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Autores
José Aparecido Moura Aranha – Professor da Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande e do
Centro Universitário de Campo Grande – UNAES, Mestre em Ciências Contábeis e Atuária
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP.
Resumo: O objetivo do presente estudo foi demonstrar a evolução dos princípios contábeis
geralmente aceitos no Brasil. Para tanto, abordou-se o entrelaçamento da Contabilidade com
os dispositivos legais no Brasil, e procurou-se identificar os pontos que demonstram a
influência destes na instituição dos padrões e normas contábeis existentes, bem como os
importantes trabalhos publicados por renomados pesquisadores que também contribuíram
para os atuais Princípios de Contabilidade. Apresentou-se os atuais documentos conceituais
de Contabilidade no Brasil, sem, entretanto, entrar no mérito de cada um.
Introdução
O presente artigo tem por objetivo evidenciar como se deu a origem e evolução dos
Princípios Contábeis Geralmente Aceitos no Brasil. Buscamos através de Revisão de
Literatura descrever como se deu essa evolução até os atuais documentos conceituais de
contabilidade, onde estão descritos os Princípios Contábeis vigentes no Brasil.
Teoria Base
De acordo com Aurélio (1993, p. 1139), temos a definição da palavra princípios “1.
Rudimentos, e; Proposições diretoras de uma ciência, às quais todo o desenvolvimento
posterior dessa ciência deve estar subordinado.”
As palavras têm sentido comuns (de utilização empírica, usual) e têm os que
lhes são atribuídos especialmente, nas tecnologias, nas ciências, nos casos
particulares. Logo, o conceito “Princípios”, para fins de uso em
Contabilidade, tem sentido próprio.
Nesse sentido, fica claro que os princípios são a base para o desenvolvimento de uma
ciência e para determinar os caminhos que ela percorrerá no seu aprimoramento.
Nesse sentido, entendemos que a busca que temos hoje em dar à Contabilidade
fidelidade e transparência, através de princípios, já era uma preocupação de executivos,
investidores e profissionais da Contabilidade daquela época.
Essa idéia também foi colocada por Franco (1988, p. 13) que afirma:
Essa nomenclatura foi durante muito tempo utilizada para definir as grandes regras
que serviriam para embasar a teoria e a prática contábil, encontramos essa expressão na
legislação societária.
Hoje ela não é mais aceita. Com estudos mais sistemáticos do assunto desencadeados
no Brasil nos últimos 50 anos, levou à definição de duas grandes correntes sobre princípios
contábeis.
Outra corrente é a formada por estudiosos acadêmicos que foram contratados pela
CVM, após a reformulação da Lei das Sociedades Anônimas, para promover um minucioso
estudo sobre a Teoria da Contabilidade, que resultou na publicação da Estrutura Conceitual
Básica da Contabilidade que institui a seguinte hierarquia:
Evolução Histórica
Foi instituído no Império de D. Pedro II, através da Lei 556, de 25 de Junho de 1850,
em cuja redação, encontramos alguns aspectos importantes sobre normatização contábil:
No artigo 12, temos uma observação sobre os lançamentos que nos remete ao
Princípio da Oportunidade (os lançamentos devem ser feitos mesmo que não haja pagamento
ou recebimento) e também ao Princípio da Realização da Receita e do Confronto das
Despesas com as Receitas.
Cabe lembrar que o referido dispositivo legal teve sua vigência até janeiro de 2002,
quando entrou em vigor o Novo Código Civil Brasileiro.
No item “a” deste artigo temos a estimação do ativo com base no custo de aquisição
com suas respectivas depreciações o que nos remete aos Princípio do Custo Original Como
Base de Valor.
Normas de Escrituração;
Critérios de Avaliação, Amortização e Depreciação dos Elementos
Patrimoniais para efeito de Balanço;
Critérios Gerais para Formação de Reservas e Provisões;
Critérios Gerais para Classificação do Balanço Patrimonial; e
Critérios Gerais para Apresentação Gráfica do Balanço Patrimonial e
Demonstração de Resultados.
A grande contribuição desta circular seria a oficialização da expressão
“Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos”.
Lei 6.404/76
O artigo referido, após os vetos do Chefe do Executivo, resultou no atual artigo 177 da
Lei 6.404/76, a seguir:
Escrituração
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta
lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações
patrimoniais segundo o regime de competência.
§ 1o As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação
de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la
em nota e ressaltar esses efeitos.
§ 2o A companhia observará em registros auxiliares, sem modificação da
escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta lei, as
disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que
constitui seu objeto, que prescrevam métodos ou critérios contábeis
diferentes ou determinem a elaboração de outras demonstrações financeiras.
Outro ponto que o § 1.º do referido artigo aponta é para a relevância dos fatos, que
deve merecer destaque em Notas Explicativas, sem contudo definir o que é relevante. Neste
caso, a relevância deve ficar ao arbítrio do contador, ou seja, este deve considerar o custo
benefício da informação gerada para o usuário, por analogia à Convenção da Materialidade
(Relevância), constante também do referido documento, Estrutura Conceitual Básica da
Contabilidade.
A nosso ver, o conteúdo do artigo 177, e seus parágrafos, são de importância relevante
para a evolução dos princípios e para a profissão contábil.
Segundo encontramos em Franco (1988), esta seria uma das primeiras tentativas de
um posicionamento desta natureza e extensão feita no Brasil, pois o autor procura justificar e
comentar cada um dos princípios propostos.
• Convenção da Objetividade
• Convenção da Materialidade
• Convenção do Conservadorismo
• Convenção da Consistência
• Da Entidade.
• Da Qualificação E Quantificação Dos Bens Patrimoniais
• Da Expressão Monetária
• Da Competência
• Da Oportunidade
• Da Formalização Dos Registros Contábeis
• Da Terminologia Contábil
• Da Eqüidade
• Da Continuidade
• Da Periodicidade
• Da Prudência
• Da Uniformidade
• Da Informação
• Dos Atos E Fatos Aleatórios
• Da Correção Monetária
• Da Integração
• Entidade;
• Continuidade
• Oportunidade;
• Atualização Monetária;
• Competência; E
• Prudência.
Apesar de ser constituída de um número menor de princípios, esta resolução traz cada
um explicado de maneira mais clara, possibilitando entendimento a todos os profissionais.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
FRANCO, Hilário. A Evolução dos Princípios Contábeis no Brasil. São Paulo: Atlas, 1988.
______. Contabilidade Geral. 23. ed. São Paulo:Atlas, 1997.
HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da Contabilidade. São Paulo:
Atlas, 1999.
______. MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas,
2000.
______. MARTINS, Eliseu. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. São
Paulo: ATLAS, 1980.
IUDÍCIBUS, Sérgio de, et alli. Contabilidade Introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.