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Partindo da ideia exposta na imagem acima, as seguintes mensagens

explanadas se perpetuam através de uma colagem feita com frases tiradas de


livros de história do ensino fundamental, juntamente com fotografias recortadas
de revistas sobre casas luxuosas voltadas para a classe média alta, em
contraponto com figuras sociais historicamente deslegitimadas no contexto
sociocultural brasileiro (e fronteira afora). “A imagem retratada no desenho é
pacifica ou de conflito?” tem em sua proposta fisgar nossa atenção a fim de nos
transportar à dúvida sobre até que ponto invadir o espaço cultural do outro é
corrosivo e transgressor.

Quando se pensa na imagem do índio na sociedade, na maioria das


vezes, vem a nossa visão de mundo o arquétipo de toda sua pluralidade
cultural se reduzir em apenas um povo, no qual aqueles ali inseridos vivem
nus, falam apenas uma língua e utilizam como meio de artifício para caça
apenas o arco e flecha. Dessa maneira, agora tentaremos discorrer quais são
os motivos e o porquê desse tipo de pensamento tão equívoco ainda ser
reverberado em pleno século XXI.

Para pensarmos a respeito, tomei como base o texto de José Ribamar


Bessa, que fala a respeito das cinco ideias equivocadas sobre os índios, sendo
a primeira delas o pensamento do índio ser genérico. Aqui, o ideal errôneo se
prostra na maioria dos brasileiros nos quais os indígenas possuem entre si a
mesma cultura, língua e crença, através da concepção de origem europeia
delimitando toda uma sociedade à apenas um mero conjunto. Essa
generalidade, no caso, acaba por mascarar a realidade de no Brasil abrigar em
seu interior mais de 200 etnias diversificadas falando aproximadamente 188
línguas diferentes.

Seguindo essa linha de pensamento, também temos uma segunda ideia


equivocada, na qual consiste em pensar na cultura do índio como “atrasada”.
Aqui, gostaria de explanar uma pergunta: atrasada pra quem? Em qual
contexto? Porque tal cultura é denominada como ultrapassada se a mesma
possui arte, música, diversidade linguística, poesia e religião, por exemplo? O
ignorante pensamento advindo pelo colonizador no qual reduz essa amplitude
de saberes como “atrasado ou “inferiores” já não podem – nem devem – ser
sustentadas na atualidade. Isso se dá por meio da falso pensamento dos
falantes de uma língua dominadora vindo a ocupar uma posição na estrutura
social como privilegiada, dando à maioria da população a incorreta impressão
de que tal língua falada por tais grupos sociais as tornam superiores às outras
(no caso, às indígenas). Ao se debruçar um pouco nessa linha de pensamento,
começamos a perceber em quais brechas a cultura dominadora permeia e
adentra em nosso universo nacional, destituindo, aos poucos, o apego à nossa
cultura popular. Afinal, porque precisamos tanto da língua estrangeira? Porque
ela subverte a importância dada às demais outras perpetuadas dentro do nosso
país a ponto do inglês, por exemplo, ser elemento fundamental do nosso
currículo escolar, ou melhor, do Exame Nacional do Ensino Médio? (isso, sem
nos problematizarmos a forma que essa categorização de saberes ainda é
excludente e provedora, na maioria das vezes, da destituição da importância
cultural brasileira).

Ao colocar em pauta mais um assunto discutido em aula, porque ainda


pensamos no índio como ser primitivo assim como em 1500, Pero Vaz de
Caminha os categorizou? Com mais de quinhentos anos de história e vivência
afrente, ainda há quem ousa dizer que fora dos arquétipos ainda reforçados, o
índio se destitui de ser um “verdadeiro Índio” e aqui, cabe à terceira
categorização das “culturas congeladas”. Os índios também vivem conosco,
usam roupas importadas, aderem às novas tecnologias, tem o direito – assim
como qualquer outro cidadão – de ir e vir, adentrar num ensino superior, usar
calça jeans, e assim por diante. Afinal, se você, que também está rodeado e
faz uso de elementos criados por outras culturas não deixa de ser um “ex-
brasileiro”, porque o índio que também se perpetua e vivencia o mesmo
universo é intitulado por alguns como um “ex-índio”? Para tentar estabelecer
um melhor entendimento dessa ideia em prol de desvincular tal pensamento do
preconceito que advém dele, é válido pensar que nenhuma cultura, seja
estrangeira ou não, está isolada uma da outra, muito pelo contrário, a vivência
sociocultural nada mais é que uma mescla de elementos dos mais diversos
povos, uma troca constante de influências.

Tendo como foco a falta de conhecimento – ou vontade de se inteirar no


assunto - vamos prosseguir com o quarto elemento do texto: a ideia de que os
índios pertencem ao passado. Talvez este seja um dos equívocos mais
reverberados e antigos da nossa cultura, mais uma vez (e como sempre)
devido ao colonialismo, que taxava de “primitivos” os povos, como uma espécie
de obstáculo à modernidade. Como é dito num texto de 1997, a respeito da
biodiversidade, Jorge Terena relatou as consequências advindas do
colonialismo, dizendo: “Eles veem a tradição viva como primitiva, porque não
segue o paradigma ocidental. Assim, os costumes e as tradições, mesmo
sendo adequados para a sobrevivência, deixam de ser considerados como
estratégia de futuro, porque são ou estão no passado. Tudo aquilo que não é
do âmbito do ocidente é considerado do passado, desenvolvendo uma noção
equivocada em relação aos povos tradicionais, sobre o seu espaço na história”.

Tal ideia se torna ainda mais grotesca quando paramos pra pensar em
como, por mais que sejam tão renegados, vários elementos advindos da
cultura indígena estão fortemente presentes em nosso dia-a-dia, seja em nossa
alimentação, quanto na medicina e até na área estética de cosméticos, etc.
Para tentar fechar o ciclo dos equívocos acometidos perante a
pluralidade sociocultural indígena, é não considerar a existência de tal povo
como formador de sua identidade. Há pouco tempo – comparado com os
demais povos do mundo, como o Grego, por exemplo – não existia sequer a
formação do brasileiro enquanto identidade. E por falar na miscigenação do
indivíduo brasileiro, também estão incorporadas matrizes europeias, africanas,
italianas entre outros, provenientes de migrações que, ao longo dos cinco
séculos, também incorporou povos japoneses, turcos e muitos outros como
parte adicional da pluralidade hoje tão bem conhecida e estabelecida em nosso
país. Entretanto, como a dominação norte-americana e europeia foram – e são
- as mais (brutalmente) dominantes e até hoje se perpetuam por meio da
politica acima dos demais povos, a tendência enraizada desde os primórdios se
reverbera ao ignorar e diminuir as culturas africanas e índigenas, fazendo com
que o brasileiro se debruce e queira uma aproximação maior com as
legitimações advindas de quem tem mais voz, ou seja, minimiza a importância
de toda uma cultura enraizada no Brasil a favor de uma esfera economia, social
e comportamental para além da nossa.

Dessa forma, é válido salientar, portanto, a importância de um maior


diálogo a respeito dessa pluralidade constituinte em nossa cultura, nas quais
nenhuma é menos ou mais importante que a outra – muito pelo contrário –
cada uma se complementa e engrandece em coesão. Os povos, principalmente
o brasileiro é fruto dessa diversidade sociocultural. O preconceito acima do ser
índio precisa também ser dialogado em nossas escolas, em nossos livros de
história tão amordaçados pela cultura eurocêntrica. É preciso ter uma visão
mais clara de nós enquanto também pertencentes da cultura indígena em
nossa vivência, e que seus saberes são ricos e fortalecedores para além das
fronteiras brasileiras. Logo, a colagem em forma de lambe aqui apresentado
tem em seu princípio promover essa discussão para além do que é visto nos
holofotes mundiais, e se questionar a respeito da silenciosa colonização
provedora de consequências seculares em contraponto com engrandecedor
universo indígena que tem por direito de voz e espaço no nosso meio
econômico, cultural, social e assim por diante.
REFERÊNCIAS:

 FREIRE, José Ribamar Bessa. Cinco idéias equivocadas sobre os


índios. In: Educação, cultura e relações interétnicas/Ahyas Siss, Aloisio
Jorge de Jesus Monteiro (orgs.);
 Amparo Villa Cupolillo.[et al.]- Rio de Janeiro: Quartet: EDUR,
2009.Agora são outros 500. (Texto base da Semana dos povos
indígenas). In: Brasília: CIMI-CNBB, 1998;
 BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular
nacional para as escolas indígenas. Secretaria de Educação
Fundamental.- Brasília: MEC/SEF, 1998;
 BANIWA, Gersem. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os
povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília, MEC/SECAD/LACED/Museu
Nacional, 2006;

SITES PESQUISADOS:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/formacao_acao/2semestre2017/fa20
17_os_indios_ontem_DEDI_roteiro.pdf

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392001000200006

http://www.encontro2014.rj.anpuh.org/resources/anais/28/1400212166_ARQUIVO_Phabio_R
ocha.pdf

http://www.scielo.br/pdf/ha/v4n9/0104-7183-ha-4-9-0237.pdf

http://www.scielo.br/pdf/rbh/2017nahead/1806-9347-rbh-2017v37n75-02.pdf
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO

LAURA DINIZ PASCOAL

A IMAGEM RETRATADA NO DESENHO É PASSIFICA OU DE CONFLITO?

ARTE E DIVERSIDADE
RENATA WILNER

Recife
2019

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