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Excelentíssimo Senhor Promotor do Ministério Público Estadual da Bahia

(Promotoria Regional de Justiça da Comarca de Paulo Afonso-BA).

Por meio deste, nós moradores da 1ª Travessa dos Prazeres (Rua


Trindade) e 2ª Travessa (Rua Capibaribe), Bairro Alves de Souza, Paulo Afonso-
BA, abaixo-assinados, vimos comunicar e requerer as devidas providências:

DOS FATOS E PEDIDOS:

Há cerca de dois anos e três meses a embasa com autorização do


Município realizou obra, construindo próximo das nossas residências uma base
elevatória para tratamento do esgoto.

Ocorre que, a implantação deste sistema vem causando sérios


transtornos aos residentes próximos da localidade, visto que, o muro que cerca
a estação do imóvel e as comportas com vazão insuficiente estão obstruindo e
dificultando a passagem das águas pluviais, e como consequência, forçando as
águas provenientes das chuvas e o esgoto retornarem para os imóveis dos
residentes, provocando graves alagamentos e causando sério risco de morte e
doenças.

Outro fator que contribui para o alagamento, e que denota mais uma
falha na prestação de serviço de saneamento básico na nossa cidade, trata-se
da insuficiência do canal de esgoto, para vazão das águas provindas das chuvas,
que vem sendo utilizado para atender ao mesmo tempo esgotamento e águas
pluviais, em desrespeito ao Decreto 3060/94, artigo 31, alínea “d” que veda o
despejo de águas pluviais na instalação predial na rede coletora de esgoto.

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Importante mencionar que antes da construção da estação, a água
não alcançava o nível das residências, pois transbordava por cima da Rua dos
Encantos e seguia em direção ao cânion, no entanto, a passagem foi obstruída.

Em 2017, quando começaram a construção da estação, tivemos o


cuidado de alertar por meio de documento e fotos à Embasa quanto a Prefeitura
que a colocação dos muros iria tornar a vazão insuficiente, mesmo assim a
construíram, e já naquela ocasião na primeira chuva forte que teve, já no início
da obra, ocasionou o primeiro alagamento das casas.

Ressalta-se que a obra da elevatória fora realizada sem a devida


instalação de infraestrutura básica de drenagem e escoamento pluviais, não
tendo sido instalados bueiros, bocas de lobo, valas ou semelhantes e existem
vários pontos do canal que está com o esgoto a céu aberto.

Insta relatar, que no dia 05 de abril do presente ano, por volta das
05:00 da manhã fomos surpreendidos com as águas provindas das chuvas
e contaminadas pelo esgoto do canal inundando nossos imóveis,
alcançado a altura aproximada de 60 centímetro no interior das nossas
residências, onde ficamos presos dentro dos nossos imóveis, sem
possibilidade de fuga, pois, do contrário enfrentaríamos grave risco de
afogamento, tendo em vista que na frente dos imóveis a enxurrada
alcançou em torno de 1,50 metros de altura, sendo capaz de arrastar
qualquer pessoa que, por desespero ao ver o aumento do volume de água
dentro do imóvel, tentasse buscar refúgio fora, por receio da água alcançar
um nível ainda maior dentro das residências.

Ressalte-se que, os moradores observaram que o nível da água veio


a reduzir, tão somente, após a queda do muro da estação da elevatória da
Embasa (que se rompeu em razão da pressão da água), conforme imagens
anexas nas páginas 15, 16 e 18, permitindo que água escoasse pela frente da
estação elevatória e desaguasse no cânion, o que fica evidente através das fotos
anexas, e vídeo que apresenta o muro caído e o exato momento da saída da
água pela frente da estação elevatória, comprovando-se, assim, que sem a
estrutura predial da elevatória da Embasa naquele ponto específico, a água teria

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escoado com facilidade em direção ao cânion, ao invés de retornar causando
inundação nos imóveis.

Diante do acontecido, com o alagamento dos imóveis, pessoas


sofreram choques elétricos dentro das suas residências, outras tiveram seus
portões derrubados pela força da água e correram o risco de serem arrastados
pela enxurrada conforme imagem pag. 7 e 8 (foto 1 e 2) pag. 2(foto 3).

Importante relatar que os moradores sofreram além dos transtornos


psicológicos, e de ordem emocional, perderam uma quantidade significativa dos
seus bens, como bem demonstra as fotos anexas.

Sem falar que, findo está o sentimento de paz, pois enfrentam o medo
constante de vivenciarem novamente episódio idêntico ou talvez pior, com
consequências ainda mais desastrosas, haja vista que o problema ainda não foi
solucionado.

O trauma gerado pelo transtorno é tamanho que os moradores já não


dormem direito, não se alimentam com a mesma regularidade, e vêm passando
por um sentimento intenso de tristeza, desgosto, sofrimento, desespero,
dificuldade financeira, e o registro nas suas mentes das cenas horrendas
vivenciadas naquele dia, e temem, principalmente, pelo bem maior, a vida, suas
e de suas famílias.

Diante do ocorrido, no dia 16/04/2019 foi protocolado documento, na


sede da administração municipal (Prefeitura) e na sede da Embasa desta cidade,
solicitando adoção de providências para impedir que o infortúnio voltasse a
ocorrer, conforme comprova através dos documentos que seguem em anexo.

Entretanto, até a presente data nenhuma providência foi tomada, e


para o desespero dos moradores no dia 01/05/2019 teve outra chuva que causou
espanto aos residentes da localidade, pois as ruas novamente ficaram alagadas
e por pouco não invadiram as casas.

Diante disso, os moradores foram até a estação elevatória de esgoto


e observaram que a comporta da Embasa estava aberta, apenas, parcialmente,
impedindo o escoamento das águas, como bem demonstra foto anexa, situação
que gerou muita revolta nos moradores que perceberam que mais uma vez os

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transtornos são gerados por um sistema deficiente e sem nenhum tipo de
manutenção e limpeza.

No dia 02/05/2019, os moradores dirigiram-se mais uma vez à


Prefeitura buscando uma resposta do que seria feito para resolução do
problema, quando o Secretário de Obras, o Sr. Wilson Pereira, solicitou a
presença do Gerente da Embasa na Prefeitura para discutirem a situação, o
primeiro disse que seria feito um estudo na região, mas sem dar nenhuma
previsão e informar adoção de medida urgente para garantir tranquilidade e
segurança para os moradores, em se tratando do Gerente da Embasa disse que
era responsabilidade do Município e que poderia tentar alguma forma de
colaboração caso o Município primeiro adotasse algum procedimento.

Assim sendo, diante das respostas soltas e sem nenhuma previsão


para sanar a situação, e tendo em vista que os moradores estão correndo risco
de vida, saúde e prejuízos financeiros, não encontraram outra saída a não ser
solicitar intervenção do Ministério Público, para que sejam adotadas medidas
urgentes, impedindo que o episódio já narrado se repita.

Ora, Sr. Promotor(a), os residentes não merecem passar por tais


aborrecimentos e desgosto, pois os imóveis são todos regularizados na
Prefeitura, possuindo IPTU, e muitos até mesmo escritura pública. Deste modo,
fazem jus a melhoria na localidade e resolução do problema na região para que
os moradores voltem a ter a paz.

Ressalta-se que os imóveis já eram construídos quando veio a


estação elevatória da Embasa, e antes da realização da obra nunca ocorrera
nenhuma inundação das casas.

É válido mencionar que o canal de esgoto, além de ser


responsabilidade da Embasa, já que utiliza o mesmo canal das águas pluviais, e
lucra milhões com a obra, através da tarifa de esgoto, é também de
responsabilidade do Município, pois o mesmo canal é utilizado também para as
águas das chuvas, sem falar que fora o Município que permitiu que a Embasa
implantasse a obra, tornando ambos responsáveis de forma solidária no caso
evidência.

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Com respeito ao que menciona o próprio Plano Municipal
Saneamento Básico, na sua página 199, temos que:

“De acordo com o diagnóstico da situação do saneamento


básico do município de Paulo Afonso: o Sistema Centro de
esgotamento sanitário utiliza a rede de drenagem como
interceptor de esgoto doméstico encaminhando às
estações elevatórias III e IV. Por essa razão, em dias
chuvosos essas duas estações elevatórias param de
operar, evitando, assim, sobrecarga nas estruturas. As
elevatórias contam com comportas para bloquear a entrada
das águas pluviais e, por consequência, do efluente de
esgoto doméstico, sendo todo o material lançado sem
tratamento nos corpos hídricos (PMSB, 2017) ”.

Diante disso, percebe-se que a construção de uma estação elevatória


construída na lateral do final do canal da rede de drenagem, visando a captação
e bombeamento do esgoto para estação de tratamento, trouxe um problema para
a região que acaba represando as águas das chuvas, causando alagamento nas
ruas e nas casas da região, pois a passagem das águas em tempo de chuvas
intensas está sendo impedida pelo muro da estação e também pelo afunilamento
do canal em razão de uma barreira de concreto com cerca de 0,72 m de altura
conforme ilustrado na pag. 17 (foto 17), no intuito de desviar o curso de esgoto
para o interior da estação, além da comporta que é prevista permanecer fechada
durante a ocorrência de chuvas intensas.

Vale salientar que foi realizada uma obra de ampliação dos dutos de
passagem das águas pluviais sob a Rua dos Encantos visando aumentar tal
capacidade de vazão. Porém tal obra é invalidada por tal barreira mencionada
acima, diminuindo aproximadamente 36% da passagem das águas pluviais.

Desta feita, observa-se que a Estação da Elevatória de esgoto não


pode receber águas provindas das chuvas, sob pena de comprometer o
tratamento do esgoto, em razão disso, a Embasa adota medidas e obras sempre
visando fazer com que as águas pluviais não sejam elevadas encaminhadas
para Estação de Tratamento de Esgoto, entretanto, os moradores que vem

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sofrendo as consequências de um sistema contrário a lei e que é criticado no
próprio Plano de Saneamento Básico, já que não poderia um canal que é
utilizado para tratar esgoto receber também águas pluviais, no entanto, para não
ter custos à Embasa aproveita um canal que já era utilizado para drenagem, e
por conta da evidente ilegalidade os moradores vem pagando altos preços, tais
como: risco de vida, doença, prejuízos financeiros e transtornos até mesmo de
ordem psicológica.

Portanto, tendo em vista que águas pluviais é de responsabilidade do


Município, e esgotamento sanitário é de responsabilidade da Embasa, requer
que a Embasa atue junto ao Município, de modo que sejam adotadas as medidas
necessárias para resolução do problema, transferindo a elevatória para outra
localidade ou mesmo sejam adotadas medidas que evitem a obstrução da
passagem das águas, que sejam adotadas providências no tocante ao canal de
esgoto que também recebe águas pluviais, que está com a estrutura degradante
e em muitos pontos com o esgoto a céu aberto, neste viés cite-se como exemplo
de solução a obra realizada na Rua 31 de março que fechou o canal de esgoto
fazendo cessar os transtornos naquela região, requer, ainda, que seja feita obra
como exemplo uma vala/ponte no final do canal, para igualar o nível deste com
o nível da pista para que a água transcorra no sentido do cânion, e sejam
instalados bueiros, bocas de lobo ou semelhantes, sapatas/muro altos no
transcorrer/em torno do canal, impedindo que as águas das chuvas e esgoto
transbordem e inundem as ruas e imóveis próximos.

Nestes Termos

P. Deferimento

Paulo Afonso-BA, 09 de maio de 2019

Atenciosamente,

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ANEXOS

FOTO 01

FOTO 02

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FOTO 03

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FOTO 04

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FOTO 05

FOTO 06

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FOTO 07

FOTO 08

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FOTO 09

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FOTO 11

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FOTO 12

FOTO 13

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FOTO 14

FOTO 15 15
FOTO 16

Capturada do vídeo – estação da Embasa vista da Rua dos Encantos

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FOTO 17

BARREIRA CONSTRUÍDA NO INTERIOR DO CANAL – Estação elevatória de esgoto III

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FOTO 18

Água saindo pelo portão da Estação após queda do muro – Estação elevatória de esgoto III

FOTO 19

Água saindo pelo portão da Estação após queda do muro – Estação elevatória de esgoto III 18
Telefones para contato: 75-988174452 (Débora Souza); 75-988011029
(Cícera); 75-988888913 (Enéas Filipe); 75- 988038841 (André); 75-988098946
(Paulo); 75-988020277 (Beatriz).

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