Sei sulla pagina 1di 42

Empreendedorismo,

Modelos de Negócios
e Inovação
Me. Waldemar Barroso Magno Neto
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e
Pró-Reitor de Administração, Wilson de Matos
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a
Distância; NETO, Waldemar Barroso Magno.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Empreendedorismo, Modelos de Negócios e Inovação. Wal-
demar Barroso Magno Neto. Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James
Maringá-PR.: Unicesumar, 2019. Prestes, Tiago Stachon , Diretoria de Graduação
152 p. e Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de
“Graduação - EAD”.
Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de
1. Empreendedorismo. 2. EaD. I. Título. Design Educacional Débora Leite, Head de
Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza
CDD - 22 ed. 658 Filho, Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros,
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie
Fukushima, Gerência de Projetos Especiais Daniel
F. Hey, Gerência de Produção de Conteúdos Diogo
Impresso por: Ribeiro Garcia, Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira, Supervisão do
Núcleo de Produção de Materiais Nádila de
Almeida Toledo, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães Cripaldi, Fotos Shutterstock.

Coordenador de Conteúdo Lilian Rosana dos


Santos Moraes.
Designer Educacional Janaína de Souza Pontes e
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
NEAD - Núcleo de Educação a Distância Revisão Textual Cintia Prezoto, Érica Ortega, Meyre
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação Barbosa, Silvia Gonçalves, Helen Prado e Talita Dias
CEP 87050-900 - Maringá - Paraná Tomé
unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Editoração Bruna Stefane Martins Marconato,
Isabela Belido, José Jhonny Coelho, Melina Ramos
e Thayla Guimarães Cripaldi
Ilustração Bruno Pardinho, Marta Kakitani e
Marcelo Goto
Realidade Aumentada Kleber Ribeiro, Leandro
Naldei e Thiago Surmani
PALAVRA DO REITOR

Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-


mos com princípios éticos e profissionalismo, não
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois
cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos
mais de 100 mil estudantes espalhados em todo
o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá,
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo
MEC como uma instituição de excelência, com
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos
educadores soluções inteligentes para as ne-
cessidades de todos. Para continuar relevante, a
instituição de educação precisa ter pelo menos
três virtudes: inovação, coragem e compromisso
com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para
os cursos de Bem-estar, metodologias ativas, as
quais visam reunir o melhor do ensino presencial
e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
promover a educação de qualidade nas diferentes
áreas do conhecimento, formando profissionais
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
BOAS-VINDAS

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co-


munidade do Conhecimento.
Essa é a característica principal pela qual a
Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu-
nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é
importante destacar aqui que não estamos falando
mais daquele conhecimento estático, repetitivo,
local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ-
mico, renovável em minutos, atemporal, global,
democratizado, transformado pelas tecnologias
digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comu-
nicação têm nos aproximado cada vez mais de
pessoas, lugares, informações, da educação por
meio da conectividade via internet, do acesso
wireless em diferentes lugares e da mobilidade
dos celulares.
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace-
leraram a informação e a produção do conheci-
mento, que não reconhece mais fuso horário e
atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer
transformou-se hoje em um dos principais fatores de
agregação de valor, de superação das desigualdades,
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar.
Logo, como agente social, convido você a saber
cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e
usar a tecnologia que temos e que está disponível.
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg
modificou toda uma cultura e forma de conhecer,
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas,
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa
cultura e transformando a todos nós. Então, prio-
rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação
a Distância (EAD), significa possibilitar o contato
com ambientes cativantes, ricos em informações
e interatividade. É um processo desafiador, que
ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores
oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida
sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que
a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você
está iniciando um processo de transformação,
pois quando investimos em nossa formação, seja
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e,
consequentemente, transformamos também a so-
ciedade na qual estamos inseridos. De que forma
o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe-
lecendo mudanças capazes de alcançar um nível
de desenvolvimento compatível com os desafios
que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa-
nhará durante todo este processo, pois conforme
Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na
transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem
dialógica e encontram-se integrados à proposta
pedagógica, contribuindo no processo educa-
cional, complementando sua formação profis-
sional, desenvolvendo competências e habilida-
des, e aplicando conceitos teóricos em situação
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como
principal objetivo “provocar uma aproximação
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita
o desenvolvimento da autonomia em busca dos
conhecimentos necessários para a sua formação
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de
crescimento e construção do conhecimento deve
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu-
deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas
ao vivo e participe das discussões. Além disso,
lembre-se que existe uma equipe de professores e
tutores que se encontra disponível para sanar suas
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili-
dade e segurança sua trajetória acadêmica.
APRESENTAÇÃO

Prezado(a) aluno(a), parabéns por fazer parte do Centro de Ensino Uni-


cesumar. Nossa instituição preparou-se para que você se realize durante
seu curso e esteja preparado para enfrentar os desafios presentes e futuros.
Como você sabe, o conhecimento evolui rapidamente, e o seu acesso é
bastante facilitado. O que diferencia as pessoas é a forma como esse co-
nhecimento é manuseado.
Sobre sua profissão, ela também se modificará ao longo dos anos. Quando
estudei Desenho Técnico no Instituto Militar de Engenharia, desenhávamos
com papel, lápis, régua, esquadros, transferidores e borrachas. Poucos anos
depois, os alunos já estavam utilizando Desenho Assistido por Computa-
dor ou CAD (do inglês: computer aided design), nome do software que
permite realizar desenho técnico. Os fundamentos permanecem, mas a
tecnologia evolui, e temos que nos adaptar constantemente para conti-
nuarmos atualizados.
Sim, aluno(a), a Unicesumar irá prepará-lo com uma excelente base cien-
tífica para que, no futuro, você seja capaz de utilizar os fundamentos nas
soluções dos problemas com as novas tecnologias. Durante meu projeto
final de curso, havia poucos recursos disponíveis. A prática resumia-se à
utilização de simulação, que é muito boa para o aprendizado. Porém, nosso
grupo queria produzir algo em “3D” (três dimensões). A solução foi buscar
um patrocínio. Procuramos várias empresas e conseguimos um montante
suficiente para montarmos uma bancada hidráulica com servomecanismos
controlados por computador. Foi uma realização ver os movimentos dos
equipamentos conforme os comandos do teclado de computador pessoal.
Todos os ensinamentos foram-me úteis para a vida toda: o trabalho em
equipe, a busca por recursos, a ajuda dos professores, o estudo de novos
assuntos, a concretização de uma ideia.
Nossa disciplina será sobre isso, sobre ter uma ideia, liderar uma equipe,
desenvolvê-la em grupo, ir para a rua, estabelecer o contato com o cliente,
aprender e realizar. Serão ensinamentos para a vida toda. Nosso livro é
composto por 5 unidades, assim encadeadas:
Na Unidade 1, serão apresentados os conceitos sobre empreendedorismos.
Você verá que o empreendedorismo não se limita aos casos conhecidos da
Apple com o Iphone e nem o Peixe Urbano, que promove compras coletivas
por intermédio do comércio eletrônico. Verá que é importante adotar com-
portamento voltado para o empreendedorismo e intraempreendedorismo.
Você se encontra em um novo contexto universitário, o da universidade
empreendedora, pois a sociedade espera que o esforço e o investimento
em Educação retornem na forma de resultados concretos. Já que estamos
tratando de um ambiente em constante mudanças, você conhecerá o signi-
ficado de uma startup. O perfil do empreendedor também será apresentado
para que você, em grupo, busque desenvolver as habilidades necessárias de
um empreendedor. O Brasil, reconhecido por sua criatividade, nos mostrará
um quadro sobre o que vem ocorrendo na área do empreendedorismo.
Na Unidade 2, teremos a oportunidade de pensar no modelo de negócio,
que é a estratégia para se estruturar a forma da startup atender as necessi-
dades e solucionar os problemas do cliente. Para isso, serão apresentados os
9 componentes do modelo de negócio. Nessa unidade, você irá se preparar
para ir para rua. Isso mesmo! As necessidades dos clientes serão descobertas
fora do prédio pela formulação das hipótese e execução de experimentos.
Como o modelo de negócio depende da visão do fundador, teremos que
exercer a liderança e trabalhar em equipe e é isso que você verá. Todos esses
tópicos estarão contidos nesta unidade.
Na Unidade 3, aprofundaremos o estudo sobre os clientes. Veremos como
identificar os segmentos de clientes e suas respectivas necessidades (ganhos)
e aspectos que os incomodam (dores), que são as propostas de valor. Como
levantamos hipóteses, veremos como elas são avaliadas pela execução de
teste. É importante compreender que a descoberta do cliente exige trabalho
de contato pessoal, daí apresentarmos os aspectos humanos da entrevista
com os clientes.

8 
Na Unidade 4, veremos os Canais do modelo de negócio, que servem para
levar a proposta valor aos clientes, durante o processo de desenvolvimen-
to do cliente. Ainda, terá a oportunidade de saber um pouco mais sobre
o Relacionamento com o Cliente e as formas para atraí-los, mantê-los e
expandi-los.
Na Unidade 5, conheceremos sobre as Parcerias Principais necessárias
para fornecer recursos ou complementar a capacidade da startup. Serão
também apresentados à Estrutura de Custo com seus componentes mais
importantes. Como o desenvolvimento do cliente envolve experiências,
você verá como testar a Solução Proposta junto ao cliente.
Caro(a) aluno(a), antes de iniciar os estudos, lembre-se do seguinte: você é
único, você é fantástico. Acredite que o trabalho em equipe, supervisionado
pelo time da Unicesumar, o surpreenderá, pois, ao final da disciplina, verá
o quanto é capaz de criar e de inovar. Você se tornará uma pessoa autocon-
fiante para empreender e solucionar problemas que lhe serão apresentados.
Sucesso! Conte conosco!
CURRÍCULO DOS PROFESSORES

Possui mestrado em Engenharia de Sistemas - Infor-


mática pelo Instituto Militar de Engenharia (1994),
graduação em Engenharia Mecânica e de Armamen-
to pelo Instituto Militar de Engenharia (1989) e gra-
duação em Infantaria pela ACADEMIA MILITAR
DAS AGULHAS NEGRAS (AMAN) (1979).

<http://lattes.cnpq.br/3967597911016291>

Me. Waldemar Barroso Magno Neto


Introdução ao
Empreendedorismo

15

Modelo
de Negócios

43
Modelo de Negócio:
Segmento de Cliente
e Proposta de Valor

73

Modelo de
Negócio: Canais
e Relacionamento

105

Desenvolvimento
de Cliente: Parcerias
Principais, Estrutura
de Custo e Avaliação
do Modelo de
Negócio

127
22 Tipos de Personalidade
46 Modelo de Negócios
92 Pirâmide
131 Hierarquia da Parceria
com Fornecedores

Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Me. Waldemar Barroso Magno Neto

Introdução ao
Empreendedorismo

PLANO DE ESTUDOS

Perfil do Empreendedor Startup Enxuta

Empreendedorismo e Universidade Empreendedorismo


Intraempreendedorismo Empreendedora no Brasil

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Compreender a importância do Empreendedorismo e • Identificar o papel da universidade na atividade empreen-


do Intraempreendedorismo para o desenvolvimento da dedora.
sociedade. • Caracterizar uma Startup Enxuta.
• Descrever o perfil do empreendedor. • Perceber a necessidade de se empreender no Brasil.
Empreendedorismo e
Intraempreendedorismo

Prezado(a) aluno(a), iniciaremos o estudo de nos-


sa disciplina Empreendedorismo. Espero que você
faça as ligações do que será apresentado com sua
realidade para que o estudo tenha significado -
isto é bastante importante.
Quando falamos de Empreendedorismo, é
comum as pessoas pensarem em invenções e em
grandes empreendedores, tal como Steve Jobs,
antigo presidente da Apple, que criou o Iphone.
Assim, pensa-se, a priori, que o ato de empreen-
der seja para poucos. Isso já aconteceu comigo
e acontece com muita gente. Na verdade, todos
podemos ser empreendedores e, para ser pre-
ciso, devemos ser empreendedores. Explicarei
o porquê.
Vejamos o mundo em que vivemos e nos-
sa sociedade. Pense em algum conhecido seu
que possuía determinado emprego e, por al-
gum motivo, não está mais realizando o mes-
mo tipo de trabalho, por extinção do cargo ou
por ter sido demitido de determinada função.
Há cerca de 10 anos, no meu local de trabalho, tronicamente por ele. Naturalmente, isso não
introduzimos o sistema de protocolo eletrônico foi feito e ele foi capacitado para assumir novos
em substituição ao manual. Assim, como era encargos.
chefe, passei a receber os documentos eletrôni- Então, observamos que, cada vez mais e rapida-
cos diretamente do emitente. Com isso, a pessoa mente, funções são extintas e há a necessidade de
que, anteriormente, era responsável por proto- se criar novas atividades. Por quê? Porque o cliente/
colizar os documentos, ficou sem função. Ainda paciente muda de ideia e passa a ter novas necessi-
me lembro de ele solicitar que fosse criada uma dades, a concorrência apresenta um diferencial com-
nova etapa para que o documento passasse ele- petitivo, o produto e o serviço se tornam obsoletos.

Significado de Empreendedorismo e de Intraempreendedorismo

Podemos entender o Empreendedorismo, segundo Dornelas (2017, p. 29), como “o envolvimento de


pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. A perfeita
implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso”.
O empreendedor deve ser apaixonado pelo que faz; deve ter iniciativa, utilizar recursos de modo cria-
tivo; assumir riscos, a fim de transformar o ambiente social e econômico onde vive (DORNELAS, 2017).
A oportunidade será aproveitada quando houver um produto ou serviço inovador, se criar um
produto ou serviço com desempenho melhor ou mais barato, ou se criar um novo mercado. Então,
como gerenciar este negócio? Com paixão e coragem para correr riscos calculados. Observem que
para se ter coragem, deve-se acreditar na sua ideia e ser apaixonado pelo que se deseja. Somente assim,
você poderá convencer alguém de que a mudança é necessária e vantajosa, além de superar possíveis
fracassos, inerentes ao enfrentar riscos (EISENMANN, 2013).
Há quatro tipos principais de riscos: de demanda, que diz respeito à prospecção do mercado po-
tencial que adotará a solução proposta pelo empreendedor; de tecnologia, relacionada à capacidade
de desenvolver os avanços tecnológicos para solucionar os problemas complexos que foram propostos;
de execução, referente à capacidade dos fundadores de atrair e contratar colaboradores e parceiros
capazes de implementar a visão do novo negócio; e de financiamento, correspondente à possibilidade
de obter capital externo suficiente para a implementação do negócio (EISENMANN, 2013).
Tenho trabalhado com engenheiros, alunos civis e militares de escola de Engenharia. Observo que eles
nos surpreendem pela criatividade e pela busca incessante pelo atendimento e pela solução do problema
do cliente. Ainda, têm coragem de mudar o modelo de negócio (pivotam) quando percebem que não estão
atendendo às necessidades dos clientes.
Veremos, a seguir, um pouco sobre o intraempreendedorismo, denominação de empreendedorismo
quando ele ocorre no interior de uma organização já existente.
Há vários conceitos sobre intraempreendedorismo e Istocescu (2006 apud MAIER; POP ZENOVIA,
2011, p. 972) o caracterizou muito bem quando escreveu que o funcionário poderá adotar o papel de
intraempreendedor, sob a supervisão de superior, e implementar práticas e sistemas inovadores, no
interior da organização, para melhorar o desempenho econômico organizacional.

UNIDADE 1 17
Vale a pena enfatizar que vocês são capazes de quando o produto ou serviço estiver em um es-
empreender. Muitas vezes, faltará apenas o apoio tágio que possa ser vendido. Para a criação de um
do superior funcional. Para isso, não desista de novo negócio, o fundador contará com o esforço
sua ideia. Em determinado momento, inúmeros pessoal e de outros sócios para que, com pequeno
fatores convergirão para ela ser colocada em prá- investimento, desenvolva o cliente e busque um
tica. Você poderá se tornar um empreendedor ou negócio sustentável.
intraempreendedor. Como você pode ver, o empreendedorismo é
Tive uma experiência quando eu dirigi uma passível de ser praticado por qualquer um, desde
organização militar de manutenção e fabricação. que esteja atento às oportunidades e esteja dis-
Logo que assumi a direção, identifiquei um en- posto a correr risco. E quais seriam estas oportu-
genheiro comprometido, motivado, competente, nidades? São aquelas relacionadas ao cliente com
que possuía mestrado em Engenharia de Produ- suas necessidades e suas dores. E os riscos, quais
ção. Passado um período, verifiquei a necessidade seriam? São aqueles inerentes ao investimento de
de se introduzir o Planejamento, Programação e recursos com a incerteza do retorno.
Controle da Produção (PPCP). Ao comentar com Como futuro profissional da saúde, você de-
ele, fiquei sabendo que já possuía dados estatísti- verá investir em seu próprio negócio, como em-
cos de tempos de processos internos de produção preendedor ou internamente em determinada
e que seria capaz de implementar, no curto prazo, empresa, como intraempreendedor, criando no-
o PPCP, pois havia preparado o processo quando vos produtos ou novos serviços, pois, nesta área,
fez uma disciplina da pós-graduação, porém não temos lançamentos de equipamentos e produtos
foi possível implementar na época. Com conhe- constantemente.
cimento disso, dei todo o apoio para a adoção da Você já deve ter ouvido falar sobre resistência
nova prática de planejamento. Após a introdução a mudanças, pois bem, quem toma a iniciativa de
do novo modelo, chegamos a ter um aumento de criar algo enfrenta a descrença de outras pessoas,
produtividade em determinado processo em cer- pelo desconhecimento ou pelo medo de mudan-
ca de 500%. Isso ocorreu há mais de 10 anos e, até ça do status quo. Para minimizar essa descrença,
hoje, o modelo de planejamento está em utilização pense grande e comece pequeno. Faça experiên-
na organização e já foi aperfeiçoado. cias e mude o plano, se necessário, em função da
Sobre risco, deve-se minimizá-lo na fase inicial aprendizagem obtida.
do negócio, a fim de evitar o dispêndio desneces- Muitas vezes esta resistência é devido ao fato
sário de recursos até que o negócio se sustente. de já estar trabalhando na área a muitos anos, mas
Na empresa, muitas vezes na fase inicial, o cola- devemos lembrar que somar a experiência clínica
borador toma a iniciativa de um novo negócio e com novos saberes é fundamental para se manter
nem mostra a seu chefe. O chefe ficará sabendo no mercado.

18 Introdução ao Empreendedorismo
Similaridades e Diferenças uma pessoa que acredita que o empreen-
Entre Empreendedorismo e dimento é viável.
Intraempreendedorismo • Um e outro necessitam ter proatividade
e persistência.
Adiante, veremos algumas diferenças e similari- • Em ambos, deve-se aprender ao longo da
dades entre Empreendedorismo e Intraempreen- implementação e mudar rumos em fun-
dedorismo (MORRIS; KURATKO, 2000 apud ção do aprendizado adquirido.
MAIER; POP ZENOVIA, 2011). • Em ambos deve-se criar valor e prestar
contas ao cliente.
• Em ambos, há riscos que devem ser ge-
Similaridades renciados, a fim de serem superados e
• Em ambos os processos há a identificação minimizados.
de oportunidades. • Em ambos, deve-se vender a ideia para
• Os dois exigem um conceito inicial de captar recursos.
negócio que tomará a forma de produto, • Em ambos exige-se que o empreen-
processo ou serviço. dedor desenvolva estratégias criativas
• Nos dois casos, há um indivíduo ou uma para captar recursos para alavancar o
equipe movida pela paixão, liderados por negócio.

Diferenças
Quadro 1 - Diferença entre Empreendedorismo e Intraempreendedorismo

Quanto a: Empreendedorismo Intraempreendedorismo


1. Visão A visão do negócio é do próprio em- O empreendimento deve estar
preendedor. alinhado com a visão da empresa.
2. Risco O empreendedor corre seu próprio O risco é da empresa e da carreira
risco. do intraempreendedor.
3. Recompensas As recompensas não são limitadas, pois As recompensas são limitadas ao
empreendedor é o próprio dono do que é determinado pelo empre-
negócio. Só dependem dos ganhos do gador.
empreendimento.
4. Fracasso O fracasso pode ser o desaparecimento O fracasso do novo negócio pode
da empresa, pois ela é bastante sensível até ser absorvido pelo tamanho
ao risco. da empresa.
5. Influência A iniciativa é muito influenciada pelo É pouco influenciada pelo am-
do ambiente ambiente externo, pois está diretamen- biente externo, pois ela está mais
te ligada a ele. isolada do ambiente.
Fonte: Morris e Kuratko (2000 apud MAIER; POP ZENOVIA, 2011).

UNIDADE 1 19
Perfil do
Empreendedor

Aluno(a), como vimos na parte inicial desta disci-


plina, o Empreendedorismo e o Intraempreende-
dorismo tratam de mudanças empreendidas por
pessoas que aproveitam oportunidades, enfrentam
riscos e modificam negócios para melhor atender
os clientes.
Pois bem: qual seria o perfil desta pessoa capaz
de empreender em um novo negócio próprio ou
interno a uma organização?
Mais uma vez, passarei uma experiência própria
para mostrar que, embora tenhamos definições de
perfis do empreendedor, você é capaz de empreen-
der, principalmente se for preparado e se houver
um ambiente favorável.
Ainda me lembro que, quando, pela primeira
vez, dirigi uma organização, tinha o desejo de me
realizar. Fazer algo útil e ter a satisfação do dever
cumprido. Foi uma unidade do Exército Brasileiro
de manutenção de blindados e de fabricação de pe-
ças e componentes de uniforme de campanha. Por
ser uma organização militar, pressupõe-se que deva
seguir diretrizes, ordens, orientações de superiores
hierárquicos.
E como ser empreendedor se não recebi a ordem
para sê-lo? Primeiramente, seguindo os princípios e
os valores de nossa instituição. Um deles é o de ser-

20 Introdução ao Empreendedorismo
vir. Daí, eu mesmo me dei a ordem de liderar a organização, de modo a Vocação
ela servir com qualidade as organizações militares apoiadas. Ordenei a Empreendedora
mim mesmo utilizar o estado da arte em gestão e empreender, inovar,
transformar, enfim, realizar-me, fazer algo que fosse significativo. Uma das teorias sobre o perfil
À época, adotamos um modelo tradicional para a produção em empreendedor é a Vocacional.
série e para a manutenção. Mais uma vez, consultei aquele engenheiro Holland (1997), em seus es-
competente, comprometido e ele me recomendou estudar o Sistema tudos, caracterizou as pessoas
Toyota de Produção. Após o estudo, selecionei pessoas motivadas e, por suas semelhanças a 6 (seis)
juntos, introduzimos esse sistema no Parque Regional de Manutenção tipos de personalidades: Rea-
da 5ª Região Militar em Curitiba. lista, Investigativo, Artísti-
É lógico que tive todo apoio de meus chefes, pois o Exército é uma co, Social, Empreendedor,
instituição de Estado, que depende do apoio do escalão superior em e Convencional, como você
termos de recursos e de colocação de pessoal. poderá ver logo a seguir na Fi-
Como líder, temos algumas obrigações. Uma delas é proporcionar gura 1. Quanto mais a pessoa se
condições para que nossos subordinados (colaboradores) estejam assemelha a um tipo, mais ela
motivados, pois a motivação é o combustível para o trabalho bem vai procurar trabalhar naquela
feito. No empreendedorismo, somente pessoas motivadas serão ca- área. Assim, uma pessoa com a
pazes de estarem atentas às oportunidades e dispostos a correr risco personalidade empreendedora
com determinado objetivo. Somente pessoas que acreditam no que buscará empreender e montar
estão fazendo são capazes de liderar equipes. Então, para falarmos novos negócios.
do perfil do empreendedor, temos que falar de motivação, liderança, Como estamos falando de
confiança e de capacidade. ambiente favorável, no traba-
lho também haverá ambien-
tes caracterizados por aqueles
6 (seis) tipos, ou seja: Realista,
Investigativo Investigativo, Artístico, So-
cial, Empreendedor e Con-
vencional. Assim, obtemos as
Realista Artístico condições favoráveis ao em-
preendedorismo quando há a
paridade entre ambiente em-
preendedor e a personalidade.
Outro aspecto a ser lembra-
Convencional Social
do é que a personalidade não se
limita a apenas um tipo dentre os
6 (seis). Normalmente, um pre-
Empreendedor
domina e, ainda, estão visíveis e
presentes mais 2 (dois). A com-
binação desses três determina
Figura 1 - Modelo Hexagonal dos 6 (seis) tipos de Personalidade a própria escolha da profissão.
Fonte: Holland (1997).

UNIDADE 1 21
Elétrica, predomina o tipo Investigativo, seguido de Realista e
Empreendedor (HOLLAND, 1997, p. 269). Pode-se inferir que o
engenheiro será emprendedor se houver um ambiente favorável
a esse comportamento.
As linhas internas que ligam os vértices representam possibi-
lidades de predominância de tipos de personalidades. Observe o
exemplo do Engenheiro de Produção. Há ligação de Empreende-
dor a Investigativo, por uma linha interna e entre Investigativo e
Convencional.
Pessoas com personalidade empreendedora possuem as seguin-
tes características: preferência por atividades que permitam liderar
equipes, destinadas a traçar objetivos organizacionais que tragam
ganhos econômicos. Seu comportamento é voltado para a liderança,
Tipos de Personalidade relacionamento interpessoal, competência para persuadir, habili-
dade para falar em público, elevada autoestima, competência para
Como a personalidade é única, solucionar problemas.
constata-se, também, que carac-
terísticas dos 6 (seis) tipos estão
presentes na personalidade em Capacidade Criativa
maior ou menor grau.
Para lembrar, vocês escolhe- Relembrando a ideia que temos de que o empreendedor é um super
ram uma área de atuação que homem, já começamos a compreender que é possível empreender,
pressupõe um perfil empreen- desde que haja um ambiente favorável para desenvolvermos nossas
dedor, pois o seu curso se des- potencialidades.
tina a solucionar problemas da Como já visto, há a necessidade de o empreendedor ser criativo
sociedade com criatividade e para encontrar uma solução única para um problema inédito. Ro-
coragem para correr riscos. bison (2011, p. 3-4) declarou: “o meu ponto de partida é que todo
Segundo o modelo de Hol- mundo tem vasta capacidade criativa como resultado natural de ser
land (1997, p. 270), na carreira um ser humano. O desafio é desenvolvê-los. A cultura da criativida-
de Engenheiro de Produção, de tem que envolver a todos”. Como vemos, a cultura da criatividade
em um teste vocacional, há a envolve todos e não uns poucos selecionados.
predominância do tipo Em- Outro aspecto a ser destacado é a Era que vivemos. De forma
preendedor, seguido de Investi- simplificada, progredimos de uma sociedade agrícola para a so-
gativo e de Convencional. Tam- ciedade de trabalhadores industriais - e dela para os trabalhadores
bém estão presentes os outros da era do conhecimento. Atualmente, estamos progredindo para a
3 (três) tipos em menor grau. era da sociedade dos inventores e empáticos, que é a era conceitual,
Já para outras profissões como onde se enfatiza o uso do lado direito do cérebro, que é não-linear,
Engenharia Civil e Engenharia e instintivo (PINK, 2006).

22 Introdução ao Empreendedorismo
Características dos Empreendedores e
Intraempreendedores de Sucesso

Nos itens a seguir, você verá quais são os traços • Ficam ricos: acreditam que o dinheiro não
que definem o perfil do empreendedor e do in- seja o objetivo principal.
traempreendedor de sucesso. • São líderes e formadores de equipes: sa-
bem que a liderança é fundamental. Tam-
Empreendedores de Sucesso bém sabem, muito bem, formar e liderar
equipes. Possuem a humildade de buscar
Dornelas (2017) apresenta 16 (dezesseis) caracte- ajuda em áreas que não dominam. Possuem
rísticas dos empreendedores de sucesso, conforme capacidade de identificar e atrair talentos.
mostrado a seguir: • São bem relacionados (networking):
• Visionários: possuem visão de futuro e ha- são habilidosos em identificar e construir
bilidade para implementar suas aspirações. redes de relacionamento, a fim de empre-
• Sabem tomar decisões: tomam decisões gá-las na formação de parcerias, no rela-
oportunas e as implementam de imediato. cionamento como os clientes, no contato
• São indivíduos que fazem a diferença: com fornecedores.
agregam valor aos produtos e/ou serviços • São organizados: para atingir os objetivos
que disponibilizam aos clientes. do negócio, sabem captar e alocar pessoas,
• Sabem explorar ao máximo as oportu- recursos tecnológicos e financeiros.
nidades: são curiosos e atentos às infor- • Planejam, planejam e planejam: com
mações que as transformam em conheci- base na visão do negócio, os empreende-
mentos para aproveitar as oportunidades dores planejam suas ações e as atualizam
em seus negócios. conforme o aprendizado ao longo da exe-
• São determinados e dinâmicos: com- cução dos planos.
prometem-se com suas ações e as imple- • Possuem conhecimento: possuem capaci-
mentam. dade de aprender continuamente pelo estu-
• São dedicados: são pessoas comprometi- do teórico e pela prática. Não se restringem
das com valores e seus encargos. Dedicam- a aprender por conta própria. Buscam os
-se e sabem conciliar demandas familiares, conhecimentos necessários pelo autoaper-
de saúde e de trabalho. feiçoamento em cursos, com outras pessoas.
• São otimistas e apaixonados pelo que • Assumem riscos calculados: esta, talvez,
fazem: a paixão pelo que fazem é o com- seja umas das características mais eviden-
bustível para superar as dificuldades e tes do empreendedor. Ele possui capaci-
enfrentar os riscos. Acreditam em seus dade para identificar o risco de modo a
objetivos e conseguem vender suas ideias. gerenciá-lo, a fim de se ter chances reais
• São independentes e constroem o pró- de sucesso.
prio destino: querem criar algo novo e • Criam valor para a sociedade: usam sua
liderar a conquista de seus objetivos. Natu- criatividade para melhorar a vida das pes-
ralmente, contam com apoio de parceiros, soas, pela geração de empregos, inovação,
superiores e membros da equipe. oferta de bens e serviços.

UNIDADE 1 23
Intraempreendedores
de Sucesso

Govindarajan e Desai (2013, on-line) estudaram


O Sebrae editou um vídeo que apresenta 10 o intraempreendedorismo em diversas empresas.
características do empreendedor, e é interes- Segundo eles, muitos dos intraempreendedores
sante porque complementa e reforça conceitos deixam as empresas sem que tenham implementa-
aqui apresentados. do suas ideias inovadoras por falta de oportunida-
Para saber mais, acesse link disponível em: des. Sabendo que eles são capazes de transformar
<https://www.youtube.com/watch?v=xfIU6oukqes>. uma organização, os autores elencaram padrões
de comportamento, mostrados a seguir, que per-
mitem reconhecê-los, desenvolvê-los e mantê-los.

O dinheiro não Vislumbram a


é a medida de estratégia
recompensa para eles
Estão sempre pensando no
Eles desejam ser influentes com li- futuro e quais serão os próximos
berdade e o dinheiro não é sua prin- passos no processo de mudança.
cipal motivação. São proativos, adoram aprender e
colocam em prática suas ideias.

Possuem Características
pensamento visual de Intraempre- Eles pivotam
endedores
Eles buscam continuamente de sucesso: Essa característica de pivotar
as soluções para os empreen- demonstra humildade para
dimentos de várias maneiras. reconhecer que o processo não
Consideram as vantagens e está atendendo as expectati-
desvantagens das linhas Concentram nas vas, capacidade de apren-
de ação e decidem visões dizado com uma nova
pela mais apro- ação, espírito de
priada. Os intraempreendedores são fo- decisão para
cados em suas visões. Passam gran- mudar.
de parte do tempo pensando em como
irão solucionar os problemas e necessidades
dos clientes para colocar em prática seus proje-
tos na primeira oportunidade.

24 Introdução ao Empreendedorismo
Universidade
Empreendedora

Prezado(a) aluno(a), já que estamos tratando de


empreendedorismo, vale a pena conhecermos o
papel da universidade e, naturalmente, os reflexos
em sua educação.
Como sabemos, na década de 50, a formação de
profissionais desenvolvia a capacidade de realizar,
de produzir, por intermédio do desenvolvimento
de habilidades individuais e interpessoais. Para
se ter ideia de como o mundo contemporâneo
mudou, o Instituto Militar de Engenharia, neste
período, lançou foguetes, como projeto final de
curso de alunos do curso de graduação. Passados
cerca de vinte e cinco anos, quando me formei em
1989 como Engenheiro Mecânico e Armamento,
não lancei foguetes. Nossos projetos eram volta-
dos, principalmente, para simulação e testes em
laboratórios.
Atualmente, as exigências são muito maiores e
a sociedade cobra a formação de profissionais em-
preendedores, que sejam capazes de, com base em
uma forte base científica, conceber, desenvolver,
implementar e operar sistemas complexos, por
intermédio do desenvolvimento de habilidades
individuais e interpessoais. Isso porque, no futuro,
vocês encontrarão desafios que são desconheci-
dos atualmente.

UNIDADE 1 25
A Inovação Tecnológica

A inovação tecnológica subentende a introdução de novos produtos


ou serviços no mercado. Schumpeter (1911 apud FIGUEIREDO,
2009, p. 30-31) defendeu que a inovação envolve “a introdução de
novos produtos e métodos de produção, abertura de novos merca-
dos, desenvolvimento de novas fontes provedoras de matérias-pri-
mas e outros insumos e criação de novas estruturas de mercado”. É
importante destacar que a inovação tecnológica só ocorrerá quando
o produto ou serviço estiverem sendo comercializados.
Poderá acontecer de duas formas: incremental ou disruptiva.
A incremental ocorre quando, de forma progressiva, o produto
ou serviço modifica seu desempenho. Como exemplo, temos o
iphone. Quando ele foi lançado, foi mostrada a convergência de
funções: ipod, telefone e internet. Isto é uma inovação disruptiva,
pois traz algo que não existia. Com o passar do tempo, o iphone
recebe inovações que fazem com que ele evolua e passe a ser carac-
terizado como nova versão, portanto, isto caracteriza a inovação
incremental.

A Tripla Hélice

Etzkowitz e Leydesdorff (1995) descreveram que a eficácia da ob-


tenção da inovação tecnológica passaria pela participação de 3 (três)
entidades: o governo, a universidade e a indústria, daí o motivo de
o modelo ser denominado Tripla Hélice. A conjunção de esforços
dessas entidades é que geram a inovação tecnológica.
Se observarmos as competências e capacidades de cada uma,
veremos que elas podem ser complementares. O governo tem a
capacidade de implementar políticas de incentivos fiscais, ofertar
empréstimos e realizar aquisições em escala. A indústria possui
infraestrutura capaz de transformar bens e serviços. A universidade,
por sua vez, possui um corpo docente e discente capazes de conduzir
pesquisas básicas e aplicadas. A conjugação de esforços em uma
mesma direção permite que se obtenha a inovação tecnológica.

26 Introdução ao Empreendedorismo
GOVERNO INDÚSTRIA

UNIVERSIDADE

Figura 2 - Tripla Hélice: Universidade, Indústria e Governo


Fonte: Etzkowitz e Leydesdorff (1995).

A Universidade
Classe Mundial

Quando assumi o Comando (também na fun- mesmo com menos recursos financeiros em relação
ção de reitor) do Instituto Militar de Engenha- às estrangeiras, foram preparados com capacidade
ria (IME), em maio de 2014, recebi alunos que de se integrarem em igualdade de condições com
vieram do exterior por terem participado do alunos das melhores universidades do mundo.
Programa do Governo Federal denominado Além disso, trouxeram sugestões para que me-
Ciência sem Fronteiras. Nossos alunos tiveram lhorassem a nossa Educação (por isso que acredito
a oportunidade de frequentar universidades de em vocês e nessa geração), no que fosse aplicável,
todas as partes do mundo. Por serem capazes utilizando as melhores práticas daquelas universi-
e comprometidos, vieram com sugestões para dades que são classificadas como Classe Mundial e
melhoria da Educação do nosso IME. O inte- também Universidades Empreendedoras.
ressante é que eles, no início do programa da- De forma simplificada, as universidades clas-
quelas universidades, tiveram dificuldades na se mundial são aquelas que, segundo Altbach e
aplicação dos conhecimentos para a condução Salmi (2011), possuem Abundância de Recursos,
de projetos e de experimentos em laboratórios. Governança Favorável e Concentração de Talento:
Entretanto, em pouco tempo, já se equipararam Abundância de Recursos está relacionada à
aos alunos estrangeiros na solução de proble- oferta de recursos e à alta qualidade do ensino e
mas, com a “vantagem” de possuírem níveis da pesquisa.
mais elevados no conhecimento das ciências Já a Governança Favorável permite o exer-
fundamentais (Física, Matemática, Química, cício da liderança, a capacidade de se estabelecer
Ciências da Computação). a visão estratégica, a inovação e a flexibilidade
Também achei interessante que eles me relata- para se tomar e gerenciar recursos decisões sem
ram que sentiram orgulho de nossa instituição, pois, entraves burocráticos.

UNIDADE 1 27
A Concentração de Talentos diz respeito aos missões: desenvolvimento econômico e social,
integrantes da universidade: alunos, professores, além do ensino e da pesquisa.
pesquisadores, pessoal da administração. Na universidade empreendedora, os profes-
sores buscam projetos junto a empresas, recebem
financiamentos para pesquisa e produzem bens
A Universidade e serviços. O montante envolvido, muitas vezes,
Empreendedora é elevado. Os alunos participam dos projetos e
passam a ter a oportunidade de conhecer sobre
Caro(a) aluno(a), você observa inúmeras univer- finanças e necessidades dos clientes. Frequente-
sidades e constata que algumas delas possuem um mente, o conhecimento gera o registro de paten-
excelente ensino, outras uma excelente pesquisa e tes, que podem ser comercializadas.
ainda há aquelas que produzem bens e serviços para Na área da saúde, por exemplo, podemos fazer
a sociedade. A universidade que executa esses três parcerias com indústrias de cosméticos, cosme-
papéis é denominada Universidade Empreendedora. cêuticos, equipamentos elétricos e não elétricos
Etzkowitz (2003), que formulou a teoria sobre e todos os outros recursos que são utilizados no
a tripla hélice, posteriormente, escreveu sobre atendimento clínico, auxiliando com projetos
a universidade empreendedora. Segundo ele, que melhore os insumos usados na área, bem
houve duas revoluções acadêmicas. A primeira, como ampliando o conhecimento do acadêmico.
no final do século 19, quando a universidade Há, ainda, a possibilidade de se criar novas em-
passou a ter também a missão de realizar pes- presas, por alunos, durante o curso de graduação.
quisa. A segunda revolução ocorreu quando se São as incubadoras de empresas. A universidade dá
tornou empreendedora e promotora, também, todo suporte técnico, jurídico, financeiro, quando o
de desenvolvimento econômico. aluno decide abrir seu próprio negócio. Uma outra
A Universidade somente voltada para o Ensi- iniciativa que tem dado excelentes resultados é a
no preserva e dissemina o conhecimento. Já a de empresa júnior da universidade, em que os alunos
Pesquisa possui as duas missões: ensino e pesqui- a administram como uma entidade privada. Essas
sa; e a Universidade empreendedora possui três empresas prestam serviços para clientes externos.

Muito se tem discutido sobre a qualidade do ensino a distância. Percebi que existe preconceito em
relação ao aprendizado e gostaria de dizer que o aprendizado do conteúdo dependerá muito da
dedicação de vocês. Existe um outro desafio que vocês devem se preocupar que é o de desenvolver
valores. Lembrem-se de que, para serem empreendedores, vocês deverão trabalhar em equipe e isso
depende muito do convívio e do contato pessoal. Não se esqueçam de expandir valores e habilidades
interpessoais, elas são bastante exigidas durante o período acadêmico e muito mais na vida profissional.

28 Introdução ao Empreendedorismo
Startup
Enxuta

Caro(a) aluno(a), neste tópico, teremos uma pe-


quena visão sobre o que significa uma Startup
para que, ao longo de nossa disciplina, vocês
possam compreender que uma Startup não é
uma empresa pequena e sim uma organização
temporária. Por outro lado, serão utilizados, tam-
bém, conceitos relacionados a uma empresa já
constituída.
Os casos de sucesso são divulgados e, às ve-
zes, parece que só podem ser alcançados se fo-
rem empreendidos por pessoas iluminadas, que
seguem apenas suas intuições e que podem des-
prezar as restrições do ambiente externo. Apenas
um exemplo para mostrar que não é possível ter
toda esta liberdade, para se abrir uma empresa
tem que seguir as regras municipais. Para con-
tratar um colaborador, tem que seguir as regras
trabalhistas. Parece que há mais casos de sucesso
do que fracassos com novos empreendimentos,
pois esses últimos não chamam a atenção de no-
vos empreendedores. Contudo, há muitos casos
de fracasso de novos negócios.
Por outro lado, verifica-se que há abordagens
sistematizadas para se conduzir os negócios com
as Startups Enxutas e é isto que veremos em nossa
disciplina.

UNIDADE 1 29
O conceito Startup Enxuta se originou da Manufatura Enxuta, que é um modelo de gestão originário
no Japão com o Sistema Toyota de Produção. Esse modelo adota o princípio de melhoria contínua pela
redução de desperdício. A valorização das pessoas por suas ideias proporciona ganhos na produção.

A Startup Enxuta,
segundo Ries

Segundo Ries (2012, p. 24),“uma Startup é uma insti- A questão da incerteza, presente em uma Star-
tuição humana projetada para criar novos produtos tup, também está presente em outros negócios.
e serviços sob condições de extrema incerteza.” A abordagem de montagem de uma Startup irá
Com esse entendimento simples e abrangente, prepará-los para trabalhar com incertezas. Esses
o autor nos deu a flexibilidade para nos sentirmos conhecimentos também serão úteis para outros
empreendedores, caso criemos novos produtos ou modelos de negócios tradicionais, pois também
serviços sob condições extremas de incertezas. Isso trabalham com incertezas.
é muito bom para a autoestima.
Também está aberta ao tipo de negócio: pode ser
uma instituição pública ou privada. Da instituição Definindo Startup, Segundo
pública pode ser uma organização civil ou militar. Steve Blank e Bob Dorf
Pode ser um pequeno ou um grande negócio. Pode
ser empreendedorismo interno (intraempreende- Blank entende que “Startup é uma organização
dorismo) ou externo. Também é admissível uma temporária em busca de um modelo de negócio
instituição com ou sem fim lucrativo. Pode ser com escalável, recorrente e lucrativo” (BLANK; DORF,
pequeno ou grande investimento. 2014, p. 17).
Por ser uma instituição, deve estar dentro da lega- No início, o modelo de negócio de uma Star-
lidade - seguir todos os instrumentos legais exigidos tup não tem clientes e nada se sabe sobre eles. As
para se criar uma empresa. A burocracia deve ser Startups se dividem em quatro categorias básicas,
entendida como regras que garantem a segurança conforme elas:
no negócio. • lançam um novo produto em um mercado
A criação de novos produtos e serviços também existente;
nos dá flexibilidade, pois pode abranger produtos de • lançam um novo produto em um novo
alta tecnologia, como serviços ou processos inovado- mercado;
res. Você, na sua empresa, na sua comunidade, pode • lançam um novo produto em um mercado
criar novos produtos que facilitem, por exemplo, a existente e tentam ressegmentá-lo como
mobilidade de pessoas idosas. Pode criar proces- um operador de baixo custo;
sos ágeis para se ter acesso a refeições caseiras. Da • lançam um novo produto em um mercado
mesma forma que pode criar um novo sistema de existente e tentam ressegmentá-lo como
comunicação rápido e barato. um operador de nicho.

30 Introdução ao Empreendedorismo
Uma Startup deve compreender bem as necessi- do cliente, se somos essenciais para os clientes,
dades do cliente (aquilo que lhe traz benefício e conhecemos bem nosso produto para que ele seja
o que elimina a dor). O conhecimento do clien- rentável e se as vendas são escaláveis.
te deve ser rápido, a fim de que, se necessário, o Prezado(a) aluno(a), veremos uma breve en-
modelo de negócio seja modificado, também, trevista com o professor Aderson Passos, profes-
rapidamente. Não se deve ter medo de errar, pois sor da disciplina Empreendedorismo do Instituto
são os erros que trazem a aprendizagem e evitam Militar de Engenharia (IME), sobre o significado
prejuízos futuros com a não aceitação pelo preço de uma Startup, diferença de uma empresa tradi-
ou por suas características. Deve estabelecer um cional e sua importância para a nossa disciplina.
processo de venda para o cliente e um modelo
financeiro que traga rendimento.
Deve-se medir o progresso do desenvolvimen-
to de uma Startup. Para isso, há a necessidade de Tenha sua dose extra de
se entender bem o cliente, saber quanto ele está conhecimento assistindo ao
disposto a pagar pela solução do seu problema, vídeo. Para acessar, use seu
quais são os diferenciais competitivos do nosso leitor de QR Code.

produto, quais são as necessidades prioritárias

UNIDADE 1 31
Empreendedorismo
no Brasil

Caro(a) aluno(a), veremos, a seguir, um pouco


sobre o empreendedorismo no Brasil. Nosso país
passou por vários momentos e se observarmos
meados da década de 80 e até meados da década
de 90, veremos que o país viveu uma crise econô-
mica com elevada inflação, dificultando investi-
mentos na atividade produtiva. Foi justamente
nesta época que o Brasil iniciou seu movimento
de empreendedorismo. A criatividade típica do
brasileiro permite ao governo adotar iniciativas
de incentivos fiscais, investimentos, capacitação
de pessoal, que têm desdobramentos rentáveis na
atividade empreendedora.

Um Pouco da História do
Empreendedorismo no Brasil

Pelo Decreto n⁰ 99.570, de 9 de outubro de 1990,


o Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média
Empresa (Cebrae) foi desvinculado da administra-
ção pública federal e passou a ser designado como
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae). Pelo Art. 2º, compete ao Sebrae
planejar, coordenar e orientar programas técnicos,
projetos e atividades de apoio às micro e peque-

32 Introdução ao Empreendedorismo
nas empresas, em conformidade com as políticas em instituições de ensino superior. Pela lei 13.267,
nacionais de desenvolvimento, particularmente as que Disciplina a criação e a organização das as-
relativas às áreas industrial, comercial e tecnológi- sociações denominadas empresas juniores, com
ca. Esta iniciativa trouxe liberdade de ação para o funcionamento perante instituições de ensino
órgão e ele tem contribuído com a capacitação de superior, os alunos matriculados em cursos de
empreendedores com conhecimentos relacionados graduação poderão criar empresa júnior com a
a empreendedorismo, montagem de modelo de finalidade de executar projetos para o desenvol-
negócio e abertura de empresa vimento de habilidades para desenvolver projetos
Uma outra iniciativa foi a criação da Sociedade junto a clientes externos à universidade, por in-
Brasileira para Exportação de Software (Softex) termédio da prática de sua profissão. Essa prepa-
(2017), criada em 1996, Organização Social Civil ração para o mercado de trabalho contribui para
de Interesse Público (OSCIP) que desenvolve ações o desenvolvimento de empreendedores.
para promover a melhoria da competitividade da Caro(a) aluno(a), acabamos de ver nossa pri-
Indústria Brasileira de Software e Serviços de TI meira unidade didática: Introdução ao Empreen-
(IBSS), bem como a disponibilidade de recursos dedorismo. Se pudesse resumir o que esperamos
humanos qualificados, tanto em tecnologias como de você, eu diria que gostaria que tivesse autocon-
em negócios. Gestora do Programa para Promoção fiança para empreender. Primeiro, como vimos,
da Excelência do Software Brasileiro – Programa empreendedorismo significa que pessoas utilizam
Softex, considerado prioritário pelo Ministério da suas ideias e aproveitam oportunidades para via-
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações bilizar um negócio de sucesso. Vimos, também,
(MCTIC). Capacita empreendedores para o desen- que elas devem ser apaixonadas pelo que fazem
volvimento de negócios inovadores. Contribui com e estarem dispostas a correr riscos.
a abordagem da tripla hélice, integrando indústria, Na sequência, falamos sobre os empreende-
governo e universidade. dores, que conduzem negócios próprios, e os
Outro movimento que tem contribuído com o intraempreendedores, que lideram empreendi-
crescimento do empreendedorismo é o da criação mentos internos à organização que eles traba-
de incubadoras de empresas, que dão suporte aos lham. Embora sejam ações distintas, dentre outras,
empreendedores para viabilizar a transformação possuem similaridades como seus agentes serem
de uma ideia inovadora em produto utilizado pelo movidos pela paixão, possuem proatividade e per-
consumidor. Disponibiliza infraestrutura, suporte sistência, além de voltarem seus negócios para os
técnico, orientação quanto a assuntos financeiros e clientes. Por outro lado, têm diferenças como a
jurídicos. Acompanhamento das iniciativas quanto visão que para o empreendedor é a própria e do
ao modelo de negócio da empresa. intraempreendedor é a da empresa. Além disso,
A iniciativa do ensino de empreendedorismo as recompensas para o empreendedor dependem
se disseminou em diversas universidades. Ele visa do sucesso dele e a do intraempreendedor do que
fornecer ferramentas e práticas para que se crie a a empresa estabelecer.
cultura empreendedora e a competência para se Após esses conceitos, vimos um pouco mais
criar novos negócios ou modificarem seus am- sobre o perfil do empreendedor e intraempreen-
bientes de trabalho. dedor. Contudo, também mostramos que todos
O Brasil possui um movimento das empresas nascem com capacidade criativa e que ela pode-
juniores que promove a cultura empreendedora rá ser colocada em prática se houver ambiente

UNIDADE 1 33
favorável. Sobre a vocação, há
seis tipos e um deles é o tipo
empreendedor. Para o perfil,
podemos citar como presentes:
a determinação, dinamismo,
otimismo, paixão pelo que faz,
liderança. Como se vê, todas
estas habilidades são passíveis
de vocês desenvolverem na Uni-
cesumar, pois ela se dedica a ser
uma Universidade Empreende-
dora. Com vimos nesta unidade,
as universidades modificaram
seus conceitos passando pela
fase inicial de transmitir os co-
nhecimentos, desenvolver pes-
quisa e, atualmente, empreende-
dora, a qual se dedica a também
entregar produtos e serviços
para a sociedade no conceito da
tripla hélice, que reúne Gover-
no, Indústria e Academia.
Mais adiante, vimos o con-
ceito da Startup, que trata de
um agrupamento humano que
cria produtos ou serviços em
ambiente com muitas incerte-
zas, como é o mundo atual. Para
enfrentar estes desafios, vocês
viram que o Brasil conta com
o Sebrae, dentre outros órgãos,
para capacitar e incentivar o
empreendedorismo e as univer-
sidades com suas incubadoras e
cursos de empreendedorismo,
como este que vocês iniciaram.
Assim, quero dizer que acre-
ditamos e desejamos o sucesso
de vocês. Contem conosco.
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.

1. Como visto nesta unidade, o empreendedorismo e intraempreendedorismo


possuem similaridades e diferenças. A seguir, serão apresentadas algumas
afirmativas sobre o tema. Imagine que você seja um colaborador de uma em-
presa instalada e que seu colega tenha a intenção de iniciar um negócio. Sobre
as afirmativas a seguir, você considera como sendo Falsa (F) ou Verdadeira (V).
(( ) Ambos estarão correndo o mesmo risco, pois o ambiente externo é de mu-
danças rápidas e de grande risco.
(( ) Você e seu colega deverão ter uma boa liderança e paixão pelo negócio para
poderem transmitir segurança e superar os desafios do empreendimento.
(( ) Você não precisa ser proativo e nem ser persistente, mas seu colega sim. Isso
porque caberá ao seu chefe dizer o que você deve fazer, enquanto que seu
colega deverá tomar a iniciativa.

Assinale a alternativa correta:


a) V-V-V.
b) F-F-F.
c) V-F-V.
d) F-V-F.
e) F-F-V.

2. Você pretende se tornar um empreendedor, mas está em dúvida se possui perfil


ou não. Com base nas Características dos empreendedores e intraempreen-
dedores de sucesso de Dornelas (2017), como você poderia justificar esta sua
vocação? Escreva um texto de 10 a 15 linhas.

35
3. Caro(a) aluno(a), determinada universidade pretende se tornar uma universida-
de classe mundial e empreendedora. Com base no que foi apresentado nesta
unidade, você considera como sendo Falsa (F) ou Verdadeira (V), as seguintes
afirmativas?
(( ) Ela deve ter um ensino de qualidade para atrair professores e alunos de qua-
lidade.
(( ) Ela só deve realizar pesquisa que produza bens e serviços para a sociedade.
(( ) Os alunos só poderão participar de pesquisas se forem abrir suas próprias
empresas.
(( ) A universidade deverá integrar com indústria para desenvolver a inovação
tecnológica.

Assinale a alternativa correta:


a) V-F-V-F.
b) F-V-F-V.
c) V-F-F-V.
d) F- F-V-V.
e) V-V-F-V.

36
LIVRO

A Estratégia do Oceano Azul – como criar novos mercados e tornar a con-


corrência irrelevante
Autor: W. Chan Kim; Renée Mauborgne
Editora: Campus, Rio de Janeiro
Sinopse: o livro é um fenômeno global com a venda de mais de 3,6 milhões de
cópias no mundo. O autor estudou o sucesso de inúmeras empresas ao longo
do tempo e concluiu que o melhor para se estabelecer não é entrar e combater
em um mercado já existente, que seria o “oceano vermelho” (sangrento), mas
sim descobrir um mercado potencial com grande chance de crescimento, ou
seja, o “oceano azul”. Em oceanos vermelhos, os concorrentes estabelecem as
regras. Já nos oceanos azuis, quem chega primeiro as estabelece.
Comentário: o livro aborda, de forma sistemática, como fazer com que a con-
corrência se torne irrelevante e apresenta princípios e fundamentos e métodos
para que organizações criem seus oceanos azuis.

37
ALTBACH, P. G., SALMI, J. The Road to Academic Excellence The Making of World-Class Research
Universities. Washington: World Bank, 2011.

BLANK, S.; DORF, B. Startup: Manual do Empreendedor - o guia passo a passo para construir uma grande
empresa. Rio de Janeiro: Atlas Books, 2014.

BRASIL. Decreto-lei n⁰ 99.570, de 9 de outubro de 1990. Desvincula da Administração Pública Federal


o Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (Cebrae), transformando-o em serviço social au-
tônomo. Disponível em: <http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%20
99.570-1990?OpenDocument>. Acesso em: 24 jan. 2018.

______. Lei n⁰ 13.267, de 6 de abril de 2016. Disciplina a criação e a organização das associações denominadas
empresas juniores, com funcionamento perante instituições de ensino superior. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13267.htm>. Acesso em: 24 jan. 2018.

DORNELAS, J. Empreendedorismo: Transformando ideias em Negócios. 6.ed. São Paulo: Empreende/Atlas,


2017.

EISENMANN, T. R. Entrepreneurship: A Working Definition. Harvard Business Review Web Digital. Dispo-
nível em: <https://hbr.org/2013/01/what-is-entrepreneurship> Acesso em: 24 jan. 2018.

ETZKOWITZ, H., LEYDESDORFF, L. The Triple Helix-University-Industry-Government Relations: A Labo-


ratory for Knowledge-Based Economic Development. EASST Review, Maastricht, v. 14, p. 14-19, 1995.

ETZKOWITZ, H. Research groups as ‘quasi-firms’: the invention of the entrepreneurial university. Research
Policy, Amsterdam, v. 32, n.1, p. 109–121, jan., 2003.

38
FIGUEIREDO, P. N. Gestão da Inovação: Conceitos, Métricas e Experiências de Empresas no Brasil. Rio de
Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2009.

GOVINDARAJAN, V.; DESAI, J. Recognize Intrapreneurs Before They Leave. Disponível em: <https://hbr.
org/2013/09/recognize_intrapreneurs>. Acesso em: 24 jan. 2018.

HOLLAND, J.L. Making Vocational Choices: A Theory of Vocational Personalities and Work Environments.
Flórida: Psychological Assessment Resources, Inc. 1997.

ISTOCESCU, A. Intreprenoriat şi intraprenoriat în România. Editura ASE, Bucharest, p. 67-85, 2006.

MAIER, V., POP ZENOVIA, C. Entrepreneurship versus Intrapreneurship. Review of International Com-
parative Management, Bucharest, v. 12, n. 5, p. 971-976, dez., 2011.

PINK, D. H. A Whole New Mind: Why Right-Brainers Will Rule the Future. New York: Riverhead Books, 2006.

RIES, E. A Startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas
extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Texto Editores Ltda., 2012.

ROBISON, K. Out of Our Minds: Learning to be Creative. 2. ed. rev. West Sussex: Capstone Publishing Ltda, 2011.

SOFTEX. Sociedade Brasileira para Exportação de Software. Disponível em: <http://www.softex.br/a-sof-


tex/>. Acesso em: 28 jul. 2017.

39
1. D. F-V-F.

F= Trata de uma diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo: no empreendedorismo,


o empreendedor corre seu próprio risco. No intraempreendedorismo o risco é da empresa e da carreira
do intraempreendedor.

V= Trata de uma similaridade entre empreendedorismo e intraempreendedorismo: nos dois casos há um


indivíduo ou uma equipe movida pela paixão, liderados por uma pessoa que acredita que o empreendi-
mento é viável.

F= Trata de uma diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo: um e outro necessitam


ter proatividade e persistência.

2. O aluno deverá argumentar a posição com base em 5 (cinco) características do empreendedor citadas
por Dornelas (2017): 1. Visionários; 2. Sabem tomar decisões; 3. São indivíduos que fazem a diferença; 4.
Sabem explorar ao máximo as oportunidades; 5. São determinados e dinâmicos; 6. São dedicados; 7. São
otimistas e apaixonados pelo que fazem; 8. São independentes e constroem o próprio destino; 9. Ficam
ricos; 10. São líderes e formadores de equipes; 11. São bem relacionados (networking); 12. São organiza-
dos; 13. Planejam, planejam e planejam; 14. Possuem conhecimento; 15. Assumem riscos calculados e 16.
Criam valor para a sociedade.

3. C. V-F-F-V.

V: A concentração de talento inclui professores e alunos.

F: Pode incluir pesquisas que gerem conhecimentos.

F: Nem todos os alunos precisarão criar empresas.

V: No modelo da tripla hélice, deve ter a integração da universidade com indústria e governo.

40
41
42

Potrebbero piacerti anche