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As descobertas de Freud sobre a sexualidade infantil provocaram

grande espanto na sexualidade conservadora do final do século


XIX, visto que até esta época a criança era vista como um símbolo
de pureza, um ser assexuado.

Ao longo dos tempos, a sociedade vem, pouco a pouco,


familiarizando-se e compreendendo as diferentes formas de
expressão da sexualidade infantil. Sexualidade esta que evolui,
segundo Freud, de acordo com etapas de desenvolvimento que ele
denominou de fase oral, anal, fálica, latência e genital.

Embora as características de cada uma destas fases estejam


amplamente difundidas nos meios de comunicação, de tal forma que
os pais possam reconhecer as manifestações desta sexualidade em
seus filhos, persiste ainda muito equívocos na forma como eles
lidam com esta questão.

É comum encontrarmos pais que se espantam ao se defrontarem


com seus filhos a masturbarem-se, ou que explicam com meias
verdades as clássicas perguntas infantis sobre a origem dos bebês.

A sexualidade na criança nasce masculina - feminina, macho ou


femea, futuramente que será homem ou mulher. Entram fatores
culturais para modelar.

Durante a infância ocorre desenvolvimento de jogos corporais onde


as crianças vão-se descobrindo e amadurecendo.

A sexualidade é reconhecida como um instinto com o qual as


pessoas nascem e que se expressa de formas distintas de acordo
com as fases do desenvolvimento que são:
Fase Oral

Fase Anal

Fase Fálica

Período de Latência

ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL SEGUNDO


FREUD

Fase Oral
Período: de 0 a 1 ano aproximadamente.

Características principais: a região do corpo que proporciona maior


prazer à criança e a boca. É pela boca que a criança entra em
contacto com o mundo, é por esta razão que a criança pequena
tende a levar tudo o que pega à boca. O principal objecto de desejo
nesta fase é o seio da mãe, que além de a alimentar proporciona
satisfação ao bebê.

Fase Anal

Período: 2 a 4 anos aproximadamente

Características: Neste período a criança passa a adquirir o controle


dos esfíncteres a zona de maior satisfação é a região do anus.
Ambivalência (impulsos contraditórios)

A criança descobre que pode controlar as fezes que sai de seu


interior, oferecendo-o à mãe ora como um presente, ora como algo
agressivo.

É nesta etapa que a criança começa a ter noção de higiene.

Fases de birras.

Fase Fálica

Período: de 4 a 6 anos aproximadamente.

Características: Nesta etapa do desenvolvimento a atenção da


criança volta-se para a região genital.

Inicialmente a criança imagina que tanto os meninos quanto as


meninas possuem um pénis. Ao serem defrontadas com as
diferenças anatômicas entre os sexos, as crianças criam as
chamadas "teorias sexuais infantis", imaginando que as meninas não
tem pénis porque este órgão lhe foi arrancado (complexo de
castração). É neste momento que a menina tem medo de perder o
seu pénis.

Neste período surge também o complexo de Édipo, no qual o menino


passa a apresentar uma atração pela mãe e a se rivalizar com o pai,
e na menina ocorre o inverso.

Fase de Latência

Período: de 6 a 11 anos aproximadamente.

Características: este período tem por característica principal um


deslocamento da libido da sexualidade para atividades socialmente
aceitas, ou seja, a criança passa a gastar sua energia em atividades
sociais e escolares.

Fase Genital

Período: a partir de 11 anos.

Características: neste período, que tem início com a adolescência,


há uma retomada dos impulsos sexuais, o adolescente passa a
buscar, em pessoas fora de seu grupo familiar, um objeto de amor.

A adolescência é um período de mudanças no qual o jovem tem que


elaborar a perda da identidade infantil e dos pais da infância para
que pouco a pouco possa assumir uma identidade adulta.

Freud e o Desenvolvimento Psicossexual II

Estádio oral (do nascimento aos 12-18 meses)

É levando os objectos à boca que o bebé explora o meio envolvente. A sucção, necessária à
alimentação, emancipa-se progressivamente dessa função, tornando-se por si mesma uma fonte de
prazer, de gratificação libidinal. Com a dentição, a actividade oral diversifica-se: morder e mastigar
enriquecem a panóplia de formas de exploração oral – agora mais agressiva – dos objectos.
As actividades orais são também fonte de potenciais conflitos. O conflito mais significativo deste
estádio tem a ver com o processo de desmame.

Uma excessiva frustração dos impulsos erógenos ou um excesso de satisfação desses mesmos
impulsos podem conduzir a um resultado semelhante: a fixação. Por fixação no estádio oral entende-se
ficar psicologicamente preso a formas de obtenção do prazer que se centram na boca, nos lábios e na
língua.

Por exemplo, a criança que durante o estádio oral procura meter quase tudo o que encontra na boca
pode tornar-se um adulto crédulo, que acredita em tudo o que lhe dizem, “engolindo” tudo. Ou a criança
que tem grande prazer em morder pode tornar-se um adulto sarcástico, possuidor de um humor “mordaz”.

Estádio anal (dos 12/18 meses aos 3 anos)

A experiência marcante no estádio anal consiste em aprender a controlar os músculos envolvidos na


evacuação. A criança terá de aprender que não pode aliviar-se onde e quando quer, que há momentos e
lugares apropriados para tal efeito. Pela primeira vez, de forma sistemática, constrangimentos externos
limitam e adiam a satisfação dos impulsos internos.
O princípio de realidade conjuga-se com o princípio de prazer. A necessidade de adquirir hábitos
higiénicos e de controlar as pulsões do Id mostra que o Ego 8comeou a desenvolver-se a partir dos 6
meses) já se formou. O conforto com as imposições paternas, o medo de ser punido e o desejo de
agradar aos pais mostram que o Superego está a formar-se.

Se a educação do asseio, isto é, se a regulação dos impulsos biológicos da criança é demasiado


exigente e severa, esta pode reagir aos métodos repressivos retendo as fezes. Se este modo de reagir
for, simbolicamente, generalizado a outros comportamentos, a criança desenvolverá, segundo Freud, um
carácter anal-retentivo. Em termos psicológicos, esta fixação pode dar origem a um indivíduo
caracterizado pela teimosia, mania da pontualidade, avareza, egoísmo e pela obsessão com a ordem e a
limpeza. É importante notar que se for a mãe – como é ainda frequente – a “treinar” de forma severa a
criança para ser asseada podem produzir-se sentimentos latentes de hostilidade em relação à
“treinadora”. Eventualmente, a generalização dessa hostilidade pode tornar conflituosa e difícil e relação
posterior com o género feminino.

Mas a criança pode reagir às excessivas exigências de higiene e limpeza de outra forma: em vez de
reter as fezes e de infligir sofrimento a si própria, revolta-se contra a dureza e repressão do treino,
expelindo-as nos momentos menos apropriados. Freud fala, neste caso, por generalização simbólica, de
carácter expulsivo-anal.

Estádio Fálico (dos 3 aos 6 anos)

Segundo Freud, a criança, a partir de determinada altura, desenvolve uma forte atracção sexual pelo
progenitor do sexo oposto e sentimentos agressivos e de hostilidade em relação ao progenitor do mesmo
sexo. É, no plano da fantasia e a nível inconsciente, a primeira experiência de amor heterossexual. No
caso dos rapazes, o desejo de afastar o pai e de ficar com a mãe só para si é um conflito
inconsciente denominado complexo de Édipo.

O rapaz receia, tem pavor de que o pai castigue o seu desejo sexual pela mãe retaliando de forma
severa. E que forma mais severa do que cortar o mal pela raiz? O rapaz teme que o seu pai o castre
eliminando assim a base ou a fonte dos seus impulsos. Ao temor inconsciente de perder os órgãos
genitais deu Freud o nome de “ansiedade de castração” ou “complexo de castração”. Esta fantasia da
criança tem, de acordo com Freud, efeitos positivos: dá-se o recalcamento do desejo sexual incestuoso e
forma-se um mecanismo de defesa chamado identificação. O rapaz irá imitar e interiorizar as atitudes e
comportamentos do pai. Ser como o pai fará com que este pareça menos ameaçador. Identificando-se
com o pai (com os aspectos desejáveis do pai) o rapaz transforma os seus perigosos impulsos eróticos
em afecto inofensivo pela mãe ao mesmo tempo que, de uma forma indirecta, satizfaz os seus impulsos
sexuais a respeito da mãe. Na verdade, a identificação com o pai tem subjacente uma
limitação fundamental (só o pai pode ter relações sexuais com a mãe), embora, se certa forma
simplesmente simbólica, permita ao rapaz, através do pai, ter acesso à mãe (quanto mais se parecer com
ele mais facilmente se pode imaginar, inconscientemente, no lugar do pai).

A limitação referida é interiorizada sob a forma de tabu do incesto para cuja formação contribuem o
sentimento inconsciente de culpa desenvolvida pelo Superego e as restrições sociais. Freud sublinha
que a repressão do complexo de Édipo ou, mais propriamente, a sua ultrapassagem marca a etapa
final do desenvolvimento do Superego. Este será o herdeiro do complexo de Édipo e a instância que
se ergue contra o incesto e a agressividade.

Estádio de latência (dos 6 aos 11 anos)

O estádio de latência é o período da vida dos 6 aos 11 anos marcado por um acontecimento
significativo: a entrada na escola e a consequente ampliação do mundo social da criança. Recalcadas no
inconsciente, as conturbadas experiências emocionais do estádio fálico não a parecem perturbar. É como
se não tivessem acontecido. Esta amnésia infantil liberta a criança da pressão dos impulsos sexuais. A
curiosidade da criança centra-se agora no mundo físico e social e não no seu corpo. A energia libidinal é,
a bem dizer, sublimada, isto é, convertida em interesse intelectual e canalizada para as actividades
escolares, as práticas desportivas, jogos e brincadeiras. Normalmente, o grupo de pares é constituído por
crianças do mesmo sexo, uma escolha que reforça a identidade sexual da criança. A ultrapassagem bem
sucedida deste estádio é possível se a criança, agora mais independente dos pais no plano afectivo,
desenvolver um certo grau de competência nas actividades que a atraem e naquelas que lhe são
socialmente impostas.

Vários intérpretes de Freud consideram que o estádio de latência é mais uma pausa do que um
período de desenvolvimento psicossexual (não há nenhuma área específica do corpo do corpo que pose
ser destacada como zona erógena e nenhum conflito psicossexual). Outras interpretações sugerem que
nesta fase, sobre a qual Freud pouco disse, as crianças aprendem a esconder a sua sexualidade do olhar
desaprovador dos adultos. Seja como for, a relativa emancipação em relação ao universo familiar prepara
o caminho para que o afecto e a atracção sexual assumam uma forma adulta.

No final deste estádio o aparelho psíquico está completamente formado.

O estádio genital (após puberdade)

Na adolescência, em virtude da maturação do aparelho genital e da produção de hormonas sexuais,


renascem ou reactivam-se os impulsos sexuais e agressivos. Em estádios anteriores, o indivíduo obtinha
satisfação erótica mediante a estimulação e manipulação de determinadas zonas do seu corpo. Embora
no estádio fálico a sexualidade auto-erótica comece a ser superada, ela ainda não está orientada de uma
forma realista e socialmente aprovada. Manifesta-se para ser reprimida. Além disso, tudo se passa na
imaginação fantasista da criança.

O estádio genital é um período em que conflitos de estádios anteriores podem ser revividos. Freud
dá importância especial à reactivação do complexo de Édipo e à sua liquidação. A passagem da
sexualidade infantil à sexualidade madura exige que as escolhas sexuais se façam, de forma realista e
segundo a norma cultural, fora do universo familiar, sendo os pais suprimidos enquanto objectos da libido
ou do impulso sexual.

Se os conflitos característicos de estádios anteriores do desenvolvimento anterior forem resolvidos


de forma satisfatória, o indivíduo entra no último estádio psicossexual com a libido organizada em torno
dos órgãos genitais e assim permanecerá toda a vida. A qualidade da gratificação sexual durante o
estádio genital difere significativamente da de estádios anteriores. Na verdade, os primeiros afectos e
ligações infantis eram essencialmente narcisistas: a criança estava unicamente interessada no seu
próprio prazer erótico. No estádio genital – que estabelece a fusão e integração dos impulsos pré-genitais
– desenvolve-se o desejo pela gratificação sexual mútua, a capacidade de amar e de partilhar o prazer.
Segundo Freud, o estádio genital é o ponto de chegada de uma longa viagem, desde a sexualidade auto-
erótica à sexualidade realisticamente orientada, característica do indivíduo socializado.

A sublimação é especialmente importante neste período porque os impulsos do ID (egoístas e


agressivos) continuam e continuarão activos. A sublimação significará transformar os impulsos libidinais
convertendo-os em energia útil para o casamento, a educação dos filhos e o desempenho profissional.

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DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL SEGUNDO SIGMUND


FREUD
DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

By:Vera Maria de Carvalho

Segundo Sigmund Freud, o ser humano está sujeito, desde o nascimento a um


desenvolvimento, segundo o qual, o direcionamento da libido em cada estágio determina a
construção e estruturação da personalidade. Assim, ele divide estes estágios em:
1. ESTÁGIO ORAL: é o mais primitivo do desenvolvimento. As necessidades, percepções e
modos de expressão do bebê estão originalmente concentrados na boca, lábios, língua e
outros órgãos relacionados à zona oral. Fase oral-erótico: desejo de comer, dormir e alcançar o
relaxamento que ocorre no final da sucção. Fase oral-sádica: agressiva, que se expressa no
ato de morder , mastigar, cuspir ou chorar, que está vinculada aos desejos e fantasias
primitivos de morder, devorar e destruir (protofantasias).
OBJETIVOS: Estabelecer uma dependência confiante nos objetos que proporcionam cuidado e
apoio, estabelecer expressão e gratificação confortável das necessidades libidinais orais, sem
excessivo conflito ou ambivalência de desejos orais sádicos.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: A gratificação ou privação oral em excesso podem resultar em
fixações libidinais que contribuem para os traços patológicos. Podendo incluir: excesso de
otimismo, narcisismo, pessimismo (vistos com freqüência nos estados depressivos). Os
caracteres orais são com freqüência excessivamente dependentes e exigem que os demais os
sirvam e olhem por eles. Tais pessoas querem ser alimentadas, mas podem ser
excepcionalmente dadivosas, a fim de conseguirem receber em retribuição. A inveja e o ciúme
estão freqüentemente associados aos traços orais.
TRAÇOS DE CARÁTER: O êxito na resolução da fase oral proporciona uma base na estrutura
do caráter para a capacidade de dar e receber sem excessiva dependência ou inveja, uma
capacidade de confiar nos outros com um sentimento de segurança de confiança e,
autoconfiança.

2. ESTÁGIO ANAL: é ativado pela maturação do controle neuromuscular sobre os esfíncteres,


especialmente o esfíncter anal, permitindo deste modo, maior controle voluntário sobre a
retenção ou expulsão das fezes. (1 a 3 anos).
OBJETIVOS: Essencialmente um período de luta pela independência e separação com
respeito à dependência e controle dos pais. Os objetivos de controle esficteriano sem controle
excessivo (retenção fecal) ou perda do controle (sujando-se) estão unidos às tentativas de
autonomia e independência da criança, sem medo ou vergonha da perda de controle.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: Traços de caráter mal-adaptados, aparentemente inconscientes,
derivam do erotismo anal e das defesas contra o mesmo.
Regularidade, obstinação, teimosia, voluntariedade, e parcimônia são traços de caráter
derivados de uma fixação às funções anais. Quando as defesas contra os traços anais são
menos eficazes, o caráter anal revela traços de elevada ambivalência, desordem, desafio,
cólera e tendências masoquistas. As características e defesas anais são vistas mais
comumente nas neuroses obsessivo-compulsivas.
TRAÇOS DE CARÁTER: O êxito na resolução da fase anal proporciona a base para o
desenvolvimento da autonomia pessoal, capacidade de independência e iniciativa pessoal,
capacidade de autodeterminação e capacidade de cooperação sem excessiva teimosia nem
sentimento de autodepreciação ou derrota.

3. ESTÁGIO FÁLICO: Começa em algum momento do terceiro ano de vida e continua até o
final do 5º ano aproximadamente. Interesse sexual, estimulação e excitação na área genital.
OBJETIVOS: Consiste em concentrar o interesse erótico na área e nas funções genitais. Essa
concentração coloca os fundamentos para a identidade de gênero e serve para integrar os
resíduos de estágios anteriores numa orientação sexual predominantemente genital. O
estabelecimento da situação edípica é essencial para o fomento de identificações
subsequentes, que servem de base para importantes e duradouras dimensões da organização
do caráter.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: É bastante complexa, abrangendo quase todo o desenvolvimento
neurótico. Os problemas centram-se na castração nos homens e, na inveja do pênis nas
mulheres. Outro foco de distorções evolutivas nesse período deriva dos padrões de
identificação desenvolvidos sem a resolução do complexo de Édipo. A influência da ansiedade
de castração e da inveja do pênis, as defesas contra ambas e os padrões de identificação
surgidas na fase fálica são os determinantes primários do caráter humano. Também incluem e
integram os resíduos de estágios psicossexuais anteriores, de modo que as fixações ou
conflitos derivados de quaisquer estágios precedentes podem contaminar e modificar a
resolução edípica.
TRAÇOS DE CARÁTER: Este estágio proporciona a formação de um senso de identidade
sexual, de um sentimento de curiosidade, não apenas sobre pessoas e objetos do ambientes,
mas também sobre os processos internos e os impulsos. A resolução do conflito edípico no
final do período fálico desperta poderosos recursos internos para a regulação dos impulsos e
sua orientação para fins construtivos. Essa fonte de regulação é o superego, que se embasa
em identificações originalmente derivadas das figuras parentais.

4. ESTÁGIO DE LATÊNCIA: é de relativa tranqüilidade ou inatividade do impulso sexual, que


se estende da resolução do complexo de Édipo até a puberdade (5/6 anos até cerca de 11-13
anos).É um período de ligações primariamente homossexuais e de sublimação das energias
libidinais e agressivas em aprendizagem energética e atividades lúdicas.
OBJETIVOS: É a integração das identificações edípicas e a consolidação da identidade sexual
e dos papéis sexuais. A relativa aquiescência e o controle dos impulsos instintivos permitem o
desenvolvimento dos aparelhos do ego e o domínio de habilidades. Elementos de identificação
adicionais podem ser acrescentados aos componentes edípicos. Com base nos contatos com
outras figuras importantes fora da família: professores, treinadores e outros adultos.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: O perigo neste estágio pode surgir da falta ou do excesso de
controles internos. A falta de controle pode levar ao fracasso da criança na sublimação de suas
energias em prol da aprendizagem e do desenvolvimento de habilidades. O excesso de
controle interno pode levar ao encerramento prematuro do desenvolvimento da personalidade e
a elaboração precoce de traços de caráter obsessivos.
TRAÇOS DE CARÁTER: A criança pode desenvolver um senso de diligência e uma
capacidade para o domínio de objetos e conceitos que lhe permitam funcionar de forma
autônoma e com senso de iniciativa, sem correr o risco de fracasso , derrota ou de sentimento
de inferioridade. Essas importantes realizações precisam continuar sendo integradas, como
base para uma vida adulta de satisfação no trabalho e no amor.

5. ESTÁGIO GENITAL: adolescência (estende-se no começo da puberdade 11-13


aproximadamente, até o início da idade adulta) . Existe uma tendência a subdividir este
estágio, atualmente em pré-adolescência, adolescência inicial, adolescência, adolescência
tardia e até pós-adolescência. Caracterizada pela maturação fisiológica dos sistemas de
funcionamento genital e dos sistemas glandulares que os acompanha.
OBJETIVOS: Primários: constituídos pela separação definitiva da dependência e do círculo
parental e, pelo estabelecimento de relações objetais heterossexuais, não-incestuosas e
amadurecidas. Relacionados a esses objetivos estão a obtenção de um sentimento de
identidade individual amadurecido e a aceitação e integração de um conjunto de papéis e
funções adultas que permitam novas integrações adaptativas dentro das expectativas sociais e
dos valores culturais.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: Devido ao fracasso ou má resolução deste estágio são múltiplos e
complexos e os desvios patológicos. As resoluções anteriores mal-sucedidas e as fixações nas
várias fases ou aspectos do desenvolvimento psicossexual produzem imperfeições patológicas
na personalidade adulta emergente.
TRAÇOS DE CARÁTER: a resolução e reintegração bem-sucedida de estágios psicossexuais
anteriores na fase adolescente, plenamente genital, normalmente estabelece o cenário para
uma personalidade totalmente madura, com capacidade para uma plena e gratificante potência
genital e um senso de identidade auto-integrado e consistente. Tal indivíduo alcançou
satisfatória capacidade de auto-realização e significativa participação nas área de trabalho e
amor, bem como de dedicação produtiva e criativa a objetivos e valores gratificastes e
importantes. Somente nos últimos anos é que foi posta em quentão a suposta relação entre
generalidade psicossexual e funcionamento maduro da personalidade.

SISTEMAS DE PERSONALIDADE
SEGUNDO SIGMUND FREUD

1º MODELO - SISTEMA DA PERSONALIDADE - (1900)


O CONSCIENTE:
 É separado do pré-consciente pela barreira do recalcamento. O recalcamento consiste em
excluir da consciência toda representação psíquica que a crítica formulada pelo princípio que
norteia nossa vida desperta e voluntária julgue inaceitável.
 Sua principal função é receber os estímulos do ambiente ou do interior do indivíduo. Não se
deixa marcar por nenhuma excitação (sistema de traços mnêmicos). É regido pelos mesmos
processos do pré-consciente.

1ºMODELO - SISTEMA DA PERSONALIDADE -(1900)


PRÉ-CONSCIENTE

 É uma subparte do consciente. O que os diferencia é sua funcionalidade. . . .Situado entre o


consciente e o inconsciente.
 Entre o pré-consciente e o inconsciente existiria uma “censura” que impede certos conteúdos
do inconsciente tenham livre acesso aos demais. Através do recalcamento.
 Atua sobre o controle da motilidade; do pensamento ágil, da atenção; da memória; e do
raciocínio. Além de ser o responsável pela censura dos conteúdos inconscientes

1ºMODELO - SISTEMA DA PERSONALIDADE- ( 1900)


O INCONSCIENTE É organizado por leis e princípios que lhe são próprios e um regime
energético , específico.É o núcleo ativo da personalidade. É constituído por dois aspectos:
1º . o conteúdo - definido pela presença de atos psíquicos (idéias) que carecem de
consciência.
- Impulsos carregados de desejo (protofantasias) transmitidas de geração em geração.
2º - o modo de funcionamento: Desconhece a dúvida e a negação. Regulado apenas pelo
princípio do prazer.. Dispensa toda e qualquer referência à realidade. São atemporais.(seus
conteúdos não são organizados em função da ordem de suas ocorrências e não se alteram ao
longo da vida do sujeito ). Esses conteúdos estão sempre ativos e permanecem presentes no
inconsciente, mesmo quando passam para o sistema consciente.

2º MODELO - ESTRUTURA DA PERSONALIDADE - 2ª TÓPICA


ID
 Constitui a parte obscura , inacessível de nossa personalidade. É a essência biológica do
homem.
 As leis lógicas do pensamento não se aplicam a ele.(assim, impulsos contrários: amor-ódio,
coexistem lado a lado. Não há nada que se possa comparar a negação. Seu conteúdo é de
impulsos apenas em busca de descargas afetivas. É atemporal; amoral;
 É a expressão dos impulsos de morte e de vida , presente em todos os organismos vivos.

2º MODELO - ESTRUTURA DA PERSONALIDADE -2ª TÓPICA (1914)

EGO
 Não está presente no início da vida do indivíduo, devendo ser desenvolvido. É
geneticamente
uma parte do Id adequadamente modificada pela proximidade e contato com o mundo externo.
 Funciona como escudo protetor contra tudo aquilo que ameaça o aparelho mental..Enquanto
sistema, encontra-se principalmente voltado para o meio externo, sendo instrumento perceptivo
básico daquilo que surge de fora. Constitui-se no órgão sensorial de toda a personalidade, é
receptivo também às excitações provenientes do interior do sujeito. É durante o seu
funcionamento que surge o fenômeno da consciência.
 Sua incumbência é observar o mundo externo, estabelecendo um quadro do mesmo nos
traços da memória. Para tal é preciso que se separe o que é oriundo do mundo externo,
daquilo que provém de fontes internas ).
 Cabe a ele também controlar os impulsos provenientes do Id à motilidade. Este controle é
efetuado, principalmente pela atividade do pensamento. Este se impõe no Ego , entre o
impulso e a ação. Retira do Id a energia (libido) para exercer tais funções. Para tanto, utiliza-se
de subterfúgios (mecanismos de defesa) ou seja, identifica-se com o objeto do desejo libidinal,
desviando para sí próprio a libido do Id.

2º MODELO - ESTRUTURA DA PERSONALIDADE - 2ª TÓPICA (1921)


SUPEREGO

 Funciona como a “agencia crítica” da nossa personalidade. É formado durante o declínio do


complexo de Édipo, a partir da interiorização das imagens idealizada dos pais. Decorre deste
processo que a parte referente a imagem idealizada (dos pais) transmuta-se no interior do
Ego,em imagem idealizada de si mesmo, e a parte referente á função paterna constitui-se em
agente crítico do Ego dotado de características de severidade e proibições que a criança
atribuía aospais.
 Tem como função crítica e normativa e revela-se como base de todo ideal humano - Situa-se
frente ao Ego como modelo (se é ideal) e obstáculo (se é o proibido).
 É o responsável pela origem da consciência moral, sentimento de auto-estima e de
sentimento de culpa.

RELAÇÕES ENTRE A REALIDADE EXTERNA,


ID - SUPEREGO - EGO

O ego tenta conciliar e sintetizar as exigência contraditórias e mesmo incompatíveis, emanadas


do Id, do Superego e da realidade externa. Ao exercer sua função, o Ego é de um lado,
observado com severidade pelo Superego, que estabelece padrões definidos para sua
conduta, sem levar em conta as demandas do Id. Por outro lado, o Id também luta pela
satisfação plena de seus impulsos, permanecendo rígido e intolerante no desconhecimento das
imposições do Superego e na ignorância dos limites impostos pela realidade externa. Esta
última por sua vez, permanece indiferente aos anseios, desejos e restrições que emanam e
são criados pelo próprio sujeito.

TIPOS PSICOLÓGICOS SEGUNDO FREUD

Os seres humanos se constituem em variedades de quase infinita multiformação. Podemos,


entretanto, delimitar alguns tipos psicológicos gerais, fundamentando-nos no estudo da libido.
Deve-se , por outro lado, ressaltar que a descrição de tipos não mantém , para Freud,
nenhuma relação com a psicopatologia, muito embora, em suas expressões extermas, possam
aproximar-se dos quadros clínicos, vedando, assim a brecha entre normal e patológico. Com
tal ressalva feita, é possível descrever três tipos libidinais básicos, de acordo com a localização
predominante da libido em diferentes setores da personalidade:

Os tipos podem existir sem que haja a presença de patologia. Aliás, através de seu estudo, não
é possível desvendar nenhum aspecto marcante relativo à gênese nem das neuroses nem das
psicoses. Os tipos puros, onde predomina o investimento libidinal em uma única instância
psíquica não são, em geral propensos a conflitos psíquicos condicionantes da neurose ou
psicose.
Entretanto, no caso de desenvolvimento de perturbações na personalidade, os tipos eróticos
evoluiriam para a histeria, enquanto que os tipos obsessivos voltar-se-iam predominantemente,
para a neurose obsessiva. As pessoas de tipo narcisista,
pela independência que mostram em relação ao mundo externo, estariam mais propensas à
psicose, além do fato de poderem apresentar alguns fatores essenciais que o condicionam à
criminalidade.

MECANISMOS DE DEFESA

No processo de evolução do nosso psiquismo, passamos por diversas etapas para nos
adaptarmos às nossas percepções, ou seja, tudo que percebemos no mundo externo e
elaboramos internamente para que possamos construir nossa personalidade. Para tanto, de
acordo com Freud, necessitamos de alguns mecanismos para mantermos o nosso equilíbrio
principalmente quando a libido concentra-se em determinados “espaços psíquicos” e nos
“intima” a emitir determinados comportamentos que, nem sempre são aceitos socialmente.
Assim, utilizamos vários “mecanismos de defesa do ego”. É importante lembrar também que
todos nós, em certos momentos, lançamos mão desses mecanismos e isto não constitui
nenhum mal. A patologia só se manifesta quando deixamos de racionalizar nossos
comportamentos e não conseguimos mais distinguir o que é um mecanismo temporário de
defesa, de um estado permanente (dentro do mecanismo). Exemplo: é perfeitamente normal
um adulto se sentir irritado, frustrado, triste, quando perde uma competição pela qual estava
treinando há bastante tempo. É perfeitamente compreensível se este adulto chorar, às vezes
até em público, pela perda (mecanismo de regressão) porém, deixa de ser normal e passa a
ser patológico, se este adulto chorar a cada situação cotidiana em que seus desejos não sejam
atendidos. Portanto, vamos entender melhor estes mecanismos:

1.REPRESSÃO: Esquecimento seletivo de situações desagradáveis que provoque ansiedade.


Ocorre inconscientemente e está subjacente a todos os outros mecanismos de defesa. A
energia reprimida é geralmente deslocada para uma ação que em si não causa angústia. Ex.
lavar as mãos compulsivamente para aliviar a culpa pela masturbação.

2. REGRESSÃO: O indivíduo, angustiado apresenta formas de comportamentos características


de fases anteriores de desenvolvimento. Quando criança, voltar a chupar bico tomar
mamadeira por ocasião do nascimento e um irmão. Quando adulto, frente a uma situação
angustiante, pode chorar, gritar, roer as unhas e fazer birra tal qual uma criança.
3. PROJEÇÃO: mecanismo no qual características do indivíduo que a estão angustiando são
vistas por ele mesmo, como pertencentes a outros indivíduos.
Desconfiar sempre da honestidade do outro, pode representar em sua conduta, certos traços
de desonestidade que o incomodam e prefere vê-los em outras pessoas.

4. NEGAÇÃO: Implica na percepção do mundo tal como a pessoa desejaria que ele fosse e
não como ele é. O devaneio, e o sonho acordado do adulto é uma forma de negação da
realidade. Muitas vezes para se adaptar ao meio social somos levados a utilizar este
mecanismo diante de evidências visíveis, dizemos que não estamos com raiva quando, na
verdade, estamos sentindo e manifestando uma cólera intensa.

5. FORMAÇÃO REATIVA: Deformação da consciência de forma que um impulso que


originalmente gera a ansiedade e angustia, é substituído por motivação diametralmente oposta.
Uma pessoa pode aparentar bondade com outra quando na verdade sente mesmo é
hostilidade e ódio. Esta suposta bondade impede a angústia e o sentimento de culpa que
ocorreria caso a pessoa desse vazão a hostilidade reprimida.
6. RACIONALIZAÇÃO: É dar razões socialmente plausíveis para comportamentos individuais
não aceitáveis socialmente. Estudante que não passa no vestibular diz que foi até bom pois
aquele não era exatamente o curso que queria fazer.
7. AGRESSÃO: Reação típica da frustração. Pode ser direta: quando se dirige a pessoa ou
objetos provocadores de frustração. Agredir fisicamente alguém, ou quebrar um objeto.
Agressão é indireta e a forma mais comum. Descarregar tensões ou frustrações na mulher,
quando o chefe lhe chama a atenção no trabalho.

8. SUBLIMAÇÃO: Substituir a energia oriunda do Id para outro objeto de modo a se manter a


auto-estima e proteger-se contra a autocrítica e ansiedade. A energia é canalizada conforme os
padrões sociais . Toda a gama de atividades científicas, artísticas, culturais é resultado da
sublimação da libido e da agressividade que foram impedidas de se expressarem livremente.
9. REAÇÃO DE CONVERSÃO: Conversão de tensões psicológicas e emocionais em sintomas
físicos (dores de cabeça, úlceras etc.)

10. IDENTIFICAÇÃO: por este processo o indivíduo é levado a incorporar características


daquele com o qual se identifica, fortalecendo seu ego com sentimentos de autovalorização,
prestígio e estima. É muito comum o adolescente identificar-se com artistas, heróis ou adultos
que por ele é valorizado (professor por exemplo)

Mini-biografia de Sigmund Freud

Nasceu em 6 de maio de 1856 em Freiberg –Tchecoslováquia. Seus pais eram judeus – viveu
83 anos – aos 4 anos sua família mudou-se para Viena onde viveu quase todo o resto de sua
vida. Saiu aos 82 anos para morar em Londres, onde morreu em 23 de setembro de 1939.
Freud era o mais velho dos oito filhos nascidos do segundo casamento de seu pai. Tinha 2
meio-irmãos do primeiro casamento. No entanto, era o primeiro filho de sua mãe e o mais
querido (“meu Sigi de ouro”). Seus pais depositaram todas as expectativas confiando em sua
capacidade intelectual. Ao mudarem-se para Viena, a Freud foi destinado um pequeno cômodo
para seu uso exclusivo na casa, que deveria acomodar oito pessoas, havia além daquele
escritório, apenas mais três quartos. Embora ficasse separado do resto da casa, isso não o
impedia que o som dos exercícios de piano de sua irmã chegasse até ele e o atrapalhasse. Por
isso, uma possível carreira de pianista foi interrompida, em favor dos estudos do jovem Freud.
Casou-se em 1886 com Martha Bernays de quem estava noivo há 4 anos. Aos 67 anos um
câncer no maxilar o obrigou a uma sofrida operação à qual se seguiram outras 32
intervenções. Nessa época, morreu um de seus netos prediletos cujo sentimento de perda o
fez perder também o prazer de viver. Sofreu as perseguições como todos os judeus.
A importância das fases
psicossexuais do desenvolvimento
infantil, segundo Freud, para melhor
proteger o psiquismo da criança e
do adolescente.
Exegese psicanalítica propiciadora de completa efetividade ao
art. 17, do ECA
Emerson Odilon Sandim
Elaborado em 03/2011.

Leia mais: http://jus.com.br/artigos/18760/a-importancia-das-fases-psicossexuais-do-


desenvolvimento-infantil-segundo-freud-para-melhor-proteger-o-psiquismo-da-crianca-e-
do-adolescente#ixzz2a3tVXPOi

I - INTRODUÇÃO
O fenômeno do nascimento do animal e do homem é marcado por significativa distinção
psíquica, uma vez que naquele a organização sexual é representada pelo cio, neste
último, por sua vez, tem-se sexualidade a partir de sua vinda ao mundo, porém sua
genitalização ocorrerá por volta dos 11 anos de idade.
Daí porque, em plena Era Vitoriana (1), para o espanto de uma sociedade dotada de
valores morais pautados por excessiva rigidez, Freud observou a presença de sexualidade
na infância, ou seja, não que o petiz expressasse esta erotização por meio dos órgãos
genitais, mas sim que estas pulsões sexuais encontravam guarida em etapas pré-genitais.
Neste trabalho iremos demonstrar as etapas do desenvolvimento psicossexual,
nomeando-as e as circundando com uma aproximada faixa etária, assim como
exemplificando possíveis fixações do adulto nestas organizações sexuais parciais e as
marcantes condutas daí decorrentes.
Sublinharemos, ainda, que se os cuidadores do infante – aqui incluídas as figuras
parentais próximas dele: pai, mãe, avós, tios, babás, etc - , conhecerem estas etapas
ajudarão na formação de um aparelho psíquico mais sintonizado com a centralidade que
se espera de um homem da contemporaneidade e, com isso, o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) - mormente quanto ao Art. 17, que dispõe: " O direito ao respeito
consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos
valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. " (grifou-se) -, seria dotado de
uma efetividade bem mais realística.

II - FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO, NA VISÃO DE FREUD


Freud percebeu que havia um transcurso das pulsões sexuais a contar do nascimento até
a genitalização, como se aquelas fossem dotadas de uma viscosidade, levando-o a
denominar este fenômeno como "viscosidade da libido", o que faz antever a existência de
etapas ou fases neste desenvolvimento da psicossexualidade.
Textos relacionados
 Direito do menor sob guarda à pensão por morte
 Técnica processual e Direito das Famílias
 Ministério Público e inclusão escolar de crianças com deficiência
 Guarda unilateral e síndrome da alienação parental
 Regulação da publicidade de alimentos para crianças
Autores outros subdividem algumas dessas fases e divergem quanto às faixas etárias que
as demarcariam (2). Mas, o propósito deste trabalho é o de registrar estas fases na ótica
de Freud.
Ei-las:
II.1 – Fase Oral:
Sabidamente, a criança ou qualquer outro animal, assim que vem à luz, por inescondível
instinto, procura saciar a fome que o assola.
Contudo, no homem, o ato do bebê ir em busca do seio materno vai além da questão da
sobrevivência, tendo aí a satisfação de um prazer de índole erótico, sem que isto signifique
conteúdo genital.
De início o bebê e sua genitora, sob a perspectiva daquele, é um aglomerado único, onde
o contato com o seio materno constitui na saciação de dois desejos: a alimentação e o
prazer sexual. Onde a boca é a região que constitui a fonte da satisfação (3).
À medida que a criança já atinge a casa de um ano de idade, com ganho de rudimentares
movimentos, para superar a sensação de ausência do objeto de seu desejo (seio da mãe)
começa a utilizar artifícios para supor que controla o desaparecimento momentâneo de
sua mãe.
Exatamente isso é que resultou na descoberta de Freud, que verificou, em seu neto, que
estava no berço, que essa oralidade tinha grandeza superior ao encontro com o seio da
mãe, mas representava um desejo de dominá-la perto de si. Tal verificação decorreu do
jogo do carretel, que aquela criança empreendia (4).
Eventual fixação do adulto nesta etapa infantil da oralidade é perceptível diante dos
hábitos que se relacionam com a boca, tais como: fumar, falar demais, beber, comer em
demasia, (5) etc. Logicamente que se pode sublimar algumas dessas atitudes, como, por
exemplo, a utilização da fala para o campo da oratória e musicalidade.
Derradeiramente, a idade que esta fase se pronuncia, tem como termo inicial o nascimento
e final por volta dos 2 anos, lembrando o dissenso entre os autores quanto a este viés
etário.
Logicamente, que se os zeladores das crianças tiverem ciência desta fase contribuirão, em
muito:
a) com a aquisição de brinquedos adequados;
b) com a compreensão da possibilidade de transformar aquele pequeno falante em alguém
voltado à música, à declamação poética dentre outras salutares possibilidades. Jamais
dirão frases como: "cale a boca menino, você fala demais...";
c) entenderão que a criança deverá alimentar-se dentro de um esquema que satisfaça a
sua necessidade orgânica, não lhe empanturrando de víveres, como é do gosto,
principalmente, das avós. Assim as pouparão de se tornarem porvindouras
desequilibradas no campo gastronômico, glutonas e obesas;
d) não repreenderão o natural desejo da criança, nesta quadra, de levar tudo à boca. Tal
recalque, produzido pelos cuidadores da mesma, poderá dar azo a que, no futuro, por um
mecanismo de compensação, aquele ser torne-se um fumante, porque quando adulto,
encontrará liberdade de levar à boca o cigarro, que, simbolicamente será a representação
do objeto negado quando de sua meninice;
e) aquilatará, máxime se empregador, a função do aleitamento materno e da licença
maternidade, dado que anteverá que nesta fase a mãe é o espelho da criança, ou seja,
não será uma creche, mamadeira, babá que a substituirá. Essa proximidade do bebê com
a mãe impingirá nele segurança necessária a romper com ansiedade e angústia que
poderiam culminar, no futuro, em grave processo neurótico, e quiçá, se ausente da mãe,
por não ter como melhor dar vazão ao instinto de morte (destruição = Tanatus), vir a
tornar-se um indivíduo violento, já que privado de, no momento oportuno, expressar sua
agressividade através das mordidas no seio materno e nos brinquedos.
II.2 – Fase Anal
Nesta etapa do desenvolvimento, que se dá em média entre 2 e 4 anos de idade (6), a
criança passa a ter controle sobre os músculos estriados (esfíncteres). Tem prazer,
igualmente erótico – que não se confunde com genitalidade – em manter as fezes no seu
intestino e ao depois despejá-las para fora de si.
Poderá utilizar-se disso para desafiar seus cuidadores, seja evacuando em local
supostamente impróprio ou mantendo o estrume quando, por exemplo, a mamãe queria
que ele o alijasse.
Tem gênese, nesta fase, a idéia de poder, de controle. Surgindo, por associação, no
período adulto, desde que ele o tenha fixado na analidade, a avareza, já que o dinheiro é
tido popularmente como sujo, sem contar, também, que o enriquecimento remete a idéia
de poder.
Natural, pois, que na fase em comento, as crianças adoram brincar com barro, massas de
moldar, até mesmo com as próprias fezes, sendo esta última uma atividade que horroriza
os pais que não conhecem a psicossexualidade. Repressões nesta fase, geram, em regra,
constipações intestinais, onde presencia em adultos visível racionalização: "quando viajo
não consigo fazer cocô".
As pulsões sexuais ligadas ao toque com substâncias que lembrem as fezes podem ser
sublimadas, mormente nas atividades artísticas afetas à pintura e escultura (7).
Eis, uma vez mais a imprescindibilidade do conhecimento dessa fase pelos cuidadores da
criança, evitando-se nefastas repressões e, até quem sabe, em vista dessa ignorância,
deixar de estimular aquele pequeno ser a se tornar um portentoso artista.
II.3 – Fase Fálica
O estágio fálico do ser humano está presente quando o órgão genital masculino (pênis)
passa a ser a representação simbólica de virilidade para os meninos e, igualmente para as
meninas, uma vez que estas acreditam que o dito órgão está incrustado nelas,
especialmente no clitóris, e que virá um dia acrescer tal qual o dos garotos.
Nesta escala temporal, cerca dos 3 aos 6 anos (8), aparece o complexo de Édipo, onde o
menino deseja sua mãe, querendo eliminar seu pai (rival), ainda que o veja como uma
figura de autoridade, o que faz emergir uma nítida ambigüidade: desejo de matá-lo/desejo
de se parecer com ele.
Na menina, por sua vez, o objeto indesejável é a mãe, visto que aquela quer fazer as
vezes desta, ser a namorada de seu pai e, quando percebe que seu pênis não erupcionará
nutre o desejo de lhe dar um filho como um substitutivo daquela representação (9).
Se se dissolver, com naturalidade este complexo edipiano na criança, a libido, em sua
viscosidade, atingirá a bom termo a fase da genitalização. Lembrando-se, porém, que
nenhuma criança escapa do complexo de Édipo (10), a resolução dele, positiva ou
negativamente, é que marcará o ser vida afora.
Soa oportuno exemplificar uma ocorrência, dentre outras tantas, evidenciadora de um nó
na resolutividade edipiana; aquele solteirão, que racionaliza (mecanismo de defesa)
dizendo que não encontrou uma mulher que satisfaça suas exigências, e por isso continua
morando na casa da mãe e, para piorar, quando é frustrado na vida, geralmente adoece
para que isso sustente a necessidade íntima de ser levado ao médico pela figura materna.
Portanto, é recomendável aos cuidadores do rebento, em especial os pais e as mães, que
evitem estimularem uma certa fantasia sexual de enamoramento com o filho do sexo
oposto. Por exemplo: não incentivar os ciúmes do filho com a mãe e vice-versa; evitar
dizeres relacionando a filha como a "namoradinha do papai", e o menino como "o homem
da mamãe".
Agora, em se declinando o complexo edípico, as pulsões sexuais como que serenam,
onde a criança abre um leque para a socialização, voltando-se às atividades escolares,
esportivas, como se houvesse uma significativa perda da erotização, substituindo-a pelo
que Freud chama de ternura (11), marcando o seu ingresso não noutra fase, mas sim no
período de latência.
Nesse instante da vida do pequeno surge ocasião, mais que ideal, que se deflagrem uma
pleíade de atividades socializantes para o mesmo, tais como: teatros, cinemas, jogos
diversificados, lazeres familiares (pescarias, idas ao shopping, zoológico, parque, clubes,
tudo isso em parceria com os cuidadores, ou seja, integradamente). Soa o momento do(a)
filho(a) se sentir unido(a) com o genitor(a), que mesmo tendo um ritmo forte de trabalho
haverá de planejar tempo livre para tais deleites, aproveitando-se da ternura que timbra a
criança neste período de latência, tornando-a mais permeável a um diálogo construtivo.
II.4 – Fase Genital
O período da latência culminará, em seu fecho na fase da organização sexual completa,
selada pela puberdade, por volta dos 11 a 12 anos de idade.
Aqui o sujeito busca objeto sexual fora de si, ou seja, almeja satisfazer suas pulsões
sexuais com alguém do sexo oposto, a menos que ocorra o que Freud denomina inversão
(12).
Ordinariamente todo objeto sexual busca um alvo sexual, que, para não ser caracterizado
com perversão (13) deverá resultar no coito, daí a importância desta fase de genitalização
respeitando as diferenças anatômicas.
Em arremate, por conta dessa emergência dos desejos sexuais genitalizados, não mais
representados como pulsões parciais, é que faz com que o jovem, de um lado, sinta-se
como dominante de seus desejos e, por outro, como um meio termo entre a condição de
criança e a de púbere, culminando em alterações de humor, em vontade de transgredir a
lei, etc. Apegando-se mais ao grupo do que à família, porque, nesta última não sente, em
regra, o apoio e a auto afirmação necessários, conquanto entre os "amigos" ele se
identifica em plenitude (um se torna igual ao outro) e, em regra, a linguagem e os gostos
são semelhantes, dado o menor grau de interditalidade de condutas.
Por conta disso, é que os cuidadores desses entes, na fase genital haverão de conhecer
as amizades dos mesmos, promovendo, dentro das possibilidades, confraternizações em
sua casa para receber os amiguinhos da sua prole, para que no amanhã não descubra,
com inominável dor, que seu petiz se tornou um drogado de modo amplo (maconha,
cocaína, álcool, prostituição, etc).
Então, é normal que na fase da genitalização se dê mais importância ao grupo do que na
família. No entanto, esse comportamento não desobriga que a constelação familiar esteja
próxima dos interesses e desejos deste jovenzinho, isto é, lhe reservando sempre um
espaço para um diálogo tranquilo e sem cobranças desmedidas, porém, demarcando-lhe
limites.

3 – CONCLUSÃO
É observável que as pulsões sexuais não se realizam por inteiro até que se dê a
culminância da fase genital. Antes disso a organização sexual é parcial, isto é, a
erotização ou está voltada para a boca (fase oral), para o ânus (fase anal) ou para o pênis
(fase fálica), sem contudo significar uma realização sexual genitalizada. Bem por isso é
que Freud denominou tais etapas de pré-genitais, ocorrendo o direcionamento da pulsão
sexual integral somente quando da fase genital.
Deste contexto, pode se extrair duas expressivas conseqüências, que se bem entendida
pelos cuidadores das crianças, evitar-se-iam problemas psíquicos porvindouros. Ei-las:
a) enquanto o sujeito está na fase pré-genital, como mencionado acima, a erotização volta-
se à uma determinada região corporal mais específica (zona erógena), entrementes, estas
descargas sexuais não significam qualquer indício de cópula. Então, se um adulto ver duas
crianças de sexo oposto tirando suas roupas, não deverá olhar tal ato com a visão
pornográfica, mas sim com uma percepção de que eles apenas estão se conhecendo, por
estarem, possivelmente, na fase fálica.
O mesmo raciocínio dá-se com a masturbação infantil, que geralmente escandaliza mães
e pais, que, se soubessem sobre a pré-genitalização entenderiam que esta fricção nada
tem com uma idéia sexual-genital, mas sim está ligada a uma erotização desaguadora de
prazer, tão somente isso.
b) Na fase genital, esta sim, abarcada pelo direcionamento da pulsão sexual completa,
com alvo na organização sexual também otimizada, o interesse do sujeito, divorcia-se de
um até então auto erotismo, para a busca de objeto sexual diverso de si. Ocorrendo aí a
procura dos grupos para neles, por meio de um processo de identificação, encontrar auto
afirmação, mormente em famílias mais castradoras.
Em suma, o vislumbre da psicossexualidade servirá de norte para todos aqueles que tem o
mister de zelar de crianças, conferindo-lhes roteiro seguro para se evitar indesejáveis
recalcamentos que, no futuro, poderá ser a gênese de inumeráveis neuroses patogênicas;
bem como significará o completo entendimento do gizado no Art. 17, do ECA.

4 – BIBLIOGRAFIA
Abraam K , apud Laplanche J, Vocabulário da Psicanálise, 4ª edição. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
Cobra RQ . A Psicanálise. Site www.cobra.pages.nom.br, acessado em 22/11/2010.
Fadigman J, Frager R. Teorias da Personalidade
Fagundes TCP, site: http://www.pedagobrasil.com.br/cantinho/simaiasampaio9.htm,
acessado em 22/11/2010.
Freud S. Obras Completas, Volume XVIII. Para Além do Princípio do Prazer. Editora
Imago.
________. Obras Completas. Volume VII. Três Ensaios sobre a Teoria da
Sexualidade. Editora Imago.
_________. Obras Completas, Volume XIX. Dissolução do Complexo de Édipo. Editora
Imago.
Nasio JD. Édipo, o complexo que nenhuma criança escapa. Capítulo 1. Rio de Janeiro, Ed.
Jorge zahar.
Roudinesco E. Dicionário de Psicanálise. Verbete: Estádio. Rio de Janeiro. Ed. Jorge
Zahar. 1998.
Safra G. Áudio: Percurso histórico sobre as diversas teorias e escolas psicanalíticas.

Leia mais: http://jus.com.br/artigos/18760/a-importancia-das-fases-psicossexuais-do-


desenvolvimento-infantil-segundo-freud-para-melhor-proteger-o-psiquismo-da-crianca-e-
do-adolescente#ixzz2a3thA8Rw

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