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Muito variada nas suas manifestações, essencialmente ao nível da literatura e das artes
plásticas, esta corrente sustentava-se filosoficamente em três pilares: o individualismo –
tendência para se libertar de toda a obrigação de solidariedade para pensar só em si,
egoísmo –, o subjectivismo – tendência para afirmar a prioridade do subjectivo sobre o
objectivo – e a intensidade. Contra a ordem e a rigidez intelectual clássica, os artistas
românticos imprimiram maior importância à imaginação, à originalidade e à expressão
individual, através das quais poderiam alcançar o sublime e o genial.
Arquitectura
Mais tarde, e já no continente, surgiu o neobarroco, que teve grande sucesso em França
com os trabalhos de Charles Garnier (1825-98), dos quais se destaca a Ópera de Paris.
O francês Eugéne Delacroix (1798-1863), marcado pela cultura romântica inglesa, pinta
grandes quadros épicos como a Liberdade Guiando o Povo (1830-1831) e cenas
orientalizantes, como Os massacres de Scio, para os quais a viagem que realiza a Marrocos
fornece informações preciosas.
Literatura
O Romantismo entra na Literatura portuguesa com a publicação dos poemas Camões (1825) e
D. Branca (1826) de Almeida Garrett. O ambiente político (lutas entre liberais e absolutistas), o
exílio deste, o seu temperamento, a época em que viveu, transformam o árcade que durante
muito tempo se afirmou em Catão, na Lírica de João Mínimo, no Retrato de Vénus, quanto ao
seu conteúdo, e nos poemas Camões e D. Branca, na linguagem, no grande romântico das
Folhas Caídas e no grande pioneiro de uma linguagem coloquial, moderna, de Viagens na
Minha Terra. Será, contudo, Alexandre Herculano o grande intérprete do Romantismo com a
poesia de cor histórica marcadamente actual da Harpa do Crente e com o romance histórico (O
Bobo, O Monge de Cister) decorrente na Idade Média, que constituirá o zénite do movimento
literário. Porque mais tradicionalista, a Inglaterra está na sua origem; depois, irrompe na
Alemanha com a peça dramática Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto), um grito de revolta
contra o imperialismo napoleónico e uma afirmação de nacionalismo e, como tal, o
medievalismo, o regresso ao passado, o subjectivismo e, na sua sequência, o sentimentalismo.
O subjectivismo dos filósofos alemães Kant, Fichte, Schelling e Schlegel conduz a um novo
antropocentrismo. Por outro lado, o sentimentalismo afirma-se com o domínio do coração nos
românticos sobre o da razão nos clássicos. Da Inglaterra vem-lhe o gosto de uma paisagem
solitária, luarenta, saudosa, com as ruínas musgosas e evocadoras. As Estações de Thompson
(1726-30) abrem caminho para a descrição da natureza saudosista, solitária, povoada de ruínas
e cemitérios. O passado com a sua poesia, as suas tradições, serviu como reacção ao
Classicismo aristocrata. É este ambiente que propicia o clima em que floresce a poesia e o
romance de Walter Scott e é nele que se realiza a obra poética do insaciável aventureiro,
revolucionário e sentimental Byron. Os nomes de Wordsworth, Macpherson, Coleridge e
Shelley são ainda de vulto no movimento romântico na Inglaterra. Do desencontro entre as
formas espartilhadas do Classicismo e a ânsia de evasão dos românticos afirma-se o sentido da
liberdade na Arte e, daí, o individualismo com Victor Hugo, o «escuta-te a ti próprio». O artista
deixa de ser o imitador; pondo a sua imaginação a trabalhar, cria uma sub-realidade e
transmite o seu sentir e pensar; de imitador passa a criador. Albert Thibaudet considera o
Romantismo como «a grande revolução literária moderna». É, também, uma atitude reactiva
em favor da pequena burguesia que orienta o Contrato Social de Rousseau (1762) e, depois,
Emílio (1762); e, em Julie ou La Nouvelle Héloise esboça-se o passionalismo romântico. Embora
a França só a partir de 1830 se abrisse definitivamente ao Romantismo, não há dúvida de que
Rousseau pode considerar-se o seu primeiro ensaio na escola. Depois temos Chateaubriand
com Atala e o Génio do Cristianismo, Lamartine, Musset, Victor Hugo, que escreve o prefácio
do drama Cromwell a proclamar a liberdade na arte, em guerra aberta com as normas do
Classicismo. Na Alemanha, Herder, Goethe, Hegel, Schiller e Schlegel são os padrões mais
sugestivos. Mas já os irmãos Grimm tinham explorado a cultura popular: Wieland, no seu
Oberon, põe o maravilhoso popular no lugar da mitologia e Klopstock, em Messíada, também a
rejeita.
Na Grã-Bretanha. O romantismo inglês, anunciado pelos poetas Blake e Burns, tem por
principais representantes Wordsworth e Coleridge, que publicam as Lyrical Ballads (1798) e
que abrem caminho a poetas como Southey, T.Moore, Keats, Shelly, Byron e W.Scott para o
romance histórico. Quanto a Mary Godwin, esposa de Shelley, exalta por sua vez os direitos do
homem, festejando a Revolução Francesa, e os da mulher, e abre uma nova via ao romance
negro e filosófico com Frankenstein (1818).
Na Alemanha. No séc. XVIII, Klopstock e Lessing, são os artífices de uma renovação alemã e a
sua influência está em parte na origem do movimento Sturm und Grang. Para além de Herder,
aí encontramos Goethe e Schiller. Este período não é mais do que uma etapa da sua obra, cuja
amplitude «clássica» ultrapassa o romantismo no sentido escrito. Este afirma-se largamente
na geração seguinte com Holderlin e Jean-Paul. Sucedem-se duas escolas: a primeira, em Iena,
reclama-se de Fichte e reagrupa entre outrso Tieck, Novalis e os irmãos Schlegel. A segunda,
em Heidelberga, é constituída por Brentano, Arnim e os irmãos Grimm. Estes últimos voltam
muitas vezes às fontes de uma cultura nacional. É na mesma época que se situam Kleist e
E.T.AHoffmann.
A calma – do jazigo.
Música
A música romântica tem como fonte o Sturm und Drang alemão. A exploração da expressão
individual, referências à Idade Média e à identidade nacional, temas humanistas e
revolucionários, são traços próprios do romantismo. O seu terreno de eleição são os países
germânicos e o seu ponto de apoio, as grandes partituras de Beethoven. Na Alemanha, as
discussões sobre o romantismo têm lugar antes de 1800, precedendo as que se prendem com
a distinção entre o classicismo e o romantismo. Misturando a música com as outras artes,
foram levadas a cabo por artistas não músicos, como Goethe, Jean-Paul ou E.T.A.Hoffman.
A literatura é a arte de referência do romantismo musical. Este não se preocupa apenas com o
exprimir musicalmente os sentimentos, mas também as ideias, até mesmo os mitos (música
programática), em particular o de Fausto, dado que trata do indivíduo no seu destino face ao
mundo – muitos músicos românticos o abordaram nas suas obras. Com o aperfeiçoamento do
piano como instrumento solista, instrumento reflexo do compositor, surge o recital solista.
Aparecem novos géneros instrumentais, como o poema sinfónico. O leitmotiv, como princípio
musical, nasceu igualmente com o romantismo, uma vez que é considerado como portador de
uma ideia, de um conceito, de uma identidade. A obra tende a ser única, tornando-se por isso
mais densa, mais longa e mais ponderada.
Foi preciso esperar pela época do Romantismo (século XVIII) para que se criassem as primeiras
bases sólidas do romance. Antes disso, apenas se produzia a novela, que andava,
sensivelmente, ao nível do romance de aventuras em série e do romance de folhetim. Em
traços largos, o romance distingue-se da novela pela maior extensão do texto e pelo facto de
na novela predominar o evento, a história contada no geral, enquanto que no romance há o
avultar de toda a atmosfera psicológica, social, ambiental, configurando o mundo das
personagens, tornando-o mais denso e complexo, aproximando o leitor aos reais
acontecimentos quotidianos, dando, assim, lugar a um ritmo e a um tempo da história muito
mais lento, mais alargado, mais próximo do tempo real. O romance histórico português
produziu brilhantes exemplos, multiplicando o número de autores que o adoptaram,
revelando ao mundo das Letras portuguesas nomes marcantes como os de Alexandre
Herculano, Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, A. da Silva Gaio e outros.
Conclusão
Ao Romantismo, cabe a tarefa de criar uma linguagem nova, uma nova visão do mundo
identificada com os padrões simples de vida da classe média e da burguesia. Enquanto o
Classicismo observava a realidade objectiva, exterior, e a reproduzia do mesmo modo, através
de um processo mimético (de imitação), sem deformar a realidade, o Romantismo deforma a
realidade que, antes de ser exposta, passa pelo crivo (coador) da acção.
A arte romântica inicia uma nova e importante etapa na literatura, voltada aos assuntos do seu
tempo – efervescência social e política, esperança e paixão, luta e revolução — e ao quotidiano
do homem burguês do século XIX; retrata uma nova atitude do homem perante si mesmo. O
interesse dessa nova arte está voltado para a espontaneidade, os sentimentos e a simplicidade
– sendo, assim, subjectiva -, opondo-se, desse modo, à arte clássica que cultivava a razão –
realidade objectiva.
A arte, para o romântico, não se pode limitar à imitação, mas ser a expressão directa da
emoção, da intuição, da inspiração e da espontaneidade vividas por ele na hora da criação,
anulando, por assim dizer, o perfeccionismo tão exaltado pelos clássicos. Não há retoques
após a concepção para não comprometer a autenticidade e a qualidade do trabalho.
Bibliografia