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DUARTE, Newton.

Vigotski e o "aprender a aprender": crítica as apropria


ções neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. 2. ed. Campinas
Autores Associados, 2001. 296 p.

Por que não "aprender a aprender" ?

Ricardo Ottoni Vaz Japiassu -

DUARTE, Newton. Vigotski and "learning how to learn": review on the


neo-liberal and post-modem appropriations of the vigotskyan theory. 2. Ed.
Campinas: Autores Associados, 2001. 296 p. Why not "learn how to learn"?

Quando os nomens se relacionam com a A.jres, em um simpósiodo 5" congressodaSocie-


realidade social como se esta fosse regida por dade Internacional pela Pesquisa Cultural e Te-
forças naturais, eles abrem mão da possibilida- oria da Atividade-ISCRAT, realizado em Ams-
de de dirigir os processossociais. Éo que ocor- terdã de 18 a 22 de junho de 2002.
re atualmente, como conseqüência do fetiche Ao lado de Mohamed Elhammoumi(USA),
das leis de mercado pelas políticas neoliberais. Alejandro H. Gonzalez (Argentina) e do pró-
O mesmoocorre em relação ao desenvolvimen- prioMario Golder, Duarteencontra-seengajado
to psicológicodos indivíduos. Quando a psico- na luta por manter acesa, na memória das no-
logia, seja ela chamada de psicologia infantil, vas gerações, a chama da filosofia materialista
psicologia do desenvolvimentoou psicologia da histórico-dialética inaugurada por Marx e
educação, concebe o desenvolvimento psicoló- Engels, que foi, indiscutivelmente,a pedra an-
gico como se ele fosse regido por forças natu- gular para a constmção do edifício teórico-
rais, isso resulta no não reconhecimento da for- metodológico vygotskiano.
maçãointencionaldo psiquismohumano, o que O livro encontra-se organizado em seis ca-
implicaigualmentea desvalorizaçãoda educa- pítulos, ao longo dos quais Duarte busca, de
ção. @. 254) acordo com uma leitura marxista dos escritos
Polêmica, ousada e irreverente, a segunda do eminente pedagogo e psicólogo judeu-russo
edição revista e ampliada do livro assinado pelo soviético,expor sua tese de livre docência, que
professor doutor Newton Duarte, da UNESP- defende a existênciade inúmeras interpretações
Araraquara, ambicionafazer reverberar as idéias hegemônicas do pensamento de Lev Vygotsky
do autor para além das fronteiras nacionais, o que estariam orquestrando a incorporação da
que de fato o conduziu a tomar assento ao lado psicologia vigotskiana ao universo ideológico
de um seleto grupo de pesquisadores neomar- neoliberale pós-modemo,despindo-a delibera-
xistas da Cultural Historical Activity Theory- damente das suas bases marxistas e socialistas
CHAT(TeoriaHistórico-Cultural da Atividade), Os capítulos primeiro e segundo tentamde-
reunidosob a liderança do professordoutorMa- monstrar como essasinterpretações hegemôni-
rio Golder, da UniversidadeNacional de Buenos cas estariam vinculadasa ideários pedagógicos

Professor da Universidade do Estado da Bahia- UNEB. Doutor em Educação e mestre em Artes pela USP;
licenciado em Teatro e bacharel em Direção Teatral pela UFBa.Endereço para correspondência: RuaEnseada
do Cavaco, 66, Barra Grande -44470.000 Vera Cmz/Bâ E-mail: rjapiasByahoo.corn.br.

Revista da FAEEBA - Educaçao e Contemporaneidade, Salvador, v. 12, n. 20, p. 499-502, julJdez., 2003
DUARTE, Newton. Vigotskie o "aprendera aprender": críticaàs apropriaçõesneoliberais e pós-modernas da teoriavigotskiana

contemporâneos centrados no lema escolano- Segundo ele, as interpretações que procu-


vista do "aprender a aprender", cujo corolário ram aproximar a teoria de Vygotsky a ideários
seria o que o autor denomina de "construtivismo pedagógicos,afinadoscom o lema "aprender a
eclético"- uma concepção educacional impreg- aprender"e ao universo ideológico neoliberal e
nada pelo "pragmatismo neoliberal"e "irracio- pós-modemo retiram do pensamento vygotskia-
nalismo pós-modemo". no o seu caráter marxista, e arrefecem o im-
Duarte afirma que qualquer abordagem não- pacto da radicalidade da crítica de Vygotsky às
marxista à teoria histórico-cultural da ativida- psicologias incompativeiscom as perspectivas
de1CHAT está a serviço da descaracterização marxista e socialista.
dos princípios filosóficos originais desta escola Os capítulos quinto e sexto são dedicados
da psicologia, reivindicando-a como proprieda- ao cotejarnento das teorias de Vygotsky e Piaget,
de exclusiva e "privada" do marxismo. enfatizando o contraste entre os fundamentos
O terceiro capítulo, na verdade um resumo teórico-metodológicos de ambas. O ponto de
do livro do autor intitulado A individualidade vista do autor é o de que é inadequada qualquer
para-si: contribuição a uma teoria histórico so- tentativa de aproximação entre as idéias de
cial da formação do indivíduo (1999), expõe os Vygotsky e Piaget.
conceitos rnarxianos de apropriação e objetiva- Ao longo de todo o livro Duarte busca a ela-
ção, para que os leitores pouco familiarizados boração de um discurso persuasivo e infiama-
com o pensamento de Marx entendam porque: do em defesa do seu ponto de vista, mas o efei-
... os processos de produção e difusão do co- to final acaba sendo o de um texto fraturado e
nhecimento não podem, numa perspectiva intelectualmentearrogante, do qual exala algum
historicizadora do ser humano, ser analisados odor de intolerância em relação à tomada de
sob a ótica de um abstrato sujeito cognoscente perspectivas outras de onde também se pode-
que interage com os objetos de conhecimento ria ver e compreender o psiquismo tipicamente
por meio de esquemas próprios da interação bio- humano.
lógica que um organismo estabelece com o meio O fraturamentodo texto toma-se evidente no
ambiente. @.121)
quarto capítulo. Nele, Duarte - diferentemente
Duarte, neste capítulo, apóia-se em trans- de Vygotsky - demonstra impnidência ao refu-
crições de textos originais de Karl Marx, que tar e desconstruir de modo aligeirado as idéias
nos auxiliam a compreender como ofetichismo dos autores aos quais se contrapõe. A crítica fe-
e sua reprodução ideológica acabam ocorren- roz que dirige aos eleitos "Judas" no "sábado de
do "por meio das muitas formas de naturaliza- Aleluia", em que transformou o capítulo, ressal-
ção dos fenômenos humanos que, em vez de ta apenas alguns aspectos pontuais de fragmen-
serem analisados como fenômenos históricose tos descontextualizados do discurso desses au-
sociais, são encarados como fenômenos natu- tores. A impressão que se tem é a de que o autor
rais." (p. 129). apela para o fácil, para o que lhe parece oportu-
No quarto capítulo - o mais inquietante de no e conveniente, evitando o desafio de esqua-
todos - o professor Newton Duarte critica aber- drinhar, cuidadosa e exaustivamente, a produção
tamente a posição de renomados pesquisadores textual que propõe ali discutir.
nacionaise internacionais da teoria histónco-cul- A bem da verdade Duarte, no seu livro
tural da atividade1CHAT (como René Van der intitulado Educação escolar; teoria do coti-
Veer, J m Valsiner, Michael Cole, Jerome Bniner, '
diano e a escola de Vigotski (2001, p. 105),
Maria Teresa Assunção Freitas e Marta Kohl afirma não ter "a intenção de desmerecer ne-
de Oliveira, entre outros), vociferando que "a
comunidade científica internacional cresceria
Existem diferentes modos de grafia do nome Vygotsky:
mais traduzindo e analisando as obras produzi- (i)VYGOTSKI, (2) VYGOTSKII e (3) VYGOTSKY.
das por essa escola psicológicado que publican- Os dois primeiros são "transliterações"do russo para o
do dezenas de livros de intérpretes" @. 166). espanhol; o terceiro 6 a grafia "h moda inglesa". H6 uma

Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 12, n. 20, p. 499-502, jul./dez., 2003

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