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PASSO A PASSO PARA APLICAÇÃO DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO

ANTROPOMÉTRICA DE CIRCULAÇÃO HORIZONTAL INTERNA DE


AMBIENTES

SEABRA, Sadi da Silva (1);


BARROS, Bruno Xavier da Silva (2);
(1) Universidade Federal de Pernambuco, Mestrando
e-mail: sadi@sadiseabra.com
U

(1) Universidade Federal de Pernambuco, Doutorando


e-mail: barros_bruno@hotmail.com
U

RESUMO

É fundamental, para o projeto de espaços internos, considerar as dimensões humanas como fator
prioritário, entretanto, a academia não nos oferece métodos consistentes para verificar se tais dados
estão sendo aplicados nos projetos. Diante dessa situação a referente pesquisa tem como essência
explicar o passo a passo da aplicação do Método de Avaliação Antropométrica da Circulação Horizontal
Interna de Ambientes, proposto por Barros (2009). Esse método poderá ser aplicado por projetistas e
pesquisadores para desenvolvimento de projetos com circulações internas horizontais
antropometricamente adequadas.

ABSTRACT

It is fundamental to the interior spaces project to consider the human dimensions as priority factor,
however, the academy offers no consistent methods to verify such data are being used in projects. Faced
with this situation regarding the research is to explain the step by step application of the Assessment
Anthropometric Method for Internal Circulation Spaces proposed by Barros (2009). Thus method can be
applied by designers and researchers to develop projects with internal horizontal circulations
anthropometrically appropriate.

1. INTRODUÇÃO

Diversas são as variáveis relacionadas à identificação da adequabilidade de um ambiente


construído, o que torna a tarefa de aferir tal adequação demasiadamente complexa,
especialmente quando a encaramos sob o enfoque do design.
Tal contexto encontra destaque quando se considera que a matéria abrange preocupações
relativas a diversas áreas do conhecimento, uma vez que os estudos do design do ambiente
extrapolam as questões puramente arquitetônicas, focando seu posicionamento na
adaptabilidade e conformidade dos espaços, ao trabalho que neles são desenvolvidos e ao
homem que os utiliza.
Desta forma, tem-se início a abordagem do ambiente físico, considerando que as questões
relacionadas ao espaço de trabalho, quando tratados no espectro das considerações humanas,
visam primordialmente à identificação de elementos contrários à facilitação do desenvolvimento
das atividades e tarefas em seu interior. Seus estudos procuram apontar alternativas a partir
das falhas localizadas e das interferências negativas.
Um espaço de trabalho adequado às condições humanas, sempre terá como objetivo o ajuste
do projeto ao homem e nunca o sentido inverso. Deste modo, a atividade projetual traz como
elemento fundamental o usuário, em seus aspectos físicos, culturais, psicossociais e cognitivos.
Com efeito, não será possível a consecução de uma arquitetura preocupada com seu usuário,
se este não for tomado como peça fundamental do processo de projetação, sem o
entendimento dos seus desejos e anseios ambientais, sem a busca da adequação à função que
desempenhará tal espaço.
Para Vilarouco (2002), olhar um projeto com os olhos do design de ambientes é antever sua
utilização, é conjugar condicionantes físicos, cognitivos, psicossociais e culturais, objetivando
identificar o elenco de variáveis passíveis de atendimento no produto proposto. Desenvolver
esse olhar crítico, minucioso é acima de tudo, entender que o produto do fazer projetual
destina-se a abrigar o homem, que com toda sua bagagem vivencial, representa o personagem
central do ato de habitar, em sua significação mais ampla.
Dentro deste contexto, surge o elemento humano tomado através de suas dimensões, as quais,
na maior parte das vezes, são desconsideradas no momento de um projeto de ambiente. De
fato, a edificação de lares com espaços cada vez mais reduzidos, tem se tornado parte da
realidade moderna, obrigando o ser humano a adaptar-se a espaços de dimensões
extremamente inadequadas para convívio. A Metodologia de Avaliação da Circulação
Horizontal Interna de Ambientes (MACHIA), proposta por Barros (2009), fornece uma avaliação
do espaço ambientado baseada em dados provenientes da antropometria, com o objetivo de
contribuir para que o projeto do ambiente se torne adequado às dimensões humanas, além de
fornecer dados concretos para estudos do ambiente construído.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. A antropometria no projeto de ambientes internos


As dimensões do corpo humano são os fatores principais da adaptação ergonômica do usuário
com o que está em sua volta, e certamente, independente de todo avanço tecnológico que
esteja agregado ao produto, à adequação ao maior leque de usuários pode se tornar
indispensável para uma qualificação do desempenho (PANERO & ZELNIK, 2002).
Costa Filho et al. (2003), afirmam que avaliar ambientes durante o uso é uma forma para
investigar desajustes no que se refere ao homem-ambiente. Para propor recomendações ao
sistema devem-se avaliar as atividades dos moradores em um apartamento.
Considerando o fato de que, em um ambiente, são realizadas diversas atividades cotidianas,
pode-se entender que, em um projeto de um ambiente, assim como no projeto de um posto de
trabalho, os fatores antropométricos devem ser sempre considerados na fase projetual.
Segundo Bins Ely (2004), as necessidades funcionais dos usuários estão diretamente ligadas
às exigências das tarefas realizadas no ambiente. Para isso deve se considerar em primeiro
lugar a dimensão e a forma do espaço dos equipamentos e do mobiliário, em segundo o fluxo
de circulação interna e a disposição do mobiliário e em seguida o conforto térmico, lumínico e
acústico.
Com as medidas físicas obtidas pelas técnicas antropométricas pode-se projetar produtos e
espaços mais adequados aos usuários. Para Mafra (1996) apud Costa (2005), a partir dos
dados antropométricos os profissionais da área de projeto podem melhorar o planejamento dos
ambientes, sejam esses ambientes de uma fábrica ou ambientes de uma habitação, que se
destinam a realização de atividades.

A antropometria pode ser aplicada em quase todos os setores do design, e quando aplicada
torna os produtos mais eficientes, seguros e mais fácies de usar. Nesse sentido pode-se
comprovar que quando o produto está adequado aos requisitos dimensionais de seus usuários,
tem o desempenho de seus propósitos muito melhorados. Dessa forma, as dimensões
humanas também são muito importantes no projeto de ambientes, onde ocorre uma interação
entre o homem com objetos, equipamentos e máquinas (SOARES, 2002).

De acordo com Panero e Zelnik (2008) os dados relacionados ao projeto de ambientes internos
são aplicados sob a forma de padrões referenciais, de modo a garantir que as pessoas sejam
satisfeitas adequadamente pelos vários componentes dos ambientes internos em que vivem.

Seguindo os estudos de Martins e Baptista (2007), cada projeto deve ter dados antropométricos
adequados e relacionados aos percentis certos. Como é praticamente inviável um projeto que
atenda 100% da população recomenda-se que se estabeleçam soluções que atendam o maior
número de usuários. Assim sendo a dimensão corporal se torna apenas uma das referências
humanas que determinarão à dimensão dos espaços.

Nesse sentido, de acordo com estudos de Villarouco (2007), é importante a distinção entre a
ergonomia e a antropometria, pois a antropometria é apenas uma das áreas do conhecimento
que auxilia a ergonomia, sendo assim não é possível projetar um ambiente ergonomicamente
adequado, utilizando apenas as questões antropométricas.

2.2. Conceito de Circulação Interna de Pessoas


Para muitos autores a circulação deve ser projetada de acordo com o dimensionamento
humano, as medidas corporais devem está como principal objeto de referência.
Segundo Bins Ely (2004), as necessidades funcionais dos usuários estão diretamente ligadas
às exigências das tarefas realizadas no ambiente. Para isso deve-se considerar em primeiro
lugar a dimensão e a forma do espaço dos equipamentos e do mobiliário, em segundo o fluxo
de circulação interna e a disposição do mobiliário e em seguida o conforto térmico, lumínico e
acústico.
Panero e Zelnik (2008), explica em relação à circulação que ela deve ser definida para
satisfazer uma pessoa de dimensões grandes, pois assim ela irá atender uma maior quantidade
de usuários.
Para os autores acima citados, eles consideram dois tipos de circulação uma chamada de
circulação horizontal e outra chamada de circulação vertical. A circulação horizontal considera
as medidas vista de cima (planta baixa) ou como o próprio nome diz as medidas horizontais, já
a circulação vertical considera as medidas verticais em uma visão lateral.
A medida mínima considerada adequada para a circulação horizontal sugerida por Panero e
Zelnik (2008) para a passagem de uma pessoa é a de 76,2cm. Essa medida garante uma
passagem sem a obstrução física em nenhum dos lados.
A circulação interna horizontal acontece no ambiente construído onde está inserido um layout
de ambientação, que de acordo com Boueri em palestra do ENEAC (2009), define como layout
o arranjo espacial do mobiliário e equipamentos inseridos no ambiente. Dessa forma o arranjo
espacial irá definir a funcionalidade do uso da edificação.

O mesmo autor ainda define alguns objetivos do layout, listados abaixo:

 Adequar o espaço e o equipamento as condições físicas e psicológicas e às dimensões


do usuário
 Permitir a eficiência e segurança no uso do espaço e dos equipamentos;
 Proporcionar conforto físico e psicológico;
 Adequação funcional do ambiente;
 Otimizar as áreas construídas.

Boueri (2009), define o espaço para atividades como a superfície necessária e suficiente para
que se possa realizar a atividade sem nenhuma interferência física.

Com ralação à quantidade de usuários, é importante ressaltar que, com o passar dos anos a
queda intensa da fecundidade ocorrida no Brasil ocasionou uma diminuição do número médio
de pessoas por domicílio. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, do IBGE,
revela que, em 2008, este número era 3,3, quando, em 1998, era de 3,8 moradores por
domicílio. Já para Pernambuco especificamente esse número médio de pessoas é de 3,5
pessoas por domicílio.

3. APRESENTAÇÃO DO MACHIA

Método, entre outras coisas, significa caminho para chegar a um fim ou pelo qual se atinge um
objetivo. Poder-se-ia dizer que é o caminho trilhado pelo cientista em busca de "verdades"
científicas. Seria, então, um processo racional para se chegar a determinado fim; uma maneira
ordenada de se fazer as coisas; ou ainda um sistema educativo ou conjunto de processos
didáticos que indicam um caminho visando à realização de um objetivo conclusivo (POPPER,
2005).

O princípio do MACHIA é perceber os aspectos antropométricos avaliados através de pesquisas


e confronta-los através de uma simulação da circulação horizontal com a inserção de modelos
antropométricos em plantas com layout de ambientação, sendo assim, foram estudados
ângulos de alcance, áreas de circulação interna, e espaço mínimo para utilização de peças de
mobiliário dispostos em ambientes de uma maneira geral, no intuito de configurar de maneira
mais precisa o sistema de avaliação (BARROS, 2009).

Como ferramenta fundamental de apoio para avaliação da circulação horizontal interna em


ambientes, é selecionada a planta baixa da edificação e a disposição do layout de ambientação,
dessa forma podem ser analisadas as circulações horizontais em escalas de proporções reais,
sem deformações. Sobre a planta baixa, com a disposição do mobiliário devem ser aplicados os
modelos antropométricos (BARROS, 2009).

Para o desenvolvimento do método torna-se necessária a utilização de um software CAD


(Computer Aid Design). A manipulação dá-se através da sobreposição dos modelos humanos
sobre a planta baixa do projeto, tal planta baixa deve conter todo o mobiliário posicionado no
layout definitivo.
No processo de elaboração do modelo antropométrico da figura humana, também em planta
baixa, têm-se como base as medidas humanas adultas masculinas, sugeridas por Panero &
Zelnik (2008). A seleção do autor como referência deve-se ao fato da amplitude e
embasamento de seus levantamentos dimensionais, garantindo um método de maior nível de
confiabilidade.

É Estabelecido também que os modelos antropométricos alteram sua cor em decorrência do


nível de inadequação encontrada na circulação, onde a figura humana em vermelho representa
as situações de risco, em verde às situações adequadas (ou seja, situações de conforto para
mobilidade) e em amarelo as situações que exigem atenção (BARROS, 2009). Podemos ver, na
figura a seguir, a representação dos modelos antropométricos definidos pelo método e suas
dimensões físicas e de campo de circulação.

Figura1: Modelos antropométricos definidos pelo Método de Avaliação da Circulação Horizontal


Interna

4. APLICAÇÃO PASSO A PASSO DO MACHIA

O MACHIA pode ser aplicado em duas situações, a primeira delas é quando o ambiente já está
edificado e possuí layout de mobiliário configurado no local, neste caso é necessário realizar
um levantamento métrico do espaço e em seguida desenha-lo através de uma planta baixa
utilizando o software CAD. O resultado da avaliação pode apontar deficiências que poderão ser
corrigidas com modificações no layout de ambientação e/ou reformas no ambiente construído a
fim de tornar as circulações horizontais adequadas antropometricamente.
A segunda situação é quando se está em fase de projetação, nesse caso o método pode ser
aplicado nas plantas baixas e no layout proposto para verificar se o projeto está de acordo aos
fatores dimensionais humanos. O método aplicado nesta segunda situação pode apontar
inadequações da circulação que poderão ser consertadas com muito mais facilidade no que se
refere a custos econômicos, pois ainda não há nada edificado.
Para exemplificar a aplicação do MACHIA iremos utilizar uma planta com layout de
ambientação de um apartamento tipo que está de acordo com a legislação da cidade de Olinda-
PE e que representa bem o perfil das novas habitações da Região Metropolitana do Recife. O
apartamento possui 47,5m², dois dormitórios, sala de estar e jantar integradas, banheiro social,
cozinha, área de serviço e varanda, conforme figura 2 a seguir.

Figura 2: Planta com layout de ambientação do apartamento tipo com 47,5m² conforme
legislação da cidade de Olinda-PE.

Com a planta em CAD é possível traçar as circulações existentes em azul e sobrepor os


modelos antropométricos auxiliares em cinza que simulam a utilização dos mobiliários da casa
em suas principais funções. As medidas e a posição do modelo antropométricos auxiliares são
definidas de acordo com Panero e Zelnik (2008), para o modelo sentado é definida uma zona
de atividade de 61cm e para o modelo em pé é definida uma zona de atividade de 45,7cm,
conforme figura 01.
Os modelos auxiliares são representados sem a finalidade de avaliar se o mobiliário está
adequado, sua proposta real é a de mostrar que um outro usuário do ambiente também pode se
caracterizar como uma barreira física que dificulta a circulação horizontal. Na Figura 3, disposta
a seguir, podemos observar, em azul, a circulação horizontal encontrada no projeto, cada
segmento de reta corresponde a uma circulação, onde deverão ser sobrepostos os modelos
antropométricos de avaliação da circulação. Os modelos em cinza simulam o ambiente em uso
nas suas principais funções e que podem de alguma maneira vir a interferir na circulação.
Figura 3: Circulação horizontal encontrada no projeto, os modelos em cinza simulam o ambiente
em uso e potenciais barreiras de circulação.

Em seguida são sobrepostos os modelos antropométricos, entretanto antes disso, é importante


saber como será feita a classificação das cores dos modelos humanos. Acompanhando a
imagem a seguir figura 4.

Figura 4: Definição dos níveis nos quais as barreiras físicas podem ser encontradas na
sobreposição dos modelos antropométricos na simulação da circulação.

Sendo definidos os níveis de exposição do modelo antropométrico às barreiras físicas,


simulamos a circulação horizontal na planta, lembrando que os modelos auxiliares também são
caracterizados também como barreiras. Cada modelo de avaliação deve ser sobreposto a um
seguimento de reta, ou seja, a uma circulação previamente determinada, apenas um modelo
por seguimento de reta e o mesmo deve ser colocado no ponto mais estreito. Na figura 5
mostramos a simulação realizada.
Figura 05. Aplicação do MACHIA

Após a avaliação devem-se gerar dados matemáticos que podem ser representados através de
gráficos que auxiliam na visualização dos resultados obtidos com a avaliação. Tais gráficos
podem ser gerados distintamente, seja através de uma classificação por ambiente da
edificação, ou pelo apartamento como um todo.
Nesse exemplo foi levantado o quantitativo de circulações encontradas no projeto considerando
o apartamento como um todo. Desta forma, identificou-se 25 circulações, ou seja, 25 modelos
antropométricos de avaliação inseridos, destes 7(sete) foram considerados situações
adequadas (verdes), 7(sete) situações de atenção e 11(onze) situações de risco ou
inadequadas. Com esses dados pode-se realizar um gráfico como o da figura 6.
Figura 6: Resultado através de gráfico de pizza para visualização da avaliação.

Através deste tipo de gráfico, é possível elucidar de maneira clara os tipos de avaliação
encontradas no ambiente, de modo a explicitar os percentuais das situações detectadas. Dentro
do objeto de estudo utilizado como exemplo neste estudo, ficou claro o alto índice de situações
de risco humano, os quais se faziam imperceptíveis a olho nu dentro do espaço ambientado.

5. RESULTADOS E CONCLUSÕES

Sobre o método, pode-se concluir que ele é capaz de identificar os pontos de situação
inadequada ou de risco, de atenção e de situação adequado da circulação interna horizontal,
realizando um diagnóstico cromático que cria uma hierarquia dos problemas mais graves e mais
frequentes de cada ambiente.
O tempo de análise da circulação do apartamento é relativamente rápido, entretanto esse
tempo depende da dimensão do apartamento e da habilidade no software CAD de quem realiza
a simulação da circulação. Dessa forma, deve-se pensar em uma criação de um software capaz
de realizar essa simulação de forma mais rápida para que essa metodologia seja aplicada pelos
projetistas ainda na fase projetual, tornando as circulações dos ambientes adequadas às
medidas antropométricas e quem sabe ainda realizar uma simulação do uso do ambiente em
três dimensões 3D.
Um ponto negativo encontrado no método foi o fato de que as proporções dos modelos
antropométricos não são resultantes de levantamentos nacionais (brasileiros), foram baseadas
em dimensões dos modelos antropométricos de Panero e Zelnik (2008), oriundos de pesquisas
Europeias, dessa maneira, mesmo que a literatura considere válida a utilização dessas
medidas, o mais adequado seria a utilização de medidas da população brasileira. Sendo assim
torna-se essencial que sejam realizados levantamentos antropométricos, para que o Brasil
tenha dados antropométricos que possam ser utilizados não só nos projetos de ambientes mais
também no projeto de artefatos em geral.
.
Os resultados das avaliações do MACHIA podem ser utilizados para que os arquitetos,
engenheiros, projetistas e profissionais responsáveis pela concepção de espaços e ambientes
fiquem atentos aos pontos mais críticos encontrados ora apresentados. O intuito é que tais
profissionais utilizem o MACHIA para gerar dados como fonte de referência para anteverem e
resolverem problemas de circulação existentes em seus projetos.
É recomendado que o MACHIA seja aplicado na fase projetual de qualquer tipo de
apartamento, residência ou até mesmo para locais comerciais, assim a circulação horizontal
estará adequada aos fatores humanos desde sua concepção. Torna-se interessante realizar
uma análise de pós-uso em projetos onde o método foi aplicado, quando já executados,
realizando pesquisas com os próprios usuários para que se verifique a ocorrência de problemas
de circulação, bem como a identificação do atendimento das necessidades humanas quanto à
circulação.
A aplicação do método e os resultados gerados a partir do mesmo tornam evidente a
necessidade de se pensar nos fatores antropométricos durante a fase de desenvolvimento do
projeto, pois é mais fácil executar modificações no projeto que na edificação construída. Deve-
se também pensar nas atividades a serem desenvolvidas em cada ambiente, levando-se em
consideração as necessidades dos indivíduos.
A aplicação do MACHIA pode levantar questionamentos deveras intrigantes, alguns com
caráter até polêmico, se levados a sua extremidade. A saber:
- Se existe de fato uma preocupação com a circulação do ambiente construído já mobiliado nos
diversos apartamentos que estão disponíveis a uma parcela considerada da população do
Brasil;
- Verificar quais as construtoras tem o real comprometimento com o futuro usuário, aliando as
questões financeiras com a proposta de um bom projeto;
- Apontar os principais erros cometidos nos projetos em relação à circulação horizontal interna
e em qual ambiente isso ocorre com mais frequência;
- Incentivar aos pesquisadores e profissionais responsáveis pelos projetos, a pensar em novas
soluções de mobiliário capaz de minimizar os prejuízos da circulação;
- Estabelecer críticas às dimensões mínimas estabelecidas pelo Código de Obras Edificações
de diversas cidades do país.
Os resultados alcançados com o desenvolvimento e aplicação do método, direciona à
associação entre a percepção espacial do usuário e a efetiva carência de espaço. É a
afirmação de que as insatisfações dos moradores não constituem apenas a expressão de
desejos não satisfeitos, mas, a manifestação de um estado de necessidade real, que não pode
ser excluída do processo projetual.
É essencial que se tenha sempre em mente o fato de que serão seres humanos que habitarão
aquela edificação. Trabalhadores brasileiros, que após uma cansativa jornada de trabalho
chegam a suas residências, onde passam a maior parte do tempo, devem ser respeitados e
tratados com mais dignidade, tendo em vista que estes merecem viver ao invés de sobreviver.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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