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ADMINISTRATIVOS
Cauã Vieira da Silva
Nº USP: 5939872
1. TEMA
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Em seu livro intitulado Direito Administrativo, Maria Sylvia Zanella Di Pietro assevera, ao comentar
sobre os princípios licitatórios expressos e tácitos: “ Ainda outros princípios não previstos expressamente
no artigo 3º podem ser mencionados, em especial o da adjudicação compulsória, o da ampla defesa, o da
razoabilidade, o da motivação, o da participação popular, todos eles decorrendo expressa ou
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A metodologia adotada para a consecução desta trabalho consistirá em análise da
literatura especializada e de contratos de alguns órgãos públicos que, em razão de seus
valores, podem trazer efeitos consideráveis sobre o desenvolvimento sustentável
brasileiro.
2. OBJETIVOS
3. HIPÓTESE
implicitamente da própria Lei nº 8666/93 e de outras leis esparsas, estando amplamente consagrados no
direito brasileiro. Mais recentemente, fala-se em princípio da sustentabilidade da licitação ou princípio da
licitação sustentável. “(DI PIETRO, p. 416)
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O Secretário da área técnica do Tribunal de Contas da União que coordena auditorias ambientais Rafael
Lopes Torres irá definir, em seu texto Licitações sustentáveis: sua importância e seu amparo
constitucional e legal, licitação sustentável nos seguintes termos: [...] as licitações sustentáveis (ou
compras sustentáveis ou licitações verdes) são aquelas em que se inserem critérios ambientais nas
especificações contidas nos editais de licitação, para a aquisição de produtos, para a contratação de
serviços, para a execução de obras, de forma a minimizar os impactos ambientais adversos gerados por
essas ações. Em licitações com esse viés, leva-se em conta a sustentabilidade dos produtos e processos a
ela relativos. (TORRES, p. 3)
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4. JUSTIFICATIVA
Antes de tudo, para uma exposição diligente do tema definido por este trabalho,
cumpre apresentar os aspectos gerais de alguns dos documentos legais sobre os quais
esta pesquisa se debruçará. Nesse sentido, procurar-se-á esclarecer o significado de
licitações públicas, contratos administrativo e licitação sustentável no contexto da
Administração Pública brasileira.
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Basicamente, são dois os sentidos em que se utiliza mais comumente a expressão Administração
pública:
a) Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a atividade
administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer
uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa;
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https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/ (acesso
em 09/06/2019)
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b) Em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos
referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que
incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo. (Di Pietro, p. 82)
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Cumpre informar que a disposição atual da estrutura administrativa federal foi definida legalmente pelo
Decreto-Lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, o qual dispõe em seu artigo 4º que: A Administração
Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura
administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que
compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a)
Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista; d) fundações públicas. (Incluído
pela Lei nº 7.596, de 1987)
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Em todo processo de aquisição de materiais e contratação de empresa para a
realização de serviços, é preciso que a Administração Pública realize um procedimento
previsto na Lei nº 8.666/90 (Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos)
denominado licitação. Entretanto, a determinação para a realização desse procedimento
específico possui estatura constitucional, conforme determina a Constituição Federal em
seu artigo 37, inciso XXI, in verbis:
XXI- ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
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Conforme dispõe a Lei nº 8.666/93, a regra dos procedimentos de aquisição realizados pela
Administração pública é a sua realização por meio de licitação. Entretanto, a própria Lei Geral de
Licitações e Contratos Administrativos determina quais as situações em que a realização do mencionado
certame é inexigível, dispensada ou dispensável, consoante dispõe os artigos 24 e 25 do diploma legal
suprarreferido.
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Celso Antônio Bandeira de Mello define os procedimentos de homologação e a adjudicação nos
seguintes termos: Homologação é o ato pelo qual a autoridade competente, estranha à comissão, após
examinar todos os atos pertinentes ao desenvolvimento do certame licitatório, proclama-lhe a correção
jurídica, se esteve conforme às exigências normativas. Pelo contrário, se houve vício no procedimento, ao
invés de homologá-lo, deverá proferir-lhe a anulação. À homologação segue-se a adjudicação, que é o ato
pelo qual a promotora do certame convoca o vencedor para travar o contrato em vista do qual se realizou
o certame (BANDEIRA, p. 618-619).
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partir, enfim, da adjudicação, é possível legalmente ser firmado o contrato
administrativo entre a Administração Pública e o licitante vencedor.
[...] a expressão contrato administrativo é reservada para designar tão somente os ajustes que
Administração, nessa qualidade, celebra com as pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a
consecução de fins públicos, segundo o regime jurídico de direito público. (DI PIETRO, p. 297)
À vista das considerações precedentemente feitas, pode-se conceituar contrato administrativo da
seguinte forma: é um tipo de avença travada entre a Administração e terceiros na qual, por força de lei, de
cláusulas pactuadas ou do tipo de objeto, a permanência do vínculo e as condições preestabelecidas
assujeitam-se a cambiáveis imposições de interesse público, ressalvados os interesses patrimoniais do
contratante privado. (BANDEIRA, p. 633-634)
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BORGES, p. 625-626.
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Assim, a prevalência da Administração Pública em um dos polos da avença
contratual e as prerrogativas derivadas dessa representação do Poder Público podem ser
indicados como algumas características, entre outras8, dos contratos administrativos.
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maneira: competitividade, indistinção, não alteração do edital, sigilo das propostas,
formalismo procedimental, vedação à oferta de vantagens, obrigatoriedade,
padronização, razoabilidade, motivação, fiscalização, economicidade e eficiência,
adjudicação compulsória9.
De fato, até então, a “proposta mais vantajosa” para a Administração Pública numa licitação, sem
dúvida, deveria ser determinada precipuamente sob o prisma econômico-financeiro imediato. [...] Agora,
a leitura sistemática da lei 8.666/1993 permite afirmar que, dependendo da licitação, será “mais
vantajosa” a proposta que apresente, sim, a melhor relação custo-benefício, porém, levando em conta não
somente, de forma direta, aquele contrato específico que será celebrado, mas também os benefícios
indiretos mediatos e de longo prazo – atribuindo-se relevância, inclusive, a práticas de sustentabilidade-
que a proposta considerada vencedora proporcionará ao Brasil, favorecendo o “desenvolvimento nacional
sustentável”. (ALEXANDRINO, p. 609)
Por sua vez, Natália da Silveira Arenas assevera em seu Os desafios para a
implementação das licitações sustentáveis na Administração Pública, que:
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BORGES, p. 508.
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[...] a inserção da sustentabilidade na Administração Pública indica um novo cenário vivido pelo
setor nos dias de hoje, que busca modificar o perfil de produção e consumo nos órgãos públicos, inserindo
o aspecto ambiental nas suas atividades diárias, como objetivo de minimizar o impacto gerado na
natureza por estas, como também assegurar o que a lei passou a exigir, fomentando, assim, as licitações
sustentáveis.
Sendo assim, a partir da obrigatoriedade da aplicação do critério da sustentabilidade nas relações
da Administração Pública, surge um renovado direito administrativo, no qual terá suas atividades
moldadas e pautadas na estrita observância do princípio da licitação sustentável, em todos os Poderes e
esferas. (ARENAS, p. 4-5)
4. CRONOGRAMA
Agora, cumpre indicar como será realizada, ao longo do período de 12 (doze) meses
o estudo detalhado acerca da licitação verde e a verificação de sua aplicação pelos
Poderes e esferas da Administração Pública brasileira.
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CRONOGRAMA DE PESQUISA
MESES ATIVIDADES
6 Aprofundamento bibliográfico
4 Análise de contratos administrativos
Coligir informações e apresentar as conclusões
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alcançadas
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANDEIRA de Mello, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Edição. São Paulo:
Malheiros Editores, 2014.
BORGES, Cyonil e Sá, Adriel. Manual de Direito Administrativo Facilitado. 2ª Edição. Salvador:
Editora Juspodivm, 2017.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29ª Edição. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 2016.
TORRES, Rafael Lopes. Licitações Sustentáveis: Sua Importância E Seu Amparo Constitucional E
Legal. Biblioteca Digital - Editora Fórum. Belo Horizonte, ano 14, n. 71, jan. / fev. 2012
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