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projetos renováveis

autoconsumo fotovoltaico –
– exemplo de dimensionamento
e estudo económico

Neste artigo apresenta-se um caso de estudo relativo ao dimensionamento de uma Unidade


de Produção para Autoconsumo (UPAC), ao abrigo do Decreto-Lei n.º 153/2014, de 25 de outubro,
para uma indústria metalomecânica situada em Castelo Branco.
Edgar Franco – edgar.franco@ipleiria.pt
Nuno Monteiro – nuno.f.monteiro@ipleiria.pt
Luís Miguel Machado – m.machado.05.73@gmail.com

Partindo dos diagramas de carga médios dos dias de semana e de fim de lização realizada de forma distinta da eletricidade consumida na instalação
semana, procedeu-se à sua introdução no software Homer®, com o qual associada a esse aproveitamento.
se obteve o valor da potência ótima do gerador fotovoltaico – em que se A impossibilidade de se proceder ao consumo da energia elétrica pro-
verifica a minimização do custo médio ponderado da eletricidade (Leveli- duzida pela microgeração renovável até nem se afigurava como problemá-
zed COE). Esse indicador contempla não só a redução dos custos com a tica, já que era muito mais vantajoso para o detentor da mesma o facto de
eletricidade adquirida à rede, mas também dos encargos com a potência poder vender a totalidade da eletricidade produzida à rede. Essa vantagem
tomada em horas de ponta. advinha do facto de que a tarifa de venda de eletricidade era mais elevada
Após esse passo apresenta-se uma comparação, em termos energéticos do que a de compra, garantindo-lhe o retorno do investimento inicial –
e económicos, dos consumos de eletricidade proveniente da rede para os algo avultado no início da vigoração desse regime.
casos em que não dispõe e que se dispõe da UPAC proposta, de modo a A recetividade da sociedade à microgeração renovável foi bastante
se estimarem os montantes de poupança que se obtêm ao longo de cada apreciável, nomeadamente ao nível dos aproveitamentos fotovoltaicos [1],
ano considerado para a vida útil dos respetivos equipamentos. devido às tarifas atrativas e à disponibilidade de recurso solar. Tal facto, que
Por fim, apresenta-se o estudo económico do sistema e as ilações con- se verificou um pouco por toda a Europa e noutras regiões do mundo per-
clusivas acerca da viabilidade da instalação da UPAC na presente unidade mitiu, devido ao aumento da produção industrial em massa, que os preços
industrial. dos módulos fotovoltaicos e dos equipamentos que são necessários de
empregar nesse tipo de aproveitamentos descessem consideravelmente.
Acompanhando a descida dos preços dos equipamentos para sistemas
1. Introdução renováveis em geral e fotovoltaicos em particular, foram igualmente di-
Desde o choque petrolífero de 1973 que as energias renováveis em geral e minuindo as tarifas de venda à rede da eletricidade gerada pelos novos
a energia solar em particular têm despertado um elevado interesse na so- aproveitamentos, até que em 2014, pela primeira vez em Portugal, o preço
ciedade. Nos últimos anos, com a promoção de políticas energéticas e am- de venda se tornou inferior ao de compra.
bientais sustentáveis, tem-se verificado a instalação de um elevado número Os limites de potência de ligação à rede eram reduzidos – 3,68kW e
de aproveitamentos solares para obtenção de energia térmica e elétrica. 5,75kW, quando respetivamente sujeitas aos regimes tarifários bonificado
Devido ao elevado custo dos componentes necessários para os apro- e geral em microgerações associadas a instalações individuais de consumo.
veitamentos solares fotovoltaicos, a sua promoção em vários países foi Quando associadas a condomínios com 6 ou mais frações autónomas, esse
realizada, nos últimos anos, através da atribuição de tarifas bonificadas à limite tomava o valor de 11,04 kW em ambos os regimes.
eletricidade produzida pelos mesmos. Com a posterior publicação do Decreto-Lei n.º 34/2011, de 8 de março,
No caso de Portugal, a grande alavancagem nesse sentido foi estabe- foi estabelecido o regime da minigeração, o qual dispunha de linhas gerais
lecida através da publicação do Decreto-Lei n.º 363/2007, de 2 de no- análogas às da microgeração, mas dirigidas a instalações com potências de
vembro, o qual estabeleceu o regime da microgeração renovável. Nesse ligação até 250 kW. Tal como na microgeração, neste enquadramento era
enquadramento, toda a eletricidade gerada através de uma ou várias fontes igualmente obrigatória a venda de toda a eletricidade gerada à rede, sob
renováveis1 era injetada diretamente na rede elétrica, sendo a sua contabi- tarifas bonificadas, as quais também foram alvo de redução ao longo dos
últimos anos.
Com a recente publicação do Decreto-Lei n.º 153/2014, de 25 de ou-
1 A possibilidade de dispor de várias fontes renováveis foi posteriormente revogada pelo Decreto- tubro, os referidos Decretos-Lei n.os 363/2007, 34/2011 e os diplomas que
-Lei n.º 118-A/2010, de 25 de outubro. posteriormente os alteraram, foram revogados e substituídos pelo mesmo.

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Neste decreto foram definidos dois regimes de produção de energia No presente artigo, optou-se pela seleção de uma instalação não re-
elétrica, um dos quais funde o enquadramento anteriormente conferido à sidencial. A razão para essa decisão deve-se ao facto de que grande par-
micro e minigeração renováveis nas agora designadas “Unidades de Peque- te dos consumos desses tipos de instalações se verificarem em períodos
na Produção” (UPP). Foi ainda criado um novo regime para as “Unidades com fraca ou inexistente disponibilidade de recurso solar, implicando que
de Produção para Autoconsumo” (UPAC) que permite que seja produzida a eletricidade gerada seja superior à absorvida pelas cargas e que esta seja
energia elétrica para consumo na própria instalação e em que a eletricida- vendida à rede sob uma tarifa muito mais baixa do que a de compra.
de em falta ou em excesso seja, respetivamente, comprada ou vendida à Como alternativa poder-se-ia propor a instalação de bancos de baterias
Rede Elétrica de Serviço Público (RESP). de acumuladores para proceder ao armazenamento da eletricidade gerada
Se por um lado as UPP se mantém com as linhas gerais que advém dos durante os períodos de maior disponibilidade de recurso solar, para que
regimes anteriores, as UPAC dispõem de um enquadramento totalmente pudesse ser utilizada quando a mesma é efetivamente necessária. Nesse
novo, do qual será âmbito o trabalho apresentado neste artigo. caso é necessária a instalação de um controlador para o efeito, o qual, jun-
tamente com o banco de baterias, encarece significativamente a instalação.
Em estabelecimentos comerciais, de serviços e industriais, grande parte
2. Dimensionamento de uma instalação fotovoltaica consumo é verificado durante os períodos de maior disponibilidade de re-
no âmbito das UPAC curso solar, o que permite não só proceder diretamente ao abastecimento
Na presente secção, apresentam-se os dados relativos aos consumos mé- das cargas da instalação de utilização, mas também de diminuir a potência
dios de eletricidade da indústria metalomecânica em apreço, ao recurso de ponta absorvida pelas mesmas. Este último ponto dispõe de particu-
solar disponível na região de Castelo Branco e aos componentes a testar lar interesse em instalações sujeitas aos tarifários de Baixa Tensão Especial
no processo de dimensionamento. Será igualmente apresentada a introdu- (BTE), Média, Alta e Muito Alta Tensão.
ção de cada um dos referidos parâmetros no software Homer®.
2.1. Caraterização da instalação a abastecer
No presente estudo, propõe-se o dimensionamento de uma UPAC para
Hora Dias de semana [kW] Fim-de-semana [kW] uma pequena indústria metalomecânica, sujeita ao tarifário BTE, cujos dia-
0:00 – 1:00 1,740 1,727 gramas de cargas e respetivos fatores de variabilidade se apresentam na
Tabela 1.
1:00 – 2:00 1,650 1,812
O procedimento realizado para obtenção dos diagramas de cargas para
2:00 – 3:00 1,680 1,824 dias de semana e fins de semana, bem como dos respetivos fatores de va-
3:00 – 4:00 1,720 1,756 riabilidade foi o mesmo que se apresentou na secção 2 do artigo publicado
na edição 18 da presente revista, apresentando-se neste trabalho apenas
4:00 – 5:00 1,750 1,767
os resultados médios para dias de semana e de fim de semana.
5:00 – 6:00 1,740 1,708 Após a realização deste passo, procedeu-se à introdução dos dados
6:00 – 7:00 3,230 2,350 apresentados na Tabela 1 nos respetivos campos da janela “Primary Load
Inputs” do software Homer®, conforme se apresenta na Figura 1.
7:00 – 8:00 9,443 9,226

8:00 – 9:00 28,170 10,064

9:00 – 10:00 24,120 10,520

10:00 – 11:00 18,638 10,080

11:00 – 12:00 17,994 9,841

12:00 – 13:00 13,510 9,754

13:00 – 14:00 12,970 7,230

14:00 – 15:00 19,010 5,032

15:00 – 16:00 18,638 5,126

16:00 – 17:00 17,575 5,479

17:00 – 18:00 15,656 5,551

18:00 – 19:00 12,340 5,488

19:00 – 20:00 6,580 5,032

20:00 – 21:00 6,210 1,764

21:00 – 22:00 3,727 1,791

22:00 – 23:00 1,780 1,756


Figura 1 Janela de introdução das informações relativas à carga a abastecer.
23:00 – 24:00 1,810 1,733

Desvio padrão médio relativo da carga


22,7% 2.2. Caraterização do recurso solar e da temperatura ambiente
para cada hora, de cada dia
Os dados relativos à caraterização do recurso solar e das temperaturas
Desvio padrão médio relativo da carga entre dias típicos 18,2% médias mensais que se verificam no local da instalação (Castelo Branco)
foram obtidos a partir do portal PVGIS da instituição JRC Europe [2]. Na
Tabela 1 Diagrama de carga típico de dias de semana e de fim de semana da indústria Figura 2 apresenta-se a introdução desses valores no programa, juntamen-
metalomecânica a abastecer. te com as coordenadas geográficas do local.

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autoconsumo fotovoltaico – exemplo de dimensionamento e estudo económico

Apesar de o software Homer® apresentar o símbolo do dólar para as


unidades monetárias, optou-se por proceder à introdução dos preços dos
materiais em euros, visto que para efeitos de simulação apenas se necessita
de garantir a coerência na introdução de todos os valores na mesma moe-
da, independentemente de qual seja.

2.3.1. Gerador fotovoltaico


Uma das motivações para a realização deste estudo é a de determinar a
potência ótima para o gerador fotovoltaico a instalar. Após um processo
de pesquisa de soluções e preços, optou-se pela instalação de módulos
fotovoltaicos Sharp ND-R250A5 de 250W, cujas caraterísticas técnicas se
apresentam na referência [3].
Os módulos fotovoltaicos serão afixados à cobertura metálica da nave
da indústria metalomecânica, estimando-se que os respetivos custos sejam
de 188€ por módulo. O montante considerado para os custos de Opera-
ção e Manutenção (O&M) corresponde a cerca de 0,5% dos custos dos
módulos fotovoltaicos e respetivas estruturas de fixação, assumindo-se um
valor anual de 1€ por módulo.
O gerador fotovoltaico será dividido em várias strings, cada uma dotada
de vários módulos ligados em série, cuja configuração apenas poderá ser
definida após a determinação da potência do aproveitamento fotovoltaico.
Este será ligado a um ou vários inversor(es) análogo(s) aos da série Sunny
Tripower da SMA de modelo e potência apenas possíveis de definir após o
processo de simulação.
Para determinar a potência ótima do gerador fotovoltaico, é importante
salientar que, de acordo com o disposto nas alíneas b) e c) do ponto 1 do
artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 153/2014, de 25 de outubro, que a potência
de ligação da UPAC não pode ser superior à potência contratada, e que a
potência instalada não pode exceder o dobro desse mesmo valor.
Esta última consideração é, de certa forma, mais dirigida para sistemas
híbridos (por exemplo, Fotovoltaico-Eólico) já que, em termos técnicos,
dispor-se de um sistema fotovoltaico com o dobro da potência do(s)
inversor(es) carece de um sistema de limitação de potência. Essa situação
não foi considerada no presente estudo, pelo que a potência máxima de
entrada foi testada até aos limites máximos de entrada dos inversores da
gama selecionada.
Devido ao facto de a presente unidade industrial dispor de uma po-
tência contratada de 50 kW, definiu-se uma gama de potências de teste

Figura 2 Janelas de configuração do recurso solar e temperatura e respetivos valores, na


localização da indústria metalomecânica em estudo.

2.3. Definição dos componentes em teste para dimensionamento da UPAC


Conforme suprarreferido na secção 1, o aproveitamento fotovoltaico pro-
posto para a presente indústria metalomecânica será enquadrado no regime
das UPAC, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 153/2014, de 25 de outubro. Neste
regime, é possível a instalação de mais do que uma fonte renovável, poden-
do-se recorrer a qualquer mix entre aproveitamentos renováveis e gerado-
res não renováveis. É ainda possível disporem-se de acumuladores de energia
elétrica para que esta possa ser armazenada e utilizada posteriormente.
No presente caso, o cliente optou apenas pela instalação de um gerador
fotovoltaico, sendo a carga abastecida por este e pela rede. Quando a po-
tência gerada pelo sistema fotovoltaico é superior à da carga, este abastece-
-a e a eletricidade excedentária é vendida à rede. Em oposição, quando a
potência gerada pelo mesmo é insuficiente, a eletricidade em falta é forne-
cida pela rede.
Nesta subsecção apresenta-se a introdução dos dados relativos ao ge-
rador fotovoltaico e respetivo inversor, os períodos de cada um dos esca-
lões dos tarifários de compra e venda de energia elétrica, bem como os
respetivos custos. Figura 3 Janela de configuração do gerador fotovoltaico.

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compreendida entre 5 e 55 kW, em intervalos de 5 kW. No entanto, após se considerar que a hora legal de verão se encontra em vigor entre abril e
a realização das primeiras simulações, verificou-se que o software Homer® outubro e a hora legal de inverno vigora nos restantes meses.
não considerava as soluções abaixo de 40 kW e acima de 50 kW como Por outro lado, o software Homer® apenas possibilita a definição dos diver-
suscetíveis de serem ótimas. Por esse motivo, refinou-se o espaço de pes- sos períodos do tarifário sob uma base horária, verificando-se a necessidade
quisa para 40, 45 e 50 kW, conforme se pode verificar na Figura 3, tornan- de se procederem a ajustes dos horários dos períodos de cheia e de ponta
do mais rápidas as simulações posteriores. relativamente aos apresentados em [5], designadamente:
Na Figura 3 pode-se ainda verificar a introdução das grandezas elétricas • Durante a vigência da hora legal de inverno: Considerando-se que os
dos módulos fotovoltaicos adotados [3], bem como a opção de não se períodos de ponta se encontram compreendidos entre as 9h e as 11h e
dispor de sistema de seguimento solar. O ângulo de inclinação definido é entre as 18h e as 20h, ao invés de entre 9h e as 10:30h e entre as 18:30h
de 10º e o ângulo de orientação azimutal é de 0º relativamente ao sul geo- e as 20h. Este pressuposto implicou ainda a alteração dos períodos de
gráfico, em concordância com a disposição da cobertura do edifício onde cheia que se encontram compreendidos entre as 10:30h e as 18h e entre
serão instalados os módulos. Os restantes parâmetros foram deixados com as 20:30h e as 22h, para períodos compreendidos entre as 11h e as 18h
os respetivos valores padrão. e entre as 20 e as 22h;
• Durante a vigência da hora legal de verão: Considerando-se que os
2.3.2. Ligação à rede períodos de ponta se encontram compreendidos entre as 10h e as 13h
A definição da forma de ligação de uma instalação de autoconsumo à rede e entre as 20 e as 21h, ao invés de entre 10:30h e as 13h e entre as 19:30
requer, em primeiro lugar, que se disponham das informações relativas ao e as 21h. Este pressuposto implicou ainda a alteração dos períodos de
plano tarifário a que a instalação se encontra sujeita. No presente caso, a cheia que se encontram compreendidos entre as 8h e as 10:30h e entre
instalação encontra-se ainda no mercado regulado2, sujeita ao ciclo diário as 13h e as 19:30h, para períodos compreendidos entre as 8h e as 10h
da tarifa de médias utilizações de BTE. e entre as 21h e as 22h.
De acordo com o disposto no portal da Entidade Reguladora dos Ser-
viços Energéticos (ERSE), as tarifas transitórias para 2015 apresentam-se Nos termos dos artigos 23.º e 24.º do Decreto-Lei n.º 153/2014, o ex-
na referência [4] e as horas do dia a que correspondem cada um dos cedente de produção de eletricidade que ocorre nos momentos em que a
montantes da modalidade tetra-horária que o plano tarifário BTE de ciclo potência gerada pelo sistema fotovoltaico é superior à absorvida na instalação,
semanal dispõe, estão disponíveis em [5]. pode ser vendido à RESP.
As referidas informações foram introduzidas no software Homer® da Assim, o produtor dispõe da possibilidade de celebrar um contrato para
forma que se apresenta na Figura 4. venda da eletricidade excedente com um Comercializador de Último Recur-
so (CUR), por um período máximo de 10 anos, recebendo uma remuneração
de 90% do valor médio mensal das cotações de fecho da energia elétrica
transacionada na pool do Operador do Mercado Ibérico de Energia (OMIE)
para Portugal.
Existe uma elevada incerteza associada à previsão a longo prazo desta re-
muneração, uma vez que as cotações da eletricidade transacionada na pool da
OMIE variam de forma significativa ao longo dos meses, bem como de ano
para ano, em função do mix de centros eletroprodutores (renováveis e não
renováveis) que se encontram a abastecer a rede elétrica em cada momento.
No presente estudo optou-se por utilizar como base o preço médio diário
de fecho da energia elétrica transacionada em 2013 para Portugal, cujo valor foi
de 45,7€/MWh [6]. Deste modo, devido ao facto de a remuneração a conside-
rar dever corresponder a 90% do mesmo, considerou-se uma tarifa de venda
constante de 0,04€/kWh, tal como se pode igualmente verificar na Figura 4.
A celebração do contrato de venda de eletricidade implica, nos termos do
Artigo 25.º do Decreto-Lei n.º 153/2014, o pagamento de uma prestação
mensal fixa, para compensação dos Custos de Interesse Económico Geral
(CIEG). Prevê-se uma isenção do pagamento desta compensação até que as
unidades de autoconsumo atinjam uma potência de ligação correspondente a
Figura 4 Janela de configuração das tarifas e períodos horários da ligação do sistema à rede. 1% do total da potência instalada do Sistema Elétrico Nacional. No presente
caso, como tal não é garantido, considerou-se que esta taxa disporia de um
custo de 10€/kW de ligação/ano [6].
Conforme se pode verificar na Figura 4, definiram-se as tarifas da energia Introduziu-se ainda o valor relativo ao somatório dos termos fixos do referi-
ativa adquirida nos períodos de super vazio, vazio normal, cheia e pontas, do plano tarifário no campo “Interconnection Charge” do separador “Advanced”
bem como os encargos com a potência tomada em horas de ponta, de da janela de configuração das tarifas e períodos horários da ligação do sistema
acordo com disposto em [4]. Como se dispõe de uma tarifa de ciclo se- à rede. Esse montante toma o valor correspondente à soma entre o termo
manal, o escalonamento de cada um dos períodos não se altera ao longo tarifário fixo, os encargos com a potência contratada (50 kW) e a referida
da semana. compensação mensal fixa, tomando o valor de 25,55€/mês + (50 kW × 0,656
Devido ao facto de o software Homer® não permitir alterar os horários dos €/kW/mês) + (50 kW3 × 10€/kW/ano ÷ 12 meses/ano) = 100,02€/mês.
períodos de consumo durante um mesmo mês, verificou-se a necessidade de

3 Este valor apenas é possível de obter após a realização de várias simulações, já que se trata jus-
2 No caso de instalações que dispõem de contrato de fornecimento com empresas comer- tamente do valor da potência de ligação da UPAC, obtido pelo software Homer®. Deste modo,
cializadoras em regime de mercado liberalizado, dever-se-iam considerar os pressupostos do a obtenção deste valor é realizada de forma iterativa, necessitando de ser substituído uma ou
mesmo. várias vezes até que a potência de ligação convirja no valor ótimo.

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autoconsumo fotovoltaico – exemplo de dimensionamento e estudo económico

Os restantes parâmetros dos restantes separadores da janela que permite No último processo de simulação (após a refinação das hipóteses a ana-
configurar a ligação à rede foram deixados com os respetivos valores padrão, lisar), o software Homer® processou 9 combinações4 de entre os equipa-
pelo facto de não disporem de importância no caso de estudo em apreço. mentos considerados. Na Figura 6 apresenta-se a configuração do sistema
simulado.
2.4. Inversor
Finalmente, é necessário prever a instalação de um inversor do tipo grid-tie
para proceder à inversão das formas de onda de tensão provenientes do
gerador fotovoltaico e ao respetivo acerto com a amplitude, frequência e
sequência das existentes na rede.
As potências inicialmente testadas correspondem às mesmas que foram
consideradas para o gerador fotovoltaico (entre 5 e 55kW, em intervalos
de 5kW), tendo-se igualmente restringido o espaço de pesquisa a 40, 45 e
50kW, pelos mesmos motivos suprarreferidos.
Conforme referido em 2.3.1, o inversor considerado é da série Tripower
da SMA, estimando-se o respetivo montante de investimento com base no
preço médio do modelo STP 25000TL, o qual é de cerca de 3750€, cor-
respondendo, por sua vez, a cerca de 150€/kW.
Na Figura 5 apresenta-se a introdução dos dados do inversor no soft- Figura 6 Diagrama do sistema híbrido em teste.
ware Homer®. Considerou-se o montante de investimento suprarreferido
e os custos de O&M de 2,5€/kW/ano. Segundo as especificações técnicas
apresentadas em [7], a sua eficiência máxima é de cerca de 98,3%, tendo- Após a realização da simulação com os componentes e configurações
-se considerado neste estudo como sendo de 98%. Os restantes parâme- apresentadas ao longo da seção 2, determinou-se que a potência ótima do
tros foram deixados com os respetivos valores padrão. gerador fotovoltaico e inversor a instalar é de 50kW para ambos.
Na Figura 7 apresentam-se, entre outras informações, os resultados mensais
relativos ao abastecimento da carga por parte do sistema fotovoltaico e da rede.

Figura 5 Janela de configuração do inversor. Figura 7 Resultados elétricos mensais e anuais da UPAC proposta para instalação na
indústria metalomecânica.

3. Resultados e discussão
Na presente secção apresentam-se os resultados obtidos no processo de Através da análise da Figura 7, pode-se verificar que se estima que o gera-
simulação, a determinação da redução da quantidade energia elétrica con- dor fotovoltaico produzirá, no primeiro ano de operação da UPAC, cerca de
sumida na instalação e da potência média tomada em horas de ponta, 75070kWh de eletricidade e que serão adquiridos cerca de 46018kWh de
resultantes da produção de eletricidade por parte do gerador fotovoltaico, energia elétrica por ano.
bem como um estudo para avaliação da viabilidade económica da instala- É importante salientar que essa parcela de produção de eletricidade
ção da UPAC na indústria metalomecânica em apreço. não corresponde à que irá abastecer a carga, visto se estima que cerca de
16683kWh se perderão pelo facto de o gerador fotovoltaico não gerar
3.1. Potência ótima para o gerador fotovoltaico e inversor a instalar tensões suficientemente elevadas para ativar o(s) inversor(es).
Após a introdução dos dados relativos aos perfis de carga, recurso solar,
temperaturas médias mensais e dos componentes a testar, o último passo
é o de se proceder à simulação, de modo a se obterem os elementos que 4 Correspondentes ao produto entre as várias quantidades de componentes que se testaram
permitam a seleção da solução a propor. na última simulação realizada.

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Deste modo, de entre as quantidades de energia elétrica que se esti- Consumo mensal de energia ativa em Potência
tomada
mam ser geradas no primeiro ano de funcionamento do sistema fotovol- cada período do tarifário [kWh] N.º de em
Mês horas de horas
taico, temos que: Super Vazio ponta de
ponta
• Cerca de 16683kWh corresponderão a eletricidade desperdiçada pelo vazio normal
Cheia Ponta Total
[kW]
motivo suprarreferido;
Janeiro 217,5 579,7 3 968,5 1 593,3 6 358,9 124 12,85
•C  erca de 57219kWh corresponderão à eletricidade gerada pelo sis-
Fevereiro 183,0 510,9 3 392,1 1 408,8 5 494,8 112 12,58
tema fotovoltaico que pode ser alvo de aproveitamento. Esse valor é
determinado através do produto da diferença entre a quantidade total Março 220,1 600,6 4 082,7 1 638,1 6 541,6 124 13,21
de eletricidade produzida pelo sistema fotovoltaico (apresentada no Abril 209,1 576,3 3 871,9 1 463,0 6 120,2 120 12,19
campo “PV array”) e a quantidade de eletricidade desperdiçada (apre- Maio 203,2 569,7 3 994,6 1 443,6 6 211,1 124 11,64
sentada no campo “Excess Electricity”) e o rendimento considerado Junho 210,6 591,8 3 938,7 1 502,4 6 243,6 120 12,52
para o inversor (referido em 2.4), isto é: Julho 212,6 595,4 4 001,5 1 462,2 6 271,6 124 11,79
Agosto 220,4 648,1 4 411,1 1 609,0 6 888,6 124 12,98
Qt_eletricidade_UPAC=(75070–16683)×0,98 <=> Qt_eletricidade_UPAC=57219,27 kWh
Setembro 211,5 586,0 3 841,0 1 480,1 6 118,6 120 12,33

•C  erca de 28412kWh serão vendidos à rede nos momentos em que Outubro 220,4 586,2 4 113,0 1 502,4 6 422,0 124 12,12
a potência do gerador fotovoltaico é superior à absorvida pela carga, Novembro 193,1 562,8 3 691,4 1 578,5 6 025,8 120 13,15
conforme se pode verificar no campo “Grid Sales”; Dezembro 216,9 607,9 3 707,3 1 596,3 6 128,4 124 12,87
• A eletricidade “autoconsumida” corresponderá a 28807kWh, cujo valor Total 2 518,3 7 015,4 47 013,8 18 277,7 74 825,1  —  —
corresponde à diferença entre a quantidade de eletricidade gerada pelo
sistema fotovoltaico que pode ser alvo de aproveitamento e a quanti- Percentagem
de eletricidade
dade de eletricidade vendida à rede, ou seja 57219 – 28412. consumida em 3,4% 9,4% 62,8% 24,4% 100%  —  —
cada período
Pode-se igualmente constatar que o custo médio ponderado da ele- do tarifário
tricidade (Levelized COE) toma o valor de 0,174€/kWh. Este valor dispõe
não só em consideração os encargos com a eletricidade gerada e pro- Tabela 2 Estimativa da quantidade de energia elétrica consumida mensalmente, em cada
veniente da rede, mas também os encargos com potência descritos em período do tarifário, e da potência tomada em horas de ponta, sem se dispor da UPAC.
2.3.2. Perante os pressupostos considerados, estima-se ainda que os custos
anuais de O&M são de cerca de 9490€/ano, os quais incluem também os
encargos com a eletricidade adquirida à rede. Conforme se pode verificar na Tabela 2, estima-se que o consumo men-
Os valores percentuais que se apresentam na Figura 7 não dispõem de um sal de eletricidade da presente indústria metalomecânica oscile entre cerca
significado relevante para a análise dos consumos de eletricidade da presente de 5500 e 7000kWh mensais. A quantidade total de eletricidade consu-
instalação, sendo referidos à soma da produção total do sistema fotovoltaico mida na instalação é de 74825,1kWh, correspondendo ao valor apresen-
(que inclui a energia desperdiçada) com a quantidade de eletricidade adquirida tado no campo “AC Primary Load” da Figura 7.
à rede pública. Ao longo das restantes subseções serão apresentados todos Dispondo dos valores apresentados na Tabela 2 e das tarifas apresentadas em
os dados relevantes para análise dos consumos de eletricidade da presente [4] e na Figura 4, através do produto de cada um dos termos pelos respetivos
instalação, nos casos em que não se dispõe e se dispõe da presente UPAC. custos, determinaram-se os encargos totais com a energia ativa e com a potên-
cia tomada em horas de ponta, cujos resultados se apresentam na Tabela 3.
3.2. Determinação dos consumos energéticos iniciais e respetivos custos
Antes de se iniciar o cálculo das quantidades de eletricidade e potência Encargos Soma dos
Encargos com a energia ativa
passíveis de serem reduzidos através da instalação da presente UPAC é com a encargos
necessário, em primeiro lugar, estimar os consumos de energia elétrica em potência mensais
Mês
cada mês, as potências tomadas em hora de ponta e os respetivos custos. Super Vazio
Cheia Ponta
tomada considerados
vazio normal em horas no presente
Para proceder à sua determinação, verifica-se a necessidade de se
de ponta estudo
exportarem os dados da solução obtida, de modo a que se possam reali-
zar os cálculos necessários para o efeito. Esse processo pode ser realizado Janeiro 16,86 € 51,18 € 502,01 € 343,50 € 193,31 € 1 106,86 €

através da opção “Export” do separador “Hourly data” da janela da solução Fevereiro 14,19 € 45,11 € 429,10 € 303,73 € 189,24 € 981,37 €
selecionada, neste caso já apresentada na Figura 7. Março 17,06 € 53,03 € 516,46 € 353,18 € 198,76 € 1 138,49 €
Apesar de a referida opção “Export” apenas permitir proceder à expor- Abril 16,20 € 50,89 € 489,80 € 315,41 € 183,42 € 1 055,72 €
tação de ficheiros com a extensão “.txt”, esses podem ser abertos através Maio 15,75 € 50,30 € 505,31 € 311,24 € 175,15 € 1 057,76 €
do Microsoft Excel® e organizados em colunas, de forma a permitir a sua Junho 16,32 € 52,26 € 498,25 € 323,92 € 188,37 € 1 079,12 €
utilização. Após a realização destes passos, pode-se dar início aos cálculos.
Julho 16,47 € 52,57 € 506,19 € 315,25 € 177,41 € 1 067,89 €
Esse processo iniciou-se com a separação da eletricidade consumida,
Agosto 17,08 € 57,22 € 558,01 € 346,91 € 195,22 € 1 174,44 €
por cada período de consumo (super vazio, vazio, cheia e ponta), em cada
uma das horas do ano. Na presença desses valores, é possível somá-los Setembro 16,39 € 51,75 € 485,88 € 319,10 € 185,56 € 1 058,68 €

para cada uma das horas de cada mês e, dessa forma, determinar a ener- Outubro 17,08 € 51,76 € 520,29 € 323,92 € 182,29 € 1 095,35 €
gia elétrica consumida em cada período do tarifário. Além desses dados, é Novembro 14,96 € 49,70 € 466,97 € 340,31 € 197,90 € 1 069,84 €
igualmente possível determinar o número de horas de ponta de cada mês. Dezembro 16,81 € 53,68 € 468,97 € 344,17 € 193,68 € 1 077,30 €
De seguida, para se estimarem os valores da potência média tomada Anual 195,17 € 619,46 € 5 947,24 € 3 940,66 € 2 260,32 € 12 962,84 €
em horas de ponta, basta realizar o quociente entre a eletricidade consu-
mida em cada mês e em horas de ponta, pelo número de horas de ponta Tabela 3 Estimativa dos encargos de energia e de potência com a eletricidade consumida
desse mês. Na Tabela 2 apresentam-se os resultados dos cálculos descritos. na instalação, sem se dispor da UPAC.

6
projetos renováveis
autoconsumo fotovoltaico – exemplo de dimensionamento e estudo económico

Para o presente estudo, os restantes termos da fatura de eletricidade


não serão considerados. A razão para esta opção deve-se ao facto de
os itens que não são considerados, teoricamente, se manterem inaltera-
dos antes e depois da instalação da UPAC.
Dessa forma, para a realização deste estudo serão apenas necessários
os termos que se apresentam na Tabela 3, pelo facto de serem os estri-
tamente necessários para a determinação da redução dos encargos com
energia consumida em todos os períodos do tarifário e com a potência
tomada em horas de ponta.

3.3. Determinação das quantidades de eletricidade comprada, vendida


e produzida para autoconsumo
Para se proceder à estimativa dos montantes de poupança obtidos pela
instalação de uma UPAC é necessário, em primeiro lugar, conhecerem-
-se as quantidades de eletricidade produzida para autoconsumo, bem
como das quantidades adquiridas e vendidas à rede.
O software Homer ® determina automaticamente esses valores, aos
quais se pode aceder através do separador “Grid” da janela da solução
que se pretende implementar, tal como se pode verificar na Figura 8. Figura 8 Resultados referentes à energia elétrica adquirida e vendida à rede, no período
Pela análise da Figura 8, verifica-se que apenas é possível visualizar os horário de vazio, para cada mês do primeiro ano de operação da UPAC proposta para a indús-
valores da eletricidade adquirida e comprada à rede, separadamente, para tria metalomecânica.
cada período do tarifário. Por esse motivo, elaborou-se a Tabela 4, na qual
se apresentam os referidos valores para todos os períodos do tarifário.
Além desses valores, também se incluíram na 10.ª e 11.ª colunas, res-
petivamente, o somatório da eletricidade consumida e vendida à rede da carga. Comparando o respetivo valor total com o apresentado em 3.1,
em todos os períodos do tarifário – cujos valores totais se podem veri- pode-se verificar que o respetivo valor corresponde ao lá referido para a
ficar que correspondem, respetivamente, aos apresentados nos campos eletricidade autoconsumida na presente instalação.
“Grid purchases” e “Grid sales” da Figura 7. Neste sistema, estima-se que Neste caso, os respetivos valores mensais foram determinados através
as quantidades de eletricidade vendidas à rede variam entre 812kWh no da diferença (subtração), para cada mês, do consumo mensal total apre-
mês de dezembro e 4202kWh no mês de julho, correspondendo, numa sentado na 6.ª coluna da Tabela 2, pela eletricidade adquirida à rede que se
base anual, a cerca de 62% da eletricidade comprada. apresenta na 10.ª coluna da Tabela 4. Na presença destes dados apresenta-
Na 12.ª coluna da Tabela 4, apresentam-se as quantidades de eletricidade -se, no gráfico da Figura 9, a repartição da eletricidade gerada pela UPAC
geradas pela UPAC e que efetivamente irão proceder ao abastecimento e comprada à rede para abastecimento da carga. Quantidade total de eletricidade

Quantidades de energia elétrica consumida e fornecida à rede em cada período do tarifário [kWh]
Eletricidade Autoconsumida

gerada pela UPAC [kWh]

Peso relativo Potência


da eletricidade média
autoconsumida, tomada
Super vazio Vazio normal Cheia Ponta Total
[kWh]

em à rede
Mês
percentagem do em
consumo total horas de
Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida de eletricidade ponta
à rede à rede à rede à rede à rede à rede à rede à rede à rede à rede na instalação [kW]

Janeiro 217,5 0,0 580,0 0,0 3 101,0 841,0 1 338,0 127,0 5 236,5 968,0 1 122,4 2 090,37 17,7% 10,79
Fevereiro 183,0 0,0 511,0 0,0 2 104,0 1 342,0 1 104,0 191,0 3 902,0 1 533,0 1 592,8 3 125,81 29,0% 9,86
Março 220,0 0,0 584,0 7,0 2 185,0 1 972,0 1 058,0 409,0 4 047,0 2 388,0 2 494,6 4 882,56 38,1% 8,53
Abril 209,0 0,0 441,0 68,0 2 371,0 1 404,0 354,0 1 223,0 3 375,0 2 695,0 2 745,2 5 440,25 44,9% 2,95
Maio 202,0 1,0 265,0 220,0 2 230,0 1 855,0 268,0 1 465,0 2 965,0 3 541,0 3 246,1 6 787,06 52,3% 2,16
Junho 211,0 0,0 263,0 250,0 1 980,0 1 969,0 353,0 1 554,0 2 807,0 3 773,0 3 436,6 7 209,59 55,0% 2,94
Julho 213,0 0,0 245,0 195,0 1 751,0 2 265,0 187,0 1 742,0 2 396,0 4 202,0 3 875,6 8 077,61 61,8% 1,51
Agosto 220,0 0,0 454,0 82,0 2 377,0 1 740,0 339,0 1 393,0 3 390,0 3 215,0 3 498,6 6 713,58 50,8% 2,73
Setembro 212,0 0,0 511,0 27,0 2 406,0 1 343,0 415,0 1 174,0 3 544,0 2 544,0 2 574,6 5 118,60 42,1% 3,46
Outubro 220,0 0,0 576,0 8,0 3 103,0 775,0 536,0 827,0 4 435,0 1 610,0 1 987,0 3 596,99 30,9% 4,32
Novembro 193,0 0,0 554,0 1,0 2 770,0 929,0 1 313,0 202,0 4 830,0 1 132,0 1 195,8 2 327,79 19,8% 10,94
Dezembro 217,0 0,0 608,0 0,0 2 906,0 698,0 1 360,0 114,0 5 091,0 812,0 1 037,4 1 849,36 16,9% 10,97
Anual 2 517,5 1,0 5 592,0 858,0 29 284,0 17 133,0 8 625,0 10 421,0 46 018,5 28 413,0 28 806,6 57 219,57 38,5% 5,93

Tabela 4 Estimativas das quantidades de energia elétrica consumida e fornecida à rede em cada período do tarifário, gerada para autoconsumo e respetivo peso relativo para abastecimento
da carga, e da potência tomada à rede em horas de ponta, em cada mês do primeiro ano de operação da UPAC.

7
projetos renováveis

Figura 11 Peso relativo da eletricidade autoconsumida em percentagem do consumo total


Figura 9 Energia elétrica mensalmente consumida na instalação e frações relativas asse- de eletricidade na instalação.
guradas pela UPAC e por eletricidade adquirida à rede.

A instalação de uma UPAC em estabelecimentos comerciais, de servi-


Na 13.ª coluna da Tabela 4 apresenta-se a quantidade total de energia ços ou industriais sujeitos a tarifários de Baixa Tensão Especial, Média, Alta
elétrica gerada pela UPAC, a qual corresponde à soma entre a eletricidade ou Muito Alta Tensão, tal como suprarreferido, dispõe da utilidade de não
vendida à rede e a eletricidade autoconsumida na instalação. No gráfico da só permitir a redução dos consumos energéticos, mas também da potência
Figura 10, apresenta-se a comparação entre as estimativas das quantida- tomada em horas de ponta. No gráfico da Figura 12 apresenta-se a com-
des totais de eletricidade gerada pela UPAC e consumida pela instalação – paração entre as potências médias tomadas em horas de ponta, estima-
a qual já havia sido apresentada na coluna 6 da Tabela 2. das para os casos em que não se dispõe e se dispõe da presente UPAC.

Figura 10 Peso relativo da eletricidade autoconsumida em percentagem do consumo total


de eletricidade na instalação. Figura 12 Comparação entre a potência tomada à rede em horas de ponta, com e
sem a UPAC.

Conforme se pode verificar no gráfico da Figura 10, apenas entre maio 3.4. Determinação dos custos de eletricidade com a instalação da UPAC
e julho é que a produção ultrapassa o consumo, sendo que, em termos Após o conhecimento das quantidades de energia elétrica adquirida e for-
anuais, a produção global (para autoconsumo e venda à rede) corresponde necida à rede em cada período do tarifário, da eletricidade autoconsumida
a cerca de 76% do consumo total da presente instalação. e das tarifas apresentadas em [4] e na Figura 4, procedeu-se à estimativa
Desta forma, este sistema não só cumpre o disposto nas alíneas b) e c) dos custos mensais com os termos da fatura de eletricidade considerados
do ponto 1 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 153/2014, de 25 de outubro neste estudo (referidos em 3.2), e os termos adicionais requeridos pelo
– que referem, respetivamente, que a potência de ligação da UPAC não disposto no Decreto-Lei n.º 153/2014, após a instalação da UPAC na indús-
pode ser superior à potência contratada e que a potência instalada não tria metalomecânica em apreço.
pode exceder o dobro da mesma, mas também o disposto na alínea e) do Na Tabela 5 apresentam-se os respetivos resultados, sendo que entre as
artigo 8.º, no qual é requerido que o dimensionamento da UPAC deve ser colunas 2 e 9 se expõem os resultados relativos aos encargos com a eletri-
realizado de forma a garantir a aproximação, sempre que possível (e cuja cidade adquirida e os proveitos com a energia elétrica vendida à rede em
impossibilidade se verificou neste caso), da eletricidade produzida com a cada período do tarifário. Esses resultados foram obtidos, para cada mês,
quantidade de energia elétrica consumida na instalação de utilização. através do produto entre os valores apresentados nas mesmas colunas da
Na 14.ª coluna da Tabela 4 apresenta-se o peso relativo da eletricidade Tabela 4 e respetivos custos unitários apresentados em [4] e na Figura 4.
autoconsumida, em percentagem do consumo total de eletricidade na ins- A determinação dos encargos com a potência tomada em horas de ponta,
talação, a qual varia entre 16,9% em dezembro e 61,8% em julho, dis- cujos resultados se apresentam na coluna 11, foi realizada de forma aná-
pondo-se de uma média anual de 38,3%. A respetiva evolução acompanha, loga à anteriormente descrita.
naturalmente, a variação sazonal da disponibilidade do recurso solar (já Na 12.ª coluna da Tabela 5 apresenta-se o termo já referido em 2.3.2
apresentada na Figura 2), tal como se pode verificar no gráfico da Figura 11. relativo à compensação dos CIEG o qual, segundo referido em [6], toma

8
projetos renováveis
autoconsumo fotovoltaico – exemplo de dimensionamento e estudo económico

Encargos com a eletricidade consumida na instalação e proveitos com a energia elétrica produzida pela UPAC e vendida à Encargos

Seguro de responsabilidade
rede, em cada um dos períodos do tarifário com a Soma dos
Encargos

Compensação
potência encargos
totais com a
média mensais

CIEG
Super vazio Vazio Normal Cheia Ponta

civil
Mês eletricidade
tomada à considerados
adquirida à
rede em no presente
rede
Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida horas de estudo
à rede à rede à rede à rede à rede à rede à rede à rede ponta

Janeiro 16,86 € 0€ 51,21 € 0€ 392,28 € 33,64 € 288,47 € 5,08 € 748,82 € 162,34 € 41,67 € 12,50 € 965,33 €

Fevereiro 14,19 € 0€ 45,12 € 0€ 266,16 € 53,68 € 238,02 € 7,64 € 563,49 € 148,30 € 41,67 € 12,50 € 765,95 €

Março 17,06 € 0€ 51,57 € 0,28 € 276,40 € 78,88 € 228,10 € 16,36 € 573,13 € 128,37 € 41,67 € 12,50 € 755,67 €

Abril 16,20 € 0€ 38,94 € 2,72 € 299,93 € 56,16 € 76,32 € 48,92 € 431,40 € 44,38 € 41,67 € 12,50 € 529,95 €

Maio 15,75 € 0,04 € 23,40 € 8,80 € 282,10 € 74,20 € 57,78 € 58,60 € 379,02 € 32,52 € 41,67 € 12,50 € 465,71 €

Junho 16,32 € 0€ 23,22 € 10,00 € 250,47 € 78,76 € 76,11 € 62,16 € 366,12 € 44,26 € 41,67 € 12,50 € 464,54 €

Julho 16,47 € 0€ 21,63 € 7,80 € 221,50 € 90,60 € 40,32 € 69,68 € 299,93 € 22,69 € 41,67 € 12,50 € 376,78 €

Agosto 17,08 € 0€ 40,09 € 3,28 € 300,69 € 69,60 € 73,09 € 55,72 € 430,95 € 41,13 € 41,67 € 12,50 € 526,24 €

Setembro 16,39 € 0€ 45,12 € 1,08 € 304,36 € 53,72 € 89,47 € 46,96 € 455,35 € 52,03 € 41,67 € 12,50 € 561,55 €

Outubro 17,08 € 0€ 50,86 € 0,32 € 392,53 € 31,00 € 115,56 € 33,08 € 576,03 € 65,03 € 41,67 € 12,50 € 695,23 €

Novembro 14,96 € 0€ 48,92 € 0,04 € 350,41 € 37,16 € 283,08 € 8,08 € 697,37 € 164,62 € 41,67 € 12,50 € 916,15 €

Dezembro 16,81 € 0€ 53,69 € 0€ 367,61 € 27,92 € 293,22 € 4,56 € 731,32 € 165,01 € 41,67 € 12,50 € 950,49 €

Anual 195,17 € 0,04 € 493,77 € 34,32 € 3 704,43 € 685,32 € 1 859,55 € 416,84 € 6 252,92 € 1 070,68 € 500 € 150 € 7 973,59 €

Tabela 5 Estimativa dos encargos mensais de eletricidade na instalação, durante o primeiro ano de funcionamento da UPAC.

o valor 10€/kW de ligação/ano. Como se verificou que a potência ótima Apresenta-se ainda, no gráfico da Figura 13, a comparação entre os custos
de ligação é de 50kW, esse termo toma o valor de 500€/ano, correspon- com os termos da fatura de eletricidade considerados no presente estudo,
dendo a 41,67€/mês. para os casos em que a indústria metalomecânica em apreço não dispõe
Segundo o disposto na alínea h) do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º da UPAC e para o caso em que dispõe da mesma.
153/2014, constitui um dever do produtor o de celebrar um seguro de
responsabilidade civil para a reparação de danos corporais ou materiais
causados a terceiros em resultado do exercício das atividades de produ- Encargos com a energia Montantes mensais

ção de eletricidade. Para tal, considerou-se um montante de 150€ por ano, ativa consumida e com a
Montante de Rendimento
de poupança
potência tomada em horas na fatura de
correspondente a 12,5€/mês, apresentando-se o mesmo na 13.ª coluna de ponta
poupança com obtido com
eletricidade
da Tabela 5. Mês a eletricidade a venda de
possibilitados pela
adquirida à eletricidade
Por fim, na 14.ª coluna da Tabela 5, apresentam-se os custos totais dos rede excedentária
instalação da UPAC

termos considerados no presente estudo, para cada mês e no final do pri- Sem UPAC Com UPAC durante o primeiro
ano de operação
meiro ano de funcionamento da UPAC, os quais são determinados através
da soma dos valores apresentados nas colunas 10 a 13. Janeiro 1 106,86 € 965,33 € 141,54 € 38,72 € 180,26 €

Fevereiro 981,37 € 765,95 € 215,42 € 61,32 € 276,74 €


3.5. Determinação dos montantes de poupança na fatura de eletricidade
Março 1 138,49 € 755,67 € 382,83 € 95,52 € 478,35 €
possibilitados pela instalação da UPAC
Após a determinação dos encargos com os termos da fatura da eletrici- Abril 1 055,72 € 529,95 € 525,77 € 107,80 € 633,57 €
dade considerados no presente estudo (referidos em 3.2) nos casos em Maio 1 057,76 € 465,71 € 592,05 € 141,64 € 733,69 €
que não se dispõe da UPAC – apresentados na Tabela 3, bem como dos
Junho 1 079,12 € 464,54 € 614,58 € 150,92 € 765,50 €
encargos que se estimam vir a dispor após a instalação da UPAC na pre-
sente indústria metalomecânica – apresentados na Tabela 5, apresentam-se Julho 1 067,89 € 376,78 € 691,11 € 168,08 € 859,19 €
na Tabela 6 os montantes de poupança mensais do primeiro ano de ope- Agosto 1 174,44 € 526,24 € 648,20 € 128,60 € 776,80 €
ração da UPAC, possibilitados pela instalação da mesma. Setembro 1 058,68 € 561,55 € 497,14 € 101,76 € 598,90 €
Analisando a Tabela 6, pode-se verificar que os valores apresentados
Outubro 1 095,35 € 695,23 € 400,12 € 64,40 € 464,52 €
nas colunas 2 e 3 correspondem, respetivamente, aos já apresentados na
coluna 7 da Tabela 3 e na coluna 17 da Tabela 5. Subtraindo esses valores Novembro 1 069,84 € 916,15 € 153,69 € 45,28 € 198,97 €
para cada um dos meses, é possível determinar o montante de poupança Dezembro 1 077,30 € 950,49 € 126,81 € 32,48 € 159,29 €
com a eletricidade adquirida à rede para cada um dos meses do primeiro
ano de operação da UPAC. Anual 12 962,84 € 7 973,59 € 4 989,25 € 1 136,52 € 6 125,77 €
Esses montantes de poupança contemplam o decréscimo dos custos
com a energia elétrica consumida e com a potência tomada em horas de Tabela 6 Montantes mensais de poupança na fatura de eletricidade possibilitados pela
ponta, apresentando-se na 4.ª coluna da Tabela 6 os respetivos resultados. instalação da UPAC.

9
projetos renováveis

Figura 13 Comparação entre as dos encargos mensais considerados no presente estudo, Figura 14 Frações relativas dos montantes de poupança na fatura energética possibilitados
para os casos em que a instalação não dispõe da UPAC e em que dispõe da mesma, durante pela redução de eletricidade adquirida à rede e pela venda da energia elétrica excedentária.
o seu primeiro ano de funcionamento.

3.6. Determinação dos montantes de poupança com a UPAC ao longo


Na coluna 5 da Tabela 6 apresentam-se as estimativas dos rendimentos da vida útil dos equipamentos
mensais obtidos com a eletricidade produzida pela UPAC, nos momentos Ao longo dos anos, o sistema fotovoltaico proposto para a presente uni-
em que a potência gerada pela mesma é superior à carga absorvida pela dade industrial vai sendo alvo de uma degradação que resulta num decrés-
instalação. Esses resultados foram determinados, para cada mês, através da cimo da eletricidade gerada. Segundo o referido no catálogo de fabricante
soma dos termos apresentados nas colunas 3, 5, 7 e 9 da Tabela 5. dos módulos fotovoltaicos [3], estima-se que a referida degradação tome
Por fim, determinou-se a poupança na fatura de eletricidade do pri- um valor máximo de 0,667% por ano.
meiro ano de operação da UPAC, cujos valores são obtidos através da Considerando que além do gerador fotovoltaico, também o inversor,
soma entre os montantes de poupança com a eletricidade adquirida à rede condutores e outros componentes do sistema serão alvo de degradação
(apresentados na coluna 4) e os rendimentos obtidos com a venda de ele- ao longo dos anos, assumiu-se que, em termos globais, esse valor será de
tricidade excedentária (apresentados coluna 5). 0,8% por ano.
Os referidos montantes de poupança são apresentados na coluna 6 da A referida degradação terá como consequência a diminuição progres-
Tabela 6, onde se pode verificar que se estima que variem entre 159,29€ siva da quantidade energia elétrica autoconsumida e vendida à rede e no
no mês de dezembro e 859,19€ no mês de julho, e que correspondem a aumento da quantidade de eletricidade adquirida à rede ao longo dos anos,
um montante global de 6125,77€ no primeiro ano de operação da UPAC. conforme se pode verificar nas colunas 3 a 10 da Tabela 7. Os custos e
No gráfico da Figura 14, apresentam-se as frações relativas de cada uma proveitos associados à energia elétrica adquirida e vendida à rede, respeti-
das parcelas que resultam nas poupanças obtidas no primeiro ano de ope- vamente, aumentam e diminuem ao longo dos anos, tal como se pode veri-
ração da UPAC proposta para a indústria metalomecânica em apreço. ficar nas colunas 15 e 17 da Tabela 7.

Quantidades de energia elétrica consumida e fornecida Encargos com a energia


Potência Montantes de
responsabilidade civil

Degradação à rede em cada período do tarifário [kWh] ativa consumida e com a Montante Rendimento
média poupança anual
Compensação

média potência tomada em horas de poupança anual obtido


Seguro de

tomada à na fatura de
anual da de ponta com a com a venda
CIEG

Ano Super vazio Vazio normal Cheia Ponta rede em eletricidade


produção de eletricidade de
horas de possibilitados
eletricidade adquirida à eletricidade
ponta pela instalação
da UPAC Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida Adquirida Fornecida rede excedentária
[kW] Sem UPAC Com UPAC da UPAC
à rede à rede à rede à rede à rede à rede à rede à rede

1 0,8% 2 518,28 1 5 592,00 858,00 29 284,00 17 133,00 8 625,00 10 421,00 5,93 500 € 150 € 12 962,84 € 7 973,59 € 4 989,25 € 1 136,52 € 6 125,77 €

2 0,8% 2 538,42 0 5 636,74 851,14 29 518,27 16 995,94 8 694,00 10 337,63 5,98 500 € 150 € 12 962,84 € 8 032,18 € 4 930,66 € 1 127,39 € 6 058,05 €

3 0,8% 2 558,73 0 5 681,83 844,33 29 754,42 16 859,97 8 763,55 10 254,93 6,03 500 € 150 € 12 962,84 € 8 091,24 € 4 871,61 € 1 118,37 € 5 989,97 €

4 0,8% 2 579,20 0 5 727,28 837,57 29 992,45 16 725,09 8 833,66 10 172,89 6,07 500 € 150 € 12 962,84 € 8 150,77 € 4 812,08 € 1 109,42 € 5 921,50 €

5 0,8% 2 599,83 0 5 773,10 830,87 30 232,39 16 591,29 8 904,33 10 091,51 6,12 500 € 150 € 12 962,84 € 8 210,77 € 4 752,07 € 1 100,55 € 5 852,62 €

6 0,8% 2 620,63 0 5 819,29 824,22 30 474,25 16 458,56 8 975,56 10 010,78 6,17 500 € 150 € 12 962,84 € 8 271,26 € 4 691,58 € 1 091,74 € 5 783,33 €

7 0,8% 2 641,60 0 5 865,84 817,63 30 718,05 16 326,89 9 047,37 9 930,69 6,22 500 € 150 € 12 962,84 € 8 332,23 € 4 630,61 € 1 083,01 € 5 713,62 €

8 0,8% 2 662,73 0 5 912,77 811,09 30 963,79 16 196,27 9 119,75 9 851,24 6,27 500 € 150 € 12 962,84 € 8 393,69 € 4 569,16 € 1 074,34 € 5 643,50 €

9 0,8% 2 684,03 0 5 960,07 804,60 31 211,50 16 066,70 9 192,71 9 772,43 6,32 500 € 150 € 12 962,84 € 8 455,64 € 4 507,21 € 1 065,75 € 5 572,96 €

10 0,8% 2 705,50 0 6 007,75 798,16 31 461,19 15 938,17 9 266,25 9 694,26 6,37 0€ 150 € 12 962,84 € 8 018,08 € 4 944,76 € 1 057,22 € 6 001,98 €

11 0,8% 2 727,15 0 6 055,81 791,78 31 712,88 15 810,66 9 340,38 9 616,70 6,42 0€ 150 € 12 962,84 € 8 081,03 € 4 881,82 € 0€ 4 881,82 €

12 0,8% 2 748,96 0 6 104,26 785,44 31 966,59 15 684,18 9 415,10 9 539,77 6,47 0€ 150 € 12 962,84 € 8 144,48 € 4 818,37 € 0€ 4 818,37 €

13 0,8% 2 770,96 0 6 153,09 779,16 32 222,32 15 558,71 9 490,42 9 463,45 6,53 0€ 150 € 12 962,84 € 8 208,43 € 4 754,41 € 0€ 4 754,41 €

14 0,8% 2 793,12 0 6 202,32 772,93 32 480,10 15 434,24 9 566,34 9 387,74 6,58 0€ 150 € 12 962,84 € 8 272,90 € 4 689,94 € 0€ 4 689,94 €

15 0,8% 2 815,47 0 6 251,94 766,74 32 739,94 15 310,76 9 642,88 9 312,64 6,63 0€ 150 € 12 962,84 € 8 337,88 € 4 624,96 € 0€ 4 624,96 €

Tabela 7 Estimativa dos montantes anuais de poupança na fatura de eletricidade durante os 15 anos de funcionamento da UPAC.

10
projetos renováveis
autoconsumo fotovoltaico – exemplo de dimensionamento e estudo económico

A potência tomada em horas de ponta é igualmente alvo de redu- módulo = 37600€), com os custos com 2 inversores Sunny Tri-
ção, verificando-se o aumento do respetivo valor médio (proveniente power STP 25000TL (50kW × 150€/kW = 7500€) e com
da rede), ao longo da vida útil considerada para os equipamentos, na os restantes equipamentos (contadores de eletricidade, qua-
coluna 11 da Tabela 7. dros e canalizações elétricas), mão-de-obra e despesas de licen-
Na coluna 14, apresentam-se os custos anuais que a instalação dispo- ciamento – para os quais se considerou um custo de 7500€.
ria sem a UPAC. Os montantes foram considerados constantes, durante Devido ao facto de se ter utilizado como base um preço unitá-
os 15 anos previstos a vida útil dos equipamentos, devido ao facto de se rio de revenda dos módulos fotovoltaicos e respetiva estrutura de
prever que a evolução na quantidade de equipamentos a operar na pre- fixação, considerou-se ainda um desconto de 20% sobre o respe-
sente unidade industrial e dos respetivos encargos com a energia serão tivo valor, devido à quantidade necessária para o presente apro-
acompanhados de medidas de eficiência energética que irão resultar na veitamento (200 módulos), cujo pressuposto resulta no segundo
diminuição dos consumos. montante considerado para o investimento;
Nos termos do artigo 25º do Decreto-Lei n.º 153/2014, o pagamento • Fundos de apoio à realização do investimento de 0%, 20%, 30%,
de uma prestação mensal fixa dos CIEG é apenas aplicável aos primeiros 40%, 50% e 60%: Prevê-se a suscetibilidade de obterem fundos para
10 anos de funcionamento do sistema, apresentando-se essa considera- apoio a investimentos em energias renováveis, para abastecimento
ção na coluna 12 da Tabela 7. de parte das cargas de instalações industriais, com especial interesse
Por outro lado, nos termos do ponto 3 do artigo 23.º do mesmo regu- devido aos benefícios ambientais obtidos;
lamento, o contrato de compra e venda de eletricidade disporá de um • Custos anuais de O&M de 350€/ano: Correspondendo à soma
prazo máximo de 10 anos, renováveis por períodos de 5 anos. Se a reno- dos encargos anuais de manutenção do gerador fotovoltaico e
vação do contrato de aquisição de energia elétrica ao fim de 10 anos não respetiva estrutura de fixação (50kW ÷ 0,25kW/módulo × 1€/
se afigura como um grande obstáculo, a renovação do contrato de venda módulo = 200€/ano), com encargos anuais de O&M dos inverso-
pode não ser garantida. Deste modo, no presente estudo não se con- res (50kW × 2,5€/kW = 125€/ano) e com os custos de O&M dos
siderou a venda da eletricidade excedentária da UPAC após o término restantes equipamentos, os quais se consideraram como sendo de
do contrato inicial, tal como se pode verificar na coluna 17 da Tabela 7. 25€/ano;
Nestes termos, apresenta-se na coluna 18 da Tabela 7, a estimativa dos • Taxas de atualização dos Cash-Flows de 5%, 7,5% e 10%: Consi-
montantes anuais de poupança na fatura de eletricidade durante os 15 derando previsões mais e menos otimistas, sendo que o termo de
anos de funcionamento da UPAC. 10% é baseado no valor referenciado de cost of equity para indústria
europeia de biotecnologia, o qual se apresenta 5 em [8];
3.7. Estudo de viabilidade económica da instalação da UPAC • Taxa de imposto sobre os lucros gerados de 23%: A taxa marginal
na presente indústria metalomecânica de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) atual-
Após a determinação dos montantes anuais de poupança obtidos com a mente vigente para Portugal Continental6 é de 23%, segundo o dis-
instalação da UPAC na presente unidade industrial, o último passo deste posto no artigo 87.º da Lei n.º 2/2014, de 16 de janeiro;
estudo é o de analisar a viabilidade económica da mesma. Para o efeito, • Horizonte do projeto de 15 anos: Estabeleceu-se um único cená-
utilizaram-se os mesmos modelos matemáticos que se apresentaram na rio, por questões de simplificação, julgando-se ser um prazo razoá-
secção 3.4 do artigo publicado na edição 19 da presente revista. vel para o tipo de investimento em causa.

Montante de Resultados dos indicadores Resultados dos indicadores Resultados dos indicadores
investimento Percentagem de investimento para uma taxa de atualização dos de investimento para uma taxa de atualização de investimento para uma taxa de atualização
inicial de financiamento sobre cash-flows de 5% dos cash-flows de 7,5% dos cash-flows de 10%
considerado o investimento inicial
VAL TIR Payback VAL TIR Payback VAL TIR Payback
[€]
[€] [%] [ano] [€] [%] [ano] [€] [%] [ano]

Sem apoio -2299,79 € 4,32% >15 -9515,24 € 4,32% >15 -15 230,62 € 4,32% >15
Apoio de 20% 6545,90 € 7,33% 11,78 -419,11 € 7,33% >15 -5937,53 € 7,33% >15
Apoio de 30% 10 968,75 € 9,35% 9,85 4128,95 € 9,35% 12,09 -1290,99 € 9,35% >15
52 600 €
Apoio de 40% 15 391,59 € 11,92% 8,27 8677,02 € 11,92% 9,55 3355,56 € 11,92% 11,74
Apoio de 50% 19 814,44 € 15,33% 6,72 13 225,08 € 15,33% 7,54 8002,10 € 15,33% 8,68
Apoio de 60% 24 237,29 € 20,17% 5,24 17 773,14 € 20,17% 5,73 12 648,65 € 20,17% 6,34
Sem apoio 4023,37 € 6,36% 12,97 -3013,06 € 6,36% >15 -8587,65 € 6,36% >15
Apoio de 20% 11 604,43 € 9,68% 9,63 4782,63 € 9,68% 11,69 -623,16 € 9,68% >15
Apoio de 30% 15 394,96 € 11,92% 8,27 8680,48 € 11,92% 9,55 3359,09 € 11,92% 11,74
45 080 €
Apoio de 40% 19 185,49 € 14,77% 6,93 12 578,32 € 14,77% 7,81 7341,34 € 14,77% 9,04
Apoio de 50% 22 976,02 € 18,59% 5,66 16 476,17 € 18,59% 6,23 11 323,59 € 18,59% 6,95
Apoio de 60% 26 766,55 € 24,05% 4,44 20 374,01 € 24,05% 4,78 15 305,83 € 24,05% 5,19

Tabela 8 Resultados dos indicadores económicos dos vários cenários considerados.

5 A taxa referenciada é de 9,25%, tendo-se optado por arredondar para 10%, de modo a origi-
Os pressupostos considerados para o presente estudo são: nar resultados um pouco mais desfavoráveis.
• Montantes de investimento inicial de 52600€ e 45080€: Em que
6 Ao longo do horizonte do projeto optou-se, por questões de simplificação dos cálculos, por
o primeiro montante corresponde à soma entre o custo do gera- manter esta taxa constante. Todavia, é expectável que durante os próximos 15 anos esta venha
dor fotovoltaico e estrutura de fixação dos módulos à cober- a sofrer uma redução. Não foram considerados benefícios fiscais/reduções à matéria coletável,
tura metálica da instalação (50kW ÷ 0,25kW/módulo × 188€/ assim como ao cálculo da derrama.

11
projetos renováveis

Nestes termos, foram considerados 36 cenários de teste para o Nas UPP é prática comum estabelecer-se diretamente a potência
estudo económico, os quais correspondem ao produto entre os 2 mon- do aproveitamento, considerando apenas a restrição de que a respe-
tantes de investimento considerados, pelos 6 cenários de financiamento tiva produção anual não ultrapasse um determinado limite regulamentar,
para apoio ao investimento na UPAC e as 3 taxas consideradas para estabelecido por cada kW de potência de ligação.
atualização dos Cash-Flows. Nas UPAC é necessário proceder ao seu dimensionamento por forma
Para cada um dos cenários considerados, os resultados dos indicado- a otimizar a sua potência de ligação, sendo conveniente recorrer-se a
res de investimento são os apresentados na Tabela 8. algoritmos de otimização análogos aos que o software Homer ® dispõe
Conforme se pode verificar pela análise da Tabela 8, o único cenário e seguir-se um procedimento análogo ao apresentado na seção 2 deste
em que se verifica a viabilidade económica da UPAC sem se recorrerem artigo. Por outro lado, é igualmente necessário o cumprimento das res-
a fundos de apoio é no caso em que o montante de investimento inicial é trições referidas nos artigos 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 153/2014, sendo
de 45080€ e se dispõe de uma taxa de atualização dos cash-flows de 5%. possível verificá-lo através da análise dos resultados das diversas solu-
No cenário mais desfavorável, em que se considerou o valor de 10% ções apresentadas no final dos processos de simulação realizados pelo
para a taxa de atualização dos cash-flows, apenas se verifica a viabilidade software Homer ®.
económica do investimento, para o período de vida útil considerado, com A instalação de aproveitamentos no âmbito das UPAC permite não só
a obtenção de subvenções a fundo perdido superiores a, respetivamente, a redução dos encargos com a energia elétrica consumida numa instala-
30% e 40% para os montantes de investimento de 45080€ e 52600€. ção, mas também com a potência tomada em horas de ponta. Para que
essa poupança possa ser determinada, é necessária a determinação dos
encargos com esses termos na ausência e na presença da UPAC na ins-
4. Conclusões talação em análise, em concordância com o procedimento apresentado
Os elevados custos de investimento com os sistemas fotovoltaicos têm nas seções 3.2 a 3.6 deste artigo.
sido acompanhados, em vários países, pela atribuição de tarifas bonificadas No exemplo analisado, em que os consumos de eletricidade se verificam
para a remuneração da energia elétrica vendida à rede. Com o decréscimo predominantemente durante o período diurno, verifica-se um importante
dos custos dos módulos fotovoltaicos e dos equipamentos necessários de decréscimo nos custos da energia elétrica. Este exemplo é representativo
empregar nesse tipo de aproveitamentos, as referidas remunerações (que de um grande número das instalações industriais em Portugal.
dispunham o principal objetivo de rentabilizar os respetivos investimentos No entanto, apesar da poupança obtida, segundo os pressupostos
iniciais) têm vindo a igualmente sofrer reduções graduais. atuais do regime conferido pelo Decreto-Lei n.º 153/2014, a realização do
A eletricidade gerada pelas UPAC possibilita não só o abastecimento investimento na UPAC para a presente unidade industrial apenas se afi-
das cargas da instalação elétrica a que a mesma se encontra associada, gura como economicamente viável caso se disponha da possibilidade se
mas também a venda à RESP da energia elétrica que é gerada nos recorrerem a apoios financeiros para a realização do investimento inicial.
momentos em que a potência gerada é superior à da carga absorvida Para que o investimento na UPAC proposta fosse viável sem necessi-
pela instalação. dade de se recorrerem a apoios ao investimento, era imperativo que os
No entanto, segundo o disposto no Decreto-Lei n.º 153/2014, a remu- preços dos módulos fotovoltaicos e dos restantes equipamentos neces-
neração da eletricidade vendida à rede é realizada a um valor que cor- sários de aplicar neste tipo de aproveitamentos fossem mais baixos.
responde a 90% do montante médio mensal a que energia elétrica foi O motivo para tal resulta do facto de que a rentabilidade económica
transacionada no mês anterior no mercado grossista da OMIE. do investimento na UPAC proposta para a presente unidade industrial,
Esses valores dispõem de variações entre meses e anos consecutivos, conferida poupança na fatura de eletricidade e pela baixa remuneração
mas é expetável que os seus resultados sejam baixos, daí a consideração da eletricidade produzida em excedente, se verifica ser insuficiente face
de 0,04€/kWh para o presente estudo. Desse modo, verificou-se que ao elevado montante de investimento inicial.
sobredimensionamento das UPAC não resulta num acréscimo de pro-
dução de energia elétrica, relativamente à eletricidade absorvida pela
UPAC, que disponha de um benefício económico relevante. Referências bibliográficas
O regime das UPAC é mais adequado para as instalações que dispõem [1] “Portal “Renováveis na Hora” - Estatísticas, http://www.renovaveisnahora.pt/web/srm/estatis-
de maiores consumos durante o período diurno, designadamente dos ticas1, acedido em 04 de dezembro de 2014”.
setores terciário e industrial. Para que as UPAC sejam viáveis no setor [2] “PVGIS - JRC Europe, http://re.jrc.ec.europa.eu/pvgis/apps4/pvest.php, acedido em 04 de
doméstico – que tipicamente dispõem de consumos mais elevados ao dezembro de 2014”.
final da tarde e início da noite, é necessária a utilização de estratégias de [3] “SHARP Polycrystalline silicon photovoltaic modules, http://eng.sfe-solar.com/wp-content/
deslocamento de cargas para os períodos em que se dispõe de maior uploads/2012/05/SunFields_SHARP_Datasheet_ND-R-230-235-240-245-250A5_EN.pdf,
radiação solar. A utilização de sistemas de armazenamento de eletrici- acedido em 04 de dezembro de 2014”.
dade (bancos de baterias de acumuladores), para que a energia elétrica [4] “Tarifas transitórias de venda a clientes finais em Portugal continental em 2015, http://www.
gerada durante o dia possa ser utilizada nos períodos em que se verifica erse.pt/pt/electricidade/tarifaseprecos/2015/Documents/PrecosTVCF%20PTCont_2015.
maior consumo, é outra das alternativas a considerar. pdf, acedido em 15 de dezembro de 2014”.
O conhecimento detalhado do diagrama de cargas da instalação onde [5] “Ciclo diário para fornecimentos em BTE e BTN em Portugal Continental, http://www.erse.
se pretende instalar a UPAC é fundamental para o seu correto dimensio- pt/pt/electricidade/tarifaseprecos/periodoshorarios/Paginas/CiclodiariofornecBTEBTNPt.
namento. Os dados obtidos pelos sistemas de telecontagem de tarifários aspx, acedido em 04 de dezembro de 2014”.
de Baixa Tensão Especial, Média, Alta ou Muito Alta Tensão são valiosas [6] M. Azevedo, “Autoconsumo na perspectiva de consumidores domésticos, http://www.ren-
fontes de informação, particularmente em instalações onde não existem ovaveismagazine.pt/apresentacoes/Autoconsumo_15102014_Manuel%20Azevedo.pdf, ace-
sistemas próprios de medição/gestão de consumos. dido em 15 de Dezembro de 2014”.
O processo de dimensionamento de sistemas renováveis no âmbito [7] “Sunny Tripower 20000TL / 25000TL, http://www.sma.de/en/products/solarinverters/sun-
das UPAC apresenta diferenças apreciáveis relativamente ao procedi- ny-tripower-20000tl-25000tl.2014#Technical-Data-108646, acedido em 04 de dezembro
mento realizado para os sistemas de micro e minigeração – recentemente de 2014”.
agrupados e definidos como UPP, com a publicação do Decreto-Lei n.º [8]. “Damodaran Online: Home Page for Aswath Damodaran, http://www.stern.nyu.edu/~ada-
153/2014, de 25 de outubro. modar/pc/datasets/waccEurope.xls, acedido em 28 de Agosto de 2014”.

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projetos renováveis
autoconsumo fotovoltaico – exemplo de dimensionamento e estudo económico

Apresentação dos autores

Edgar Filipe da Silva Franco


edgar.franco@ipleiria.pt

É licenciado em Engenharia Eletrotécnica – Ramo de Energia e Automação e mestre em Engenharia Eletrotécnica – Sistemas de
Automação, pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria, obtendo respetivos graus em 2009 e
2011. Concluiu em Janeiro de 2013 o Curso de Doutoramento (não conferente de grau) em Engenharia Eletrotécnica e de Com-
putadores pela Faculdade de Engenharia da Universidade de Porto.
Foi projetista de instalações elétricas em 2010 e bolseiro de investigação do INESC Coimbra em 2011.
É docente do Curso de Especialização Tecnológica de Energias Renováveis do Instituto Politécnico de Leiria desde Janeiro de 2011.

Nuno Pedro Ferreira de Carvalho Monteiro


nuno.f.monteiro@ipleiria.pt

É licenciado pré-Bolonha em Engenharia Eletrotécnica – Ramo de Energia e Automação e mestre em Energia e Ambiente,
pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria, obtendo os respetivos graus em 2003 e 2010.
Iniciou a sua atividade profissional em 1999 no setor cerâmico, onde desempenhou funções de responsável de manutenção,
gestor de energia e diretor de produção.
É consultor energético e ambiental de empresas industriais e técnico reconhecido do Sistema de Gestão de Consumos
Intensivos na Indústria (SGCIE) desde 2011.
É formador nas áreas da eletrotecnia, eficiência energética e energias renováveis e docente do Curso de Especialização Tec-
nológica de Energias Renováveis do Instituto Politécnico de Leiria desde 2011.

Luís Miguel Porto Romão Machado


m.machado.05.73@gmail.com

É detentor do MBA pela Universidade de Warwick, Reino Unido (com distinção, tendo-lhe sido atribuído o prémio para a
elaboração da melhor dissertação), obtendo o respetivo grau em 2010.
É mestre em Ciências Empresariais – Especialização em Estratégia Empresarial, pela Faculdade de Economia da Universidade
de Coimbra, obtendo o respetivo grau em 2006. É licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Gestão da Universi-
dade Técnica de Lisboa, obtendo o respetivo grau em 1995.
Iniciou a sua atividade profissional como auditor da KPMG, tendo desenvolvido vários projetos em África, nomeadamente
na Guiné-Bissau, Cabo Verde e Angola.
Foi diretor comercial e de marketing, durante vários anos, de empresas industriais com forte exposição ao mercado internacional, para além de
ter sido também diretor financeiro e administrativo de outras empresas.
Foi docente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão e na Escola Superior Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria e na
Universidade Jean Piaget de Cabo Verde.
Atualmente, é doutorando em Gestão de Empresas na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e docente na Escola Superior Edu-
cação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria.

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