Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Testamento Público
Quando o testador vem a falecer, caso seja seu testamento público, quando da
emissão das certidões do de cujus no Cartório de Títulos e Documentos será verificada a
existência de seu testamento — ou seja, o testamento público é uma escritura pública.
Não sendo possível a priori que este testamento ordinário prossiga na esfera extrajudicial,
devendo ser feita sua distribuição antes do inventário.
Analisado o testamento, o testamenteiro assina o fim deste testamento, o qual será
validado em juízo e juntado ao inventário para que sejam dados seus efeitos, com a
extinção do processo de testamento. Tal testamento consta na classe dos testamentos
ordinários, sendo a figura mais comum do rol dos atos de última vontade. Dos seus
requisitos formais, deve ser escrito por tabelião ou se substituto legal em livro de notas
lavrado o instrumento, o qual será lido em voz alta pelo mesmo tabelião ao testador e
duas testemunhas, sendo por todos assinado entre outras disposições em respeito ao art.
1864 do CC. Contemplados pelo texto legal os cegos e surdos, conforme artigos 1.866 e
1.867 do CC.
Sobre as testemunhas testamentárias: no mínimo duas, maiores de dezesseis anos,
alfabetizadas, com capacidade para os atos da vida civil, que conheçam o testador e que
sejam capazes de compreender a língua portuguesa. Excluídas de serem testemunhas: os
cônjuges ou companheiros (art. 228 do CC), os descendentes, os ascendentes e os
colaterais por consanguinidade, até o terceiro grau, das partes envolvidas.
E, em suma, não podem fazer testamento cerrado: os analfabetos, os surdos-mudos
(CC, art. 1.872 do CC) e os cegos (art. 1.867 do CC). Fato curioso, o cônsul e outras
autoridades diplomáticas são revestidas da atribuição de realizar o testamento público
(18, LINDB). Sendo o entendimento jurisprudencial no seguinte sentido de exaltar a
legitimidade necessária ao tabelião designado para lavrar escritura pública:
TABELIÃO.LEGITIMIDADE E RESPONSABILIDADE.
Hipótese em que o testamento foi anulado judicialmente por
inobservância de formalidade legal inerente ao ato típico do
tabelião, causando prejuízos patrimoniais ao autor.
Responsabilidade civil pessoal e objetiva do tabelião, ainda que
à época dos fatos fosse tabelião designado, exercendo o cargo a
título precário. Artigos 37, § 6o e 236 da Constituição Federal.
Precedentes jurisprudenciais.
Testamento Marítimo
Iniciando as espécies de testamento especiais presentes no art. 1886 do CC, a fim
de compreender o instituto do testamento marítimo, percebe-se a mudança conceitual do
Código Civil de 1916 para o diploma legal de 2002. Posto que antes era “o último ato de
vontade ocorrido a bordo de navios de guerra ou mercantes, em viagens de alto-mar”,
tendo sido retirada a expressão “viagem em alto mar”, ampliando assim o rol de pessoas
capazes para testar tal instrumento.
A partir disso, o testamento marítimo pode ser praticado por tripulantes e
passageiros. Tanto nas viagens em alto-mar, como em rios e lagos de grandes dimensões,
diante de real risco à vida dos embarcados, o atendimento destas disposições pode
invalidar o instrumento. Disposto no art. 1.888 do CC nos seguintes termos:
"Quem estiver em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra
ou mercante, pode testar perante o comandante, em presença de
duas testemunhas, por forma que corresponda ao testamento
público ou ao cerrado".
Testamento Aeronáutico
Realizado dentro de um avião de espécie militar ou comercial, seus requisitos são
os mesmos do marítimo. A exceção do comandante que pilota participar da elaboração
do testamento, por motivos óbvios, devendo o ser chamada outra pessoa para apreender
as informações que contem na lavratura do testamento. E suas condições de caducidade
estão presentes no artigo 1.891 do CC:
“Caducará o testamento marítimo, ou aeronáutico, se o testador
não morrer na viagem, nem nos noventa dias subsequentes ao seu
desembarque em terra, onde possa fazer, na forma ordinária,
outro testamento”
Testamento Militar
Por último, o testamento militar, aquele realizado por militares do Exército,
Marinha e Aeronáutica, ou outras pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha,
como médicos, telegrafistas, engenheiros, que estejam participando de operação dentro
ou fora do país.
Deverá este ser escrito pelo seu testador de próprio punho sendo obrigado a
colocar nele a data futura e assina-lo. Sua entrega será feita ao auditor ou oficial de patente
que irá inserir em qualquer parte do instrumento o dia e ano que foi apresentado, essa
entrega será feita perante duas testemunhas que assinarão junto ao oficial abaixo da
informação colocada pela autoridade. Por força de lei, não caduca.
O testamento do militar público será realizado no tabelião do próprio quartel, já o
militar escrito é realizado pelo próprio testador, na presença de duas testemunhas e
validado pelo oficial de patente, enquanto que o nuncupativo é realizado de forma oral,
que em momento de perigo realiza o testamento para duas testemunhas.
Substituição Testamentária
É a disposição testamentaria na qual o testador dispõe uma pessoa para receber,
no todo ou em parte, sua herança ou legado, havendo como intermediário temporário
outro beneficiário, como se percebe a seguir.
Substituição Vulgar
É quando o testador escolhe outra pessoa para substituir o herdeiro testamentário
originário, este substituto pode ser qualquer pessoa e tal substituição deve ser realizada
de forma expressa. Neste caso, ocorre o direito de representação dos sucessores do
substituto quando de sua morte. Sua caducidade se dá nos casos: a) quando o primeiro
nomeado aceita a herança ou o legado; b) quando não se verifica a condição suspensiva
imposta à substituição; b) quando o substituto falece antes do instituído ou do testador;
d) quando o substituto se torna incapaz de receber por testamento, ou vem a renunciar a
herança ou o legado.
Substituição Fideicomissária
Ocorre quando o fideicomitente deposita a confiança em um beneficiário para que
outro beneficiário remoto fique com o fideicomisso. Há três modalidades de fideicomisso:
o fideicomisso vitalício, quando a substituição ocorre com a morte do fiduciário; o
fideicomisso a termo, ocorre no momento prefixado pelo testador e o fideicomisso
condicional, depende do implemento de condição resolutiva.
Por exemplo, quando um avô deixa um patrimônio para seu neto, havendo as
figuras do primeiro beneficiário (responsáveis legais pelo neto), isto é, o fiduciário e o
fideicomissário, o neto. Fica limitado o fideicomisso à metade legitima e ao segundo
grau pela substituição.
Sendo os requisitos: dupla vocação, posto que os dois beneficiários se tornaram
beneficiários da herança, cada um a seu momento; ordem sucessiva; instituição em favor
de pessoas não concebidas ao tempo da morte do testador e a obrigação de conservar para
depois restituir. Essencial que tais beneficiários sejam pessoas diferentes, podendo
suceder os filhos, netos ainda que não concebidos no momento da abertura sucessão, ou
seja, da morte do testador.
É importante ressaltar que o fiduciário pode realizar todos direitos e deveres
inerentes à coisa, o fideicomisso, conforme concordância do fideicomissário e responder
pelos deveres, os encargos provenientes. Acerca da extinção do fideicomisso, pode-se
dizer é nulo o fideicomisso que vá além do segundo grau, invalidando a cláusula
determinante da substituição. Ocorre também a caducidade do fideicomisso que advém
de causas alheias à vontade do fideicomitente ou testador, pois tornam o testamento
ineficaz ao se verificar.
Causas de caducidade: ausência do fideicomissário; incapacidade testamentaria
passiva; renúncia do fideicomissário; perecimento total do bem sujeito ao fideicomisso,
sem que tenha havido culpa ou dolo do fiduciário; conversão do fideicomisso em
usufruto.
Referências
FIGUEIREDO, Luciano; FIGUEIREDO, Roberto. Coleção Sinopses para Concursos:
Direito Civil – Família e Sucessões. Coord. GARCIA, Leonardo de Madeiros.
JusPodivum: 2015.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro volume 7: Direito das Sucessões.
11. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.