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Apresentação
A Vitória Química oferece ao mercado um sistema de Assistência Técnica, com o objetivo de
proporcionar todo o suporte necessário em:
Pré-vendas
Pós-vendas
e em caráter:
Preventivo
Corretivo
Nossa Assistência Técnica Preventiva tem como objetivo a apresentação da Vitória Química,
seus mercados de atuação, sua linha de produtos e as aplicações corretas para os mesmos, oferecendo
um suporte técnico especializado e procurando garantir a performance de seus produtos.
Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo a orientação de usuários e aplicadores que operam na
área de proteção anticorrosiva e afins, enfocando a introdução aos conceitos básicos de corrosão,
processos corrosivos e seus mecanismos, bem como os sistemas de proteção anticorrosiva disponíveis.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Índice
1. Corrosão 6
1.1. Pilhas de Corrosão Eletroquímica 7
1.2. Principais Tipos de Pilhas 8
1.3. Meios Corrosivos 10
1.4. Reações no Processo Corrosivo - Produtos de Corrosão 11
1.5. Velocidade de Corrosão 13
1.6. Formas de Corrosão 13
1.7. Tipos de Corrosão 14
1.7.1. Corrosão Uniforme 14
1.7.2. Corrosão por Pites 15
1.7.3. Corrosão por Concentração Diferencial 15
1.7.3.1. Corrosão por Concentração Iônica Diferencial 15
1.7.3.2. Corrosão por Aeração Diferencial 15
1.7.3.3. Corrosão em Frestas 16
1.7.3.4. Corrosão Filiforme 16
1.7.4. Corrosão Galvânica 16
1.7.5. Corrosão Seletiva 16
1.7.5.1. Corrosão Grafítica 16
1.7.5.2. Corrosão por Dezincificação 17
1.7.6. Corrosão Associada ao Escoamento de Fluidos 17
1.7.6.1. Corrosão-Erosão 17
1.7.6.2. Corrosão com Cavitação 18
1.7.6.3. Corrosão por Turbulência 18
1.7.7. Corrosão Intergranular 18
1.7.7.1. Nos Aços Inoxidáveis 19
1.7.7.2. De Ligas de Alumínio 19
1.7.8. Fissuração por Corrosão 20
1.7.8.1. Corrosão sob Tensão 20
1.7.8.2. Corrosão-Fadiga 20
1.8. Corrosão Química 21
1.8.1. Características da Difusão no Estado Sólido 21
1.8.2. Características das Películas Protetoras 21
1.8.3. Meios Corrosivos 22
1.9. Técnicas de Proteção Anticorrosiva 22
1.9.1. Princípios Básicos 22
1.9.1.1. Controle da Corrosão Eletroquímica 23
1.9.1.2. Controle da Corrosão em Altas Temperaturas 23
1.9.2. Resistência à Corrosão Eletroquímica 23
1.9.2.1. Resistência Própria do Material à Corrosão 23
1.9.2.2. Métodos que Melhoram a Resistência à Corrosão 23
1.9.2.2.1. Revestimentos 23
1.9.2.2.2. Inibidores de Corrosão 24
1.9.2.2.3. Técnicas de Modificação do Meio Corrosivo 24
1.9.2.2.4. Proteção Catódica e Anódica 24
1.9.2.2.5. Controle de Corrosão na Fase de Projeto 25
1.9.3. Resistência à Corrosão Química ou Oxidação a Altas Temperaturas 25
1.9.3.1. Emprego de Revestimentos Refratários e Isolantes 25
1.9.4. Inibidores de Corrosão 25
1.9.5. Revestimentos Protetores 26
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
1.9.5.1. Mecanismo de Proteção 27
1.9.5.2. Revestimentos Metálicos 27
1.9.5.3. Revestimentos Não-Metálicos Inorgânicos 28
1.9.5.4. Revestimentos Orgânicos 28
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
4.2.6.1. Cor Munsell 51
4.2.7. O Brilho nas Tintas 52
4.2.8. Componentes Inconvenientes das Tintas 52
4.2.9. Evolução das Tintas 53
4.2.10. Tipos de Tintas 54
4.2.10.1. Tintas Alquídicas 54
4.2.10.2. Tintas Poliuretânicas 54
4.2.10.3. Tintas Epoxídicas 55
4.2.10.4. Tintas Acrílicas 55
4.2.10.5. Comparação entre Látex PVA e Acrílico 55
4.2.10.6. Mofo 56
4.2.10.7. Destacamento 56
4.2.11. Sistemas de Pintura 56
4.2.12. Demão 57
4.2.12.1. Pintura para Água e Estação de Efluentes 57
4.2.12.2. Pintura para Galvanizado e Alumínio 58
4.2.12.3. Secagem (ou Cura) de Tintas 59
4.2.12.4. Seqüência de Aplicação das Tintas 59
4.2.13. Intervalo entre Demãos 60
4.2.14. Espessura Recomendada por Demão 61
4.2.15. Calcinação ou Gizamento 61
4.2.16. UV + Água + O-2 62
4.2.17. Recuperação de Superfícies Calcinadas 62
4.3. Preparação da Superfície 62
4.3.1. Carepa de Laminação 62
4.3.1.1. Eliminação da Carepa de Laminação 63
4.3.1.2. Pintura sobre a Carepa 63
4.3.2. Tipos de Limpeza de Superfície 63
4.3.3. Tipos de Contaminantes 64
4.3.4. Problemas Causados por Compostos Solúveis 65
4.3.5. Preparação para Pintura de Concreto 65
4.3.6. Padrões de Limpeza da Superfície 66
4.3.6.1. Graus de Corrosão 66
4.3.6.2. Graus de Limpeza 67
4.3.6.3. Tipos de Abrasivos 67
4.3.7. Perfil de Rugosidade 68
4.3.7.1. Conceitos 68
4.3.7.2. Obtenção do Perfil Especificado 68
4.3.8. Tempo entre o Jateamento e a Pintura 69
4.3.9. Jateamento a Úmido 70
4.3.10. Preparação de Superfícies na Indústria 71
4.4. Aplicação das Tintas 72
4.4.1. Preparação da Tinta 72
4.4.2. Proporção de Mistura 72
4.4.3. Vida Útil da Mistura 73
4.4.4. Tempo de Indução (Espera) 74
4.4.5. Diluição 74
4.4.6. Condições de Aplicação 74
4.4.7. A Linha de Ar Comprimido 76
4.4.7.1. Compressor 76
4.4.7.2. Tubulação 77
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
4.4.7.3. Pistola 77
4.4.7.3.1. Montagem e Regulagem 77
4.4.7.3.2. Limpeza 78
4.4.7.3.3. Técnicas de Aplicação 78
4.4.8. Pincel 79
4.4.8.1. Técnicas de Aplicação 79
4.4.9. Rolo 79
4.4.9.1. Técnicas de Aplicação 79
4.4.10. Medidas de Espessura Úmida da Tinta 80
4.4.11. Medidas de Espessura Seca da Tinta 81
4.4.12. Ensaio de Aderência 81
4.5. O Projeto 82
4.5.1. Reforço em Áreas Críticas de Corrosão 82
4.5.1.1. Cordões e Pontos de Solda 82
4.5.1.2. Arestas Vivas e Quinas 82
4.5.1.3. Parafusos, Porcas e Rebites 82
4.5.1.4. Frestas 82
4.5.2. Problema dos Rejuntes em Azulejos 83
4.5.3. Dificuldade de Acesso para a Manutenção 84
4.5.4. Acúmulo de Água sobre Pinturas 84
4.5.5. Pintura de Partes Inferiores 84
4.5.6. Composições Complicadas 85
4.5.7. Conservação da Pintura durante sua Vida Útil 85
4.6. Segurança em Pintura 86
4.6.1. Cuidados na Preparação de Superfícies. 86
4.6.2. Cuidados no Jateamento 86
4.6.3. Cuidados na Aplicação de Tintas. 87
4.7. Vida Útil em Estoque 87
4.7.1. Condições de Armazenagem 87
5. Referências Bibliográficas 89
5.1. Gerais 89
5.2. Aplicação do Sistema Coal Tar 89
5.3. Aplicação do Sistema TOROFITA 90
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
1. Corrosão
A corrosão consiste na deterioração dos materiais pela ação química ou eletroquímica do meio,
podendo estar ou não associada a esforços mecânicos.
Ao se considerar o emprego de materiais na construção de equipamentos ou instalações é
necessário que estes resistam à ação do meio corrosivo, além de apresentar propriedades mecânicas
suficientes e características de fabricação adequadas.
A corrosão pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam metálicos como os aços e as
ligas de cobre, por exemplo, ou não metálicos, como plásticos, cerâmicas ou concreto. A ênfase aqui
descrita será sobre a corrosão dos materiais metálicos. Esta corrosão é denominada corrosão metálica.
Dependendo do tipo de ação do meio corrosivo sobre o material, os processos corrosivos
podem ser classificados em dois grandes grupos, abrangendo todos os casos de deterioração por
corrosão:
Corrosão eletroquímica;
Corrosão química.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Ausência da água líquida;
Temperaturas, em geral, elevadas, sempre acima do ponto de orvalho da água;
Interação direta entre o metal e o meio corrosivo.
Como na corrosão química não se necessita de água líquida, ela também é denominada em
meio não aquoso ou corrosão seca.
Existem processos de deterioração de materiais que ocorrem durante a sua vida em serviço,
porém não se enquadram na definição de corrosão.
Um deles é o desgaste devido à erosão, que remove mecanicamente partículas do material.
Embora esta perda de material seja gradual e decorrente da ação do meio, tem-se um processo
eminentemente físico e não químico ou eletroquímico. Pode-se entretanto ocorrer, em certos casos,
ação simultânea da corrosão, constituindo o fenômeno da corrosão-erosão.
Outro tipo de alteração no material que ocorre em serviço são as transformações metalúrgicas
que podem acontecer em alguns materiais, particularmente em serviço com temperaturas elevadas. Em
função destas transformações as propriedades mecânicas podem sofrer grandes variações, por exemplo
apresentando excessiva fragilidade na temperatura ambiente. A alteração na estrutura metalúrgica em
si não é corrosão, embora possa modificar profundamente a resistência à corrosão do material,
tornando-o, por exemplo, susceptível à corrosão intergranular.
Durante o serviço em alta temperatura pode ocorrer também o fenômeno da fluência, que é
uma deformação plástica do material crescente ao longo do tempo, em função da tensão atuante e da
temperatura.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Na área anódica onde se processa a corrosão ocorrem reações de oxidação, sendo a principal a
de passagem do metal da forma reduzida para a forma iônica.
Na área catódica, que é uma área protegida (não ocorre corrosão), as reações são de redução
de íons no meio corrosivo, onde as principais reações são:
2 H2O + 2e H2 + 2 OH-
Pilha de eletrodo diferente: esta pilha é também denominada de pilha galvânica e surge
sempre que dois metais ou ligas metálicas diferentes são colocados em contato elétrico na
presença de um eletrólito. A diferença de potencial da pilha será tão mais acentuada,
quanto mais distantes estiverem os materiais na tabela de potenciais no eletrólito
considerado;
Pilha de ação local: esta pilha é provavelmente a mais freqüente na natureza, ela aparece
em um mesmo metal devido a heterogeneidades diversas, decorrentes de composição
química, textura do material, tensões internas, dentre outras. As causas determinantes da
pilha de ação local são:
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Pilha ativa-passiva: esta ocorre nos materiais formadores de película protetora, como por
exemplo: o cromo, o alumínio, os aços inoxidáveis, titânio, dentre outros. A película
protetora se constitui numa fina camada do produto de corrosão que passiva a superfície
metálica.
Se a película for danificada em algum ponto por ação mecânica e, principalmente pela ação de
íons halogenetos (especialmente cloreto), será formada uma área ativa (anódica) na presença de uma
grande área passiva (catódica) com o conseqüente aparecimento de uma forte pilha, que proporciona
corrosão localizada.
Pilha de concentração iônica diferencial: esta pilha surge sempre que um material
metálico é exposto a concentrações diferentes de seus próprios íons. Ela ocorre porque o
eletrodo torna-se mais ativo quando decresce a concentração de seus íons no eletrólito.
Esta pilha é muito freqüente em frestas quando o meio corrosivo é líquido. Neste caso, o
interior da fresta recebe pouca movimentação de eletrólito, tendendo a ficar mais concentrado em íons
de metal (área catódica), enquanto que a parte externa da fresta fica menos concentrada (área anódica),
com conseqüente corrosão das bordas da fresta. A Figura 6 mostra de forma esquemática uma pilha
iônica.
Pilha de aeração diferencial: esta pilha é formada por concentrações diferentes do teor de
oxigênio.
De forma idêntica à pilha de concentração iônica diferencial, esta pilha também ocorre com
freqüência em frestas. Apenas as áreas anódicas e catódicas são invertidas em relação àquela.
Assim, o interior da fresta, devido a maior dificuldade de renovação do eletrólito, tende a ser
menos concentrado em oxigênio (menos aerado), logo , área anódica. Por sua vez a parte externa da
fresta, onde o eletrólito é renovado com facilidade, tende a ser mais concentrada em oxigênio (mais
aerada), logo, área catódica. O desgaste se processará no interior da fresta.
Solos: os solos contêm umidade, sais minerais e bactérias. Alguns solos apresentam
também, características ácidas ou básicas. O eletrólito constitui-se principalmente da água
com sais dissolvidos;
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Águas naturais (rios, lagos e do subsolo): estas águas podem conter sais minerais,
eventualmente ácidos ou bases, resíduos industriais, bactérias, poluentes diversos e gases
dissolvidos. O eletrólito constitui-se principalmente da água com sais dissolvidos. Os
outros constituintes podem acelerar o processo corrosivo;
Água do mar: estas águas contêm uma quantidade apreciável de sais. Uma análise da água
do mar apresenta em média os seguintes constituintes em gramas por litro de água:
Produtos químicos: os produtos químicos, desde que em contato com água ou com
umidade e formem um eletrólito, podem provocar corrosão eletroquímica.
As reações que ocorrem nos processos de corrosão eletroquímica são reações de oxidação e
redução.
As reações na área anódica (ânodo da pilha de corrosão) são reações de oxidação.
A reação mais importante e responsável pelo desgaste do material é a de passagem do metal da
forma reduzida para a iônica (combinada).
As reações de redução são realizadas com íons do meio corrosivo ou, eventualmente, com íons
metálicos da solução.
As principais reações na área catódica são:
As reações catódicas mais comuns nos processos corrosivos são "a", "b" e "c". As reações "d"
e "e" são menos freqüentes, sendo que esta última aparece apenas em processos de redução química ou
eletrolítica.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
H2O H+ + OH-
H+ + e H
H+ + 1/2 O2 + e 2 OH-
_______________________
H2O + 1/2 O2 + 2e 2 OH-
2 H2O 2 H+ + 2 OH-
2 H+ + 2 e H2
______________________
2 H2O + 2 e 2 OH- + H2
Conclusões Importantes:
A região catódica torna-se básica (há uma elevação do pH no entorno da área catódica).
Observação:
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
As formas segundo as quais a corrosão pode manifestar-se são definidas principalmente pela
aparência da superfície corroída, sendo as principais:
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
A corrosão uniforme consiste no ataque de toda a superfície metálica em contato com o meio
corrosivo com a conseqüente diminuição da espessura.
Este tipo de corrosão ocorre em geral devido a micropilhas de ação local e é, provavelmente, o
mais comum dos tipos de corrosão principalmente nos processos corrosivos de estruturas expostas à
atmosfera e outros meios que ensejam uma ação uniforme sobre a superfície metálica.
A corrosão uniforme é uma forma de desgaste de mais fácil acompanhamento, em especial
quando se trata de corrosão interna em equipamentos ou instalações, tendo em vista que a perda de
espessura é aproximadamente a mesma em toda a superfície metálica.
É entretanto um tipo de corrosão importante do ponto de vista de desgaste, podendo levar o
equipamento ou instalação a falhas significativas, limitando a sua vida útil.
Os outros tipos de ataque corrosivo onde há um local preferencial para a ocorrência da
corrosão, resultando numa perda localizada de espessura são denominadas corrosão localizada.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
1.7.2. Corrosão por Pites
A corrosão por pites é uma forma de corrosão localizada que consiste na formação de
cavidades de pequena extensão e razoável profundidade. Ocorre em determinados pontos da superfície
enquanto que o restante pode permanecer praticamente sem ataque.
É um tipo de corrosão muito característica dos materiais metálicos formadores de películas
protetoras (passiváveis) e resulta, de modo geral, da atuação da ilha ativa-passiva nos pontos nos quais
a camada passiva é rompida.
É um tipo de corrosão de mais difícil acompanhamento quando ocorre no interior de
equipamentos e instalações já que o controle da perda de espessura não caracteriza o desgaste
verificado.
Nos materiais passiváveis a quebra da passividade ocorre em geral pela ação dos chamados
íons halogenetos (Cl-, Br-, I-, F-) e esta dissolução localizada da película gera um área ativa que diante
do restante passivado provoca uma corrosão muito intensa e localizada. Uma grandeza importante
neste caso é o potencial em que haja a quebra de passividade. Na verdade o que ocorre é a alteração na
curva de polarização anódica.
A presença dos íons halogenetos provoca alteração nas curvas de polarização anódica,
tornando a quebra da passividade mais provável.
Outro aspecto importante é o mecanismo de formação dos pites já que a falha se inicia em pontos de
fragilidade da película passivante (defeitos de formação) e o pH no interior do pite se altera
substancialmente no sentido ácido o que dificulta a restituição da passivação inicial. Resulta daí que a
pequena área ativa formada diante de uma grande área catódica provoca a corrosão intensa e
localizada.
Este tipo de corrosão ocorre toda vez que se tem variações na concentração de íons do
metal no eletrólito. Como resultado ter-se-á potenciais eletroquímicos diferentes e, conseqüentemente,
uma pilha onde a área em contato com menor concentração funcionará como ânodo, enquanto que a
área em contato com maior concentração funcionará como cátodo.
Este tipo de corrosão ocorre toda vez que se tem variações na concentração de oxigênio no
eletrólito.
Como o potencial eletroquímico de um material metálico torna-se cada vez mais catódico
quanto maior for a concentração de oxigênio no meio ao seu redor, as áreas com contato com maior
concentração de oxigênio serão catódicas, enquanto que aquelas com contato com menor concentração
serão anódicas.
A corrosão por aeração diferencial ocorre com muita freqüência na interface de saída de uma
estrutura do solo ou da água para a atmosfera.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
1.7.3.3. Corrosão em Frestas
Fe + Cu2+ Fe2+ + Cu
Designa-se corrosão grafítica ao processo corrosivo que ocorre nos ferros fundidos cinzentos e
no ferro fundido nodular.
O ferro fundido é normalmente usado para tubulações de água, de esgotos, drenagem, dentre
outras. Sendo o grafite um material muito mais catódico que o ferro, os veios ou nódulos de grafite do
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
ferro fundido agem como área catódica enquanto o ferro age como área anódica transformando-se em
produto de corrosão.
Observa-se então em tubos velhos de ferro fundido, que se pode com uma faca ou canivete
desagregar com facilidade a parede do tubo à semelhança de um bloco de grafite.
A corrosão grafítica, em geral, não contra-indica a utilização dos tubos de ferro fundido para
os usos normais, porque as exigências de pressões são pequenas e o tubo as suporta bem, mesmo
quando corroído. Para minimizar os problemas de corrosão grafítica é prática usual revestir os tubos,
internamente com argamassa de cimento e externamente com um revestimento adequado por
tubulações enterradas.
Designa-se por dezincificação ao processo corrosivo que se observa nas ligas de zinco,
especialmente latões, utilizados em trocadores de calor (resfriadores, condensadores, etc), tubulações
para água salgada, dentre outras.
Do processo de corrosão resulta a destruição do zinco (material mais anódico) restando o
cobre e produtos de corrosão.
Observa-se maior tendência a dezincificação nos latões com alto teor de zinco, como por
exemplo: latão alumínio (76% Cu, 22% Zn e 2% Al), latão amarelo (67% Cu e 33% Zn).
O processo corrosivo pode se apresentar mesmo em ligas mais resistentes como o latão
vermelho (85% Cu e 15% Zn), caso a liga não seja bem homogênea.
A dezincificação pode ser evitada com tratamento térmico de solubilização da liga e com uso
das ligas que contenha elementos inibidores como As e o Sb.
1.7.6.1. Corrosão-Erosão
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
1.7.6.2. Corrosão com Cavitação
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
1.7.7.1. Nos Aços Inoxidáveis
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
corrosão do que a matriz. Caso similar ocorre nas ligas de alumínio-magnésio-zinco devido à
formação do precipitado de MgZn2.
No caso das ligas alumínio-cobre os precipitados de CuAl 2 são mais nobres que a matriz,
aparentemente agindo como cátodos e acelerando a corrosão da região vizinha ao contorno de grão,
empobrecida em cobre.
Eliminando-se os precipitados, elimina-se a causa da corrosão intergranular. Entretanto, no
caso das ligas de alumínio mencionadas, os precipitados são imprescindíveis para a elevação da
resistência mecânica. Na seleção do material para serviço em um determinado meio corrosivo, deve-se
evitar o uso de ligas susceptíveis à corrosão intergranular.
As trincas formadas pela corrosão intergranular, como visto no item anterior, não requerem a
ação de esforços externos. Neste caso, a fissuração decorre da corrosão segundo um estreito caminho
preferencial.
Neste item são abordados mecanismos de corrosão que produzem trincas e que estão
associados com esforços mecânicos, sejam aplicados sobre o material, sejam decorrentes do processo
de fabricação, como tensões residuais, ou sejam ainda conseqüência do próprio processo corrosivo.
Os tipos de trincas podem ser intergranulares ou transgranulares, e podem ou não estar
associadas a inclusões ou segundas fases presentes.
A propagação das trincas associadas aos processos de corrosão é geralmente muito lenta, até
que seja atingido o tamanho crítico para a ocorrência da fratura frágil. Nesta situação, em função dos
esforços atuantes, pequenas trincas podem nuclear fraturas de grandes proporções, deflagradas de
modo praticamente instantâneo.
A corrosão sob tensão acontece quando um material, submetido a tensões de tração (aplicadas
ou residuais), é colocado em contato com um meio corrosivo específico. As condições metalúrgicas do
material, como dureza, encruamento, fases presentes, são fatores freqüentemente decisivos. A tensão
de tração deve necessariamente ser superior a um certo valor limite.
Neste tipo de corrosão, formam-se trincas no material, sendo a perda de espessura muitas
vezes desprezível. As trincas decorrentes da corrosão sob tensão podem ser intergranulares ou
transgranulares. A corrosão sob tensão intergranular ocorre quando a direção preferencial para a
corrosão é o contorno de grão, geralmente devido à precipitação de segundas fases nos contornos ou à
existência de segregações neste local.
A propagação de trinca por corrosão sob tensão é geralmente lenta, até atingir o tamanho
crítico para uma ruptura brusca.
Não existem um mecanismo geral para explicar o fenômeno da corrosão sob tensão, cada par
material-meio específico apresenta sua particularidades.
De um modo geral, as combinações resultam na formação de filme ou película na superfície
do material, que lhe confere grande resistência a corrosão uniforme.
1.7.8.2. Corrosão-Fadiga
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
A resistência à fadiga dos materiais é determinada através das curvas de fadiga. Nestas curvas
relaciona-se a tensão aplicada como o número de ciclos para ocorrência de fadiga. Observa-se que
para os materiais ferrosos há um limite tensão abaixo do qual, por mais que se aumente o número de
ciclos, não haverá fadiga, e a este valor de tensão chama-se limite da fadiga. Os metais não ferrosos de
modo geral não apresentam limite de fadiga.
Um processo corrosivo pode ser a causa do surgimento da trinca superficial por onde inicia-se
a fadiga. A base da trinca é uma região tensionada e encruada que age como área anódica em relação
ao restante do material, logo a presença de um eletrólito no interior da trinca provoca corrosão e
acelera a progressão da mesma.
A associação dos dois efeitos causa a falha do material em um número muito menor de ciclos
do que se o fenômeno de fadiga ou corrosão isoladamente.
Com a ocorrência dos dois efeitos as curvas de fadiga ficam profundamente modificadas e
mesmo para os metais ferrosos desaparece o limite de fadiga quando se tem corrosão fadiga.
Os produtos da corrosão nos processos químicos formam-se por difusão no estado sólido. A
difusão constitui-se do deslocamento de ânions do meio corrosivo, por exemplo O 2-, e cátions do
metal, por exemplo Fe2+.
A movimentação dos íons se dá através da película de produto de corrosão e a sua velocidade
cresce com o aumento da temperatura.
O deslocamento pode ser dos ânions no sentido do metal, dos cátions no sentido do meio ou
simultânea.
A difusão catiônica (cátions no sentido do meio) é mais freqüente porque os íons metálicos
são, em geral, menores que os ânions (especialmente o O -2), tornando a passagem dos mesmos pela
rede cristalina do óxido mais facilitada e mais provável.
Como se trata de difusão no estado sólido, a corrosão é influenciada fundamentalmente pela
temperatura, pelo gradiente de concentração do metal e pelas leis de migração em face das
imperfeições reticulares e nos semicondutores.
As películas formadas em corrosão química poderão ser protetoras ou não, dependendo das
seguintes características:
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Impermeabilidade da rede cristalina: quanto mais compacta a rede cristalina maior será
a dificuldade para a difusão e, portanto, mais protetora;
Aderência: as películas mais finas são, de modo geral, mais aderentes quando a rede
cristalina do produto de corrosão é semelhante a do metal tem-se normalmente maior
aderência da película. Películas mais aderentes são mais protetoras;
Refratariedade: as películas para serem protetoras não devem fundir a baixas
temperaturas;
Plasticidade: as películas muito duras fraturam com facilidade, tendendo a ser menos
protetoras;
Porosidade: está intimamente ligada à impermeabilidade da rede cristalina. Quanto menos
porosa, mais protetora é a película;
O vanádio presente no combustível oxida-se a V 2O5 e forma eutéticos de baixo ponto de fusão
com os óxidos do metal destruindo as películas protetoras das superfícies metálicas.
O sulfato de sódio origina-se de reações de SO 2 com o NaCl presente no combustível. Este
sulfato de sódio reage posteriormente com os óxidos formados destruindo também, as películas
protetoras.
A ação combinada do vanádio e sulfato de sódio é muito mais acentuada sobretudo em cinzas
contendo cerca de 85% de V2O5 e 15% de Na2SO4.
Os materiais metálicos podem ter resistência própria à corrosão ou tê-la ampliada pela
utilização dos métodos ou técnicas de proteção anticorrosiva.
A tecnologia hoje existente permite a utilização dos materiais em praticamente todos os meios
corrosivos com a durabilidade dentro da extensão desejada.
A resistência à corrosão dos materiais metálicos está associada ao fato dos mesmos serem
expostos ao meio corrosivo, apresentando taxas de corrosão baixas e controladas.
Esta resistência pode decorrer de características próprias do material ou ser conferida por
métodos de proteção anticorrosiva.
Controlar a corrosão consiste portanto em se obter o controle das velocidades de corrosão, ou
seja, do funcionamento das pilhas de corrosão no caso da corrosão eletroquímica e do crescimento da
película no caso da corrosão química ou oxidação a altas temperaturas.
22
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Alguns materiais de elevado uso industrial possuem baixa resistência a corrosão na maioria
dos meios. Esta resistência pode ser melhorada, ampliada ou até mesmo obtida no seu mais elevado
grau, utilizando de técnicas ou métodos de proteção anticorrosiva que promovem a passivação ou a
polarização do material. Dentre estas técnicas ou métodos podem ser citados os revestimentos, os
inibidores de corrosão, as técnicas de modificação do meio, a proteção catódica e anódica e ainda o
controle pelo projeto.
1.9.2.2.1. Revestimentos
23
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
O aumento da resistência à corrosão pelo uso dos inibidores de corrosão constitui-se em uma
técnica muito utilizada, especialmente quando o meio corrosivo é líquido e trabalha em circuito
fechado.
Os inibidores são compostos químicos adicionados ao meio que promovem polarização
anódica ou catódica, ou são formadores de película que aumentam a resistência de contato das áreas
anódicas e catódicas das pilhas de corrosão.
Além dos inibidores que agem através do meio corrosivo, há outras técnicas importantes de
modificação do meio, dentre elas vale destacar a desaeração e o controle do pH.
A desaeração consiste na retirada de oxigênio do meio, sendo o oxigênio um agente
despolarizante, com a sua retirada favorece-se a polarização catódica com a conseqüente diminuição
da intensidade do processo corrosivo.
Os processos de retirada de oxigênio podem ser químicos ou mecânicos. O processo químico é
realizado pelos seqüestradores de oxigênio, enquanto que a retirada do processo mecânico é feita em
desaeração por arraste do oxigênio por um outro gás, normalmente vapor, ou em câmara de vácuo
onde a descompressão propicia a saída de gases.
O controle de pH visa favorecer a passivação dos metais, que se tornam passivos com o pH
ligeiramente básico. Cuidados especiais deve-se ter com os metais anfóteros que perdem a resistência
à corrosão em meios muito básicos e com a precipitação de compostos de cálcio e magnésio que se
tornam insolúveis em pH elevado, podendo trazer problemas de incrustação.
Estes dois métodos de aumento da resistência a corrosão são muito utilizados em sistemas de
água de refrigeração, água de caldeira, água de injeção em poços de petróleo, em fluidos diversos
como os de perfuração de poços de petróleo e os de complementação.
Destaca-se ainda, como métodos que reduzem as taxas de corrosão o controle de velocidade
relativa metal/eletrólito e o controle de temperatura.
24
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Os inibidores são compostos químicos que, quando adicionados ao meio corrosivo, diminuem
a sua agressividade, por um dos seguintes mecanismos:
Inibição anódica (inibidores anódicos): são compostos que formam produtos insolúveis
nas áreas anódicas, produzindo uma polarização anódica. Estes inibidores são também
chamados de passivadores.
Exemplo: hidróxidos, carbonatos, fosfatos, silicatos, boratos de metais alcalinos, nitrito de
sódio e cromatos de potássio e sódio.
25
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Inibição catódica (inibidores catódicos): são compostos que formam produtos insolúveis
nas áreas catódicas, produzindo uma polarização catódica.
Exemplo: sulfatos de zinco, magnésio ou níquel.
Inibição por barreira (inibidores por adsorção): são compostos que têm a propriedade de
formar películas por adsorção à superfície metálica, criando uma película protetora sobre
as áreas anódicas e catódicas.
Exemplo: sabões de metais pesados, aminas, uréia, etc.
Exemplo:
Destilação de petróleo;
Tratamento de água (caldeira, refrigeração e de injeção);
Limpeza química e decapagem ácida;
Sistemas de oleodutos e gasodutos;
Testes hidrostático;
Sistema de embalagem;
Área de perfuração e produção de fluidos e acidificação.
26
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Consistem na interposição de uma película metálica entre o meio corrosivo e o metal que se
quer proteger. Os mecanismos de proteção das películas metálicas podem ser: por formação de
produtos insolúveis, por barreira, por proteção catódica, dentre outros.
As películas metálicas protetoras, quando constituídas de um metal mais catódico que o metal
de base, devem ser perfeitas, ou seja, isentas de poros, trincas, etc., para que se evite que diante de
uma eventual falha provoquem corrosão na superfície metálica do metal de base ao invés de evitá-la.
As películas mais anódicas podem ser imperfeitas porque elas conferem proteção catódica à
superfície do metal de base.
Os processos de revestimentos metálicos mais comum são:
27
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
cobre e níquel químicos, muito utilizados em peças com formato delicado e cheias de
reentrâncias.
28
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
submersas. O revestimento por pintura é empregado para estruturas submersas que possam
sofrer manutenção periódica em dique seco, tais como navios, embarcações, bóias, etc. Só
em casos especiais é empregado em estruturas enterradas, pela dificuldade de manutenção
apresentada nestes casos. Em se tratando de estruturas aéreas, é normalmente a melhor
alternativa em termos técnicos e econômicos para proteção anticorrosiva. A pintura é um
revestimento de pequena espessura, situando-se na faixa de 120 a 500 mm, sendo que,
somente em casos muito especiais, pode-se chegar a 1.000 mm;
Estes revestimentos devem possuir uma série de características para que possam cumprir
as suas finalidades. Dentre elas podem ser mencionadas:
29
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
O revestimento simples é usado de modo geral em meios de média a baixa agressividade,
e o duplo em eletrólitos altamente agressivos (mangues, águas do mar, solos de baixa
resistividade, etc.) e em condições severas de correntes de interferência.
O esquema de aplicação de um revestimento simples é o seguinte:
Revestimento com fitas plásticas: as fitas plásticas mais utilizadas em revestimentos são:
30
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
As fitas são aplicadas helicoidalmente em torno do tubo a ser protegido com uma
sobreposição de 50% entre camadas. A aplicação pode ser manual ou mecânica.
Geralmente, antecede a aplicação das fitas uma limpeza da superfície e a aplicação de um
primer capaz de melhorar a adesão da fita. Apresentam como grande vantagem a
aplicabilidade no campo, porém, como a possibilidade de falha na sobreposição é
considerável, constituem-se em um revestimento de qualidade inferior. As fitas são
recomendadas apenas para pequenas tubulações e obras de pouca responsabilidade. São
também particularmente aplicáveis a reparos no campo.
A aplicação em duas camadas constitui-se em um recurso para obter-se melhoria da
performance;
Revestimento por tinta à base de coal-tar epóxi: a pintura com coal-tar epóxi é usada
em uma espessura da ordem de 500 mm.
31
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Todos os materiais devem ser utilizados de maneira que os materiais com maior tempo de
armazenagem sejam consumidos antes.
Durante o transporte, devem ser tomados cuidados especiais para evitar danos aos
materiais.
Durante o manuseio da tubulação, devem ser tomados os cuidados necessários para não
causar danos ao revestimento.
Para a aplicação devem ser observados todos os procedimento de segurança, tais como a
utilização de EPIs (Máscaras, óculos de segurança, luvas, aventais, etc).
Toda pintura, verniz, revestimentos velhos, óleos, graxa, poeira e todos os materiais
estranhos existentes na superfície dos tubos devem ser removidos.
A preparação da superfície dos tubos deve ser feita por meio de jateamento abrasivo. O
grau de preparação mínimo deve ser o Sa 2 (jateamento comercial) da norma Sueca SIS–
05–5900. A rugosidade mínima da superfície deve ser de 20 m.
Os tubos jateados, limpos e aceitos para revestimento devem ser revestidos dentro de um
período não superior a duas horas. Nos casos em que o valor da umidade relativa do ar for
superior a 85%, ou quando estiver chovendo, este tempo deve ser reduzido a uma hora, de
tal maneira que não ocorra oxidação da superfície. Quando houver oxidação ou outra
contaminação da superfície, o tubo deve ser limpo novamente de acordo com o
procedimento de limpeza e o revestimento deve ser aplicado antes que ocorra qualquer
contaminação da superfície.
32
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
O Esmalte de Alcatrão de Hulha somente será aplicado quando o Primer estiver totalmente
seco, no mínimo 40 minutos após a aplicação do Primer Universal.
O esmalte de Alcatrão deve ser aquecido de forma lenta e cuidadosa até atingir a
temperatura indicada para aplicação (220º a 250ºC). Durante toda a aplicação esta
temperatura deve ser mantida constante.
Após a interrupção e antes de ser reiniciada a aplicação deverão ser tomados os devidos
cuidados no sentido de elevar a temperatura do esmalte até a sua temperatura de aplicação.
Nenhuma carga em estado sólido deverá ser adicionada à caldeira durante o tempo de
aplicação. Caso haja necessidade de nova carga será interrompido o processo de aplicação
até que esta carga esteja completamente fundida, misturada e homogeneizada.
Todo o esmalte que tenha sido aquecido à temperatura de aplicação e não utilizado, será
descarregado e colocado em vasilhames limpos, podendo ser reempregado posteriormente.
O esmalte reaproveitado pode chegar no máximo a um montante de 10% da carga da
caldeira, desde que seja conservado puro e livre de qualquer contaminação.
Pequenas caldeiras e vasilhames com capacidade máxima de 200 litros, não equipados
com agitadores mecânicos, podem ser utilizados para aquecimento do esmalte destinado a
reparos ou revestimento de juntas. Estes equipamentos devem ser mantidos fechados e a
homogeneização deve ser feita a cada 15 minutos.
33
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
O esmalte não deverá ser aplicado a céu aberto em condições atmosféricas adversas como
chuvas, nevoeiros ou umidade relativa do ar superior a 85%.
A aplicação do esmalte será efetuada de maneira a formar uma camada uniforme em toda
a superfície do tubo.
O Véu de Fibra de Vidro deve ser aplicado de forma helicoidal, com tensão uniforme, e
sobreposição mínima de 1,5 cm.
O Véu de Fibra de Vidro Impregnado deve ser aplicado de forma helicoidal com
sobreposição mínima de 1,5 cm, imediatamente após o revestimento com Esmalte de
forma que permita uma perfeita aderência.
Figura 10. Processo de revestimento de tubos com Coal Tar Enamel em plantas de revestimento.
Após aplicação do Primer deve ser realizada a aplicação do Coal Tar e o envolvimento
manual com o Véu de Fibra de Vidro reforçado e o Véu impregnado a fim de que o Coal
Tar fique aderido ao tubo e que os envoltórios fiquem perfeitamente embebidos e aderidos
ao Coal Tar.
A aplicação manual do Coal Tar consiste em despejá-lo com temperatura entre 220 e 240 o
C sobre o tubo e distribuí-lo por meio de uma cinta, até atingir a espessura recomendada.
34
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
O ensaio de aderência deve ser feito em um a cada 10 tubos revestidos, e deve ser
realizado no mínimo 12 horas após a aplicação do revestimento.
Na área escolhida para o ensaio, deve-se fazer dois cortes paralelos distantes 20 mm entre
si com extensão de 100 mm, utilizando uma lamina fina e rígida. Este corte deve atingir o
aço.
A tensão de teste deve ser de 5000 volts por milímetro de espessura de revestimento mas
nunca superior a 15.000 volts.
O aparelho deve ser deslocado sobre a superfície do tubo a uma velocidade máxima de 30
cm/seg.
2.9. Caldeira
35
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
O tipo de caldeira a ser utilizada deve ser dotada de aquecimento por maçarico ou óleo
térmico e de um sistema de homogeneização mecânico.
3.2. Recursos
Espátula;
Facão;
Escova de Aço Manual;
Escova de Aço Rotativa;
Lixa para Ferro grana 36 em tiras largura 50 mm;
Rolo de Lã de Carneiro para Pintura;
Trincha ou Pincel de 3”;
Aparelho Detetor de Falhas - Holiday Detector (1);
Termômetro de Contato (1);
Termohigrômetro (1);
Faca ou Estilete;
Peso de 4 kg para Ensaio de Aderência (1);
Disco de Desbaste;
Solvente;
Panos de Limpeza;
Equipamento para Jateamento com Areia (opcional);
Areia para o Jateamento (opcional);
Dispositivo para Aplicação de Fitas Plásticas de Polietileno (3).
36
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Notas:
Durante o transporte, devem ser tomados cuidados especiais para evitar danos aos
materiais.
Durante o manuseio da tubulação, devem ser tomados os cuidados necessários para não
causar danos ao revestimento, evitando-se a colocação de apoios e faixas não apropriadas
na superfície do revestimento e batidas, etc.
37
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
the ditch” – sobre a vala, cujos tubos ou a tubulação devem ser reaterrados no menor prazo
possível tão logo sejam liberados pela inspeção, não é recomendável que os mesmos
permaneçam por um longo tempo expostos aos raios solares, sob risco do aparecimento de
rugas e bolhas.
Em caso de ocorrência desse fenômeno, recomendamos efetuar uma nova inspeção visual
para avaliação, objetivando-se verificar se o revestimento mantém suas propriedades de
aderência ao dorso e estanqueidade. Em caso positivo, esses fatores não devem ser
considerados como desqualificatórios. Em caso negativo, devem ser providenciados
reparos no revestimento.
3.5. Metodologia
38
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
39
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
aderência da Fita de Proteção Mecânica – Fitaplast ao revestimento original do
tubo.
Em caso de se optar pelo sistema de limpeza a base de jato abrasivo, o grau mínimo
recomendado é o Sa 2 da Norma SIS 055900.
40
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Concluída a operação de limpeza do substrato metálico, executar a limpeza adicional do
cordão de solda utilizando uma escova de aço manual de forma a remover a corrosão
existente entre as ranhuras do cordão de solda.
Executar uma limpeza geral da área da junta a ser revestida de forma a remover os
resíduos resultantes dos processos de preparação.
Após as operações de preparação, deve ser feita uma inspeção visual da superfície na área da
junta, para verificar a ausência de contaminantes ou resíduos de oxidação.
Cuidados especiais devem ser tomados para evitar a contaminação da superfície imprimada
por deposição de poeira ou outros tipos de contaminantes.
Em locais onde o trafego de veículos é muito grande provocando a produção de poeira,
recomendamos adotar uma das seguintes alternativas para evitar a contaminação:
A aplicação deve ser feita de forma uniforme, sem falhas, escorrimentos ou bolhas, sobre
toda a superfície da junta, cuja espessura da película úmida deve situar-se entre 90 e
110µm, de forma a recobrir uma extensão de 35 cm a partir do cordão de solda transversal,
para ambos os lados da área da junta, recobrindo todo o substrato metálico, mais as faixas
de 20 cm sobre o revestimento original do tubo.
A condição básica para aplicação da Fita Anticorrosiva - Torofita, deve ser verificada
através de toques rápidos com o dedo indicador limpo, em pelo menos 03 (três) pontos
diferentes da área imprimada. Se o dedo ainda estiver sendo manchado pelo produto,
deve-se aguardar um pouco mais.
O tempo em que essa condição é considerada apta para a aplicação da fita anticorrosiva,
ocorre em 15 minutos no mínimo, podendo acontecer em menor tempo na presença de
calor e ventilação.
41
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
A validade do Primer, após aplicado na superfície do tubo, é de até 72 horas. O primer será
considerado em condições de uso, se permanecer levemente pegajoso e isento de qualquer
tipo de contaminação. Se a Solução de Imprimação Vitória S A 612 se apresentar
totalmente seca ou danificada, a mesma deverá ser totalmente removida e reaplicada.
A aplicação da Torofita deve ser feita removendo-se parcialmente o filme plástico protetor,
posicionando-se a ponta inicial sobre a superfície imprimada e envolvendo-se a tubulação
de forma helicoidal, com tensão uniforme e constante, evitando-se a formação de rugas e
bolsas de ar.
A sobreposição mínima é de 53% da largura da fita, iniciando-se em um dos lados da
junta, recobrindo a faixa de 20 cm já imprimada do revestimento original do tubo, de
forma contínua, em direção à outra extremidade, até o limite da faixa de 20 cm já
imprimada.
Ao término de um rolo executar a emenda obedecendo-se os seguintes critérios:
A ponta inicial do novo rolo deve ser aplicada sobre o primer de forma que fique
posicionada por baixo da extremidade final do rolo terminado.
A inspeção para verificação de descontinuidades, deve ser efetuada nas seguintes tensões:
42
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Não sendo observado falhas, proceder a aplicação da Fita Plástica de Polietileno - Fitaplast,
para proteção mecânica do revestimento anticorrosivo, obedecendo-se os seguintes critérios:
A aplicação da Fitaplast deve ser feita envolvendo-se a junta já revestida com Torofita, de
forma helicoidal, com tensão uniforme e constante, evitando-se a formação de rugas e
bolsas de ar.
A sobreposição mínima é de 53% da largura da fita, iniciando-se em um dos lados da
junta, recobrindo a faixa de 10 cm já preparada no revestimento original do tubo a partir
da extremidade da Torofita já aplicada, em direção à outra extremidade, até o limite da
faixa de 10 cm na extremidade oposta sobre o revestimento original do tubo, após a
extremidade final do revestimento de Torofita.
Havendo necessidade de maior proteção mecânica ao revestimento, pode-se aplicar outras
camadas de Envoltório de Proteção Mecânica - Fitaplast.
Nas extremidades iniciais e finais do revestimento com Fitaplast, deve ser aplicado um
anel de fita anticorrosiva Torofita de 2” (0,05 m), para fixação das extremidades, não
sendo necessário a aplicação de solução de imprimação.
Efetuar uma inspeção final examinando-se visualmente toda a superfície da junta revestida,
sendo que na ausência de qualquer irregularidade, a mesma deve ser liberada para o reaterro da vala.
43
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Efetuar a preparação e a limpeza da área através de raspagem, escovamento ou
lixamento da superfície do substrato metálico, evitando-se aumentar a área
danificada.
Aplicar uma nova camada de Fita Anticorrosiva sobre todo o anel, envolvendo todo o
perímetro do tubo, dando tantas voltas quantas forem necessárias de forma helicoidal,
com o objetivo de cobrir toda a área preparada, observando-se a sobreposição de 53%
da largura da fita, até o recobrimento mínimo de 6” ou 150mm da extremidade da área
a ser reparada. Não é necessário a aplicação de solução de imprimação sobre o dorso
do revestimento com Torofita.
Executar apenas a limpeza da superfície do revestimento com pano limpo e seco, a fim
de remover o pó e/ou resíduos existentes em uma faixa com 6” ou 150 mm maior que
a área danificada, no sentido longitudinal do tubo, estendendo-se de forma a envolver
todo o perímetro do tubo formando um anel.
Aplicar uma nova camada de Fita Anticorrosiva sobre todo o anel, envolvendo todo o
perímetro do tubo, dando tantas voltas quantas forem necessárias de forma helicoidal,
com o objetivo de cobrir toda a área preparada, observando-se a sobreposição de 53%
da largura da fita, até o recobrimento mínimo de 6” ou 150mm da extremidade da área
a ser reparada. Não é necessário a aplicação de solução de imprimação sobre o dorso
do revestimento com Torofita.
3.5.8.4. Falhas com Área Superior a 10mm² até o limite de 10% da área total da
junta, incluindo-se os ensaios de aderência.
44
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
área danificada, no sentido longitudinal do tubo, estendendo-se de forma a envolver
todo o perímetro do tubo formando um anel.
Aplicar uma nova camada de Fita Anticorrosiva sobre todo o anel, envolvendo todo o
perímetro do tubo, dando tantas voltas quantas forem necessárias de forma helicoidal,
com o objetivo de cobrir toda a área preparada, observando-se a sobreposição de 53%
da largura da fita, até o recobrimento mínimo de 6” ou 150mm da extremidade da área
a ser reparada. Não é necessário a aplicação de solução de imprimação sobre o dorso
do revestimento com Torofita.
O teste de aderência deve ser efetuado em 01 das 10 primeiras juntas executadas e depois 01 a
cada 100 juntas subsequentes. O teste deve ser executado na fita anticorrosiva - Torofita, no mínimo
24 horas após a aplicação, conforme Anexo B da norma N 2328 da Petrobras ou Anexo A da
especificação ET 4600.00-6520-940-PEI-007, demonstrado no Anexo I, deste procedimento.
Deve ser efetuado um teste de aderência no revestimento anticorrosivo da junta, localizado na
região onde o revestimento de fita se sobrepõe ao revestimento original do tubo e outro na região
localizada sobre o substrato metálico, próximo do cordão de solda.
Proteção:
Aço e concreto são os materiais mais usados na construção industrial e civil. No entanto,
ambos sofrem corrosão. Seus substitutos, o aço inox e os plásticos de engenharia, nem sempre são
interessantes, por serem mais caros. A pintura oferece proteção adequada a baixo custo, ao aço e ao
concreto, tornando-os viáveis.
Higiene:
Segurança:
Produtividade:
Como os empregados passam a maior parte do dia útil dentro das empresas, estas devem ter
suas instalações e equipamentos bem pintados e com cores adequadas. As cores influem no estado de
espírito do pessoal. Portanto, em ambientes sinalizados, limpos e agradáveis, as pessoas produzem
mais, com segurança, conforto e são muito mais felizes.
Marketing:
Quando um cliente ou um futuro cliente visita uma indústria e vê que ela é bem cuidada e bem
pintada, sua confiança nos produtos ali fabricados aumenta. Este é um forte argumento de vendas.
Além de todos os motivos já citados e que influem nas vendas, outro deve ser acrescentado: a estética.
Um produto com bom projeto, bem produzido, bonito e bem pintado é mais fácil de vender, pois o
visual agrada.
Qualidade:
Os produtos de uma empresa só podem ter qualidade se seu ambiente de trabalho e o seu
pessoal têm qualidade. Higiene, segurança e produtividade são as responsáveis pelo sucesso da
empresa, que se reflete não só nos produtos, mas também nos serviços. Por isso a pintura tem que estar
presente e ser bem cuidada desde o piso até o telhado da empresa.
Tem que ser fabricada com a melhor tecnologia de formulação, com controle rigoroso de
qualidade das matérias-primas e de todas as fases da produção, usando as técnicas mais eficientes de
fabricação e com ótima assistência técnica no pré e no pós-venda. A tinta tem que resistir ao ambiente
e às condições em que ficará exposta.
46
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Preparação da Superfície:
Tem que ser bem-feita, para proporcionar, limpeza completa com remoção de materiais
estranhos ou contaminantes da superfície e criar rugosidade apropriada para aumentar a aderência das
tintas.
Tem que ser feita usando equipamentos adequados, observando as condições atmosféricas, por
profissionais treinados e conscientes e apoiada nas melhores técnicas de boa pintura.
4.2. A Tinta
4.2.1. Composição
4.2.1.1. Matérias-Primas
Solventes:
Líquidos 100% voláteis, usados para dissolver a resina e afinar a tinta. Os mais
utilizados são:
Resinas:
Pigmentos:
São pós muito finos. Podem ser brancos, pretos, coloridos, incolores, metálicos,
anticorrosivos e inertes.
Os anticorrosivos são capazes de proteger o aço contra a corrosão.
Os inertes não possuem cor nem são anticorrosivos, mas são usados para conseguir
47
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
propriedades, como: resistência à abrasão, lixabilidade, fosqueamento das tintas, etc.
Sólidos por volume é a propriedade que define a quantidade em volume de tinta seca que
fica na superfície após a evaporação dos solventes.
Se a tinta tem baixo teor de sólidos, o rendimento é baixo porque há uma grande quantidade de
solventes que se evapora poluindo a atmosfera.
A quantidade de sólidos por volume de uma tinta é uma informação muito importante porque
através dela podemos calcular o rendimento, o custo da pintura por metro quadrado e a quantidade de
tinta que deve ser comprada para cobrir uma certa área.
É a área coberta por um volume de tinta líquida espalhada sobre a superfície numa certa
espessura, sem levar em conta as perdas.
RT = SV X 10
EPS
Onde:
48
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
É a área coberta por um volume de tinta líquida espalhada sobre a superfície considerando
as perdas de cada método de aplicação e a espessura da película seca.
Este rendimento é calculado e se aproxima muito do rendimento real, que é aquele obtido com
a aplicação efetiva da tinta.
As perdas dependem do método de aplicação, das condições de vento, do tipo do desenho das
peças, do estado de corrosão da superfície, do preparo da superfície (rugosidade), da uniformidade da
película e do treinamento do pintor.
Os valores apresentados na tabela acima servem apenas como orientação.
RP = RT x Fa
Ex.: Calcular o rendimento prático(RP) de uma tinta com sólidos por volume de 84%,
espessura da película seca de 30 m e aplicada com pistola convencional.
RT = SV x 10 = 84 x 10 RT = 28 m2 /L
EPS 30
RP = 28 x 0,6 RP = 16,8 m2 /L
A
QT
RP
Onde:
Qt = quantidade de tinta (em L)
A = área a ser pintada (em m2)
4.2.5. Comparação de Custos de Pintura
Quem pensa que o custo de uma pintura é o preço da tinta líquida pode se enganar e ter
muito prejuízo.
É lógico que é necessário saber o preço da tinta líquida, mas isso não é tudo. O teor de sólidos
49
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
por volume e em que espessura da película seca a tinta será aplicada também são importantes. Vejamos
o porquê.
Por exemplo:
Um comprador de tintas pediu o preço para uma determinada tinta e recebeu de dois
fabricantes a seguinte cotação:
Tinta 1 Tinta 2
Preço por litro (R$/L) R$ 60,00 R$ 70,00
Sólidos por volume (%) 40 50
Espessura da película seca (m) 100 100
Rendimento Teórico = SV x 10
EPS
Rendimento da Tinta 1:
Rendimento da Tinta 2:
Portanto, a Tinta 1, que parecia ser mais barata pois custava menos Reais por Litro, mostrou-
se mais cara quando calculamos o custo por m2.
60,00 = R$ 15,00/m²
4,00
70.00 = R$ 14,00/m²
5,00
Se a área pintada fosse de 1.200 m², o custo da Tinta 1 seria de R$ 18.000,00 e o da Tinta 2,
de R$ 16.800,00.
O gasto a mais seria de R$ 1.200,00.
50
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
azul e púrpura. As combinações de cores são infinitas. Basta misturar os pigmentos coloridos
primários para obter a cor que desejar.
Alguns exemplos de uso das cores na segurança:
Vermelha: incêndio.
Amarela: gás.
Verde: água.
Azul: ar comprimido.
Cinza clara: vácuo.
Laranja: produtos ácidos.
Púrpura: produtos alcalinos.
Branca: vapor.
Cinza escura: eletrodutos e conduítes.
Simplesmente dizer "amarelo ouro" não é suficiente para indicar com exatidão tal cor. Henry
Munsell idealizou o sistema Munsell, a partir do qual criou o Livro Munsell de Cores, que tem cerca
de 2.000 cartelas destacáveis, definidas através de Notações com letras e números. O livro possui as
cartelas distribuídas de acordo com as seguintes coordenadas.
TONALIDADE (hue):
Expressa a cor das cartelas. São 5 cores básicas e 5 intermediárias, com 4 páginas para cada
uma, totalizando 40 páginas, distribuídas em dois volumes, o BG-RP e o R-G. As cores receberam a
inicial do nome em inglês:
Os dois volumes abertos e colocados de pé formam a figura acima, vista do topo. O eixo é a
escala do N que vai do preto (0) até o branco (10), passando pelos tons de cinza sem influência de cor
(Neutro).
Cada página é um dos raios do círculo 10 lado (40 páginas).
Na tabela abaixo são referidas algumas das 37 cartelas existentes na escala dos cinzas:
51
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
REFLETÂNCIA (value):
SATURAÇÃO (chroma):
Expressa o grau de pureza da cor. São os números após a /. Quanto maior ó número, mais viva
é a cor e quanto mais baixo, mais pálida, tendendo ao cinza, é a cor.
A Notação Munsell indica apenas a cor da tinta. Não define o tipo de resina, o teor de sólidos
ou o brilho da tinta.
Hoje em dia existem tintas com índice de toxidez muito baixo. Essas tintas modernas são
chamadas de "atóxicas". O que elas apresentam de diferente das tradicionais é um menor teor de
solventes orgânicos ou substituição destes por água e pigmentos sem metais pesados na sua
composição. Os componentes inconvenientes das tintas convencionais são os solventes e os
pigmentos. As resinas praticamente não oferecem riscos à saúde.
Solventes:
Todos os solventes são voláteis e seus vapores, inflamáveis. O contato prolongado com os
solventes e seus vapores pode prejudicar a saúde. Quando o solvente ou o diluente é a água, o
problema não existe.
Alguns dos solventes orgânicos mais usados são:
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Pigmentos:
O mercúrio e o cromo são os mais perigosos da lista, por terem limite de tolerância baixo, mas
o chumbo, embora tenha limite maior, é também muito perigoso para os seres vivos.
Altos Sólidos:
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Não-Tóxicas:
Foram desenvolvidas tintas não-tóxicas, como por exemplo as com pigmentos totalmente sem
metais pesados, que substituem com vantagens o zarcão e o cromato de zinco. Também foram
desenvolvidas tintas epoxídicas betuminosas, com alcatrão tratado, do qual foram eliminados
compostos agressivos ao ser humano, uma reivindicação antiga dos pintores, que reclamavam da
irritação na pele e do seu cheiro forte.
À Base de Água:
No início, as tintas à base de água, como os PVAs e as acrílicas, serviam apenas para a pintura
de paredes de alvenaria ou de concreto. Eram os chamados látex.
Os pesquisadores desenvolveram estas tintas à base de água também para superfícies
metálicas. Parece incrível que uma tinta à base de água possa ser aplicada sobre o aço-carbono jateado.
O sucesso dessas tintas se deve ao desenvolvimento de aditivos e de pigmentos anticorrosivos, que não
permitem que a água enferruje a superfície do aço.
As acrílicas são um ótimo exemplo dessas tintas, que oferecem facilidade de aplicação, por
serem monocomponentes, e alta resistência ao intemperismo. Não perdem o brilho nem a cor por
longos períodos.
As tintas epoxídicas são outro exemplo de evolução, quando apresentadas na versão à base de
água.
São indicadas para interiores, na pintura de máquinas e paredes, principalmente para as
indústrias alimentícias, por não interferirem nos processos produtivos e nem no sabor dos alimentos.
54
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
São bicomponentes de secagem ao ar.
Os componentes são chamados de parte A e parte B. A cura realiza-se por reação química
entre as resinas dos dois componentes.
O componente A geralmente é à base de resina epóxi e o B, agente de cura, pode ser à base de
poliamida, poliamina ou isocianato alifático. São mais impermeáveis e mais resistentes do que as
alquídicas. Resistem a: umidade, imersão em água doce ou salgada, lavagens ou desinfecções diárias,
lubrificantes, combustíveis, solventes industriais e a diversos produtos químicos. As epoxídicas são
indicadas para a pintura de tanques, tubulações, estruturas e equipamentos em ambientes agressivos e
corrosivos. As epoxídicas à base de água têm a mesma resistência das à base de solventes, com a
vantagem de o cheiro ser quase imperceptível: Não são indicadas para exposição ao intemperismo
(ação do sol e da chuva) pois desbotam e perdem o brilho. Isso é chamado de gizamento ou
calcinação.
O látex é a tinta à base de água para a pintura de alvenaria. O primeiro látex de sucesso foi o
PVA (Poli-Acetato de Vinila), que era usado tanto em interiores como em exteriores. Posteriormente,
surgiu o látex acrílico, que apresenta desempenho superior ao PVA, em exteriores e interiores úmidos,
e sujeitos a mofo.
Na tabela abaixo são comparados os dois tipos de tintas:
PVA ACRÍLICO
Polímero duro, necessita de plastificante para se Polímero de natureza flexível, não necessita de
tornar flexível plastificação.
Com a variação da temperatura, perde o Resiste por tempos maiores aos movimentos da
plastificante tornando-se duro e quebradiço. base sem fissuras.
Em contato com água sobre alvenaria (cimento ou É mais resistente à alcalinidade do cimento e da
cal - pH ~ 12), desmancha-se e destaca-se. cal. A tinta já vem na embalagem em pH ~ 9.
Possui espessantes celulósicos que são alimentos Possui espessantes não-celulósicos e portanto é
de fungos. mais resistente aos fungos.
Possui biocidas (antimofos) mercuriais, com Possui biocidas e algicidas não-mercuriais.
severas restrições na indústria alimentícia.
Recomendado para interiores secos. Recomendado para interiores úmidos e exteriores.
O látex acrílico, mesmo em interiores secos, leva vantagem sobre o PVA, por resistir a
lavagens, pois possui resina mais resistente ao esfregamento a um ido. O PVA só é adequado para
paredes de interiores secos que não são lavadas freqüentemente. O seu maior atrativo é o preço baixo.
4.2.10.6. Mofo
O mofo, ou bolor, é uma classe de fungo que se alimenta de matérias orgânicas por ele
decompostas. Este microorganismo é levado pelas correntes de ar e se deposita sobre as paredes e sob
tetos. Se o ambiente é quente, sem muita luz e permanece úmido por longos períodos, o mofo
desenvolve-se e forma manchas escuras na pintura.
55
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
O alimento do mofo é, principalmente, o espessante celulósico da tinta. Se alguma destas três
condições é eliminada, o mofo não resiste por muito tempo. Se, também, o alimento for eliminado, o
mofo não sobrevive.
O biocida torna o ambiente inóspito e por isso o crescimento do mofo fica inibido.
4.2.10.7. Destacamento
Às vezes, a tinta se destaca, não por causa do mofo, mas por infiltração de água na parede.
Algumas das fontes de infiltração são: calha furada ou entupida, cano furado e solo encostado na
parede.
Antes de repintar, é necessário eliminar a fonte de infiltração, como por exemplo consertar a
calha ou o cano e, no caso do solo, abrir uma vala rente à parede e impermeabilizá-la com piche ou
alcatrão de hulha epoxídica. A pintura só poderá ser aplicada quando a parede estiver seca. Teste:
colar, com fita adesiva, uma folha de alumínio de 45 cm por 45 cm e deixar por 16 horas (de um dia
para o outro). Na manhã seguinte, abrir a folha e verificar. Se houver condensação (a folha embaça),
ainda há umidade na superfície.
A parede estará liberada para a pintura quando não houver mais condensação.
Na elaboração de um sistema de pintura, todos os dados devem ser considerados, como: meio
ambiente, substrato, preparação da superfície, tintas, seqüência de aplicação, número de demãos,
espessuras, tipo de aplicação e a que condições de trabalho estará submetida a superfície.
Para definir a pintura considerar o meio ambiente e sua agressividade:
4.2.12. Demão
É a camada úmida de tinta que após ser aplicada se torna sólida e seca. Uma demão pode ser
constituída de um só passe, se a espessura úmida desse passe for suficiente para alcançar a espessura
56
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
seca especificada.
Se a espessura da camada úmida for baixa, serão necessários mais passes enquanto ainda está
úmida, para alcançar a espessura seca certa. Após a secagem da camada, se houver necessidade de
mais tinta para chegar à espessura especificada, um novo passe é considerado outra demão.
Quando se tratar de água potável, não devem ser usadas tintas que contenham metais pesados
(por exemplo, zarcão e cromato de zinco) ou resinas que liberem material para a água. As tintas
epoxídicas betuminosas (coal tar epoxy) também não devem ser usadas pois são à base de piche e por
isso, além de conterem compostos não aprovados para contato com água potável, deixam gosto e odor
na água.
Para esse tipo de aplicação, as tintas epóxi betuminosas apresentam-se como a melhor opção
pois são extremamente resistentes a umidade, imersão em água doce ou salgada e a produtos químicos.
São indicadas para superfícies quê' ficam permanentemente imersas ou enterradas.
As tintas epóxi betuminosas são fornecidas em duas cores: preta e marrom.
Por serem geralmente aplicadas como revestimento único, a diferença de cor entre de mãos é
conveniente para o controle de aplicação tanto por parte do pintor como por parte do inspetor de
pintura, para evitar erros que podem ser fatais para o desempenho deste sistema, que trabalha em
condições críticas.
Tanques de Concreto:
Aço Galvanizado:
Sobre esta superfície não se aplicam tintas saponificáveis, como as alquídicas ou outras à base
de óleos. É necessário usar tintas de alta aderência e alta impermeabilidade.
O quanto antes, pois, se a camada de zinco for corroída, mais difícil e cara fica a limpeza da
superfície e, por não existir mais a sinergia do sistema zinco/tinta, menor será a durabilidade do
galvanizado pintado. O Sr. T.J. Eberhardt fez as seguintes considerações em artigo publicado na
revista Electric Light and Power - outubro/1964:
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Há diferença, pois a tinta pode estar seca e não estar curada ainda.
Secagem:
É a evaporação dos solventes de uma tinta. As tintas do tipo laca, como as acrílicas, as
vinílicas e as de nitrocelulose (laca nitro), secam e endurecem apenas com a evaporação total de seus
solventes.
SOLVENTES
Cura:
SOLVENTES
O2 O2 O2
FILME SECO/CURADO
FILME ÚMIDO
Nas tintas epoxídicas e nas poliuretânicas, o componente B é o agente de cura que reage com
a resina contida no componente A. Quando os dois componentes (A + B) são misturados, ocorrem
simultaneamente a evaporação dos solventes e a cura, ou seja, o endurecimento da tinta. Nesse caso a
cura não depende do oxigênio do ar.
É a tinta usada como primeira demão, aplicada diretamente sobre a superfície metálica, ou
seja, sobre o fundo (também chamado de substrato), e por isso mesmo é chamada de tinta de fundo.
Para aço-carbono, normalmente é conveniente que ela contenha pigmentos anticorrosivos.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Selador:
É uma espécie de verniz ou tinta com pouco pigmento, usado como primeira demão para selar
a poros idade de superfícies absorventes como concreto, reboco, gesso, madeira entre outras. Sua
aplicação evita a absorção não-uniforme do acabamento pela superfície, que poderia causar prejuízos
técnicos e econômicos.
Massa:
É um produto com pouquíssimo ou nenhum solvente, que serve para corrigir imperfeições da
superfície. Serve também como vedante de frestas e cobertura de parafusos ou porcas. Deve ser
aplicada sempre sobre o primer ou sobre o selador.
Acabamento:
É a tinta que vai por último no esquema, geralmente sobre o primer ou sobre a intermediária.
É conhecida como esmalte e contém pigmentos coloridos. Pode ser brilhante, semi-brilhante ou fosca.
Epoximastic:
É uma tinta epóxi de alta espessura que faz a função de primer, intermediária e acabamento, ao
mesmo tempo, pois possui pigmentos anticorrosivos e coloridos.
Pode ser aplicada em uma demão única, diminuindo os desperdícios e economizando tempo e
dinheiro.
Tie-Coat:
Tinta intermediária epóxi/poliamida, de baixos sólidos, usada sobre primer etil silicato de
zinco. Funciona como um selador da porosidade da tinta de zinco, evitando a formação de bolhas,
furos e crateras durante a aplicação do acabamento.
Mist-Coat:
Demão muito diluída de uma tinta (diluição de 40 a 50%, ou mais), usada para penetrar e tapar
os poros da superfície.
60
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Tempo Mínimo:
A maior parte dos solventes ainda não deixou a película da demão anterior e poderá ficar
retida embaixo da nova demão, causando escorrimentos em superfícies verticais, rachaduras ou
enrugamentos.
Tempo Máximo:
Tintas acrílicas ou vinílicas, que secam somente pela evaporação dos solventes, não
têm prazo máximo para a repintura, porque os solventes da nova demão sempre
amolecem a demão anterior.
No caso de o prazo ser ultrapassado, é necessário lixar ligeiramente a superfície para "quebrar
o brilho" e garantir a aderência entre demãos.
Após o lixamento é recomendável passar pano de algodão limpo (que não solte fiapos),
embebido em diluente limpo, para remover o pó e as gorduras.
O fabricante já testou muito a tinta e a espessura que ele recomenda na ficha técnica é a mais
adequada para que a tinta tenha o desempenho esperado.
O problema de aplicar espessura menor é a corrosão em tempo mais curto do que se espera. Se
a espessura é maior do que a indicada, o prejuízo é o consumo de tinta a mais, sem necessidade.
Há uma tolerância para as espessuras, em geral de aproximadamente 10%.
Por exemplo, se a espessura recomendada é de 40 um, ela pode variar de 35 a 45 um, sem
problemas.
Espessuras muito acima da recomendada em superfícies verticais podem causar problemas de
escorrimento e em superfícies horizontais, demora para secar, rachaduras ou enrugamentos.
A parte superficial seca mais rapidamente e sofre contração, enquanto a parte mais profunda
ainda tem solventes e permanece mole, permitindo o surgimento das trincas ou dos enrugamentos.
É muito importante o pintor controlar a espessura úmida, para que a espessura seca obtida seja
aquela que foi especificada.
Quando esfregamos a mão sobre uma pintura envelhecida, exposta ao intemperismo (ação do
sol e da chuva), um pó claro sai da película como se a mão fosse passada sobre uma caiação (pintura
com cal) ou sobre um quadro negro escrito com giz. O nome desta ocorrência é calcinação ou
gizamento (em inglês é "chalking").
A calcinação é a desagregação da resina, formando um pó na superfície por causa de radiação
ultravioleta da luz solar, variações de temperatura, ação das chuvas e do oxigênio do ar.
A resina da superfície da tinta, originalmente lisa, e- por isso brilhante, desagrega-se e torna-se
61
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
microscopicamente rugosa.
As partículas de resina desagregadas vão se acumulando na superfície que, além de perder o
brilho, vai se tornando mais clara por causa do pó branco da resina microdividida, e os pigmentos
acabam se soltando.
A natureza química das resinas e dos pigmentos influi na resistência das tintas. Algumas
resinas são mais sensíveis à calcinação do que outras: as poliuretânicas e as acrílicas são mais
resistentes ao UV do que as alquídicas e as epoxídicas.
Nas poliuretânicas o catalisador é decisivo na resistência ao UV: o isocianato alifático é muito
mais resistente do que o isocianato aromático. Alguns pigmentos também têm influência na
calcinação.
4.2.16. UV + Água + O2
Vernizes são mais afetados do que tintas, quando expostos ao intemperismo, pois, não
possuindo pigmentos, a radiação UV penetra mais profundamente, danificando a resina. Os pigmentos,
por serem opacos, barram a luz nas camadas mais superficiais da tinta.
Após lavagem com água e detergente, esfregados com uma escova de náilon, lixar com lixa
número 100 a superfície e passar uma escova de pêlos para tirar o pó. Em seguida, passar um pano
embebido em diluente, removendo possíveis gorduras e o resíduo de pó.
Após estas providências, aplicar uma tinta resistente à calcinação, como acabamento
poliuretânico ou acrílico.
Observação: jamais aplicar verniz poliuretânico sobre tintas epoxídicas. O verniz, por ser
transparente, deixa passar a luz UV calcinando o epóxi embaixo.
Quando uma superfície de aço-carbono é aquecida entre 4500 C e 8000 C e exposta ao ar,
forma-se uma camada cinza escura azulada, que é chamada de carepa.
O oxigênio do ar reage com o aço, que é composto principalmente por ferro, e forma os óxidos
de ferro. A carepa é uma camada bem aderida, dura e lisa e em alguns casos espessa. A espessura
depende do tempo em que o aço ficou exposto à alta temperatura e pode variar de 15 a 500 um. A
carepa solta-se quando o aço novo é exposto ao sol e à chuva.
Com o calor, o aço dilata-se e a carepa, que não acompanha este movimento, sofre
trincamento. A corrosão do aço (também chamada de ferrugem), formada pela presença do oxigênio e
da água, começa nessas trincas e avança por baixo da carepa. Depois de algum tempo, a ferrugem
toma conta da superfície e expulsa toda a carepa. Passado mais algum tempo, surgem pontos
profundos de corrosão na superfície, chamados de pites.
Portanto, a própria natureza é capaz de eliminar a carepa de chapas e perfis laminados a
quente.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
C A R E P A IN T A C T A CAREPA EM DESAG RAG AÇÃO IN ÍC IO D A F E R R U G E M
FERRUG EM F E R R U G E M + P IX E S
Com a variação da temperatura (de dia esquenta e de noite esfria), a carepa, por ter
coeficiente de dilatação diferente do aço, acaba se destacando devido aos movimentos de dilatação e
contração da base. A carepa não é flexível. Se a tinta for aplicada sobre a carepa, ela pode se
destacar junto com os pedaços trincados e soltos deste material.
Muitos pensam que a carepa protege o aço-carbono enquanto está sobre a superfície, porém o
seu tempo de permanência é menor do que o de muitas tintas. Em outras palavras, a tinta, por ser
flexível, oferece maior proteção ao aço do que o que se poderia obter somente com a carepa.
Ferramentas Manuais:
Escovas, raspadores, martelos (para quebrar as cascas grossas de ferrugem), lixas ou palhas de
aço retiram boa parte das ferrugens, mas não retiram as carepas.
63
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Ferramentas Mecânicas:
Jato Abrasivo:
Equipamentos que atiram partículas contra a superfície, por meio de um jato de ar comprimido
muito forte, capaz de arrancar ferrugem, tintas velhas e carepas. Além da limpeza, o jato provoca uma
rugosidade na superfície, que é boa para a aderência das tintas.
No Aço:
Terra: Peças deixadas no chão são contaminadas por areias ou argilas jogadas por
ventos e chuvas, prejudicando a aderência das tintas.
Suor: Líquido produzido pelo corpo, eliminado através dos poros da pele. Contém
água, gorduras, ácido úrico e sais. O toque com as mãos em superfícies já prontas para
a pintura produz manchas que causam bolhas nas tintas e aceleram a corrosão.
No Concreto:
Nata de Cimento: Calda de cimento que se solidifica sobre a superfície, porém não
fica firmemente aderida, também prejudica a aderência das tintas.
Desmoldantes: Para o concreto não aderir às fôrmas, são usados desmoldantes à base
de cera ou de silicone que, se não forem completamente retirados, prejudicam a
64
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
aderência das tintas.
Qualquer tinta, por mais moderna e por melhor desempenho que possa ter, nunca deve ser
aplicada sobre superfícies contaminadas com compostos solúveis, pois há um grande risco de se
formarem bolhas.
As bolhas formam-se por causa da osmose, que é a passagem de água através da película de
tinta, do lado que tem menor concentração de sal para o lado de maior concentração de sal.
Geralmente as bolhas ocorrem em locais úmidos ou em condições de imersão.
Dependendo dos locais, os produtos de corrosão podem conter os seguintes compostos
solúveis: à beira-mar há cloreto de sódio e cloreto férrico, no ambiente industrial há nitratos, cloretos e
sulfatos ferrosos e no ambiente rural há os óxidos e hidróxidos ferrosos. Por isso é que, para situações
de imersão ou exposição a ambientes muito úmidos, as superfícies devem ser jateadas ao grau Sa 3 da
norma sueca.
Não se deve tocar com as mãos a superfície a ser pintada, pois os sais, as gorduras e os ácidos
do suor causam problemas de bolhas por osmose. Também não se deve utilizar areia contaminada com
sais nos serviços de jateamento.
Para o controle da salinidade na areia existe a norma PETROBRÁS N 1946. Essa norma
descreve um método para verificar se o teor de sais na areia é maior ou menor do que 40 ppm (partes
de cloreto para um milhão de partes de areia, que equivale a 0,004%). Se o teor de cloreto de sódio
estiver acima de 40 ppm, a areia estará condenada. Areia de mar não deve ser usada no jateamento.
Concreto Novo:
Não aplicar pintura sobre concreto aditivado com acelerador de cura sem que testes indiquem
a poscsibilidade de adesão satisfatória da tinta. Não aplicar a pintura sem que o concreto esteja seco e
curado pelo menos por 28 dias. As superfícies deverão receber tratamento adequado para: eliminar a
nata da cal e qualquer contaminante superficial, produzir rugosidade para garantir a perfeita aderência
do sistema, abrir todos os vãos e falhas superficiais e eliminar partículas soltas.
Os métodos recomendados para o tratamento de superfícies de concreto são:
Jato Abrasivo:
Ferramenta Mecânica:
Utilizar lixadeira de disco (lixa 60) ou máquinas de martelos rotativos. Aspirar ou soprar o pó
com ar comprimido filtrado e aplicar a primeira demão do selador.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Tratamento com Ácido:
Antes de aplicar o ácido, molhar a superfície com água, evitando a formação de poças. Aplicar
a solução com 15% de ácido muriático (1 parte de ácido muriático comercial para 1 parte de água, em
volume), Para calcular a quantidade de solução, considerar que são necessários 10 litros de solução
para 15 a 18 m2 de área. Espalhar de modo uniforme a solução sobre a superfície, utilizando escovas
com cerdas de náilon. Evitar a formação de poças e deixar a solução atuar sobre o concreto até que a
superfície apresente uma rugosidade similar ao papel de lixa 80. Lavar com água em abundância para
eliminar todo o resíduo do ácido. Aplicar o selador quando o concreto estiver perfeitamente seco e
neutro (pH entre 7 e 8).
Notas:
Tratamento com ácido não elimina contaminações de óleos, graxas e gorduras
impregnados no concreto;
Não utilizar ácido em estrutura de concreto armado ou protendido, pois sua
infiltração na ferragem pode comprometer a segurança da estrutura.
Concreto Velho:
Selador:
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Os padrões de grau de limpeza também são definidos através de fotografias do estado em que
as superfícies ficam após o tratamento de limpeza.
Os padrões visuais fotográficos são:
Sa 2 1/2: Jato ao metal quase branco (executado com o equipamento de jateamento, mais
minucioso que o anterior, sendo removidos 95% de carepas e ferrugens. A coloração da
superfície é cinza clara, sendo toleradas pequenas manchas), O rendimento aproximado é
de 10 a 15 m²/h por bico;
Na limpeza de superfícies para pintura industrial os abrasivos mais usados são: areias,
granalhas e óxido de alumínio (sinterball).
Areia:
Usada em campo aberto, onde não há restrição à poeira. Tem boa capacidade de limpeza, é
barata, mas com o impacto na superfície quebra-se produzindo poeira.
Na primeira passagem (primeiro ciclo), cerca de 70% da areia ficam quebrados, permitindo
apenas mais uma reciclagem, ou quando muito uma terceira. Depois disso, o que resulta é um pó fino,
que não serve para o jateamento com finalidade de proteção anticorrosiva. A poeira contém sílica, que
faz mal ao pulmão, causando uma doença chamada silicose.
Há necessidade de uso de EPls adequados e fornecimento de ar limpo para o capacete do
jatista.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Granalhas:
Usadas em cabines fechadas, as granalhas são feitas de aço especial muito duro. Sua poeira
não chega a ser tão perigosa quanto a da areia.
O formato de suas partículas pode ser redondo ou angular.
As granalhas redondas são chamadas de "shot" e as angulares, de "grit".
As redondas podem ser recicladas até 450 vezes e deixam um perfil bastante arredondado. As
angulares, até 350 vezes e deixam um perfil bem anguloso e irregular.
Usado em cabines fechadas, pode ser redondo ou angular. É feito a partir de bauxita fundida,
tem boa capacidade de limpeza, não enferruja, é leve e sua poeira não contém sílica.
4.3.7.1. Conceitos
A rugosidade provoca da pelo abrasivo na superfície pode ser medida e é chamada de perfil de
rugosidade ou perfil de ancoragem.
O perfil deve ser controlado porque, se for muito alto, podem ficar picos fora da camada de
tinta e ocorrer corrosão destas áreas. Se for muito baixo, a tinta pode não aderir satisfatoriamente.
O perfil de rugosidade ideal é aquele entre 1/4 e 1/3 da espessura total da camada de tinta,
somadas todas as demãos.
Por exemplo, se a espessura é igual a 120 m, o perfil deverá estar entre 30 e 40 um. No caso
de primer aplicado na oficina para transporte, montagem e posterior pintura com acabamento, o perfil
é limitado a 2/3 da espessura do primer.
O perfil de rugosidade pode ser medido com o rugosímetro, que é um relógio comparador
com uma agulha de metal duro e uma base circular de aço inoxidável. Basta colocar o aparelho sobre a
área jateada e o valor do perfil pode ser lido diretamente no mostrador do relógio comparador.
A pressão ideal é de 7 kg/cm² e a dureza do aço não depende do jateador, portanto, para se
obter o perfil desejado, controla-se a granulometria do abrasivo. Partículas maiores produzem perfil
mais alto e menores, mais baixo.
Os valores de perfil de rugosidade média mostrados na tabela acima são obtidos com pressão
de 7kg/cm², tanto para areia como para as granalhas.
No caso de areia é importante usar sempre um par de peneiras para obter a granulometria
certa. Por exemplo, se o perfil especificado é entre 30 e 40 m, a areia deverá ser a fina.
A porção da areia que interessa é a que passa na peneira 40 e fica retida na 80.
Já as granalhas são vendidas nas granulometrias especificadas para cada tipo, S ou G (por
exemplo, A granalha G-40 é classificada na peneira número 18).
Se, por exemplo, a umidade relativa do ar estiver alta, acima de 85%, não deve ser
efetuado nem o serviço de jateamento nem a pintura;
Se o local for em ambiente industrial agressivo ou à beira-mar, não deve passar de 2 horas;
Os tempos mostrados são apenas indicativos, pois cada situação particular deve ser avaliada
quanto aos contaminantes presentes na atmosfera.
Após o jateamento, a única coisa que se deve fazer é retirar o pó soprando a superfície com ar
comprimido limpo e seco. Se o ambiente for fechado, como interior de tanques, usar um aspirador de
pó.
Panos ou solventes não devem ser passados na superfície, pois estes podem deixar fiapos ou
resíduos indesejáveis.
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Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Quando a superfície de aço-carbono jateada fica exposta, logo começa a se amarelar, passando
para uma cor alaranjada e terminando vermelha amarronzada.
A mudança de cor é devida à reação do metal com oxigênio e umidade do ar, formando a
ferrugem instantânea (flash rust). A superfície deverá ser pintada antes que fique amarelada.
Onde o jato de areia a seco não pode ser utilizado por causa da poeira, o jato a úmido resolve o
problema, pois a geração de pó é mínima. O equipamento de jato a úmido é o mesmo do jateamento a
seco, porém introduz-se uma corrente de água no bico.
A água molha o jato de areia e diminui consideravelmente a poeira. O jateamento a úmido
pode ser realizado com ou sem inibidor de corrosão.
Com Inibidor:
A vantagem de se trabalhar com o inibidor é que se pode jatear à noite, mesmo quando
a umidade do ar é maior;
Se não chover, é possível ficar alguns dias com a lama do jateamento sobre as peças
sem que a ferrugem amarelada se forme. Com isso há um aumento da produtividade.
Para pintar é necessário lavar com água limpa e secar bem a superfície com ar
comprimido limpo e seco, para remoção completa dos resíduos do inibidor, que por
ser solúvel em água pode provocar bolhas por osmose na película de tinta.
O nitrito de sódio reage com o aço e produz uma película invisível de óxido de ferro insolúvel
e hidróxido de sódio, que protegem por poucos dias a superfície jateada, evitando o enferrujamento
instantâneo do aço (flash rust).
Sem Inibidor:
Imediatamente após o jateamento a úmido, sem inibidor, é necessário lavar com água
limpa e secar bem a superfície, com ar comprimido limpo e seco. Este procedimento
deve ser rápido, pois sem o inibidor a água provoca enferrujamento acelerado.
Com o uso do inibidor se consegue padrão Sa 2 1/2 mais facilmente do que sem o inibidor.
Padrão Sa 3 é quase impossível de ser obtido. Por isso não se aconselha jato úmido para interior de
tanques. Nesse caso é melhor usar areia seca, granalhas ou sinterball.
Importante:
Jateamento a úmido não quer dizer que a superfície no momento da pintura possa estar
molhada ou até mesmo úmida.
70
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Desengraxe:
Remove graxa, óleo solúvel, lubrificante, óleo de prensagem e óleo protetor que restam na
superfície após as operações mecânicas de usinagem, montagem ou de acabamento. No desengraxe
também são removidos: sais, óxidos solúveis, resíduos de oleosidades deixadas pelo manuseio, bem
como material aderido a estes como poeiras, cavacos, abrasivos, etc. O desengraxe pode ser efetuado
por dissolução, saponificação, emulsificação e por ação mecânica.
Decapagem Ácida:
Refinador:
Tem por finalidade criar pontos de nucleação na superfície metálica, que induzam à formação
de cristais pequenos e fortemente aderidos. O tamanho dos cristais é importante para desempenho da
fosfatização. A boa eficiência do refinador, que é constituído de sais de titânio, depende de uma boa
operação prévia de desengraxe e decapagem.
Fosfatização:
Passivação:
Tem por finalidade selar os poros deixados na camada de fosfato. As soluções apassivantes,
constituídas por ácido crômico ou ácido crômico/fosfórico, geralmente a 60°C, completam as falhas na
camada de fosfato, melhorando a proteção anticorrosiva. A passivação também é chamada de "selagem
com cromo".
71
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Antes de começar a preparar a tinta, o pintor deve separar a ficha técnica e retirar do
depósito: a tinta (componentes A e B, se for bicomponente), o diluente, o abridor de latas, 3 espátulas
(uma para cada componente e outra para a mistura, se for bicomponente), a caneca graduada para
fazer a diluição, uma lata maior para colocar a mistura ou a tinta diluída, os pincéis, rolos, a pistola,
as mangueiras, as ferramentas (um alicate, a chave da pistola, uma chave de fenda), panos de
algodão limpos, o medidor de espessura úmida e os EPls (capacete, gorro, óculos, respiradores e
luvas).
A preparação deve se iniciar com a leitura dos rótulos (cuidado para não usar tinta vencida, e
não confundir componente A de uma tinta com componente B de outra). Uma providência útil é: ao
receber tintas bicomponentes, juntar cada par de embalagens de A e B amarrando-as pelas alças ou
passando uma fita crepe nas duas e só então guardar os pares nas prateleiras. Abrir a tampa com
cuidado para não danificar as bordas e colocar a espátula limpa até o fundo da lata.
Se o pigmento estiver "empedrado", retirar a parte líquida passando-a para outra lata vazia e
limpa. Mexer a pasta de pigmento que sobrou no fundo, voltando aos poucos e com cuidado a parte
líquida separada. Agitar a pasta com a espátula em movimentos circulares e de baixo para cima,
cuidadosamente para não espirrar tinta para fora da lata e para não introduzir bolhas de ar.
Se for o caso de usar toda a quantidade de tinta das embalagens, o pintor pode abrir as latas
retirando o fundo com um abridor de latas, para aproveitar melhor o seu conteúdo.
Observação: No caso de tintas bicomponentes, após proceder como indicado acima com
cada um dos componentes, adicionar o agente de cura sobre o componente-base, aos
poucos, mantendo a agitação. Em algumas tintas o componente A é o base e o B é o agente
de cura. Em outras, o B é o agente de cura e o A é o base.
É a relação entre as quantidades de componentes A e B que devem ser misturadas para que a
tinta bicomponente possa ser aplicada e curada corretamente.
Existem proporções 1:1 (ou 3,6:3,6 ou 100:100), 2:1, 3:1, 4:1 (ou 100:25), etc. Sempre
significam a quantidade de componente A para B. As proporções podem ser em volume ou em massa
(peso). Algumas vezes o pintor encontra os componentes A ou B denominados como parte A ou parte
B.
Quando o rótulo da embalagem indica, por exemplo, que a proporção é de 100 partes de A
para 25 partes de B, significa que a proporção é de 4:1. Para saber, é só dividir 100 por 25 = 4 e 25 por
25 = 1 (a maior parte pela menor e a menor por ela mesma).
Quando o pintor vai usar a tinta toda que está na embalagem, nem se preocupa com a
proporção de mistura, pois o fabricante já coloca a quantidade exata nas duas embalagens e assim a
mistura já estará na proporção correta. Porém, quando vai usar apenas pequenas quantidades de tinta, é
necessário seguir a proporção de mistura indicada na ficha técnica ou no rótulo das embalagens.
A mistura fora da proporção ou a aplicação de somente um dos componentes acarreta
prejuízos, pois a película pode ficar mole e grudenta ou endurecer demais e ficar toda rachada e
quebradiça. Uma vez que foi aplicada errada, não há como recuperar uma tinta fora de proporção. Só
resta remover toda a tinta e aplicá-la novamente, só que dessa vez na proporção correta.
72
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Proporção de Mistura em Massa (Peso):
Em oficinas, quando o conteúdo das embalagens não será utilizado totalmente, é preferível
realizar a mistura em massa. Para tanto o pintor pode usar uma balança. Este método é mais preciso e
mais fácil para se trabalhar. Pesa-se uma lata vazia, coloca-se a quantidade de componente A, calcula-
se a quantidade de componente B seguindo a proporção de mistura e, finalmente, coloca-se o
componente B. É simples.
A
A p lic o u s ó o
B B
c o m p o n e n te A
A
T in ta G r u d e n ta
A B A B
Figura 18. Representação de tintas bicomponentes.
Vida útil da mistura ou "pot Me" é o tempo que o pintor tem para usar a tinta bicomponente
depois que as partes A e B foram misturadas.
Feita a mistura, as resinas dos dois componentes começam a reagir e, após um determinado
tempo, a tinta gelatiniza ou endurece e não é mais possível a sua utilização.
As tintas epoxídicas e as poliuretânicas são exemplos de tintas bicomponentes nas quais os
componentes A e B reagem entre si. Por isso é necessário observar o tempo de vida útil que as fichas
técnicas dessas tintas indicam, para não ter prejuízo.
O pintor deve verificar a área a ser pintada, para não preparar quantidade de tinta a mais do
que é capaz de aplicar dentro do período de vida útil da mistura. Deve verificar também se a área já
está limpa e pronta para receber a tinta e se todo o equipamento a ser utilizado está em ordem.
Se o pintor não for utilizar a tinta toda, deve preparar somente a quantidade necessária para
dar uma demão na área a ser pintada. Para isso, ele retira a quantidade de que. necessita em medidas
pequenas (copos ou canecas). Por exemplo, se a proporção da tinta é de 3: 1, o pintor deve tirar três
medidas iguais do componente A e uma outra igual do componente B. É preferível trabalhar com
relação de mistura em massa (peso). pois fica mais fácil medir as quantidades de A e de B, diminuindo
o erro na operação de mistura.
A temperatura influi no tempo de vida útil da mistura. Assim, quando a temperatura do
ambiente é mais alta, o tempo de vida útil diminui e quando a temperatura é mais baixa, o tempo que o
pintor tem para usá-la aumenta. Se o pintor colocar a mistura na geladeira, o tempo será aumentado,
mas isso é desaconselhado pois a tinta muito fria no momento da aplicação provocará a condensação
da umidade e o seu desempenho será prejudicado.
A quantidade de tinta misturada também influi na vida útil. Quantidades maiores têm vida útil
menor. Por exemplo, a vida útil da mistura de dois baldes de 18 L é menor do que a de duas latas de 1
galão (3,6 L).
A adição de diluente deve ser feita após a mistura dos componentes.
73
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Após a mistura e diluição, o pintor deve fechar a lata onde a mistura foi feita e aguardar de 10
a 15 minutos. Esse tempo chama-se indução ou espera, e serve para que as resinas comecem a reagir, a
fim de que, quando forem aplicadas, estejam mais homogêneas e prontas para aderirem à superfície.
Em tintas com vida útil da mistura muito curta, pode-se dispensar o tempo de indução.
Observação: Após o prazo de vida útil da mistura, não adianta diluir mais a tinta, pois a
aplicação de tinta com prazo vencido poderá prejudicar a sua aderência.
Em tintas bicomponentes é assim:
4.4.5. Diluição
As condições que podem influir no desempenho das tintas e, portanto, que devem ser
respeitadas pelo pintor durante a aplicação são:
Temperatura da Tinta:
74
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Temperatura do Ambiente:
A temperatura do ar no ambiente onde a pintura será executada deverá estar entre 16° e 30°C.
Em temperaturas abaixo de 16°C, até o mínimo de 10°C, e acima de 30°C, até o máximo de 400e,
poderão ser necessárias técnicas especiais de diluição e de aplicação. A temperatura do ambiente pode
ser medida com um termômetro comum.
Temperatura da Superfície:
Ponto de Orvalho:
75
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
TEMPERATURA AMBIENTE oC
UR% 10 15 20 25 30 35 40
90 8,2 13,3 18,3 23,2 28,0 33,0 38,2
85 7,3 12,5 17,4 22,1 27,0 32,0 37,1
80 6,5 11,6 16,5 21,0 25,9 31,0 36,2
75 5,6 10,4 15,4 19,9 24,7 29,6 35,0
70 4,5 9,1 14,2 18,6 23,3 28,1 33,5
65 3,3 8,0 13,0 17,4 22,0 26,8 32,0
60 2,3 6,7 11,9 16,2 20,6 25,3 30,5
55 1,0 5,6 10,4 14,8 19,1 23,9 28,9
50 -0,3 4,1 8,6 13,3 17,1 22,2 27,1
45 -1,5 2,6 7,0 11,7 16,0 20,2 25,2
40 -3,1 0,9 5,4 9,5 14,0 18,2 23,0
35 -4,7 -0,8 3,4 7,4 12,0 16,1 20,6
30 -6,9 -2,9 1,3 5,2 9,2 13,7 18,0
As técnicas de boa pintura recomendam que as tintas não devem ser aplicadas se a temperatura
da superfície não estiver no mínimo 3° C acima do ponto de orvalho.
No exemplo acima, se a temperatura da superfície não estiver acima de 21,6°C (18,6°C+3° C),
a pintura não devera ser executada.
Esses 3°C são considerados margem de segurança. Se for possível aquecer a superfície a ser
pintada, dentro dos limites normais de aplicação, esta regra (ponto de orvalho = +3ºC) prevalece sobre
outras, inclusive sobre a restrição de no máximo 85% para a umidade relativa do ar.
O ar comprimido deve chegar à pistola limpo, seco, em volume e pressão suficientes. Para isso
é necessário um compressor, tubulações com diâmetro suficiente, reguladores de pressão com
manômetro em bom estado de conservação, filtros separadores de água e óleo e mangueiras com
comprimento e diâmetro adequados.
4.4.7.1. Compressor
O compressor com seu reservatório é o coração da instalação. Se ele não tiver capacidade
suficiente, não conseguirá manter a pressão durante a pulverização.
A capacidade do compressor é em PCM Pés Cúbicos por Minuto. 1 HP = ~ 4 PCM. Se por
exemplo o consumo de ar na pistola for de cerca de 15 PCM, o compressor deverá ter no mínimo 4
HP. O local de sua instalação deve ser:
O compressor deve estar nivelado e em local de fácil acesso para trabalhar melhor e facilitar a
sua manutenção. A polia com pás deve estar voltada para a parede, a uma distância mínima de 40 cm
desta para permitir a circulação do ar necessário ao resfriamento. O óleo de lubrificação deve ser
76
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
verificado diariamente e a água acumulada no reservatório, drenada sempre.
4.4.7.2. Tubulação
A tubulação de ar deve ser a mais direta possível para evitar perda de pressão e estar instalada
com inclinação no sentido do compressor, para que a água e o óleo retomem facilmente ao
reservatório.
A tubulação deve ser em aço galvanizado, com bitolas entre 3/4 e 1/2 polegada, dependendo
do volume de ar necessário. As saídas de ar devem ser por cima do tubo principal da linha, a uma
distância mínima de 7,5 metros do compressor para que o, ar não seja contaminado com água, óleo e
detritos de ferrugem.
4.4.7.3. Pistola
O corpo da pistola é o mesmo, para a aplicação com caneca ou com tanque de pressão. A
combinação de capa/bico/agulha é que muda.
A operação para montagem e regulagem das pistolas a ar comprimido convencionais para
ambos os tipos de aplicação é apresentada a seguir:
1. Recuar totalmente a agulha da regulagem do ar, girando o botão para a esquerda (isso
impedirá que a agulha sofra empenamento).
2. Colocar o conjunto na pistola e apertar.
3. Colocar o desviador e o anel de cobre (verificar antes se o anel não está amassado ou
torto).
4. Colocar o bico para caneca ou para tanque de pressão e apertar.
5. Colocar a capa de ar escolhida e apertar com a mão.
6. Posicionar os chifres da capa: na horizontal o desenho do leque (configuração) sairá na
Vertical e vice-versa.
7. Colocar a agulha com cuidado para não entortá-la (antes passar um pouco de vaselina ou
graxa fina).
8. Colocar o botão com a mola da agulha (a mola antes deve ser lubrificada com vaselina ou
graxa fina) e apertar com cuidado.
9. Apertar com cuidado o parafuso da guarnição da agulha da tinta
10. Conectar a mangueira de ar no cabo da pistola.
11. Conectar a mangueira de tinta ou a caneca.
12. Abrir o botão da agulha de tinta girando-o para a esquerda até aparecer o primeiro filete
da rosca.
13. Posicionar a pistola a um palmo de uma superfície escolhida para o teste e apertar por
poucos segundos o gatilho.
14. Observar se o desenho do leque está oval e no comprimento certo.
15. Se não estiver, abrir mais o botão do ar girando-o para a esquerda até que o desenho fique
na medida certa.
16. Ajustar a pressão no regulador do ar entre 40 e 60 libras/pol².
17. Se notar que está faltando tinta, ou falhando, abrir mais o botão da tinta, girando-o para a
esquerda.
Lembrar que os apertos devem ser feitos com cuidado, pois as roscas do corpo da pistola
são de alumínio e, portanto, facilmente danificáveis.
77
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
4.4.7.3.2. Limpeza
No final do dia, ou no caso de mudança de tinta, a caneca ou a mangueira de tinta devem ser
limpas. Para a caneca, usar pano ou papel absorvente que não solte fiapos, embebido no diluente para
limpeza. Para limpar a mangueira, colocar uma lata de 1/4 de galão de diluente no tanque, fechar a
tampa, o parafuso de ajuste do ar na pistola e acionar o gatilho, apontando para uma lata limpa. O
diluente sob pressão no tanque empurra a tinta para a pistola e esta poderá servir para algum retoque.
A quantidade de tinta que resta na mangueira de 8 mm (5/16") de diâmetro por 3 metros de
comprimento chega a 150 cm³ (0,15 L).
Um litro de solvente é suficiente para limpar até 3 metros de mangueira.
Ao terminar o trabalho diário, o pintor deve desmontar a pistola, colocando o bico e a capa em
um copo com solvente para amolecer ou dissolver a tinta. Se após a imersão ainda houver tinta aderida
nessas partes, esfregar uma escova apropriada embebida no solvente para removê-la.
O solvente amolece o resíduo que pode ser retirado dos orifícios da capa e do bico com um
palito de madeira ou de cobre. Não usar arame, broca ou outro objeto de metal para limpar os orifícios.
Como essas peças são feitas de aço ou de bronze niquelado, esses metais podem danificar o contorno
dos orifícios impedindo-os de produzirem um leque adequado.
O corpo da pistola não deve nunca ser mergulhado no diluente, pois este retira a lubrificação e
pode ressecar as guarnições. Além disso, o solvente sujo pode entupir as passagens de ar no interior da
pistola.
Não convém mergulhar a agulha no solvente pois este poderá soltar o cilindro colado em seu
corpo, e com isso o gatilho não mais conseguirá puxá-la.
Que cuidados o pintor deve ter ao aplicar a tinta com uma pistola?
Distância:
Inclinação:
Movimento:
Superposição:
Superpor (remontar) as faixas em 50% a cada passe. O ideal é terminar cada painel com
demão cruzada, isto é, repasse cruzado perpendicular.
78
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
4.4.8. Pincel
Os melhores pincéis para a pintura industrial com tintas anticorrosivas são feitos geralmente
com pêlos de porco ou de orelha de boi. Os de pêlos sintéticos como os de polipropileno e náilon são
indicados para tintas à base de água. A escolha do tipo de pincel depende do trabalho a ser
executado.
Depois de mergulhar cerca de 2/3 do comprimento dos pêlos na tinta, o pintor leva o pincel à
superfície virado para baixo, meio inclinado.
As pinceladas iniciais devem ser curtas, procurando espalhar uma quantidade uniforme de
tinta, esfregando os pêlos na superfície para cobrir todas as irregularidades.
O nivelamento e o alisamento das camadas deve ser feito com longas pinceladas cruzadas
sobre as iniciais, sem apertar muito para evitar marcas.
As pinceladas devem ser dadas com uma pequena inclinação no pincel, para facilitar o
deslizamento. A inclinação deve ser ao contrário na volta. Ao terminar o trabalho diário, o pintor deve
lavar o pincel com solvente e em seguida com água e sabão para que ele possa durar mais.
4.4.9. Rolo
Os rolos podem ser de pele de carneiro ou sintética (acrílica) - para tintas à base de solventes
ou de água - e de espuma de poliuretano - somente para tintas à base de água {pois desmancham-se
quando usados com tintas à base de solventes orgânicos}. O rolos são fornecidos com comprimento de
pêlos de 6 mm até 23 mm.
Os pêlos longos carregam mais tintas e são adequados para superfícies muito irregulares,
porém deixam marcas em relevo, como casca de laranja. Os curtos evitam formação de espuma e dão
acabamento mais liso e uniforme, porém a espessura da camada de tinta fica mais baixa. Se não for
possível comprar rolos com pêlos mais curtos, pode-se queimá-Ios "sapecando-os" em uma chama. O
miolo dos rolos pode ser um tubo de resina fenólica ou de polipropileno, ambos resistentes aos
solventes.
As larguras dos rolos variam de 75 mm até 230 mm. Por exemplo, para pintura de perfis de
torres de transmissão, são usados os de 100 mm.
Não se mergulha o rolo todo na lata de tinta. É usada uma bandeja rasa com uma rampa onde
ele é rolado para tirar o excesso. Pode-se usar também uma tela de arame com cabo, chamada de
difusor, que é colocada dentro do balde para tirar o excesso de tinta do rolo.
O pintor deve aprender a carregar o rolo com a quantidade correta de tinta para evitar
79
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
escorrimentos e desperdícios. A pressão do rolo na superfície deve ser controlada para deixar
espessura uniforme.
Em superfícies muito rugosas o rolo deve ser passado em várias direções, indo e voltando para
fazer a tinta penetrar nas irregularidades. No início da passagem, o rolo deixa muita tinta e no final do
movimento está quase sem tinta. Por isso é importante que o repasse seja feito em sentido contrário ao
primeiro movimento, para uniformizar a espessura da tinta.
Ao terminar o trabalho diário, o pintor deve lavar o rolo com solvente e em seguida com água
e sabão para que ele possa durar mais.
Os solventes, imediatamente após a aplicação das tintas, começam a se evaporar. Com isso, a
espessura da camada diminui, dependendo do teor de solventes, ou seja, de acordo com o volume de
sólidos.
A medida é feita imediatamente após a aplicação, com um pente de aço inox que tem dois pés
com o mesmo comprimento e outros com comprimentos variáveis, em forma de escada.
O pintor apóia o pente sobre a superfície pintada e verifica qual foi o dente de maior valor que
molhou e o primeiro após que não molhou.
Pente
30 20
Pente 10
Tinta
líquida
30 20 10
No exemplo acima, 200 m foi o maior valor que molhou e 300 m foi o primeiro que não
molhou. O valor da espessura é: (200+300) / 2 = 250 m.
A medida de espessura úmida permite que o pintor já saiba no momento da aplicação qual será
a espessura seca que será obtida. Isso é importante para o controle de qualidade da pintura.
Quando a espessura seca (EPS) é especifica da, os sólidos por volume (SV) são dados na ficha técnica
e a % de diluição (% Dil) efetivamente realizada é anotada, podemos calcular a espessura úmida
usando a seguinte fórmula:
80
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Por outro lado, tendo a espessura úmida, o pintor pode calcular a espessura seca que será
obtida usando a seguinte fórmula:
EPS = EPU x S V
100 + % Dil
Após a evaporação dos solventes e da cura das tintas, a película seca, já endurecida, pode ser
medida com diversos tipos de aparelhos.
Coloca-se o aparelho sobre a superfície de aço-carbono nua e polida. Gira-se o disco graduado
todo para a frente e aperta-se o pino avisador. O imã adere à superfície. Em seguida, gira-se o disco
para trás até que a força da mola solte o imã e o pino avisador salte, produzindo um "clique". Lê-se o
valor da espessura na escala do disco. Repete-se o procedimento sobre uma lâmina aferida e depois
sobre a superfície pintada.
Eletrônico:
Calibra-se o zero sobre uma superfície de aço-carbono nua e polida. Em seguida coloca-se
uma lâmina aferi da e sobre ela o apalpador, ajustando-se o valor da lâmina. Confere-se o zero
novamente e o aparelho estará pronto para as medições.
Existem aparelhos eletrônicos para medidas sobre metais não-ferrosos e modernamente o
aparelho por ultra-som permite leitura de espessura de camadas de tinta sobre superfícies não-
metálicas também.
O aparelho magnético é mais usado no campo e o eletrônico em laboratórios.
O ensaio de aderência, segundo a norma ABNT MB 985, é um dos métodos existentes que
permite esta verificação.
Em resumo, esse método é subdividido em dois: O método A - corte em X - e o método B -
corte em grade.
O método A é indicado para pinturas efetuadas em campo ou em oficinas e o método B, para
pinturas efetuadas em laboratórios.
O método A, consiste em se fazer, com estilete afiado pela quebra da lâmina descartável, dois
cortes de 4 cm cada, cruzados ao meio, com um ângulo de 40°. Pode-se usar um gabarito como o do
desenho abaixo, feito de plástico:
Procedimento Resumido:
81
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Comparar o resultado com as figuras da norma.
4.5. O Projeto
São áreas que sofreram aquecimento até a fusão do metal e por isso ficam sujeitas a tensões,
formação de carepa e resíduo do fluxo de solda, que na maioria dos casos é solúvel em água.
Além disso, geralmente são irregulares, com reentrâncias, furos, poros idades e formam pares
bimetálicos (células de corrosão).
Quando possível, essas regiões devem ser jateadas, ou pelo menos alisadas com discos
abrasivos ou esmeril. A tinta deve ser esfregada cuidadosamente com pincel, antes de cada demão
normal a ser aplicada, produzindo um reforço de pintura.
Essas áreas são críticas para a corrosão porque as tintas líquidas tendem a se afinar por causa
da tensão superficial.
Justamente na região que mais necessita da tinta, ela fica fina. Reforçar essas áreas melhora,
mas arredondar ou chanfrar as arestas e quinas é o ideal, pois a tinta fica com espessura mais
uniforme.
Essas regiões são sensíveis à corrosão por terem composição diferente da dos aços que unem,
formando pares bimetálicos.
Nelas também existem arestas vivas, quinas e frestas, que devem ser reforçadas com pintura a
pincel.
4.5.1.4. Frestas
Quando duas peças são colocadas em contato e entre elas fica um espaço por onde o eletrólito
(água com sais ou com gases) pode penetrar, há possibilidade de ocorrer a corrosão por aeração
diferenciada.
Este problema, chamado de corrosão em fresta, é um dos mais freqüentes na construção de
estruturas e equipamentos metálicos. As soluções estão na solda contínua ou no preenchimento das
frestas com massa de vedação epóxi ou poliuretano.
82
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
ERRADO CERTO
Os azulejos não apresentam problemas de higiene, por serem duros, lisos, fáceis de limpar e
difíceis de sujar. Porém o rejunte à base de cimento branco é duro e tem coeficiente de dilatação
diferente do dos azulejos, sofrendo fissuração com as variações de temperatura durante dias e noites.
Os microorganismos penetram por essas fissuras, alojam-se nos espaços atrás dos azulejos e, mesmo
após a limpeza e desinfecção, acabam retornando à superfície. Os produtos que estão sendo
processados, se tiverem contato com os microorganismos, podem sofrer contaminação.
83
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
A solução é a pintura com tintas específicas, resistentes a lavagens e desinfecções diárias.
Essas tintas são as epoxídicas curadas com poliamidas.
Para a aplicação das tintas há dois caminhos:
Quebra dos azulejos e remoção de entulho para posterior aplicação de massa fina e
pintura;
Se a obra é nova, a primeira opção é a preferida, pois a pintura substitui o azulejo, formando
uma superfície monolítica, ou seja, sem emendas. Se os azulejos já existem, então a segunda opção é a
indicada, pois evita-se a poeira e a suspensão da produção por alguns dias. As tintas podem ser
aplicadas nos finais de semana ou, se forem sem solvente ou à base de água, até mesmo com a
indústria em operação. No caso A a pintura deve ser precedida da aplicação de um selador para tapar a
poros idade da massa fina ou da argamassa. No caso B, a superfície deve ser perfeitamente limpa e
estar livre de oleosidades e gorduras antes da aplicação de uma tinta de aderência e da tinta de
acabamento, ambas epoxídicas curadas com poliam ida. Se o relevo dos rejuntes for inconveniente,
pode-se aplicar, após a tinta de aderência, uma massa epoxídica para nivelar a superfície.
Durante a elaboração do projeto, não pode ser esquecido que todas as peças metálicas de
estruturas ou de equipamentos devem permitir acesso para a execução da pintura inicial e também para
as manutenções periódicas. Áreas de difícil acesso para pintura, onde os pintores deixam trechos sem
tinta, fatalmente apresentarão corrosão.
Mesmo que as peças sejam pintadas totalmente, antes da montagem, não se pode esquecer da
necessidade de manutenção da pintura, por mais durável que ela seja.
Composições aparafusadas ou soldadas, montadas com vãos entre as peças, dificultam a
pintura e a repintura dos espaços onde o pincel, o rolo e o jato de tinta da pistola não alcançam.
Uma pintura que é projetada para ser aérea, ou seja, ficar exposta a corrosão atmosférica, nem
sempre resiste a imersão em água. Acontece que freqüentem ente as águas de chuva ficam empoçadas
sobre equipamentos e estruturas e a pintura acaba ficando numa situação de imersão para a qual não
foi projetada.
Qualquer falha minúscula na camada de tinta, como canais capilares ou microfissuras, fica
imersa por mais tempo na água, tendo mais chance de sofrer corrosão. Se o projeto levar em
consideração essa situação, a água de chuvas escoará rapidamente e a pintura poderá durar mais.
As partes inferiores de estruturas e equipamentos devem ser reforçadas com uma demão a
mais de cada tinta do sistema de pintura, pois são as regiões mais sujeitas a corrosão.
As águas de chuvas molham completamente as peças e pela ação da gravidade escorrem. Com
isso as partes superiores secam mais rapidamente do que as partes inferiores.
A região mais baixa, que fica a cerca de 50 cm do solo, é a que permanece mais tempo
molhada.
Em equipamentos ou estruturas expostos ao intemperismo os respingos de águas de chuvas
jogam terra nas peças, o que contribui para reter umidade por tempos ainda maiores.
84
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
A pintura nessas áreas poderá ser feita com tintas mais resistentes, como as epoxídicas
betuminosas, por exemplo.
Os inconvenientes do uso dessas tintas são:
Sangramento: Tintas claras aplicadas sobre elas podem sofrer manchamento, causado
pela dissolução do piche contido nas betuminosas;
85
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
Lixamento:
O lixamento de superfícies produz poeira que, se respirada, pode ser prejudicial à saúde.
No lixamento de tintas à base de zarcão ou de cromato de zinco a poeira é tóxica e muito mais
perigosa ainda. Metais pesados como chumbo ou cromo fazem mal à saúde de quem os respira ou tem
contato com eles pela pele ou pela boca. Por isso, sempre que for executar uma operação de lixamento,
o pessoal, para não correr riscos, deve estar vestindo luvas, óculos e respiradores adequados, capazes
de reter a poeira gerada no lixamento. Não é qualquer máscara que retém poeiras. Existem algumas
que possuem filtros de papel mas não conseguem filtrar a poeira. Por isso o departamento de
segurança da empresa deve ser consultado sobre qual é o melhor respirador ou filtro para o serviço que
será executado.
Limpeza Mecânica:
Poeiras:
São perigosas, pois provocam doenças do pulmão. A pior poeira é a da areia, que contém sílica
livre, produzida pelo impacto dos grãos contra a superfície e provoca a silicose, uma doença grave que
pode resultar em afastamento do jatista por diminuição da capacidade de respiração. Por isso, o jatista
deve usar capacete com ar mandado, filtrado e com uma leve pressão para impedir a entrada de pó no
interior do capacete. Os auxiliares, principalmente aqueles que ficam na direção dos ventos, também
devem usar respiradores ou filtros adequados, capazes de reterem a poeira de sílica.
Impacto:
O jato é perigoso pois o impacto de suas partículas contra o corpo das pessoas, com
velocidades entre 300 e 700 km/h, pode provocar ferimentos. Se o jato atingir a pele podem ocorrer
lesões graves, e contra a barriga, pode até matar uma pessoa. O jatista deve estar vestido com roupas e
86
Sistemas de Proteção Anticorrosiva
luvas de couro ou de borracha para se proteger.
Ruído:
O barulho forte e contínuo pode provocar lesões no ouvido do jatista e do pessoal próximo.
Por isso, eles devem usar protetores auriculares ou tampões de ouvido. É recomendável que o
equipamento de jato possua válvula de segurança, de maneira que se a mangueira escapar da mão do
jatista o ar comprimido seja cortado imediatamente e evite acidente e prejuízo por causa do
desperdício de abrasivo e de ar comprimido.
Pincel e Rolo:
Os cuidados que devem ser tomados na preparação e na diluição das tintas para aplicação a
pincel ou rolo são os de não respirar os vapores dos solventes e não deixar cair tinta na pele.
O local onde a tinta é preparada ou aplicadas deve ser ventilado e, se for interior, ter
exaustores para renovação constante do ar. Tintas contendo metais pesados, como zarcão ou cromato
de zinco, podem contaminar o pintor através da pele. Para esses tipos de aplicação, os pintores devem
usar luvas e respiradores ou máscaras com filtros que sejam capazes de reter vapores de solventes.
Esses respiradores geralmente são à base de carvão ativado. As luvas servem para evitar que respingos
das tintas e vapores de solventes fiquem em contato com a pele das mãos e dos braços.
Pistola Convencional:
Os cuidados com a preparação, a diluição e a aplicação das tintas são os mesmos que para
aplicação a pincel ou rolo. Porém a pintura a pistola produz poeira de tinta seca. Isso ocorre porque a
tinta, enquanto está sendo pulverizada, encontra o ar que retorna da superfície, o que provoca um
turbilhão, e parte dessa tinta acaba secando no ar formando um pó. Por esse motivo, o pintor deve
sempre utilizar respiradores ou filtros capazes de reterem solventes e poeiras das tintas.
É importante o pintor usar também luvas resistentes aos solventes, como por exemplo as de
PVC, para evitar o contato dos vapores de solvente e da poeira de tintas com a pele das mãos e dos
braços.
É necessário renovar o ar do ambiente com exaustores, para evitar que o pintor fique exposto
aos vapores dos solventes e isso deve ser providenciado antes do início da pintura, pois faíscas podem
detonar os vapores e provocar uma explosão.
A armazenagem de tintas ou de diluentes sem cuidado nenhum pode diminuir sua vida útil e
contribuir para a ocorrência de acidentes.
Desde que sejam observadas algumas condições, as tintas e diluentes armazenados em boas
condições podem chegar ao limite de sua vida de prateleira sem problemas de qualidade ou de
segurança. Um resumo dessas condições recomenda o seguinte:
Armazenar as tintas e diluentes em locais abrigados do sol e das chuvas, ventilados e nos
quais a temperatura do ambiente não ultrapasse 40°C. Temperaturas mais elevadas
provocam expansão dos vapores dos solventes e podem causar estouro das tampas das
embalagens.
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Temperaturas mais altas diminuem a viscosidade das tintas e causam sedimentação muito
rápida, formando um bolo duro no fundo das embalagens, sendo difíceis de serem
redispersadas sem ajuda de agitadores mecânicos.
Prateleiras de aço (evitar quando possível o uso de madeiras, por serem de fácil
combustão);
As embalagens de lotes mais novos devem ficar atrás na prateleira e os lotes mais antigos
na frente, para evitar que o prazo de validade das tintas seja ultrapassado.
Nos locais de armazenamento devem ficar apenas as latas (as caixas de papelão devem ser
retiradas do local, por se tratarem de materiais combustíveis facilmente inflamáveis).
Nos locais de armazenamento devem ficar apenas as latas (as caixas de papelão devem ser
retiradas do local, por se tratarem de materiais combustíveis facilmente inflamáveis).
Também não devem ser deixadas roupas, macacões, luvas de borracha e máscaras dentro
do local de armazenamento das latas de tintas e diluentes.
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5. Referências Bibliográficas
5.1. Gerais
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AWWA C – 203.
BSI BS 4164.
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