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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2018.0000896923

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº


2196373-43.2018.8.26.0000, da Comarca de Diadema, em que são agravantes TEREZA
MITIKO TOMITA MARUYAMA e PEREIRA LEITE MACHADO RUDGE LTDA
(RUDGE ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS EIRELI) e Interessado ESPÓLIO DE
LUIZ YUKIO TOMITA (INVENTARIANTE), é agravado CONDOMÍNIO EDIFÍCIO
JACARANDÁ.

ACORDAM, em 35ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça


de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Conheceram em parte do recurso e, na parte
conhecida, deram-lhe provimento. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que
integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores


MORAIS PUCCI (Presidente), FLAVIO ABRAMOVICI E MELO BUENO.

São Paulo, 12 de novembro de 2018

Morais Pucci
RELATOR
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
35ª Câmara de Direito Privado

Agravo de Instrumento n° 2196373-43.2018.8.26.0000


Comarca de Diadema - 2ª Vara Cível
Juiz de Direito Dr. Andre Pasquale Rocco Scavone
Agravantes: TEREZA MITIKO TOMITA MARUYAMA e PEREIRA LEITE
MACHADO RUDGE LTDA (Rudge Administração de Imóveis Eireli)
Interessado: Espólio de Luiz Yukio Tomita
Agravado: CONDOMÍNIO EDIFÍCIO JACARANDÁ
Interessado: Maria de Lurdes Osti

Voto nº 19708

Agravo de instrumento. Ação de execução. Decisão que afastou


a alegação de prescrição. Insurgência. De início, cumpre
observar que a administradora não é parte na execução e não
tem ela interesse na resolução da questão discutida nestes
autos, razão por que do recurso dela não se conhece. Prazo de
prescrição da pretensão de cobrança de verbas condominiais de
5 anos. Julgamento de extinção da execução em relação à parte
da dívida cuja pretensão de cobrança prescreveu.

Agravo conhecido em parte e provido.

Versam estes autos sobre agravo de instrumento interposto


contra a r. decisão proferida nos autos da ação de execução movida por
CONDOMÍNIO EDIFÍCIO JACARANDÁ, em relação a ESPÓLIO DE LUIZ
YUKIO TOMITA, que afastou a alegação de prescrição formulada pela
inventariante e pela imobiliária.
Inconformadas, elas requereram a concessão de efeito
suspensivo ao recurso e, no mérito, seja reconhecida a prescrição.
O agravo é tempestivo e foi preparado (f. 10).
É o relatório.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
35ª Câmara de Direito Privado

No presente caso, o condomínio ajuizou esta ação de


execução de verbas condominiais em relação a Luiz Yukio Tomia.
Ao ser intimado para recolher valores para citação do réu,
peticionou no juízo a quo informando que descobriu que ele falecera e
requereu prazo para que pudesse localizar eventual inventário ou
arrolamento e a inventariante.
Após, informando não ter encontrado tais informações,
requereu prazo para localizar e juntar a certidão de óbito de Luiz.
Não tendo obtido êxito nessa diligência, requereu fosse
“citada” a imobiliária Rudge Administração de Imóveis EIRELI, a qual
teria cópia do contrato de locação do imóvel locado que antes pertencia
ao falecido, para o apresentar nestes autos.
Seguiram-se diversos atos que culminaram na
apresentação do contrato, o que permitiu ao condomínio a realização de
diligências para a obtenção de dados da inventariante.
Após, a inventariante apresentou exceção de pré-
executividade alegando que a pretensão de recebimento das verbas
condominiais vencidas antes de 14 de outubro de 2011 estava prescrita,
além de tais parcelas terem sido pagas, as despesas referentes ao
escritório contratado para o ajuizamento da execução não poderiam ser
cobradas e as despesas vencidas em 10 de outubro de 2016 estavam
pagas, conforme comprovante juntado.
A administradora apresentou petição com alegações
similares, com exceção da questão sobre o pagamento da parcela de
outubro de 2016.
A decisão agravada afastou a alegação de prescrição com
a seguinte fundamentação: “Não há prescrição. As dívidas de condomínio
decorrem de obrigação que se estabelece entre o condômino e a coletividade em razão
do uso de serviços comuns. Não decorre de dívida instrumentalizada em documento,
mas obrigação legal e convencional.”
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
35ª Câmara de Direito Privado

O condomínio afirmou que não havia prescrição porque


em 2013 ajuizou ação de cobrança em relação ao condômino que foi
extinta por desídia de seu antigo advogado.
Conforme extrato do andamento processual da
mencionada ação, foi o processo extinto sem a promoção da citação do
réu.
De início, cumpre observar que a administradora não é
parte na execução e não tem ela interesse da resolução da questão
discutida nestes autos, razão por que do recurso dela não se conhece.
No mais, o recurso prospera.
A execução foi ajuizada em 14 de outubro de 2016 e foram
cobrados valores de agosto de 2007 a 10 de outubro de 2016.
Os valores anteriores a 14 de outubro de 2011 não podem
ser cobrados porque a pretensão a tanto foi fulminada pela prescrição.
Observa-se, nesse aspecto, que na ação de cobrança
movida anteriormente pelo condomínio a citação do falecido nem chegou
a ser realizada, não havendo que se falar em interrupção do prazo
prescricional.
Em relação à pretensão de cobrança de verbas
condominiais se aplica o prazo de 5 anos do art. 206, § 5º, do CC/2002.
Embora houvesse divergência quanto aa esse prazo, tal
questão foi pacificada pelo E. STJ no julgamento do REsp 1483930/DF,
julgado sob o regime dos recursos repetitivos.
Menciono, abaixo, a respectiva ementa:

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.


DIREITO CIVIL. COBRANÇA DE TAXAS CONDOMINIAIS.
DÍVIDAS LÍQUIDAS, PREVIAMENTE ESTABELECIDAS EM
DELIBERAÇÕES DE ASSEMBLEIAS GERAIS, CONSTANTES
DAS RESPECTIVAS ATAS. PRAZO PRESCRICIONAL. O ART.
206, § 5º, I, DO CÓDIGO CIVIL DE 2002, AO DISPOR QUE
PRESCREVE EM 5 (CINCO) ANOS A PRETENSÃO DE
COBRANÇA DE DÍVIDAS LÍQUIDAS CONSTANTES DE
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
35ª Câmara de Direito Privado

INSTRUMENTO PÚBLICO OU PARTICULAR, É O QUE DEVE


SER APLICADO AO CASO. 1. A tese a ser firmada, para efeito do
art. 1.036 do CPC/2015 (art. 543-C do CPC/1973), é a seguinte: Na
vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional
para que o Condomínio geral ou edilício (vertical ou horizontal)
exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou
extraordinária, constante em instrumento público ou particular, a
contar do dia seguinte ao vencimento da prestação. 2. No caso
concreto, recurso especial provido. (REsp 1483930/DF, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
23/11/2016, DJe 01/02/2017).

Assiste, pois, razão à executada.


Julgo, portanto, extinta a execução em relação às verbas
cobradas antes de 14 de outubro de 2011 e condeno o condomínio
exequente no pagamento das custas e despesas processuais e de
honorários advocatícios fixados em 10% do valor, corrigido
monetariamente, correspondente à soma das verbas cobradas na inicial
do período de 6 de agosto de 2008 a 5 de dezembro de 2010, acrescidos
de juros de mora de 1% ao mês desde o trânsito em julgado desta
decisão.
Conheço, pois, parcialmente do agravo e lhe dou
provimento.

Morais Pucci
Relator
Assinatura eletrônica

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