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FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS E EMPRESARIAIS DE NATAL –

FACEN
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

ALZIRA VIRGÍNIA ALVES DE ALBUQUERQUE

CUIDADOS INTENSIVOS AO PACIENTE VÍTIMA DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA


POR CARBAMATO

NATAL, RN
2019
ALZIRA VIRGÍNIA ALVES DE ALBUQUERQUE

CUIDADOS INTENSIVOS AO PACIENTE VÍTIMA DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA


POR CARBAMATO

Artigo apresentado à Faculdade de


Ciências Educacionais e Empresariais de
Natal – Facen, como parte dos requisitos
para obtenção do título Pós graduada em
Unidade de Terapia Intensiva.

Orientadora: Profª Elzaneide M. Chagas

NATAL, RN
2019
ALZIRA VIRGÍNIA ALVES DE ALBUQUERQUE

CUIDADOS INTENSIVOS AO PACIENTE VÍTIMA DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA


POR CARBAMATO

Artigo apresentado à Faculdade de


Ciências Educacionais e Empresariais de
Natal – Facen, como parte dos requisitos
para obtenção do título Pós graduada em
Unidade de Terapia Intensiva.

Aprovado em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________
Profª Elzaneide M. Chagas
Faculdade de Ciências Educacionais e Empresariais de Natal

_____________________________________________
Profª
Faculdade de Ciências Educacionais e Empresariais de Natal

____________________________________________
Profª

Faculdade de Ciências Educacionais e Empresariais de Natal

NATAL, RN
2019
CUIDADOS INTENSIVOS AO PACIENTE VÍTIMA DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA
POR CARBAMATO1

Alzira Virgínia Alves de Albuquerque2


Elzaneide M. Chagas3

RESUMO

Objetivos: descrever a conduta terapêutica diante da exposição da intoxicação exógena pelo


Aldicarb; identificar as manifestações clínicas apresentadas pelo paciente exposto à
intoxicação exógena pelo Aldicarb, popularmente conhecido como chumbinho; e determinar
os agravos à saúde decorrente a exposição do agente tóxico e os cuidados na unidade de
terapia intensiva. Descrever a atuação do enfermeiro ao cuidar/assistir do paciente intoxicado
pelo chumbinho – Aldicarb. Metodologia: Trata-se de um estudo bibliográfico, exploratório e
descritivo. A coleta de dados foi realizada nos meses de junho de 2018 a março de 2019,
através do Periódico Capes, nas respectivas bases de dados: SCIELO Scientific Electronic
Library Online, LILACS – Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciência da Saúde,
Ciência e Saúde Coletiva. Resultados e Discussão: O Aldicarb é um inseticida potente do
grupo dos carbamatos utilizada ilegalmente como raticida, tem sido responsável por um
grande número de óbitos no país. As manifestações clínicas principais são derivadas de uma
crise colinérgica aguda. Torna-se imprescindível a eficácia do enfermeiro na assistência
diante a avaliação dos sinais e sintomas e a agilidade nas medidas de inativação do agente.
Portanto, um bom prognóstico vai depender, principalmente, da dose ingerida, do tempo entre
a exposição e o primeiro atendimento. Conclusão: Destacam-se as medidas gerais e
específicas dependendo da gravidade do caso, deve participar ainda das ações desenvolvidas
pela equipe multiprofissional, bem como fornecer segurança, apoio ao paciente e familiares,
assim como encaminhamentos devidos em caso de alta do paciente para a rede de apoio
psicossocial quando trata-se de tentativa de suicídio.

Palavras-chave: Intoxicação exógena. Cuidados intensivos. Aldicarb-Chumbinho

1 INTRODUÇÃO

Após a Segunda Guerra Mundial, o uso dos agrotóxicos, agentes utilizados


para combater pragas e, por consequência, aumentar a produtividade agrária,
aumentou muito, ocasionando aumento na produção de alimentos (DALL’ACQUA;
ROSSI; MENDES COUTO, 2012). É produzida e utilizada uma variedade de classes
de inseticidas atualmente na agroindústria para prevenir a propagação de pragas que
podem vir a causar a destruição das plantas (WASILEWSKI, 2008).

1 Artigo apresentado à Faculdade de Ciências Educacionais e Empresariais de Natal,-Facen, como


parte dos requisitos para obtenção do título de pós-graduada em Unidade de Terapia Intensiva.
2 Pós graduanda em Unidade de Terapia Intensiva. E-mail: virginiaverissimo@yahoo.com.br
3 Orientadora: Profª Elzaneide M. Chagas. Secretária Geral-Facen/INAES, Coordenadora de Pós

Graduação da Faculdade de Ciências Educacionais e Empresariais de Natal. E-mail:


facennatal@outlook.com
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Uma das classes de inseticidas mais utilizadas na agroindústria é a dos


organofosforados. Eles representam, aproximadamente, a metade dos inseticidas
usados nos Estados Unidos. Estes inibem irreversivelmente a enzima
acetilcolinesterase (AChE), que é importante na regulação dos níveis de acetilcolina,
um neurotransmissor (DALL’ACQUA; ROSSI; MENDES COUTO, 2012).
O carbamato (Aldicarb) é, segundo Silva, Vilela e Brandão (2010), um
agrotóxico desviado do campo para os grandes centros de maneira criminosa para
ser utilizado como raticida, sendo preferido pelos manipuladores devido à sua extrema
toxidade.
De acordo com Silva, Vilela & Brandão (2010), o índice de ocorrências das
intoxicações exógenas pelo chumbinho, em vários estados, tem sido preocupante,
destacando-se os estados de: Ceará, Rio de Janeiro e Vitória, e isso se deve à sua
venda indiscriminada por ambulantes e em qualquer mercearia sem nenhuma
identificação no recipiente. A sintomatologia geralmente evidenciada nos pacientes
são: miose (34,45%), sialoreia (32,43%), vômitos (25%), sudorese (22,63), torpor a
coma (20,94), tremores (15,87%).
Nesse sentido, conforme aponta Souza Dantas (2013), intoxicação exógena
pode ser definida como uma consequência clínica e/ou bioquímica da exposição a
substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas. Como exemplo dessas
substâncias intoxicantes ambientais, podemos citar: água, alimentos, ar, plantas e
animais peçonhentos. Os pesticidas, os medicamentos, produtos químicos industriais
ou de uso domiciliar são os principais representantes de substâncias isoladas.
O “chumbinho”, um produto comercializado ilegalmente e popularizado como
raticida pela alta eficácia, potente letalidade e modo de ação rápido, pela sua
facilidade de aquisição tem exposto a população a sérios riscos de intoxicações
graves, muitas vezes fatais, elevando a taxa de mortalidade dentre todos os produtos,
se tornando então, um problema de saúde pública (SILVA; VILELA; BRANDÃO,
2010).
Os inseticidas carbamatos e organofosforados são absorvidos pelo organismo,
pelas vias oral, respiratória e cutânea. A absorção por via oral ocorre nas intoxicações
agudas acidentais, nas tentativas de suicídio, sendo, portanto, a principal via implicada
nos casos atendidos nos serviços de emergência. A via dérmica, contudo, é a via mais
comum de intoxicações ocupacionais, seguida da via respiratória (ARAUJO CALDAS,
2000).
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Os motivos que levaram à condução dessa pesquisa foram: a percepção diante


da vivência da pesquisadora em seu ambiente de trabalho da ocorrência de inúmeros
casos de intoxicação pelo manuseio, ou mesmo a ingestão voluntária do carbamato;
e a precariedade de insumos materiais usados no atendimento aos pacientes com
intoxicações dessa natureza, apresentando alterações muscarínicas e nicotinicas,
sendo necessária na maioria das vezes, sua remoção para outros centros
especializados.
Nesse contexto, tem-se a questão norteadora: Quais os principais cuidados
intensivos ao paciente vítima de intoxicação exógena pelo carbamato?
Assim, este estudo buscou compreender os efeitos da intoxicação pelo uso
indevido dessa substância, presente em produtos que são geralmente confundidos
pelos profissionais como raticida, bem como a forma adequada de tratamento pela
equipe da unidade de terapia intensiva.
Ante as lacunas do conhecimento relacionadas à temática e à gravidade das
intoxicações, optou-se por desenvolver um estudo que contribuirá com conhecimentos
para muitos profissionais de saúde sobre o assunto, com vistas a uma assistência
mais assertiva aos pacientes intoxicados por “chumbinho” admitidos nos serviços de
saúde, pois na maioria das vezes a terapêutica implementada pelos profissionais é
uma terapêutica para raticida, o que é totalmente inadequado.
Assim, esse estudo torna-se relevante ao promover as contribuições na área
toxicológica, alertando sobre a importância das ações a serem desenvolvidas
precocemente junto ao paciente e da necessidade de investimentos em materiais e
insumos que contribuam para uma assistência imediata aos pacientes expostos ao
agente tóxico, prevenindo os agravos causados no organismo devido ao
prolongamento entre a exposição e os primeiros socorros e os cuidados na unidade
de terapia intensiva.

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Descrever os principais cuidados intensivos ao paciente vítima de intoxicação


exógena pelo Carbamato.
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2.1 ESPECÍFICOS

 Identificar as manifestações clínicas apresentadas pela vítima de


intoxicação exógena pelo Carbamato;
 Descrever a atuação do enfermeiro na assistência ao paciente intoxicado
pelo Carbamato.

3 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo bibliográfico, exploratório e descritivo. A coleta de dados


foi realizada nos meses de junho de 2018 a março de 2019, através do Periódico
Capes, nas respectivas bases de dados: SCIELO Scientific Electronic Library Online,
LILACS – Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciência da Saúde, Ciência e
Saúde Coletiva.
Os critérios de inclusão foram: artigos publicados em português, disponíveis na
base de dados selecionadas com acesso gratuito, artigos completos e que abordavam
sobre o objeto de estudo. Como critérios de exclusão: artigos incompletos e resumos
que não tratavam sobre o objeto de estudo, editoriais, cartas o editor.
As palavras-chave utilizadas foram: Intoxicação exógena; cuidados intensivos,
Carbamato.
De posse dos dados e informações obtidas através do levantamento
bibliográfico, iniciou-se uma seleção de textos e uma leitura sobre o tema para
fundamentar a análise e interpretação dos achados científicos. Os dados estão
apresentados de forma dissertativa correlacionando os dados literários pertinentes
visando responder aos objetivos propostos para este estudo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PROPRIEDADES DOS CARBAMATOS

Em suma, os carbamatos inibem a enzima colinesterase, responsável pela


quebra das moléculas de acetilcolina na fenda sináptica, pela ligação dos radicais
fosfatos a essa enzima. Isso gera superestimulação colinérgica, causando efeitos
tóxicos para o sistema nervoso autônomo, sistema nervoso central e junção
neuromuscular. Eles são bem absorvidos pela pele, trato respiratório e digestivo.
(WASILEWSKI, 2008).
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Determinadas substâncias químicas utilizadas para exterminar ratos são


encontrados no mercado ou manipulados clandestinamente sob várias formas:
cumarínicos ou derivados de indandiona, esctricnina, arsênico, fluoracetado de sódio,
etc., alguns deles, proibidos por lei (GUYTON; HALL, 2008).
Atualmente os raticidas autorizados pelo Ministério da Saúde são compostos
orgânicos sintéticos, à base de warfarina e outros anticoagulantes, altamente tóxicos
para os roedores, especificamente depois de contato repetido, porém muito menos
tóxico para humanos (UFRJ, 2015).
O Aldicarb (carbamato), conhecido popularmente como “chumbinho”, era
autorizado e fiscalizado pelo Ministério da Agricultura para uso em lavoura como
nematicida, acaricida e inseticida até o ano de 2012. Descoberto em 1962, não é
raticida e, portanto, não pode ser usado arbitrariamente para uso doméstico. Aplicado
à lavoura, exige uma carência de 90 dias para a comercialização do produto em
que se utilizou o pesticida. Seus efeitos crônicos são: alterações nos rins, produção
de anemia aplástica e neuropatias periféricas.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária o Aldicarb é o
agrotóxico mais potente utilizado de modo irregular como raticida doméstico, e sua
comercialização foi suspensa do mercado brasileiro. Estimativas da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária Anvisa apontam que o produto é responsável por quase 60%
dos oito mil casos de intoxicação relacionados a chumbinho, no Brasil, todos os anos
(ANVISA, 2012).
Dentre os agentes tóxicos, destacaram-se os raticidas (chumbinho) nas
intoxicações por acidente, e ainda, nas tentativas de autoextermínio.
Grande parte dos produtos denominados como “chumbinho” são oriundos,
principalmente do Aldicarb, um carbamato extremamente tóxico, inibidor da enzima
acetilcolinesterase, provocando uma importante síndrome colinérgica. O Aldicarb, um
inseticida sintético, era autorizado exclusivamente para uso agrícola, distribuído para
utilização em várias culturas, apresentando-se unicamente sob a forma granular com
o nome comercial de Temik (UFRJ, 2015).
Sabe-se que hoje o Aldicarb é utilizado como raticida de forma irregular, pois,
segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2012), existem leis que
proíbem a comercialização e a venda de produtos que contenham esse agente.
9

Entretanto, no Brasil os produtos compostos por essa substância podem ser


encontrados em lojas agropecuárias, até camelôs e feiras livres.
Como diversas classes de substâncias estão envolvidas nas intoxicações por
raticidas, é importante conhecer saber as sintomatologias desenvolvidas para o
estabelecimento de uma correta conduta. Os raticidas anticoagulantes, cumarínicos e
compostos derivados indênicos, têm como principal manifestação clínica:
sangramento gengival e nasal; tosse, urina, vômitos e fezes com sangue; hematomas
e equimoses. Como exemplos de compostos cumarínicos podem ser citados a
warfarina, o brodifacoum, o bromadiolone, etc. Os indênicos são a difacinona, o
pindone, o valone, entre outros (CANAVIEIRAS; LIMA; DIAS, 2002).
Como já visto, o Aldicarb é um inseticida potente do grupo dos carbamatos e
utilizado ilegalmente como raticida, tem sido responsável por um grande número de
óbitos no país. De acordo com o Programa de Educação Continuada à Distância as
manifestações clínicas principais são derivadas de uma crise colinérgica aguda, como
descrito a seguir:
1. Manifestações muscarínicas: broncoespasmo, dificuldade respiratória,
aumento de secreção brônquica, cianose, edema pulmonar; falta de apetite, náuseas,
vômitos, cólicas abdominais, diarreia, incontinência fecal, dor ao defecar;
lacrimejamento, salivação, suor excessivo; pupilas contraídas, visão turva;
incontinência urinária; bradicardia.
2. Manifestações nicotínicas: fasciculações musculares, câimbras,
fraquezas, ausência de reflexos, paralisia muscular; hipertensão, taquicardia, palidez,
pupilas dilatadas.
3. Manifestações no sistema nervoso central: inquietação, labilidade
emocional, cefaleia, tremores, sonolência, confusão, marcha incoordenada, fraqueza
generalizada, depressão do centro respiratório, coma.

4.2 CUIDADOS INTENSIVOS AO PACIENTE VITIMA DE INTOXICAÇÃO

A investigação detalhada sobre o agente tóxico, exames laboratoriais e o


exame físico detalhado e repetido sistematicamente formam o melhor método para o
diagnóstico e orientação do tratamento. Deve-se sempre confrontar a história obtida
com os achados do exame físico (OLIVEIRA; MENEZES, 2003).
Observa-se, então, que a intoxicação oral por chumbinho é uma condição
clínica emergencial que tem grande tendência à alta mortalidade relacionada ao
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diagnóstico tardio e à conduta inadequada dos profissionais de saúde. Desta forma, o


reconhecimento precoce dos sinais e sintomas de gravidade após a intoxicação
exógena e a tomada de decisões, tem como objetivo principal reduzir as complicações
e a mortalidade (OLIVEIRA; MENEZES, 2003).
Os sinais e sintomas podem não existir, podem ser leves ou clássicos ou
apresentarem maior intensidade de acordo com os receptores afetados. Os sintomas
são, de modo geral, o resultado da hiperestimulação colinérgica que ocorre por
inibição da AChE e consequente acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica e, de
acordo com os sítios receptores onde a ACh atua, as manifestações podem ser
muscarínicas, nicotínicas ou no Sistema Nervoso Central. A estimulação
parassimpática pós-ganglionar produz efeitos muscarínicos, que inclui bradicardia,
miose, diurese aumentada, lacrimejamento e sialorreia, náusea, vômito, dor
abdominal, hipersecreção brônquica e hipotensão (UFRJ, 2015).
O início e severidade dos sintomas da intoxicação aguda estão relacionados à
dose e à extensão da exposição, e são similares para todos os carbamatos e para
todos os mamíferos. Os primeiros sinais ocorrem entre 15 a 30 minutos ou menos
após a administração oral e são: excessiva salivação, diurese e diarreia abundante,
sudorese, fasciculações musculares e tremores. Também são frequentemente
observados a miose (diminuição do diâmetro da pupila), palidez, piloereção (pelos
arrepiados pelo corpo), anorexia, náusea, vômito, bradicardia, borramento da visão,
lacrimejamento e a perda da coordenação.
Na maioria dos casos severos, esses sinais são seguidos por violenta cólica
intestinal, associada com fraqueza e espasmos musculares progredindo para
hipertensão, cianose (pele com cor azulada), convulsões e coma. A morte ou sinais
de recuperação geralmente ocorrem entre uma a várias horas da exposição. A causa
usual de morte é falência respiratória associada com constrição brônquica, secreção
pulmonar excessiva e paralisia do centro respiratório ou músculos respiratórios
(MORAES, 1999).
Araújo Caldas (2000) cita como medidas gerais para o tratamento dos sintomas
dessa intoxicação: manter a permeabilidade das vias aéreas; oxigenoterapia, se
necessário; hidratação venosa; lavagem corporal exaustiva, em casos de
contaminação dérmica; esvaziamento gástrico; carvão ativado; uso de catártico.
Como medidas específicas temos: atropinização e oximas.
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Antes de iniciar a tratar a intoxicação, os pacientes precisam ser


descontaminados. Após exposição dérmica, as roupas devem ser retiradas e a pele
deve ser lavada com muito sabão e água. Após ingestão, se houve vômito, as roupas
deverão ser retiradas. Lavagem gástrica também deve ser realizada até o retorno
limpo. A equipe de atendimento deve usar máscaras, luvas e óculos para evitar
contaminar-se.
Reportando-se à conduta da equipe de enfermagem na assistência aos
indivíduos intoxicados com carbamatos devido à alta toxidade do chumbinho, sua
rápida absorção e as sérias repercussões que pode acarretar no organismo, podendo
haver sintomatologia severa e morte rápida, torna-se imprescindível a eficácia do
enfermeiro na assistência diante da avaliação dos sinais e sintomas e a agilidade nas
medidas de inativação do agente. Portanto, um bom prognóstico vai depender,
principalmente, da dose ingerida, do tempo entre a exposição e o primeiro
atendimento.
Os critérios para o diagnóstico baseiam-se na combinação de manifestações
clínicas, na determinação da atividade da AChE e na resposta ao tratamento com altas
doses de atropina. O encontro de grânulos no interior do estômago, presentes no
vômito ou retirado no procedimento de LG fortalece o diagnóstico.
A história de ingestão do produto é extremamente importante e pode ser
espontaneamente referida pelo próprio paciente, mas a exposição pode ser negada
ou mesmo desconhecida por familiares (UFRJ, 2015).
O tratamento inicial consiste em promover adequada manutenção da
permeabilidade das vias aéreas superiores, incluindo a aspiração de secreções ou
vômitos; providenciar material adequado para intubação-ventilação mecânica para o
suprimento adequado de oxigênio sempre que necessário; Intubação precoce
naqueles com risco de broncoaspiração, para prevenir futuras complicações
pulmonares, monitorar sinais vitais rigorosamente, acesso venoso, administrar fluídos
endovenosos e demais drogas terapêuticas, passar sonda nasogátrica e vesical
sempre que necessário, controle do débito urinário rigoroso, agilizar exames clínicos
solicitados, promover apoio emocional e segurança aos pacientes e contexto familiar,
proceder encaminhamentos devidos para a rede de apoio em caso de alta do paciente.
Também é necessário promover medidas de descontaminação que, de acordo
com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 2015) podem ser: - Cutânea,
realizando-se a lavagem abundante da pele e couro cabeludo, por duas ou três vezes
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preferencialmente evitando-se agentes abrasivos; Ocular, fazendo-se


cuidadosamente para não atingir os olhos utilizando com água corrente e; quanto às
alterações do trato Gastrintestinal, deve-se proceder medidas para esvaziamento
gástrico com soro fisiológico, pois o paciente pode evoluir para rebaixamento do nível
de consciência rapidamente como também apresentar convulsões e favorecer
aspiração gástrica. A indução do vômito neste caso se contraindica (ANDRADE
FILHO; CAMPOLINA; DIAS, 2013).

5 CONCLUSÕES

Diante da análise dos achados clínicos compreende-se que o chumbinho-


Aldicarb é uma sustância totalmente contraindicada, não sendo permitida sua
comercialização no Brasil. Apresenta como a principal causa de morte a parada
cardiorrespiratória, e seus efeitos sistêmicos podem ser evidenciados dentro da
primeira hora a ingestão, causando sintomas de severa gravidade às pessoas.
Todavia, o tempo de exposição e o quantitativo da droga ingerida, o diagnóstico
precoce e a terapêutica implementada são fatores primordiais para a reversão do
quadro clínico. Em relação à conduta dos profissionais enfermeiros, percebeu-se que
a assistência está relacionada ao tratamento sendo fundamental a abordagem inicial
ao pacientes e familiares - anamnese das pessoas intoxicados pelo carbamato, pois
facilitará a adequada terapêutica a ser implementada.
Destacam-se as medidas gerais e específicas que, dependendo da gravidade
do caso, deve participar ainda das ações desenvolvidas pela equipe multiprofissional,
bem como fornecer segurança, apoio ao paciente e familiares, assim como
encaminhamentos devidos em caso de alta do paciente para a rede de apoio
psicossocial quando tratar-se de tentativa de suicídio.

INTENSIVE CARE OF PATIENTS SUFFERING FROM EXOGENOUS


CARBAMATE POISONING

ABSTRACT

Objectives: to describe the therapeutic behavior relationed to exposure of exogenous


intoxication by Aldicarb; to identify the clinical manifestations presented by the patient
exposed to the exogenous intoxication by Aldicarb, popularly known as “chumbinho”;
and determine the health problems resulting from the exposure of the toxic agent and
care procedures in the intensive care unit; to describe the nurse's role in caring for the
patient - Aldicarb. Methodology: This is a bibliographic, exploratory and descriptive
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study. The data collection was performed from June 2018 to March 2019, through the
Capes Journal, in the respective databases: SCIELO Scientific Electronic Library
Online, LILACS – Latin American and Caribbean Literature in Health Science, Science
and Collective Health. Results and Discussion: Aldicarb, as already seen, is a potent
insecticide in the carbamate group and used illegally as a rat poison. It has been
responsible for a large number of deaths in the country. The major clinical
manifestations are derived from an acute cholinergic crisis. The effectiveness of the
nurse in the care of the evaluation of the signs and symptoms and the agility in the
measurements of inactivation of the agent becomes essential. Therefore, a good
prognosis will depend mainly on the dose ingested, the time between the exposure
and the first care. Conclusion: General and specific measures, depending on the
severity of the case, should also be included, as well as providing safety, patient and
family support, as well as referrals due to patient discharges to the network of
psychosocial support when it is a suicide attempt.

Keywords: Exogenous intoxication. Intensive care. Aldicarb – Chumbinho.


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REFERÊNCIAS

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