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Normas e
classificação de
datacenters
Autor
Mauro Faccioni Filho
Créditos
Normas e
classificação de
datacenters
Livro Digital
Designer instrucional
Marina Melhado Gomes da Silva
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Copyright © Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por
UnisulVirtual 2017 qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Livro Digital
Professor conteudista
Mauro Faccioni Filho
Designer instrucional
Marina Melhado Gomes da Silva
Diagramação
Marina Righetto e Frederico Trilha
Revisão
Contextuar
e-ISBN
978-85-506-0164-9
F12
Faccioni Filho, Mauro
Normas e classificação de datacenters : livro digital / Mauro Faccioni
Filho ; design instrucional Marina Melhado Gomes da Silva. – Palhoça :
UnisulVirtual, 2017.
61 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
e-ISBN 978-85-506-0164-9
Apresentação | 5
Considerações finais | 59
Conteudista | 61
Apresentação
Este livro apresenta as principais normas internacionais sobre datacenters, e fazemos isso
discutindo os seus detalhes com o Prof. Dr. Paulo Marin. São quatro entrevistas, que abordam,
respectivamente, a norma brasileira NBR14565 e três normas internacionais: ISO/IEC
24764:2010, ANSI/TIA-942-A e ANSI/BICSI 002.
Ambos estudamos engenharia elétrica na mesma época, fizemos mestrado e doutorado também
na mesma época, antes de nos conhecermos, no final dos anos 1990 em alguns eventos sobre
cabeamento estruturado promovidos pela BICSI. A partir de então nos tornamos grandes amigos e
desenvolvemos inúmeras parcerias juntos, sejam elas relacionadas à tecnologia, à educação ou a
tantas outras atividades que a amizade nos leva. Em todo esse tempo vi muitas de suas conquistas
no campo da tecnologia, em especial a da infraestrutura de rede de dados, que o levou a ser premiado
nos Estados Unidos com o “2014 Harry J. Pfister Award for Excellence in the Telecommunications
Industry”, concedido pela University of South Florida – College of Engineering/USA, por suas
contribuições e serviço à indústria de ICT (Information and Communications Technology). Foi um
prêmio muito importante, obtido justamente no país que desenvolve tais tecnologias.
Esperamos que essas conversas técnicas sejam não só uma excelente introdução às normas
de datacenters, como também uma contribuição ao seu alcance e evolução no mercado
brasileiro de tecnologia.
Bons estudos!
Prof. Mauro Faccioni Filho.
Normas e classificação de
datacenters - NBR14565 1
Apresentação da entrevista
A norma NBR 14565 faz parte do conjunto de normas da ABNT – Associação Brasileira de
Normas Técnicas, órgão fundado em 1940 e que é responsável pela normalização técnica no
Brasil. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, de utilidade pública. O desenvolvimento
tecnológico brasileiro depende das normas e recomendações da ABNT, e a NBR14565 é
dedicada ao cabeamento predial e aos datacenters.
Nessa primeira entrevista com o Prof. Paulo, dividimos as perguntas em temas. Inicialmente,
abordamos a história e o desenvolvimento da norma NBR 14565, para, em seguida, conhecer
sua estrutura e como aborda a topologia do datacenter. Questiono sobre a classificação
dos datacenters, que é um tópico muito discutido entre projetistas e instaladores. A seguir,
tratamos das características da infraestrutura, tais como energia, ar condicionado e sistemas
complementares. Concluímos questionando sobre a abrangência, especificidades e
obrigatoriedade da norma para o mercado brasileiro.
Pergunta 01:
Neste primeiro artigo vamos tratar da norma brasileira de datacenters, a NBR 14565.
Gostaria que, inicialmente, nos falasse um pouco da história dessa norma e seu
vínculo com a ABNT, sobre sua evolução, qual a versão atual, bem como seus futuros
desenvolvimentos.
Resposta:
A ABNT NBR 14565 foi publicada em sua primeira edição no ano 2000. Seu título, na ocasião,
era “Projeto básico para elaboração de projetos de cabeamento de telecomunicações para
rede interna estruturada”. Esta versão da ABNT NBR 14565 não foi bem recebida pelo
mercado em geral por ser um documento mal elaborado e inconsistente. Ainda, ele foi
desenvolvido em desacordo com as regras da ABNT, pois era baseado em algumas normas
norte-americanas, o que é ilegal no sistema ISO, do qual a ABNT participa. Algum tempo
depois, por volta de 2003, a CE foi reativada e eu fui eleito coordenador.
1. FACCIONI FILHO, Mauro. Normas e classificação de datacenters. Palhoça: UnisulVirtual, 2017
Universidade do Sul de Santa Catarina
Como a ABNT faz parte do sistema ISO (internacional) de normalização, quando uma
comissão de estudo (CE) da ABNT se reúne para iniciar um novo projeto de norma há duas
situações possíveis:
1. Uma norma pode ser desenvolvida do rascunho, ou seja, sem utilizar qualquer
outra como referência.
2. Uma norma pode ser desenvolvida a partir de uma referência ISO que se aplica
ao que se deseja especificar com o novo projeto de norma.
Quando uma nova norma é desenvolvida com base em outra, esta deve ser necessariamente
uma norma ISO, IEC ou ISO/IEC. Nesse caso, há ainda outras duas situações possíveis:
Assim, a ABNT NBR 14565:2007 passou por um novo ciclo de revisão, que gerou a ABNT
NBR 14565:2012. Nesta revisão, seu conteúdo foi expandido e ela passou a especificar
cabeamento estruturado para edifícios comerciais e datacenters. Embora a ABNT NBR
14565:2012 tenha como principal objetivo especificar cabeamento estruturado para edifícios
comerciais e datacenters, seu Anexo F (Melhores práticas para projeto e instalação de
datacenters) traz recomendações gerais sobre a infraestrutura de datacenters de forma ampla,
ou seja, abordando aspectos como infraestrutura predial, distribuição elétrica, climatização,
monitoramento da infraestrutura do datacenter (DCIM), classificações em tiers, etc. A parte
que cobre datacenters é baseada na ISO/IEC 24764 (Information technology: Generic cabling
systems for datacenters).
Um pouco mais tarde, em 2013, fizemos uma emenda à ABNT NBR 14565:2012 para correção
de algumas tabelas e atualização de informações. A emenda foi incorporada à norma e gerou
a ABNT NBR 14565:2013, revisão vigente desta norma.
Para finalizar o histórico de desenvolvimento da ABNT NBR 14565, em 2016 ela passou
por mais uma revisão. Nesta revisão decidimos separar os conteúdos de cabeamento
estruturado para edifícios comerciais e cabeamento estruturado para datacenters em duas
normas específicas. A revisão foi concluída ainda em 2016, sendo que o documento está
em fase de Consulta Nacional e será publicado ainda no primeiro trimestre de 2017 como
ABNT NBR 14565:2017 (Cabeamento estruturado para edifícios comerciais). Uma nova
norma, cujo código ainda não foi atribuído, será publicada também neste trimestre de 2017,
trazendo especificações e recomendações para cabeamento estruturado em datacenters. Por
enquanto, a ABNT NBR 14565:2013 é a versão vigente da norma e eu vou me referir a ela ao
longo desta entrevista.
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Com a publicação das novas normas, ou seja, a ABNT NBR 14565:2017 e a nova norma para
cabeamento estruturado para datacenters, eu passarei a coordenação da CE 003:046.005
para o novo coordenador, eleito em dezembro da ano passado. Por estar fora do país e sem
condições de continuar coordenando esse trabalho à distância, decidi deixar o cargo. Afinal de
contas, foram quase quatorze anos à frente da CE.
Pergunta 02
Resposta:
A ABNT NBR 14565:2013 (Cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers)
está dividida em prefácio, escopo, scope (que a tradução do escopo para o inglês), 12 seções
e 6 anexos, a saber:
Prefácio
Escopo
Scope
Seção 2: Referências normativas
Seção 3: Termos, definições, símbolos e abreviaturas
Seção 4: Requisitos gerais
Seção 5: Estrutura do sistema de cabeamento
Seção 6: Desempenho do cabeamento balanceado
Seção 7: Implementação do cabeamento estruturado
Seção 8: Desempenho do cabeamento óptico
Seção 9: Requisitos dos cabos
Seção 10: Requisitos do hardware de conexão
Seção 11: Práticas de blindagem
Seção 12: Gerenciamento
Seção 13: Patch cords
Anexo A: Desempenho do enlace permanente e enlace do CP
Anexo B: Procedimentos de ensaio
Anexo C: Características eletromagnéticas
Anexo D: Aplicações suportadas
Anexo E: Enlace permanente e canal classe F/categoria 7 com duas conexões
Anexo F: Melhores práticas de para projeto e instalação da infraestrutura de datacenters
Bibliografia
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Algumas seções são comuns a todas as normas ISO e ABNT NBR. Por exemplo, todas as
normas trazem como introdução um prefácio, um escopo (que explica o objetivo da norma)
e um scope (que é basicamente a tradução do escopo, em inglês). A Seção 2 (referências
normativas) traz uma relação de normas que, necessariamente, complementa a norma em
questão. Em outras palavras, as normas relacionadas na Seção 2 devem ser consultadas pelo
projetista em algumas situações para complementar as especificações da norma em questão.
A Seção 3 traz termos, definições, símbolos e abreviaturas utilizadas ao longo da norma. A
Seção 4 apresenta os requisitos gerais da norma, e a partir da Seção 5 as especificações e
recomendações que se aplicam ao objeto da norma são apresentadas.
Pergunta 03:
Resposta:
De qualquer forma, ela traz oito anexos distribuídos entre normativos (especificações) e
informativos (recomendações). Entre eles, o Anexo F (melhores práticas de projeto e instalação
de infraestrutura para datacenters) aborda aspectos gerais da infraestrutura de datacenters,
além de cabeamento estruturado. Embora o Anexo F seja informativo, ou seja, não tem
como objetivo trazer especificações, ele é uma parte bastante importante da ABNT NBR
14565:2013.
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Entrada de Entrada de
telecomunicações energia
Sala de Salas de
telecomunicações energia UPS/geradores
Automação
Incêndio Sala de computadores
Monitoramento
Conforme mostrado na Figura 1, o datacenter é composto por espaços que podem ser
definidos como espaços essenciais e espaços de suporte. Os espaços essenciais são aqueles
que sempre existirão qualquer seja o porte e a aplicação do datacenter, como por exemplo,
sala de computadores, de operação da rede (incluindo segurança e monitoramento), de
telecomunicações e de energia.
Os espaços de suporte são aqueles que têm como objetivo complementar a operação,
como por exemplo, doca de carga e descarga, sala de impressão, sala para armazenamento
de material crítico, sala para armazenamento de mídia, suporte técnico, espaço para
cadastramento e testes de equipamentos, etc.
Ainda, com base no esquema da Figura 1, um datacenter pode ser entendido como um
espaço dentro de um edifício dedicado a abrigar a sala de computadores (que abriga os
equipamentos críticos de TI, o “cérebro” do datacenter) e os espaços que garantem sua
operação com alto grau de disponibilidade.
Pergunta 04
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Resposta:
Um datacenter Tier I tem infraestrutura mínima necessária para suportar a carga crítica de
TI, porém sem qualquer redundância. Se usarmos o sistema elétrico como referência, isso
significa que há apenas um grupo motor-gerador e apenas um sistema UPS.
Um datacenter Tier III possui, além de componentes redundantes, caminhos alternativos para
atender às cargas críticas de TI. Por exemplo, há um ramo de distribuição elétrica principal e
um ramo alternativo redundante. Este, entretanto, não é mantido energizado.
Pergunta 05:
Resposta:
O Anexo F da ABNT NBR 14565:2013 aborda também a distribuição elétrica para a sala
de computadores. Para a alimentação de racks e gabinetes, há uma recomendação de no
mínimo dois circuitos elétricos com potência de 5 kVA (sendo um circuito reserva). A potência
recomendada por rack ou gabinete é de 15 kVA. Cada um dos circuitos deve ser alimentado
por um quadro de distribuição independente.
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Toda a distribuição elétrica para a sala de computadores deve ser dedicada, ou seja, exclusiva
para os equipamentos críticos de TI, não podendo ser compartilhada com a distribuição
elétrica para equipamentos não críticos. A ABNT NBR 14565:2013 recomenda que cada
equipamento crítico de TI tenha fonte de alimentação dupla. Outras recomendações são:
Para mais detalhes sobre as especificações dos sistemas elétricos, a ABNT NBR 14565:2013
remete à ABNT NBR 5410.
Pergunta 06:
Resposta:
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18 a 27° C
Fonte: ASHRAE T.C. 9.9.
De forma diferente de outras normas, a ABNT NBR 14565:2013 recomenda que as medições
da temperatura sejam feitas no interior e no topo do gabinete em sua parte traseira, a cada 3
m ao longo da linha central dos corredores frios; a temperatura máxima encontrada deve ser
de 27oC. As medições de temperatura devem ser feitas com todos os equipamentos da sala
de computadores em operação.
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Pergunta 07:
Resposta:
Sala de
equipamentos/
telecomunicações
Data center
Distribuidor
EF (CD, BD, FD)
ENI MD ZD EO
LPD
Há também, no Anexo F, uma seção que trata de recomendações quanto à proteção contra
incêndio, que também está relacionada, em algum grau, à segurança do datacenter.
Esta norma não aborda sala-cofre e nem datacenters em containers. Isso não significa que
ela não reconhece esse tipo de infraestrutura para abrigar os sistemas e subsistemas de
datacenters, e sim que está fora de sua cobertura. Em outras palavras, desde que todas as
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Pergunta 08:
Resposta:
Quanto à cobertura nacional, sim; trata-se de uma norma brasileira, portanto válida
oficialmente em todo o território nacional. Quanto à obrigatoriedade de sua adoção, esta é
uma questão um tanto complexa. Uma norma é desenvolvida por iniciativa voluntária e sua
adoção ou aplicação é também voluntária. Ainda, uma norma, por si só, não tem força de lei.
A exceção é quando uma NR (Norma Regulamentadora), que tem força de lei, remete a outras
normas NBR que, no contexto da NR, passa a ter força de lei também.
Uma questão importante é que no sistema público, em licitações públicas, sempre que alguma
norma é utilizada como referência, ela deve ser, necessariamente, uma norma ABNT NBR. No
caso de não haver uma norma brasileira específica, somente uma norma ISO (internacional)
pode ser utilizada como referência. Outras normas (norte-americanas, europeias, etc.) não
podem ser utilizadas em substituição; em casos em que isso acontece o edital fica suscetível
à impugnação, o que costuma acontecer com alguma frequência.
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
De qualquer forma, a adoção de uma norma é sempre uma boa prática. As normas oferecem
especificações e recomendações úteis aos projetistas, instaladores, etc., e também podem ser
um respaldo legal, quando utilizadas de forma adequada. Embora uma norma não tenha força
de lei, em disputas que envolvem clientes e fornecedores o código de defesa do consumidor
pode conferir esse status a uma norma, tanto a favor do fornecedor quanto do consumidor.
Pergunta 09:
A NBR 14565 tem algum tópico especial ou exclusivo? Qual sua visão pessoal sobre
ela, em termos de qualidade e abrangência?
Resposta:
Eu considero que a ABNT NBR 14565:2013, no que diz respeito à sua cobertura para
datacenters, tem um anexo muito importante, que é o Anexo F, discutido em questões
anteriores. Embora seja um anexo informativo (que traz recomendações), ele complementa
esta norma de forma muito apropriada. Portanto, considero que este é o tópico exclusivo da
ABNT NBR 14565:2013.
Referências
ABNT. Norma ABNT NBR 14565: 2013. Cabeamento estruturado para edifícios comerciais e
datacenters.
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Normas e classificação de
datacenters − ISO/IEC 24764:2010 1
Apresentação da entrevista
Entrevista
Pergunta 01:
Resposta:
1. FACCIONI FILHO, Mauro. Normas e classificação de datacenters. Palhoça: UnisulVirtual, 2017
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Portanto, em breve, teremos uma nova série de normas internacionais que terão validade em
todos os países e as regiões que participam do sistema ISO de normalização, como é o caso
do Brasil.
Pergunta 02:
Já no título, vemos que essa norma tem foco em cabeamento: “Generic cabling
A grafia data centres está systems for data centres”. Qual é a estrutura da norma e
correta nesta referência como os itens são divididos em seu texto?
(inglês britânico).
Resposta:
De fato, esta norma já traz em seu título a sua cobertura, ou seja, cabeamento estruturado
para datacenters. Ao contrário da ABNT NBR 14565:2013 que, além de cabeamento
estruturado, também aborda outros aspectos da infraestrutura de datacenters, mesmo que em
caráter de recomendação, a ISO/IEC 24764 trata somente de cabeamento estruturado para
datacenters. Ela está organizada em dez seções e dois anexos, conforme a seguir.
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Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
Introdução
1. Escopo
2. Referências normativas
3. Termos, definições e abreviaturas
4. Conformidade
5. Estrutura do sistema de cabeamento genérico
6. Desempenho do canal
7. Implementações de referência
8. Requisitos de cabos
9. Requisitos do hardware de conexão
10. Requisitos de patch cords e jumpers
Anexo A (normativo): limites de desempenho de enlaces
No caso da ISO/IEC 24764, essencialmente todas as seções são normativas, ou seja, trazem
especificações. Embora todas as seções e partes de uma norma sejam importantes e sirvam
para orientar o projetista, a Seção 5 é a que traz especificações mais relevantes de como o
cabeamento deve ser projetado. Veremos mais detalhes sobre isso nas próximas questões.
Pergunta 03:
Resposta:
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Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
É importante destacar, ainda, que o que dificulta um pouco a aplicação direta desta norma é
a sua nomenclatura. Por exemplo, o subsistema de cabeamento de backbone é denominado
“subsistema de cabeamento de distribuição principal”, e o subsistema de cabeamento
horizontal chama-se “subsistema de cabeamento de distribuição de zona”. Essa nomenclatura
não é amigável ao projetista de cabeamento, o qual está familiarizado com subsistemas de
cabeamento de backbone e cabeamento horizontal. Por esse motivo, na norma brasileira, nós
mantivemos os termos backbone e cabeamento horizontal, mesmo adotando a nomenclatura
distribuidor de zona (ZD), para o equivalente ao distribuidor de piso em um sistema de
cabeamento estruturado em edifícios comerciais.
Ainda de acordo com a topologia apresentada na Figura 1, o cabeamento do datacenter pode
ser conectado ao cabeamento estruturado do edifício quando o datacenter for implementado
em um edifício com mais usuários.
Pergunta 04:
Resposta:
Não, a ISO/IEC 24764 não faz qualquer menção a um sistema de classificação de datacenters,
nem como especificação, nem como recomendação.
No entanto, por tratar-se de uma norma de cabeamento para ambientes de missão crítica, ela
apresenta uma topologia de redundância do cabeamento em sua seção 5.7.2, considerando
distribuidores, cabeamento e caminhos redundantes, conforme mostrado na Figura 2.
Conforme mostrado na Figura 2, a ISO/IEC 24764 especifica uma topologia de cabeamento com
redundância com o propósito de garantir a continuidade da conexão do equipamento ativo da
sala de computadores (equipamento crítico de TI) à rede do datacenter, mesmo em casos de
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falha da infraestrutura de cabeamento. Essa topologia também pode ser utilizada para assegurar
a conexão do equipamento crítico de TI à rede em casos de falhas em equipamentos, tais como
switches, placas de redes etc. Nesses casos, equipamentos redundantes devem ser previstos
nos distribuidores, além dos componentes e caminhos do cabeamento estruturado.
Pergunta 05:
Resposta:
Não, esses temas não são tratados na ISO/IEC 24764. A única seção que traz alguma
informação relacionada ao sistema elétrico é a seção 5.8 (aterramento e equipotencialização)
e, mesmo assim, remete à norma ISO/IEC 14763-2 (2012).
Pergunta 06:
Por tratar-se de uma norma focada em cabeamento, o que nos pode passar sobre esse tema?
Resposta:
A ISO/IEC 24764 (2010) traz uma cobertura bastante completa com relação às especificações
e recomendações de cabeamento estruturado para datacenters. Ela também oferece alguma
orientação sobre a localização dos elementos funcionais do cabeamento estruturado do
datacenter na infraestrutura (edificação) que o abriga, como mostra a Figura 3.
Figura 3 – Exemplo de localização dos elementos funcionais do cabeamento estruturado do datacenter na infraestrutura
predial
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Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
Pergunta 07:
Resposta:
Sim, como toda norma produzida no sistema ISO, ela é aplicada em todos os países e/ou nas
regiões cujos organismos locais de normalização participam do sistema. De qualquer forma,
como acontece no Brasil, as normas locais (quando disponíveis, adequadas e vigentes) sempre
têm prioridade em relação a outras referências normativas, inclusive normas internacionais.
Pergunta 08:
Resposta:
A ISO/IEC 24764 (2010) tem uma cobertura de cabeamento estruturado para datacenters
que eu considero completa. Aproveito para apresentar, a seguir, alguns pontos de particular
relevância para o projetista.
A ISO/IEC 24764 remete o projetista à norma ISO/IEC 11801 para especificações de cabos. De
qualquer forma, há uma recomendação que o cabo balanceado do datacenter seja, no mínimo,
Categoria 6A (500 MHz). Cabos de categorias com desempenho superior também são reconhecidos.
Como os serviços disponibilizados na ENI normalmente não requerem largura de banda muito
grande, a ISO/IEC 24764 reconhece cabos Categoria 5e (100 MHz) e superiores para esse
subsistema de cabeamento.
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Quadro 1 – Características das fibras ópticas multimodo OM-3 e OM-4 otimizadas para transmissão laser
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 7 8
1 2 3 4 5 6 7 8 9
6 3 4 5 6 3 4 5
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Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
É comum, ainda, encontrar a sigla MTP usada em substituição à MPO. Embora elas não
tenham exatamente o mesmo significado, podem ser utilizadas de forma intercambiável.
Formalmente falando, MPO é o padrão de conexão (IEC 61754-7), enquanto MTP é uma
marca registrada de um conector padrão MPO.
Pergunta 09:
Há, em sua opinião, uma parte em especial da ISO/IEC 24764 que gostaria de
destacar?
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Resposta:
Em outras palavras, este anexo mostra, de forma bastante prática, onde podem ser utilizados
os conectores MPO e os cordões fan-out no cabeamento do datacenter. Um conector MPO,
como discutido na questão anterior, conecta segmentos de cabos ópticos com múltiplas
fibras entre dois distribuidores. Esses cabos terminados com conectores MPO em ambas as
extremidades são também conhecidos como cabos trunking.
Figura 6 – Exemplo de esquema de distribuição de cabeamento óptico com alta densidade em datacenters
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Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
Referências
ISO/IEC 24764:2010. Information technology: generic cabling systems for data centres /
Amendment 1: 2014.
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Normas e classificação de
datacenters − ANSI/TIA-942-A 1
Apresentação da entrevista
Entrevista
Pergunta 01:
Resposta:
1. FACCIONI FILHO, Mauro. Normas e classificação de datacenters. Palhoça: UnisulVirtual, 2017
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i. normas comuns;
ii. normas para edifícios;
iii. normas de componentes.
A ANSI/TIA-942-A faz parte do grupo de normas para edifícios, nesse caso, edifícios que
abrigam datacenters. Para citar exemplos, a norma ANSI/TIA-568.0 pertence ao grupo de
normas comuns, a ANSI/TIA-568.C-1 pertence ao grupo de normas para edifícios e a norma
ANSI/TIA-568.C-2, ao grupo de normas de componentes.
Embora muitas normas ANSI/TIA sejam baseadas em outras normas ISO/IEC, esta norma não
tem vínculos com normas internacionais (ISO). Quanto a desenvolvimentos futuros, não há
ainda qualquer sinal de uma nova revisão a caminho neste momento.
Pergunta 02:
Resposta:
2. Fabrics, termo técnico associado à tecnologia de switching, é o layout de como conexões são feitas em uma matriz de
switches e servidores.
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
1. Escopo
2. Referências normativas
3. Definição de termos, abreviaturas e unidades de medida
4. Visão geral de projeto do datacenter
5. Infraestrutura do sistema de cabeamento estruturado
6. Espaços de telecomunicações e topologias
7. Sistemas de cabeamento
8. Caminhos de cabos
9. Redundância
Anexo A (informativo): Considerações de projeto do cabeamento
Eu gostaria de chamar a atenção do leitor para alguns pontos relacionados à estrutura desta
norma, como, por exemplo, suas partes iniciais, em especial as três primeiras seções. Note
que elas são similares às três primeiras seções das normas ABNT/NBR 14565:2013 e ISO/
IEC 24764:2010/Amd. 1:2014. Isso acontece porque tanto a ABNT quanto a TIA seguem o
modelo de estrutura de normas estabelecido pela ISO. O que é muito bom para o projetista é
que, atualmente, as normas desenvolvidas por diferentes organismos normalizadores (sobre
um mesmo tema) estão cada vez mais alinhadas, ou seja, há uma tendência de convergência e
isso vem se consolidando desde os últimos dez anos, aproximadamente. No passado, normas
desenvolvidas por diferentes organismos normalizadores, sobre um mesmo tema, eram muitas
vezes concorrentes e conflitantes.
Pergunta 03:
Resposta:
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Edifício
Salas de
Escritório telecom para
central espaços fora
do datacenter
Datacenter
Pessoal de Entrada de Salas de
suporte do serviços serviço
datacenter mecânico e
elétrico
Sala de computadores
a. estrutura do datacenter;
b. projeto de eficiência energética;
c. requisitos da sala de computadores;
d. projeto da edificação;
e. projeto ambiental;
f. ar condicionado e ventilação;
g. projeto elétrico;
h. proteção contra incêndio;
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Pergunta 04:
Resposta:
A ANSI/TIA-942-A traz em sua Seção 4, item 4.3 (Tiering), informações sobre um modelo de
classificação em tiers para a infraestrutura do datacenter com base em sua redundância e
disponibilidade correspondente.
a. cabeamento (T);
b. elétrico (E);
c. construção civil (A);
d. mecânico (M).
Ainda, de acordo com a TIA-942-A, um datacenter pode ter diferentes classificações para
cada um de seus sistemas, como, por exemplo:
a. cabeamento: T1;
b. elétrico: E2;
c. construção civil: A3;
d. mecânico: M2.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
No exemplo acima, temos um datacenter com cabeamento Tier 1, sistema elétrico Tier 2,
construção civil (edificação) Tier 3 e sistema mecânico (ar condicionado) Tier 2. Portanto, um
datacenter com essas caraterísticas teria sua classificação reportada como:
•• T1E2A3M2
Básico (N)
Um datacenter com requisito “N” para cada sistema considerado é um datacenter sem qualquer
redundância, ou seja, é o mínimo que um datacenter deve ter para assegurar alguma disponibilidade.
Se usarmos o sistema elétrico como referência, teremos a concessionária, um gerador e um sistema
UPS. Um datacenter com requisito básico (N) é, portanto, um datacenter Tier 1 3.
Redundância N+1
Um datacenter com requisito “N+1” significa uma infraestrutura com, pelo menos, uma
redundância que pode ser em nível de componentes ou sistemas. Utilizando o sistema elétrico
como referência, teremos a concessionária, um gerador principal e um back-up (redundante),
além de um sistema (ou módulo) UPS e um sistema ou módulo back-up (redundante).
De acordo com a 942-A, é possível termos redundância N+n, ou seja, N+1, N+2, N+3 etc. Um
datacenter com requisito N+1, N+2 etc., é um datacenter com componentes redundantes e,
portanto, de classificação Tier 2 4.
3. A Figura 4.3 do livro “Datacenters – Engenharia: Infraestrutura Física, Paulo Sérgio Marin, PM Books Editora, São Paulo/SP,
Brasil, 2016,” mostra um exemplo de sistema elétrico Tier 1.
4. A Figura 4.4 do livro “Datacenters – Engenharia: Infraestrutura Física, Paulo Sérgio Marin, PM Books Editora, São Paulo/SP,
Brasil, 2016”, mostra um exemplo de sistema elétrico Tier 2.
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Redundância 2N
Um datacenter com requisito 2N tem, além do mínimo necessário para cada sistema, um
sistema completo adicional, ou seja, redundante. Para citar um exemplo com base no sistema
elétrico, teríamos dois sistemas elétricos idênticos, cada um com uma concessionária, um
gerador e um sistema UPS; ambos alimentando a mesma carga crítica de TI. Também é
possível, porém raro, termos redundância 3N, 4N, 5N etc. Um datacenter com redundância 2N
pode ser um datacenter de classificação Tier 3 ou Tier 4 5.
Redundância 2(N+1)
Pergunta 05:
Resposta:
Com relação à energia elétrica, a ANSI/TIA-942-A traz uma seção cujo título é
“Recomendações de eficiência energética”, seção 6.3, item 6.3.1, que trata basicamente
de como melhorar a eficiência energética do datacenter. Já a seção 6.4, item 6.4.6, traz
recomendações sobre o projeto da distribuição elétrica em datacenters.
•• cabeamento;
•• caminhos;
•• espaços.
a. ASHRAE, Best Practices for Datacom Facility Energy Efficiency, Second Edition
(2009);
b. ASHRAE, Design Considerations for Data and Communications Equipment
Centers, Second Edition (2009);
5. As Figuras 4.5a e 4.6 do livro “Datacenters – Engenharia: Infraestrutura Física, Paulo Sérgio Marin, PM Books Editora, São
Paulo/SP, Brasil, 2016”, mostram exemplos de datacenters com infraestrutura 2(N+1).
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Quando a infraestrutura de cabeamento é instalada sob o piso elevado que também é utilizado
para a insuflação de ar frio do sistema de climatização, a TIA-942-A recomenda o seguinte:
No que diz respeito ao projeto elétrico, a ANSI/TIA-942-A traz algumas poucas considerações
(a título de recomendação) sobre a distribuição elétrica na sala de computadores. Entre elas
está a utilização de circuitos dedicados aos equipamentos críticos de TI e também a previsão
de tomadas elétricas para equipamentos de uso geral.
Para atender aos equipamentos críticos de TI, devem ser sempre considerados dois circuitos
diferentes por rack ou gabinete e deve haver um sistema de back-up. Em outras palavras,
deve sempre haver geradores e sistemas UPS para garantir a operação ininterrupta dos
equipamentos críticos de TI do datacenter.
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Pergunta 06:
Resposta:
A ANSI/TIA-942-A traz algumas considerações sobre projeto ambiental em sua Seção 6, item
6.4.5. Não há muitos detalhes sobre esse tema na ‘TIA-942-A e ela remete o projetista a outras
normas para especificações mais detalhadas. De qualquer forma, ela aborda superficialmente
o ambiente operacional quanto a contaminantes, traz recomendações sobre HVAC (ventilação
e ar condicionado), parâmetros operacionais, operação contínua, operação em standby, fontes
de rádio, baterias e vibração. Vejamos a seguir, recomendações e referências sobre cada um
desses itens relacionados ao projeto ambiental.
Contaminantes
HVAC
Parâmetros ambientais
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Operação contínua
O sistema HVAC deve operar ininterruptamente, ou seja, 24 horas por dia e 365 dias por ano.
Operação standby
O sistema HVAC da sala de computadores deve ser suportado pelo gerador back-up da sala.
Nestes casos, não há um sistema back-up de alimentação (gerador) dedicado ao sistema
HVAC da sala de computadores, e o gerador do edifício deve ser utilizado para esse fim.
Fontes de rádio
Baterias
Vibração
Pergunta 07:
Resposta:
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
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Embora o mais comum seja o uso de unidades CRAC para a climatização de uma sala de
computadores em datacenters, equipamentos denominados CRAH (Computer Room Air
Handler) podem ser utilizados também. Ambos os equipamentos têm uma mesma aparência
externa; a diferença está em suas construções. A principal diferença é que uma unidade CRAC
é um equipamento de ar-condicionado completo, ou seja, ele tem a etapa de evaporação no
equipamento e o compressor também é instalado na unidade. A condensadora fica fora do
equipamento, da mesma forma que os equipamentos de ar-condicionado para uso residencial e
comercial. Já uma unidade CRAH tem o fan-coil (serpentina) instalado nela, porém o evaporador
e o compressor ficam fora dela. Os equipamentos CRAH operam normalmente com chillers de
água gelada e torre de resfriamento, como os sistemas de ar condicionado de grande porte.
Pergunta 08:
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Resposta:
Aqui aproveito para destacar que, em termos de cabeamento estruturado, a principal diferença
entre a versão anterior desta norma (ANSI/TIA-942) e a atual (ANSI/TIA-942-A) foi a introdução
da área de distribuição intermediária (IDA) na topologia do cabeamento. Portanto, a cobertura
do cabeamento estruturado do datacenter passou de uma rede local (LAN) para uma rede de
campus (CAN), o que não era previsto na versão anterior desta norma.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Quanto à segurança e automação, esta norma traz apenas algumas poucas recomendações,
porém sem entrar em detalhes. O mesmo acontece quanto à implementação de sistemas de
monitoramento da infraestrutura de datacenters (DCIM).
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Pergunta 09:
Resposta:
A ANSI/TIA-942-A é uma norma nacional norte-americana, ou seja, ela se tem valor normativo
em todo o território nacional dos Estados Unidos.
Embora ela seja bem aceita e utilizada como referência para o projeto da infraestrutura de
telecomunicações de datacenters em outros países, inclusive no Brasil, ela é uma norma local
e não tem abrangência internacional, como no caso de normas ISO/IEC.
Embora seja uma norma nacional norte-americana, a norma ANSI/TIA-942-A não é obrigatória.
Vale lembrar, da discussão da norma brasileira, que as normas são de desenvolvimento e
aplicação voluntários. Isso significa que o fato de existir uma norma não significa que ela
deve ser utilizada. De qualquer forma, como em discussões anteriores, o uso de uma norma
nacional como referência para um determinado projeto é sempre uma boa prática e pode
minimizar os efeitos de potenciais questões legais que envolvam o projeto.
Pergunta 10:
A ANSI/TIA-942-A tem algum tópico especial ou exclusivo? Qual sua visão pessoal
sobre ela, em termos de qualidade e abrangência?
Resposta:
A ANSI/TIA-942-A, em seu Anexo F (informativo), traz, sob meu ponto de vista, uma
ferramenta muito útil ao projetista para o projeto de um datacenter cujo objetivo é obter uma
determinada classificação em tiers.
•• Telecomunicações (T);
•• Elétrico (E);
•• Construção (A);
•• Mecânico (M).
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Além disso, ela termina seu Anexo F com uma planilha no formato de check list que ajuda
o projetista a determinar as premissas de projeto para os sistemas fundamentais da
infraestrutura de seu datacenter. Para citar um exemplo, referente à construção do site, um
datacenter Tier 4 deve atender aos seguintes requisitos:
Para finalizar, eu vejo esta norma com uma abrangência bastante ampla no que diz respeito
à infraestrutura de telecomunicações para datacenters, e de excelente qualidade. Trata-se de
uma norma bastante completa e que agrega valor ao projeto de infraestrutura de datacenters,
cobrindo mais que apenas cabeamento estruturado.
Referências
ANSI/TIA-942-A: 2012. Telecommunications infrastructure standard for datacenters.
MARIN, Paulo Sérgio. Datacenters – Engenharia: Infraestrutura Física. São Paulo: PM Books
Editora, 2016.
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Normas e classificação de
datacenters − ANSI/BICSI 002 1
Apresentação da entrevista
Como vimos na entrevista anterior, a ANSI faz a acreditação de normas de outras instituições,
como é o caso da norma ANSI/TIA-942-A, originada da BICSI. A BICSI teve origem no
desenvolvimento de normas de cabeamento e originalmente era denominada Building Industry
Consulting Service International, tendo sede em Tampa, estado da Flórida, Estados Unidos. Como
associação, tem membros em cerca de 100 países e seus documentos são amplamente adotados,
especialmente quando há a chancela da ANSI, como é o caso desta ANSI/BICSI 002, dedicada a
datacenters.
Nesta última entrevista, abordaremos a evolução da norma da BICSI e como aplicar o conceito
de datacenters, a topologia apresentada e seus vários tópicos. A questão da classificação de
datacenters, tão cara aos profissionais da área, é abordada, bem como características gerais
da infraestrutura (energia, ar condicionado, ventilação, cabeamento, automação e segurança).
Também pelo fato de ser uma norma americana, trataremos da questão da abrangência
internacional e sua obrigatoriedade, finalizando com tópicos especiais e especificidades da norma.
Entrevista
Pergunta 01:
Nesta última entrevista, vamos tratar da norma da BICSI, que é um órgão bastante
conhecido. Gostaria que nos falasse um pouco da história da ANSI/BICSI 002, sua
evolução e versão atual, bem como de futuros desenvolvimentos.
Resposta:
A BICSI é uma associação norte-americana com presença internacional. Há alguns anos, ela
passou a desenvolver padrões para cabeamento estruturado e, um pouco mais tarde, formou
uma divisão dentro da associação, responsável por normalização nacional e internacional, com o
objetivo de desenvolver normas nacionais alinhadas com as diretrizes da ISO. A partir de então,
as normas da BICSI passaram a ser reconhecidos pela ANSI e, portanto, obtiveram o status
de norma nacional (nos Estados Unidos). Embora a maioria de suas normas seja reconhecida
nos Estados Unidos, a ‘BICSI 002 tem tido uma boa aceitação por profissionais da área de
infraestrutura para datacenters em nível global. A adoção desta norma no Brasil, entretanto, não é
possível por questões legais. Como discutimos em outros artigos, as únicas normas reconhecidas
no Brasil são as próprias normas brasileiras (NBR) e as normas internacionais (ISO).
1. FACCIONI FILHO, Mauro. Normas e classificação de datacenters. Palhoça: UnisulVirtual, 2017.
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Pergunta 02:
Qual é a estrutura da norma ANSI/BICSI 002, como ela divide tópicos e subtópicos
em seu texto?
Resposta:
Introdução
1. Escopo
2. Documentos e padrões – referências normativas
3. Definições, abreviaturas e unidades de medida
4. Seleção do site
5. Planejamento de espaços
6. Arquitetura
7. Estrutura
8. Sistemas elétricos
9. Sistemas mecânicos
10. Proteção contra incêndio
11. Segurança
12. Gerenciamento do datacenter e sistemas do edifício
13. Cabeamento estruturado, infraestrutura, caminhos e espaços
14. Tecnologia da informação
15. Comissionamento
16. Manutenção do datacenter
Apêndice A − Processo de projeto (Informativo)
Apêndice B − Confiabilidade e disponibilidade (Informativo)
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Como o leitor pode notar, os primeiros capítulos ou as seções desta norma seguem a mesma
estrutura das normas ISO/IEC, ou seja, começam com uma introdução, um escopo, as
referências normativas e definições, abreviaturas e unidades de medida.
Além disso, como toda norma, ela tem partes normativas (que são especificações) e
informativas (que são recomendações) ao longo de todo o documento. Todos os seus
apêndices, entretanto, são informativos.
Pergunta 03:
Resposta:
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Pergunta 04:
Resposta:
A ANSI/BICSI 002 apresenta, em seu Anexo B informativo (Reliability and Availability, Confiabilidade
e Disponibilidade), cinco classificações de disponibilidade de infraestrutura de datacenters. Define,
dessa forma, cinco classes operacionais do site (entre F0 e F4), sendo F0 a classe mais baixa de
disponibilidade e F4, sua classe mais alta. A classe F0 permite que o site tenha até 400 horas de
manutenção planejada por ano, com a interrupção da operação durante essa atividade.
Datacenters classificados como F1 permitem entre 100 e 400 horas de manutenção por ano,
incluindo interrupção de operação, já aqueles classificados como F4 não permitem paradas
para manutenção em nenhum momento, garantindo, assim, máxima disponibilidade.
Datacenters classificados entre F0 e F2 podem ter suas operações interrompidas devido a
atividades de manutenção; já aqueles de classes F3 e F4 não permitem paradas para serviços
de manutenção, embora um datacenter F3 possa sofrer um serviço de manutenção sem a
parada da operação, enquanto todos os outros levam à parada. Nesse caso, permite-se que
um site F3 passe por até 49 horas de manutenção em um período de um ano, apesar de isso
raramente ocorrer de fato.
A seguir, apresentarei um resumo de cada classificação com suas principais características.
Datacenter classe F0
Datacenter classe F1
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Datacenter classe F2
Um datacenter classe F2 oferece disponibilidade superior aos níveis de redundância de sites
classes F0 e F1. Datacenters classe F2 oferecem um risco moderado de parada por falhas
diversas e manutenção. Eles têm redundância para componentes críticos. No que se refere
à distribuição elétrica, há redundância para os sistemas com maior probabilidade de falhas
como módulos UPS, geradores e chaves de transferência automática. Referente ao sistema de
ar-condicionado, esses mesmos critérios quanto à redundância são aplicados.
Para garantir o nível de disponibilidade com os quais os sites classe F2 devem estar em
conformidade, recomenda-se o uso de equipamentos, componentes, subsistemas e sistemas
de melhor qualidade. Datacenters classe F2 devem ser capazes de operar com probabilidades
mais baixas de falhas ao longo de suas vidas úteis, podem ter entre 50 e 90 horas de
manutenção por ano e apresentam uma probabilidade de disponibilidade de 99,9%.
Datacenter classe F3
Um datacenter classe F3 tem infraestrutura com maior confiabilidade e capacidade de
manutenção, de modo a minimizar a parada do site devido a atividades planejadas e
acidentais. Ele tem componentes críticos e não críticos com alguma redundância.
O sistema de distribuição elétrica em sites classe F3 é crítico e deve garantir a alimentação
elétrica contínua das cargas críticas de TI, mesmo no caso de falhas de componentes ou
subsistemas importantes ou, ainda, quando estão fora de operação devido a serviços de
manutenção. Datacenters classe F3 devem ser projetados para suportar as cargas críticas
de TI durante a substituição de componentes e subsistemas do site, ou seja, devem permitir
manutenção e operação simultaneamente. Eles podem ter até 40 horas de manutenção por
ano e apresentam uma probabilidade de disponibilidade de 99,99%.
Datacenter classe F4
Um datacenter classe F4 possui infraestrutura projetada para garantir a operação contínua do
site mesmo durante atividades planejadas e imprevistas. Todos os pontos isolados de falhas 2
devem ser eliminados. Datacenters classe F4 têm muitas de suas atividades de monitoração
e controle automatizadas, de modo a garantir mais confiabilidade e disponibilidade (operação
contínua). Esses sites devem ter monitoramento 24x7x365 (em tempo integral). Sistemas
DCIM devem ser considerados.
Entre as principais características de datacenters classe F4, pode-se destacar as seguintes:
2. Ponto isolado de falha é definido como aquele que, se falhar, causará a falha geral do sistema.
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Pergunta 05:
Resposta:
•• a infraestrutura elétrica deve ter uma fonte de energia alternativa (geradores, por
exemplo) com capacidade para suportar toda a crítica de TI do datacenter e os
sistemas mecânicos (ar condicionado);
•• deve ter um sistema UPS com capacidade para suportar a carga crítica de TI.
Datacenter básico (N): infraestrutura de distribuição elétrica que atende aos requisitos
mínimos para suportar a carga crítica de TI.
Datacenter com redundância “N+1”: iinfraestrutura de distribuição elétrica que possui uma
unidade, um módulo, caminho ou sistema adicional ao mínimo necessário para atender à
carga crítica de TI.
Datacenter com redundância “N+2”: infraestrutura de distribuição elétrica que possui duas
unidades, dois módulos, dois caminhos ou dois sistemas adicionais ao mínimo necessário
para atender à carga crítica de TI.
Datacenter com redundância “2N”: infraestrutura de distribuição elétrica que possui duas
unidades completas, dois caminhos ou dois sistemas para cada um requerido como mínimo.
A ANSI/BICSI 002-2014 refere-se a datacenters com redundância 2N como de tecnologia de
caminho duplo (dual-path topology).
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Pergunta 06:
Resposta:
Para a climatização da sala de computadores, esta norma também remete ao padrão ASHRAE
T.C9.9, que estabelece os seguintes parâmetros ambientais:
53
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Pergunta 07:
Resposta:
a. automação e controle;
b. cabeamento estruturado;
c. segurança.
Automação e controle
Embora esta norma não faça qualquer menção à implantação de um sistema DCIM, o
monitoramento da infraestrutura de sistemas classes F3 e F4, conforme as recomendações da
norma, somente é possível por meio desses sistemas.
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Cabeamento estruturado
•• roteadores core;
•• switches LAN core;
•• switches SAN core;
•• PBX;
•• T-3 (M13).
•• switches LAN;
•• switches SAN;
•• switches KVM (keyboard, video, mouse).
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Normas e classificação de datacenters - NBR14565
A ANSI/BICSI 002-2014 recomenda que cabos ópticos OM4 sejam utilizados no subsistema
de cabeamento horizontal para canais nos quais os comprimentos excedam 100 metros.
Da mesma forma que outras normas, esta também reconhece os cabos coaxiais tipos 734 e
735 para circuitos E-1, E-3 e T-3.
Segurança
A ANSI/BICSI 002-2014 traz uma seção sobre segurança (Seção 12), na qual algumas
recomendações sobre segurança física e da informação são apresentadas. Em resumo,
ela recomenda que um plano de segurança física que ofereça segurança ao pessoal (staff)
do datacenter, aos prestadores de serviços e visitantes. Esse plano também estende-se a
equipamentos de rede, de telecomunicações, assim como aos espaços que os abrigam.
O plano de segurança física proposto por esta norma pode ser implementado por meio de
controle de acesso, vigilância eletrônica, proteção contra incêndio etc.
Pergunta 08:
Resposta:
A ANSI/BICSI 002-2014 é uma norma nacional norte-americana, ou seja, ela tem valor
normativo em todo o território nacional dos Estados Unidos.
Embora ela seja bem aceita e utilizada como referência para o projeto da infraestrutura de
telecomunicações de datacenters em outros países, não sendo ainda muito conhecida no Brasil,
ela é uma norma local e não tem abrangência internacional, como no caso de normas ISO/IEC.
Como acontece com normas em geral, a ANSI/BICSI 002-2014, embora seja uma norma
nacional, não é obrigatória. Vale lembrar, da discussão da norma brasileira, que as normas
são de desenvolvimento e aplicação voluntárias. Isso significa que o fato de existir uma norma
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Universidade do Sul de Santa Catarina
não significa que ela deve ser utilizada. De qualquer forma, como em discussões anteriores, o
uso de uma norma nacional como referência para um determinado projeto é sempre uma boa
prática e pode minimizar os efeitos de potenciais questões legais que envolvam o projeto.
Pergunta 08:
A ANSI/BICSI 002 tem algum tópico especial ou exclusivo que a diferencie das outras
normas? Qual sua visão pessoal sobre a ANSI/BICSI 002 em termos de qualidade e
abrangência?
Resposta:
Quanto a aspectos que a diferenciem das demais, além da cobertura muito detalhada dos
vários sistemas que compõem a infraestrutura de um datacenter, eu vejo de forma muito
positiva a abordagem apresentada nas seguintes seções e/ou subseções:
Referências
ANSI/BICSI 002-2014: Data center design and implementation best practices (também
disponível em espanhol).
ISO/IEC 24764:2010/Amd. 1:2014 – Technology information – generic cabling for data centres.
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Considerações finais
Para cobrir o assunto das normas nacionais e internacionais sobre datacenters, reunimos,
em quatro entrevistas com o Prof. Paulo Marin, membro participante da redação de boa parte
desses documentos, todos os tópicos relevantes sobre o assunto, com especial interesse
em classificação dos datacenters, abrangência nacional e internacional e características da
infraestrutura.
Esses diálogos representam uma grande e especializada abordagem do tema, pela qual
agradecemos ao Prof. Dr. Paulo Marin, com suas respostas especializadas e “up to date” com
o que de mais recente está sendo desenvolvido em todo o mundo da tecnologia. A todos
os estudantes desejamos um bom trabalho e ótimo aproveitamento, e ao Prof. Paulo, nosso
muito obrigado!
Conteudista
Em Literatura, publicou livros de poesia, Olhos cegos, Editora Letras Contemporâneas, 2004;
Duplo dublê, Editora Letras Contemporâneas, 2002; Helenos, Editora Letras Contemporâneas,
1998. Coeditor da Revista Babel, Poesia e Crítica, de 2000 a 2002.
Certificado ATD pelo Uptime Institute (USA) e membro do comitê CE-03:046.05, Norma 14565:2013
da ABNT. Recebeu, em 2012, pelo desenvolvimento da plataforma de software DataFaz DCIM, o
prêmio “Ideia para o Futuro & Conceitos de Design”, do DatacenterDynamics Awards.
Diretor e sócio-fundador das empresas Fazion Sistemas Ltda. (plataformas e aplicativos para
celulares) e Creare Fazion Ltda. (soluções de infraestrutura e automação para Data Centers).