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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
MOTRICIDADE OROFACIAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 3.0

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CURSO DE
MOTRICIDADE OROFACIAL

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
2 BASES ANATÔMICAS DA FACE
3 OSSOS DO CRÂNIO
4 OSSOS DO ESQUELETO FACIAL
4.1 MUSCULATURA DA CABEÇA
5 MÚSCULOS DA FACE
5.1 MÚSCULOS DA EXPRESSÃO FACIAL
5.2 MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
5.3 MÚSCULOS SUPRA E INFRA-HIÓIDEOS
5.4 MÚSCULOS DO PALATO MOLE
5.5 MÚSCULOS DA LÍNGUA
5.6 INERVAÇÃO OROFACIAL
5.7 VASCULARIZAÇÃO SANGUÍNEA DA FACE

MÓDULO II
6 BASES FISIOLÓGICAS DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
6.1 SUCÇÃO
6.2 DEGLUTIÇÃO
6.2.1 Propósitos da Deglutição
6.2.2 Fases da deglutição
6.2.3 Formação da pressão dirigida
6.2.4 Fechamento velofaríngeo
6.2.5 Elevação hiolaríngeo
6.2.6 Proteção da laringe
6.2.7 Contração progressiva da faringe
6.2.8 Abertura do esfíncter esofágico superior (EES)
7 RESPIRAÇÃO

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7.1 VIA NASAL
7.2 DINÂMICA DA RESPIRAÇÃO
7.3 MASTIGAÇÃO
7.4 ATO MASTIGATÓRIO
7.5 FASES MECÂNICAS DA MASTIGAÇÃO
7.6 PADRÃO DE MASTIGAÇÃO
7.7 ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NA MASTIGAÇÃO
7.8 FATORES GERAIS CONDICIONANTES DA FORÇA MASTIGATÓRIA
7.9 INSUFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA
7.10 FONOARTICULAÇÃO
7.11 MECÂNICA DA FONAÇÃO

MÓDULO III
8 MASTIGAÇÃO
8.1 ALTERAÇÕES NA MASTIGAÇÃO
8.2 MASTIGAÇÃO UNILATERAL
8.3 MASTIGAÇÃO BILATERAL SIMULTÂNEA
8.4 MASTIGAÇÃO SEM VEDAMENTO LABIAL
8.5 MASTIGAÇÃO COM RUÍDO
8.6 MASTIGAÇÃO COM EXAGERADA PARTICIPAÇÃO DA MUSCULATURA
PERIORBICULAR E COM EXAGERADA CONTRAÇÃO DO MÚSCULO MENTUAL
8.7 MASTIGAÇÃO RÁPIDA
8.8 MASTIGAÇÃO LENTA
8.9 MASTIGAÇÃO ANTERIORIZADA
8.10 MASTIGAÇÃO COM MOVIMENTOS MANDIBULARES LIMITADOS
8.11 ALTERAÇÕES DA MASTIGAÇÃO NAS DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
8.12 EXAME DA MASTIGAÇÃO
8.13 ASPECTOS DA TERAPIA
9 DEGLUTIÇÃO
9.1 FORMAS DE DEGLUTIR
9.2 ALTERAÇÕES NA DEGLUTIÇÃO
9.3 AVALIANDO A DEGLUTIÇÃO

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9.4 ABORDAGEM TERAPÊUTICA
9.5 TRABALHO EM EQUIPE

MÓDULO IV
10 RESPIRAÇÃO
10.1 RESPIRADOR ORAL (RO) E SUAS CONSEQUÊNCIAS
10.2 QUEIXAS E ALTERAÇÕES DO RESPIRADOR ORAL
10.3 AVALIANDO A RESPIRAÇÃO
10.4 OS PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS
10.5 ATUAÇÃO COM CRIANÇAS ENTRE TRÊS E CINCO ANOS
10.6 COMPREENDENDO OS HÁBITOS ORAIS
10.7 ELIMINAÇÃO DE HÁBITOS ORAIS
10.8 FALA
10.9 ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS DA FALA
10.10 AVALIAÇÃO
10.11 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO

Iniciamos o curso ponderando sobre o que é a especialidade de Motricidade


Orofacial, é bem provável que você saiba muito bem, mas vamos falar um pouco.
No Documento Oficial 04/2007 do Comitê de Motricidade Orofacial da
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, foi definida
Motricidade Orofacial como “uma especialidade da
Fonoaudiologia voltada para o estudo, pesquisa,
prevenção, avaliação, diagnóstico, desenvolvimento,
habilitação, aperfeiçoamento e reabilitação dos
aspectos estruturais e funcionais das regiões
orofacial e cervical.” Este mesmo comitê em 2002
produziu e publicou o Documento Oficial 02/2002
em que salienta que o fonoaudiólogo que atue na
área de Motricidade Orofacial tenha conhecimentos
e habilidades, entre eles:

FONTE: Motricidade oral – Conselho Federal de Fonoaudiologia. Disponível em:


<http://www.fonoaudiologia.org.br>. Acesso em: 20 set. 2010.

 Conhecer anatomia e fisiologia normal e alterada dos dentes, ossos,


músculos, nervos e tecidos moles e suas implicações para a efetividade das funções
estomatognáticas;
 Conhecer como o desenvolvimento anatômico e fisiológico e os fatores
cognitivos afetam a avaliação e as estratégias para o tratamento;

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 Conhecer as causas e as possibilidades de tratamento nas alterações
anatômicas e funcionais;
 Ter conhecimento das adaptações compensatórias nas alterações
anatômicas e funcionais;
 Ter conhecimento do desenvolvimento anatômico e funcional e da
terminologia relevante para a miologia orofacial e cervical;
 Ter habilidade de análise e interpretação dos dados do paciente
relacionados à condição miofuncional orofacial e cervical;
 Compreender os fatores contribuintes e causais relacionados aos
distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais;
 Ter conhecimento da complexidade e das relações com os fatores
potenciais etiológicos para os distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais;
 Ter conhecimento das relações entre estruturas orofaciais e cervicais,
suas funções e influências nos distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais;
 Conhecer as possibilidades dos padrões de mastigação, deglutição,
respiração e articulação;
 Conhecer e eliminar os hábitos nocivos que afetem as funções e
estruturas orofaciais;
 Conhecer as características esqueléticas e suas possibilidades
funcionais, encaminhando, quando necessário, para outros especialistas;
 Reconhecer doenças neurológicas que possam desenvolver distúrbios
miofuncionais orofaciais e cervicais;
Essas são algumas habilidades, conhecimentos e responsabilidade1 do
fonoaudiólogo que quer atuar bem na área de motricidade orofacial, para tanto este
curso vem aprofundar o conhecimento nesta área. Começaremos com as bases
anatômicas da face.

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FONTE: Documento Oficial 02/2002 do Comitê de Motricidade Orofacial da SBFa

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2 BASES ANATÔMICAS DA FACE

Observações:       
1)  O  esqueleto  provê  força, 
estabilidade  e  uma  base  de 
A cabeça tem um suporte esquelético ou ósseo sustentação  para  que  os 
músculos  trabalhem  e 
que é chamado de crânio. Ao todo é composto de 22 produzam  o  movimento;  2)  Os 
ossos  também  servem  de 
ossos, irregulares ou achatados, que, com exceção da escudos  para  proteger  os 
delicados órgãos internos; 3)  O 
mandíbula são firmemente ligados por articulações sistema  musculoesquelético  é 
formado  pelo  esqueleto,  pelos 
chamadas de suturas. Mesmo que seja uma estrutura músculos,  tendões,  ligamentos 
única, didaticamente o crânio pode ser dividido em e  outros  componentes  das 
articulações. 4) O esqueleto é o 
viscerocrânio (esqueleto da face) e neurocrânio (arcabouço conjunto  de  todos  os  ossos  do 
corpo;  5)  O  osso  é  um  tecido 
ósseo do crânio). orgânico  que  muda 
constantemente  e  que 
A cavidade do crânio é formada por oito ossos desempenha  várias  funções;  6) 
Os ossos possuem duas formas 
(frontal, occipital, esfenoide, etmoide, temporal e parietal) principais:  plana  (como  as 
placas do crânio e as vértebras) 
rigidamente colados entre si através de suturas. Dentro e  longa  (como  os  ossos  das 
pernas  e  dos  braços). 
desta cavidade fica alojado o encéfalo e a parte mais alta http://mmspf.msdonline.com.b
r>. Acesso em: 02 abr. 2010; 7) 
do crânio é conhecida como calvária ou calota craniana Além  dos  ossos  faciais  e 
cranianos,  a  cabeça  ainda  tem 
que protege o cérebro e as meninges encefálicas, as
outros sete ossos, num total de 
partes proximais dos nervos cranianos e vasos 29.  Eles  se  encontram  no 
aparelho auditivo (três pares de 
sanguíneos. Os ossos que formam a calvária são formados ossículos  na  orelha  média  – 
bigorna,  estribo  e  martelo), 
de duas lâminas de substância compacta, uma externa e além do osso hioide, que é um 
osso  ímpar  e  não  articular.  O 
outra interna, e uma hioide  não  tem  contato  direto 
com  nenhum  outro  osso  do 
camada de esqueleto. Zemlin, 2000. 
8)  Os  ossos  têm  uma função 
substância importante  –  prender  os 
músculos e proteger os órgãos, 
esponjosa, díploe. A por  isso,  seu metabolismo  é
pertinente com estas funções.  
inserção dos
músculos e
ligamentos da cabeça é nos ossos do crânio.
FONTE: Partes do crânio - AVANCINI & FAVARETTO.
Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. v. 2.
São Paulo: Moderna, 1997. Disponível em:
<1.bp.blogspot.com/.../s320/Crânio..gif>. Acesso em: 20
set. 2010.

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Os ossos do crânio contribuem também para os espaços que são delineados
e suportados pelos ossos e pelos tecidos moles, exemplos desses espaços são: a
calvária, que aloja o encéfalo, a cavidade oral, a cavidade nasal e a faringe. O crânio
possui um teto semelhante a uma abóbada e um assoalho ou base do crânio que é
composta do etmoide e partes do occipital e do temporal.
O esqueleto da face é a estrutura de sustentação dos órgãos da mastigação,
da produção da fala, da respiração, dos músculos da expressão e dos órgãos dos
sentidos, pois consiste em ossos que circundam a boca e o nariz e dão
conformidade para as órbitas. É composto de 14 ossos articulados entre si por
articulações fibrosas (suturas). A mandíbula é o único osso móvel da face, liga-se ao
crânio por uma articulação sinovial e tem amplos movimentos.
O crânio e o esqueleto da face têm poucas cartilagens, exceto as cartilagens
nasais que têm pouca relação com as funções estomatognáticas. O nariz é formado
de osso e cinco grandes cartilagens e diversas pequenas. As cartilagens maiores
são: duas nasais laterais, duas alares maiores e a cartilagem do septo nasal.
Algumas das menores são: cartilagens alares menor, vomeronasal e sesamoides.
Encontramos também no crânio inúmeros músculos e grupos de músculos. Eles têm
”pontos de referência ósseos específicos para inserção, os quais devem ser
conhecidos porque suas funções fisiológicas são amplamente determinadas pelas
localizações dessas inserções” (PALMER, 2003, p.19).
Estudar o crânio é muito importante, Palmer (2003) salienta que a
terminologia que é usada para identificar os ossos é também utilizada para designar
outras estruturas, por exemplo, o músculo estiloglosso está preso ao crânio no
processo estiloide e vai até a língua. Vejamos abaixo no quadro a divisão didática da
cabeça.

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QUADRO 1 - DIVISÃO DIDÁTICA DOS OSSOS DA CABEÇA

temporal (par)
parietal (par)
frontal (ímpar)
neurocrânio occipital (ímpar)
esfenoide (ímpar)
etmoide (ímpar)

CRÂNIO maxila (par)


zigomático (par)
palatino (par)
nasal (par)
viscerocrânio concha nasal inferior (par)
lacrimal (par)
vômer (ímpar)
mandíbula (ímpar)

FONTE: Figuras escaneadas de Zemlin, WR. Princípios de anatomia e fisiologia em fonoaudiologia.


4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, p. 218, 219 e 220.

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Antes de falarmos de cada osso do crânio e do esqueleto da face, vamos
nos familiarizar com sua localização, observando as figuras abaixo numa visão
frontal, lateral e inferior do crânio. Podemos observar nas figuras abaixo cada osso
do crânio e do esqueleto da face, além de seus mais importantes pontos de
referência, que envolvem um ou mais ossos.
Numa visão frontal do crânio (F.3) observa-se que três orifícios são mais
aparentes – as duas órbitas e a cavidade nasal. Nas órbitas, que são depressões na
face, encontram-se os globos oculares e seus tecidos associados. Logo abaixo,
entre as órbitas, observamos a cavidade nasal, ela atravessa a profundidade do
esqueleto facial.

Divide-se em metade direita e esquerda pelo septo nasal ósseo.

1.Osso frontal
2.Glabela
3. Arco superciliar
4. Incisura supraorbital
5. Margem supraorbital
6. Processo zigomático
7. Lâmina orbital do osso
frontal
8. Face orbital do osso
esfenoide
9. Osso nasal
10. Processo frontal do
maxilar
11. Fissura orbital superior
12. Canal óptico
13. Face orbital do osso
zigomático
14. Base do zigomático
15. Forame infraorbital
16. Septo nasal
17. Cavidade nasal
18. Fossa canina da maxila
19. Concha nasal inferior
20. Espinha nasal anterior
21. Corpo da maxila
22. Linha oblíqua da
mandíbula
23. Forame mentoniano
24. Corpo da mandíbula

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25. Protuberância
mentoniana

Abaixo (F.4) podemos ver numa visão lateral dos ossos e estruturas que
compõem o crânio e o esqueleto da face.

FONTE: Figuras escaneadas de Zemlin, WR. Princípios de anatomia e fisiologia em fonoaudiologia.


4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, p. 218, 219 e 220.

1. Osso frontal 16. Protuberância mentoniana


2. Arco superciliar 17. Corpo da mandíbula
3. Asa maior do 18. Ângulo da mandíbula
esfenoide
4. Osso nasal 19. Sutura coronal
5. Osso lacrimal 20. Linha temporal superior
6. Sulco lacrimal 21. Osso parietal
7. Osso zigomático 22. Parte escamosa
8. Incisura nasal 23. Osso temporal
9. Espinha nasal 24. Arco zigomático
anterior
10. Incisura mandibular 25. Meato acústico externo
11. Corpo da maxila 26. Processo condilar

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12. Processo coronoide 27. Osso occipital
13. Parte alveolar da 28. Processo mastoide
mandíbula
14. Linha oblíqua da 29. Processo estiloide
mandíbula

A figura F.5 apresenta um corte transversal, dando uma visão inferior do


crânio. O que chama atenção nesta figura é o forame2 magno do osso occipital, os
processos mastóideos e estiloides dos ossos temporais, o arco zigomático, que se
curva sobre a concavidade conhecida como fossa temporal e o palato duro.

FONTE: Figuras escaneadas de Zemlin, WR. Princípios de anatomia e fisiologia em fonoaudiologia.


4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, p.218, 219 e 220.

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Forame é o nome dado a uma abertura para passagem de vasos e nervos em ossos ou entre
ligamentos.

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1.Forame incisivo 15.Meato acústico
externo
2.Sutura palatina mediana 16.Processo estiloide
(intermaxilar)
3.Processo palatino da maxila 17,Forame
estilomastóideo
4.Processo zigomático da 18.Fossa jugular
maxila
5.Forame palatino menor 19.Forame lacero
6.Forame palatino maior 20.Parte basilar do osso
esfenoide
7.Arco zigomático 21.Fossa condilar
8.Asa maior do esfenoide 22.Côndilo occipital
9.Parte horizontal do osso 23.Forame magno
palatino
10.Espinha nasal posterior 24.Linha nucal inferior
11.Lâmina lateral do 25.Canal carotídeo
pterigoide
12.Vômer 26. Espinha do esfenoide
13.Forame oval 27.Forame espinhoso
14.Fossa mandibular

Pode-se observar que o crânio apresenta vários forames. Vejamos um


pouco sobre os mais importantes:
 Forame magno - foramen magnum – é o maior dos forames do
crânio, serve de comunicação entre a cavidade craniana e o canal vertebral.
Encontra-se no osso occipital e por ele passam a porção espinhal do nervo
acessório, o bulbo raquidiano e suas membranas, as artérias vertebrais, as artérias
espinhais anteriores e posteriores, a membrana tectória e os ligamentos alares.

 Forame estilomastóideo – está localizado no osso temporal, entre o


processo estiloide e a apófise mastóidea, através do qual passa o nervo facial, após
percorrer seu trajeto no canal do facial do osso temporal.

 Forame oval – encontra-se no osso esfenoide, serve de passagem


para o nervo mandibular do trigêmeo, o nervo petroso inferior e a artéria meníngea
adicional.

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 Forame jugular – ou lácero posterior – este forame é formado
anteriormente pela porção petrosa do osso temporal e posteriormente pelo osso
occipital. Localiza-se lateralmente ao forame magno, posterolateralmente ao canal
carótico e perto do canal do nervo hipoglosso, Por dentro dele, na parte anterior
passa os nervos cranianos glossofaríngeo, vago e acessório e, na parte posterior, a
veia jugular interna, principal via de drenagem sanguínea do cérebro.

Apresentamos no quadro abaixo as divisões do crânio com seus forames e


as estruturas que passam por cada forame:

Quadro 2. Divisões do crânio e forames 
PRINCIPAIS FORAMES DO CÉREBRO 
FOSSA CRANIANA ANT.  FOSSA CRANIANA MEDIANA  FOSSA CRANIANA POST. 
lâmina crivosa – passa o  fissura orbital superior ‐ oculomotor,  canal carotídeo ‐ artéria carótida 
nervo olfatório  troclear, e nervo abducente (NC III, IV,  interna, plexo simpático, 
divisão do VI), nervo oftálmico do    
nervo trigêmeo (NC V), veia oftálmica   
superior 
nervo óptico – canal  forame oval ‐ nervo mandibular  meato auditivo interno ‐ nervos 
óptico e artéria oftálmica  divisão do nervo trigêmeo (NC V)  facial e vestibulococlear (NC VII 
(contém divisão motora), nervo  e VIII), nervos intermédios 
petroso inferior (do NC IX), artéria 
meníngea adicional 
  forame espinhoso ‐ artéria meníngea  canal hipoglosso ‐ nervo 
mediana  hipoglosso (NC XII) 
  forame lácero ‐ artéria carótida  forame jugular ‐ nervo petroso 
interna (os nervos petrosos maiores e  inferior; seio sigmoide, 
profundos passam através, mas não  glossofaríngeo, vago, e nervos 
por)  acessórios (NC IX, X, XI) 
  forame magno ‐ medula 
espinhal e meninges, artérias 
espinhais e veias, artérias 
vertebrais, porção espinhal do 
nervo acessório (NC XI) 

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3 OSSOS DO CRÂNIO

Osso etmoide – osso ímpar é considerado um osso do crânio, mas faz


parte do esqueleto facial, pois fica entre as duas órbitas, forma a maior parte
superior da cavidade nasal e constitui o septo nasal. É um osso único, leve, muito
delicado e extremamente complexo, de composição esponjosa e de formato mais ou
menos cuboide, porém se olharmos posteriormente parece ter a forma de “T”. Situa-
se logo abaixo e atrás do osso frontal.
É dividido em quatro partes: a lâmina crivosa horizontal (separa a cavidade
craniana da cavidade nasal), duas massas laterais que são os labirintos etmoidais
(suas faces mediais formam as conchas nasais, superior e média), a lâmina
perpendicular (tem uma forma quase quadrada, une-se aos ossos, frontal e nasal, a
margem anterior do vômer e a margem posterior se articula com o rostro do
esfenoide) e a crista galli (funciona como ligação anterior para a foice do cérebro,
uma prega da dura-máter que separa os hemisférios cerebrais). O osso etmoide
forma a superfície do assoalho do crânio, o arcabouço do nariz e as duas órbitas e
articula-se com quinze ossos: frontal, esfenoide, nasais, maxilas, lacrimais,
palatinos, conchas nasais inferiores e vômer. Na figura (F.7) vemos em amarelo o
etmoide associado aos ossos da face.

FONTE: Osso etmoide. Disponível em: <www.portalsaofrancisco.com.br>. Acesso em: 20 set. 2010.

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FONTE: Osso etmoide Disponível em: <www.portalsaofrancisco.com.br>. Acesso em: 20 set. 2010.

Osso esfenoide – osso ímpar é considerado um dos ossos mais complexos


do crânio. Situa-se na base do crânio, posteriormente ao etmoide (podemos
observar na figura 7 em verde bem claro) e anteriormente ao forame magno e à
parte basilar do osso occipital. É composto por um corpo, duas asas maiores e duas
asas menores que se estendem lateralmente, e dois processos pterigóideos (sua
forma é comparada a um morcego ou a uma borboleta de asas abertas, veja nas
figuras 7a e 7b).

FONTE: Osso esfenoide vista. Disponível em: <www.anatomiaonline.com/osteologia>. Acesso em: 20


set. 2010.

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FONTE: Osso esfenoide vista posterior. Disponível em: <www.anatomiaonline.com/osteologia/>.
Acesso em: 20 set. 2010.

No corpo do esfenoide encontram-se os dois seios esfenoidais. A face


anterior do corpo do esfenoide forma a parede posterior da cavidade nasal. A
margem lateral da face anterior é irregular, articulando-se com o etmoide, já a
margem anterior articula-se com os palatinos e a margem superior com o osso
frontal. A face inferior do corpo do esfenoide articula-se com a depressão entre as
asas do osso vômer (observe na figura 7 o osso esfenoide, vista posterior).
Na figura 7a temos uma visão posterior do esfenoide e na figura 7b uma
visão anterior, em que podemos observar os processos pterigóideos.
Osso frontal – é um osso ímpar, forma a parte anterior do arcabouço ósseo
do crânio, fornecendo a superfície convexa plana da testa. Possui uma porção
escamosa (lâmina vertical ou fronte) e uma porção orbital (parte horizontal que
forma o teto das cavidades orbitais e nasais). Três fatores fazem com que o frontal
seja importante: aloja o seio frontal, que é relevante para o funcionamento da área
nasal, serve como inserção para os músculos relacionados com as atividades da
fala e aloja os lobos frontais do cérebro. Articula-se no total com 12 ossos: o
esfenoide e o etmoide e com os pares de ossos parietais, nasais, maxilares,
lacrimais e com os ossos zigomáticos. Nas figuras oito e nove, podemos observar as
partes do osso frontal numa visão anterior (F.8) e numa visão inferior (F.9).

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18
FONTE: Osso frontal visão anterior. Disponível em: <www.anatomiaonline.com/osteologia/>. Acesso
em: 20 set. 2010.

FONTE: Osso frontal visão inferior. Disponível em: <www.anatomiaonline.com/osteologia/>. Acesso


em: 20 set. 2010.

Osso parietal – ossos pares que formam o teto e os lados do crânio. Cada
osso é formado por uma lâmina de osso curva, e tem a forma aproximada de um
quadrilátero, tendo duas faces, quatro ângulos e quatro margens. O parietal articula-
se com cinco ossos: occipital, frontal, temporal, esfenoide e parietal do lado oposto.
Na figura 10, podemos observar em verde o osso parietal.

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19
FONTE: Osso parietal. Disponível em: <www.anatomiaonline.com/osteologia>. Acesso em: 20
set. 2010.

FONTE: Osso occipital. Disponível em: <www.anatomiaonline.com/osteologia>. Acesso em: 20 set.


2010.

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20
FONTE: Osso occipital e coluna cervical. Disponível em:
<commons.wikimedia.org/wiki/File:Occipital_rid..., >. Acesso em: 20 set. 2010.

FONTE: Osso temporal e mandíbula. Disponível em: <www.climefic.com.br/Tratamentos/fts/atm.jpg>.


Acesso em: 20 set. 2010.

Osso occipital – osso ímpar, é um osso foliado3 e trapezoide e está


localizado na parte posterior e inferior do crânio, articulando-se com a primeira
vértebra cervical (atlas), além de ligar-se com seis ossos da cabeça – os dois
parietais, dois temporais e o esfenoide. Na face inferior, possui uma abertura o

3
Foliado: que tem aspecto de folhas.

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forame magno, comunicando-se por ele com o canal cervical. Nas figuras acima e
ao lado temos uma imagem da localização do occipital junto à coluna cervical (F.12)
e uma imagem da face externa em que podemos observar o forame magno (F.11).

Osso temporal. Disponível em: <http://www.anatomiaonline.com/osteologia>. Acesso em: 20 set.


2010.

FONTE: Osso zigomático Disponível em: <www.sogab.com.br/anatomia/zigomatico.jpg>. Acesso em:


20 set. 2010.

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Osso temporal – osso par que forma as laterais do crânio. O osso temporal
(destacado pela seta na figura 13, juntamente com a mandíbula) é muito importante
para o fonoaudiólogo, pois contribui significativamente para os processos da fala e
da audição, é nele que temos a inserção de músculos da mastigação, da língua e da
faringe, aloja a parte principal dos mecanismos da audição periférica e os órgãos
terminais do equilíbrio (Palmer, 2003), por isso vamos estudá-lo com mais
profundidade. Articula-se com cinco ossos: occipital, zigomático, parietal, esfenoide
e mandíbula. A anatomia do osso temporal humano é considerada uma das mais
complexas do organismo, pois se observa em seu interior estruturas nervosas,
vasculares e outras que estão muito próximos, às vezes, separadas apenas por
alguns milímetros. Na literatura encontra-se que o temporal é dividido de três a cinco
partes, aqui seguiremos Palmer (2003) que apresenta quatro partes: escamosa,
mastóidea, petrosa, timpânica.
1ª – Parte escamosa onde encontramos o longo arco que é o processo
zigomático (local de inserção do masseter), que se une ao processo temporal do
osso zigomático, formando o arco zigomático. Encontra-se a fossa mandibular, que
está articulada com o côndilo da mandíbula e a fossa temporal. A parte
escamosa é delgada e em forma de concha, formando as porções lateral, anterior e
superior do osso temporal. Na parte lisa e convexa da porção escamosa temos a
origem do músculo temporal.

2ª – Parte mastoide em que encontramos o processo mastoide e células


aeríferas mastóideas é a parte mais posterior do osso. Na superfície lateral desta
parte, observa-se a inserção dos músculos occipitais, auricular posterior, longo e
esplênio da cabeça, apresentando um ou mais forames que correspondem ao ramo
mastóideo da artéria occipital e a veia mastóidea. O ramo auricular do nervo vago
penetra no osso temporal através da fissura timpanomastoidea. Na parte inferior,
encontra-se o processo mastoide, com a inserção do músculo
esternocleidomastoideo, a incisura do digástrico, local da inserção do ventre
posterior do músculo digástrico e o sulco da artéria occipital. Todas as cavidades
são revestidas de túnica mucosa.

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23
3ª – Parte timpânica – situada na frente do processo mastoide e logo abaixo
das porções escamosa e petrosa, é uma estrutura fina e um tanto torcida que possui
uma lâmina em forma de rolo que forma grande parte do meato acústico externo.

FONTE: Face. Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20 set. 2010.


SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

4ª – Parte petrosa – estrutura piramidal que fica no assoalho do crânio,


sendo a base dessa voltada para a face externa do crânio e o ápice dirigido à face
interna e anterior. Projeta-se medialmente entre o occipital e o esfenoide. É
considerada a parte mais complexa do osso temporal pela quantidade de estruturas
anatômicas relacionadas. Divide-se em três partes: anterior – que forma a parte da
fossa média, inferior que está relacionada aos grandes vasos e nervos do pescoço e
parte posterior que está relacionada à fossa posterior.

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24
4 OSSOS DO ESQUELETO FACIAL

Já vimos que o esqueleto facial é composto de 14 ossos, sendo seis ossos


pares e dois ossos ímpares.

Osso palatino.
Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20 set. 2010. SOBOTTA, Johannes. Atlas
de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

Zigomáticos – ou osso da bochecha – tem uma forma quadrangular,


formando a proeminência da bochecha e o assoalho da órbita. É um osso pequeno,
e sua importância é que juntamente com os processos zigomáticos da maxila e do
osso temporal forma o arco zigomático (maça do rosto). Articula-se com os ossos:
frontal, esfenoide, maxila e temporal.
Nasais – são duas pequenas lâminas que juntas formam o dorso do nariz
(em laranja na figura 16). Articula-se com o osso frontal acima, com a lâmina
perpendicular do osso etmoide, com a base do nariz no lado oposto e com a
cartilagem do septo nasal.
Vômer - osso ímpar (rosa claro na figura 16) que forma as partes inferior e
posterior do septo nasal. É uma única lâmina delgada em forma de quadrilátero,

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25
articula-se inferiormente com os maxilares e ossos palatinos e na parte superior com
a lâmina perpendicular do etmoide e com o rostro esfenoidal. O lado posterior é livre
e a anterior articula-se com o septo cartilaginoso.
Lacrimais – são os menores e mais frágeis ossos da face, formam parte das
paredes mediais das órbitas (ao lado da peça em laranja na figura 16). Eles se
articulam com quatro ossos: frontal, etmoide, maxilar e a concha nasal inferior.
Contribui para o sulco lacrimal e para o ducto lacrimonasal.

FONTE: Maxila e palatino, vista inferior. Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20
set. 2010. FSOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000.

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26
Maxila, vista lateral. Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20 set. 2010.
SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

FONTE: Representação esquemática dos reforços que dão apoio ao esqueleto facial. Escaneado de
Zemlin, W. R. Princípios de anatomia e fisiologia em fonoaudiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
2000, p. 227.

Conchas nasais inferiores – constitui a parte mais inferior da parede lateral


do nariz (na figura 16 podemos observá-lo em rosa claro com desenho em curva).
Articula-se na sua parte anterior com a maxila e na parte posterior com o osso
palatino e tem sua margem inferior livre.
Palatinos - são relativamente pequenos (em cinza na figura 17), porém
extremamente importantes e complexos, estão localizados posteriormente à

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27
cavidade nasal e contribui para a formação de três cavidades: o assoalho e a parede
lateral da cavidade nasal, o teto da boca e o assoalho da órbita. É formado por uma
parte vertical e uma horizontal e apresenta três processos: piramidal, orbital e
esfenoidal.
Maxilas – osso plano e irregular, sendo que juntas contribuem para a
formação do teto da boca, o assoalho e as paredes laterais da cavidade nasal e o
assoalho da órbita. Têm um papel importante na produção da fala. Articula-se com
nove ossos: frontal, etmoide, nasal, zigomático, concha nasal inferior, lacrimal,
palatino, vômer e maxila do lado oposto. Cada osso é formado por um corpo e
quatro processos:
-zigomático – pequeno, irregular, triangular e se articula com o zigomático;
-frontal – forma parte do limite lateral do nariz;
-alveolar – espesso e esponjoso, contem oito alvéolos em que nos adultos
estão alojados os dentes superiores;
-palatino – forma a maior parte do assoalho do nariz e o teto da boca,
formando cerca de ⅔ do palato duro.
Na figura 18 podemos observar uma vista inferior da maxila (em amarelo
claro) e o osso palatino (em cinza).

Na figura 19, observamos vista lateral da maxila em que se pode localizar o


processo frontal, o zigomático e o alveolar.

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28
Obs.: as maxilas não são ossos maciços, cada uma contém um extenso seio
maxilar. Assim, no adulto, as maxilas são conchas ocas que podem facilmente gerar
as pressões de mordida e mastigação, porém isso não acontece, pois ela recebe
três reforços ósseos que fazem trajeto oblíquo para cima, a partir do arco alveolar.
Veja como são esses reforços que estão apresentados esquematicamente na figura
20. O primeiro percorre o lado medial da órbita, o outro percorre o lado lateral e
dividem-se nos ramos, superior e inferior, cada um com trajeto horizontal de volta
para o zigoma, o ramo superior forma o limite lateral e a parede da órbita, atingindo
o osso frontal. O terceiro reforço é formado pelos processos pterigóideos do osso
esfenoide, estendendo-se do último molar superior até a base do crânio (Zemlin,
2000, p. 225).

Mandíbula – é o maior e mais forte osso da face e também o único móvel, é


denso e bastante comprido, vista de cima, a mandíbula, parece ter forma de “U” ou
uma ferradura. Sua principal função biológica é sustentar os dentes inferiores. A
mandíbula é composta de um corpo, em que, de cada extremidade sobe um ramo
em ângulo reto que vai articular-se na fossa mandibular do temporal. A parte
perpendicular da mandíbula é chamada de ramo e se estende para cima,
terminando em dois processos – o coronoide e o condilar. Na parte inferior, o ramo
vai terminar num ponto importante – o ângulo da mandíbula.
 O processo coronoide, é o mais anterior dos dois processos, é uma
projeção pontuda, direcionada posteriormente, portanto, é convexo na frente e
côncavo atrás, observa-se a inserção do músculo temporal e masseter.

 O processo condilar sobe para encontrar o disco articular da


articulação temporomandibular (ATM) na fossa mandibular do temporal. No colo do
processo condilar está fixado o músculo pterigóideo lateral.

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29
A figura 21 apresenta uma visão anterior da mandíbula, em que podemos
observar as suas estruturas, com destaque para o corpo da mandíbula e os
processos condilar e coronoide.

FONTE: Mandíbula visão anterior. Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20 set.
2010. SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2000.

Na figura 22, temos uma visão lateral da mandíbula, podemos observar a


cabeça da mandíbula, local em que se articula com o crânio no osso temporal em
cada lado, nas únicas articulações com movimento livre do crânio.

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30
Mandíbula vista lateral Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20 set. 2010.
SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

Mandíbula vista anterolateral. Disponível em: <www.sogab.com.br/anatomia/mandibulaant>. Acesso


em: 20 set. 2010.

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31
A figura 23 apresenta uma vista anteromedial da mandíbula, em que
podemos visualizar algumas estruturas que ficam em sua parte interna. Nesta figura,
observa-se também mais claramente a cabeça da mandíbula. A fóvea4 pterigóidea é
a ligação do músculo pterigóideo lateral. O forame mandibular permite a entrada de
nervos e vasos sanguíneos. Pelo forame mentoniano passa o nervo mentoniano e
os vasos sanguíneos do interior do osso para sua face externa. A linha milo-hióidea
marca o local de ligação do músculo milo-hióideo na mandíbula, contribuindo para o
assoalho da boca (Zemlin, 2000).
O osso hioide – é um osso importante, que faz parte do sistema
respiratório, mastigatório, e fonoarticulatório. É um osso único, situado na parte
anterior do pescoço, abaixo da mandíbula, não se articula com nenhum outro osso e
é suportado pela musculatura do pescoço e suporta a base da língua. Sua forma
parece uma ferradura e dividi-se em corpo e em cada extremidade lateral deste
corpo parte dois prolongamentos chamados de grande e pequeno corno. Veja na
figura 23a, o osso hioide na laringe.

4.1 MUSCULATURA DA CABEÇA

Os músculos são o “motor” que nosso corpo utiliza para se movimentar.


São órgãos essenciais para o corpo humano e são constituídos principalmente por
tecido muscular, especializado em contrair e realizar movimentos, geralmente em
resposta a um estímulo nervoso. As duas áreas do corpo em que as extremidades
do músculo se prendem são chamadas de origem e inserção. A origem do músculo
fica na parte do corpo que não se move na contração do ventre muscular, enquanto
na inserção, a parte do corpo se move durante a contração. A maioria dos músculos
do nosso corpo é classificada como esquelético, e é responsável pela movimentação
corporal. Usamos os músculos para contrair e relaxar, com isso gerou movimentos

4
Fóvea – termo que significa pequena depressão na superfície de uma estrutura ou órgão (Comitê de
Motricidade orofacial, 2007, p. 33).

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32
que nos permitem rir, piscar, falar, respirar, mastigar, andar... Temos músculos no
corpo todo – nos membros superiores e inferiores, no tórax, abdômen, cabeça. Aqui
vamos nos detalhar nos músculos que compõem a cabeça, a musculatura do
sistema respiratório, da deglutição e da mastigação. Comecemos nossos estudos
pelos músculos da cabeça que para fins didáticos podem ser divididos em:
 Músculos da mastigação – temporal, masseter, pterigóideo medial e
pterigóideo lateral,

 Músculos da mímica facial - Músculo epicrânio, occiptofrontal,


temporoparietal, gálea aponeurótica ou aponeurose epicrânica, auricular anterior,
auricular superior, auricular posterior, orbicular do olho, abaixador do supercílio,
corrugador do supercílio, prócero, nasal, abaixador do septo do nariz, levantador do
lábio superior, levantador do lábio superior e da asa do nariz, levantador do ângulo
da boca, zigomático menor e maior, risório, abaixador do lábio inferior, abaixador do
ângulo da boca, mentual, transverso do mento, orbicular da boca e bucinador.
A face apresenta uma musculatura rica em movimentos e que são
responsáveis tanto pela mímica facial, como pela mastigação, articulação dos sons
da fala, também é responsável em auxiliar no processo de deglutição e respiração.
Os músculos da face podem ser agrupados em: músculos do couro cabeludo e da
orelha; músculos em torno da órbita; músculos do nariz; músculos da boca e o
platisma. Estes músculos apresentam em comum:
 Uma localização mais superficial e uma inserção, ou influência sobre a
pele;
 Grande variabilidade no grau de desenvolvimento, forma e tensão;
 Serem inervados pelo nervo facial.

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33
Na figura 24 pode-se observar com clareza a localização lateralmente de
alguns dos músculos da face:

Músculos da face. Disponível em: <1.bp.blogspot.com/.../eyIRdtZB-Fo/s320/face.JPG>. Acesso em:


20 set. 2010.

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34
Na figura 25, vemos além dos músculos da face o esternocleidomastoideo, o
músculo platisma, os músculos do couro cabeludo e da órbita.

Músculos da cabeça e do pescoço. Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_-


i1Z6agw4jA/SkOVoA4rxeI/AAAAAAAAABk/u3HFON6cLbs/s1600-h/musculos.jpg,
sistemastomatognatico.blogspot.com/>. Acesso em: 20 set. 2010.

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35
5 MÚSCULOS DA FACE

São músculos exclusivos, pois não possuem as bainhas fasciais5 que é


característico dos musculoesqueléticos, situam-se logo abaixo da pele, formando
uma camada quase única, com fibras planas, finas e mal delimitadas. O tamanho,
forma e grau de desenvolvimento destes músculos dependem da idade, dentição,
sexo, e também de variações individuais intrínsecas. Outra característica é que
muitas de suas fibras inserem-se diretamente na pele ou na mucosa, ou seja, são
subcutâneos. A maioria destes músculos é desprovida de aponeurose e são
dependentes, como nos demais musculoesqueléticos,
dos neurotransmissores liberados na junção “O tônus apropriado dos 
músculos faciais e labiais 
neuromuscular. Essas características anatômicas evita o acúmulo de alimento 
nos sulcos laterais e 
particulares determinam suas peculiaridades funcionais anteriores durante os 
(Zemlin, 2000, Fouquet, Pires, Bertelli e Gonçalves, estágios orais da deglutição. 
Qualquer redução do tônus 
2006, Tessitore, Pfelsticker e Paschoal, 2008). ou da sensibilidade pode 
resultar em um fenômeno 
Os músculos da face e dos lábios são clínico conhecido como 
intrinsecamente relacionados, por isso apresentam impactação de alimento.” 
Corbin‐Lewis, Liss, Sciortino, 
unidade funcional. Estes músculos são usados para 2009, p. 15 
sorrir, beijar, piscar entre outras funções. Eles movem a
pele e com isso mudam as expressões faciais. Seus movimentos parecem simples
como abrir e fechar a boca, fechar as pálpebras, mas que têm muita importância
para a pessoa. Estes músculos estão nas partes anterior e posterior do escalpo,
face e pescoço. Quando a musculatura da face está comprometida, pode trazer
sequelas funcionais e psicológicas (Zemlin, 2000, Fouquet, Pires, Bertelli e
Gonçalves, 2006).

5
Bainhas fasciais - A fáscia é o tecido fibroso que envolve vasos, órgãos e músculos, e ao mesmo
tempo os separa, dá forma ao corpo e viabiliza seus movimentos, ao se estender e transmudar em
ligamentos e tendões e, também, se concentrar em cápsula que revestem juntas e articulações. A
fáscia funciona como um esqueleto fibroso que, suporta os esforços de tensão, enquanto o esqueleto
ósseo suporta os esforços de compressão, que são as duas principais forças motoras atuantes no
corpo humano. Disponível em: <http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/08/24/saude-
geriatria/fascia/>. Acesso em: 3 mar. 2010.

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36
5.1 MÚSCULOS DA EXPRESSÃO FACIAL

Os músculos da expressão são considerados o grupo de músculos mais


fracos e delicados do corpo humano. São chamados cuticulares, pois se inserem na
cútis e na mucosa. Tendo uma função esfinctérica e dilatadora das estruturas que
circunda, são responsáveis pela movimentação da boca, dos olhos e do nariz. Suas
funções geralmente são indicadas pelo próprio nome, por exemplo, levantador do
lábio superior. Podem ser reunidos em três grupos:
1) Músculos motores das pálpebras e sobrancelhas – occipitofrontal,
corrugador do supercílio, orbicular dos olhos;
2) Músculos motores do nariz – prócero, nasal, mirtiforme ou músculo
abaixador do septo nasal;
3) Músculos motores dos lábios – levantador do lábio superior e asa do
nariz, levantador do lábio superior, levantador do ângulo da boca, zigomático menor,
zigomático maior, bucinador, risório, abaixador do lábio inferior, mentual, orbicular
dos lábios, abaixador do ângulo da boca e o platisma (Madeira, 1998, Fouquet,
Pires, Bertelli e Gonçalves, 2006).
Na tabela abaixo adaptada de Madeira (1998, p.63), Palmer (2003, p. 59),
Fouquet, Pires, Bertelli e Gonçalves (2006, p.11-23) e Faig (site
http://www.fosjc.unesp.br/anatomia/mimicos/mimico_2.htm) podemos observar os
músculos da expressão, sua origem, inserção, ação e inervação – todos são
inervados pelo nervo facial, no aspecto motor.

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37
Quadro  3.  Músculos  da  mímica  facial,  origem,  inserção,  ação  e 
inervação. 
MÚSCULO  ORIGEM  INSERÇÃO AÇÃO  INERVAÇÃO
Levantador  do  Processo  frontal  da  maxila;  Lábio  superior  na  Eleva  porção  do  Ramos 
lábio superior  margem  inferior  da  órbita;  linha mediana  lábio superior  zigomáticos do 
zigomático.  nervo facial 
Levantador  do  Fossa canina da maxila Ângulo  da  boca,  Eleva  porção  do  Ramos 
ângulo da boca  lábio superior  lábio superior  zigomáticos do 
nervo facial
Zigomático   Osso zigomático   Ângulo  da  boca,  Leva  o  canto  da  Ramos 
lábio superior  boca  para  cima  e  zigomáticos do 
para trás  nervo facial
  * frequentemente há uma tira menor de músculo, que é o zigomático menor, fica 
adjacente ao zigomático maior
Risório  Pele  da  bochecha  e  fáscia  Pele  do  ângulo  da  Retrai  o  canto  da  Ramo bucal 
sobre o masseter  boca  boca  inferior do 
nervo facial VII
Abaixador  do  Linha oblíqua da mandíbula  Ângulo da  boca,  Abaixa  o  canto  da  Ramo marginal 
ângulo da boca  lábio inferior  boca  da mandíbula 
do nervo facial
Abaixador  do  Linha oblíqua da mandíbula Lábio inferior entre o  Puxar  a  parte  Ramo marginal 
lábio inferior  ângulo  e  a  linha  lateral  do  lábio  da mandíbula 
mediana  inferior  do nervo facial 
diretamente  para 
baixo 
Mentual   Mandíbula  ao  longo  da  Pele do mento Protrai  o  lábio  Ramo 
sínfise  inferior,  enruga  o  mandibular do 
queixo nervo facial
Orbicular  dos  Quase  todo  cutâneo  (um  músculo  esfinctérico,  Fecha  a  boca,  Ramos bucal 
lábios  derivado de outros da área, sem origem e inserções  franze  os  lábios,  superior e 
definidas).  É  considerado  um  músculo  complexo  da  comprime  os  inferior do 
área  da  boca,  constituído  de  fibras  musculares  lábios  contra  os  nervo facial 
derivadas  de  outros  músculos  que  se  inserem  nos  dentes 
lábios. Forma um círculo que circunda a boca. 
Bucinador   Processos  alveolares  da  Ângulo  da  boca  Distende  a  Ramos bucal 
mandíbula,  ligamento  misturando‐se  com  bochecha  e  a  do nervo facial 
pterigomandibula  fibras  de  músculos  comprime  de 
que  formam  os  encontro  aos 
lábios  superior  e  dentes,  retrai  o 
inferior  ângulo  da  boca  e 
achata o mento 
Platisma  Fáscia  torácica  sobre  os  Protuberância  Abaixa  a  Ramo cervical 
músculos  peitoral  maior,  mentual  da  mandíbula,  e  o  do nervo facial  
deltoide e trapézio  mandíbula,  pele  do  canto  da  boca, 
mento,  ângulo  da  enruga  a  ele  do 
boca  pescoço  e  do 
queixo
Occipitofron‐ Aponeurose epicraniana Pele  do  supercílio  e  Puxa a pele da fronte  Ramo auricular 
tal     da  raiz  do  nariz,  e  para cima  posterior do 
região occipital  facial e ramo 
temporal do 
nervo facial 
Obs.: este músculo é dividido em occipital e frontal

Orbicular  do  Praticamente  cutânea;  Pálpebras  e  pele  Fecha  as  pálpebras  e  as  Ramos 
olho  ligamentos  palpebrais;  peri‐orbital  comprime contra o olho  temporal e 
lacrimal e maxila  zigomáticas do 
nervo facial

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Obs.: este músculo divide‐se em porção palpebral, orbitária e lacrimal.

Prócero  Osso nasal  Pele da glabela Puxa  a  pele  da  Ramo temporal 


glabela para baixo  do nervo facial
Corrugador  do  Margem  Pele  da  extremidade  Puxa  o  supercílio 
supercílio   supraorbital do frontal lateral do supercílio medialmente 
Nasal  Eminência canina; narina Dorso do nariz Oprime  a  narina  (parte  Ramos bucal e 
transversa);  dilata  a  ramos 
narina (parte alar)  zigomáticos do 
nervo facial
Obs.: divide‐se em porção transversa e porção alar.

Depressor  do  Base  da  mandíbula  (da  Ângulo da boca Abaixa  o  ângulo  Ramos 
ângulo da boca  região  molar  ao  tubérculo  da boca  mandibular e 
mentoniano)  bucal do nervo 
facial
Depressor  do  Base  da  mandíbula,  acima  Lábio inferior Abaixa  o  lábio  Ramos 
lábio inferior  da  origem  do  depressor  do  inferior  mandibular e 
ângulo da boca  bucal do nervo 
facial
FONTE: Madeira (1998, p.63), Palmer (2003, p. 59), Fouquet, Pires, Bertelli e Gonçalves (2006, p.11-
23) e Faig. Disponível em: <http://www.fosjc.unesp.br/anatomia/mimicos/mimico_2.htm>. Acesso em:
20 set. 2010.

5.2 MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO

Bianchini (2005) salienta que os músculos que são responsáveis pelos


movimentos da mandíbula, variam quanto a sua terminologia, sendo utilizados as
denominações de músculos mastigatórios ou músculos da mastigação, seguindo-se
a distinção de:
- Músculos mastigatórios: são aqueles que estão ligados apenas à
realização dos movimentos mandibulares: temporal, masseter, pterigóideo lateral,
pterigóideo medial e ventre anterior do digástrico.
- Músculos da mastigação: estão incluídos os músculos mastigatórios, todos
os supra-hióideos (gênio-hióideo, milo-hióideo, digástrico, estilo-hióideo), os infra-
hióideos estabilizando o osso hioide, a musculatura da língua, o bucinador e a
musculatura da mímica.
Na figura 26c vemos em destaque alguns dos músculos da mastigação.
Vamos agora, ver alguns detalhes de cada um deles.
Músculo temporal – lembra um leque, sendo coberto por uma fáscia muito
densa, denominada fáscia temporal. Suas fibras apresentam três sentidos: anterior,
média e posterior, com isso é considerado mais um músculo relacionado com o

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movimento do que com a força. Parte de suas fibras tem origem no assoalho da
fossa temporal e parte na superfície medial da fáscia temporal. A inserção encontra-
se na face medial do processo coronoide, na crista temporal até as proximidades do
trígono retromolar. É inervado pelo nervo trigêmeo e sua vascularização vem das
artérias temporais profundas, posterior e anterior que são ramos da artéria maxilar
Músculo masseter – tem uma conformação retangular, sendo um músculo
extremamente forte. Ele é constituído de duas partes: uma superficial e uma parte
profunda. Sua parte superficial tem origem na margem inferior do osso zigomático,
estendendo-se até a sutura zigomático-temporal, e, a parte profunda tem origem na
margem inferior e na face medial do arco zigomático, estendendo-se até a
eminência articular. Insere-se nos dois terços inferiores da face lateral do ramo da
mandíbula. É inervado pelo Nervo massetérico (ramo do mandibular do nervo
trigêmio), e sua irrigação arterial vem da artéria massetérica (a. maxilar).

FONTE: Músculos da mastigação – escaneado de BIANCHINI, EMG, Mastigação e ATM – Avaliação


e terapia. In MARCHESAN, IQ. Fundamentos em fonoaudiologia. Aspectos clínicos da motricidade
oral. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005, p. 45-57.

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40
Músculo pterigóideo medial – apresenta fibras curtas e trançadas. Suas
fibras fazem trajeto para trás, para baixo e para a lateral, inserindo-se na face medial
do ramo e do ângulo da mandíbula. Tem origem na fossa pterigóidea, entre as
lâminas, lateral e medial do processo pterigoide. Na sua origem o pterigóideo medial
relaciona-se lateralmente com o músculo pterigóideo lateral. Forma com o masseter
a alça mandibular, que é uma faixa muscular na qual o ângulo da mandíbula fica
repousado e que fixa o ramo do crânio. A inervação deste músculo é dada pelo
nervo pterigóideo medial (trigêmeo), e a vascularização pelos ramos pterigóideos da
artéria maxilar.
Músculo pterigóideo lateral – possui dois feixes distintos o inferior e o
superior. Quando o feixe inferior se contrai coloca os côndilos da mandíbula em
rotação e os abaixam em direção aos tubérculos articulares, abrindo e protruindo a
mandíbula, neste momento o feixe superior permanece inativo, atua principalmente
na estabilização do fechamento da boca. O ponto de origem do feixe superior é na
superfície infratemporal da asa maior do osso esfenoide, enquanto o feixe inferior se
origina na face lateral da lâmina lateral do processo pterigóideo. Os dois feixes têm
inserção na fóvea pterigóidea do colo da mandíbula. A inervação deste músculo é
dada pelo nervo pterigóideo lateral (trigêmeo), e a vascularização pelos ramos
pterigóideos da artéria maxilar.

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Quadro 4 – Músculos da mastigação, origem, inserção, ação e inervação. 
MÚSCULO  ORIGEM  INSERÇÃO AÇÃO INERVAÇÃO
Temporal  Fossa  temporal  e  sua  Margem  anteriores  dos 
Eleva e retrai a  Trigêmeo  –
fáscia de cobertura  ramos  da  mandíbula  e 
mandíbula  divisão 
processos coronoides mandibular
Masseter  Arco zigomático  Face lateral do ângulo e 
Eleva  a  Trigêmeo  –
ramo  mandíbula  divisão 
contra  a  mandibular 
maxila
Pterigóideo  Lâmina  lateral  do  Ramo  e  ângulo  da  face  Eleva e protrai  Trigêmeo  –
lateral  processo  pterigóideo,  medial da mandíbula  a mandíbula  divisão 
palatino,  túber  da  mandibular 
máxila
Pterigóideo  A cabeça superior nasce  Côndilo da mandíbula e  Abaixa  a  Trigêmeo  –
medial  da  fossa  infratemporal  disco articular  mandíbula,  divisão 
e  asa  maior  do  leva  a  mandibular 
esfenoide;  a  cabeça  mandíbula 
inferior  nasce  da  face  para  frente  e 
lateral da lâmina lateral  para os lados. 
do  processo 
pterigóideo  do 
esfenoide 
FONTE: Palmer, JM. Anatomia para a fonoaudiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan,
2003, p. 62.

Os músculos da mastigação podem ser divididos para efeito didático em


(Bianchini, 2005):
 Levantadores/elevadores da mandíbula – temporal, masseter e
pterigóideo medial, sendo que o masseter seria o responsável pela força, auxiliado
pelo pterigóideo medial, o temporal vai auxiliar na estabilidade do movimento, o
movimento predominante é fechamento da mandíbula;
 Depressores/abaixadores da mandíbula – pterigóideo lateral,
musculatura supra-hióidea. A musculatura infra-hióidea vai dar estabilidade ao osso
hioide, tornando-o fixo para a efetivação do movimento de abertura.

5.3 MÚSCULOS SUPRA E INFRA-HIÓIDEOS

São músculos que têm sua inserção ou origem no osso hioide e tem como
ação dar movimento e estabilidade a este osso. Os supra-hioides localizam-se
acima do osso hioide e os infra-hióideos abaixo do hioide na altura do pescoço. As
funções destes músculos são abaixar o osso hioide e a laringe, assim como fixar o

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osso hioide (os infra-hióideos) para que os músculos supra-hióideos tenham a ação
de abaixar a mandíbula.

Quadro 5 . Músculos supra e infra‐hióideos 
MÚSCULOS SUPRA‐HIÓDEOS
MÚSCULO  INSERÇÃO SUP. INSERÇÃO INF. AÇÃO INERVAÇÃO
Digástrico     
Ventre ant.  Fossa  digástrica  da  Tendão intermediário Eleva  o  osso  Nervo 
mandíbula  hioide puxando  Mandibular – do 
  trigêmeo
Ventre post.  Processo  mastoide  Tendão Intermediário Eleva  o  osso  Nervo Facial
do osso temporal  hioide puxando 
 
Estilo‐hióideo  Processo  estiloide  Osso hióideo Eleva  o  osso  Nervo facial
(temporal)  hioide 
puxando‐o para 
trás  
Milo‐hióideo  Linha  miloióidea  Osso hióideo Traciona o osso  Nervo 
(mandíbula)  e  rafe  hioide  para  mandibular  do 
tendinosa  frente  e  para  trigêmeo 
cima  
Gênio‐hióideo  Espinha  Osso hióideo Traciona o osso  Nervo 
mentoniana  hioide  para  hipoglosso 
(mandíbula)  frente  e  para 
cima  

MÚSCULOS INFRA‐HIÓDEOS
Esternocleido‐  Borda  inferior  do  Face  posterior  do  Abaixa  o  osso  Alça  Cervical 
mastoideo  corpo  do  osso  manúbrio do esterno e  hióideo  (C1, C2 e C3) 
hioide  1/4 medial da clavícula
Esternotireo‐ Lamina  da  Face  posterior  do  Abaixa  o  osso  Alça  Cervical 
hióideo  cartilagem  tireoide  manúbrio do esterno e  hioide  e  a  (C1, C2 e C3) 
da laringe  1ª cartilagem costal  cartilagem 
tireoide
Tireo‐hióideo  Osso hióideo  Lâmina  da  cartilagem  Abaixa  o  osso  Alça  Cervical 
tireoide hióideo (C1, C2 e C3)
Omo‐hióideo     Abaixa  o  osso  Alça  Cervical  (C1, 
Ventre Superior  Borda  inferior  do  Tendão  hióideo  e  puxa‐o  C2 e C3) 
  corpo  do  osso  intermediário  levemente  para 
hioide   trás 

Possui dois ventres e um tendão intermediário
Inserção Medial do Ventre Inferior: Tendão intermediário 
Inserção Lateral do Ventre Inferior: Borda superior da escápula
FONTE: Disponível em: <http://www.miologia.hpg.com.br/pescoco.html#digastrico>. Acesso em: 20
set. 2010.

5.4 MÚSCULOS DO PALATO MOLE

O palato mole é uma parte do palato duro, uma extensão de tecido mole
músculo membranosa, é móvel, e com isso produz mudanças no volume e formato

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das duas cavidades – oral e nasal. É o principal contribuinte do fechamento
velofaríngeo, que é muito importante na deglutição e na fala. É constituído
principalmente de músculos, sendo que cinco músculos compõem a parte principal.
Na figura 27 abaixo, podemos ver os músculos do palato.

Palato mole. FONTE: Disponível em: <www.anatomiaonline.com/esplancno/cavidadeoral.htm>.


Acesso em: 20 set. 2010.

Quadro 6. Músculos do palato mole 
MÚSCULO  ORIGEM  INSERÇÃO AÇÃO INERVAÇÃO
Levantador  do  Ápice da parte  Rafe6 do palato Eleva o palato  Nervo vago, plexo 
véu palatino  petrosa do  mole para  faríngeo 
temporal, tuba  encontrar a 
auditiva  parede posterior 
da faringe
Tensor  do  véu  Fossa do  Rafe do palato,  Tensiona o palato  Nervo trigêmeo, 
palatino  esfenoide, lâmina  tuba auditiva  mole, abre a tuba  ramo mandibular 
lat. do processo  auditiva durante a 
pterigóideo,  deglutição 
margem post. do 
palato duro 
Úvula   Espinha nasal  Túnica mucosa da  Eleva e encurta a  Nervo vago (plexo 
post., rafe do  úvula  úvula  faríngeo) 
palato 
Palatoglosso   Funde‐se com os  Rafe do palato Eleva a porção  Nervo vago (plexo 
musc. transverso  post. da língua,  faríngeo) 
e superficial e a  constringe o istmo 
face inf. da língua das fauces7, 

6
Rafe: uma linha formada pela união de duas partes (fonte: Palmer, 2003, p, 252)
7
Fauces – espaço entre a boca e a faringe (fonte: Palmer, 2003, p. 250).

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abaixa o lado do 
palato
Palatofaríngeo   Post. à cartilagem  Rafe do palato Abaixa o palato  Nervo vago (plexo 
tirepoidea,  mole, ajuda a  faríngeo) 
paredes da  elevar a laringe e 
faringe  a faringe, 
constringe o istmo 
das fauces
FONTE: Palmer, J. M. Anatomia para a fonoaudiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan,
2003, p. 69.

5.5 MÚSCULOS DA LÍNGUA

A língua é um órgão cônico de grande mobilidade, porém está fixada no


soalho da boca e é ligada à mandíbula pelo músculo genioglosso, ao osso hioide
pelo músculo hioglosso, ao processo estiloide pelo estiloglosso e ao palato pelo
palatoglosso (Madeira, 1998, p.106).

FONTE: Músculos da língua – escaneada de MADEIRA, M. C. Anatomia da face.


Bases anatomofuncionais para a prática odontológica. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 1998.

Também é composta pelos músculos intrínsecos, que são constituídos de


feixes de fibras dispostos longitudinalmente, transversalmente e verticalmente. Os

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músculos extrínsecos têm sua origem em outra parte do corpo e se ligam a língua e
os intrínsecos originem-se na própria língua. A língua é formada de corpo e raiz.

Quadro 7. Músculos da língua
MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA LÍNGUA
MÚSCULO  ORIGEM  INSERÇÃO AÇÃO  NERVO
Vertical   Margens da língua  Face interna da  Alarga e acha a  Nervo hipoglosso
próximo das  língua  ponta da língua 
pontas 
Transverso   Septo da língua Mucosa dos lados  Alonga, estreita e  Nervo hipoglosso
da língua  engrossa a língua, 
eleva os lados
Longitudinal  Hioide, parte  Ápice da língua Cria um dorso  Nervo hipoglosso
inferior  interna da língua  convexo, abaixa a 
ponta
Longitudinal  Porção faríngea  Lados e ápice da  Encurta a língua,  Nervo hipoglosso
superior (ímpar)  próximo da  língua  eleva a ponta e as 
epiglote  margens da 
língua, forma um 
dorso côncavo
MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DA LÍNGUA
Estiloglosso   Processo estiloide  Margem lateral da  Eleva a parte  Nervo hipoglosso
do temporal  língua  posterior da   
língua, retrai a   
língua protraída 
Genioglosso  Espinha geniana  Fáscia da língua,  Várias fibras  Nervo hipoglosso
superior na face  dorso da língua,  trabalham para 
lingual da  corpo do hioide  abaixar, retrair e 
mandíbula  protrair a língua 
Hioglosso   Corno maior do  Metade posterior  Abaixa e retrai a  Nervo hipoglosso
hioide  do lado da língua língua
Palatoglosso  Já descrito no quadro 6
Gênio‐hioideo  Já descrito no quadro 5.
Milo‐hióideo  Já descrito no quadro 5.
FONTE: Palmer, J. M. Anatomia para a fonoaudiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan,
2003, p. 80 e 83.

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Douglas (2002) apresenta um quadro que sintetiza os grupos musculares do
sistema estomatognático:

Quadro 8 – Músculos estomatognáticos 

Músculos estomatognáticos

I – Músculos mandibulares – deslocam a mandíbula para cima e para baixo,


lateralmente e em sentido anteroposterior, estão divididos em levantadores e abaixadores.
Levantadores (inervação V Nervo Craniano) – temporal anterior, masseter,
pterigóideo medial, esfeno-mandibular.
Abaixadores (inervação V NC) – pterigóideo lateral, supra-hióideos, ventre anterior
do digástrico, milo-hióideos, estilo-hióideo

II – Músculos infra-hióideos (C2 – C3) – abaixam o hioide, facilitando a abertura bucal


– esterno-hióideo, omo- hióideo, esterno-tireóideo, tireoide- hióideo

III – Músculos faciais (VII NC)


– expressão facial: participam coordenadamente em todas as funções motoras:
bucinador, orbicular dos lábios, zigomáticos maior e menor, retrator e elevador do ângulo da
boca, mentual
IV – Músculos linguais (XII NC)
- intrínsecos – deformações internas da língua: longitudinais superior e inferior,
transverso, dorso-ventral
- extrínsecos – projeções globais da língua: palatoglosso (IX NC) eleva a língua;
hioglosso – abaixa a língua; genioglosso – projeta a língua para frente; estiloglosso – para trás;
V – Músculos palatinos (plexo faríngeo e IX, X, XI) – facilitam ou obstruem passagem
buco-faríngea: elevador do véu, tensor do véu, úvula

VI – Músculos faríngeos (plexo faríngeo – IX, X, XI) – passagem através da faringe:


constritor superior, médio e inferior da faringe, salpinofaríngeo (faz abertura da tuba auditiva)

VII – Músculos cervicais (XI – C3 – C5) – postura cefálico, movimentos da cabeça:


porção superior do trapézio, esternocleidomastóideo (ECM), esplênios da cabeça e do pescoço,
escaleno maior e menor
FONTE: Douglas, CR. Tratado de fisiologia aplicada à fonoaudiologia. São Paulo: Robe Editorial,
2002, p. 290.

5.6 INERVAÇÃO OROFACIAL

Os nervos da face são encobertos pelos nervos cutâneos do pescoço. Os


ramos cutâneos dos nervos cervicais, provenientes do plexo cervical, estendem-se
sobre a orelha, a face posterior do pescoço e muito da região parotídea da face

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(área que se estende sobre o ângulo da mandíbula). Os nervos motores da face são
o nervo facial, para os músculos da expressão facial, e a raiz motora do nervo
mandibular para os músculos da mastigação (masseter, temporal, pterigoide medial
e lateral). Com exceção do elevador da pálpebra superior, que é inervado pelo nervo
oculomotor, e da musculatura mastigatória que é inervada pelo nervo trigêmeo,
todos os outros músculos da face são inervados pelas fibras provenientes da porção
inferior do núcleo do nervo facial (Gomes, Vasconcelos e Bernardes, 2004).
A porção sensitiva do nervo trigêmeo inerva as estruturas superficiais e
profundas da face, boca e mandíbula e a porção motora é responsável pela
inervação dos músculos da mastigação, o palato mole, o músculo milo-hioide e o
ventre anterior dos músculos digástricos. Lesões neste nervo podem gerar vários
sintomas: provocar fraqueza/dificuldades na mastigação, devido à paralisia causada
na musculatura responsável, maior sensibilidade aos sons, devido à paralisia do
músculo tensor do tímpano, falta de sensação no lado da lesão, perda do reflexo
corneano, perda do tônus muscular no assoalho da boca (Zemlin, 2000). Os
músculos do palato mole têm inervação do vago (plexo faríngeo), menos o tensor do
véu palatino que é inervado pelo trigêmeo, ramo mandibular. Os músculos supra e
infra-hióideos são inervados pelo trigêmeo, facial, hipoglosso, e alça cervical (C1, C2
e C3), conforme visto no quadro 5. Os músculos da língua são inervados pelo
hipoglosso, exceto o palatoglosso que recebe sua inervação do plexo faríngeo do
nervo vago.

5.7 VASCULARIZAÇÃO SANGUÍNEA DA FACE

Em relação à vascularização, observa-se que a face é ricamente suprida de


artérias, cujos ramos terminais comunicam-se entre si livremente. A maioria das
artérias da face vem do ramo da artéria carótida externa (na figura abaixo vemos os
ramos principais), o retorno venoso é essencialmente superficial. O suprimento
sanguíneo é proveniente principalmente das artérias facial (a maior dos três ramos
que se originam da face anterior da artéria carótida externa) e temporal superficial
que são suplementadas por inúmeras pequenas artérias que acompanham os

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nervos sensitivos da face. Esta artéria segue para cima num curso tortuoso em
direção ao ângulo da boca e é coberta pelo músculo platisma e o risório. Segue
profundamente até os músculos zigomáticos e levantador do lábio superior e corre
ao longo do nariz até ao ângulo medial do olho, onde se anastomosa8 com os ramos
terminais da artéria oftálmica. Divide-se em quatro ramos distintos, sendo eles:
a artéria submental, artéria labial inferior, a artéria labial superior e a artéria
lateral do nariz. Veja na figura abaixo as ramificações da artéria carótida.

FONTE: Vascularização sanguínea da face. Disponível em: <www.medicinageriatrica.com.br/wp-


conten>. Acesso em: 20 set. 2010.

FIM DO MÓDULO I

8
Anastomosa – juntar por anastomose, ou seja, comunicação entre dois vasos sanguíneos ou outras
formações tubulares (Dicionário Aurélio)

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