Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Abstract
Discussions about the rationality of faith gained new relevance with the advent of
Reformed Epistemology. Alvin Plantinga, the main epistemologist of this school, argues
that there is a special human faculty for producing religious beliefs. The recent
contribution of the Cognitive Sciences of Religion (CSR) highlights other data from the
process, demonstrating the biological basis of belief production. Their currents can
provide theoretical data for a model of understanding of the rationality of faith.
1. Introdução
1
Comunicação apresentada no I Seminário de Epistemologia da Religião realizado no dia 21 de junho de
2019, no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário, Caratinga, MG.
2
Licenciado e bacharel em Filosofia, especialista em Docência do Ensino Básico, Docência do Ensino
Superior, Língua Latina e Filologia Românica e mestre em Ciências das Religiões. E-mail:
joaristides@gmail.com.
2
2. O status da questão
qualquer apoio empírico. Stephen Evans apresenta uma versão moderada do fideísmo
chamado de “fideísmo responsável”. Ele argumenta que o raciocínio humano tem a
tendência em falhar como resultado do pecado e que a fé pode melhorar esta condição.
Sendo assim, as crenças teístas diante de um descrente parecem irracionais, mas, de
fato, não são.3
O evidencialismo afirma que a crença em Deus estará racionalmente justificada
se houver uma boa evidência para isso. Esta abordagem considera que só podemos
admitir alguma asserção como conhecimento se houver evidência. Considerando que a
regra vale para todos os campos, então, é aplicável também à crença na existência de
Deus. Portanto, os evidencialistas procuram formular provas da existência de Deus e
argumentam sobre seus atributos. Eles utilizam também argumentação para se
defenderem das objeções mais comuns contra a existência de Deus como o problema do
mal e a ocultação da divindade.4
A partir da publicação de Faith and Rationality, em 1983, de Alvin Plantinga e
Nicholas Wolterstorff, acontece uma retomada de um debate racional para as crenças
religiosas no campo da filosofia. Tomaremos este fato como um marco histórico para o
atual debate da Epistemologia da Religião. Esta corrente ficou conhecida como
Epistemologia Reformada. Segundo estes epistemólogos, algumas crenças teístas são
propriamente ou imediatamente básicas. Elas não dependem de outros argumentos ou
evidências para serem justificadas.5 Esta epistemologia procura afirmar que a crença em
Deus é racional mesmo se ela não for inferida a partir de nenhuma outra crença.6
Uma crença é considerada básica quando “ela dispensa o uso de argumentação
para ser justificada epistemicamente. Em outras palavras, ela não necessita ser inferida
de outras verdades para que seja racional, seja razoável ou justificada, porque é
justamente básica. Ela não é justificada por evidências (no sentido de outras verdades ou
crenças), mas, ao contrário, é evidência ou premissa para outras crenças.” 7 Esta é a via
de solução encontrada pela Epistemologia Reformada para a garantia da racionalidade
da fé.
3
DOUGHERTY, Trent; TWEEDT, Chris. Religious Epistemology. Philosophy Compass, 10 (8), 2015, p.
547-559.
4
DOUGHERTY; TWEEDT, 2015, p. 547-559.
5
DOUGHERTY; TWEEDT, 2015, p. 547-559.
6
MCALLISTER, Blake; DOUGHERTY, Trent.Reforming reformed epistemology: a new take on the
sensus divinitatis. Religious Studies: 1-21, 2018, p. 1-38.
7
OLIVEIRA, Rogel Esteves. A racionalidade da crença religiosa, um mapa do debate filosófico atual.
Revista Batista Pioneira, v. 2, n. 2, 2013, p. 265-288.
4
sustenta a partir de experiências místicas. Dentro desses espaços sociais, essas práticas
doxásticas são consideradas confiáveis e se tornam base de justificação.12
A percepção mística é encontrada nos grandes monoteísmos. No cristianismo,
uma rede de crenças é sustentada na percepção mística. O aparecimento do anjo Gabriel
a Maria é uma experiência fundante para a crença na encarnação de Jesus. Paulo teve
uma experiência a caminho de Damasco. A visão da sarça ardente é fundamento de
muitas crenças judaicas. Maomé fundamenta sua crença na unicidade de Deus a partir
de uma revelação do anjo Gabriel. Portanto, a própria crença em Deus se fundamenta
nesse tipo de experiência.
Na teoria de Alvin Plantinga, as experiências místicas funcionam como
princípios estimuladores do sensus divinitatis. Mas a percepção não é a fonte produtora
das crenças religiosas. Já para William Alston, a percepção é fonte deste tipo
conhecimento. Mas, é claro, trata-se de um tipo particular de percepção, que é a
percepção mística. Os dois recorrem a mecanismos e a experiências diferenciadas para
garantir a excepcionalidade das crenças religiosas. O mesmo não ocorre com as teorias
das Ciências Cognitivas das Religiões.
12
SILVEIRA, 2016, p. 95-105.
13
BOYER, Pascal, RAMBLE, Charles. Cognitive Templates for Religious Concepts. Cognitive Science,
v. 25, n. 4, p. 535-564, 2001.
6
14
LISDORF, Anders. What’s HIDD’n in the HADD? – A cognitive conjuring trick? Journal of Cognition
and Culture, 7(3-4), 2007, p. 341-353.
15
LISDORF, 2007, p. 341-353.
16
LISDORF, 2007, p. 341-353.
7
17
BOYER; RAMBLE, p. 535-564, 2001, p. 535-564..
18
EYGHEN, Hans Van. Religious Cognition as Social Cognition. Studia Religiologica 48 (4) 2015, p.
301–312.
8
19
LISDORF, 2007, p. 341-353.
20
MCALLISTER; DOUGHERTY, 2018, p. 1-38.
21
MCALLISTER; DOUGHERTY, 2018, p. 1-38.
9
5. Considerações finais
10
Referências