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DOENÇAS

DA CANA-DE-AÇÚCAR

Mosaicos

Trata-se de uma doença sistêmica, causada por vírus e que, no passado, acarretou seríssimos prejuízos
à agroindústria mundial, inclusive à brasileira, chegando a dizimar certas variedades com extenso cultivo
na época. A transmissão da doença ocorre através do plantio de tolete contaminado e pelos pulgões.

O principal sintoma surge nas folhas jovens do cartucho, sob a forma de pequenas estrias cloróticas no
limbo foliar, causando uma alternância entre o verde normal da folha e o verde claro das estrias.
Dependendo da linhagem do vírus e da variedade atacada, os sintomas visuais são diferentes. Em alguns
casos o quadro é invertido, predominando o verde-claro, em conseqüência do grande número e
coalescencia das estrias amareladas.

A baixa produtividade das lavouras enfermas é conseqüência do subdesenvolvimento das plantas e baixo
perfilhamento das touceiras, sendo que os prejuízos estão em função da resistência varietal, grau de
infecção e virulência do agente etiológico.

O controle é realizado pela adoção de variedades resistentes, plantio de mudas sadias e práticas de
"roguig".

Escaldadura
Estrias brancas nas folhas e brotação lateral dos colmos

Doença de ação sistêmica, causada pela bactéria Xantomonas albilineans, é transmitida pelo plantio de
mudas doentes ou qualquer instrumento de corte contaminado.

Os sintomas são determinados por duas estrias clorótica e finas nas folhas e bainhas, podendo também
aparecer manchas cloróticas no limbo foliar e brotações laterais de baixo para cima no colmo doente. As
folhas tornam-se anormais, duras, subdesenvolvidas e eretas. Pontuações avermelhadas são observadas
na região do nó, quando o colmo é seccionado longitudinalmente.

A escaldadura provoca baixa germinação das mudas, morte dos rebentos ou de toda a touceira,
desenvolvimento subnormal das plantas doentes, entrenós curtos e baixo rendimento em sacarose. Com
o avanço da doença, advêm a seca e a morte das plantas.

O controle é feito por meio de variedades resistentes, plantio de mudas sadias, "roguing" e pela
desinfecção do podão ou outro instrumento utilizado na colheita e corte dos colmos

Raquitismo-das-soqueiras

A alta transmissibilidade do agente causal, provavelmente uma bactéria, e a ausência de sintomas típicos
que permitem o seu diagnóstico, fazem com que o raquitismo-das-soqueiras seja a doença mais traiçoeira
da cana-de-açúcar.

A disseminação do raquitismo no campo ocorre pelo plantio de muda doente e pelo uso de instrumento
cortante contaminado, principalmente o podão usado no corte da cana.

Algumas variedades enfermas, quando cortadas longitudinalmente, apresentam pontuações


avermelhadas na região da inserção das folhas.

As mudas portadoras do raquitismo exibem germinação lenta e desuniforme, e os maiores prejuízos


ocorrem nas soqueiras com baixo perfilhamento, internódios curtos, com subdesenvolvimento geral e
desuniforme no talhão.

O controle preconizado baseia-se no tratamento térmico das mudas a 50,5ºC durante duas horas e
"descontaminação" dos instrumentos cortantes.

Carvão
É uma doença sistêmica causada pelo fungo Ustilago scitaminea, e que encontra boas condições de
desenvolvimento nas regiões subtropicais com inverno frio e seco.

O sintoma característico é a presença de um apêndice na região apical do colmo, medindo de 20 a 50 cm


de comprimento por 0,5 a 1,0 cm de diâmetro. Inicialmente, esse "chicote" apresenta cor prateada,
passando posteriormente à preta, devido à maturação dos esporos nele contidos.

A transmissão ocorre pelo plantio de mudas doentes, pelo vento que dissemina os esporos e pelo solo
contaminado.

A doença provoca um verdadeiro definhamento na cana-de-açúcar, gerando internódios finos e curtos,


dando à planta uma semelhança de capim. Os rendimentos agrícola e industrial são severamente
afetados.

O controle é feito por meio de variedades resistentes, tratamento térmico, "roguing", plantio de mudas
sadias e proteção química das mudas com fungicida à base de Triadimefon 25 g/100 litros de água do
ingrediente ativo em banho de imersão durante 10 minutos, ou pulverização no fundo do sulco de plantio
com 500 g do ingrediente ativo por hectare.

Podridão-abacaxi
Causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa, a podridão-abacaxi é uma doença típica dos toletes,
podendo causar prejuízos à cana colhida e deixada no campo. A penetração do patógeno ocorre pela
extremidade seccionada ou por ferimentos na casca.

O tolete contaminado inicialmente apresenta uma coloração amarelo-pardacenta, passando à negra.


Geralmente há destruição total do tecido parenquimatoso, permanecendo indestrutíveis os tecidos
fibrovasculares. Os toletes atacados não germinam, provocando falhas na lavoura, podendo dar prejuízo
total. Durante o ataque pode haver exalação de odor típico, semelhante ao de abacaxi maduro.

A doença ocorre em função do atraso na germinação dos toletes, que pode ser motivado por seca e,
principalmente, baixa temperatura.

Plantio em época correta, bom preparo do solo e colocação do tolete à profundidade adequada aceleram
a germinação e constituem o melhor controle da doença.

Também é recomendado o tratamento químico dos toletes com Benomil a 35-40 g/100 litros de água do
ingrediente ativo ou Thiadimefon 25 g/100 litros de água do ingrediente ativo, em banho de imersão
durante 3 minutos

Fonte: www.agrobyte.com.br

Doenças  
da Cana­de­Açúcar 

Até hoje foram identificadas 216 doenças que atingem a cana-de-açúcar, sendo que cerca de 58 foram
encontradas no Brasil. Dentre estas 58 doenças, pelo menos dez podem ser consideradas de grande
importância econômica para a cultura.

As doenças mais importantes são controladas com o uso de variedades resistentes. Porém, o fato de o
controle estar embutido nas características agronômicas da planta faz com que alguns produtores rurais
desconheçam o valor da variedade. Entretanto, como a maioria das resistências a doenças nessa cultura
é de caráter quantitativo e não qualitativo, ou seja, a resistência não é absoluta, mas gradual, muitas
variedades em cultivo podem apresentar certo nível de suscetibilidade a algumas doenças.

Como os causadores de doenças são seres vivos, eles podem produzir, também, novas raças ou
variantes que vencem essa resistência e passam a causar novo surto de doença. Em função disso e das
mudanças climáticas, podem surgir surtos epidêmicos, havendo a necessidade de identificar novas
doenças da cana e manter uma contínua vigilância dentro dos canaviais, nos níveis estadual e nacional.
Principais doenças da cana-de-açúcar

 escaldadura-das-folhas
 estria vermelha
 raquitismo-da-soqueira
 mosaico
 amarelinho
 ferrugem da cana
 carvão da cana
 mancha parda
 podridão abacaxi
 podridão de fusarium
 podridão vermelha

Alguns fatores ambientais podem causar sintomas parecidos com doenças nas planta, o que pode
confundir o produtor ou o extensionista. Um exemplo é a semelhança entre os sintomas de podridão
vermelha com os efeitos de um raio que atinge a lavoura (Figura 1).

Fig. 1. Cana atingida por raio (esquerda) e


com sintoma de podridão vermelha (direita).
Foto: Liliane De Diana Teixeira.

Doenças bacterianas

Doenças causadas por bactérias

Dentre as doenças bacterianas que preocupam o setor canavieiro destacam-se a escaldadura das folhas,
estrias vermelhas e raquitismo da soqueira, que estão descritas, detalhadamente, abaixo. Outras doenças
também provocam prejuízos, dependendo da região e das condições ambientais.

Escaldadura das folhas - Bactéria Xanthomonas albilineans

A doença é causada pela bactéria Xanthomonas albilineans, capaz de colonizar os vasos das plantas e
mover-se sistematicamente em seus tecidos vegetais. Ela se manifesta de forma distinta em localidades
diferentes, isto é, os sintomas da doença variam de acordo com as condições do local.
A escaldadura das folhas apresenta grande potencial destrutivo, sobretudo em variedades suscetíveis. No
Brasil, sua importância tem sido deixada de lado em função dos erros de identificação e da confusão de
seus prejuízos com aqueles causados pelo raquitismo da soqueira. Quando a doença se manifesta em
variedades extremamente suscetíveis, pode causar perdas de até 100%. Ela pode causar, ainda, má
formação dos colmos, morte das touceiras, queda de produção e de riqueza em sacarose.

São conhecidos três tipos de sintomas da doença, considerados bastante complexos:

Em algumas situações, observa-se no interior dos colmos uma descoloração na região dos nós,
assemelhando-se aos sintomas do raquitismo da soqueira

Surgimento de diversos sintomas externos, sendo que o mais característico são as estrias brancas na
folha, podendo atingir até sua base

O sintoma agudo, observado nas variedades mais suscetíveis em condições favoráveis à bactéria,
caracteriza-se pela queima total das folhas, como se a planta tivesse sido escaldada. Daí a origem do
nome da doença, escaldadura das folhas (Figura 1).

Fig. 1. Sintomas de escaldadura


das folhas.
Foto: Hasime Tokeshi

A bactéria penetra pelos ferimentos dos colmos e permanece na planta durante toda sua vida. Dessa
forma, a doença é facilmente disseminada na colheita por meio de ferramentas de corte como o facão ou
mesmo as colhedoras. Com o aumento da colheita mecanizada, as preocupações com essa doença se
intensificaram. Portanto, é importante manter o canavial sempre sadio.

Os ventos e as chuvas podem disseminar a doença por longas distâncias, quando espalham a bactéria
presente em áreas mortas (necroses) das plantas afetadas. Condições de estresse (frio, seca ou
temperatura muito alta) induzem o aparecimento da fase aguda da doença.

A principal forma de controle da escaldadura das folhas é feita por meio de variedades resistentes e
tolerantes. O uso de variedades tolerantes requer alguns cuidados, como: evitar plantio de mudas
provenientes de campos com a doença; preparar áreas de viveiros para eliminar bactérias do solo e
restos de cultura; desinfectar equipamentos e ferramentas utilizadas no manejo da cultura. Não é
conhecido até o momento qualquer produto, químico ou biológico, que controle satisfatoriamente a
escaldadura das folhas.

Estria vermelha – Bactéria Acidovorax avenae


A bactéria causadora da doença é de origem asiática e está presente nas principais regiões canavieiras
do mundo. No Brasil, sua presença é restrita, pois necessita de condições de clima e solo específicas,
como alta fertilidade. A estria vermelha é considerada uma doença secundária, porém apresenta certo
impacto econômico nos Estados de São Paulo e do Paraná.

A doença manifesta-se com o aparecimento de estrias finas e longas nas folhas e podridão do topo do
colmo (Figuras 2 e 3) Nas folhas os sintomas evoluem para uma coloração vermelho-marrom. Com a
evolução da doença, as estrias atingem o topo da planta. Posteriormente, essa região umidece e
apodrece. Se as condições forem favoráveis, a podridão do topo estende-se pelo resto do colmo,
causando rachaduras por onde escorre um líquido de odor desagradável.

A disseminação da bactéria se dá por respingos de chuva e pelo vento, sendo que o calor (temperaturas
acima de 28º C) e a alta umidade (acima de 90%) favorecem seu desenvolvimento. As infecções são
favorecidas, também, por ferimentos produzidos nas plantas, quando uma folha esbarra em outra. O uso
de variedades resistentes é o método mais efetivo de controle da estria vermelha.

Raquitismo da soqueira - Bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli

Pesquisadores consideram o raquitismo da soqueira a mais importante doença da cana-de-açúcar em


todo o mundo. O raquitismo pode causar prejuízos de 5 a 30% da produtividade e infeccionar até 100%
do canavial.

Não existe qualquer sintoma externo característico da doença que possa ser visualizado para o
diagnóstico. Por isso, em alguns casos, o produtor pode não saber que seu campo está infectado. O
produtor só tomará conhecimento do raquitismo quando observar o subdesenvolvimento dos colmos
rebrotados da touceira depois da colheita.

A doença leva a um crescimento retardado das touceiras e colmos menores, tornando o canavial
desuniforme. Nas touceiras doentes observa-se, então, colmos mais finos e internódios (região entre os
nós) curtos, o que causa redução da produtividade. Se faltar água às plantas durante a manifestação do
raquitismo da soqueira, seus efeitos serão mais intensos e ocorrerá enrolamento das folhas.

A intensidade dos sintomas e, também, as perdas são variáveis. Ambas dependem da cultivar, da idade
da touceira e das condições climáticas, como a seca. Além destes fatores, também podem estar
associadas aos seguintes aspectos: intensidade de estresses causados por herbicidas; ocorrência de
outras doenças simultaneamente; tratos culturais inapropriados, como excesso de competição por plantas
daninhas, excesso ou falta de nutrientes e compactação do solo.

A doença manifesta-se de modo mais claro nas soqueiras de variedades mais suscetíveis, nas quais
podemos observar outro sintoma, já interno à planta: o desenvolvimento de uma coloração alaranjada-
claro a vermelha-escuro nos vasos que conduzem a água na planta (vasos xilema) na parte mais velha
dos colmos maduros.

Existem registros de que a bactéria sobrevive no solo após a colheita para re-infectar plantas sadias. A
principal forma de controle do raquitismo da soqueira é por meio de resistência varietal. No entanto, a
maior dificuldade consiste na seleção de variedades resistentes em função da dificuldade no diagnóstico
rápido e eficiente da doença. Outra forma eficaz de controle é o tratamento térmico de toletes ou gemas
por duas horas a 50o C. Por ser facilmente transmitida mecanicamente, a desinfecção é um importante
método para prevenção da doença. Todos os equipamentos usados para corte da cana devem ser
desinfectados com produtos químicos ou pelo calor.

Doenças  
da Cana­de­Açúcar 

Doenças fúngicas

Doenças causadas por fungos

Dentre as doenças causadas por fungos e que podem prejudicar o canavial, destacam-se a ferrugem e o
carvão. Outras importantes doenças são: mancha parda, podridão abacaxi, podridão vermelhão e
podridão de fusarium (fusariose), que serão descritas detalhadamente, abaixo.
Ferrugem - Fungo Puccinia melanocephala

A ferrugem está presente em todas as regiões produtoras do Brasil e é encontrada em,


aproximadamente, 64 países produtores. Conhecida há mais de 100 anos, a doença causa perdas de
50% nas variedades mais suscetíveis. No Brasil, a ferrugem foi detectada pela primeira vez em 1986,
quando afetou canaviais dos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Os sintomas característicos da ferrugem, descritos abaixo, podem ser observados na Figura 1.

Inicialmente, surgem pequenas pontuações cloróticas nas folhas, que evoluem para manchas alongadas
de coloração amarelada, podendo ser observadas na superfície superior e inferior da folha. As manchas
variam entre dois e dez centímetros de comprimento e um e três centímetros de largura e aumentam
rapidamente de tamanho, mudando da coloração amarela para avermelhada, vermelho-parda e preta nos
estágios finais de morte da folha.

Desenvolvimento de pústulas (elevações na superfície da folha, causadas pelo desenvolvimento do


fungo) nos centros das manchas e na face inferior das folhas.

Fig. 1. Sintomas de ferrugem.


Foto: Liliane De Diana Teixeira.

As pústulas encobrem parte da folha, reduzindo sua área fotossintética. Assim, a planta pode apresentar
crescimento retardado, morte de perfilhos, colmos finos e encurtamento dos entrenós. Em variedades
muito suscetíveis, as pústulas agrupam-se, formando placas de tecido morto. Plantas muito atacadas
podem apresentar folhas queimadas e sem brilho.

Os sintomas da ferrugem são mais evidentes nas primeiras etapas de desenvolvimento da doença, sendo
bem menos perceptíveis ao final da epidemia, quando as plantas atingem maior grau de maturação. De
modo geral, a máxima suscetibilidade das plantas ocorre no estágio juvenil (três a seis meses). A
maturidade é, normalmente, acompanhada da recuperação dos sintomas, caracterizando, em muitas
variedades, o que se denomina resistência da planta adulta.

A disseminação da doença se dá, sobretudo, pelo vento, que transporta os esporos do fungo para outras
plantas e regiões. A única prática de controle para a doença é o uso de variedades resistentes. O uso de
fungicidas foliares não é uma opção economicamente viável.

Carvão - Fungo Ustilago scitaminea


O agente causador do carvão está presente em todas as regiões do Brasil, sendo que sua primeira
constatação foi em 1946, no Estado de São Paulo. Após sua descoberta, várias medidas de controle
foram adotadas, sendo que a que surtiu maior efeito foi a proibição do plantio comercial de variedades
suscetíveis a essa moléstia.

O carvão pode causar diversos danos ao canavial e as perdas podem chegar a 100% em variedades
suscetíveis. Algumas regiões canavieiras podem permanecer por muitos anos sem relatos de ocorrência
de carvão e, no entanto, a doença pode reaparecer e devastar rapidamente áreas com variedades
suscetíveis. Os danos causados pelo fungo incidem tanto na redução da produção como na perda de
qualidade do caldo. O carvão é uma das doenças que atingem a cana-de-açúcar de mais fácil
identificação. Seus sintomas, descritos a seguir, podem ser visualizados na Figura 2.

Fig. 2. Sintomas de carvão.


Foto: Hasime Tokeshi.

A doença caracteriza-se pelo surgimento de um chicote, que consiste em uma modificação da região de
crescimento do colmo (ápice), induzida pelo fungo, com tamanho variável - de alguns centímetros a mais
de um metro de comprimento. O chicote é composto por parte do tecido da planta e parte do tecido do
fungo. Inicialmente, esse chicote apresenta cor prateada, passando, posteriormente, à preta, devido à
maturação dos esporos nele contidos. Antes de emitirem o chicote, as plantas doentes apresentam folhas
estreitas e curtas, colmos mais finos que o normal e touceiras com superbrotamento. Os chicotes surgem
em plantas com idade entre dois e quatro meses, sendo que o pico ocorre entre seis e sete meses de
idade.

As condições ambientais são determinantes no surgimento de epidemias de carvão. Sob condições de


estresse, mesmo variedades resistentes ao fungo podem apresentar sintomas da doença. Condições de
estresse hídrico e calor favorecem a ocorrência do fungo. A transmissão da doença se dá de forma aérea,
por disseminação a partir dos chicotes e por meio do plantio de mudas infectadas. A forma mais eficiente
para controlar a doença é o uso de variedades resistentes. A doença pode, ainda, ser prevenida com o
uso de mudas sadias obtidas a partir de tratamento térmico para curá-las da doença. Outra prática que
deve ser utilizada, sobretudo quando são empregadas variedades de resistência intermediária, é o
roguing (eliminação de plantas doentes).

Mancha Parda - Fungo Cercospora longipes

Doença presente em todas as regiões do País e que apresenta intensidade variável nos canaviais.

O sintoma típico da doença (Figura 3) é o surgimento de manchas de coloração marrom-avermelhada e


marrom-amarelada na superfície superior e inferior de folhas adultas. Muitas vezes, as manchas
apresentam halos cloróticos em seu contorno.
Fig. 3. Sintomas de mancha parda.
Foto: Hasime Tokeshi.

O tamanho da área afetada da folha depende do grau de resistência da variedade ao patógeno, sendo
que a melhor maneira de controlar a doença nos canaviais é com o uso de variedades resistentes.

Podridão abacaxi - Fungo Ceratocystis paradoxa

Doença que afeta uma grande quantidade de outras culturas, a podridão abacaxi pode incidir também
sobre as mudas (toletes) de cana-de-açúcar. Como o fungo causador da doença não possui mecanismos
próprios de penetração, ele se utiliza de aberturas naturais ou ferimentos para entrar e colonizar uma
planta. Se a cana for plantada em solo contaminado, a penetração do fungo ocorre pelo corte nos toletes
de plantio.

Uma vez instalado na muda, o fungo provoca baixa germinação em canaviais recém implantados e,
também, morte de brotos novos. Um diagnóstico mais preciso pode ser realizado ao se observar uma
coloração vermelha dos tecidos internos e exalação de odor de abacaxi quando realizado um corte
longitudinal no tolete.

Como a sobrevivência do fungo é favorecida pela alta umidade a doença ocorre, geralmente, em solos
argilosos, encharcados e de difícil drenagem. Temperaturas baixas é outra condição favorável ao
desenvolvimento do fungo, por isso o outono da Região Centro-Sul é a época mais comum de
aparecimento da doença.

Para prevenir a podridão abacaxi são recomendáveis medidas como:

 tratar as mudas com fungicidas antes do plantio


 picar os toletes em tamanhos maiores, com seis gemas ou mais
 evitar replantio de mudas em solos contaminados recentemente

Podridão vermelha – Fungo Colletotrichum falcatum

A doença existe desde o início do cultivo da cana e ocorre no mundo todo. A podridão vermelha causa
prejuízos importantes à cultura, sobretudo pela inversão de sacarose, o que diminui o rendimento no
processamento da cana. São freqüentes os relatos de perdas de 50% a 70 % de sacarose em colmos
atacados simultaneamente pelo fungo e pela broca-da-cana, pois ao perfurar o colmo ela abre caminho
para a entrada do fungo.

A doença pode se manifestar na cana-de-açúcar sob diferentes formas, sendo que a principal
característica é a degradação dos colmos. Como os danos são internos, a doença pode passar
despercebida. Para reconhecer os sintomas, recomenda-se partir o colmo no sentido longitudinal e
observar a presença de grandes manchas vermelhas separadas por faixas mais claras ou brancas - é o
que permite fazer a diferença entre fusariose e podridão vermelha (Figura 4).

Fig. 4. Sintomas de podridão


vermelha.
Foto: Raffaella Rossetto.

O método de controle mais eficiente é o uso de variedades resistentes, mas algumas práticas como
eliminação dos restos da cultura, controle da broca-da-cana e plantio de mudas de boa qualidade podem
diminuir a incidência.

Podridão de fusarium (fusariose) – Fungo Fusarium moniliforme

A fusariose é uma doença presente em todas as regiões produtoras do mundo e pode contaminar a
planta em qualquer fase de seu desenvolvimento. O fungo causador da doença pode ocasionar uma
grande variedade de sintomas nas plantas, que dependem do estágio de desenvolvimento da cana, do
seu nível de resistência e de condições ambientais.

Em plântulas de cana-de-açúcar os sintomas são:

 sistema radicular pouco desenvolvido


 baixo vigor
 podridão de raíz e de colo
 damping-off (morte de várias plântulas agrupadas, denominadas reboleira).

Em toletes de plantio, os sintomas são:

 baixa brotação das gemas


 podridão de raíz
 enfezamento (redução no tamanho) dos brotos.

Nos colmos os sintomas são muito parecidos com os da podridão vermelha e seu aparecimento está
associado a ferimentos químicos ou físicos como aqueles causados por brocas (Figura 5). Outro dano
causado é o chamado Pokkah-boeng, em que ocorre uma deformação do topo da cana-de-açúcar. Os
melhores métodos de controle da fusariose são o uso de variedades tolerantes e o controle da broca da
cana-de-açúcar.
Fig. 5. Sintomas de fusariose.
Foto: Luiz Plínio Zavaglia - PMGCA/UFSCar

Doenças  
da Cana­de­Açúcar 

Doenças viróticas

Doenças causadas por vírus

Mosaico (Vírus do mosaico da cana-de-açúcar)

A doença conhecida como mosaico possui registros de ocorrência já no início do século XX. Os países
produtores, nesta época, incluindo o Brasil, cultivavam variedades de cana conhecidas como nobres
(Saccharum officinarum), que eram altamente suscetíveis ao mosaico, registrando grandes perdas. Com o
avanço dos programas de melhoramento genético e a hibridação surgiram novas variedades, resistentes
ao vírus.

O agente causador da doença é o vírus do mosaico da cana-de-açúcar. Existem descritas, até o


momento, 14 linhagens diferentes deste vírus, definidas por letras de A a N, sendo que no Brasil a mais
comum é a linhagem B. A intensidade da infecção, grau dos sintomas e perdas variam entre estas
linhagens.

Os sintomas da infecção pelo vírus do mosaico apresentam-se nas folhas, na forma de áreas com
intensidades contrastantes de verde (Figura1).
Fig.1. Sintomas de mosaico nas folhas.
Foto: Hasime Tokeshi

Na maioria dos casos aparecem áreas de verde muito intenso cercadas por áreas de um verde mais
claro, ou até mesmo cloróticas, sendo que estas são mais evidentes na base das folhas e nas lâminas
foliares. Em um grau mais avançado a doença pode tornar as folhas avermelhadas e até provocar
necrose.A transmissão natural do vírus se dá por meio de pulgões, sendo estes os vetores da doença.
Pulgões que possuem o vírus no organismo transmitem-no para uma nova planta ao picarem sua folha.
Outra forma importante de disseminação é a utilização de mudas de canas infectadas, seja para a
formação de viveiros ou canaviais comerciais.

O método mais eficaz para controlar o mosaico é a utilização de variedades resistentes. Aplicação de
inseticidas para controle de pulgão não apresenta nenhuma eficiência. Quando o nível de infecção no
canavial é baixo a prática do roguing (retirada de plantas doentes) é muito utilizada.

Vírus do amarelecimento foliar da cana-de-açúcar

O amarelecimento foliar da cana-de-açúcar, também conhecido por “amarelinho”, começou a prejudicar a


cultura canavieira brasileira a partir do início da década de 90. A doença foi inicialmente relatada em 1989
e começou assumir caráter epidêmico em 1993, em plantações comerciais no Estado de São Paulo, com
perdas de até 50% da lavoura. O vírus é transmitido pela espécie de afídeo (pulgão) Melanaphys
sacchari.

As plantas afetadas apresentam amarelecimento da nervura central das folhas na face inferior, seguido
do limbo foliar. Folhas mais velhas, sexta ou sétima a partir do ápice, apresentam uma coloração
vermelha na face superior da nervura central. Posteriormente, uma perda de pigmentação distribui-se
pelo limbo foliar, progredindo da ponta para a base, sendo eventualmente seguida pela necrose do tecido.
As raízes e colmos mostram crescimento reduzido e, conseqüentemente, a produção é muito prejudicada.
Como não apresenta sintomas específicos, pode ser confundida com deficiência nutricional, compactação
do solo ou outros problemas. Os métodos de controle mais eficazes são o uso de variedades resistentes
ou tolerantes e o rouguing.

Outras doenças

Mancha Amarela – Fungo Mycovellosiella koepkei

Esta doença já foi relatada em 37 países. Sua importância é maior nas regiões úmidas em que a cana
floresce. No Brasil, a mancha amarela predomina na zona litorânea chuvosa do Nordeste e na região da
Bacia Amazônica.
Embora a infecção ocorra nas folhas novas, os sintomas são visíveis somente nas folhas mais velhas e
são evidenciados por manchas vermelho-amareladas, irregulares e de tamanho variado. As manchas
localizam-se em uma das faces das folhas e na face oposta desenvolvem-se manchas cloróticas (brancas
ou amareladas), visíveis contra a luz. Em ambientes favoráveis, as manchas podem cobrir quase toda a
folha, que fica com aspecto aveludado e cinza.

Nas regiões tropicais úmidas, quentes e nubladas, onde a cana-de-açúcar floresce no período de chuvas,
só o cultivo de variedades resistentes tem controlado a doença. Altas doses de nitrogênio favorecem o
desenvolvimento da doença.

Mancha ocular – Fungo Bipolaris sacchari

A mancha ocular ocorre em pequena escala na maioria dos invernos chuvosos. No Brasil, a doença é
mais freqüente no Estado de Santa Catarina, vale do Rio Itajaí, na região norte do Paraná e, apenas
ocasionalmente, no Estado de São Paulo.

O sintoma mais típico da doença manifesta-se nas folhas, na forma de numerosas manchas redondas, o
que evidencia morte do tecido vegetal. Essas manchas são, inicialmente, pardas e, mais tarde, tornam-se
marrom-avermelhadas. O tamanho das lesões varia de 0,5 a três centímetros. Em variedades muito
suscetíveis podem aparecer estrias de até 60 centímetros.

Quando as condições são favoráveis, a mancha ocular atinge as folhas novas do ponteiro, causando a
morte dos tecidos jovens, do colmo imaturo e até da touceira jovem. O fungo também pode causar queda
de germinação.

O método mais prático para controlar a doença é o uso de variedades resistentes. Deve-se evitar o
excesso de nitrogênio na adubação e o plantio de variedades suscetíveis nas margens de lagos, rios e
baixadas, onde o ar frio e a neblina acumulam-se durante o inverno.

Autores

Antonio Dias Santiago


Raffaella Rossetto

Fonte: www.agencia.cnptia.embrapa.br

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