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UNIVERSIDADE SANTO AMARO

Residência Multiprofissional em Urgência e Emergência


Hospital Dr. Alípio Corrêa Netto

Rebeka Ribeiro da Silva Vidal

FICHAMENTO: SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE


URGÊNCIA: ANÁLISE DA POLÍTICA BRASILEIRA

São Paulo

2019

JANAÍNA ROSA DOS SANTOS


REBEKA RIBEIRO DA SILVA VIDAL

FICHAMENTO: SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE


URGÊNCIA: ANÁLISE DA POLÍTICA BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de Semestre


apresentado à disciplina de Eixo Especifico
através do Programa de Residência
Multiprofissional em Urgência e Emergência da
Universidade Santo Amaro para finalização de
semestre.

Professora Doutora Marlene Ataíde

São Paulo

2019
“As pressões sobre os serviços de emergência têm aumentado em face de
mudanças demográficas, epidemiológicas e sociais, por isso muitos países
organizaram sistemas para atendimento às urgências, sob modelos distintos (...)” (p.
520)

“O modelo francês permite o início precoce da terapêutica, fundamental para


as emergências clínicas (...)” (p.520)

“O modelo americano, que tem influência internacional, propõe a remoção


rápida do paciente do local de atendimento (...)” (p.520)

“No Brasil, parte expressiva da população busca consultas nos prontos-


socorros dos hospitais (...). Assim, os hospitais ainda são importantes portas de
entrada para a assistência médica, o que pode se relacionar a dificuldades no
acesso oportuno a serviços básicos, especializados e de apoio diagnóstico” (...)
(p.520)

“O acesso à atenção básica reduz o uso inapropriado de serviços de


emergência apenas se o paciente tiver rápido acesso ao atendimento de urgência na
atenção básica (...)” (p.520)

(...)

“O presente estudo teve por objetivo analisar a conformação da política de


atenção pré-hospitalar à urgência no Brasil nos anos 2000, com foco no Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu).” (p.521)

(...)

“A construção da política federal para atenção às urgências no Brasil


envolveu três momentos principais: 1998-2002 – primeiras iniciativas de
regulamentação; 2003-2008 – formulação e implantação da Política Nacional de
Atenção às Urgências, com priorização do Samu; e a partir do final de 2008 –
continuidade do Samu e implantação de Unidades de Pronto Atendimento (UPA)
(...)” (p. 521)

“O primeiro momento (1998-2002) foi caracterizado pela emissão de normas


pontuais para a implantação dos sistemas estaduais para atendimento de urgência
(...) debates subsidiaram sua formulação, como as discussões sobre experiências
internacionais, de municípios específicos (...)” (p.521)

“O segundo momento (2003-2008) foi marcado pela formulação da Política


Nacional de Atenção às Urgências e pelo destaque na agenda governamental da
estratégia do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a ser implantado
como primeiro componente dessa política. As principais mudanças institucionais no
período foram: a formalização da Coordenação Geral de Urgências e Emergências
na estrutura ministerial, a construção das regras nacionais relativas ao Samu e a
instituição de mecanismos de financiamento específicos.” (p.523)

“A Política Nacional de Atenção às Urgências de 2003 propôs a conformação


de sistemas de atenção às urgências estaduais, regionais e municipais, norteada
pelos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).” (p.523)

“Essa política estruturou-se em cinco eixos: promoção da qualidade de vida,


organização em rede, operação de centrais de regulação, capacitação e educação
continuada e humanização da atenção”( p.523)

“A defesa da implantação do Samu como primeira etapa da política baseou-se


no argumento de que as centrais de regulação seriam importantes para a
organização dos fluxos de atenção integral às urgências, pois poderiam exercer o
papel de observatórios das redes de assistência no sistema de saúde (...)” (p.523)

(...)

“O desenho da estratégia do Samu previu um arranjo federativo para o


financiamento e gestão. Incentivos federais foram adotados para investimento e
custeio, com proposta de co-financiamento pelas outras esferas de governo, cuja
adesão é fundamental para a implantação do Samu. A responsabilidade pela gestão
das centrais pode ser de municípios ou Estados, e sua abrangência pode ser
municipal ou regional, a depender das condições institucionais e da pactuação no
âmbito de cada Estado (...)” (p.524)

“(...) a mudança de governo em 2003 foi decisiva para a defi nição do Samu
como prioridade na agenda federal (fl uxo da política). Naquela ocasião, uma janela
de oportunidade abriu-se para que as propostas em debate se transformassem em
política nacional, com a configuração de instrumentos formais (normas, incentivos)
para a sua implantação.” (p. 525)

“(...) Em síntese, para que o Samu assumisse lugar de destaque na agenda


federal e tivesse continuidade, tanto variáveis institucionais (regras nacionais,
experiências locais) como políticas (adoção como marco de governo, valorização
pelos atores) foram importantes.” (p. 525)

(...)

“No Brasil, o Samu pode favorecer a organização de redes de atenção, uma


vez que exige a conformação de centrais de regulação, que por sua vez podem
impulsionar estratégias de regulação assistencial em outras áreas.” (p.527)

“(...) a organização de um sistema integrado de atenção às urgências requer


maiores investimentos públicos nos diversos níveis (atenção básica, especializada,
hospitalar), articulação de serviços no território e mecanismos efetivos de regulação
pública. A ênfase em componentes específicos da política – Samu, UPA – parece
insuficiente diante da complexidade dessa questão.” (p.527)

“Outra lacuna relaciona-se à qualificação dos profissionais que atuam nas


centrais e nas ambulâncias, dada a especificidade desse tipo de atendimento.
Apesar de previstas no desenho da política, as iniciativas de formação ainda têm
alcance limitado.” (p.527)

“O enfrentamento dessas lacunas é fundamental para que o Samu se


consolide como estratégia estruturante para o SUS, componente de uma política
integrada de atenção às urgências, e não somente como um programa de alta
visibilidade, porém com risco de limitada efetividade na resolução dos problemas de
saúde da população.” (p.527)
Considerações Finais

A implantação da Política Nacional do Sistema de Atendimento Móvel às


Urgências representou avanços nos componentes da organização das redes de
atenção e foi expressiva em todo o território nacional. Sua formulação é resultado de
debates e discussões entre os anos de 1998 e 2009. No ano de 2003, entrou como
prioridade na agenda do governo federal e é inegável que o contexto político, a partir
da eleição do Partido dos Trabalhadores, foi decisivo para que essa política
ganhasse destaque.

Entretanto, conforme o artigo aponta, algumas lacunas existem no que se


refere a organização de um sistema integrado de atenção às urgências, à
elaboração de mecanismos eficazes de articulação de serviços nos territórios e à
qualificação dos profissionais que atuam nas centrais e nas ambulâncias.

Recentemente, a Prefeitura de São Paulo anunciou a reformulação das bases


de atendimento do SAMU através da desativação de 31 das 58 bases existentes . O
objetivo da medida é reduzir o tempo de atendimento emergencial em todas as
regiões da cidade, porém de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na
Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (SINDSEP), o
critério de desativação das bases não leva em conta as características
epidemiológicas das regiões da cidade.

A realocação representa um contingenciamento dos gastos em saúde pública


que produz rebatimentos diretos no atendimento a população usuária dos serviços
de saúde. O subfinanciamento resulta em baixa resolutividade da rede de atenção
da saúde e em baixa capacidade de regulação do acesso aos serviços.
Referências Bibliográficas

MACHADO, Cristiani Vieira Machado et al. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e


Emergência: Análise política brasileira. Revista de Saúde Pública. Rio de Janeiro v.45, n.3,
p. 519-528, 2011.

Brasil de Fato. Trabalhadores do SAMU em São Paulo entram em greve na próxima


segunda-feira. Disponível em:
https://www.redebrasilatual.com.br/saudeeciencia/2019/03/trabalhadores-do-samu-
entram-em-greve-na-proxima-segunda-feira/. Acesso em: 25.jun.2019.

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