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Texto publicado no Jornal O Dias


http://jornal-o-dias.ning.com
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A FUNDAMENTAÇÃO DO PÓS-LULISMO
Por Marco Aurélio Dias

MINAS GERAIS PRESSENTE O PÓS-LULISMO

Em entrevista logo após a vitória nas urnas, o dep. Rodrigo de Castro, do


PSDB, disse que vai lutar pelas reformas inadiáveis. Afirmou que a melhoria
na saúde e na educação, que são temas prioritários para o desenvolvimento da
povo brasileiro, depende das reformas. A proposta de uma ampla e justa
reforma tributária e fiscal faz parte do que queremos visualizar como pós-
lulismo. O senador Aécio Neves, autor da idéia do pós-lulismo, fez um discurso
semelhante ao do deputado Rodrigo de Castro (PSDB). Parece que o pós-
lulismo significa o foco político nas reformas que vão fazer o Brasil avançar em
todos os sentidos. Talvez seja uma tentativa de conduzir o Congresso
Nacional, o Senado e o Executivo Federal para a ética do cumprimento do
dever para o qual essas instituições foram concebidas e criadas pela
sociedade. A educação e a saúde, conforme citou o deputado Rodrigo de
Castro, não podem continuar a viver das migalhas orçamentárias como se
fossem pintinhos a quem os governos jogam pedacinhos de pão. O povo
precisa de um café farto e não das migalhas dos políticos! Destinação de
verbas federal e estadual para os municípios, não é um favor, é um dever.
Todavia, no mínimo é interessante perceber esse discurso unificado dos
políticos mineiros em torno das necessidades de se fazer as reformas,
pois sentimos que o Brasil quer melhorar. O conhecido "autoritarismo" do
presidente Lula já faz parte do passado. O político do pós-lulismo tem que se
modernizar, tem que ter ética e perfil associativo. O político com "mania de
perseguição", com "complexo de messias" ou com "extremismo de esquerda",
como o próprio Collor de Melo manifestou sintomas, e a principal característica
é achar que está acima de tudo e de todos, não respeitando as leis e nem a
ética, não vai resolver os problemas do país e da economia nacional. O "pós-
lulismo" da proposta de Minas Gerais é concebido como a boa vontade do
político brasileiro para caprichar no "entendimento cordial" em torno das
reformas imprescindíveis para fazer uma justiça social que nunca aconteceu no
Brasil. Razão pela qual vemos o discurso afinado entre Rodrigo de Castro,
Itamar Franco, Anastasia, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, Alckimin,
José Serra, e entre outros políticos calmos, tranquilos, organizados, sem "fobia
de extremismo", sem medo do colega político e sem o "trauma do adversário"
que impeçam a ordem e o progresso. Os partidos e os políticos com "mania de
perseguição" vão agonizar. A incapacidade do presidente Lula de manter um
entendimento cordial com o FHC e com o bloco do PSDB é ruim para o
Brasil, e a disputa egocêntrica dos políticos e dos partidos pela opinião de que
"eu sou mais, eu fiz mais", não passa de lixo político, um lixo que a "esquerda"
(que não existe) acumulou ao longo do tempo. Socialmente, bem como nas
questões de ordem administrativa, temos que abdicar do "eu sou" e priorizar o
"nós somos". Temos que ter a capacidade de unir as inteligências em torno do
mesmo objetivo de fazer o Brasil crescer e dividir melhor sua riqueza entre
todos os cidadãos. O certo não é "eu fiz", mas "nós fizemos". Falta é humildade
nos políticos para reconhecerem que o Brasil de hoje é o Brasil que nós todos
fizemos, não foram só A e B que fizeram. Portanto, é hora de se desarmar e
abrir os braços para o "pós-lulismo", da mesma forma como a monarquia
agonizante abriu os braços para o republicanismo, como os escravocratas
abriram os braços para a Lei Áurea. Enfim, os políticos e os partidos precisam
reconhecer que os brasileiros não são seus brinquedinhos, não são seus
bonequinhos de chumbo, mas uma gente forte que quer reformas de verdade,
que quer o "pós-lulismo" com unhas e dentes e não paliativos enganadores
como "cesta básica", "bolsa família", etc. Não que sejamos contra os projetos
de ajuda social. Queremos é mais... O "pós-lulismo" precisa trazer direitos
sociais embutidos numa grande oferta de empregos. Precisamos de direitos
sociais e não favores políticos. O "pós-lulismo" precisa ser o fim do político
bonzinho e o começo do político justo e honesto!

CONTRIBUIÇÃO DO SUL DE MINAS GERAIS PARA UMA NOVA


POLÍTICA NACIONAL.

Visualizando o que seria o pós-lulismo no sul de Minas Gerais identificamos o


desafio de crescer como liderança política regional para melhor reivindicar
principalmente as reformas tributária e fiscal e a regulamentação da Emenda
Constitucional 29, fazendo política profissional e prendendo na região os
interesses do Estado e da União, auferindo, por esse meio, os benefícios do
progresso, como muito bem tem feito o prefeito Zé Neto no município de São
Lourenço, que através do alinhamento político com o Estado atraiu verbas para
projetos importantes no município. O ideal é o sul de Minas Gerais procurar
estabelecer essa liderança sobretudo agora que o governador Anastasia foi
reeleito com promessas de investir mais na autonomia dos municípios do
interior. Durante a campanha eleitoral, o governador Anastasia já fazia um
discurso semelhante ao que poderíamos imaginar como pós-lulismo: em vez de
usar os temas das injustiças sociais brasileiras para fazer política, usar deveras
a política para acabar com as injustiças sociais. O momento do sul de Minas e
de São Lourenço como desafio de liderança política regional é agora. O
governador Anastasia é um político prático e de campo; por isso entendeu logo
que é necessário fazer, dentro das possibilidades, um melhor suprimento aos
municípios, pelo menos enquanto não sai do papel as benditas reformas
tributárias e fiscal que, supõe-se, dotará melhor os 5500 municípios brasileiros.
O prefeito Zé Neto, de São Lourenço, mostrou na prática que é através do
emparelhamento com o Estado que se consegue verbas importantes para
impulsionar o desenvolvimento. Essa é a concepção moderna de política
municipal. A história também mostra esse caminho. Caxambu teve um bom
favorecimento com a presença constante de D. Pedro II e da corte imperial
naquela estância hidromineral à época da expansão da estrada de ferro. São
Lourenço, quando Getúlio Vargas se hospedava na cidade, teve o
favorecimento do asfaltamento da estrada que faz ligação com a Rodovia
Presidente Dutra, foi construída a Igreja Matriz, etc. Hoje a riqueza do país é
maior e, portanto, os favorecimentos podem ser maiores, todavia é certo que o
caminho mais auspicioso para o desenvolvimento do sul de Minas e da
microrregião de São Lourenço é o crescimento político e o reconhecimento do
Estado e da Federação à essa liderança com parceria em projetos nos diversos
setores da educação, da saúde, da urbanização, da geração de empregos... O
prefeito Zé Neto, mais do que qualquer outro ex-prefeito de São Lourenço,
parece que, não só compreendeu a importância dessa função política de São
Lourenço no quadro do desenvolvimento social da região, como também se
encaixou bem na função de liderança. A cidade de São Lourenço, em 2010,
liderou, através dos discursos óbvios do prefeito Zé Neto, em jornais de
circulação nacional, uma campanha inteligente para fazer o governo federal
ceder aos apelos dos cerca de 5.500 municípios brasileiros que estão
amarrados pela burocracia e pela falta de recursos, situação esta que atrasa o
avanço social das comunidades. O prefeito Zé Neto, como liderança regional
ativa, tem acusado que "a reforma tributária e fiscal não sai da pauta de
discussões do Congresso Nacional". O seu ponto de vista endossando o ponto
de vista de todos os prefeitos é de que os municípios não carecem do “pinga-
pinga" de verbas dos Estados e da União, mas sim de uma "autonomia” política
e financeira e de “agilidade” para promoverem o desenvolvimento na
administração. Essa é a posição política pós-lulista esperada pelo povo. A
União tem que ver os municípios como parceiros no desenvolvimento do país.
O que não tem acontecido. Os prefeitos devem mesmo pressionar seus
governadores e estes que pressionem a União. O importante é que a justiça
social saia do discurso e do papel. Atualmente, os prefeitos ficam de mãos
atadas e não podem tocar as obras e os projetos necessários para atender a
população nas suas reivindicações justas. Isso em todas as áreas. Quando o
senador Aécio Neves fala no pós-lulismo (que, no nosso humilde entendimento,
seria uma federação voltada para os verdadeiros interesses do cidadão e não
para a administração baseada na vontade pessoal de um líder), isso inclui a
votação da Emenda Constitucional 29, que aliviaria em muito as dificuldades
dos municípios na área da saúde, mas que está empoeirada no Congresso
Nacional e nunca que é regulamentada pelos políticos. O senador Aécio
Neves, que pretende ser a voz de Minas Gerais no Senado, disse que vai lutar
pelas reformas. Os políticos precisam pressionar e sensibilizar o Congresso
Nacional, o Senado e o Executivo Federal para a ética do dever de fazerem a
justiça social. Todos os cidadãos brasileiros são penalizados pela elevada
carga tributária do país, uma das mais altas do mundo, que faz a gente
imaginar que os políticos brasileiros simpatizaram com a filosofia da escravidão
e sentem quase um prazer em ver o povo sem dinheiro para bancar as
mínimas necessidades básicas da vida. Mas parece que eles não se
solidarizam com os pobres e nem com as regras da justiça social e assistem,
impassíveis, os cidadãos, principalmente os aposentados e os desempregados,
sendo saqueados pelo governo em mais de 30% do seu salário na forma de
tributos os mais mirabolantes. Mas nem tudo está perdido. Os políticos tem que
orquestrar uma crítica sistemática ao Governo Federal, ao Congresso Nacional
e ao Senado pedindo as reformas.

Outra questão de ordem e fundamental é a possibilidade dos royalties do Pré-


sal adicionarem um pouco mais de verba nos municípios brasileiros, caso o
Congresso Nacional vote a favor e não contra o desenvolvimento social de todo
o país. O petróleo brasileiro é de todos os brasileiros, devendo, portanto,
beneficiar todos os brasileiros com a sua exploração. Estamos esperando que
os deputados concedam esse benefício adicional a todos os municípios,
corrigindo um pouco essa política de sacrifício imposta pelo governo federal, o
qual é criticado pela ONU e pela crítica internacional denunciando que os
problemas sociais do Brasil não são resultantes da falta de recursos, mas da
distribuição injusta desses recursos feita pelo governo federal. Não é a toa que
o governo federal vive, ano após ano, anunciando arrecadação recorde de
tributos e cifras fantásticas do Produto Interno Bruto que sempre superam as
dos anos anteriores, mas os municípios pobres continuam na mesma miséria
de sempre. O que a sociedade entende como pós-lulismo é o advento da era
das reformas que estão empacadas, da votação das emendas que precisam
ser regulamentadas para entrarem em vigor, da geração real de empregos e da
distribuição mais justa da riqueza do país entre todos os cidadãos brasileiros.

PÓS-LULISMO É A DIVISÃO MAIS JUSTA DA RIQUEZA


NACIONAL

O problema dos políticos é que eles pensam no poder como fim e não no povo
como fim. Política, para eles, são as armações e as alianças partidárias para
conquistar e manter o poder. Precisamos mudar isso e pensar na erradicação
da pobreza e na geração de empregos como finalidade da política, dos
Legislativos e dos Executivos. Maior participação do povo brasileiro na riqueza
nacional é um refrão que precisa ser repetido até convencer que assim precisa
ser. Nas críticas do povo às dificuldades financeiras e à carestia da
sobrevivência percebemos a ânsia e a tensão democrática que vive a
sociedade brasileira por um sistema pós-eleições 2010 diferente desse
neoliberalismo econômico que causa desemprego, baixos salários, pobreza e
aumento das diferenças sociais. Temos que reconhecer que Itamar Franco,
Fernando Henrique e Lula, fizeram uma seqüência de bons governos,
comparando-os com os governos da ditadura e os outros posteriores. Mas é
possível melhorar! No Rio de Janeiro percebe-se o quanto a política atual está
nivelando a classe média com a classe pobre e impondo um sistema de baixos
salários e desemprego, o que obriga o cidadão a construir um barraco no morro
e baixar o seu padrão financeiro e educacional, enquanto que, ao mesmo
tempo, o sistema protege a classe rica. O Brasil precisa de um executivo
federal focado na geração de empregos e numa maior garantia de direitos
sociais e trabalhistas em contrapartida a esse clientelismo disfarçado em cesta
básica e bolsa família. Não que visualizemos uma administração federal contra
os projetos sociais. Queremos é uma divisão mais justa das riquezas do país.
Concebemos que o pós-lulismo ofereça garantia real de direitos sociais e
trabalhistas para o povo e que o liberte da histórica dependência de projetos
sociais de ajuda para sobreviver. Todo cidadão quer ter autonomia nos gastos
pessoais. A concepção de um modelo de economia pós-lulista tem que
oferecer ao povo um poder aquisitivo suficiente para ele mesmo bancar suas
próprias contas originadas da educação, da saúde, da alimentação, do
transporte, etc. O presidente diz que na gestão dele cresceu a oferta de
empregos. E ele tem razão, cresceu mesmo. Mas a dinâmica da criação de
empregos no governo dele foi engolida pela dinâmica do aumento da
população desempregada dentro do mercado de trabalho. Não adianta, em
nenhum governo, criar 10 empregos para 100 pessoas que procuram emprego.
Usando uma proporcionalidade de 10 para 100, no mês que ele criou 10
empregos entraram 100 novas pessoas sem emprego no mercado de trabalho.
A política do desenvolvimento social tem que pensar na quantidade de pessoas
que entram diariamente no mercado de trabalho em busca de emprego e
administrar emprego para essa quantidade. A dinâmica do crescimento do
mercado de desempregados não pode ser 90% maior do que a estimativa de
geração de empregos da política social do governo. O mesmo vale para os
direitos sociais nas áreas da saúde e da educação. Normalmente os governos,
inclusive o do presidente o atual, não produzem mais do que 10% de política
de desenvolvimento social que deveria ter sido produzida, deixando um vazio
de 90% em saneamento básico que não foi feito, em escolas que não foram
construídas, em salários que não foram reajustados decentemente, em saúde
que não recebeu investimento adequado, em empregos que não foram
gerados, em reformas importantes que não foram enviadas ao Congresso
Nacional e pelas quais a sociedade clama. Eu posso estar errrado, e
normalmente erro, mas compreendo o pós-lulismo como um governo tão
dinâmico quanto a dinâmica do crescimento populacional e das suas
necessidades sociais. Muitas reformas políticas precisam ser feitas,
principalmente a divisão mais justa, entre Estados, Municípios e União, da
riqueza arrecadada através dos impostos e contribuições. A União só protege o
cidadão pobre até no mínimo 10% das suas necessidades, e isso está muito
longe de ser o ideal para falarmos em justiça social ou dizermos que existiu um
governo brasileiro realmente voltado para o povo.

FILOSOFIA E CONCEITO DO PÓS-LULISMO

Há uma grande diferença entre pensar a conquista do poder e pensar o real


favorecimento do povo. Estamos com a percepção aguçada para identificar se
o objetivo de um bloco de políticos é organizar uma teoria apenas como
argumento para conquistar o poder. O senador Aécio Neves é um político
decente e ele não estaria propondo o pós-lulismo com essa disfarçada
intenção. Não daria certo. O pós-lulismo tem que encampar a idéia de uma
justiça social histórica, que nunca foi feita, outorgando ao povo, primeiro,
liberdade democrática total, e aqui entra o Congresso Nacional com a função
de libertar o povo completamente dos resquícios da escravidão estabelecidos
na submissão ao serviço militar, ao voto obrigatório, etc... É preciso limpar o
Legislativo, o Judiciário e o Executivo, abolindo todo “autoritarismo” que obriga,
força, impõe, discrimina e não respeita o limite entre a lei e o cidadão. Não
adianta opor o “pós-lulismo” ao “autoritarismo” e continuar convivendo com o
autoritarismo contra o povo em várias instituições. O pós-lulismo tem que ser
ético ou então não vai ser nada. Realmente a lei é soberana, mas a liberdade
do cidadão, respeitados os limites do direito de cada um, também é soberana.
O direito de ir e vir deve ser o mesmo direito de votar e não votar, de servir e
não servir, pois a imposição da personalidade da lei, em casos que não
caracterizam crime cometido, semelha-se ao “lulismo” concebido como
imposição da personalidade do governante como forma de manipular as
decisões populares a seu favor, como no caso de um presidente em exercício
que tentasse influenciar o resultado das eleições em Minas Gerais, em São
Paulo ou no Rio de Janeiro pedindo voto para os seus candidatos ao governo
ou que fizesse campanha para si mesmo usando um outro candidato, uma vez
que ele não pudesse mais se candidatar. Porém libertar o cidadão brasileiro do
uso do poder indevido feito pelo Executivo, pelo Judiciário e pelo Legislativo é
uma meta prioritária para o conceito de nova política, já que uma das propostas
do pós-lulismo é despersonalizar a liderança para que ela não tenha o poder de
influenciar determinados setores. As demonstrações de abuso do poder e do
autoritarismo demonstrados nestas eleições de 2010 insinuou o quanto a lei é
omissa no Brasil. Pune um cidadão que não vai votar, quando não devia
obrigar e nem punir, e fecha os olhos para o presidente que usa da influência
do cargo para tentar manipular os resultados das eleições visando o
favorecimento próprio, cuja conduta deveria ser enquadrada em algum tipo de
penalidade. Isso é discriminação de classes, do mesmo modo como a lei
discrimina os autores de um mesmo crime, dando tratamento diferente,
favorecendo o criminoso com curso secundário e prejudicando o criminoso sem
curso secundário. É incrível ver como a classe rica consegue manipular os
legisladores para eles criarem dispositivos de leis que favorecem sua classe, e
o pior é que nos chamamos de decentes e convivemos pacificamente com
esse lixo, e o juiz aplica a lei mesmo sabendo que ela é moralmente errada e
injusta. Mas pelo menos indica, no caso da visível exacerbação de poder
político, que é necessário fazer urgentemente uma reforma eleitoral que proíba
esse tipo de conduta, mas uma reforma que seja sem visar interesses próprios
de partidos e políticos, a mais justa possível. O Brasil precisa ser passado a
limpo. O pós-lulismo, como filosofia de proposta de justiça social, não pode
conviver com todos esses bárbaros defeitos legislativos que estruturam a
própria desigualdade e protagonizam o autoritarismo. Então, a busca da justiça
social mais equilibrada para todos os cidadãos, a pressão política pela justiça
social, entendendo-se, inclusive, todas as reformas inadiáveis, precisam ser a
tônica da vida política pós-eleições 2010. Se o Congresso Nacional continuar
omisso, se o Senado continuar omisso, tanto para os crimes políticos, quanto
para as reformas, que proposta de mudança estaremos fazendo? O pós-
lulismo, então, não visaria o benefício social do povo brasileiro, mas apenas um
artifício para enganar, manipular a opinião pública e conquistar o poder. Mas
essa lógica a gente está cansado de ver no Brasil. No pós-lulismo não cabe um
Senado lerdo e que faz corpo mole para não votar os projetos que são
importantes para o crescimento da ética, como foi o caso do Ficha Limpa. A
busca da liberdade do cidadão é fundamental. Os caminhos do Brasil pós-
eleições 2010 passam pela pressão do bloco dos políticos honestos,
independentemente dos partidos ao quais pertençam, em cima das questões
éticas que são conhecidas de todos nós e que impedem um maior
desenvolvimento do caráter brasileiro. O senador Aécio Neves foi muito feliz
propondo o pós-lulismo como caminho novo para o Brasil, em lugar de tentar
soluções oposicionistas como a proposta furada do antilulismo, pois avançar o
Brasil não se trata de criar uma oposição, mas sim de tomar uma posição moral
diante das urgências de mudança do pensamento e do comportamento da
sociedade brasileira. O senador Aécio Neves vem de uma estirpe social que
garante as expectativas em torno do seu nome como liderança capaz de
conduzir o pós-lulismo e abrir as portas do Brasil para a experiência do
sentimento de justiça e do dever, sobrepondo-o ao atual sentimento e desejo
de vantagem pessoal que faz parte da esperteza brasileira. Trata-se de
exempo e educação! O presidente Lula, nestas eleições, usando seu prestígio
para eleger sua candidata, comportou-se como qualquer brasileiro: foi esperto,
não foi ético. Ele não fez isso por maldade, fez porque é brasileiro. No geral, o
povo é esperto, não é ético. Vemos como o Detran manipula as leis a seu
favor: uma hora o curso de legislação vale para sempre, logo depois vale só
para um ano, logo depois volta a valer por mais tempo, brinca com as leis, faz o
povo perder a paciência e o dinheiro, e não está nem aí para o povo porque
está usando de esperteza, tenta levar vantagem financeira. Quase sempre eu
erro em meus julgamentos e raciocínios, mas se a pretensão de um pós-
lulismo não é promover mudanças nas leis injustas, fazer justiça social,
promover o povo, propor reformas e votar emendas, então expliquem-me
direito o pós-lulismo porque eu não entendi nada.

São Lourenço, 04 de novembro de 2010

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