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MÓDULO 1 | Panorama do ANTIGO Testamento – Aula 19

Salmos

Versículos-chave: 29:1,2
“Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai ao SENHOR glória e força. Tributai ao SENHOR a glória
devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade.”

Título
Em hebraico o livro de Salmos chama-se Tehillim (louvores) ou Sepher Tehillim (Livro de louvores). A
Septuaginta dá o nome de Salmoi (Salmos), ou seja, “poemas ou canções cantados com acompanhamento
musical.” Em ambos os termos, hebraico e grego, encontramos a raiz significando cântico com
acompanhamento instrumental. Através da passagem do tempo a palavra assumiu o significado de "o canto
com acompanhamento musical", um aspecto do culto israelita popularizado pelo cântico dos coros levíticos.
Muitos dos salmos dão evidências de terem sido usados pelos coros e devotos como hinos, enquanto outros
não se adaptavam a tal uso. Entretanto, a coleção como um todo atesta do mais profundo e mais apaixonado
anseio de Israel em conjunto na adoração de Deus.
Gênero Literário
Os hebreus deram ao mundo uma herança de expressão poética simples e infantil. Seus pronunciamentos
poéticos saíram mais do coração do que de um desejo de atingir a excelência da arte. Considerando que o
hebraico é uma linguagem pitoresca, cada palavra é viva e descritiva. As raízes verbais retrataram ação
visível, enquanto o seu uso dá lugar à imaginação. A linguagem tem uma qualidade intensamente emocional
muito apropriada para exibir ardente paixão religiosa.
Embora a poesia hebraica não tenha rima e seja pobre na métrica, tem aspectos compensatórios. Em lugar
dos fundamentos básicos da poesia inglesa, o hebraico emprega duas principais características que a
distinguem – acento rítmico (ritmo) e paralelismo. De acordo com F.C. Eiselen (The Psalms and Other
Sacred Writings), o ritmo é "a repetição harmoniosa de determinadas relações de som". Um padrão rítmico
de dois, três ou quatro compassos em cada linha torna possível esta harmoniosa repetição. Diversas sílabas
átonas entre os compassos formam a regra das sílabas curtas e longas. Esta forma de regulamentação
depende do ritmo dentro das cláusulas e do equilíbrio rítmico entre as cláusulas. O resultado é um agradável
subir e descer da voz que pode expressar espírito animado, segurança, calma, excitamento, lamentação ou
qualquer outra qualidade emocional.
A segunda principal característica distinta da poesia hebraica é o equilíbrio de forma e sentido chamado
paralelismo. O poeta apresenta uma ideia; depois ele a reforça por meio da repetição, variação ou contraste.
Três tipos principais de paralelismo se encontram através do Saltério:
1. Sinônimo. A segunda linha repete a primeira com palavras um pouco diferentes (cons. Sl. 1:2).
2. Antitético. A segunda linha faz agudo contraste com a primeira (cons. Sl. 1:6).
3. Sintético. A segunda linha completa a primeira, suplementando o pensamento original (cons. Sl. 7 : 1).
Três tipos menos importantes contribuem acrescentando riqueza e variedade à expressão hebraica:
1. Introvertido. A segunda linha é paralela da terceira e a primeira da quarta (cons. Sl. 30:8-10; 137:5, 6).
2. Climático. A segunda linha completa a primeira, levando o pensamento ao clímax (cons. Sl. 29:1, 2).
3. Emblemático. A segunda linha continua o pensamento da primeira elevando-a a um nível mais alto ou
usando um símile (cons. Sl. 1:4).
Há outros fatores que explicam a eficiência do paralelismo. No âmago da questão está a expectativa e a
satisfação do leitor. A primeira linha sempre desperta um senso de expectativa, enquanto as subsequentes
satisfazem essa expectativa. O poeta pode ganhar em variedade, mudando o grau da expectativa despertada
ou o método da satisfação, com o uso de contraste para mostrar o inesperado. O paralelismo às vezes é
completo, às vezes incompleto, com a falta de um elemento; e em outras vezes há um elemento
compensatório acrescentado para produzir um melhor senso de satisfação. Não apenas o paralelismo, mas o
ritmo padronizado produz esta sensação de expectativa e satisfação.
Data
Um preciso sistema de datas para o livro de Salmos é impossível. Os responsáveis pela edição final do
Saltério, como também os compiladores anteriores, esforçaram-se em fornecer um hinário para suas
gerações. Em tempos de tensão e dificuldades, tentaram reviver o vigor do passado para servir às
necessidades dos seus dias. O processo da revisão e adaptação faz muitos dos salmos parecerem posteriores
aos períodos de sua origem. No entanto, a maior parte do Saltério é pré-exílico, com alguns elementos
originalmente pré-davídicos. Este reconhecimento de material antigo e novo torna o livro dos Salmos ainda
mais precioso como registro de toda a história da expressão de Israel diante de Deus na qualidade de Seu
Povo Escolhido. Embora seja importante na interpretação conhecer os antecedentes históricos exatos e a data
de certa passagem, torna-se menos imperativo nos Salmos do que em outras seções do Velho Testamento.
Contudo, essa ausência da limitação temporal não deveria nos afastar de buscarmos os antecedentes
históricos sempre que possível. O estilo literário, as alusões históricas, a linguagem, as ideias teológicas e
outras evidências internas deveriam ser examinadas, porque qualquer passagem é enriquecida quando seus
antecedentes são devidamente compreendidos. Mesmo que tais aquisições da realidade sejam desejáveis, o
dogmatismo em atribuir autores, datas e circunstâncias é descabido por causa da mensagem ilimitada do
livro. Devemos nos lembrar de que a história costuma repetir-se muitas e muitas vezes.

Tema
Os Salmos nos dão uma mensagem de esperança e conforto através da adoração e oração. Como acontece e
poderá acontecer que os olhos sejam desviados de Deus, deixando-se assim de olhar a vida da perspectiva
eterna, os Salmos são, nesse sentido, a cura e o resgate. Eles são a resposta pessoal à obra de Deus ao redor e
nos indivíduos. Os Salmos são expressões de culto, fé e vida espiritual de Israel. Neles aprende-se a
expressar o coração, de modo que reflita um coração de alguém que anda com Deus. Em virtude de haver
tantos salmos com temas, circunstâncias e sentimentos variados, o tema e propósito será muito diverso. Mas
em todos eles pode-se estar certo de que eles envolvem uma resposta pessoal da parte do crente para com a
bondade, justiça, graça e sabedoria de Deus — ainda que alguns salmos sejam revelação de um modo
especial, como o salmo 2 (cujo tipo foi Davi e cujo antítipo é o Cristo que reina sobre tudo).

Cristo nos Salmos


Muitos dos salmos são messiânicos e falam da pessoa e obra de Cristo (2, 22, 45, 72, 110). Mas mesmo
sendo messiânicos, em termos de apontar para Jesus, eles tinham seu cumprimento histórico local no tipo
(por exemplo, Davi, a casa de Davi, ou mesmo um rei). Entretanto, alguns deles apresentam a Cristo como
seu tipo (cf. 34.20; 69.4, 9) em apenas parte do salmo.
Divisões
Os Salmos são uma coleção de cinco livros. Ao final de cada livro há uma doxologia, e o fechamento de
toda a coleção é o Salmo 150. Alguns estudiosos consideram que assim como Moisés entregou a lei em
cinco livros, assim também Davi entregou os livros de Salmos em número de cinco. A correspondência é
entendida da seguinte forma:
1. Salmos acerca do homem e da criação (1-41) – Gênesis
2. Salmos acerca de Israel e redenção (42-72) – Êxodo
3. Salmos acerca do culto e do templo (73-89) – Levítico
4. Salmos acerca peregrinação na terra (90-106) – Números
5. Salmos acerca de louvor e da Palavra de Deus (107-150) – Deuteronômio

Uma outra forma de observar as divisões dos livros:


Classificações
Os salmos podem ser classificados como:
•Orações dos justos (17, 20, 25, 28, 40, 42, 55, etc.)
• Salmos de arrependimento (6, 32, 38, 51, 102, etc.)
• Salmos de louvor (65, 95-100, 111-118, 146-150)
• Salmos de peregrinação (120-134)
• Salmos históricos (78, 105, 106, etc.)
• Salmos messiânicos (2, 22, 110, etc.)
• Salmos alfabéticos (25, 34, 111, 112, 119, etc.)
• Hino de louvor (8, 19, 104, 148: exaltação de Deus como o criador; 66, 100, 111, 114, 149: louvor a Deus
por ser o protetor de Israel; 33, 103, 113, 117, 145-147: louvor a Deus na qualidade de Senhor da História).
•Além desses, existem alguns salmos chamados de cânticos de Sião (46, 48, 76, 84, 87, 122), salmos de
sabedoria (36, 37, 49, 73, 112, 127, 128, 133) e cânticos de confiança (11, 16, 23, 27, 62, 63, 91, 121, 125,
131).

No momento de estudar e interpretar os salmos, é importante: a) distinguir essas categorias e os elementos


em cada uma delas; b) reconhecer a existência das diversas figuras de linguagem; c) notar os tipos de
paralelismo nos versículos; d) estudar o contexto histórico dos salmos e e) descobrir a ideia ou mensagem
central do salmo. Os salmos devem ser vistos como uma orientação para a adoração e para aprendermos a ter
um relacionamento honesto com Deus, onde expressamos alegria, desapontamento, raiva ou outras emoções.
Os salmos podem servir ainda para incentivar-nos a refletir e meditar sobre o que Deus tem feito por nós.
Conclusão

“Tenho por costume denominar este livro – e creio não de forma incorreta – de ‘Uma anatomia de todas as
partes da alma’, pois não há sequer uma emoção da qual alguém porventura tenha participado que não esteja
aí representada como num espelho. Ou melhor, o Espírito Santo, aqui, extirpa da vida todas as tristezas, as
dores, os temores, as dúvidas, as expectativas, as preocupações, as perplexidades, enfim, todas as emoções
perturbadas com que a mente humana se agita. (...) A genuína e fervorosa oração provém, antes de tudo, de
um real senso de nossa necessidade, e, em seguida, da fé nas promessas de Deus. É através de uma atenta
leitura dessas composições inspiradas que os homens serão mais eficazmente despertados para a consciência
de suas enfermidades, e, ao mesmo tempo, instruídos a buscar o antídoto para sua cura. Numa palavra, tudo
quanto nos serve de encorajamento, ao nos pormos a buscar a Deus em oração, nos é ensinado neste livro.”
João Calvino, O livro dos Salmos, v. 1 (São José dos Campos: Fiel, 2009), p. 26-27

“O abismo que há entre o cristianismo moderno e a espiritualidade da Bíblia pode ser visto (...) no nosso
seletivo uso dos Salmos, que era o hinário do povo de Israel e da Igreja do Novo Testamento. Os Salmos não
apenas refletem toda experiência humana (p. ex.: confusão, raiva, medo, ansiedade, depressão, alegria
incontida), mas também nos forçam a parar de fingir que tudo esteja bem com o mundo. Os salmos de
lamentação (por exemplo, os salmos 10, 13, 35 e 86) são veementes queixas diante de Deus em relação às
contradições existentes entre suas promessas e a realidade pela qual o povo passa. Esses salmos raramente
são usados no culto cristão hoje em dia. Contudo, esses salmos são atos de uma fé corajosa: corajosa, porque
eles insistem em que temos que enfrentar o mundo como ele é, e que temos que abandonar toda ostentação
infantil; mas também de fé, porque eles partem da convicção de que não existe assunto proibido, quando se
trata de termos uma conversa com Deus. Reter daquela conversa com Deus qualquer coisa da experiência
humana, inclusive a escuridão de uma oração não respondida e os aspectos negativos da vida, é negar a
soberania de Deus sobre toda a vida. Assim, paradoxalmente, são aqueles que reprimem suas dúvidas com
uma série de cânticos alegres que bem podem estar sendo incrédulos: pela recusa de crer que Deus pode
cuidar de toda a raiva que eles têm. Assim, os salmos de protesto constituem uma poderosa repreensão ao
que passa por fé e louvor na maioria dos grupos cristãos de hoje. O que é irônico é que a vida moderna
talvez nos exponha a mais confusão e dor do que qualquer coisa do mundo do salmista; e contudo,
ignoramos exatamente aquelas orações que vêm de encontro a tal senso de desorientação. Não é de admirar
que muito do ensino atual quanto à fé não seja diferente do ‘pensamento positivo’ dos gurus modernos da
administração, conquanto vestido com uma roupagem pseudobíblica. A fé bíblica, entretanto, é exatamente o
contrário.”
Vinoth Ramachandra, A falência dos deuses; a idolatria moderna e a missão cristã (São Paulo: ABU, 2000),
p. 60-61.

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