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BÁSICA PARA
IDENTIFICAÇÃO PRECOCE
DA DEFICIÊNCA AUDITIVA
UNIDADE
Crianças com
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deficiência auditiva
usuárias de
dispositivos
eletrônicos
no contexto familiar
Nesta unidade, você irá perceber que sua atuação enquanto ACS em saú-
de auditiva não se limita à identificação da deficiência auditiva por meio
do acompanhamento do desenvolvimento da audição e da linguagem.
O ACS é um profissional que, durante as visitas domiciliares, pode se depa-
rar com famílias que possuem uma criança que foi diagnosticada com a
deficiência auditiva e iniciou o tratamento com o uso de dispositivos ele-
trônicos, como o Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e/ou
o Implante Coclear (IC). Para conhecer estes dispositivos e também saber
como poderá atuar neste contexto, acesse as aulas desta unidade.
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AULA 1 - Cuidados com os
dispositivos eletrônicos
(AASI e IC)
Primeiramente, precisamos entender o que são os dispositivos eletrô-
nicos aplicados à deficiência auditiva. Você já deve ter visto ou ouvido
falar de alguém que usa aparelho auditivo, não é mesmo? Mas você sabe
como é e como funciona um aparelho auditivo?
Vídeo 8
Como você pode ver no vídeo, no que se refere ao uso dos dois apa-
relhos, para fazer com que a criança escute melhor, é necessário que
o dispositivo esteja funcionando adequadamente. A primeira questão
importante é que existem Políticas que preveem a adaptação destes
aparelhos pelo Ministério da Saúde, conforme vimos na Unidade 1 deste
curso (BRASIL, 2012). Mas não é porque o paciente recebe o aparelho
pelo Sistema Único de Saúde, que não é necessário ter cuidados com
este; pelo contrário, estes dispositivos têm um elevado custo e, por isso,
a família deve ter cuidados diários para mantê-los com adequado funcio-
namento e evitar possíveis perdas, roubos ou danificações.
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Quando o aparelho quebra, muitas vezes a criança fica sem
ouvir até que seja feito o reparo ou a troca do dispositivo e
isso implica em prejuízo para o seu desenvolvimento. Dessa
forma, cuidar do dispositivo é sempre a melhor opção.
Vídeo 9
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Para conhecer as quatro principais empresas mundiais de
implantes cocleares, obter maiores informações e visualizar
os sistemas de implantes cocleares, visite os sites:
<www.cochlear.com>
<www.advancedbionics.com>
<www.medel.com>
<https://www.oticonmedical.com/>
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AULA 2 - Soluções de
problemas do dia a dia com os
dispositivos eletrônicos
(AASI e IC)
A criança usuária de AASI e sua família, muitas vezes se confundem com
problemas que aparentemente são complicados, mas veremos (BAS-
TOS; FERRARI, 2017) que muitos deles são de simples resolução e que
você pode ajudá-los a solucionar.
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Figura 2 - Molde danificado.
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Problema: O aparelho não tem som/o aparelho está “mudo”.
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Possíveis causas e soluções:
• Controle de volume está muito baixo (ajuste o controle de volume, caso não
resolva, procure CER ou Serviço de Saúde Auditiva para nova avaliação, pois
pode estar ocorrendo problema no aparelho ou mesmo ter ocorrido modifi-
cação na audição da criança).
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AULA 3 - Orientações sobre
estimulação da audição e da
linguagem e estratégias
de comunicação
Você conheceu anteriormente neste Módulo e talvez possa ter já obser-
vado na sua vida pessoal e profissional que já nascemos ouvindo, exceto
as crianças que apresentam deficiência auditiva congênita, isto é, causa-
da por fatores pré-natais. No entanto, mesmo com audição dentro dos
limites normais, você também já sabe que necessitamos estar expos-
tos a nossa língua materna para que possamos adquiri-la. Dessa forma,
a família e os cuidadores das crianças têm um papel fundamental no
processo de aquisição e desenvolvimento da audição e linguagem nos
primeiros anos de vida. Nesta aula, você irá aprender como podemos
estimular o desenvolvimento auditivo e de linguagem das crianças.
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O desenvolvimento do sistema auditivo é dependente da esti-
mulação auditiva e há um período considerado sensível para
que este desenvolvimento ocorra que são os primeiros anos
de vida da criança.
ESTIMULAÇÃO EM CRIANÇAS
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
No caso da criança com deficiência auditiva, o processo de intervenção
fonoaudiológica envolverá a estimulação auditiva pautada no diagnósti-
co audiológico completo e diferencial, visando determinar as condutas
terapêuticas e estratégias de estimulação a serem adotadas, a partir das
características de audição de cada bebê/criança.
Bem, você pode parar e pensar, mas por que isso é necessário?
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Simplesmente, num primeiro momento porque a criança com
deficiência auditiva tem que aprender o que significa cada som
detectado, isto não ocorre de forma natural, porque há perda
no dia a dia das informações com o que é chamado audição
acidental. Sabe quando, sem olhar, ouvimos a voz da nossa mãe
nos chamando? A criança com deficiência auditiva terá a pos-
sibilidade de discriminar a voz da sua mãe e reconhecer o que
ela falou a distância após ter estas habilidades desenvolvidas.
Outra questão é que a criança com deficiência auditiva depende
sempre dos seus dispositivos eletrônicos para ouvir. Dessa
maneira, ela precisa usá-los de forma efetiva e sistemática
para que de fato possa fazer uso da amplificação dos sons.
E, por fim, mas não menos importante, a criança com deficiên-
cia auditiva realiza terapia fonoaudiológica uma ou duas
vezes por semana por um período de no máximo uma hora.
Este tempo pode ser insuficiente para que mudanças impor-
tantes ocorram visto que são apenas duas horas semanais
frente às 168 horas de uma semana, ou retirando-se 10 horas
de sono por dia, permanecem 98 horas acordados na semana
no seu ambiente familiar ou de creche/escola.
Assim, a terapia fonoaudiológica deve sempre envolver acom-
panhamento e aconselhamento familiar, pois é a família que
está com a criança na maior parte do dia e, portanto, nas
oportunidades de aprender a ouvir.
Por isso, no período de zero a três anos, toda a estimulação auditiva será
centrada na família e como ela compreende e participa das atividades
propostas. Segundo Bevilacqua (1985), a família funciona como “agente
modificador” da realidade das crianças e os profissionais da saúde como
“agentes de apoio”.
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pequenas e simples orientações à família que contribuirão para ensiná-la
ou relembrá-la da importância de atuar na estimulação da audição e da
linguagem do seu filho, em particular, da criança com deficiência auditiva.
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Em síntese, você, agente comunitário de saúde, não pode deixar de enfa-
tizar com a família da criança com deficiência auditiva quatro pontos que
contribuirão para o seu desenvolvimento de audição e de linguagem:
Vídeo 10
Você deve ter percebido que muitos aspectos das estratégias de comuni-
cação de crianças com deficiência auditiva também estão presentes nas
orientações para a estimulação do desenvolvimento auditivo e da lingua-
gem de crianças sem dificuldades auditivas, como vimos anteriormente.
É exatamente isso, a criança com deficiência auditiva não deixa de ser
criança e a família deve lidar com ela de forma natural, estimulando-a da
mesma forma que faria se não tivesse nenhuma dificuldade de comuni-
cação. Contudo, algumas particularidades são importantes, a conversa
com a criança com deficiência auditiva necessita de uma atenção espe-
cial, pois podemos criar ansiedade na criança, lhe transmitindo senso de
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frustração por ter falhado na resposta. Daí a necessidade de conhecer-
mos estas estratégias de comunicação, contribuindo na terapia da pessoa
com deficiência auditiva que, como vimos, necessita de uma intervenção
terapêutica imediatamente após a detecção da perda, para um prognósti-
co melhor, levando a criança a construir e usar a linguagem oral de forma
eficiente, possibilitando sua interação com o meio social (BEVILACQUA;
FORMIGONI, 2003).
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RESUMO
Nesta unidade, você:
• Compreendeu que o cuidado frequente com os AASI garante uma maior dura-
bilidade, refletindo em menores gastos com manutenção e reposições destes
aparelhos e, portanto, refletindo de forma positiva para a Saúde Pública.
• Reconheceu que criança com deficiência auditiva tem que aprender o que sig-
nifica cada som detectado, pois isto não ocorre de forma natural, porque há
perda no dia a dia das informações com o que é chamado audição acidental.
• A
estimulação auditiva e da linguagem de uma criança com deficiência
auditiva deve envolver brincadeiras e jogos compatíveis ao seu desenvol-
vimento e idade.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Instrutivo Saúde Auditiva. Referente
Portaria GM 79 de 24 de abril de 2012 e Portaria GM 835 de 25 de abril
de 2012. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://
www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/homepage/redes-re-
gionais-de-atencao-a-saude-no-estado-de-sao-paulo/rede-de-cuidados-
-a-pessoa-com-deficiencia/documentos/instrutivo_auditivo_1107.pdf>.
Acesso em: 16 jun. 2017.
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