão científica analisar e interpretar resultados;
• Estar convencido da importância de atuar profissionalmente com responsabilidade e dentro da ética;
• Ser capaz de se comunicar efetivamente nas modalidades oral e escrita;
• Ser capaz de antever e entender o impacto das soluções de engenharia no contexto social e ambiental;
• Ser capaz de integrar conhecimentos técnico-científicos no sentido da inovação e da solução dos problemas
tecnológicos;
• Ter a iniciativa de fazer e de realizar na prática;
• Ter tido a oportunidade de convivência em um ambiente científico e tecnológico;
• Ser capaz de utilizar a informática como instrumento do exercício da engenharia;
• Ser capaz de analisar criticamente os modelos empregados tanto no estudo como na prática da engenharia;
• Ser capaz de gerenciar e operar sistemas complexos de engenharia;
• Ter a oportunidade de aprender sozinho e, com isso, executar sua capacidade criativa;
• Ter tido a oportunidade de exercitar seu espírito empreendedor.

2.3. Perfil do engenheiro no trabalho de LONGO & TELLES (Ref. [3])

Na Ref. [3] também foi traçado um perfil genérico para o engenheiro. Segundo esses autores, o novo profissional
deve ser preparado para raciocinar e agir sem fronteiras, o que exige do mesmo o entendimento de outras culturas,
principalmente idiomas e ambiências nas quais ocorre a produção. Adicionalmente, devem ser empreendedores e
estarem preparados para trabalhar em equipe, gerenciar complexos empreendimentos que podem envolver muitos
indivíduos, mas também uma empresa de uma só pessoa: eles mesmos. Em outras palavras, eles devem cultivar a
liderança, serem criativos, estarem profissionalmente e mentalmente equipados para, eventualmente, terem trabalho e
não necessariamente um emprego, e serem prestadores de serviços autônomos. Devem ter a consciência de que jamais
estarão “formados”. Deve estar claro que, profissionalmente, os futuros imediato e longínquo, dependem de sua
capacidade de atualização contínua de conhecimentos face ao vertiginoso avanço das tecnologias, crescentemente
apoiadas em aplicações de descobertas científicas.

2.4. Perfil do engenheiro no trabalho de SALUM [5]

A autora cita em seu trabalho alguns atributos que seriam necessários ao profissional no atual mercado de trabalho,
globalizado, altamente competitivo e de tecnologias com vida útil cada vez mais curta. São eles:
• Conhecimento científico e tecnológico para vencer os desafios da constante e rápida evolução do
conhecimento;
• Conhecimento de informática e gerência;
• Capacidade para a solução de problemas;
• Capacidade para a aquisição autônoma e permanente da informação e do conhecimento;
• Capacidade empreendedora e de liderança;
• Capacidade para o trabalho em equipe multidisciplinar;
• Capacidade de comunicação oral e escrita em mais de um língua, uma delas sendo necessariamente o inglês;
• Capacidade para perceber e exercer o papel social e ambiental de engenharia.

3. PERFIL DO ENGENHEIRO NO TRABALHO DAS AUTORAS DO ARTIGO

O perfil do engenheiro, neste trabalho, foi obtido através de uma pesquisa realizada pelas autoras em cinco
empresas da cidade de São Carlos, onde foram entrevistados os diretores/responsáveis pelos departamentos de recursos
humanos.
A seguir serão mostrados alguns resultados tabulados e as respectivas análises que resultaram no perfil do
engenheiro de produção desejado pelas empresas entrevistadas.

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3.1. Conhecimento e habilidades específicas

Quando perguntadas sobre os conhecimentos ou habilidades específicas exigidas no processo de seleção dos
engenheiros de produção, as empresas destacaram cinco, apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1: Distribuição de ocorrência e percentuais dos conhecimentos ou habilidades específicas exigidas no processo
de seleção (questão 4)

Habilidades No de referências %
Conhecimento da língua inglesa 3 44
Habilidades de relacionamento 1 14
Conhecimento de informática 1 14
Conhecimento da língua espanhola 1 14
Conhecimentos em MRP e 5S 1 14
Total 7 100

3.2. Características privilegiadas

As empresas identificaram 13 características (Tabela 2) que são privilegiadas no processo de seleção do


engenheiro de produção.

Tabela 2: Distribuição de ocorrência e percentuais das características privilegiadas no processo de seleção do


engenheiro de produção (questão 3)

Características Privilegiadas No de referências %


Profissionais que trabalham em equipe 3 15
Cada caso avaliado especificamente 3 15
Experiência 2 10
Profissionais capazes de administrar mudanças 2 10
Formação em boa universidade 2 10
Profissionais com espírito de liderança 1 5
Profissionais com capacidade de negociação 1 5
Profissionais capazes de trabalhar sobre pressão 1 5
Profissionais capazes de administrar conflitos 1 5
Profissionais com facilidade de tomar decisões 1 5
Profissionais flexíveis 1 5
Profissionais que estagiaram 1 5
Profissionais com iniciativa 1 5
Total 20 100

3.3. Aspectos importantes no perfil do engenheiro de produção

Apresentada uma lista com cinco aspectos importantes no perfil do engenheiro de produção, pediu-se que
colocassem em ordem de importância. Assim, o resultado obtido foi:

1º Ética
2º Iniciativa
2º Conhecimento técnico
2º Capacidade de tomar decisões
3º Relacionamento interpessoal

Apesar de relacionamento interpessoal estar em último lugar, todas as empresas consideram este aspecto muito
importante para o desempenho do profissional.
Resumindo o resultado da pesquisa realizada pelas autoras, pode-se dizer que o perfil do engenheiro de produção
traçado pelas empresas investigadas é apresentado da seguinte maneira:
• Ser capaz de trabalhar em equipe;
• Ser capaz de trabalhar levando sempre em consideração a ética;
• Ter conhecimentos técnicos sólidos para consolidar as decisões a serem tomadas;
• Ser capaz de administrar mudanças;
• Ter espírito de liderança;
• Ser capaz de trabalhar sobre pressão;
• Ter capacidade de negociação;

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• Ser capaz de tomar decisões;
• Ser flexível;
• Ter iniciativa e espírito empreendedor;
• Ter habilidade em trabalhar com pessoas;
• Ter conhecimento da língua inglesa;
• Ter conhecimentos de informática.

4. PONTOS COMUNS ENTRE OS PERFIS APRESENTADOS

Tendo visto os vários trabalhos de diferentes autores, muitos pontos em comum foram encontrados e serão
apresentados a seguir. O objetivo principal dessa comparação é validar o perfil encontrado pelas autoras deste artigo,
mesmo tendo como campo amostral apenas cinco empresas de uma única cidade.
Assim, será considerado como base para comparação, o perfil apresentado pelas autoras do artigo. A tabela 3
mostra se os aspectos listados no perfil considerado como base foi encontrado nos outros trabalhos citados.

Tabela 3: Comparação entre os vários perfis do engenheiro

Perfil base
Moraes Ferreira Longo & Telles Salum
(NOSE&REBELATTO)
Ser capaz de trabalhar em equipe X X X X
Ser capaz de trabalhar levando sempre em consideração a ética X X
Ter conhecimentos técnicos sólidos X X
Ser capaz de administrar mudanças X X X
Ter espírito de liderança X X X
Ser capaz de trabalhar sobre pressão
Ter capacidade de negociação
Ser capaz de tomar decisões X
Ser flexível X
Ter iniciativa e espirito empreendedor X X X
Ter habilidade em trabalhar com pessoas X X
Ter conhecimento da língua inglesa X X X
Ter conhecimento de informática X X X

Uma consideração importante é que nenhuma empresa, das entrevistadas pelas autoras, citou a importância do
engenheiro ser capaz de entender o seu papel na sociedade e os impactos que a sua atuação podem acarretar ao meio
ambiente. O engenheiro não pode se sentir impune em relação a atitudes que afetam, não só a empresa, mas a
comunidade de uma forma geral.. Afinal, ele trabalha com recursos que podem se esgotar a qualquer momento ou
podem causar algum dano ambiental se utilizados de maneira incorreta. Ter essa visão faz parte da nova consciência
que deve estar dentro de cada profissional.
Outra questão importante é em relação a conscientização da importância da segurança no trabalho. No papel de
gestor de recursos humanos e materiais, o engenheiro deve ser capaz de influenciar as pessoas que trabalham ao seu
redor, garantindo uma melhor ambiente de trabalho.
Ainda, a questão da educação continuada deve ser ressaltada já que o profissional vive em um ambiente de
intensas mudanças e são necessários novos conhecimentos a cada minuto. O engenheiro deve estar consciente de que
continuará estudando enquanto quiser acompanhar as transformações do ambiente de trabalho. Para isso, as
universidades têm papel importante na formação desse espírito de contínua aprendizagem, quando esse profissional
ainda se encontra em processo de amadurecimento, e em fornecer cursos de especialização, aperfeiçoamento e extensão,
quando este já estiver no mercado de trabalho.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os vários aspectos citados, surge a seguinte pergunta: “Será que o engenheiro que sai das
universidades tem o perfil que as empresas desejam?”
Segundo a Ref. [2], tradicionalmente a educação vem tentando ser um instrumento de preparação do futuro
profissional para o mundo do trabalho, oferecendo informações armazenadas pela cultura e ajudando no processo de
construção dos conhecimentos técnicos para que possa desempenhar bem o seu papel e realizar-se como pessoa e como
profissional em sua área de atuação. Porém, o que se percebe é que a educação está cada vez mais distanciada do mundo
e da vida e não oferece instrumentos técnicos para que o indivíduo possa ser competente na linha profissional escolhida,
continuando frágil e incompetente demais para ser uma educação transformadora, mantendo-se isolada dos processos de
transformação política, econômica e social.
Como diz Demo [6], o mundo profissional sofre pressões e inovações que a universidade, por vezes sonha que
existem. Esta constatação já e suficiente para mostrar como a formação acadêmica tem, cada vez mais, a marca negativa

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do “acadêmico”: longe da realidade. Torna-se necessária, portanto, a reformulação tanto nos currículos como na
maneira de ensinar.
A formação de qualquer profissional de nível superior está invariavelmente fundada na implementação de um
currículo. Pode-se dizer que o currículo é o caminho que será trilhado pelo ingressante no ensino superior, para tornar-
se um profissional preparado para enfrentar os desafios do mercado de trabalho e para cumprir seu juramento feito na
ocasião de sua colação de grau (Ref. [4]).
Porém, o currículo do profissional de nível superior é apresentado sob a forma de itens de conteúdo, não sendo
capaz de esclarecer o que o aprendiz deve estar apto a fazer após ter sido submetido a esses conteúdos ou classes de
informações. Ou seja, o ensino é concebido como adesão a informações e adoção de práticas e procedimentos
conhecidos e difundidos, e não como desenvolvimento de uma atuação transformadora da realidade (Rebelatto [7]).
Em relação ao currículo dos cursos de Engenharia, a sua forma de construção não foi diferente dos demais cursos
de nível superior. Os processos de formação profissional do engenheiro, ao que parece, tem se mantido distanciado das
alterações que têm ocorrido na sociedade e isso pode ser observado a partir da maneira como é planejada essa formação.
Novamente, é importante ressaltar que a decisão sobre “o quê” ensinar deverá partir das necessidades da comunidade
onde o engenheiro irá atuar (Ref. [7]).
Segundo a Ref. [1], além da questão do aprimoramento curricular, os cursos de Engenharia deveriam seguir
algumas diretrizes:
• Fornecer sólida base conceitual.
• Enfatizar a necessidade de aperfeiçoamento contínuo;
• Motivar o aluno para auto-aprendizagem: aprender a aprender;
• Criar uma cultura onde alunos e professores se orgulhem do curso, valorizando-o sempre, tanto dentro da
instituição quanto na sociedade.

Finalizando, a Ref. [2] diz que essas novas pautas em educação e o novo perfil do engenheiro que está sendo
requerido nesta transição de milênio exigem mudanças urgentes no paradigma educacional vigente, no sentido de
focalizar o indivíduo, um sujeito contextualizado, dotado de inteligências múltiplas, que constrói o conhecimento em
função de sua bagagem genética, cultural e social. Um paradigma que valorize o processo de aprendizagem, a
atualização constante dos conteúdos, a adoção de currículos flexíveis e adaptados às condições dos alunos, que respeite
o ritmo individual e grupal nos processos de assimilação e de acomodação do conhecimento. Um paradigma que
reconheça a interatividade e a interdependência entre sujeito e objeto, onde o mais importante é o como você sabe e não
mais o quanto você sabe ou apenas o que você sabe. Somente a partir de uma novo paradigma educacional que estimule
a inteligência, o desenvolvimento do pensamento e da consciência dos estudantes, é que estar-se-á colaborando para o
desenvolvimento de novas gerações constituídas de sujeitos éticos, criativos, autônomos, cooperativos, solidários e
fraternos, capazes de liderarem com a incerteza, com a complexidade na tomada de decisão e de serem mais
responsáveis pelas decisões tomadas.

6. REFERÊNCIAS

[1] D. Silva, “O engenheiro que as empresas querem hoje”, In: I. von Linsingen et al, “Formação do Engenheiro:
desafios da atuação docente, tendências curriculares e questões da organização tecnológica”. Florianópolis, Editora da
UFSC: 1999, pp. 77-88.
[2] M. C. Moraes, “O perfil do engenheiro dos novos tempos e as novas pautas educacionais”, In: I. von Linsingen et al,
“Formação do Engenheiro: desafios da atuação docente, tendências curriculares e questões da organização tecnológica”.
Florianópolis, Editora da UFSC: 1999, pp. 53-66.
[3] W. P. Longo and M. O. da C. Telles “Programa de desenvolvimento das engenharias: situação atual”, Revista de
Ensino de Engenharia, no. 19, Jul. 1998, pp. 74-82.
[4] R. S. Ferreira, “Tendências curriculares na formação do engenheiro do ano 2000”, In: I. von Linsingen et al,
“Formação do Engenheiro: desafios da atuação docente, tendências curriculares e questões da organização tecnológica”.
Florianópolis, Editora da UFSC: 1999, pp. 129-142.
[5] M. J. G. Salum, “Os currículos de engenharia no Brasil – estágio atual e tendências”, In: I. von Linsingen et al,
“Formação do Engenheiro: desafios da atuação docente, tendências curriculares e questões da organização tecnológica”.
Florianópolis, Editora da UFSC: 1999, pp. 107-118.
[6] P. Demo, “profissional do futuro”, In: I. von Linsingen et al, “Formação do Engenheiro: desafios da atuação
docente, tendências curriculares e questões da organização tecnológica”. Florianópolis, Editora da UFSC: 1999, pp. 29-
50.
[7] D. A. N. Rebelatto, “O campo de atuação profissional do engenheiro de produção: inter-relações com as áreas de
economia e finanças”, São Carlos. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo.1999.

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