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A FUNDAMENTAÇÃO DO PÓS-LULISMO
Por Marco Aurélio Dias
O problema dos políticos é que eles pensam no poder como fim e não no povo
como fim. Política, para eles, são as armações e as alianças partidárias para
conquistar e manter o poder. Precisamos mudar isso e pensar na erradicação
da pobreza e na geração de empregos como finalidade da política, dos
Legislativos e dos Executivos. Maior participação do povo brasileiro na riqueza
nacional é um refrão que precisa ser repetido até convencer que assim precisa
ser. Nas críticas do povo às dificuldades financeiras e à carestia da
sobrevivência percebemos a ânsia e a tensão democrática que vive a
sociedade brasileira por um sistema pós-eleições 2010 diferente desse
neoliberalismo econômico que causa desemprego, baixos salários, pobreza e
aumento das diferenças sociais. Temos que reconhecer que Itamar Franco,
Fernando Henrique e Lula, fizeram uma seqüência de bons governos,
comparando-os com os governos da ditadura e os outros posteriores. Mas é
possível melhorar! No Rio de Janeiro percebe-se o quanto a política atual está
nivelando a classe média com a classe pobre e impondo um sistema de baixos
salários e desemprego, o que obriga o cidadão a construir um barraco no morro
e baixar o seu padrão financeiro e educacional, enquanto que, ao mesmo
tempo, o sistema protege a classe rica. O Brasil precisa de um executivo
federal focado na geração de empregos e numa maior garantia de direitos
sociais e trabalhistas em contrapartida a esse clientelismo disfarçado em cesta
básica e bolsa família. Não que visualizemos uma administração federal contra
os projetos sociais. Queremos é uma divisão mais justa das riquezas do país.
Concebemos que o pós-lulismo ofereça garantia real de direitos sociais e
trabalhistas para o povo e que o liberte da histórica dependência de projetos
sociais de ajuda para sobreviver. Todo cidadão quer ter autonomia nos gastos
pessoais. A concepção de um modelo de economia pós-lulista tem que
oferecer ao povo um poder aquisitivo suficiente para ele mesmo bancar suas
próprias contas originadas da educação, da saúde, da alimentação, do
transporte, etc. O presidente diz que na gestão dele cresceu a oferta de
empregos. E ele tem razão, cresceu mesmo. Mas a dinâmica da criação de
empregos no governo dele foi engolida pela dinâmica do aumento da
população desempregada dentro do mercado de trabalho. Não adianta, em
nenhum governo, criar 10 empregos para 100 pessoas que procuram emprego.
Usando uma proporcionalidade de 10 para 100, no mês que ele criou 10
empregos entraram 100 novas pessoas sem emprego no mercado de trabalho.
A política do desenvolvimento social tem que pensar na quantidade de pessoas
que entram diariamente no mercado de trabalho em busca de emprego e
administrar emprego para essa quantidade. A dinâmica do crescimento do
mercado de desempregados não pode ser 90% maior do que a estimativa de
geração de empregos da política social do governo. O mesmo vale para os
direitos sociais nas áreas da saúde e da educação. Normalmente os governos,
inclusive o do presidente o atual, não produzem mais do que 10% de política
de desenvolvimento social que deveria ter sido produzida, deixando um vazio
de 90% em saneamento básico que não foi feito, em escolas que não foram
construídas, em salários que não foram reajustados decentemente, em saúde
que não recebeu investimento adequado, em empregos que não foram
gerados, em reformas importantes que não foram enviadas ao Congresso
Nacional e pelas quais a sociedade clama. Eu posso estar errrado, e
normalmente erro, mas compreendo o pós-lulismo como um governo tão
dinâmico quanto a dinâmica do crescimento populacional e das suas
necessidades sociais. Muitas reformas políticas precisam ser feitas,
principalmente a divisão mais justa, entre Estados, Municípios e União, da
riqueza arrecadada através dos impostos e contribuições. A União só protege o
cidadão pobre até no mínimo 10% das suas necessidades, e isso está muito
longe de ser o ideal para falarmos em justiça social ou dizermos que existiu um
governo brasileiro realmente voltado para o povo.