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MANUAL

TÉCNICO
DOENÇAS
CLOSTRIDIAIS
MANUAL TÉCNICO DOENÇAS CLOSTRIDIAIS

ÍNDICE
1. Introdução.......................................................................................................................................... 4
1..1. História das Clostridioses ........................................................................................................ 4
2. Enfermidades Clostridiais dos Ruminantes.................................................................................. 7
2.1. Doenças Neurotrópicas........................................................................................................... 8
2.1.1. Tétano..................................................................................................................................... 8
2.1.2. Botulismo............................................................................................................................ 10
2.2. Mionecroses.............................................................................................................................. 10
2.2.1. Carbúnculo Sintomático.................................................................................................... 10
2.2.2. Gangrena Gasosa.............................................................................................................. 12
2.2.3. Enterotoxemias................................................................................................................... 13
2.2.4. Disenteria dos Cordeiros.................................................................................................. 14
2.2.5. Doença da Superalimentação.......................................................................................... 15
2.2.6. Enterite Hemorrágica......................................................................................................... 17
2.3. Doenças Hepáticas.................................................................................................................. 18
2.3.1. Hemoglobinúria Bacilar..................................................................................................... 18
2.3.2. Hepatite Infecciosa Necrosante...................................................................................... 19
3. Controle e Profilaxia....................................................................................................................... 20
4. Covexin®-9 : Uma Vacina Internacional ..................................................................................... 20
4.1. Formulação da Vacina............................................................................................................. 20
4.2. Mecanismo de Ação de Covexin®-9.................................................................................... 21
4.3. Combinação dos Antígenos Com o Adjuvante..................................................................... 22
4.4. Avaliação em Laboratório....................................................................................................... 22
4.5. Avaliações Experimentais de Campo.................................................................................... 22
4.5.1. Prova de Inocuidade.......................................................................................................... 22
4.5.2. Prova de Potência (Desafio)............................................................................................. 22
4.5.3. Titulação de Anticorpos..................................................................................................... 22
4.6. Apresentação............................................................................................................................ 23
4.7. Composição............................................................................................................................... 23
4.8. Conservação.............................................................................................................................. 23
4.9. Dosagem e Via de Aplicação.................................................................................................. 23
4.10. Recomendações Complementares....................................................................................... 24
4.11. Características da Covexin®-9.............................................................................................. 24
4.11.1. Resposta rápida e proteção duradoura........................................................................ 24
4.11.2. Proteção de qualidade para o seu rebanho ................................................................ 24
4.11.3. Frasco flexipack................................................................................................................ 25
4.11.4. Segurança comprovada.................................................................................................. 25
5. Bibliografia....................................................................................................................................... 25

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1. INTRODUÇÃO

1.1. História das clostridioses

O
s organismos dos quais os carregam sua população de organis-
clostrídios patogênicos são mos clostridiais com eles. Por sua
derivados estavam presen- vez, estes “viajantes adormecidos”
tes na Terra antes mesmo dos ho- infectam suas novas instalações. As-
mens e animais, e hoje ainda estão sim, áreas de criação de gado estão
presentes no solo. Eles são habitan- se tornando mais contaminadas com
tes ubíquos do ambiente e muitos se um número crescente de espécies
adaptaram à existência exclusiva em clostridiais.
animais. São infecciosos, mas NÃO
contagiosos. Os esporos podem es- É interessante que muitas clostridio-
tar presentes no solo, nos alimentos ses parecem ter limites imaginários
e na água contaminada com fezes e que separam animais de risco de ani-
quando ingeridos, se tornam laten- mais que não estão sob risco. Seria
tes nos tecidos do corpo. Os orga- realmente possível que Clostridium
nismos anaeróbicos patogênicos são sordelli somente existisse na Ingla-
oportunistas e aguardam por estímu- terra e não na Nova Zelândia ou no
los nos tecidos, que criarão condi- Brasil? Isto seria improvável porque
ções favoráveis para crescimento e os fazendeiros têm transportado bo-
produção de toxina. vinos e ovinos pelo mundo todo, no
esforço de melhorias genéticas. O
Os esporos destes organismos es- transporte destes animais também
tão espalhados nas fezes e podem pode carregar a população bacteria-
ficar “adormecidos“ no solo por dé- na. Como algumas clostridioses são
cadas e, em alguns casos, centenas resultado de práticas de manejo, al-
de anos. O transporte de animais gumas destas fronteiras são válidas.
de fazenda para fazenda, de estado
para estado, bem como país para Entretanto, frequentemente não
país, tem eliminado as barreiras estamos seguros de quais são exa-
endêmicas que separavam “áreas tamente as práticas de manejo que
problemáticas” de “áreas limpas”, poderiam levar a surtos clostridiais e,
simplesmente porque os animais devido a isto, é extremamente difícil

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evitá-las. Todos os animais começam ra que se tem depende do número


a reunir seu estoque de organis- de espécies clostridiais na vacina.
mos clostridiais ao nas-
cimento. Quando eles A vacina ideal deve
são desmamados, seu conferir proteção máxi-
conjunto de espécies ma contra as principais
clostridiais está mais clostridioses, tanto em
ou menos completo. Se bovinos quanto em ovi-
não, as chances de es- nos. O produto deve
tar completo acontece- agir em animais extre-
rá logo em seguida. mamente jovens, seja
através da vacinação
“Surtos” de clostridio- de neonatos ou prote-
ses são casos circuns- ção passiva fornecida
tanciais ditado pela pela mãe através do
alimentação e práticas de colostro. Deve ser um pro-
manejo ou peculiaridade da nature- duto de dose baixa, minimizando as
za. Bovinos e ovinos vacinados con- condições de armazenamento, tem-
tra “carbúnculo sintomático” sucum- po e trabalho durante a vacinação de
biram o “edema maligno” com igual grandes rebanhos e trauma do ani-
frequência. Assim, a primeira com- mal. Deve ter um período de imuni-
binação de vacina anaeróbica para dade, para todas as doenças, de pelo
animais nasceu da necessidade de menos um ano.
proteção de amplo espectro contra o
conjunto de carbúnculo sintomático, Os clostrídios são, provavelmente,
como era conhecido e compreendi- os mais antigos patógenos conhe-
do naquele momento. cidos que afetam a pecuária. Estão
presentes em toda parte do mundo,
A vacinação de rebanhos é o mesmo o que infelizmente torna impossível
que compararmos a um plano de se- a sua erradicação. Uma vez confina-
guro médico contra a doença. Como dos aos sedimentos de solos e água,
no seguro, a vacinação não tem a eles tiveram de se adaptar ao ambien-
pretensão de proteger contra todas te anaeróbico existente em animais.
as perdas. É simplesmente dese- Algumas cepas de clostrídios se
nhado para suavizar o choque de adaptaram para viver exclusivamente
problemas imprevistos. No caso de em animais. Na sua maioria, os clos-
clostrídios, a quantidade de cobertu- trídios fazem parte da flora normal

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de animais saudáveis. A presença de intestino (como na enterotoxemia);


numerosos esporos clostridiais ou ou espalhar-se através dos tecidos
bacilos, nos órgãos e tecidos de um na forma de uma infecção extensiva
animal saudável, fornece o potencial (como nos casos de carbúnculo sin-
para uma gama de doenças clostri- tomático). Estudos demonstram que
diais. Eles são rápidos para invadir e as toxinas clostridiais são as toxinas
exacerbar qualquer infecção quando mais letais conhecidas pelo homem.
a causa primária cria condições am- Felizmente estas toxinas mortais
bientais que favorecem seu cresci- são facilmente neutralizadas pelas
mento. Com suas toxinas potentes respostas imunes oferecidas pela
e enzimas proteolíticas poderosas, vacinação.
estes frequentemente atacam com
tal agressividade que somente a va- Entretanto, como há muitas es-
cinação profilática pode evitar a mor- pécies diferentes de clostrídios
te do animal. presentes em um mesmo tecido.
Frequentemente a imunização não
Os clostrídios frequentemente só se pode evitar doenças, a menos que
tornam patogênicos quando um inva- todas as espécies estejam inclusas
sor primário ou agressão causa dano na vacina. Claramente, a escolha
ao tecido, o que cria um substrato da vacina não deve ser baseada na
ideal exigido para um crescimento premissa de que o animal poderia ou
fastidioso. Entretanto, em quase não estar infectado, ou ter contraído
todos os casos, é necessário, ao um clostrídio específico. Produtores
clostrídio, produzir toxinas extrema- e Veterinários rapidamente percebe-
mente potentes a fim de se tornar ram a inutilidade da vacinação seleti-
patogênico. Alguns produzem toxi- va para carbúnculo sintomático sem
nas múltiplas, sendo que cada uma a inclusão de outras cepas de clostrí-
das quais pode ter efeitos múltiplos dios, uma vez que ovinos vacinados
em tecidos diferentes, tais como somente contra Clostridium chau-
Clostridium perfringens. Na maioria voei poderiam desenvolver gangre-
dos casos, eles têm uma toxina de- na devido ao Clostridium septicum,
terminante que é fundamentalmente Clostridium novyi, Clostridium sor-
responsável pelo efeito letal. As toxi- delli, ou Clostridium perfringens.
nas podem ser ingeridas na alimen-
tação ou água como pré-formadas; O advento da reação em cadeia po-
ser absorvida através da parede in- limerase (PCR) tem sido uma ferra-
testinal após maciça proliferação no menta valiosa para análise diagnós-

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tica e demonstra que organismos longos períodos, representando um


como Clostridium perfringens tipo risco significativo para a população
A, que se pensava estar sob controle animal e humana. Muitos microrga-
na causa de gangrena gasosa, agora nismos deste grupo podem estar
é um patógeno entérico significativo normalmente presentes no trato in-
em todos os animais de pecuária. testinal destas espécies.
Esta ferramenta não está amplamen-
te disponível e o custo da análise, Muitos processos infecciosos que
frequentemente, excede o valor do afetam as explorações bovinas, ovi-
animal doente. nas e caprinas são causados pelos
clostrídios. Existem cerca de 100
Procedimentos diagnósticos têm espécies distribuídas em áreas ge-
aumentado nosso conhecimento ográficas distintas, sendo a maioria
quanto à incidência de espécies pa- constituinte da microbiota intestinal,
togênicas, as quais foram até agora porém apenas algumas delas são ca-
negligenciadas, diagnosticadas erro- pazes de causar enfermidades nos
neamente ou consideradas geografi- animais, promovendo grandes preju-
camente restritas. ízos econômicos.

Tornou-se claro que a formulação As infecções e intoxicações causa-


de uma vacina com maior número das pelas bactérias do gênero Clos-
de cepas é a melhor forma de evitar tridium nos animais podem ser clas-
doenças causadas por estes organis- sificadas em diferentes grupos:
mos.
a) Doenças neurotrópicas: são
2. Enfermidades clostridiais afecções nas quais o sistema ner-
dos ruminantes voso é primariamente acometido;
enquadrando-se nesse grupo
As infecções e intoxicações cau- Clostridium tetani e Clostridium
sadas por bactérias anaeróbias do botulinum.
gênero Clostridium são chamadas
clostridioses e são altamente letais. b) Mionecroses
Estes microrganismos, os clostrí- (carbúnculo sintomático x
dios, têm a habilidade de passar por gangrena gasosa): afecções que
uma forma de resistência chamada acometem a musculatura e con-
“esporo” e podem se manter poten- sequentemente causam toxemia.
cialmente infectantes no solo por Neste grupo estão Clostridium

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chauvoei, Clostridium septicum, presentes em esterco ou nos solos,


Clostridium novyi, Clostridium principalmente naqueles mais fre-
perfringens tipo A e Clostridium quentemente adubados. Esses es-
sordelli. poros nas feridas, em condições de
anaerobiose favoráveis, germinam,
c) Enterotoxemias: afecções onde multiplicam-se e produzem a teta-
os agentes Clostridium perfringens nospasmina. Os esporos do micror-
tipos A, B, C, D e E e, ocasionalmen- ganismo podem se manter infectan-
te, Clostridium sordelli e Clostridium tes no solo por períodos superiores
septicum, multiplicam-se no trato a 40 anos. Existem relatos de surtos
intestinal dos animais e suas toxinas de tétano em bovinos em que ne-
produzidas são responsáveis pelo nhuma ferida foi observada, sendo
quadro nosológico. denominado de “tétano idiopático”.

d) Doenças hepáticas: hepatite ne- O alvo da tetanospasmina é o siste-


crótica e hemoglobinúria bacilar são ma nervoso central. Calcula-se que
causadas pelo Clostridium novyi tipo cerca de somente 400 gramas de
B e Clostridium haemolyticum, res- toxina tetânica seria suficiente para
pectivamente. matar todos os homens, mulheres e
crianças, do planeta. O efeito da toxi-
2.1. Doenças neurotrópicas na tetânica é que ela bloqueia a libe-
ração de glicina e ácido gama amino
2.1.1. Tétano butírico (GABA) de certos neurônios
(Causado por Clostridium tetani) no sistema nervoso central e evita o
relaxamento muscular. A toxina blo-
O tétano (“Lockjaw”) é uma toxi-in- queia seletivamente a transmissão
fecção altamente letal que acomete
o homem e os animais domésticos,
causada por uma potente neuro-
toxina produzida pelo Clostridium
tetani ou bacilo de Nicolaier e que
se caracteriza pelo aparecimento
de espasmos musculares tônicos
Fig. 1) e hiperexcitabilidade reflexa.
A infecção se dá geralmente através
de feridas acidentais ou cirúrgicas, Figura 1 - Bovino acometido pelo tétano,
com rigidez da musculatura
em contato com esporos do agente

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de estímulos inibitórios provenientes


da medula espinhal para os múscu-
los, causando, dessa maneira, seve-
ras contrações espásticas.

As contrações musculares podem


ser tão fortes a ponto de causarem
fraturas das vértebras. Além disso,
observam-se: distensão abdominal,
Figura 2 - Bovino acometido pelo tétano,
agalactia, ataxia, cólicas, desidrata- com sintoma de prolapso de terceira
ção, constipação intestinal, timpa- pálpebra
nismo, cianose, febre, excitação,
miotonia, dispnéia, opistótono, tris-
Os primeiros sintomas incluem tre-
mas da mandíbula, sialorréia, hipere-
mores musculares, espasmódicos, e
xcitabilidade, hiperestesia, disfagia,
receptividade altamente elevada. Se
midríase, taquicardia, incontinência
o ferimento por onde ocorreu a infec-
urinária, vômitos, regurgitação, pro-
ção puder ser encontrado, então a
lapso de terceira pálpebra (Fig. 2),
administração de altas doses de pe-
morte súbita, entre outros. Devido
nicilina pode impedir a posterior sín-
aos sintomas clínicos únicos de in-
tese da toxina e a remoção cirúrgica
fecção com Clostridium tetani, rara-
do tecido infectado pode permitir a
mente um caso é diagnosticado erro-
recuperação. O tratamento dos sin-
neamente. Por esta razão, o tétano é
tomas durante este período, usan-
bem reconhecido como um patóge-
do relaxantes musculares, é útil e a
no da pecuária no mundo todo.
manutenção das vias aéreas abertas
evitará a asfixia. O enfraquecimento
A infecção pode ocorrer em rebanhos
da função muscular continua a piorar,
de qualquer idade, pois qualquer fe-
gerando dificuldade nos músculos do
rimento que permita entrada através
pescoço e da mandíbula, originando
da pele pode iniciar uma infecção.
dificuldades em comer e resultando
Procedimentos comuns de manejo,
em trismas.
tais como castração (especialmente
em grupos), corte de cauda, tosquia
A vacinação contra tétano é muito
e marcação de orelha, pode introdu-
eficaz. A proteção de neonatos pode
zir a bactéria na pele. O acesso em
ser fornecida por antitoxina passiva-
neonatos pode ser feito pelo contato
mente adquirida de mães vacinadas
do corte de umbigo com o chão.
que podem fornecer proteção por

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pelo menos três meses após nasci-


mento.

O período de incubação é de 5 dias


a 15 semanas, com média de 7 dias.
O curso clínico dura em média de 4 a
7 dias. A morte ocorre devido à para-
da respiratória. Durante a necropsia,
também não são encontradas lesões
Figura 4 - Animal apresentando
significativas. dificuldade de levantar devido à ação da
neurotoxina botulínica
2.1.2. Botulismo
(Causado por Clostridium botulinum) e o curso da doença dependem da
quantidade de toxina ingerida, o sinal
O botulismo é uma intoxicação re- mais comum é uma incoordenação
sultante da ingestão de toxinas bo- motora que progride no sentido cra-
tulínicas pré-formadas em cadáveres nial para a incapacidade de se loco-
de animais ou suplementos alimen- mover e levantar (Fig. 4), culminando
tares. Nos ruminantes, os tipos C e com a morte por parada respiratória.
D são as toxinas mais prevalentes. A O psiquismo do animal continua nor-
principal categoria animal afetada é a mal por todo o curso da doença. Não
de vacas em gestação e/ou lactação, são encontradas lesões significativas
criadas em pastagens deficientes à necropsia dos animais acometidos.
em fósforo, o que leva ao desenvol-
vimento do hábito de osteofagia (Fig. 2.2. Mionecroses
3) ou sarcofagia. Os sinais clínicos
2.2.1. Carbúnculo
sintomático
(Causada por Clostridium chauvoei)

O carbúnculo sintomático (“man-


queira” ou “mal de ano”) é uma
infecção endógena causada pelo
Clostridium chauvoei. O agente está
amplamente distribuído no solo e
no trato intestinal dos herbívoros.
Figura 3 - Animal apresentando posição
A sobrevivência do microrganismo
de cabeça típica de osteofagia 
no solo, sob forma de esporos, é o

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Figura 5.
Esquema da
patogenia da
infecção por
Clostridium
chauvoei

fator mais relevante para transmis- O agente produz toxinas alfa (he-
são aos animais, pois a ingestão de molítica, necrotizante e letal), beta
pastos contaminados com esporos (Dnase), gama (hialuronidase) e del-
constitui-se na principal via de trans- ta (hemolisina), sendo a toxina alfa
missão. considerada a principal na patogenia
da enfermidade. Clinicamente, o ani-
A enfermidade é resultado da ati- mal apresenta temperatura elevada,
vação de esporos latentes de anorexia, depressão e, na maioria
Clostridium chauvoei provenientes dos casos, chega à morte (Fig. 6);
do intestino e depositados no mús- quando um membro é atingido, a
culo após serem transportados atra- manqueira é observada.
vés da corrente sanguínea, possivel-
mente veiculados pelos macrófagos.
Bovinos jovens, entre quatro meses
e três anos de idade, em boa con-
dição corporal e nutricional, são os
mais suscetíveis. Traumas nas gran-
des massas musculares desses ani-
mais criam um ambiente de baixa
tensão de oxigênio molecular, pro-
piciando a germinação dos esporos
Figura 6 - Bezerro que morreu após
e consequente produção de toxina, ter apresentado quadro de toxemia
responsável pela doença nos animais em decorrência da infecção pelo
(Fig. 5). Clostridium chauvoei

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não comumente encontrada, é o


carbúnculo sintomático visceral,
afetando principalmente o miocár-
dio; sendo descrita como causa de
morte súbita em cordeiros e em
bovinos.

2.2.2. Gangrena gasosa


Figura 7 - Área de mionecrose causada (Causada por Clostridium septcum,
pelo Clostridium chauvoei Clostridium chauvoei, Clostridium
novyi, Clostridium perfringens A e
A lesão é acompanhada por edema,
Clostridium sordelli)
hemorragia e necrose miofibrilar
(Fig. 7), exalando acentuado odor Em contraste ao carbúnculo sinto-
rançoso. mático, a gangrena gasosa (Edema
maligno) é considerada uma infec-
O local torna-se edematoso e à ção exógena causada por um ou
palpação é observada crepitação mais dos seguintes microrganismos:
decorrente das bolhas de gás, pro- Clostridium septicum, Clostridium
duzidas pela multiplicação da bac- chauvoei, Clostridium novyi tipo A,
téria. A evolução para morte ocorre Clostridium perfringens tipo A e
geralmente em até 48 horas. Outra Clostridium sordelli. Esses microrga-
forma de carbúnculo sintomático,

Figura 8 - Esquema da patogenia da


gangrena gasosa

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nismos entram no corpo através da Esta afecção é caracterizada por


pele ou por feridas nas membranas injúrias da parede do abomaso em
mucosas, tais como castração, tos- decorrência da ingestão de pasta-
quia, parto, procedimentos vacinais gens congeladas que favorecem a
e punções venosas. A patogenia da infecção pelo Clostridium septicum
gangrena gasosa é apresentada na e o desencadeamento do processo.
Fig. 8. Esta enfermidade tem uma impor-
tância econômica limitada devido à
A sintomatologia clínica inclui febre, sua baixa prevalência e distribuição
anorexia, taquicardia e depressão, geográfica restrita.
ocorrendo também toxemia que
faz com que o quadro evolua para a 2.2.3. Enterotoxemias
morte em algumas horas ou dias. As
lesões são similares às da manquei- As enterotoxemias são enfermidades
ra: edema crepitante nos músculos causadas principalmente pelo
e tecidos subcutâneos, que inicial- Clostridium perfringens, porém
também podem ser causadas
por Clostridium sordelli (Fig.10),
Clostridium septicum e Clostridium
novyi tipo B. Em relação ao
Clostridium perfringens, existem
cinco tipos, A, B, C, D e E,
classificados de acordo com a
produção de quatro principais
exotoxinas (Tab.1). Na literatura,

Figura 9 - Necrose tecidual causada


por Clostridium septicum

mente estão quentes e doloridos e


com a evolução da doença tornam-
-se frios e indolores; além disso, é
comum a ocorrência de hemorragia
e necrose (Fig 9). O agente patogê-
nico Clostridium septicum também Figura 10 - Enterite Necrótica causada por
provoca a enfermidade denominada Clostridium sordelli - responsável
“Braxy” (bradsot) em ovinos. também pela Síndrome da Morte Súbita

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Tabela 1. Tipos de Clostridium perfringens de acordo com a produção de quatro principais exotoxinas

descrevem-se enfermidades em a imunização ativa por vacinação,


ovinos produzidas pelos cinco geralmente, leva um certo tempo
tipos de Clostridium perfringens; antes que níveis razoáveis de anti-
em bovinos e caprinos existem toxina possam ser obtidos, a imuni-
citações referentes aos tipos A, B, C zação passiva pela administração de
e D como principais patógenos das antitoxina pode evitar a doença em
doenças. A enterotoxemia produzida neonato se houver suspeita de que
pelo Clostridium perfringens tipo D, os níveis de colostro sejam inade-
comumente denominada de Doença quados. Se houver chance de se ob-
do Rim Polposo (pulpy kidney servar os animais antes da morte, o
disease) ou da Superalimentação, é diagnóstico é ainda difícil, já que
a que ocorre mais frequentemente os sintomas da doença entérica
nos ruminantes. para todos os tipos de Clostridium
perfringens misturam-se com linhas
Diagnóstico: vagas de definição.
O diagnóstico é difícil, pois para
todos os tipos de Clostridium 2.2.4. Disenteria dos
perfringens envolvidos, a morte é Cordeiros (Causada por
tão rápida que, geralmente, o primei- Clostridium perfringens tipo B)
ro sinal clínico observado é a própria
morte. Como o aumento da ingestão Clostridium perfringens tipo B é o
de alimento é uma causa primária, agente etiológico da disenteria dos
geralmente, os animais que pare- cordeiros recém-nascidos. A doença
cem mais saudáveis e robustos são usualmente acomete animais com
vítimas da doença. Estes animais menos de três semanas de idade,
não são suspeitos da doença e as- sendo caracterizada por enteroto-
sim, frequentemente não são iden- xemia acompanhada por enterite e
tificados a tempo de se conseguir extensiva hemorragia e ulceração
uma necropsia exata. Uma vez que intestinal (Fig.11).

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Figura 11 - Intestino hemorrágico de Figura 11 A - Cordeiro


animal acometido pelo Clostridium acometido pelo
perfringens tipo B Clostridium perfringens tipo B

A maior prevalência ocorre nos cor- Os cordeiros tornam-se inapetentes,


deiros lactantes nos três primeiros apresentam o abdômen dilatado,
dias de vida. A contaminação com sensível à pressão e morrem em
o agente pode ocorrer no ambiente poucas horas (Fig.11A). Diarreia do
por via oral. A doença se desenvol- tipo pastosa ocorre no princípio, evo-
ve devido a um desequilíbrio da flora luindo para fluida e, posteriormente,
intestinal por determinados fatores, torna-se hemorrágica já próximo da
favorecendo a proliferação exacer- morte do animal. A letalidade é de 30
bada do agente no intestino, culmi- a 100%.
nando com a produção de grandes
quantidades de toxina. A influência 2.2.5. Doenças da
da idade no aparecimento da doença superalimentação ou
está relacionada a um fator inibidor doença do rim polposo
da tripsina presente no colostro, pois (Causada por Clostridium
a toxina beta, principal fração tóxica
perfringens tipo D)
do Clostridium perfringens tipo B,
é inativada por esta enzima. Além
A toxina responsável por esta
do fator inibidor da tripsina, outros
afecção nos ruminantes é a
fatores predispõem o aparecimen-
epsilon. Igual a outros tipos de
to da doença, tais como: ingestão
Clostridium perfringens, o tipo D é
de quantidades excessivas de leite,
comensal do trato gastrointestinal
condições precárias de higiene e ma-
dos ruminantes. Presente em peque-
nejo, entre outros.
na quantidade, produz toxinas que

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são eliminadas com os movimentos necrose do tecido cerebral (malácia)


intestinais normais, sem produzir e observa-se uma lesão conhecida
alterações. Entretanto, quando se como encefalomalácia simétrica fo-
produz mudanças bruscas na alimen- cal (ESF).
tação do animal, geralmente associa-
dos à substituição de dietas pobres O edema cerebral e pulmonar e a
por outras mais ricas em carboidra- ESF são responsáveis pelos sinais
tos, ocorre uma proliferação exa- neurológicos e respiratórios carac-
cerbada deste microrganismo, com terísticos da enfermidade. Os sinais
produção de altas concentrações de neurológicos mais comuns são:
toxina epsilon, que é absorvida no incoordenação motora (Fig. 12), di-
intestino, atinge a circulação geral e ficuldade de andar, opistótono e
chega a determinados órgãos, tais movimentos de pedalagem; já as
como: cérebro, rins, pulmões, fígado manifestações respiratórias mais
e coração. freqüentes são: dispnéia e elimina-
ção de espuma pelo nariz. No mo-
Nestes órgãos, a toxina epsilon mento da necropsia, existem casos
liga-se a receptores específicos do em que não são observadas lesões,

Figura 12 - Bezerro com aumento do Figura 13 - Hidropericárdio em


polígono de sustentação decorrência da ação da toxina epsilon

endotélio dos vasos, levando ao au- em outros pode-se ter acúmulo de


mento da permeabilidade vascular líquido na cavidade peritoneal, torá-
e, consequentemente, à ocorrência cica e ou pericárdica (Fig. 13), bem
de edema. Na maioria dos casos, a como edema pulmonar com acúmu-
morte ocorre durante as primeiras lo de líquido e espuma na traquéia e
6 a 18 horas, mas se os animais so- brônquios (Fig. 14). Não é usual en-
brevivem mais de 36 horas, ocorre contrar alterações intestinais, mas

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Figura 14 - Acúmulo de espuma Figura 15 - Enterite catarral no


na traquéia intestino delgado

pode-se observar uma ligeira enterite tipos B ou C.


catarral no intestino delgado, no caso
de bovinos e ovinos (Fig. 15) e colite Da mesma maneira que ocorre na di-
fibrino-hemorrágica em caprinos. senteria dos cordeiros, a toxina beta
é a principal responsável na patoge-
2.2.6 Enterite hemorrágica nia desta enfermidade.
(Causada por Clostridium
perfringens tipos B e C) Recém-nascidos com baixa taxa de
ingestão de imunidade passiva con-
A enterite hemorrágica é uma enfer- tra esses agentes, através do colos-
midade muito semelhante à disen- tro, são os que apresentam quadros
teria dos cordeiros, ocorrendo em mais severos. O curso da enfermi-
cordeiros e bovinos com menos de dade pode variar de sub-agudo a
três semanas de idade e tem como morte súbita, levando geralmente
agentes os Clostridium perfringens os animais à morte antes de 24 ho-

Figura 16, 16A. Enterite hemorrágica causada por Clostridium perfringens tipo C

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ras após o início dos sintomas. Nos mente é de localização geográfica


quadros sub-agudos, a diarreia é ob- limitada e está associada a áreas
servada por algumas semanas, oca- úmidas. O microrganismo produz
sionando redução no crescimento uma potente lecitinase denomi-
dos animais. nada toxina alfa, responsável por
uma hemólise maciça. Esporos de
Nos casos agudos, observa- Clostridium haemolyticum são inge-
-se diarreia com presença ou não ridos com alimentos contaminados
de sangue, podendo alguns ani- e atingem o fígado através da circu-
mais serem encontrados mortos. lação portal. Neste órgão permane-
cem por vários anos até obterem
À necropsia, observa-se enterite he- condições de anaerobiose necessá-
morrágica (Fig. 16, Fig. 16A), com rias para sua germinação. O principal
áreas de descamação da mucosa do fator predisponente está relacionado
jejuno e íleo. Em ovinos adultos a to- à migração de vermes trematódeos
xina beta pode levar a um quadro de pelo parênquima hepático, principal-
morte súbita, podendo ser confun- mente por larvas da fasciola hepa-
dida com a enterotoxemia causada tica. Estas larvas causam danos ao
pelo Clostridium perfringens tipo D, tecido, permitindo condições de ana-
entretanto, não se observa nenhum erobiose para germinação dos es-
sintoma nervoso, sendo que, a maio- poros e proliferação do agente com
ria dos animais são encontrados produção de toxinas, destruindo os
mortos. eritrócitos e liberando hemoglobina.
A doença é mais frequentemente
2.3. Doenças hepáticas chamada de água vermelha bacteria-
na porque os animais infectados pro-
2.3.1. Hemoglobinúria duzem urina vermelho-escuro (he-
Bacilar (Causada por Clostridium moglobinúria) (Fig. 17A). O achado
haemolyticum) mais característico à necropsia são
focos de necrose, geralmente múl-
A hemoglobinúria bacilar é uma in- tiplos no parênquima renal (Fig. 17).
fecção causada pelo Clostridium
haemolyticum (Clostridium novyi Os principais sinais clínicos encon-
tipo D). A enfermidade ocorre usu- trados são: depressão, anorexia,
almente em bovinos, acometendo urina de coloração escura e colapso,
esporadicamente os ovinos. Geral- culminando com a morte em um a
três dias após o início dos sintomas.

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Figura 17 - Rim de animal acometido Figura 17A - Hemoglobinúria


pela hemoglobinúria bacilar

e a patogenia são similares às des-


2.3.2. Hepatite infecciosa critas para a hemoglobinúria bacilar,
necrosante (Causada por estando também associados à pre-
Clostridium novyi tipo B e sença de larvas de Fasciola hepati-
Clostridium perfringens A) ca, entretanto, existe descrição da
ocorrência da doença na ausência
A hepatite infecciosa necrosante deste parasito. A doença é também
é uma afecção com características denominada black disease, devido à
semelhantes à hemoglobinúria ba- presença de sangue venoso cianóti-
cilar. É causada pelo Clostridium co no tecido subcutâneo e, aparente-
novyi tipo B e pelo Clostridium mente, na pele. No fígado são obser-
perfringens tipo A. A enfermidade vadas áreas necróticas de coloração
ocorre habitualmente em ovinos, cinza-amareladas (Fig. 18), circunda-
porém também pode acometer os das por áreas hemorrágicas (Fig. 19),
bovinos. Os fatores predisponentes

Figura 19 - Áreas hemorrágicas e


Figura 18 - Fígado com necrose infartadas de fígado acometido por
causada por Clostridium novyi tipo B Clostridium novyi tipo B

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decorrentes da ação da toxina alfa os anticorpos colostrais protegem os


(lecitinase) produzida pelo agente. animais recém-nascidos por até 3-4
meses após o nascimento, devendo
3. Controle e profilaxia então a primovacinação ser realizada
após esse período.

4. Covexin®-9:
Uma vacina internacional

Apresentamos a COVEXIN®-9.
Os métodos de elaboração de
COVEXIN®- 9 procedem de técnicas
de ponta, resultando em um produto
de alta pureza e eficácia. Com
exceção do Clostridium chauvoei,
O controle e a profilaxia devem ba- as demais cepas presentes em
sear-se em medidas adequadas de COVEXIN®- 9 encontram-se na forma
manejo e vacinações sistemáticas de toxóides, antígeno mais específico
de todo o rebanho, já que os animais e imunogênico do que as conhecidas
estão em permanente contato com bacterinas.
os agentes e com os fatores que po-
derão desencadear as enfermidades. Obviamente que um produto com
As vacinas clostridiais são, na sua essas características requer um
grande maioria, polivalentes, conten- sistema de produção em regime
do em sua composição múltiplos an- de Boas Práticas de Manufatura
tígenos e são usadas como estraté- (GMP), padrão internacional na pro-
gia frente a uma grande variedade de dução de biológicos. Tudo isso faz de
agentes e/ou produtos tóxicos res- COVEXIN®- 9 um produto diferencia-
ponsáveis por essas enfermidades. do em todo o mundo.
Tais vacinas devem ser administra-
das por via subcutânea, preferencial- 4.1. Formulação da vacina
mente, em duas doses, no intervalo
de 4 a 6 semanas na primovacinação Uma vacina tão completa como a
e reforço anual, com exceção para COVEXIN®- 9, constituída por 8 to-
o Clostridium haemolyticum, que xóides diferentes e 1 tipo de anacul-
deverá ser semestral. Quando o re- tura (Clostridium chauvoei), requer
banho é sistematicamente vacinado, a escolha de um adjuvante especial

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paralelo à escolha das cepas que e celular adequada, como mostra o


irão compor a vacina. Isto se dá em “mecanismo de ação de COVEXIN®-
função da importância de cada es- 9“. A modulação da resposta permite
pécie de clostrídio para cada região. evitar que a mesma ocorra em nível
E foi baseado nesse critério que se local, para que não haja reações inde-
chegou à fórmula de COVEXIN®- 9. sejáveis no lugar da aplicação. A mo-
O adjuvante tem um papel triplo na dulação também estabelece o ritmo
vacina: de reconhecimento dos antígenos
a) apresentar o antígeno ao pelo sistema imunológico do animal,
sistema de defesa do animal, o que permite uma proteção imedia-
b) potencializar a resposta ta, em menos de 2 semanas já se
imunológica, detectam títulos satisfatórios de pro-
c) modular essa resposta. teção com COVEXIN®- 9. Essas carac-
terísticas podem ser encontradas no
O animal vacinado deve reconhe- adjuvante utilizado em COVEXIN®-9:
cer cada antígeno individualmente e o hidróxido de alumínio.
criar um nível de proteção humoral
4.2. Mecanismo de
ação de Covexin®-9

Os antígenos de COVEXIN®- 9
ao serem inoculados no ani-
mal são abordados por células
apresentadoras de antígenos,
as quais processam esses an-
tígenos e os apresentam ao
Linfócito T auxiliar; ocorre en-
tão a liberação de linfocinas,
cujas ações são de proliferação
e diferenciação de linfócitos B.

Os linfócitos B se diferenciam
em células que irão para o
plasma, onde produzirão os
diferentes tipos de anticorpos
(IgM, IgG, IgA e IgE). Os linfó-
citos B, uma vez estimulados

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MANUAL TÉCNICO DOENÇAS CLOSTRIDIAIS

pelas linfocinas, também são capa- Realizado em bezerros e ovinos,


zes de estabelecer uma memória esse teste avalia a interferência da
contra os antígenos de COVEXIN®- 9. vacina no ganho de peso diário, no
Essa memória é capaz de reco- comportamento febril, em reações
nhecer futuramente táticas clostri- locais, abortos e partos prematuros.
diais patogênicas e, desencadear
a produção de imunoglobulinas 4.5.2. Prova de potência
(os anticorpos). (desafio)

4.3. Combinação dos Também realizado em bezerros e


antígenos com o adjuvante ovinos, nessa prova os animais são
divididos em 2 grupos (vacinados e
Nesse procedimento, os toxóides e a não vacinados) e são infectados com
anacultura de clostrídios são combi- amostras de Clostridium perfringens
nados ao adjuvante (hidróxido de alu- tipos A e B e Clostridium chauvoei.
mínio) em condições de esterilidade, Posteriormente, avalia-se o compor-
mantendo este padrão existente em tamento clínico.
todo o processo de fabricação.
Resultados que esta prova deve
4.4. Avaliação em apresentar:
laboratório - os animais vacinados sem o desen-
volvimento da doença,
Os testes sob o qual passa cada lote - os animais não-vacinados com o
de COVEXIN®- 9 cumprem todas as desenvolvimento das clostridioses.
exigências da farmacopéia interna-
cional em relação à potência, segu- 4.5.3. Titulação de
rança e eficácia. Todos esses contro- anticorpos
les são realizados juntamente com
os controles realizados pelo Controle Essa prova é realizada com ratos
de Qualidade de cada fábrica. de laboratório (espécie considera-
da padrão para esse tipo de prova)
4.5. Avaliações que receberam COVEXIN®- 9. Esses
experimentais de campo animais são posteriormente sangra-
dos e o soro colhido é submetido ao
4.5.1. Prova de inocuidade teste de soroneutralização com 0,2
mL das toxinas B e A de Clostridium
perfringes, o que permite uma avalia-

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ção qualitativa, mas principalmente quantitativa do nível de proteção conferido


pela vacina, sendo expresso na forma de unidades protetoras por mL.

4.6. Apresentação

COVEXIN®- 9 apresenta-se em frascos flexipack de 100 mL e 250 mL.

4.7. Composição

Cada 1 mL da vacina, contém:


Toxóide Clostridium perfringensA......................................................... 12 U.I
Toxóide Clostridium perfringens B e C.................................................99 U.I
Toxóide Clostridium perfringens D..................................................... 100 U.I
Toxóide Clostridium septicum................................................................7 U.I
Toxóide Clostridium haemolyticum D...................................................75 U.I
Toxóide Clostridium oedematiens (novyi)....................................1000 DL 50
Toxóide Clostridium sordelli.........................................................2000 DL 50
Anacultura Clostridium chauvoei............................................. 7X108 germes

4.8. Conservação

COVEXIN®- 9 deve ser armazenada entre 2°C e 8°C.

4.9. Dosagem e via de aplicação

Pode ser utilizada em bovinos, ovinos e caprinos. Deve ser administrada por via
subcutânea, respeitando-se as seguintes dosagens:

Programa de vacinação para Bovinos:


Programa de Vacinação Quando Administrar Dosagem
Vacinação primária 1a dose A partir da 1a semana de vida* 5 mL subcutânea
Vacinação primária 3a dose 6 semanas após a 1a dose de Covexin®-9 3 mL subcutânea
Reforço anual 6 meses após a última dose de Covexin®-9 3 mL subcutânea
Imunidade Passiva No início do último mês de gestação** 3 mL subcutânea
*Vacinação direta pode ser administrada a bezerros a partir da 1a semana de vida, independente dos níveis de anticorpos adquiridos através de
transferência materna

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Programa de vacinação para Ovinos e Caprinos


Programa de Vacinação Quando Administrar Dosagem
Vacinação primária 1a dose A partir da 1a semana de vida* 3 mL subcutânea
Vacinação primária 3a dose 6 semanas após a 1a dose de Covexin®-9 2 mL subcutânea
Reforço anual 6 meses após a última dose de Covexin®-9 2 mL subcutânea
Imunidade Passiva No início do último mês de gestação** 2 mL subcutânea
*Vacinação direta pode ser administrada a borregos e cabritos a partir da 1a semana de vida, independente dos níveis de anticorpos adquiridos
através de transferência materna

4.10. Recomendações complementares

1. Fêmeas em gestação** que vêm sendo regularmente vacinadas devem re-


ceber uma dose de reforço no início do último mês de gestação, para garantir
a proteção máxima da cria no nascimento;
2. Fêmeas em gestação que nunca foram vacinadas devem receber 2 doses
de COVEXIN®-9: a primeira 60 dias antes do parto previsto, e a segunda 30 dias
após a primeira dose;
** Qualquer manejo de vacinação em vacas no terço final de gestação deve ser realizado de forma a
proporcionar o mínimo estresse para o animal.

4.11. Características da Covexin®-9


4.11.1. Resposta rápida e proteção duradoura

Título vacinal satisfatório logo na segunda semana depois da dose de reforço.


Imunidade de até 1 ano após o reforço na primovacinação.

4.11.2. Proteção de qualidade para o seu trabalho

Vacina com alto grau de pureza, à base de toxóides, testada e aprovada pelo
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e em nível interna-
cional na União Econômica Européia.

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MANUAL TÉCNICO DOENÇAS CLOSTRIDIAIS

4.11.3. Frasco flexipack 4.11.4. Segurança


comprovada
Frasco flexível especialmente desen-
volvido para oferecer o máximo em Vacina inativada e sem componentes
rendimento, sem desperdício e sem irritantes, segura para quem aplica e
contaminação. para o animal.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Parte do material que foi escrito neste manual animal disease. A review of current knowledge.
procede dos amplos arquivos de pesquisa Canadian Veterinary Journal. 21: 141-148.
da Intervet/Schering-Plough Animal Health* ROOD, J.I., MCCLANE, B.A., SONGER, J.G. &
(ISPAH). Outras informações descritas TITBALL, R.W. (1997) The Clostridia: Molecular
procedem de estudos de pesquisa realizados Biology and Pathogenesis. 1st ed. London:
por cientistas da ISPAH. Entretanto, muitas Academic Press.
das informações também foram obtidas das
seguintes referências: SMITH, L.D.S. (1977) Botulism: the organism,
it’s toxins, the disease. Illinois: Charles C.
ASSIS, R.A.; LOBATO, F.C.F; MARTINS, N.E; Thomas Publisher. 236.
NASCIMENTO, R.A.P; ABREU, V.L.V & UZAL,
F.A.(2002) An outbreak of malignant edema SMITH, L.D.S., LOUIS, D.E. & WILLIAMS,
in cattle. Revista Portuguesa de Ciências BETSY, L. (1984) The Pathogenic Anaerobic
Veterinárias. 97(543): 143-145. Bacteria. 3rd ed. Illinois: Charles C. Thomas
Publisher.
BUXTON, D. & DONACHIE, W. (1991) Clostridial
diseases. In:Diseases of Sheep. 2nd ed Oxford: SONGER, J.G.(1996) Clostridial enteric diseases
Blackwell Scientific Publications. 104-114. of domestic animals. Clinical Microbiology
Reviews. 9: 216-234.
GUERREIRO, M.; TEIXEIRA, M.& NUNES, C.A.
(1962) A hemoglobinúria bacilar dos bovinos STERNE, M & BATTY, I. (1975) Pathogenic
no Rio Grande do Sul. Revista da Faculdade de Clostridia. London: Butterworths. 144.
Agronomia e Veterinária. 5: 287-300. STERNE, M. (1981) Clostridial infections. British
Veterinary Journal. 137(5): 443-454.
GYLES, C.L. (1993) Histotoxic clostridia.3rd ed.
Ames: Iowa State University Press. 106-113. UZAL, F. A. & KELLY, W.R.(1996) Enterotoxaemia
in goats: a review. Veterinary Research
LEWIS, C. (1998) Aspects of Clostridial Disease Communications. 20: 481-492.
in Sheep. In Practice. Out: 494-499.
UZAL, F.A.; KELLY, W.R; MORRIS, W.E.& ASSIS,
LOBATO, F.C.F.& ASSIS, R.A. (2000) Controle e R.A. (2002) Effects of intravenous injection of
profilaxia das clostridioses. A Hora Veterinária. Clostridium perfringens type D epsilon toxin in
19(113): 29-33. calves. Journal of Comparative Pathology. 126:
71-75.
LOBATO, F.C.F; ASSIS, R.A. & REZENDE, J.A.
(2003) Manual Técnico Clostridioses. São Paulo: WILLIAMS, B.M.(1976) Infectious necrotic
Schering-Plough. hepatitis of sheep: an epidemiological survey
on welsh farms. British Veterinary Journal. 132:
NIILO, L. (1980) Clostridium perfringens in 221-225.

Confidencial – Uso exclusivo para médicos veterinários 25


MANUAL TÉCNICO DOENÇAS CLOSTRIDIAIS

COVEXIN®-9:
VACINA INATIVADA CONTRA CLOSTRIDIUM SEPTICUM,
C. NOVYI, C. SORDELLII, C. HAEMOLYTICUM, C. CHAUVOEI E C.
PERFRINGENS TIPOS A, B, C E D

COMPOSIÇÃO:
Cada 1 mL contém:
Toxóide Clostridium perfringens A................................................ 12 U.I.
Toxóide Clostridium perfringens B e C......................................... 99 U.I.
Toxóide Clostridium perfringens D ............................................ 100 U.I.
Toxóide Clostridium septicum ....................................................... 7 U.I.
Toxóide Clostridium oedematiens (novyi) .............................. 1000 DL50
Toxóide Clostridium sordellii ................................................. 2000 DL50
Anacultura Clostridium chauvoei ..................................... 7x108 germes
Toxóide Clostridium haemolyticum D. ......................................... 75 U.I.

INDICAÇÕES:
Para a imunização ativa de bovinos, ovinos, caprinos e coelhos frente a toxinas
produzidas por bactérias do gênero Clostridium, na profi laxia das enfermidades:
carbúnculo sintomático e gangrena pós-parto, hemoglobinúria bacilar, edemamaligno
ou gangrena gasosa, hepatite necrosante, enterotoxemia, doença do rim polposo,
morte súbita e enterotoxemia hemorrágica. Para imunização
passiva de bezerros via colostro, frente a Clostridium
chauvoei, C. novyi (oedematiens tipo B), C. perfringens
tipo C, D e C. septicum.

MODO DE USAR E DOSAGENS:


Administrar Covexin® 9, por via
subcutânea, no seguinte esquema: 1ª
dose: 5 mL; 2ª dose: 3 mL e reforço: 3 mL.

CUIDADOS E PRECAUÇÕES:
Não vacinar animais doentes e/ou
debilitados e não vacinar animais 21 dias
antes do abate.

APRESENTACÃO:
Frascos flexipack 100 e 250 mL.

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A CIÊNCIA PARA ANIMAIS MAIS SAUDÁVEIS

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