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DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2237-101X01903812
Resenha recebida em 4 de setembro de 2017 e aprovada para a publicação em 11 de outubro de 2017.
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Universidade de Bristol, Bristol, Reino Unido.
* Doutorando pela Universidade de Bristol, Inglaterra. E-mail: fc15629@bristol.ac.uk.
Topoi (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 19, n. 38, p. 268-272, mai./ago. 2018 | www.revistatopoi.org 268
Migrações sob o esquadro e o compasso:
300 anos de histórias da maçonaria
Felipe Corte Real de Camargo
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Migrações sob o esquadro e o compasso:
300 anos de histórias da maçonaria
Felipe Corte Real de Camargo
tífico do Arquivo da Grande Loja da Argen- A sociedade civil, seus elementos e constructos
tina, traz um olhar desde aquele país sobre são analisados de maneira bastante didática
a chegada do feminismo na América Latina. pelo autor, que busca entender de que manei-
Com esse tema demonstra o papel central ra as organizações voluntárias têm o poder de
que a maçonaria teve ao servir como base, promover, criar e contribuir para a democra-
dada sua capilaridade, aos movimentos van- cia (e se, de fato, contribuem). Analisando a
guardistas do começo do século (feminismo, maçonaria nesse espectro teórico mais amplo
anticlericalismo, livre-pensamento) que con- o autor clarifica uma das discussões mais re-
figuraram o moderno sistema-mundo. Tal correntes – porém pouco aprofundadas – no
fenômeno teria ocorrido dado que as redes campo da história da maçonaria na contem-
maçônicas formaram uma “plataforma de poraneidade: aquela relativa à esfera pública.
transferências culturais e um espaço de lutas O debate, trazido atualmente por Habermas,
culturais”. A escrita de Mollès flui de ma- é tema obrigatório em todo trabalho sobre a
neira singular, sua clareza conceitual e suas Franco-Maçonaria, e este capítulo é um bom
escolhas bibliográficas, enxutas e certeiras, guia para aqueles que desejam abordar o tema
fazem de seu capítulo um ótimo panorama com maior propriedade. Além do cabedal teó-
sobre os movimentos de emancipação femi- rico, em sua maioria oriundo da Ciência Po-
nina na América Latina, suas relações com os lítica, apresentado pelo autor, somos também
movimentos socialistas e com a maçonaria. brindados com uma pequena análise da mito-
O historiador chileno Felipe Santiago logia maçônica em sua expressão estaduniden-
del Solar nos oferece um breve panorama se, e de como a exacerbação, ou mero exagero,
dos primeiros anos da maçonaria no Chile. do papel da maçonaria na história política dos
Para tal, faz uma análise das primeiras obras países se expressa em um aumento de impor-
que dão conta das atividades maçônicas no tância real da Ordem.
país andino. Este recorrido, del Solar não o A crítica a este volume é a mesma que se
faz apenas por uma questão de crítica histo- pode fazer a qualquer compilação de ensaios
riográfica, mas porque a grande maioria da sobre a maçonaria, isto é, os autores estão se-
documentação maçônica chilena se perdeu parados por um tema comum. Explico: como
após um terremoto no começo do século a maçonaria foi, e continua sendo, um tema
XX. Apesar de bastante conciso, o capítulo é marginal na academia, há uma considerável
o relato de uma trajetória maçônica bastan- defasagem teórica, muitas vezes causada pela
te tardia e singular se comparada aos outros necessidade dos autores acadêmicos de se co-
países latinos. municar com o seu público, mormente leigo,
O fechamento do livro fica nas mãos de no que concerne às questões historiográficas.
Guillermo de los Reyes-Heredia, professor da Outro traço dessa separação é a variedade de
Universidade de Houston (Estados Unidos), termos para definir as questões maçônicas que
que escreve sobre um tema que pode não pa- por vezes tais pesquisadores cunham e apli-
recer “demasiado maçônico”, à primeira vista. cam unilateralmente. Variedade esta causada
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